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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF. ALOIZIO MEDEIROS

1. Ano: 2021 Banca: Vunesp Órgão: TJSP Provas: VUNESPE 2021 Escrevente Técnico
Judiciário . Nos moldes da Constituição Federal, o servidor público titular de cargo efetivo, que
tenha sofrido limitação em sua capacidade física ou mental, poderá, atendidas as demais
exigências, ser readaptado,
(A) para exercício de novo cargo compatível com a sua limitação, devendo receber a
remuneração do cargo de destino.
(B) para exercício de novo cargo compatível com a sua limitação, podendo o servidor
optar entre a remuneração do cargo de origem e a do cargo de destino.
(C) para exercício do mesmo cargo, com os necessários ajustes à sua limitação, garantida
a mesma remuneração do cargo.
(D) para exercício de novo cargo compatível com a sua limitação, devendo receber pelo
menos 70% (setenta por cento) da remuneração do cargo de origem.
(E) para exercício de novo cargo compatível com a sua limitação, mantida a remuneração
do cargo de origem.

Gabarito E

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
§13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a

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limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer
nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para
o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.

2. Ano: 2021 Banca: Vunesp Órgão: TJSP Provas: VUNESPE 2021 Escrevente Técnico
Judiciário. Medéia, funcionária pública estadual, praticou, quando em atividade, falta
grave para a qual é cominada a pena de demissão prevista no Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado de São Paulo. Porém, a portaria que instaurou o respectivo
processo administrativo para apuração da infração foi publicada somente dois anos após
Medéia ter se aposentado do serviço público. Nessa situação hipotética, considerando,
ainda, o fato de que a falta cometida ocorreu um ano antes de sua aposentadoria, é
correto afirmar que Medéia

(A) estará sujeita apenas às penas de multa e ressarcimento aos cofres públicos dos
valores recebidos durante todo o período da sua aposentadoria.

(B) poderá ter sua aposentadoria cassada, uma vez que a inatividade não impede a
aplicação da sanção e não se operou a prescrição nesse caso.

(C) não mais poderá ser punida em razão de ter se aposentado, independentemente da
data da portaria que instaurou o processo administrativo.

(D) estaria sujeita à pena de cassação de sua aposentadoria, mas a portaria foi instaurada
intempestivamente, tendo ocorrido a prescrição da pena.

(E) deverá retornar ao serviço público, para trabalhar pelo mesmo período que ficou
aposentada, devendo pagar multa de até 5 vezes o valor dos seus proventos mensais.

Gabarito B
Art. 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição:
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público
e de cassação da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos;
NOS CASOS DE PENA DE DEMISSÃO, O CRIME PRESCREVE EM 5 ANOS.
SE MEDÉIA COMETEU O CRIME UM ANO ANTES DE SE APOSENTAR E O
PROCESSO FINDOU 2 ANOS APÓS A APOSENTADORIA DE MEDÉIA, O "GAP" FOI DE 3
ANOS, LOGO, NÃO HOUVE PRESCRIÇÃO DO CRIME E PODE-SE APLICAR A PENA.
COMO MEDÉIA JÁ ESTÁ APOSENTADA, NÃO É POSSÍVEL DEMITÍ-LA, MAS É
POSSÍVEL CASSAR A APOSENTADORIA DELA.

3. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PM-GO Prova: Soldado PM


Hefesto, policial militar do Estado de Goiás, durante patrulhamento de rotina, atropelou Dionísio, causando-
lhe ferimentos que o levaram à morte. No decurso da investigação, restou constatado que, no momento do

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acidente, Hefesto dirigia em velocidade incompatível para o local e que havia avançado o sinal vermelho do
semáforo, atropelando a vítima na faixa de pedestre porque se distraiu ao responder mensagens de texto de
sua esposa. À luz da sistemática constitucional acerca da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar
que

(A) os herdeiros da vítima devem ajuizar ação indenizatória em face da Polícia Militar do Estado de Goiás,
com fundamento na responsabilidade civil objetiva do Estado.

(B) eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada diretamente contra Hefesto, diante das evidências que o
referido agente público agiu com culpa.

(C) o Estado de Goiás, com base na teoria do risco administrativo, responde objetivamente pelos danos
causados por Hefesto, sendo dispensável a comprovação do elemento subjetivo na conduta deste último.
(D) Hefesto não poderá ser responsabilizado, ainda que em eventual ação de regresso, pois sua conduta não
foi dolosa.

(E) Hefesto, a Polícia Militar e o Estado de Goiás respondem solidariamente pela morte de Dionísio.

Gabarito C
A - (ERRADO) - O erro está em afirmar que os herdeiros devem ajuizar a ação em
face da Polícia Militar do Estado de Goiás, na verdade, responderá o Estado de Goiás.
Isto porque a Polícia Militar é um dos órgãos da segurança pública do estado.
B - (ERRADO) - Art. 37, §6o: As PJs de direito PÚBLICO e as
de direito PRIVADO prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
REGRESSO contra o responsável nos casos de DOLO ou CULPA.
C - (CERTO) - Na responsabilidade civil objetiva exige a comprovação, pelo
particular, de: ATO, DANO e NEXO CAUSAL. A vítima deve comprovar "fato do serviço",
já que a culpa ou dolo será discutida na ação regressiva (Estado x agente).
D - (ERRADO) - Nas ações de regresso o agente público poderá ser
responsabilizado nos casos em que tenha agido com DOLO ou CULPA.
(Responsabilidade civil SUBJETIVA)
E - (ERRADO) - Regra Geral (STF): INAPLICÁVEL responsabilidade solidária entre o
agente e o Estado.

4. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PM-GO Prova: Soldado PM


No que diz respeito aos agentes públicos, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os jurados e os mesários podem ser citados como exemplos de agentes honoríficos.
( ) Hades, servidor efetivo do município de Goiânia, ocupante do cargo de motorista, foi
aprovado no concurso da Polícia Militar do Estado de Goiás para o cargo de Soldado
Combatente. Nesse caso, ainda que haja compatibilidade de horários, Hades não poderá
acumular ambos os cargos públicos.
( ) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
( ) A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar ofende a
Constituição.

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(A) V – F – F – V.
(B) V – V – V – F.
(C) F – V – F – F.
(D) F – F – V – V.
(E) F – V – F – V.

Gabarito B
(V) Os jurados e os mesários podem ser citados como exemplos de agentes
honoríficos.

São denominados agentes honoríficos aqueles cidadãos chamados para colaborarem com
o Estado transitoriamente na prestação de serviços públicos determinados, em virtude de
suas condições cívicas, honorabilidade ou de suas notárias capacidades profissionais.

Não apresentam vínculo empregatício ou estatutário com o Poder Público, atuando, em


regra, sem remuneração, mas sendo considerados funcionários públicos para fins penais.

Temos como exemplos de agentes honoríficos os jurados, os mesários eleitorais, os


comissários de menores etc.

(V) Hades, servidor efetivo do município de Goiânia, ocupante do cargo de


motorista, foi aprovado no concurso da Polícia Militar do Estado de Goiás para o
cargo de Soldado Combatente. Nesse caso, ainda que haja compatibilidade de
horários, Hades não poderá acumular ambos os cargos públicos.

Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

Exemplos de acumulações permitidas constitucionalmente:

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Dois cargos de professor (Ex: professor da USP e da UNICAMP);

Um cargo de professor e outro de técnico científico (Ex: professor da Faculdade de


Medicina da UFPR e médico do Hospital de Clínicas);

Dois cargos ou empregos privados de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas (Ex. Psicólogo da UFPR e Psicólogo na Prefeitura de Curitiba);

Um cargo de juiz e outro de professor;

Um cargo de membro do Ministério Público e outro de professor;

Um cargo público com o exercício de mandato eletivo de vereador;

Um cargo de militar com outro cargo ou emprego privativo de profissionais de saúde, com
profissão regulamentada.

Ou seja, de fato, o caso descrito no item não encontra previsão constitucional/legal.

(V) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo


efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.

(F) A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar


ofende a Constituição.

Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

5. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PM-GO Prova: Soldado PM


Assinale a alternativa correta acerca do direito administrativo.

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(A) Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a


extinção de funções ou cargos públicos, quando preenchidos.
(B) É da competência exclusiva do Poder Judiciário sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar.
(C) O entendimento majoritário da doutrina interpreta os atos decorrentes do poder disciplinar
como discricionários, inclusive no que tange à opção de sancionar ou não o agente infrator.
(D) A discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade são elementos (requisitos)
dos atos administrativos.
(E) Prevalece o entendimento de que a aposentadoria de servidor público caracteriza ato
complexo, haja vista depender da manifestação da entidade administrativa a que o agente é
subordinado e da aprovação do respectivo Tribunal de Contas.

Gabarito E
A. ERRADO.
“Art. 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos."
B. ERRADO.
“Art. 49, CF. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa."
C. ERRADO.
Poder disciplinar é o poder que confere à Administração Pública a possibilidade de
punição do servidor infrator e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Apesar de
existir certa discricionariedade na aplicação das sanções, o poder disciplinar mostra-se
obrigatório, sendo que caso uma autoridade administrativa superior se mostre inerte pode vir a
estar atuando de forma criminosa (condescendência criminosa, art. 320 do CP). As penas
disciplinares devem estar previstas em lei (art. 127, lei 8.112/90).
D. ERRADO.
A discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade são atributos do Poder de
Polícia.
Poder de Polícia: tem como escopo regular a vida social, limitando liberdades do indivíduo
em prol do coletivo, ou seja, pode-se conceituar o Poder de Polícia como o responsável por
limitar a liberdade e a propriedade particular em prol da coletividade. Havendo, inclusive, um
conceito legal:
“Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção
de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos."
Porém, por que a conceituação se encontra no Código Tributário Nacional? Porque o
exercício do poder de polícia pode resultar na cobrança de taxas, uma espécie de tributo.
E quais são os atributos do poder de polícia?
Discricionariedade: é a regra, porém nem todos os atos de polícia apresentam essa
característica. Assim, por exemplo, durante a produção de uma lei, haverá discricionariedade
para que o Estado possa analisar quais limitações serão mais convenientes e oportunas. E,
depois da produção legislativa, o administrador poderá, com respeito ao princípio da legalidade,
agir em busca da melhor atuação atingir o interesse público. No entanto, no caso da licença para

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dirigir, caso o particular seja aprovado em todas as etapas, deverá o Poder Público conceder a
licença, sendo um ato de polícia estritamente vinculado.
Coercibilidade: por conta deste atributo, o ato de polícia se impõe ao particular
independentemente da vontade dele.
Autoexecutoriedade: através deste atributo, poderá a Administração Pública,
independentemente de autorização judicial prévia, promover a execução de seus atos, desde
que já haja uma prévia autorização legislativa ou se tratar de um caso de urgência.
E. CERTO.
Ato complexo é o ato administrativo cuja formação depende da conjugação de duas ou
mais vontades de órgãos que podem ser singulares ou colegiados, cujas vontades se fundem
para a formação de um único ato.
O Supremo Tribunal Federal já entendeu que “a concessão de aposentadoria ou pensão
constitui ato administrativo complexo, que somente se aperfeiçoa após o julgamento de sua
legalidade pelo Tribunal de Contas" (RE 636.553, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 19-2-2020, DJE
129 de 26-5-2020).

6. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PC-GO Prova: Agente de Polícia


Após regular o processo administrativo, Tibério, servidor público aposentado há menos
de dois anos, foi penalizado com a cassação de sua aposentadoria. Segundo consta dos
autos do procedimento, a punição ocorreu porque Tibério, no último mês em que estava
em atividade no serviço público, praticou infração grave, sujeita à penalidade de
demissão. Com base no caso narrado e à luz dos poderes administrativos, é correto
afirmar que a sanção aplicada decorre especificamente do

(A) poder disciplinar.


(B) poder hierárquico.
(C) poder regulamentar.
(D) poder de polícia.
(E) abuso de poder.

Gabarito A
Poder disciplinar: poder dever de punir as infrações funcionais dos servidores
e demais pessoas sujeitas a disciplina de órgãos públicos.
Poder hierárquico:
Dar ordens;
Editar atos normativos com o objetivo de ordenar a atuação dos subordinados;
Delegar competências;
Avocar atribuições;
Poder regulamentar:
Editar atos gerais;
Complementar as leis;
Permitir a fiel execução da lei;
Normas derivadas ou secundárias;
Não podem inovar no ordenamento jurídico.
Poder de Polícia: é a faculdade que dispõe a administração pública de
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais em
benefício da coletividade ou do próprio Estado.

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PODER DISCIPLINAR É o poder de punir internamente as infrações funcionais dos


servidores e demais pessoas sujeitas à relação especial com administração pública. O
poder disciplinar tem por característica a discricionariedade. Logo, há margem de
liberdade para se decidir sobre o ato mais adequado a ser proferido. O poder
disciplinar é vinculado quanto ao dever de punir e, discricionário quanto à seleção da
pena aplicável.
Sanção interna ou externa com algum vínculo= DISCIPLINAR.
Subordinação do agente ao chefe= HIERÁRQUICO.
Regulamento, geral e abstrato= NORMATIVO/ REGULAMENTAR.
Restringiu o uso de bens à particulares SEM vínculo= POLÍCIA.
Encontramos em provas anteriores bons exemplos:
CESPE/PC-MA/2018/Delegado de Polícia: O poder disciplinar da administração
pública decorre da relação de hierarquia, razão por que não se admite a aplicação de
penalidade ao particular sem relação contratual com a administração. V
CESPE/Polícia Federal/2021/Delegado de Polícia: O processo aberto contra o
servidor caracteriza poder de polícia administrativo. (F)
FCC/TJ-SC/2017/Juiz de Direito: O poder disciplinar é extensível a sujeitos que
tenham um vínculo de natureza especial com a Administração, sejam ou não
servidores públicos.V
FCC/PGM-Teresina/2022/Procurador: O Código Penal estabelece, em seu art.
320, o delito intitulado “condescendência criminosa”, configurando crime próprio de
funcionário público. Tal tipificação diz respeito à omissão no exercício do poder
disciplinar. V
CESPE/PGE-BA/2018/Procurador de Estado: Constitui exemplo de poder de
polícia a interdição de restaurante pela autoridade administrativa de vigilância
sanitária. V

7. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PC-GO Prova: Agente de Polícia


Davi, policial civil do Estado de Goiás, durante o cumprimento de mandado de busca e
apreensão, disparou acidentalmente sua arma de fogo, causando a morte de um
morador local. Nesse caso, sobre a responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar
que eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada
(A) em face da Polícia Civil do Estado de Goiás, com base na responsabilidade civil
objetiva do Estado.
(B) contra o Estado de Goiás, sendo imprescindível a comprovação de dolo ou culpa na
conduta de Davi.
(C) em face do Estado de Goiás, sendo assegurado o direito de regresso contra o agente
público responsável nos casos de dolo ou culpa.
(D) diretamente contra Davi, com base na teoria da responsabilidade civil subjetiva,
tendo em vista que ele agiu culposamente.

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(E) diretamente contra Davi, com fundamento na teoria do risco administrativo,


respondendo o agente objetivamente pelos danos causados.

Gabarito C

O indivíduo que sofre um dano em virtude de uma conduta praticada


por um agente público estatal, no exercício de suas funções, pode pleitear a
e reparação pelo dano sofrido perante a entidade pública a qual o agente é
vinculado (Estado de Goiás). Contudo, a parte final do §6º do art. 37 da
Constituição, garante o direito de regresso da entidade pública em face do
agente causador do dano, para reaver o que foi condenado a pagar à vítima.
Nesse contexto, será analisada a abrangência desse dispositivo
constitucional e a diferenciação entre a responsabilidade objetiva do Estado
perante a vítima e a responsabilidade subjetiva do agente causador do dano
perante a Administração pública.
O art. 37, §6º da Constituição da República trata da responsabilidade
civil da Administração pública, nos seguintes termos:

CF/88
Art. 37. § 6° As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

8. ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: PC-GO Prova: Agente de Polícia


Em relação aos agentes públicos, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
(B) A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.
(C) É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao
exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.
(D) Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
(E) Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração integral, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Gabarito E

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Prevê a Constituição Federal (art. 41, § 3º) que "extinto o cargo ou declarada a
sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração PROPORCIONAL ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.”.

a) Art 51 CF: "São estáveis após três anos de efetivo exercício os


servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público"
b) Art 40 parágrafo 10 CF: "A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
contagem de tempo de contribuição fictício (EC 20/1998)"
c) Art 39 parágrafo 9 CF: "É vedada a incorporação de vantagens de caráter
temporário ou vinculadas ao exercício da função de confiança ou de cargo em
comissão à remuneração do cargo efetivo (EC 103/2019)"
d) Art 40 parágrafo 13 CF: Aplica-se ao agente
público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou
de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (EC 103/2019)" - Não é o
regime próprio de previdência da União - isto já caiu em prova
E) Art 41 parágrafo 3 CF: "Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (EC 19/1998)"

9. ano: 2023Banca: AOCP Órgão: PC-GO Prova: Escrivão de Polícia


Mário é servidor público e cometeu transgressão disciplinar de natureza média, sendo
aplicável ao caso a pena de suspensão. Ocorre que a ausência de Mário trará gravíssimo prejuízo
ao serviço pela impossibilidade de sua substituição, em razão dos prazos internos do órgão
público onde atua. Considerando o disposto na Lei Estadual nº 20.756/2020, como a
Administração poderá proceder?

(A) A penalidade de suspensão de Mário não poderá ser convertida em outra penalidade,
devendo o servidor, nesse caso, ser suspenso de suas atividades por até 120 (cento e vinte dias).

(B) A penalidade de suspensão de Mário poderá, mediante ato fundamentado, ser convertida
em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) do valor diário da remuneração, do
vencimento ou do subsídio, por dia de suspensão, devendo o servidor, nesse caso, cumprir
integralmente a jornada de trabalho a que está submetido.

(C) A penalidade de suspensão de Mário poderá, mediante ato fundamentado, ser convertida
em advertência acrescida de multa de até 70% (setenta por cento) do valor diário da
remuneração, do vencimento ou do subsídio, devendo o servidor, nesse caso, cumprir
integralmente a jornada de trabalho a que está submetido.

(D) A penalidade de suspensão de Mário poderá ser convertida em demissão, tendo em vista a
impossibilidade da substituição do servidor e sua impossibilidade de cumprir integralmente a
jornada de trabalho a que está submetido.

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(E) A penalidade de suspensão de Mário poderá, mediante ato fundamentado, ser convertida
em advertência acrescida de multa de até 50% (cinquenta por cento) do valor mensal da
remuneração, do vencimento ou do subsídio, devendo o servidor, nesse caso, cumprir
integralmente a jornada de trabalho a que está submetido.

Gabarito B

Gabarito (letra B)
Fundamentação: Art. 193.(...),§ 2º A penalidade de suspensão, que não excederá
a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de transgressão disciplinar de natureza média
ou de reincidência em quaisquer das infrações disciplinares de natureza leve, observado
o seguinte:
II - quando a ausência do servidor trouxer gravíssimo prejuízo ao serviço pela
impossibilidade de sua substituição, a penalidade de suspensão poderá, mediante
ato fundamentado, ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por
cento) do valor diário da remuneração, do vencimento ou do subsídio, por dia de
suspensão, devendo o servidor, nesse caso, cumprir integralmente a jornada de
trabalho a que está submetido.

10. ano: 2023Banca: AOCP Órgão: PC-GO Prova: Escrivão de Polícia


Marta atuava em cargo comissionado, mas foi exonerada. No ato de exoneração, constou
como motivação o nepotismo. Contudo, no mês seguinte, foi constatado que a motivação
de sua exoneração não existia. Diante do exposto, assinale a alternativa correta.

(A) Por ser cargo comissionado, não há irregularidade na exoneração, em razão da teoria
da autoexecutoriedade dos atos administrativos.
(B) Mesmo sendo cargo em comissão, há necessidade de motivação para a exoneração,
sendo que o nepotismo não é causa aceita, tornando o ato inválido.
(C) Pela teoria dos motivos determinantes, tendo sido a exoneração motivada, a
inexistência ou falsidade da causa que deu ensejo ao ato o torna nulo.
(D) A exoneração de Marta não poderia ser motivada, porque ela assumia um cargo
comissionado que proíbe a motivação.
(E) As exonerações de cargos comissionados não podem ser invalidadas ou anuladas, de
acordo com a teoria das nulidades dos atos administrativos.

Gabarito C
Teoria dos motivos determinantes
O ato de exoneração do ocupante de cargo comissionado (Marta) constitui-se
em ato administrativo de natureza discricionária, não exigindo, portanto, a indicação
do motivo que enseja a sua realização, contudo, em sendo este apresentado no ato deve
este ser verdadeiro e existente, sob pena de decretação de sua nulidade com base
na Teoria dos Motivos Determinantes. Veja que no mês seguinte foi constatada que
a motivação não existia, então mesmo que as nomeações em cargos comissionados

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sejam de livre nomeação e livre exoneração (ato discricionário), o motivo quando


declarado se vincula à veracidade dos fatos e se for falso tornará o ato nulo.
Regra geral não há necessidade de se motivar. Porém, se o gestor decidir
motivar seu ato quando a lei não obrigou, estará se vinculando à motivação
apresentada. Exemplificando: o ato de exoneração de um secretário municipal é
discricionário do prefeito e não precisa ser motivado. Caso o prefeito motive a exoneração
do secretário de educação em decorrência de falta injustificada por dez dias, e, mais tarde,
ficar comprovado que essa falta não ocorreu e que o motivo da exoneração foi outro, o ato
estará sujeito à anulação.

11. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
Julgue os itens seguintes acerca do direito administrativo.

54. O Diretor de determinada unidade prisional nomeou sua filha, Mestre em Direito, para o
exercício de cargo em comissão de assessoramento sob sua subordinação hierárquica. À luz do
entendimento do STF, a referida nomeação é compatível com o ordenamento jurídico, com
fundamento no princípio da eficiência.

( ) certo ( ) errado

Gabarito errado

Mesmo a filha do Diretor prisional sendo uma mestre em Direito, como foi
nomeada para um cargo em comissão de assessoramento com subordinação
hierárquica, é considerado NEPOTISMO.
Caso fosse para um cargo político, aonde ela possui capacidade técnica para
o cargo, não seria caracterizado nepotismo.
STF - Súmula Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.
O STF possuí o entendimento de que a Súmula Vinculante 13 não seria aplicada
aos cargos de natureza política. Somente estará caracterizado nepotismo, nos cargos
de natureza política, se o nomeado não possuir capacidade técnica para o cargo ou
ficar demonstrada “troca de favores” ou outra forma de fraudar a legislação.

INELEGIBILIDADE REFLEXA

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§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição
Exceções:
STF Info 815 : Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente
no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação.
sTF Info 786: Não pode alcançar os servidores admitidos mediante prévia
aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo, (sob pena
de frustrar a própria regra do concurso público)

STF - 2018: a jurisprudência do STF tem majoritariamente afastado a aplicação


da aos cargos de natureza política, conceito no qual se incluem os secretários
municipais ou estaduais. (...)
“ Registro que as hipóteses de nepotismo cruzado, fraude à lei ou inequívoca falta
de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou
idoneidade moral do nomeado, vem sendo ressalvadas da aplicação desse
entendimento.”

12. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
Julgue os itens seguintes acerca do direito administrativo.

A ação para a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa prescreve
em oito anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do
dia em que cessou a permanência. Julgue os itens seguintes acerca do direito administrativo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gab.: CERTO
Conforme a Lei 8.429/1992 em seu Art. 23. A ação para a aplicação das
sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.
Top 5 das Alterações da "nova lei 14.230/202" na lei 8.429/92.
Eliminação da improbidade culposa;
Ampliação do prazo prescricional de 5 para 8 anos;
Previsão de prescrição intercorrente de 4 anos;
Ampliação das penas de Multa e Suspensão dos Direitos políticos;

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Prazo de 365 dias prorrogável por igual período para conclusão de Inquérito
Civil.

13. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
No que concerne à responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

Mário é foragido do sistema prisional, no qual cumpria pena privativa de liberdade. Decorridos
doze meses da fuga, ingressou em uma organização criminosa cuja especialidade é o roubo a
bancos. Em seu primeiro roubo com a organização, Mário, por inexperiência, efetuou diversos
disparos contra o gerente da agência, que acabou falecendo. Nessa hipótese, de acordo com o
entendimento do STF, resta caracterizada a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos
decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, devendo o Poder
Público indenizar os familiares da vítima.

( ) certo ( ) errado
Gabarito errado
O poder público não é responsável por danos a vítimas provocados por uma
pessoa foragida do sistema prisional, quando não ficar demonstrado o “nexo causal”
entre o momento da fuga e o crime praticado pelo detento. O entendimento foi
firmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar um caso do Estado do Mato
Grosso no plenário virtual da Corte.
O caso, que ficou sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, chegou à
Suprema Corte após o Tribunal de Justiça do Mato Grosso decidir que o Estado seria
o responsável por indenizar a família de uma pessoa que foi assassinada por um
foragido do sistema prisional. O processo é antigo. O detento fugiu do presídio em
novembro de 1999, e depois de três meses, praticou o crime. A vítima foi um chefe
de família, de 45 anos, morto após roubo – latrocínio, no jargão jurídico. Após ser
condenado a indenizar a família por danos materiais e morais, o Estado do Mato
Grosso recorreu ao STF.
"Recurso Extraordinário a que se dá provimento para julgar improcedentes os pedidos iniciais. Tema
362, fixada a seguinte tese de repercussão geral: “Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal,
não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por
pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento
da fuga e a conduta praticada". (RE 608880, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 08/09/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-240 DIVULG 30-09-2020 PUBLIC 01-10-2020)"

14. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
No que concerne à responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

Determinado detento que cumpria pena privativa de liberdade em regime fechado praticou
suicídio. Segundo o entendimento do STF, considerando que o preso já vinha apresentando
indícios de que poderia agir assim, o Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares.

( ) certo ( ) errado

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Gabarito certo
Se um detento é morto dentro da unidade prisional, haverá responsabilidade civil
do Estado.
Info 819: Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto
no art. 5o, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016
(repercussão geral)
Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar
que a morte do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de
causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal.

15. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
No que concerne à responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

Para o STF, considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em
seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento | jurídico, é de
sua responsabilidade, nos termos do art. 37, 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento.

( ) certo ( ) errado

Gabarito certo

Repercussão Geral. Constitucional. Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º.


2. Violação a direitos fundamentais causadora de danos pessoais a detentos em
estabelecimentos carcerários. Indenização. Cabimento. O dever de ressarcir danos,
inclusive morais, efetivamente causados por ato de agentes estatais ou pela
inadequação dos serviços públicos decorre diretamente do art. 37, § 6º, da Constituição,
disposição normativa autoaplicável. Ocorrendo o dano e estabelecido o nexo causal
com a atuação da Administração ou de seus agentes, nasce a responsabilidade civil do
Estado. 3. "Princípio da reserva do possível". Inaplicabilidade. O Estado é responsável
pela guarda e segurança das pessoas submetidas a encarceramento, enquanto
permanecerem detidas. É seu dever mantê-las em condições carcerárias com
mínimos padrões de humanidade estabelecidos em lei, bem como, se for o caso,
ressarcir danos que daí decorrerem. 4. A violação a direitos fundamentais causadora
de danos pessoais a detentos em estabelecimentos carcerários não pode ser
simplesmente relevada ao argumento de que a indenização não tem alcance para
eliminar o grave problema prisional globalmente considerado, que depende da
definição e da implantação de políticas públicas específicas, providências de atribuição

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legislativa e administrativa, não de provimentos judiciais. Esse argumento, se admitido,


acabaria por justificar a perpetuação da desumana situação que se constata em
presídios como o de que trata a presente demanda. 5. A garantia mínima de segurança
pessoal, física e psíquica, dos detentos, constitui dever estatal que possui amplo lastro
não apenas no ordenamento nacional (Constituição Federal, art. 5º, XLVII, “e"; XLVIII;
XLIX; Lei 7.210/84 (LEP), arts. 10; 11; 12; 40; 85; 87; 88; Lei 9.455/97 - crime de tortura;
Lei 12.847/13 – Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura), como, também,
em fontes normativas internacionais adotadas pelo Brasil (Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas, de 1966, arts. 2; 7; 10; e 14; Convenção
Americana de Direitos Humanos, de 1969, arts. 5º; 11; 25; Princípios e Boas Práticas para
a Proteção de Pessoas Privadas de Liberdade nas Américas – Resolução 01/08, aprovada
em 13 de março de 2008, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
Convenção da ONU contra Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, de 1984; e Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros –
adotadas no 1º Congresso das Nações Unidas para a Prevenção ao Crime e Tratamento
de Delinquentes, de 1955). 6. Aplicação analógica do art. 126 da Lei de Execuções Penais.
Remição da pena como indenização. Impossibilidade. A reparação dos danos deve
ocorrer em pecúnia, não em redução da pena. Maioria. 7. Fixada a tese: “Considerando
que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios
os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos
em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento". 8. Recurso extraordinário provido para restabelecer a condenação
do Estado ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) ao autor, para reparação de
danos extrapatrimoniais, nos termos do acórdão proferido no julgamento da apelação.
(RE 580252, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 16/02/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-204
DIVULG 08-09-2017 PUBLIC 11-09-2017)

16. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
No que concerne à responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

No caso de um rompimento de barragem, no qual inúmeras famílias fiquem desabrigadas, é


correto afirmar que a requisição administrativa é instituto adequado para que o Poder Público
utilize de um galpão de um particular com a finalidade de abrigar provisoriamente as famílias.

( ) certo ( ) errado

Gabarito certo

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Requisição Administrativa - Intervenção auto-executaria na qual o Estado


utiliza-se de bens imóveis, móveis e de serviços particulares no caso de iminente
perigo público.
Situação de PERIGO público iminente (ou seja, algo imediato
- AUTOEXECUTÓRIO).
Utilização URGENTE e TRANSITÓRIA.
Bens MÓVEIS e IMÓVEIS e até mesmo sobre SERVIÇOS particulares.
Indenização: POSTERIOR, SE houver DANO – ação em até 5 anos do uso efetivo
do bem;

17. Ano: 2022 Banca: AOCP Órgão: GDF Prova: Polícia Penal
No que concerne à responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

Hércules, policial penal do DF, enquanto realizava o transporte de determinado preso, foi
multado por avançar o sinal vermelho na condução de veículo oficial do sistema prisional. Nessa
situação, a referida multa de trânsito decorre do poder disciplinar da Administração Pública.

( ) certo ( ) errado

Gabarito errado

O poder disciplinar é a prerrogativa da administração pública de apurar e punir


faltas disciplinares praticadas por aqueles que estão sujeitos à disciplina administrativa
tais como servidores públicos e estudantes de escolas públicas. O poder disciplinar não
se aplica às pessoas não sujeitas à disciplina administrativa.

O poder de polícia é a prerrogativa da administração pública de restringir o exercício de


direitos e atividades por particulares para garantir o bem estar de toda a coletividade.
A fiscalização de trânsito e a aplicação de sanções de trânsito são exemplos do exercício
do poder de polícia.

Embora Hércules, enquanto policial, seja servidor público sujeito a disciplina


administrativa, ao avançar o sinal, não praticou falta disciplinar, na verdade, infringiu
norma de polícia e recebeu, portanto, sanção de polícia que não decorre de sua
condição de servidor público sujeito a disciplina administrativa. Logo, a multa decorre
do poder de polícia e não do poder disciplinar, de modo que é incorreta a afirmativa da
questão.
BIZU

o chefe está dando uma ordem, está mandando em você → Poder Hierárquico

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Se o chefe estiver aplicando uma punição, está punindo o servidor → Poder


Disciplinar
Se a a Administração punir um particular que tenha VÍNCULO JURÍDICO com a
ADM PÚBLICA → Poder Disciplinar
Se a a Administração punir um particular → Poder de Polícia

18. Ano: 2018 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente de Polícia Federal

O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários
exarados pela administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da
legalidade desses atos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito ERRADO
A questão foi uma pegadinha! O Poder Judiciário não pode apreciar mérito dos
atos discricionários. A banca colocou a pegadinha no final, dizendo que o Judiciário
deve se restringir à análise da legalidade, mas o começo está incorreto. Vou reforçar:
o final está certinho, mas não há análise de mérito quando se analisa a legalidade,
ou seja, há uma contradição na própria questão.
CUIDADO. De acordo com o entendimento do STJ, “na atualidade, a
Administração Pública está submetida ao império da lei, inclusive quanto à
conveniência e oportunidade do ato administrativo (...) O Poder Judiciário não mais
se limita a examinar os aspectos intrínsecos do ato administrativo, pois pode analisar,
ainda, as razões de conveniência e oportunidade, uma vez que essas razões devem
observar critérios de moralidade e razoabilidade.” (REsp 429.570/GO)

19. ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo
Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções de polícia
judiciária da União, julgue os itens a seguir.
O DPF, em razão do exercício das atribuições de polícia judiciária, não se submete ao
princípio da publicidade, sendo garantido sigilo aos atos praticados pelo órgão.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito: ERRADO.
Confira-se o disposto na CF: “Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

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(...) XXXIII -todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(...) LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
(...) Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
O princípio da publicidade somente poderá ser restringido quando o
sigilo seja necessário para a segurança da sociedade, conforme art. 5.º, XXXIII
da CF.
” A publicidade dos atos da administração pública é um direito subjetivo de cada
cidadão, que somente poderá ser restringido nas hipóteses de informações cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (CF, art. 5.º, XXXIII) ou à
defesa da intimidade alheia (CF, art. 5.º, X e LX).
O princípio da publicidade constitui regra geral aplicável a toda a Administração
Pública, seja a direta, seja a indireta, eis que contemplado no art. 37, caput, da
CRFB/88, no que se inclui o Departamento de Polícia Federal, por se tratar de órgão
integrante da administração direta federal.

As exceções a este postulado encontram-se vazadas no próprio texto


constitucional, mais precisamente em seu art. 5º, XXXIII, que assim estabelece:

"Art. 5º (...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado;"

Como daí se extrai, as exceções não abarcam, genericamente, todos os atos de


polícia judiciária de competência do Departamento de Polícia Federal, sendo
incorreto, portanto, sustentar que o DPF não estaria obrigado a respeitar o princípio
da publicidade.

A propósito do tema, convém trazer o teor da Súmula Vinculante n.º 14 do STF:

"É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa."

20. Ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo
Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções de polícia
judiciária da União, julgue os itens a seguir.

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Os atos praticados pelos servidores do DPF estão sujeitos ao controle ministerial, mas
não ao do Tribunal de Contas da União, que é órgão auxiliar do Congresso Nacional, ao
qual compete julgar apenas os atos do presidente da República e demais agentes
políticos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito: ERRADO.
JUSTIFICATIVA – Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público, conforme
previsto no art. 71 da Constituição. Portanto, os atos praticados pelos servidores do
Departamento de Polícia Federal estão sujeitos também ao controle do Tribunal de
Contas da União.
A competência do Tribunal de Contas da União para julgar contas de
administradores públicos encontra-se prevista no art. 71, II, da CRFB/88, in verbis:

"Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

(...)

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por


dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;"

Como daí se extrai, ao contrário do aduzido pela Banca, a referida competência


é ampla, abrangendo as contas dos administradores públicos em geral no âmbito da
administração direta e indireta.

Ademais, no que se refere ao Presidente da República, a assertiva também se


mostra incorreta. É que, em relação à tal autoridade, a competência do TCU não
consiste em julgar as contas, mas sim em apreciá-las, sendo que o julgamento recai
sobre o Congresso Nacional (CRFB/88, arts. 49, IX e 71, I).

21. Ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo
A instituição de órgão próprio para exercer as atribuições de polícia judiciária no âmbito
da União é exemplo de descentralização administrativa.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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Gabarito: CERTO.

JUSTIFICATIVA – A descentralização administrativa é a distribuição de


competências de uma para outra pessoa jurídica. A distribuição de competências
dentro de um mesmo órgão caracteriza a denominada desconcentração
administrativa.
A descentralização administrativa implica a criação de uma nova pessoa
jurídica, ao passo que a criação de um simples órgão público – ente desprovido de
personalidade jurídica própria, e que, portanto, não é sujeito de direitos, não tem
aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações em nome próprio, constitui o
fenômeno da desconcentração administrativa. Na hipótese, por se cuidar da
instituição de um órgão, o correto seria a desconcentração, e não a descentralização.
desCOncentração: Cria Órgão
desCEntralização: Cria Ente
A Polícia Federal do Brasil, ou Departamento de Polícia Federal (DPF), é uma
instituição subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que, de acordo
com a Constituição de 1988, exerce com exclusividade as funções de polícia judiciária
da União, trata-se portanto, do fenômeno da DESCONCENTRAÇÃO uma vez que a
atribuição é distribuída dentro da mesma pessoa jurídica.
Veja a solução à luz das questões da banca:
DESCONCENTRAÇÃO:
1) UMA só Pessoa Jurídica:
(CESPE/ANAC/2012) A desconcentração pressupõe, obrigatoriamente, a
existência de UMA só pessoa jurídica.(CERTO)
(CESPE/TRE-GO/2009) A desconcentração pressupõe a existência
de apenas UMA pessoa jurídica.(CERTO)
2) Distribuição de competências dentro da MESMA pessoa jurídica:
(CESPE/SUFRAMA/2014) Desconcentração administrativa é a distribuição de
competências entre órgãos de uma MESMA pessoa jurídica.(CERTO)
(CESPE/MPE-PI/2018) O fato de a administração pública desmembrar seus órgãos,
distribuindo os serviços dentro da MESMA pessoa jurídica, para melhorar a sua
organização estrutural, constitui exemplo de ato de desconcentração.(CERTO)
(CESPE/PC-AL/2021) A desconcentração administrativa caracteriza-se pela
divisão de competências entre órgãos de uma MESMA pessoa jurídica de direito
público.(CERTO)
3) Surgem os ÓRGÃOS públicos:
(CESPE/MPE-PI/2018) A existência de órgãos públicos que realizem atribuições
predeterminadas, originárias da própria administração pública, caracteriza um
processo de desconcentração administrativa. (CERTO)
(CESPE/SEDF/2017) A criação de um órgão denominado setor de aquisições na
citada prefeitura constitui exemplo de desconcentração.(CERTO)

22. Ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo

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Considere que, durante uma operação policial, uma viatura do DPF colida com um carro
de propriedade particular estacionado em via pública.
Nessa situação, a administração responderá pelos danos causados ao veículo
particular, ainda que se comprove que o motorista da viatura policial dirigia de forma
diligente e prudente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito: CERTO.
JUSTIFICATIVA – CF art. 37, § 6.º: As pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A responsabilidade do estado - Objetiva ( Independe de dolo ou culpa )
A responsabilidade do agente - Subjetiva ( Depende de dolo ou culpa )
De acordo com a teoria do risco administrativo, mesmo agindo de forma lícita,
a administração terá o dever de indenizar. É o que ocorre no caso da questão, o
agente está em pleno exercício (agindo de forma lícita) e dirigindo de maneira
prudente. No entanto, existindo conduta, nexo causal e dano a administração fica
obrigada a reparar independente de dolo ou culpa do agente.
A teoria do risco administrativo, em posição contrária à do risco
integral, admite excludentes e atenuantes. Desse modo, caso a administração
provasse que o particular teve culpa exclusiva ela estaria eximida de arcar com os
custos do dano, e caso houvesse a culpa concorrente do particular a administração
teria sua responsabilidade atenuada. Lembrem-se que, nesses casos, o ônus da
prova cabe à Administração.

23. Ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo
Julgue os próximos itens, a respeito do processo de licitação.
Em razão do princípio da eficiência, é possível, mediante licitação, a contratação de
empresa que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida,
desde que a proposta seja a mais vantajosa para a administração
( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito: ERRADO.
JUSTIFICATIVA – O princípio da eficiência deve sempre submeter-se ao
princípio da legalidade, isto é, nunca poderá justificar-se a atuação administrativa
contrária ao direito, por mais que possa ser elogiado em termos de pura eficiência.

24. Ano: 2014 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Agente Administrativo
Julgue os itens que se seguem, relativos aos atos administrativos e poderes da
administração.

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O poder para a instauração de processo administrativo disciplinar e aplicação da


respectiva penalidade decorre do poder de polícia da administração

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito: ERRADO
JUSTIFICATIVA – O poder de controlar a atividade dos órgãos inferiores e
aplicar penalidades em caso de infrações disciplinares decorre do poder
hierárquico. Confira-se o disposto no Código Tributário Nacional:
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado,
ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.”
Na realidade, ao instaurar um dado processo administrativo disciplinar, bem
como ao aplicar a sanção cabível, a Administração lança mão de seu poder disciplinar,
e não do poder de polícia, tal como incorretamente sustentado na assertiva aqui
examinada.

Afinal, o poder disciplinar consiste precisamente naquele por meio do qual a


Administração aplica sanções a seus agentes, bem como aos particulares que com
ela mantenham vínculo jurídico específico, como é o caso dos permissionários de
serviços públicos, dos alunos de escolas públicas, das pessoas cadastradas em
bibliotecas públicas, dentre outros.

Poder disciplinar: é aquele que confere à Administração a capacidade de


apurar infrações administrativas de servidores públicos e das demais pessoas que
estejam sob o regime jurídico da Administração Pública. Exemplo disso são os
procedimentos administrativo disciplinares - PAD.

O poder de polícia, por seu turno, é destinado aos particulares, indistintamente,


sem a necessidade de um vínculo jurídico específico. Baseia-se na chamada
supremacia geral da Administração.

25. : 2021 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Delegado da Polícia Federal
Conforme a teoria do risco administrativo, uma empresa estatal dotada de personalidade jurídica de
direito privado que exerça atividade econômica responderá objetivamente pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, resguardado o direito de regresso contra o causador do
dano.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito ERRADO
De maneira resumida:

MUDE SUA VIDA!


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Quem responde OBJETIVAMENTE:


Administração direta, as autarquias e as fundações de direito
publico, independentemente da atividade que realizam;
Empresas públicas, as sociedade de economia mista, QUANDO forem
prestadoras de serviço público;
Delegatárias de serviço público.
Quem responde SUBJETIVAMENTE:
Empresas publicas e sociedade de economia mista, QUANDO exploradora de
atividade econômica.

26. Ano: 2021 Banca: Cebraspe Órgão: PF-MJ Prova: Delegado da Polícia
Federal
O Poder Judiciário pode revogar atos praticados pelo Poder Executivo eivados de
ilegalidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gabarito ERRADO
NÃO SE REVOGA ATO ILEGAL !
Anulação - Recai sobre atos ilegais de efeitos insanáveis = ex-tunc
Revogação - Recai sobre atos legais , mas inoportunos ou
Inconvenientes = efeitos = Ex- Nunc
Convalidação - Recai sobre atos Ilegais de efeitos sanáveis ( FO/CO - Forma
/ Competência ) = Ex- Tunc
OBS: JUDICIÁRIO SÓ REVOGA ATOS EM FUNÇÃO ATÍPICA DE ADM E
PRATICADOS POR ELE MESMO.
A questão cria uma confusão entre a revogação de atos administrativos e a
anulação de atos administrativos.

A revogação de atos administrativos é forma de extinção do ato pela qual a


própria Administração Pública por razões de oportunidade e conveniência
extingue o ato administrativo, devendo respeitar os direitos adquiridos durante a
vigência do ato. A revogação de ato administrativo, portanto, é a extinção de ato
lícito por ato da própria Administração Pública.

A anulação de ato administrativo é a extinção de ato administrativa em


decorrência de o ato possuir algum vício de legalidade. A Administração Pública
pode anular seus próprios atos. Além disso, o Poder Judiciário pode anular atos
administrativos quando eivados de ilegalidade.

O Poder Judiciário, contudo, não pode revogar atos da Administração Pública, já que
não cabe ao Judiciário extinguir atos administrativos por motivos de oportunidade e
conveniência. O Poder Judiciário tão somente pode anular atos
administrativos quando estes contêm vícios de legalidade.
meses;

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27. Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: PMERJ Prova: Aspirante da Polícia Militar
Com base em lei estadual, o Estado Beta publicou em seu site oficial na internet, em
aba própria sobre transparência, os nomes de seus servidores e do valor dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. Inconformado, o Policial Militar
Antônio impetrou mandado de segurança, pleiteando a imediata retirada de seu nome
do sítio eletrônico. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre
o tema, a ordem deve ser
(A) concedida, diante da patente violação aos direitos fundamentais à privacidade e à
intimidade.
(B) concedida, diante da patente violação ao direito fundamental à segurança de
servidor público policial.
(C) concedida, diante da ausência de autorização expressa do servidor e por violação
ao seu sigilo bancário.
(D) denegada, pois a publicação é legítima e está acobertada pelo direito à informação
da coletividade.
(E) denegada, pois os servidores públicos não gozam da prerrogativa do sigilo
bancário pela supremacia do interesse público.

Gabarito D
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o
tema: é legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, do nome de servidores e dos valores dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias.
Complementando:
Não há ofensa ao princípio da legalidade na medida em que a divulgação
da remuneração dos servidores públicos teve como fundamento o caput do art.
37 da CF e os princípios constitucionais da publicidade e da transparência;
A divulgação dos valores não viola a intimidade, a vida privada, uma vez
que já são públicos (art. 37, X), sendo que a publicidade dos atos relacionados
ao servidor público é pressuposto de sua validade e eficácia.
As informações relativas aos gastos com servidores estão reunidas em
linguagem clara e de fácil acesso no Portal da Transparência, permitindo melhor
controle social, sendo que a restrição ao acesso à informação somente poderia
ser admitida nos casos em que envolvam dados pessoais ou imprescindíveis à
segurança da sociedade e do Estado, o que não é o caso da remuneração paga
ao servidor público.

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