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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA.

Cargo: JUIZ SUBSTITUTO DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DE SANTA CATARINA. Aplicação: 28/04/2019.
QUESTÃO 91 No âmbito do direito administrativo, segundo a doutrina majoritária, a
autoexecutoriedade dos atos administrativos é caracterizada pela possibilidade de a
administração pública
A anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, sem necessidade
de controle judicial. Poder de autotutela
B assegurar a veracidade dos fatos indicados em suas certidões, seus atestados e suas
declarações, o que afasta o controle judicial. Presunção de veracidade
C impor os atos administrativos a terceiros, independentemente de sua concordância, por
meio de ato judicial. Imperatividade, por meios próprios
D executar suas decisões por meios coercitivos próprios, sem a necessidade da interferência
do Poder Judiciário. 91=D Certo.
E executar ato administrativo por meios coercitivos próprios, o que afasta o controle judicial
posterior.

QUESTÃO 92 Um bem imóvel, que foi adquirido pela administração pública em decorrência de
procedimento judicial, deverá ser alienado. Nessa situação, à luz da Lei n.º 8.666/1993, as
modalidades de licitação que podem ser adotadas pela administração pública para alienação
do referido bem são
A concorrência e leilão. 92=A art. 17 I + art. 19 III Lei 8.666/1993
B concorrência e convite.
C leilão e pregão.
D convite e tomada de preço.
E tomada de preço e pregão.

QUESTÃO 93 De acordo com a Lei n.º 8.987/1995 — que dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal —, na
hipótese de concessão de serviço público precedida de execução de obra pública,
A a subconcessão é juridicamente possível, situação que dispensa a realização de concorrência
para a sua outorga. Será precedida de concorrência, art. 26 § 10
B a concessionária não poderá contratar terceiros para o desenvolvimento de atividades
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido. Poderá.10 do art. 25.
C o julgamento da licitação deverá ser feito exclusivamente de acordo com o critério do menor
valor da tarifa do serviço público a ser prestado. Pode ser menor valor tarifa, maior oferta,
combinação dos dois, melhor proposta técnica, melhor oferta de pagamento pela outorga.
art. 15
D a concessão poderá ser feita a pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para o seu
desempenho e a obra deverá ser realizada por conta e risco da concessionária. A permissão
pode ser pessoa física ou jurídica a concessão só pessoa jurídica, art. 20 II e IV
E o investimento da concessionária será remunerado e amortizado mediante a exploração do
serviço ou da obra por prazo determinado. 93=E. Art. 20 III

QUESTÃO 95 A alteração unilateral de contrato administrativo pela administração pública


poderá
A ser qualitativa, se houver necessidade de modificar o projeto ou as especificações, ou
quantitativa, se for necessária a modificação do valor em razão de acréscimo ou diminuição do
seu objeto. 95=A. certo.
B ocorrer normalmente, desde que sejam atendidos os limites legais, mas não deverá servir
para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. § 60 art. 65 da Lei 8.666/1993
C ocorrer comumente, porque é aceita pela doutrina e pela jurisprudência pátria, embora não
esteja prevista expressamente na legislação aplicável. Há previsão art. 65 I Lei 8.666/1993
D ser unicamente quantitativa, não sendo possível que o poder público diminua o montante
contratual a valor inferior ao que foi acordado na licitação. Art. 65 I “b” da Lei 8.666/1993
E implicar na modificação do regime de execução da obra ou do serviço ou na substituição da
garantia de execução. Nesta situação a rescisão é por acordo das partes. Art. 65 II “b” lei
8.666/1993

QUESTÃO 96 De acordo com o entendimento majoritário e atual do STJ, a responsabilidade


civil do Estado por condutas omissivas é
A objetiva, bastando que sejam comprovadas a existência do dano, efetivo ou presumido, e a
existência de nexo causal entre conduta e dano.
B objetiva, bastando a comprovação da culpa in vigilando e do dano efetivo.
C subjetiva, sendo necessário comprovar negligência na atuação estatal, o dano causado e o
nexo causal entre ambos. 96=C. Certo. Informativo jurisprudência 0437 de 04/06/2010.
AgRg no AREsp 501507/RJ,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 27/05/2014,DJE 02/06/2014
REsp 1230155/PR,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em 05/09/2013,DJE 17/09/2013
AgRg no AREsp 118756/RS,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julgado em 07/08/2012,DJE 22/08/2012
REsp 888420/MG,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 07/05/2009,DJE 27/05/2009
AgRg no Ag 1014339/MS,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,Julgado em 21/08/2008,DJE 24/09/2008

D subjetiva, sendo necessário comprovar a existência de dolo e dano, mas sendo dispensada a
verificação da existência de nexo causal entre ambos.
E objetiva, bastando que seja comprovada a negligência estatal no dever de vigilância,
admitindo-se, assim, a responsabilização por dano efetivo ou presumido.

QUESTÃO 97 Um empregado de empresa contratada pelo poder público para prestar serviços
ligados à atividade-fim do órgão contratante comprovou, em demanda trabalhista, o
inadimplemento da empresa em relação ao pagamento de suas verbas rescisórias. Nessa ação,
foi reconhecida a existência da dívida trabalhista. Com referência a essa situação, assinale a
opção correta a partir do entendimento majoritário e atual do STF.
A O Estado possui culpa presumida e responde solidariamente pelos encargos trabalhistas
inadimplidos, visto que a terceirização da atividade-fim constitui ato ilícito. Não possui.
B O Estado possui responsabilidade solidária e de aplicação automática com relação às dívidas
trabalhistas da empresa contratada. A responsabilidade é subsidiária, em caso sua atuação não
fiscalizou a empresa
C O Estado possui responsabilidade subsidiária, a qual independe de culpa, sendo suficiente a
comprovação de que não foi possível realizar a cobrança em desfavor da empresa
inadimplente.
D A responsabilidade pelo pagamento das dívidas trabalhistas não é transferida
automaticamente da empresa contratada para o poder público, seja em caráter solidário ou
subsidiário. 97=D. Certo.
E A responsabilidade pelo pagamento das dívidas trabalhistas é transferida automaticamente
da empresa contratada para o poder público, sendo suficiente, para tanto, a comprovação da
inadimplência do empregador.

QUESTÃO 98 Segundo entendimento do STJ, para a aplicação da teoria da encampação em


mandado de segurança, é suficiente que se demonstrem nos autos, cumulativamente,
A a existência das informações prestadas pelo órgão de representação judicial, a manifestação
a respeito do mérito nas informações prestadas e a ausência de modificação de competência
estabelecida na Constituição Federal.
B o vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou as informações e a que ordenou a
prática do ato impugnado, a manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas e a
ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal. 98=B. Certo.
Súmula 628 do STJ
C a manifestação do órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada e as
informações prestadas pela autoridade indicada como coautora.
D o vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática
do ato impugnado e a não configuração de qualquer das hipóteses de incompetência absoluta
estabelecidas na Constituição Federal.
E a manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas nos autos e a não
configuração de qualquer das hipóteses de incompetência absoluta estabelecidas na
Constituição Federal.

QUESTÃO 99 As ilhas costeiras são bens públicos que pertencem


A aos estados, no caso de ilhas situadas nas águas interiores e na zona contígua, até o limite
interior da plataforma continental, ou à União, no caso de ilhas situadas na plataforma
continental.
B à União, com exceção das ilhas que contenham as sedes de capitais ou que possuam
unidades de conservação estadual ou municipal. Sede de municípios e as que pertencem aos
estados
C à União, ressalvadas as ilhas que contenham a sede de municípios, que podem ter áreas sob
domínio municipal ou particular, e as áreas sob o domínio dos estados. 99=C. Certo. Art. 20 Iv e
art. 26 II CF/88
D aos municípios, no caso de ilhas situadas aquém das águas interiores, ou aos estados, no
caso de ilhas situadas nas águas interiores até o fim da zona contígua.
E aos estados, salvo as que contenham a sede de municípios, as áreas afetadas ao serviço
público dos demais entes e as unidades ambientais federais. A União

QUESTÃO 100 A respeito de organizações sociais, assinale a opção correta considerando o


entendimento do STF em sede de controle concentrado.
A É inconstitucional a previsão legal de cessão de servidor público a organização social: essa
hipótese configura desvio de função. Art. 14 § 10 da Lei 9.637/1998
B O contrato de gestão não configura hipótese de convênio, uma vez que prevê negócio
jurídico de natureza comutativa e se submete ao mesmo regime jurídico dos contratos
administrativos. Tem natureza típica de convênio. Informativo 628 do STF. Processo AI 400336
do STF
C As organizações sociais, por integrarem o terceiro setor, integram a administração pública,
razão pela qual devem submeter-se, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar.
“...As organizações sociais, como já dito, não fazem parte da Administração Pública Indireta, figurando no Terceiro Setor.
Possuem, com efeito, natureza jurídica de direito privado (Lei nº 9.637/98, art. 1º, caput), sem que sequer estejam sujeitas a um
vínculo de controle jurídico exercido pela Administração Pública em suas decisões. Não são, portanto, parte do conceito
constitucional de Administração Pública (JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo, Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2010,
p. 293.)... não incide o dever constitucional de licitar pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e pela inexistência
de qualquer competição, já que todos os interessados podem alcançar o mesmo objetivo, de modo includente, e não
excludente...” Informativo 628 do STF

D O indeferimento do requerimento de qualificação da organização social deve ser pautado


pela publicidade, transparência e motivação, mas não precisa observar critérios objetivos,
devendo ser respeitada a ampla margem de discricionariedade do Poder Público.
Deste modo, a qualificação, que, como dito, caberia em tese a qualquer interessado, só pode ser indeferida por critérios
comprovadamente objetivos e impessoais, fixados em harmonia com o que prega o art. 20 da Lei, cuja configuração in concreto
seja demonstrada por razões fundamentadas nos autos de processo administrativo, preservando-se, assim, o alerta do
Procurador-Geral da República no sentido de que o procedimento de qualificação “deve atender a juízos racionais do
agente público” (fls. 447). É este o conceito de discricionariedade que, in casu, deve ser extraído da Constituição, sem que de
qualquer forma se configure, por essa linha, violação aos princípios da isonomia, da impessoalidade e da moralidade, justamente
as bases axiológicas da regra constitucional da licitação. Portanto, não há violação à Constituição pela ausência de licitação no
procedimento de qualificação, já que se trata, materialmente, de atividade de credenciamento, a ser conduzido sempre com a
observância dos princípios constitucionais que regem a Administração Pública. Informativo 628 do STF

E A qualificação da entidade como organização social configura hipótese de simples


credenciamento, o qual não exige licitação em razão da ausência de competição. 100=E. Certo.
PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – CLASSE A – Padrão I, CESPE 2018, nível
superior
DIREITO ADMINISTRATIVO
QUESTÃO 1
Determinada autarquia federal publicou edital de licitação para contratação de serviços de
limpeza nas instalações da sua sede. No referido edital, consta a exigência de que a licitante
vencedora contrate um percentual mínimo de mão de obra egressa do sistema prisional, com
a finalidade de ressocialização. Nesse caso, a exigência constante do certame é
A legal, devendo ser observada a forma estabelecida em regulamento. 1= a, § 5 do art. 40 Lei
8.666/1993
B inconstitucional, por ofensa ao princípio da isonomia.
C legal, mas contrária ao princípio da vantajosidade da contratação do serviço.
D ilegal, por restringir o caráter competitivo da licitação.
E legal, independentemente da sua previsão em regulamento.

QUESTÃO 2
Acerca de organização administrativa, órgãos e pessoas jurídicas que a compõem, assinale a
opção correta.
A Na desconcentração, órgão integrante da estrutura de determinada autarquia exerce
atividades administrativas sem controle hierárquico. Na desconcentração há uma distribuição
de competências dentro da mesma pessoa jurídica, as atribuições administrativas são
outorgadas aos vários órgãos que compõem a hierarquia, criando relação de coordenação e
subordinação entre uns e outros
B Situação hipotética: Determinado estado da Federação, para aprovação pelo Poder
Legislativo, encaminhou projeto de lei que regulamenta instituição de autarquia e alterações
orçamentárias e administrativas de determinada secretaria. Assertiva: Nessa situação, esse
projeto de lei, apesar de multitemático, deverá ser aprovado à luz do princípio da reserva
legal. Da legalidade= significa a submissão e o respeito à lei,quando a CF/88 outorga ao poder
legislativo poder amplo e geral para atuar sobre qualquer espécie (matéria) de relações tipos
de atos normativos; enquanto reserva legal consiste em estatuir que a regulamentação de
determinadas matérias tem que ser realizada por lei, ou seja quando a CF/88 reserva conteúdo
específico, caso a caso, à lei.
C Agências reguladoras são instituídas para disciplinar e fiscalizar a prestação de serviços
públicos e, apesar de deterem poder normativo, não dispõem de legitimidade para impor
sanções.Para Maria Sylvia Zanella di Pietro as agências no Brasil vêm sendo instituídas em
grande quantidade e vêm exercendo função reguladora, o que abrange competência
normativa (limitada pelo princípio da legalidade), polícia administrativa, resolução de conflitos,
embora sem força de coisa julgada
D Fundação vinculada a partido político e voltada para fomento ao desenvolvimento
econômico e social não poderá ser classificada como organização da sociedade civil de
interesse público. 2=D, art. 2 IV da Lei 9.790/1999
E Os serviços sociais autônomos são criados mediante autorização legislativa, têm como
destinação a prestação de serviços públicos sem fins lucrativos e são executados por
pessoas jurídicas de direito privado. Criado por lei, arcam com a sua manutenção mediante
contribuições compulsórias,

QUESTÃO 3
A respeito de atos administrativos, controle da administração pública, e improbidade
administrativa, assinale a opção correta, considerando o entendimento dos tribunais
superiores.
A Para o STJ, nos processos relativos a improbidade administrativa, a demonstração de indícios
razoáveis da autoria e da prática de atos ímprobos não basta para que se determine o
recebimento da petição inicial, em obediência ao princípio do in dubio pro reo. A presença de
indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento fundamentado da petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º,
8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro societate. Jurisprudencia em tese
edição 38 Improbidade Administrativa I STJ
B A revogação de ato administrativo é fundada em razões de interesse público —
conveniência e oportunidade —, podendo ser efetivada pelo Poder Judiciário no exercício de
sua função típica. A revogação é privativa da Administração, porque os seus fundamentos – oportunidade e conveniência –
são vedados à apreciação do Poder judiciário
C Para o STF, é inconstitucional lei estadual que imponha a análise de validade prévia de
contratos administrativos pela corte de contas local. 3=C; O art. 71 da Constituição não insere na
competência do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo
poder público. Atividade que se insere no acervo de competência da função executiva. É inconstitucional norma local
que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com
o poder público.[ADI 916, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-2-2009, P, DJE de 6-3-2009.]
D Situação hipotética: Particulares foram beneficiários de transferências bancárias de um
município sem comprovar a prestação de serviços à prefeitura. Assertiva: Nessa situação,
para o STJ, em eventual ação de improbidade administrativa na qual o município figure como
autor, e os particulares, como réus, o processo poderá ser extinto, se firmado um acordo
compensatório. Não poderá, § 1 do art. 17 da Lei 8.429/1992, A jurisprudência do STJ aplicável
a lei 8.429/1992, lei especial que prevalece sob norma geral, que veda expressamente a
possibilidade de transação, acordo ou conciliação nos processos que tramitam sob sua égide,
para casos que tratam de ação de improbidade administrativa, cujo interesse público tutelado
é de natureza indisponível (réus) não tem o condão de conduzir à extinção do feito. (REsp
1.217/554/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, segunda turma, DJe 22/08/2013)
E O Tribunal de Contas da União tem competência para realizar o controle dos Poderes
Legislativo e Executivo, quanto à utilização de recursos públicos, mas não do Poder Judiciário,
cujo órgão de controle é o Conselho Nacional de Justiça. “...a interpretação deste inciso II do art. 71 deve
ser feita em consonância com o disposto no art. 70 e seu parágrafo único da Constituição, atribuindo-se a competência
do TCU quando houver, especificamente, responsabilidade de administradores e responsáveis dos órgãos da
administração pública, direta e indireta, no âmbito da utilização de recursos públicos federais. (...) a questão aqui não
diz com a delimitação sobre a abrangência, objetiva e subjetiva, da competência fiscalizatória do TCU, relativamente
aos órgãos, entidades, sociedades ou recursos da União, mas sim com matéria estritamente federativa, porque não se
pode anuir com a adoção de medidas invasivas (...) da União sobre órgãos, entidades ou sociedades sob o controle de
poder público estadual ou municipal (...).[MS 24.423, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-9-2008, P, DJE de 20-2-
2009.]

QUESTÃO 4
Considerando o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta, no que diz
respeito a agentes públicos.
A Para o STJ, em processo disciplinar que apure infração administrativa que configura ação
penal, o prazo prescricional será determinado pela pena em abstrato cominada na condenação
penal transitada em julgado. As instâncias administrativas e penal são independentes + o prazo da prescrição no âmbito
administrativo disciplinar, havendo sentença penal condenatória, deve ser computado pela pena em concreto aplicada na esfera
penal. Jurisprudencia em tese, edição 1 processo administrativo disciplinar – I
B Para o STJ, é vedado a banca examinadora de concurso público exigir em questão da prova
conhecimento de legislação superveniente à publicação do edital. É cabível a exigência, pela
banca examinadora de concurso público, de legislação superveniente à publicação do edital,
quando estiver de acordo com as matérias declinadas no edital de abertura. RMS 33.191
C Para o STF, não será devido o abono de permanência ao policial civil que permanecer em
atividade após o preenchimento dos requisitos para a concessão da aposentadoria voluntária
especial. ARE 954.408 o STF reconheceu a repercussão geral e reafirmou jurisprudência da corte no sentido de assegurar aos
servidores públicos abrangidos pela aposentadoria especial o direito a receber o abono de permanência.
D Para o STJ, candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas ofertadas em
edital terá direito subjetivo à nomeação caso comprove o surgimento de vagas durante a
validade do certame. Os candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital não possuem direito subjetivo
à nomeação, mesmo que surjam novas vagas no período de validade do concurso. Acórdãos MS 020079/DF,Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado em 09/04/2014,DJE 14/04/2014 MS 017886/DF,Rel. Ministra ELIANA CALMON,
PRIMEIRA SEÇÃO,Julgado em 11/09/2013,DJE 14/10/2013 AgRg no AgRg no REsp 778118/MG,Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA
TURMA,Julgado em 18/12/2012,DJE 15/02/2013
E Para o STF, processo administrativo disciplinar é válido mesmo quando a defesa técnica da
parte não é efetivada por advogado, desde que assegurados a ampla defesa e o contraditório.
Súmula vinculante 5 do STF + precedente: Na espécie, o único elemento apontado pelo acórdão recorrido
como incompatível com o direito de ampla defesa consiste na ausência de defesa técnica na instrução do processo
administrativo disciplinar em questão. Ora, se devidamente garantido o direito (i) à informação, (ii) à manifestação e
(iii) à consideração dos argumentos manifestados, a ampla defesa foi exercida em sua plenitude, inexistindo ofensa ao
art. 5º, LV, da CF/1988. (...) Por si só, a ausência de advogado constituído ou de defensor dativo com habilitação não
importa nulidade de processo administrativo disciplinar (...). Ressalte-se que, mesmo em determinados processos
judiciais — como no habeas corpus, na revisão criminal, em causas da Justiça Trabalhista e dos Juizados Especiais —,
esta Corte assentou a possibilidade de dispensa da presença de advogado. (...) Nesses pronunciamentos, o Tribunal
reafirmou que a disposição do art. 133 da CF/1988 não é absoluta, tendo em vista que a própria Carta Maior confere o
direito de postular em juízo a outras pessoas. [RE 434.059, voto do rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 7-5-
2008, DJE 172 de 12-9-2008.]

QUESTÃO 5
Prédio sede de prefeitura, creches municipais e postos de saúde são bens
A de uso especial, pois são destinados a uma finalidade pública específica. 5=A art. 99 II do
Código Civil
B dominicais e dependem de autorização específica para o seu uso.
C públicos destinados à prestação de serviços ou à realização de atividade econômica.
D de uso comum do povo e destinados ao uso livre e gratuito da população.
E insuscetíveis de alienação.

QUESTÃO 6
Com relação a princípios da administração pública, regime jurídico-administrativo e serviços
públicos, assinale a opção correta.
A A vedação ao nepotismo é regra que alcança os cargos de provimento efetivo, em comissão,
as funções gratificadas e os cargos de direção e assessoramento. Art. 4 I decreto 7.203/2010
B Independe de contrapartida do beneficiário, em bens ou serviços, a concessão de patrocínio
a evento cultural privado. Depende, art. 7 decreto 1.494 de 1995
C Serviços públicos uti universi são gerais, caracterizados por sua indivisibilidade, remunerados
pela cobrança de taxa e oferecidos após a celebração de contrato de concessão. Serviços UTI
universi são prestados à coletividade, mas usufruídos apenas indiretamente pelo indivíduos.
Súmula vinculante 41 (conversão da súmula 670) “o serviço de iluminação pública não pode
ser remunerado mediante taxa”
D Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que autorize a suspensão temporária do
pagamento das tarifas de energia a determinada sociedade de economia mista fornecedora do
serviço mediante concessão da União. 6=D Concessão de serviços públicos. Invasão, pelo Estado-membro, da
esfera de competência da União e dos Municípios. (…) Os Estados-membros – que não podem interferir na esfera das relações
jurídico-contratuais estabelecidas entre o poder concedente (quando este for a União Federal ou o Município) e as empresas
concessionárias – também não dispõem de competência para modificar ou alterar as condições, que, previstas na licitação,
acham-se formalmente estipuladas no contrato de concessão celebrado pela União (energia elétrica – CF, art. 21, XII, b) e pelo
Município (fornecimento de água – CF, art. 30, I e V), de um lado, com as concessionárias, de outro, notadamente se essa
ingerência normativa, ao determinar a suspensão temporária do pagamento das tarifas devidas pela prestação dos serviços
concedidos (serviços de energia elétrica, sob regime de concessão federal, e serviços de esgoto e abastecimento de água, sob
regime de concessão municipal), afetar o equilíbrio financeiro resultante dessa relação jurídico-contratual de direito
administrativo. [ADI 2.337 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-2-2002, P, DJ de 21-6-2002.] = ADI 2.340, rel. min. Ricardo
Lewandowski, j. 6-3-2013, P, DJE de 10-5-2013.
E A prestação de serviço público pode ser delegada a particulares mediante contrato de
concessão ou ato administrativo de permissão, incidindo as regras de direito público
exclusivamente sobre as concessões. As regras gerais de direito público incide sobre
concessão, permissão e autorização

QUESTÃO 7 *questão anulada


No que se refere à intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta.
A De acordo com o STJ, urgência em imissão provisória de posse não justifica o deferimento da
referida imissão sem a avaliação prévia ou a indenização integral. Para o STJ sim, mas o STF
editou súmula 652 que afasta este entendimento “Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do
Decreto-lei 3365/1941 (Lei da desapropriação por utilidade pública).”
B Para o STF, é constitucional lei estadual que permita à administração pública utilizar, em
determinados serviços, veículos particulares apreendidos, criando-se uma hipótese similar à
requisição administrativa. É inconstitucional, ADI 3639/2004
C Para o STF, no processo administrativo de tombamento, deve-se observar o rito
procedimental previsto na lei de processo administrativo federal, que impõe a realização
prévia de audiências e consultas públicas. É uma opção, uma faculdade do poder público. Ação
Cível Originária 1966/2012 “A respeito da argumentação relativa à necessidade de observância do rito
procedimental previsto pela Lei 9.784/1999 no processo administrativo de tombamento, o ministro explicou que
a imposição de realização prévia de audiências e consultas públicas exigidas pela norma não tem aplicabilidade
no caso dos autos, uma vez que o instituto do tombamento é regrado pelo Decreto-Lei 25/1937. “Ainda que
assim não fosse, além de o decreto-lei não prever a realização de consultas e audiências públicas, a Lei
9.784/1999 trata sua realização como faculdade do poder público, não criando qualquer tipo de obrigação”,
D Para o STJ, na hipótese de imóvel improdutivo ser objeto de desapropriação por interesse
social, para fins de reforma agrária, serão devidos juros compensatórios ao expropriado
pela imissão provisória e antecipada na posse do bem. Para o STF Superação da Súmula 345 do
Supremo Tribunal Federal. Desapropriação. - Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os juros
compensatórios são devidos desde a ocupação do imóvel, não mais prevalecendo o princípio enunciado na
Súmula 345. - Poderá apurar-se, em execução, a data da efetiva ocupação. - Recurso extraordinário conhecido e
provido. [RE 74.803, rel. min. Eloy da Rocha, 1ª T, j. 21-10-1975, DJ de 4-3-1977.]
Embargos de Divergência. Divergência caracterizada, unicamente quanto aos juros compensatórios,na chamada
desapropriação indireta. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já se firmou no sentido de que tais juros são
devidos desde a ocupação, ainda que a perícia haja atribuído valor atual ao imóvel, não mais prevalecendo o
princípio enunciado na Súmula 345. Embargos conhecidos e recebidos, em parte. [RE 66.104 EDv, rel. min. Eloy da
Rocha, P, j. 3-6-1971, DJ de 3-9-1971.] e para STJ devem fluir desde a imissão na posse do imóvel expropriado ou
apossamento administrativo.
E Para o STF, restrição ao direito de construir advinda de limitação administrativa resulta, para
o proprietário, direito a indenização, ainda que a restrição seja preexistente à aquisição
da propriedade e seja de conhecimento do proprietário. Desde que não fosse preexistente: Se
a restrição ao direito de construir advinda da limitação administrativa causa aniquilamento da propriedade privada,
resulta, em favor do proprietário, o direito à indenização. Todavia, o direito de edificar é relativo, dado que condicionado
à função social da propriedade. Se as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistiam à aquisição do
terreno, assim já do conhecimento dos adquirentes, não podem estes, com base em tais restrições, pedir indenização
ao poder público. [RE 140.436, rel. min. Carlos Velloso, j. 25-5-1999, 2ª T, DJ de 6-8-1999.] = AI 526.272 AgR, rel.
min. Ellen Gracie, j. 1º-2-2011, 2ª T, DJE de 22-2-2011

QUESTÃO 8
Acerca do processo administrativo, dos poderes-deveres da administração e do abuso de
poder, assinale a opção correta, com base na Lei n.º 9.784/1999, na doutrina e na
jurisprudência dos tribunais superiores.
A A Lei n.º 9.784/1999 trata de normas gerais do processo administrativo aplicáveis ao Poder
Executivo federal, não vinculando estados, municípios e Poderes Legislativo e Judiciário
quando do exercício de função administrativa. Art. 1 da Lei 9.784/1999
B Autoridade competente para apreciar recursos administrativos poderá, em seu período de
férias, delegar essa atribuição ao órgão colegiado hierarquicamente superior, em atenção aos
princípios da eficiência e da impessoalidade. Não poderá, art. 11 e 12 + art. 13 II da Lei
9.784/199
C Autoridade competente agirá com excesso de poder caso pratique ato administrativo com
finalidade diversa do interesse público. Desvio de poder é vício quanto à finalidade diversa da
que decorre implícita ou explicitamente da lei; excesso de poder quando o agente público
exorbita de suas atribuições. O abuso de poder divide em excesso de poder e desvio de poder.
D O poder disciplinar, exercido quando um servidor comete falta funcional, é discricionário não
só quanto à obrigatoriedade de punição, mas também quanto à seleção e à aplicação da
sanção. O poder disciplinar é discricionário. Mas esta discricionariedade não abrange a escolha
de conhecendo a falta praticada, tem necessariamente que instaurar o procedimento
adequado para sua apuração, se for o caso aplicar pena cabível, é nesta situação que ocorre a
discricionariedade que permite a escolha de enquadrar os casos concretos em uma ou outra
infração.
E Para o STJ, é possível a delegação de atos de fiscalização de sociedade de economia mista,
mas não a delegação de atos de imposição de sanções a essas entidades. STF ADI 1.717 o
poder de polícia no que concerne o ato de aplicar sanção ou aqueles decorrentes do poder de
império, não podem ser delgado a entidades privadas, é possível a delegação de atividades
meramente instrumentais e fiscalizatórias. STJ as fases de “ordem de polícia” e “sanção de
polícia” não podem ser objeto de delegação, por serem coercitiva e sancionatória

QUESTÃO 9
Uma entidade privada sem fins lucrativos sediada em determinado município propôs a esse
município uma parceria, sem transferência de recursos financeiros, destinada a conscientizar
os cidadãos sobre a importância de inserir pessoas com deficiência no
mercado de trabalho local. O gestor público responsável
demonstrou interesse na consolidação de parceria entre o município
e a entidade, e consultou a procuradoria do município acerca do
instrumento jurídico para formalizar o ato.
Nessa situação hipotética, o instrumento jurídico correto a ser
adotado, conforme a Lei n.º 13.019/2014, é o
A termo de colaboração. Art. 2 inciso VII envolve transferência de recurso financeiro, é
proposta pela administração pública
B termo de fomento. Art. 2 inciso VIII envolve transferência de recursos financeiro, é proposta
pela sociedade civil
C acordo de cooperação. 9=C Art. 2 VIII-A não envolve transferência de recurso financeiro
D convênio. Forma de ajuste entre o Poder Público e entidades públicas ou privadas para a
realização de objetivos de interesse comum, mediante mútua colaboração.
E termo de execução descentralizada.
Diferenciação: 1. Acordo de Cooperação Técnica: O acordo de cooperação é um instrumento
formal utilizado por entes públicos para se estabelecer um vínculo cooperativo ou de parceria
entre si ou, ainda, com entidades privadas, que tenham interesses e condições recíprocas ou
equivalentes, de modo a realizar um propósito comum, voltado ao interesse público.
Normalmente, as duas partes fornecem, cada uma, a sua parcela de conhecimento,
equipamento, ou até mesmo uma equipe, para que seja alcançado o objetivo acordado, não
havendo, contudo, nenhum tipo de repasse financeiro. É comum que esse tipo de cooperação
ocorra nos campos técnicos e científicos, com cada partícipe realizando as atividades que
foram propostas por meio de seus próprios recursos (conhecimento, técnicas, bens e
pessoal). O acordo de cooperação técnica se diferencia de convênios, contratos de repasse e
termos de execução descentralizada pelo simples fato de não existir a possibilidade de
transferência de recursos. 2. Acordo de Cooperação: O Acordo de Cooperação é um
instrumento formal utilizado por entes públicos para se estabelecer um vínculo cooperativo ou
de parceria entre si ou, ainda, com entidades privadas, que tenham interesses e condições
recíprocas ou equivalentes, de modo a realizar um propósito comum, voltado ao interesse
público. Podendo haver repasse financeiro. Para o caso do Acordo de Cooperação sugere-se o
refinamento dos objetivos, havendo os mesmos serem descritos com mais riqueza, sendo ali
registrado quanto a classificação de sua natureza, se Ensino, Pesquisa, Extensão ou
Desenvolvimento Institucional tecnológico ou científico. Registre-se que as especificidades a
serem contidas na minuta, inclusive os aspectos complementares, tais como a justificativa, as
mesmas restam a cargo da Administração, especialmente as “FORMAS DE COOPERAÇÃO, razão
pela qual, também para a mesma, indicamos sejam eleitos os mecanismos e os temas de
interesses, de forma a servir de “pano de fundo” para os instrumentos que daí advirão,
correspondentes às suas respectivas classificações (ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional), tais como: a)implementação de projetos conjuntos tais como
(descrever); b)consultas e intercâmbio de informações, documentos e publicações científicas;
trocas de convites para o envio de observadores em reuniões ou conferências realizadas ou
patrocinadas por elas, caso seja de interesse mútuo; c)além dos mecanismos mencionados, os
partícipes poderá realizar a cooperação por meio de instrumentos ou programas específicos;
d) Desta forma, o instrumento a ser firmado deve ser escolhido, em respeito à
discricionariedade, e cabe eleger o melhor instrumento, o que mais se adeque aos seus
interesses.

QUESTÃO 10
A administração pública instaurou processo administrativo contra determinado cidadão, para
apurar suposta irregularidade no uso de área pública verificada por fiscal. No referido
processo, será necessário expedir intimações para o administrado. Considerando essa situação
hipotética, assinale a opção correta, com base apenas nas disposições da Lei n.º 9.784/1999.
A A intimação deverá ser feita com antecedência mínima de cinco dias úteis em relação à data
de comparecimento. 3 dias úteis quanto à data de comparecimento, § 2 do art. 26
B Em caso de desatendimento da intimação, serão presumidas verdadeiras as alegações de
fato formuladas pela administração. Não importa o reconhecimento da verdade dos fatos,
nem a renúncia a direito pelo administrado. Art. 17
C A Lei determina expressamente que as intimações deverão ser realizadas por meio
eletrônico, salvo absoluta impossibilidade. A intimação pode ser efetuada por ciência no
processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure
a certeza da ciência do interessado § 3 do art. 26
D A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas, sob pena de nulidade do ato
intimatório. Não há esta previsão. § 1 do art. 26 inciso I a intimação deverá conter
identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa.
E Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem, para o administrado, em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades. 10=E,
art. 28

QUESTÃO 11
O sistema de registro de preços (SRP) é um conjunto de procedimentos para registro formal de
preços referentes a prestação de serviços e aquisição de bens, com o objetivo de viabilizar
futuras contratações pela administração pública. Acerca desse tema, assinale a opção correta,
considerando as disposições da Lei n.º 8.666/1993 e do Decreto n.º 7.892/2013.
A O SRP configura uma modalidade especial e autônoma de licitação prevista em norma
específica. É organizado mediante procedimento licitatório, art. 2 I decreto 7.892/2013
sistema de registro de preços é o conjunto de procedimento para registro formal de preços
relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras.
B Para a realização do procedimento de registro de preços, é indispensável à administração
indicar no processo a dotação orçamentária, sob pena de nulidade do ato.
C As compras públicas, sempre que possível, serão processadas por meio de SRP. 11=C, art. 15
II Lei 8.666/1993
D A órgãos e entidades da administração pública federal é excepcionalmente permitida a
adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou
estadual, desde que devidamente justificada a vantagem. Cada ente federativo deverá ter o
seu próprio regulamento, sendo possível que, por meio de decreto, optem por adotar as
normas do mesmo regulamento federal
E O prazo máximo de validade da ata de registro de preços será de sessenta meses, já incluídas
nesse prazo eventuais prorrogações legalmente autorizadas. Não superior a 1 ano, art. 12 do
decreto 7.892/2013 não será superior a doze meses.

QUESTÃO 12
Em resposta a consulta sobre a validade de determinado ato administrativo, o procurador
municipal responsável recomendou a nulidade do ato. A respeito dessa situação, assinale a
opção correta.
A Na recomendação, devem estar indicadas, de modo expresso, as consequências jurídicas e
administrativas da decretação do ato de invalidação. 12=A
B Apesar de ter recomendado a nulidade do ato, a procuradoria poderá postular em juízo
autorização para celebração de compromisso, a fim de excluir a responsabilidade pessoal do
agente público por eventual vício no ato, salvo se este tiver sido praticado com
enriquecimento ilícito ou crime. A administração pública tem poder de autotutela sobre os
próprios atos. Súmula 346 e 473 do STF
C A procuradoria deverá encaminhar o processo para apuração de responsabilidade do gestor
que tenha dado causa à nulidade, se este tiver agido com dolo, mas não com culpa.
D A procuradoria, caso verifique que não existem evidências de dano ao erário, deverá
recomendar que o vício seja sanado por meio da convalidação. Poderá, art. 53 + 55 da Lei
9.784/1999 os atos que podem ser convalidados são os que não acarretem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros (nem ao erário) e devem apresentar defeitos sanáveis
E Apesar de ter recomendado a nulidade do ato, a procuradoria poderá indicar ao gestor
municipal a celebração de compromisso de ajustamento com eventuais interessados
atingidos pela nulidade, observada a legislação aplicável, devendo haver prévia oitiva do órgão
fazendário se o ato envolver transação quanto a sanções e créditos tributários já constituídos.

QUESTÃO 13 *questão anulada


Um gestor público consultou a procuradoria municipal acerca da formalização, alteração e
execução de contratos administrativos em que o município é parte. Com fundamento na Lei
n.º 8.666/1993, é correto afirmar que o município poderá
A firmar instrumento contratual nos casos de concorrência e de tomada de preços. A=certo
B dispensar a assinatura de termos de contrato que se enquadrem nas hipóteses de dispensa e
inexigibilidade, ainda que apresentem preços compreendidos nos limites legais de tomada
de preços, facultada sua substituição por instrumentos congêneres. O contrato prevê como
cláusula vinculação ao termo que dispensou ou inexigiu licitação, inciso XI do art. 55 da Lei
8.666/1993
C firmar instrumentos de contrato nos casos de compra com entrega imediata e integral dos
bens adquiridos, salvo se o valor se enquadrar na modalidade de tomada de preços ou
concorrência. Parágrafo único do art. 60 a exceção para contrato verbal são o de pequenas
compras com pronto pagamento na modalidade de convite (valor não superior 80 mil pela lei
8.666/1993 alterado para convite até 176 mil pelo decreto 9.412/2018)
D alterar unilateralmente os contratos, de forma justificada, quando recomendada
tecnicamente a substituição de garantia de execução pelo fiscal do contrato. Por acordo das
partes, art. 65 II “a” lei 8.666/1993
E indicar um representante especialmente designado para fiscalizar os contratos, vedando a
contratação de terceiros para subsidiá-lo com informações inerentes a essa atribuição.
Permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
essa atribuição. Art. 67 da Lei 8.666/1993

QUESTÃO 14
Acerca de comportamentos vedados pela Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta,
considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
A O agente público que se recusar a prestar declaração de bens quando legalmente exigida
pela administração será punido com suspensão. Demissão, § 3 do art. 13 Lei 8.429/1992
B O gestor público será punido se cometer ato de improbidade com o elemento subjetivo da
desonestidade, mas não por mera inabilidade ou culpa.será punido também por culpa Art. 5 +
art. 10 da lei 8.429/1992
C O ato do agente público que acarrete concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário caracterizará improbidade administrativa se houver sido praticado com
dolo, ainda que genérico. 14=C
D A representação por ato de improbidade contra agente público constitui crime na hipótese
de o autor da denúncia supor que o denunciado seja inocente. O sabe inocente, art. 19 da Lei
8.429/1992
E O responsável por ato de improbidade que conceda ou aplique indevidamente benefício
financeiro ou tributário estará sujeito a sanções que devem ser aplicadas necessariamente de
maneira cumulativa.

QUESTÃO 15
Foi encaminhado para análise de determinada procuradoria municipal um edital de pregão
que visa à contratação de empresa especializada na manutenção de veículos do município.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, à luz da Lei n.º 10.520/2002.
A O objeto da contratação não permite a utilização da modalidade licitatória pregão, uma vez
que essa modalidade não se enquadra nas hipóteses de bens e serviços comuns. Enquadra-se.
Art. 1
B A modalidade licitatória pregão poderá ser utilizada, sendo as propostas dos licitantes
válidas por noventa dias para o caso de necessidade de convocação de outro licitante por
recusa de assinatura contratual do vencedor. 60 dia, se outro não estiver fixado no edital, art.
6
C No pregão, a autoridade competente designará o pregoeiro e a respectiva equipe de apoio, a
qual deverá ser integralmente composta por servidores ocupantes de cargo efetivo e
pertencentes ao quadro permanente do órgão. Dentre os servidores do órgão ou entidade
promotora da licitação, art. 3 IV
D No pregão, são permitidos a exigência de garantia da proposta e o pagamento de taxas e
emolumentos, para se resguardar o resultado útil do processo licitatório. São vedada, art. 4 I e
III
E Declarado o resultado do pregão, qualquer licitante poderá manifestar, imediata e
motivadamente, a intenção de recorrer, importando a não manifestação na decadência do
direito de recurso e na adjudicação do objeto da licitação. 15=E art. 4 incisos XVIII e XX
PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – CLASSE A – Padrão I, CESPE 2018, nível
superior
QUESTÃO 37
No que se refere a ação de improbidade administrativa, julgue os itens a seguir.
I Segundo entendimento do STJ, pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de ação de
improbidade administrativa. I=certo REsp 1.038.762/RJ e 970.393/CE decidiu que pessoa
jurídica pode ser sujeito passivo ainda que desacompanhada de seus sócios, lembrando que
não submetem as sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos
previsto na Lei 8.429/1992
II Em ação de improbidade administrativa, embora se admita a concessão de tutela provisória
para o bloqueio de bens, não é possível o afastamento cautelar do agente, o que somente
poderá ocorrer após o trânsito em julgado da sentença que o reconhecer como autor do ato
de improbidade. II= errado, pode, parágrafo único do art. 20 da Lei 8.429/1992
III É imprescritível a pretensão de ressarcimento de danos causados ao erário pela prática de
ato doloso e tipificado na legislação que regula a ação de improbidade administrativa.
III=certo, reconhecimento pelo STF no RE 852475 ações de ressarcimento ao erário por
improbidade administrativa são imprescritíveis.
IV Agentes que pratiquem ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento
ilícito estarão sujeitos às cominações de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a
dez anos. IV= certo, art. 12 I Lei 8.429/1992
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B I e III.
C II e IV.
D I, III e IV. 37=d
E II, III e IV.
Todos os cargos e áreas nível superior FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA NÍVEL
SUPERIOR FUB CESPE 2018 aplicação 16/12/2018
José, servidor público federal estável, praticou, no ano de 2017, ato de improbidade
administrativa no exercício das atribuições de seu cargo, tendo causado prejuízo ao erário. Por
isso, ele respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual teve assegurado o direito à
ampla defesa e ao contraditório. Ao final do processo, José foi demitido e condenado ao
ressarcimento integral do dano causado, nos termos da lei. Nessa situação hipotética, de
acordo com os dispositivos do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, da Lei
n.º 8.429/1992 e os princípios e normas de ética do servidor público,
21 o ato de improbidade praticado por José teve natureza dolosa, uma vez que não se admite
conduta culposa para a configuração de ato administrativo que gere prejuízo ao erário.
21=errado, admite conduta culposa, qualquer ação dolosa ou culposa, art. 10 da Lei
8.429/1992
22 com a demissão de José, ocorreu a vacância do cargo público que ele ocupava, sendo
possível, por interesse da administração, a redistribuição do cargo vago para outro órgão do
mesmo poder. 22=certo
23 José não poderá ser responsabilizado pelo ato de improbidade administrativa que praticou
nas esferas civil e penal, uma vez que já foi apenado administrativamente. 23=errado, poderá
art; 12 “caput”
24 em razão de sua conduta, José atentou contra os princípios da moralidade e da legalidade,
além de não ter cumprido seu dever fundamental de, como servidor público, ser probo, reto,
leal e justo. 24=certo

À luz das Leis n.º 8.666/1993 e n.º 10.520/2002, que dispõem sobre licitações e contratos da
administração pública, julgue os itens a seguir.
25 Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão são modalidades de
licitação. 25=certo
26 No processo licitatório, é vedado que se estabeleça margem de preferência por produto ou
serviço, em respeito ao princípio constitucional da isonomia — igualdade de todos os
participantes. 26=errado, § 5 do art. 3 da Lei 8.666/1193
CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS/ÁREAS DE NÍVEL MÉDIO FUNDAÇÃO
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB CESPE aplicação 16/12/2018

Em 2015, Sara era servidora pública estável de determinado órgão. No ano seguinte, ela foi
aprovada em concurso público para cargo de provimento efetivo de outro órgão público,
nomeada e empossada nesse último cargo, tendo iniciado efetivamente o exercício de suas
funções nesse mesmo ano. Em 2018, Sara foi reprovada em avaliação de desempenho e,
consequentemente, no estágio probatório. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens a
seguir à luz das disposições do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União.

21 Com a reprovação no estágio probatório, Sara poderá ser reconduzida ao primeiro órgão no
qual trabalhou para ocupar o antigo cargo, desde que ele esteja disponível. 21=certo, § 2 do
art. 20 da Lei 8.112/1990

22 Enquanto estava em estágio probatório no segundo órgão no qual trabalhou, Sara não
poderia exercer funções de chefia, direção ou assessoramento. Poderá, § 3 do art. 20 da Lei
8.112/19990
CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS/ÁREAS DE NÍVEL MÉDIO FUNDAÇÃO
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB CESPE aplicação 16/12/2018

As empresas A, B e C participaram de processo licitatório no qual se buscava a contratação de


empresa para executar obra em autarquia de determinado município. Findo o processo de
licitação, de acordo com o procedimento previsto em lei, a empresa A, por ter apresentado
proposta mais vantajosa para a administração, foi contratada para realizar integralmente a
obra, de maneira que todas as etapas, serviços e instalações necessárias ficaram sob sua
responsabilidade, até a entrega final da obra em condições de entrada em operação.

Nessa situação hipotética, de acordo com as disposições da Lei n.º 8.666/1993 — Lei de
Licitações e Contratos —,

25 a empresa A foi contratada para realizar a obra pelo regime de empreitada integral.
25=certo, inciso VIII “e” art. 6 da Lei 8.666/1993

26 a autarquia municipal em questão não tinha a obrigação de submeter as empresas A, B e C


a processo licitatório, uma vez que este é facultativo para contratos celebrados por órgãos da
administração pública indireta. 26=errado, parágrafo único do art. 1 da Lei 8.666/1993

ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB CESPE


aplicação 16/12/2018

Acerca dos princípios fundamentais que regem a administração pública federal, julgue os itens
a seguir.

51 O princípio do planejamento refere-se ao estudo e estabelecimento das diretrizes e metas


que devem orientar a ação governamental, por meio, por exemplo, de programas globais,
setoriais e regionais. 51=Certo

52 O princípio da coordenação objetiva o entrosamento das atividades da administração, a fim


de evitar a duplicidade de atuação, a dispersão de recursos e a divergência de soluções.
52=certo

53 O princípio da delegação de competência objetiva assegurar maior rapidez e objetividade às


decisões, sendo a delegação de caráter facultativo e permanente. 53=errado, a revogação
pode ser revogada.

Com referência às características dos órgãos e das entidades da administração direta e indireta
federal, julgue os seguintes itens.

54 Empresas públicas federais têm personalidade jurídica, não necessitam de lei específica que
autorize sua criação e podem ter patrimônio próprio. 54=errado, necessita, art. 37 XIX CF/88
com art. 5 II Decreto lei 200/1967

55 O Ministério da Educação é um exemplo de órgão componente da administração pública


direta integrado à estrutura administrativa da União. 55=certo

56 Fundações públicas federais são órgãos que possuem personalidade jurídica de direito
público e que realizam, precipuamente, a exploração de atividade econômica. 56=errado, art.
5 IV decreto lei 200/1967 “Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos
ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.”

Julgue os próximos itens, a respeito dos poderes e deveres do administrador público.

57 O poder do administrador público — que constitui, ao mesmo tempo, dever para com a
comunidade — é irrenunciável pelo seu titular. 57=certo, “Deveres do administrador público.
São deveres do administrador público de acordo com a doutrina:
Poder-dever de agir: o poder administrativo conferido a administração para atingir o fim público representa um dever de agir e
uma obrigação do administrador público de atuar em benefício da coletividade e seus indivíduos. E tal poder é irrenunciável (e
devem ser executados pelo titular) e obrigatório. Dever de eficiência: é a necessidade de tornar a atuação do administrador
público mais célere, coordenado e eficiente, ou seja, é o dever de boa administração. Dever de probidade: exige que a atuação do
administrador público seja em consonância com os princípios da moralidade e honestidade administrativa sob pena de serem
aplicadas sanções administrativas, penais e política (art. 37, §4º da CF). Dever de prestar contas: Constitui um dever inerente do
administrador público a prestação de contas referente à gestão dos bens e interesses da coletividade.”
58 O dever de eficiência do administrador público está intrinsecamente relacionado à sua
conduta como elemento necessário à legitimidade de seus atos. 58=errado
59 O dever de prestar contas abrange não apenas os administradores de órgãos e entidades
públicas, mas também os de entes paraestatais. 59=certo

TÉCNICO EM CONTABILIDADE FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB CESPE aplicação


16/12/2018

De acordo com o Decreto n.º 5.450/2005, que regulamenta o pregão, na forma eletrônica,
para a aquisição de bens e serviços comuns, julgue os itens seguintes.

98 Quando o objeto da licitação for a contratação de obras de engenharia, as sociedades de


economia mista não podem fazer uso da modalidade de pregão, na forma eletrônica.
98=certo, art. 6

99 Impugnações e consultas ao edital de licitação na modalidade de pregão, na forma


eletrônica, serão recebidas, examinadas e decididas pelo pregoeiro, que poderá contar com o
apoio da equipe responsável pela elaboração do edital. 99=certo, art. 11 II

100 Será considerado bem comum o bem ou serviço cujos padrões de desempenho e
qualidade não possam ser definidos de forma objetiva no edital, mas cujo preço de mercado
possa ser aferido pela entidade promotora da licitação. 100=errado, possam ser objetivamente
definidos pelo edital, § 1 do art. 2

Com base no Decreto n.º 7.892/2013, que regulamenta o sistema de registro de preços (SRP),
julgue os itens a seguir.

101 No âmbito da administração pública direta federal, o SRP não será adotado nos casos em
que, em função da natureza do objeto de licitação, for impossível estabelecer previamente a
quantidade a ser demandada pela administração. 101=errado, será adotado, art. 3 IV

102 A licitação para registro de preços poderá ser realizada na modalidade de pregão, que
deve ser precedida de ampla pesquisa de mercado. 102=certo, art. 7 “caput”
ADMINISTRADOR, ARQUIVISTA, ENFERMEIRO, MÉDICO ÁREA PSIQUIATRIA, NUTRICIONISTA
HABILITAÇÃO, PSICOLOGO, TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS, INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE IFFluminense CESPE Aplicação: 3/6/2018
nível superior

QUESTÃO 11 Ao instaurar processo administrativo disciplinar ordinário contra servidor público


civil federal, a autoridade competente deve designar, para compor a comissão processante,

A dois servidores estáveis ou não, devendo o presidente ocupar cargo efetivo.

B dois servidores estáveis, devendo o seu presidente ocupar cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

C dois servidores estáveis ou não, devendo o presidente ocupar cargo efetivo superior ou de
mesmo nível ao do indiciado.

D três servidores estáveis ou não, devendo o presidente ocupar cargo efetivo.

E três servidores estáveis, devendo o seu presidente ocupar cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 11=E certo, art.
149 da Lei 8.112/1990

QUESTÃO 12 João, servidor público civil federal, ainda em período de estágio probatório,
sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com sequelas que o levaram à
aposentadoria por invalidez. Três anos depois, a administração pública, por meio da junta
médica oficial, constatou que João teria se reabilitado e que suas sequelas haviam sido
extintas, fatos que ocasionaram a declaração de insubsistência dos motivos da sua
aposentadoria. Nessa situação hipotética, a determinação do retorno ao cargo anteriormente
ocupado por João configura o

(a) A reintegração.

B recondução.

C reversão. 12=C Certo, art. 25 I da Lei 8.112/1990

D reaproveitamento.

E readaptação.

QUESTÃO 13 Servidor público civil federal, estável, de determinado órgão da União, mantém
sob sua chefia imediata seu irmão, que foi nomeado para o exercício de cargo em comissão
nesse mesmo órgão público. Nessa situação hipotética, a conduta do servidor

A é punível com a pena de advertência.

B é punível com a pena de suspensão por até noventa dias. 13=B certo, art. 130 + 132 da Lei
8.112/1990

C é punível com a pena de demissão.


D não é punível porque ele já possui estabilidade.

E não é punível porque não está tipificada na lei de regência.

QUESTÃO 14 Maria, que exerce cargo público de professora da rede estadual de ensino, com
carga horária de quarenta horas semanais, foi aprovada em outro concurso público para
preenchimento de vaga de professora, na qualidade de empregada pública, em uma sociedade
de economia mista federal, com carga horária semanal de trinta horas. Ambas as funções
públicas são remuneradas. Nessa situação hipotética, Maria

A poderá acumular as funções, sem nenhum impedimento.

B poderá acumular as funções, visto que ela tem compatibilidade de horários.

C poderá acumular as funções, porque a vedação constitucional de cumulação não se aplica a


empregos em sociedades de economia mista.

D não poderá acumular as funções, uma vez que tal acúmulo ofende o princípio da moralidade
administrativa.

E não poderá acumular as funções, porque sua jornada de trabalho será superior a sessenta
horas semanais. 14=E certo, tem haver compatibilidade de horário, art. 37 Inciso XVI “a” CF/88

ADMINISTRADOR, ARQUIVISTA, ENFERMEIRO, MÉDICO ÁREA PSIQUIATRIA, NUTRICIONISTA


HABILITAÇÃO, PSICOLOGO, TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS, INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE IFFluminense CESPE Aplicação: 3/6/2018
nível superior

QUESTÃO 19 Para apurar a prática de infração ética imputada a agente público, poderá(ão)
suscitar a atuação da comissão de ética pública qualquer

I cidadão.

II estrangeiro em passagem pelo país.

III agente público.

IV associação de classe.

Assinale a opção correta.

A Apenas o item I está certo.

B Apenas os itens I e III estão certos.

C Apenas os itens II, III e IV estão certos.

D Apenas os itens I, III e IV estão certos. 19=D

E Todos os itens estão certos.


QUESTÃO 20 Servidor público civil federal pretende o deslocamento no âmbito do quadro de
sua carreira, com mudança de sede, para acompanhar sua esposa, servidora pública militar,
que foi deslocada por interesse da administração pública. Nessa situação hipotética, para
acompanhar sua esposa, o servidor deverá

A pedir remoção, pleito que estará a critério da administração pública.

B pedir remoção, pleito que independe do interesse da administração pública. 20=B, art. 36 III
“a” Lei 8.112,1990

C pedir a redistribuição do cargo, pleito que independe do interesse da administração pública.

D aguardar concurso de redistribuição para localidade pretendida, e nele ser aprovado.

E ser removido de ofício, porque não cabe pedido de remoção para cônjuges quando eles têm
regimes jurídicos diferentes.

ADMINISTRADOR INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE


IFFluminense CESPE Aplicação: 3/6/2018

QUESTÃO 29 Considerando que a administração pública é um conjunto de órgãos instituídos


para cumprir os objetivos do governo, assinale a opção correta.

A A administração pública pratica atos de governo com maior ou menor autonomia.

B A descentralização da administração pública corresponde à distribuição de competências


dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da sua organização hierárquica.

C O governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado dispõe para
colocar em prática as políticas públicas. Governo exerce atividades residuais da função
legislativa e judiciária da Administração

D A administração pública tem função exclusivamente administrativa.

E No conceito de administração pública, em sentido formal, estão compreendidos os órgãos e


as entidades que executam atividades administrativas. 29=E

QUESTÃO 30 Os atos da administração pública devem obedecer não somente à lei jurídica,
mas também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da

A finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse próprio.

B moralidade, sendo esta pressuposto de validade de todo ato da administração pública. 30=B

C legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais
e às exigências do bem comum.

D eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resultados positivos


para o serviço público e satisfatório para a coletividade.
E indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos interesses
da coletividade com ética e em obediência à lei.

QUESTÃO 31 De acordo com a Lei n.º 8.666/1993 — Lei de Licitações e Contratos —, é


dispensável a licitação

A nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. 31=A, art. 24 III

B para aquisição, por empresas públicas e autarquias, de bens produzidos por órgãos públicos.
Por pessoa jurídica de direito público interno art. 14 VIII

C para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela
crítica especializada. É inexigível, art. 25 III

D para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor exclusivo. É inexigível, art. 15 I

E se, na modalidade convite, não for alcançado o número mínimo legalmente exigido de
empresas qualificadas no certame. Quando não tiver interessados na licitação anterior, art. 14
V com § 6 do art. 22 “devidamente justificado no processo”

QUESTÃO 32 Para o julgamento e a classificação das propostas no pregão, será adotado o


critério de

A melhor qualidade.

B melhor preço e técnica.

C maior lance.

D menor preço. 32=D art. 4 X da Lei 10.520/2002

E melhor técnica e maior lance.

ADMINISTRADOR INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE


IFFluminense CESPE Aplicação: 3/6/2018

QUESTÃO 48

A licitação de obra de construção de determinado edifício público pode ser realizada sem a
apresentação

A do projeto básico.

B de orçamento detalhado por custo unitário.

C do projeto executivo. 48=C § 1 do art. 7 da Lei 8.666/1993

D de recursos orçamentários suficientes.

E da inclusão do projeto no plano plurianual


REVISOR DE TEXTO BRAILLE, TRADUTOR INTERPRETE DE LINGUAGEM SINAIS, INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE IFFluminense CESPE Aplicação:
3/6/2018 nível superior

QUESTÃO 16

Tendo conhecimento de conduta que esteja em desacordo com as normas éticas pertinentes e
seja praticada por servidor do órgão da administração federal, uma comissão de ética a ser
instalada deverá

A informar, imediatamente, o fato à autoridade máxima do respectivo órgão.

B aplicar a penalidade prevista em lei logo após o devido processo legal.

C permitir vista dos autos ao investigado mesmo antes de ele ser notificado da existência do
procedimento investigatório. 16=C

D pedir autorização à autoridade máxima para requisitar a outro órgão documentos


necessários à apuração do fato violador.

E pedir autorização à autoridade máxima para apor aos autos a chancela de “reservado” até
emitir relatório de conclusão.

QUESTÃO 17

De acordo com as normas de conduta dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas, enseja penalidade de suspensão a

A insubordinação grave em serviço. Pena demissão art. 132 VI lei 8.112/1990

B utilização de pessoal da repartição em atividades particulares. Pena demissão art. 117 XVI
com art. 132 XIII Lei 8.112/1990

C ausência ao dever de diligência no cumprimento de suas atribuições.

D manutenção de cônjuge sob sua chefia imediata. 17=D, art. 130 da Lei 8.112/1990

E cumulação ilegal de cargos públicos. Pena demissão art. 132 XII lei 8.112/1990

QUESTÃO 18 A investidura em cargo público ocorrerá com o(a)

A nomeação.

B posse. 18=B, art. 7 da Lei 8.112/1990

C exercício.

D provimento.

E classificação em todas as etapas do concurso público.

QUESTÃO 19 Constitui indenização ao servidor o(a)


A pagamento de serviço prestado em horário compreendido entre vinte e duas horas de um
dia e cinco horas do dia seguinte. Adicional noturno, art. 75 lei 8.112/1990

B verba paga a servidor que trabalhe habitualmente em local insalubre ou em contato


permanente com substâncias tóxicas, radioativas. Adicional de insalubridade, periculosidade
ou atividades penosas, art. 68 lei 8.112/1990

C verba paga ao servidor que atue como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento
ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal.
Gratificação por encargo de curso ou concurso, art. 76-A I lei 8.112/1990

D pagamento ao servidor de percentual de 1/12 da remuneração a que fizer jus no mês de


dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Gratificação natalina, art. 63 da lei
8.112/1990

E verba destinada a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do


serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
permanente. 19=E, art. 53 da Lei 8.112/1990 “ajuda de custo”

QUESTÃO 20

No caso em que a demissão de servidor público estável for invalidada por sentença judicial,
ocorrerá seu(sua)

A recondução.

B reintegração. 20=B certo

C reaproveitamento.

D reversão.

E regressão.

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: ADMINISTRAÇÃOA EBSERH CESPE 2018 NÍVEL


SUPERIOR

A respeito da evolução da administração pública brasileira, julgue os próximos itens.

41 A nova administração pública se baseia na aplicação do poder racional-legal à gestão


pública, seguindo parâmetros weberianos. 41=Errado, em práticas gerenciais, os parâmetros
weberianos faz parte administração burocrática

42 A profissionalização de cargos públicos foi adotada ainda no modelo de administração


patrimonialista, ao final dos anos 90 do século XIX. 42=errado, na segunda metade do século
XIX

43 Durante o governo de Getúlio Vargas, implementou-se a chamada reforma burocrática, que


buscava fortalecer a meritocracia e a profissionalização na gestão pública. 43=certo
44 Entre os parâmetros norteadores da nova administração pública, destaca-se a adoção de
indicadores de desempenho e de controle dos resultados. 44=certo

45 As primeiras teorias da administração, a exemplo da administração científica, focavam em


delimitar tarefas e garantir sua execução, enquanto abordagens mais complexas, a exemplo da
contingência, focam em elementos ligados ao ambiente de atuação. 45=certo

46 A ênfase em estrutura organizacional é típica das teorias estruturalistas, neoestruturalistas


e da contingência, que correspondem a abordagens teóricas desenvolvidas após a década de
70 do século passado. 46=errado, estudos da teoria contingencial ou da contingência surgiram
na década de 60, teoria estruturalista foi por volta década de 50

Julgue os itens que se seguem, relativos ao processo administrativo e sua aplicação às


organizações da administração pública.

47 Entre as atividades do processo administrativo, incluem-se o planejamento, a organização,


a direção e o controle nos níveis estratégico, tático e operacional. 47=certo

48 A atribuição de responsabilidades e de autoridade é uma tarefa típica da função


administrativa de planejamento. 48=Errado, de organização. O processo de planejamento
define as atividades e os recursos que a empresa irá utilizar.

49 A função administrativa de planejamento define objetivos, metas e a programação de quem


fará o que, como e em que tempo. 49=Certo

50 O planejamento tático envolve desenho departamental em nível de gerência, enquanto o


planejamento operacional envolve desenho de cargos e tarefas em nível de supervisão.
50=certo

51 A organização que, para seu funcionamento, cria departamentos de marketing, finanças e


gestão de pessoas adota o critério de departamentalização por processos. 51=errado,
departamentalização funcional ou departamentalização pelo uso de recursos organizacionais
ou estrutura funcional.

52 Entre as vantagens da departamentalização por produtos, inclui-se a flexibilidade para


crescimento dos departamentos com base em flutuações de demanda por um produto e
facilidade na coordenação interdepartamental com base no produto. 52=certo

Julgue os itens seguintes, relativos ao regime dos servidores públicos federais e à ética no
serviço público.

66 Em caso de licença por motivo de doença de enteado de servidor público em estágio


probatório, este ficará suspenso, sendo retomado ao término do período da licença. 66=certo,
§ 5 do art. 20 da Lei 8.112/1990

67 A demissão será a penalidade disciplinar cabível para o servidor que se recusar a ser
submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente. 67=errado,
suspensão por 15 dias, § 1 do art. 130 da Lei 8.112/1990
ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: ECONOMIA EBSERH CESPE 2018 NÍVEL
SUPERIOR

Rio de Janeiro — Marcada por protestos e imbróglio judicial, a privatização da Companhia


Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) ainda depende de comprador. Trata-se do principal ativo
do Rio de Janeiro a ser repassado à iniciativa privada em 2018. Empresa de economia mista,
com sede na capital fluminense, a CEDAE tem como acionista majoritário o governo do estado
do Rio de Janeiro. Presente em 64 dos 92 municípios, ela presta serviços de fornecimento de
água potável, de coleta, tratamento e disposição final de esgotos. A venda do ativo foi
estabelecida como uma das condições de entrada do Rio de Janeiro no regime de recuperação
fiscal proposto pela União. Com a privatização da companhia, o governo espera arrecadar R$
3,5 bilhões. G1, 30/1/2018 (com adaptações)

Considerando o texto precedente como referência inicial, julgue os seguintes itens.

73 O serviço público de saneamento básico prestado pela CEDAE, em caso de privatização,


deixará de ser de titularidade do estado do Rio de Janeiro. Nesse caso, o estado passará a
atuar como poder regulador, com a obrigação de zelar para que o serviço seja prestado pelo
concessionário privado de forma adequada e por preço justo. 73=errado, o poder concedente
só transfere ao concessionário a execução do serviço continuando titular do mesmo, o que lhe
permite dele dispor de acordo com o interesse público.

74 O saneamento básico é uma necessidade pública, sendo a sua prestação, por meio de
serviços públicos, de responsabilidade do Estado, por força de normas jurídicas constitucionais
e legais. 74=certo

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: Qualquer nível superior EBSERH CESPE 2018


NÍVEL SUPERIOR

A respeito de licitações e contratos administrativos, julgue os itens seguintes.

65 Conforme a Lei n.º 8.666/1993, considera-se compra toda operação de transferência de


domínio de bens a terceiros. 65=errado, “compra = toda aquisição remunerada de bens para
fornecimento de uma só vez ou parceladamente” art. 6 III Lei 8.666/1993

66 É dispensada a licitação, segundo a Lei n.º 8.666/1993, se houver comprometimento da


segurança nacional naqueles casos estabelecidos por lei aprovada pelo Congresso Nacional no
início no ano legislativo. 66= errado, Inciso IX do art. 24 é dispensável, nos casos estabelecidos
em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional

67 É facultado o uso de licitação na modalidade de pregão, conforme a Lei n.º 10.520/2002,


para a contratação de obras realizadas pela administração direta, desde que o valor seja
inferior a cem salários mínimos. 67=errado, o pregão se destina para aquisição de bens e
serviços comuns art. 1 da Lei 10.520/2002 + adota-se modalidade de convite, até 330 mil reais,
art. 1 I “a” do decreto 9.412/2018 atlera valores do art. 23 da Lei 8.666/1993
68 Segundo o Decreto n.º 7.892/2013, a licitação para registro de preços, precedida de ampla
pesquisa de mercado, será realizada nas modalidades de concorrência, do tipo menor preço,
ou pregão. 68=certo, art. 7

69 À luz da Lei n.º 12.462/2011, é aplicável o regime diferenciado de contratações públicas


(RDC) para licitações e contratos necessários à realização de ações no âmbito da segurança
pública. 69=certo, art. 1 VII

70 De acordo com o Decreto n.º 6.170/2007, é estimulada a celebração de convênios e


contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigentes
membros do Ministério Público, já que assim é garantida a legalidade do convênio ou contrato
de repasse em questão.70=errrado, é vedada, art. 2 II

Julgue os próximos itens, relativos a compras no setor público.

82 Em um edital de licitação, é dispensada a especificação da necessidade de assistência


técnica na descrição de um equipamento eletrônico que requeira manutenção periódica,
porque, nesse caso, prevalecerá a garantia da empresa fornecedora. 82=errado, art. 15 I + § 4
do art. 62 da Lei 8.666/1993

83 É necessária a descrição detalhada de um equipamento hospitalar a ser adquirido por meio


de pregão eletrônico, a qual deve conter, inclusive, a forma de acondicionamento do produto
no momento da entrega. 83=certo, parágrafo único do art. 1 da Lei 10.520/2002

84 Para pregões eletrônicos, é obrigatório que o prazo de validade das propostas esteja fixado
em edital. 84=errado, a lei defini prazo de proposta de 60 dias, se outro não estiver fixado no
edital, art. 6 da Lei 10.520/2002

85 Para que um edital de licitação seja impugnado devido ao descumprimento de normas e


condições por parte da administração pública, é necessário que o interessado na impugnação
comprove a sua participação no procedimento como licitante. 85=errado, qualquer cidadão é
parte legítima para impugnar edital de licitação, § 1 do art. 41 da Lei 8.666/1993

86 Ao se licitar a aquisição de um equipamento hospitalar, o edital de abertura da licitação


deverá conter explicação das características de desempenho desse equipamento. 86=certo,
inciso IX “c” do art. 6 da Lei 8.666/1993

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: Arquiteto EBSERH CESPE 2018 NÍVEL SUPERIOR

Acerca dos orçamentos de obras e serviços de engenharia, julgue os itens a seguir.

87 O orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de


serviços e fornecimentos propriamente avaliados, é parte integrante do projeto básico.
87=certo, inciso IX “f” do art. 6 da Lei 8.666/1993

88 É vedada a execução de obras e serviços públicos de forma indireta pela modalidade de


empreitada por preço unitário. 88=errado, é permitida art. 10 II “b” da Lei 8.666/1993

89 Na minuta do contrato, é facultativa a apresentação do detalhamento do cronograma


físico-financeiro contendo a especificação física completa das etapas necessárias à medição, ao
monitoramento e ao controle das obras. 89=errado, §1 do art. 7 + art. 55 I e IV da Lei
8.666/1993

90 Na composição do orçamento, o custo global de referência deve incorporar o percentual


correspondente aos benefícios e despesas indiretas da obra. 90=certo, inciso IX “f” do art. 6 Lei
8.666/1993

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: Engenheiro Civil EBSERH CESPE 2018 NÍVEL


SUPERIOR

Com relação a documentos elaborados pela área técnica que fazem parte do processo
licitatório de obras e serviços de engenharia, julgue os itens subsequentes.

53 O caderno de encargos contém informações complementares para a execução dos serviços


contratados e também estabelece diretrizes, requisitos técnicos e administrativos para a
execução do objeto nele definido. 53=certo

54 De acordo com a Lei n.o 8.666/1993, o projeto básico exigido para compor a documentação
da licitação de reformas e construções, em linguagem técnica, é um anteprojeto de engenharia
e arquitetura. 54=errado, art. 6 IX da Lei 8.666/1993

Durante a execução de uma obra pública, o contratado deixou de apresentar as certidões


trabalhistas solicitadas pelo gestor do contrato após a medição dos serviços, que foram
executados conforme especificado no projeto. A construtora justificou essa ausência alegando
que não estava em dia com os encargos trabalhistas e necessitava do pagamento para
regularizar sua situação e apresentar os documentos faltantes. Tendo como referência a
situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes de acordo com a legislação
vigente.

95 Na hipótese considerada, o pagamento deverá ficar suspenso até que a contratada


regularize as suas pendências trabalhistas. 95=errado, art. 71 com § 1 + art. 78 I e II da Lei
8.666/1993 com a inadimplência do contratado para com os encargos trabalhistas, fiscais, comerciais e previdenciários
constitui situação de inadimplemento relativa ao próprio contrato administrativo, enquadrando-se como motivo para que a
Administração rescinda o contrato por culpa do contratado, como autoriza o art. 78, I e II, do Estatuto.”
96 Na situação hipotética em apreço, por não manter as condições iniciais de habilitação
durante a execução da obra, a contratada estará sujeita às penalidades previstas em contrato.
96=certo

97 Em situações diversas, em que a contratada estiver sujeita a penalidades contratuais, para


garantir a execução dos serviços e manter um bom relacionamento com a empresa, o gestor
do contrato terá discricionariedade administrativa para dispensar a aplicação de tais
penalidades. 97=Errado

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: Engenheiro Clinico EBSERH CESPE 2018 NÍVEL


SUPERIOR

Ao licitar a compra de peças sobressalentes para a manutenção de equipamentos hospitalares,


a administração de um hospital público optou pela modalidade pregão. O padrão de qualidade
das peças foi bem definido no edital, visto que suas especificações são usuais no mercado.
Considerando esse processo licitatório, julgue os itens subsequentes, de acordo com a
legislação vigente.

76 A modalidade pregão adotada na licitação em questão deve ser muito bem justificada, pois,
conforme a legislação vigente, a aquisição de peças para manutenção de equipamentos
hospitalares exige prioritariamente a dispensa de licitação. 76=Errado, inciso XVII do art. 24 da
Lei 8.666/1992 é dispensável durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor
original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a
vigência da garantia

77 Ao final do processo licitatório, caso não haja manifestação de recursos, é atribuição do


pregoeiro a adjudicação do objeto ao vencedor do certame. 77=certo, art. 3 IV da Lei
10.520/2002

78 Devido ao fato de a licitação em questão tratar de aquisição de peças para manutenção de


equipamentos hospitalares, deve-se adotar o critério de aceitabilidade técnica e preço.
78=errado, critério de menor preço, inciso X do art. 4 da Lei 10.520/2002

79 Dada a especificidade do objeto da licitação, a equipe de apoio para a realização do pregão


deve ser composta por profissionais de empresas privadas especializadas na área de saúde,
contratados para esse fim. 79=errado, deve ser integrada em sua maioria por servidores
ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao
quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento. = 1 do art. 3 da Lei
10.520/2002

80 Apesar de haver legislação específica que trata da modalidade pregão, aplicam-se


subsidiariamente no processo licitatório em questão as normas contidas na Lei n.o 8.666/1993.
80=certo, art. 9 da Lei 10.520/2002

Um hospital público divulgou edital de licitação para a contratação de serviços continuados de


limpeza e manutenção predial. Após a homologação da licitação, a empresa detentora da
proposta vencedora, alegando que havia passado muito tempo após a entrega da proposta, se
recusou a assinar o contrato com a administração, mas concordaria em assiná-lo, desde que os
valores fossem corrigidos e houvesse a garantia de manter o contrato com prazo de execução
de sessenta meses. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir, à luz da
legislação vigente.

81 A recusa da licitante detentora da proposta vencedora em assinar o contrato não possui


amparo legal, pois a obrigação da adjudicatária em contratar com a administração cessa
somente em casos de anulação ou revogação da licitação. 81=Errado, art. 81 com art. 64 § 2 da
Lei 8.666/1993

82 O prazo de sessenta meses solicitado pela licitante tem amparo legal, pois, para tornar
economicamente viável a contratação de serviços continuados de limpeza e manutenção
predial, a legislação prevê um contrato com prazo de execução mínimo de sessenta meses,
podendo a sua duração ser prorrogada por iguais e sucessivos períodos. 82=Errado, art. 23 § 1
da Lei 8.666/1993 “a licitação procede com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponívels no mercado e á
ampliação da competitividade sem perda da economia de escala”
83 As correções dos valores do contrato pleiteadas pela licitante no momento da convocação
serão aceitas caso a licitante demonstre um eventual desequilíbrio econômico-financeiro ou
caso tenha se passado tempo suficiente para que a data-base de reajuste tenha acontecido no
mínimo um ano antes da data de assinatura do contrato. 83=certo, § 1 do art. 57 Lei
8.666/1993

A administração de um hospital público decidiu ampliar suas instalações físicas, tendo em vista
o aumento crescente de demanda. Acerca dos cuidados que se deve ter para contratar as
intervenções necessárias, julgue os itens subsequentes, com base nas normas gerais de
licitações e contratos públicos.

84 Segundo a legislação vigente, considera-se obra a ampliação de instalações hospitalares.


84=certo, art. 6 I da Lei 8.666/1993

85 Mesmo que intervenções no hospital sejam bem definidas no edital e sejam adotadas as
especificações usuais no mercado, na situação apresentada a administração não poderá optar
pela modalidade pregão. 85=certo, pregão se aplica aquisição de bens e serviços comuns, cujas
especificações são objetivamente prevista no edital. Art. 1 + parágrafo único da Lei
10.520/2002

86 Se, para executar a ampliação das instalações físicas da edificação, uma empresa
construtora for contratada na modalidade empreitada por preço unitário, então essa
contratação caracteriza uma execução indireta. 86=certo, art.6 Inciso VIII “b” lei 8.666/1993

87 Na obra em questão, por ser uma ampliação de uma edificação já existente e permitir maior
flexibilização durante sua execução, a elaboração do projeto básico para definir o objeto a ser
licitado dispensa o detalhamento de soluções técnicas globais e localizadas. 87=errado, não
dispensa. Inciso IX “b’ do art. 6 da lei 8.666/1993

Atendendo a solicitação da equipe médica, a administração de um hospital público nomeou


um pregoeiro e uma equipe de apoio para licitar, por pregão, a aquisição de portas e divisórias
com isolamento acústico, garantindo-se assim maior privacidade nas consultas. Considerando
essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, a respeito da aquisição desses
acessórios.

88 Para a realização da referida licitação, a administração deveria ter designado uma comissão
de licitações no lugar da equipe de apoio. 88=errado, lei pregão permite. Art. 3 IV da Lei
10.520/2002

89 Diferentemente das condições para a nomeação dos membros de uma comissão de


licitações, a legislação prevê capacitação específica para que o servidor possa atuar como
pregoeiro. 89=certo,

90 Ao se adotar a modalidade pregão, a legislação permite licitar a aquisição das portas e


divisórias sem previsão de recursos orçamentários; entretanto, para a emissão da ordem de
fornecimento, o crédito orçamentário deverá estar previamente disponibilizado. 90=errado,
dos autos do procedimento contarão oorçamento, art. 3 III da Lei 10.520/2002
91 Um procedimento da modalidade pregão que permite agilizar o processo licitatório é a
verificação da habilitação somente do licitante que apresentar a melhor proposta, invertendo-
se assim a sequência de fases adotada nas outras modalidades de licitação. 91=certo, art. 4 XII
da Lei 10.520/2002

Uma empresa foi contratada por um hospital público para fornecer e instalar cinco
equipamentos hospitalares, com prazo de execução de instalação de um equipamento por
mês, sem afetar o funcionamento dos atendimentos médico-hospitalares. Durante a execução
dos serviços, a contratada solicitou à fiscalização uma dilação de prazo de execução devido à
dificuldade de realizar os trabalhos com o prédio ocupado. A respeito dessa situação hipotética
e de aspectos a ela relacionados, julgue os itens subsecutivos.

92 A realização da instalação dos equipamentos em prédio ocupado justifica uma dilação de


prazo, desde que seja sem ônus para a administração pública e que a contratada absorva os
custos com o aumento de horas trabalhadas e possíveis reajustamentos. 92=Errado, não conta
no rol do § 1 do art. 57 da Lei 8.666/1993

93 Caso seja necessário o trabalho noturno para manter o cronograma contratual, a


contratada tem direito a um reequilíbrio econômico para cobrir os custos com adicional
noturno e horas extras. 93=errado, art. 57 da Lei 8.666/1993

94 Nos casos de atrasos sem justificativa para dilação de prazo de execução, o fiscal do
contrato deve providenciar, quando necessário, aditivo para dilação do prazo de vigência
contratual. 94=certo,

Ao assumir a direção de um hospital público, o novo diretor questionou o motivo de um


equipamento de diagnóstico por imagem, importado, utilizado para tratamento de doenças
graves, estar parado, visto que havia uma fila de pacientes aguardando para realizar exames
nesse aparelho. O responsável pelo setor informou que o aparelho se encontrava parado havia
oito meses devido a um defeito causado por sobrecarga na rede elétrica. O diretor, que era o
ordenador de despesas, determinou o conserto imediato do equipamento, por dispensa de
licitação, cujo valor do serviço fora orçado em vinte mil reais. Na ocasião, um equipamento
novo, idêntico ao defeituoso, custava quinhentos mil reais. Tendo como referência a situação
hipotética apresentada, julgue os próximos itens.

95 A contratação por dispensa de licitação está justificada, no caso em questão, pelo fato de o
custo do conserto ser inferior a 10% do valor de aquisição de um equipamento novo.
95=errado, art. 24 Inciso XXXIV da Lei 8.666/1993

96 Devido ao fato de o equipamento defeituoso estar parado há oito meses, a situação não
pode ser caracterizada como emergencial para justificar a contratação por dispensa de
licitação. 96=certo, art. 24 inciso IV da Lei 8.666/1993

97 O conserto de equipamento importado poderia ter sido contratado por inexigibilidade.


97=errado, arts. 25 e 13 da Lei 8.666/1993

Acerca dos princípios do processo licitatório, julgue os itens que se seguem.


98 Ao conceder uma dilação do prazo de execução sem justificativa prevista em lei, a
fiscalização contraria, entre outros, o princípio da isonomia. 98=certo

99 Durante a execução de um contrato, a fim de garantir o princípio da vinculação ao


instrumento convocatório, para qualquer alteração contratual que modifique condições
previstas inicialmente no edital de licitação, é necessário consultar os licitantes à época da
licitação a respeito dessas alterações. 99=errado

100 Durante a fase de julgamento das propostas no processo licitatório, fere o princípio do
julgamento objetivo a adoção de critérios de análise não previstos no edital, mesmo que
embasados na experiência da comissão de licitações e com objetivos claros de garantir a
proposta mais vantajosa para a administração. 100=certo

ECONOMISTA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA NÍVEL SUPERIOR FUB CESPE 2018


aplicação 16/12/2018

Julgue os próximos itens, relativos ao papel regulador do Estado no Brasil.


92 Após a grande leva de privatizações dos serviços de utilidade pública, em especial a partir
de meados da década de 90 do século passado, o Estado abandonou seu papel de regulador,
deixando ao livre mercado o ajuste de precificação dos serviços. 92=Errado
93 A tarifação pelo custo de serviço, adotada para a tarifação no setor elétrico, com a criação
da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), traz grandes incentivos para as
concessionárias reduzirem seus custos. 93=Errado, as tarifas visa remunerar a exploração do
serviço público prestado mediante concessão (cobradas diretamente do usuário do serviço ou
não) como garantia contratual de um equilíbrio econômico-financeiro.
94 A busca por competição, que pode ocorrer de formas distintas conforme o setor regulado,
visa desmontar monopólios naturais, o que permite tarifas menores e melhoria na qualidade
do serviço prestado. 94= certo.
Procurador do Município de João Pessoa Classe a Padrão I CESPE 2018 nível superior

QUESTÃO 37
No que se refere a ação de improbidade administrativa, julgue os itens a seguir.
I Segundo entendimento do STJ, pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de ação de
improbidade administrativa. I=certo, A Primeira Turma do STJ, no julgamento do recurso especial nº 1.038.762/RJ,
ratificou o entendimento de que a pessoa jurídica pode praticar ato de improbidade e, portanto, figurar como sujeito passivo na
respectiva ação de improbidade administrativa. Ademais, no julgamento do recurso especial nº 970.393∕CE, que ocorreu em
21∕06∕2012, o STJ também decidiu que “considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas por atos
ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma demanda de improbidade, ainda que
desacompanhada de seus sócios”.
II Em ação de improbidade administrativa, embora se admita a concessão de tutela provisória
para o bloqueio de bens, não é possível o afastamento cautelar do agente, o que somente
poderá ocorrer após o trânsito em julgado da sentença que o reconhecer como autor do ato
de improbidade. II=Errado
III É imprescritível a pretensão de ressarcimento de danos causados ao erário pela prática de
ato doloso e tipificado na legislação que regula a ação de improbidade administrativa.
III=certo, RE 852.475 Foi fixada a seguinte tese para fins de repercussão geral: "São imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na lei de improbidade administrativa."
IV Agentes que pratiquem ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento
ilícito estarão sujeitos às cominações de perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos pelo período de oito a
dez anos. IV= certo, art. 9 + art. 12 I da Lei 8.429/1992
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B I e III.
C II e IV.
D I, III e IV. 37=D
E II, III e IV.

ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: Gestão Hospitalar EBSERH CESPE 2018 NÍVEL


SUPERIOR

Acerca das responsabilidades da administração hospitalar, julgue os itens subsequentes.

60 Nos estabelecimentos de assistência à saúde, utilizar pias de trabalho para fins diversos dos
previstos, consumir alimentos e bebidas nos postos de trabalho e usar calçados abertos são
atitudes que cabe ao administrador hospitalar vedar. 60=Certo.

61 Nos locais onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos, recomenda-se


que as rotinas e demais procedimentos e as medidas de prevenção de acidentes e de doenças
relacionadas ao trabalho sejam transmitidas aos trabalhadores oralmente, em linguagem
acessível e de fácil compreensão. Essa forma de comunicação, pela sua eficiência, dispensa a
burocracia de entregar ao trabalhador, mediante recibo, as referidas instruções. 61=Errado

62 Antes de se decidir incorporar um novo equipamento ao estabelecimento de assistência à


saúde, deve-se comparar a nova tecnologia, objeto de análise, e aquelas já incorporadas, no
que diz respeito à evidência de benefícios, aos custos, à população-alvo, às necessidades de
adaptação da infraestrutura na rede de serviços e aos fatores de promoção da equidade.
62=Certo

Policial Rodoviário Federal. Aplicação 3/2/2019 PRF CESPE superior

Julgue o item a seguir, à luz da Lei n.º 8.112/1990.

91 A responsabilidade administrativa do servidor público independe da sua responsabilidade


penal, salvo na hipótese de, na esfera criminal, ocorrer absolvição do réu fundamentada na
negativa do fato criminoso ou da autoria do delito. Item anualado pela banca, art. 126 da Lei
8.112/1990 a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria e as sanções civis, penais e
administrativas poderão cumular-se art. 125

No tocante a atos administrativos, julgue o item a seguir.

92 Tanto a inexistência da matéria de fato quanto a sua inadequação jurídica podem


configurar o vício de motivo de um ato administrativo. 92=Certo
No tocante aos poderes administrativos e à responsabilidade civil do Estado, julgue os
próximos itens.

93 Constitui poder de polícia a atividade da administração pública ou de empresa privada ou


concessionária com delegação para disciplinar ou limitar direito, interesse ou liberdade, de
modo a regular a prática de ato em razão do interesse público relativo à segurança. 93=Errado

94 O abuso de poder, que inclui o excesso de poder e o desvio de finalidade, não decorre de
conduta omissiva de agente público. 94=Errado

95 A responsabilidade civil do Estado por ato comissivo é subjetiva e baseada na teoria do risco
administrativo, devendo o particular, que foi a vítima, comprovar a culpa ou o dolo do agente
público. 95=Errado

Tribunal de Justiça do Paraná – Juiz aplicada 10 de março de 2019 CESPE


QUESTÃO 68 Determinado ato de natureza geral praticado pela Corregedoria Geral da Justiça e
pela Corregedoria da Justiça destina-se a aplicar, em casos concretos, os dispositivos legais
atinentes à atividade funcional de magistrados, serventuários e funcionários da justiça. De
acordo com o Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça, o referido ato é
denominado
A provimento.
B instrução.
C portaria. 68=C
D ordem de serviço.

Tribunal de Justiça do Paraná – Juiz aplicada 10 de março de 2019 CESPE


QUESTÃO 91 Embora o direito de propriedade seja garantido constitucionalmente, os estados
têm a prerrogativa de desapropriar imóvel rural em razão de
A interesse social, para fins de reforma agrária, mediante o pagamento de indenização por
títulos.
B utilidade pública, declarada por decreto do governador, mediante o pagamento de justa e
prévia indenização em dinheiro. 91=B, art. 6 com art. 32 do Decreto Lei 3.365/1941
C interesse social, quando constatada exploração de trabalho escravo no local, mediante o
pagamento de indenização por títulos.
D utilidade pública, independentemente de lei autorizadora, caso o imóvel esteja localizado
em município que integra o estado desapropriador.

QUESTÃO 92 Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, para a configuração de um ato de


improbidade por dano ao erário, é imprescindível que haja, além do efetivo prejuízo,
A culpa do agente, ao menos. 92=A art. 10 da Lei 8.429/1992
B dolo genérico do agente, ao menos.
C dolo específico do agente.
D ilegalidade na conduta, independentemente do elemento subjetivo do agente.

QUESTÃO 93 As pessoas jurídicas de direito privado que compõem a administração pública são
A investidas de poderes de autoridade e encarregadas de realizar funções de interesse público,
a partir da descentralização de poderes.
B passíveis de integrar tanto a administração pública direta quanto a indireta.
C criadas por atos de direito privado, mas a sua instituição depende de autorização legislativa.
93=C
D instituídas para fins de desconcentração de poderes e de competências administrativas.

QUESTÃO 94 A administração pública pode produzir unilateralmente atos que vinculam os


particulares. No entanto, tal vinculação não é absoluta, devendo o particular, para eximir-se de
seus efeitos e anular o ato, comprovar, em juízo ou perante a própria administração, o defeito
do ato administrativo contra o qual se insurge, por caber-lhe o ônus da prova. Essa descrição
refere-se ao atributo do ato administrativo denominado
A autoexecutoriedade. É a qualidade que o Estado pode compelir materialmente o
administrado para cumprir o que impôs e exigiu. Capacidade de executar os próprios atos.
B imperatividade. Se impõe sem concordância, é poder extroverso =o Estado edita
provimentos que interferem nos sujeitos, são obrigações constituídas unilateralmente.
C presunção de legalidade. 94=C, os atos presumem (presunção júris tantun) verdadeiros e
conforme o direito, até serem questionados em juízo,
D exigibilidade. É a qualidade que exige o que foi imposto aos indivíduos, impele à obediência,
ao atendimento da obrigação já imposta, sem necessidade de recorrer ao poder judiciário para
induzir o administrado a observá-la

QUESTÃO 95 Considerando a jurisprudência do STJ, julgue os seguintes itens, relativos à


responsabilidade civil do Estado.
I O Estado responde civilmente por danos decorrentes de atos praticados por seus agentes,
mesmo que eles tenham agido sob excludente de ilicitude penal. I=Certo, REsp 1266517/PR
DJe 10/12/2012; REsp 884198/RO DJ 23/04/2007; REsp 111843/PR DJ 09/06/1997
II A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de
segurança e vigilância contínua das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma
constante, passível de ser elidida somente quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva
da vítima. II=Certo, Tema 517
III A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser
comprovados concomitantemente a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de
causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do poder público. III=Certo,
Informativo Jurisprudência junho de 2010;
Assinale a opção correta.
A Apenas os itens I e II estão certos.
B Apenas os itens I e III estão certos.
C Apenas os itens II e III estão certos.
D Todos os itens estão certos. 95=D todas estão no Jurisprudência em Teses n. 61 Direito
Administrativo –Responsabilidade Civil do Estado

QUESTÃO 96 Determinado magistrado, no exercício regular de suas funções, proferiu decisão


em processo judicial e, em outra ocasião, exarou ato administrativo regulando a organização
do trabalho dos servidores lotados na vara de sua competência. A respeito do controle de tais
atos, assinale a opção correta.
A O primeiro ato do magistrado não é passível de controle administrativo interno. 96=A
B Tanto o primeiro ato quanto o segundo são passíveis de controle administrativo interno.
C O primeiro ato é passível de controle jurisdicional e controle administrativo interno pelo CNJ.
D O segundo ato é passível de controle jurisdicional e controle administrativo externo pelo
CNJ.

QUESTÃO 97 Assinale a opção que indica a denominação dada ao ônus real de uso instituído
pela administração pública sobre determinado imóvel privado para atendimento do interesse
público, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados.
A limitação administrativa
B tombamento
C servidão administrativa 97=C
D ocupação temporária

QUESTÃO 98 De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula processos administrativos no
âmbito federal, um órgão administrativo ou o seu titular poderá delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, desde que
A estes sejam hierarquicamente subordinados àqueles. Ainda que não lhe seja
hierarquicamente subordinados
B a finalidade seja editar atos de caráter normativo.
C a finalidade seja decidir recursos administrativos. Cabe aos órgãos competente, art. 64 e 64-
B da Lei 9.784/1999
D não haja impedimento legal, e que a delegação seja feita com base na conveniência. 98=D,
art. 12 da Lei 9.784/1999

QUESTÃO 99 Após autorização legislativa, foi firmado um acordo de vontades entre entes
públicos, criando-se um novo sujeito de direito, dotado de uma estrutura de bens e pessoal
com permanência e estabilidade. Nessa situação hipotética, o pacto firmado consiste em um
A contrato administrativo, devendo uma das partes signatárias ser uma autarquia.
B convênio, podendo uma das partes signatárias ser uma fundação.
C contrato de gestão, podendo uma das partes signatárias ser uma autarquia, que, por força
desse contrato, passará a ser uma agência executiva.
D contrato de consórcio público, que deve ser firmado exclusivamente por entes da
administração direta. 99=D

QUESTÃO 100 Considerando a jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, relativos a


licitação.
I Não é devida indenização a permissionário de serviço público de transporte coletivo por
prejuízos suportados em razão de déficit das tarifas cobradas quando ausente prévio
procedimento licitatório para a contratação. I=Certo
II A contratação direta, quando não caracterizada hipótese de dispensa ou inexigibilidade, gera
lesão presumida ao erário, na medida em que o poder público perde a oportunidade de
contratar a melhor proposta. Havendo a nulidade da contratação, a contratada pode ser
condenada à devolução integral dos valores recebidos, ainda que tenha efetivamente
prestados os serviços. Gera lesão ao erário, não exime o dever de a administração pública
pagar pelos serviços efetivamente prestados ou pelos prejuízos decorrentes da administração,
quando comprovados, ressalvadas as hipóteses de má-fé ou de haver o contratado concorrido
para a nulidade. Edição 97 Licitações I Jurisprudência em Tese
III Configura ato de improbidade administrativa a contratação direta de advogados pela
administração pública sob o fundamento de inexigibilidade de licitação devido à notória
especialização dos contratados para a atuação em causas específicas. Não configura, deve ser
devidamente justificada com a demonstração de que os serviços possuem natureza singular e
com a indicação dos motivos pelos quais se entende que o profissional detém notória
especialização. Informativo de jurisprudência 0270 de dezembro de 2005 com edição 97-
Licitações I do Jurisprudência em Teses
Assinale a opção correta.
A Apenas o item I está certo. 100=A
B Apenas o item II está certo.
C Apenas os itens I e III estão certos.
D Apenas os itens II e III estão certos.

JUIZ SUBSTITUTO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA CEARÁ aplicada 1 de julho de 2018 CESPE

QUESTÃO 20 Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto afirmar


que a ação de improbidade administrativa
A pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo. O seqüestro do
bens é medida cautelar,cuja ação deva ser proposta em 30 dias, art. 16 e 17 da lei 8.429/1992
B exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os
particulares beneficiados pelo ato ímprobo. não há litisconsórcio passivo necessário entre o
agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo, edição 38 item 9 do
Jurisprudência em Tese do STJ
C pode ser encerrada por meio de acordo firmado entre as partes e devidamente homologado
pelo juízo. É vedada transação, acordo ou conciliação § 10 do art. 17 da Lei 8.429/1992
D admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. 20=D, Edição 40 item 10 do
jurisprudência em tese do STJ
E deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver
sido praticada por agente público com foro privilegiado. Ainda que proposta contra agente
político que tenha foro privilegiado. Edição 40 item 3 do Jurisprudência em tese do STJ

JUIZ SUBSTITUTO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA CEARÁ aplicada 1 de julho de 2018 CESPE


QUESTÃO 86 Considerando o entendimento doutrinário e jurisprudencial acerca dos princípios
constitucionais e infraconstitucionais que regem a atividade administrativa, julgue os itens a
seguir.
I Em obediência ao princípio da legalidade, a vedação à prática do nepotismo no âmbito da
administração pública é condicionada à edição de lei formal. I=Errado, art. 37 “caput” – princípios da
moralidade e impessoalidade. Não é privativa do chefe do Poder Executivo a competência para a iniciativa legislativa de
lei sobre nepotismo na administração pública: leis com esse conteúdo normativo dão concretude aos princípios da
moralidade e da impessoalidade do art. 37, caput, da Constituição da República, que, ademais, têm aplicabilidade
imediata, ou seja, independente de lei. Precedentes. Súmula Vinculante 13. [RE 570.392, rel. min. Cármen Lúcia, j. 11-
12-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 29.]
II A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, razão pela qual pode
caracterizar prática de ato de improbidade administrativa a desobediência ao dever de
publicação de atos oficiais. II=Certo, art. 11 IV da Lei 8.429/1992
III Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade em certame
de concursos públicos, ressalvados os casos em que a natureza das atribuições do cargo
justificar. III=Certo. Súmula 683 do STF
IV O princípio da proteção da confiança legítima não autoriza a manutenção em cargo público
de servidor público empossado por força de decisão judicial de caráter provisório
posteriormente revista, ainda que decorridos mais de cinco anos da investidura no cargo.
IV=Certo Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no
cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em
decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária,
supervenientemente revogado ou modificado. [RE 608.482, rel. min. Teori Zavascki, j. 7-8-2014,
P, DJE de 30-10-2014, Tema 476.] O princípio da segurança jurídica ou proteção da confiança legítima
defende a manutenção de determinadas situações após o decurso do tempo.
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B I e III.
C III e IV.
D I, II e IV.
E II, III e IV. 86=E

QUESTÃO 87 À luz da Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta com relação à competência
administrativa e à relação hierárquica existente no âmbito da administração pública.
A A competência administrativa pode ser renunciada em hipótese de acordo entre os órgãos
públicos envolvidos. É irrenunciável, salvo casos de delegação e avocação legalmente admitidos, art. 11
B A relação de subordinação hierárquica entre os órgãos públicos envolvidos é condição
imprescindível para a delegação da competência administrativa. Podem delegar a outros órgãos ou
titulares art. 12
C A delegação de competência de órgãos colegiados é possível, desde que não se trate de
matéria de competência exclusiva, de decisão de recursos administrativos ou de edição de atos
de caráter normativo. 87=C, art. 13 e seus incisos Lei 9.784/1999
D O ato de delegação retira a competência da autoridade delegante e confere competência
exclusiva ao órgão delegado. O ato especificará as matérias, poderes transferidos, limites, duração e objetivos,
podendo conter ressalva, § 10 do art. 14
E A avocação temporária de competência é permitida, em caráter excepcional e por motivos
justificados, entre órgãos da administração pública, independentemente da relação
hierárquica estabelecida entre eles. É possível a órgão hierarquicamente inferior, art. 15

QUESTÃO 88 Relativamente às entidades da administração pública indireta, assinale a opção


correta.
A Autarquias e fundações públicas podem receber, por meio de lei específica, a qualificação de
agência executiva, para garantir o exercício de suas atividades com maior eficiência e
operacionalidade. Mediante decreto, §20 do art.10 do Decreto 2.487/1988

B São traços distintivos do regime jurídico especial das agências reguladoras: a investidura
especial de seus dirigentes; o mandato por prazo determinado; e o período de quarentena
após o término do mandato diretivo. 88=B (arts. Parágrafo único do art. 50; 60 e 80 da Lei
9.986/2000)

C A instituição de fundação pública de direito público, diferentemente das autarquias, cuja


criação se dá por meio de edição de lei, exige, além de previsão legal, a inscrição de seu ato
constitutivo junto ao registro civil das pessoas jurídicas. Não exige. Fundação de direito público, poderá o
legislador indicar objeto diverso dos que constam no diploma civilístico. A razão é que tais fundações têm natureza autárquica, o
que permite ao legislador fixar sua finalidade institucional, considerando o interesse público perseguido, naquele caso específico,
pela Administração. Sua extinção também é por lei.
D Embora seja reconhecida a natureza autárquica dos conselhos de classe, em razão da
natureza privada dos recursos que lhes são destinados, essas entidades não se submetem ao
controle externo exercido pelo TCU. Os conselhos de fiscalização profissional, posto autarquias criadas por
lei e ostentando personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a
fiscalização do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no art. 37, II, da Constituição do Brasil/1988,
quando da contratação de servidores. [RE 539.224, rel. min. Luiz Fux, j. 22-5-2012, 1ª T, DJE de 18-6-2012.]; = MS
26.149 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 16-9-2014, 2ª T, DJE de 11-11-2014; = MS 26.424, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-
2-2013, 1ª T, DJE de 21-3-2013

Natureza autárquica do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Odontologia. Obrigatoriedade de prestar
contas ao TCU. [MS 21.797, rel. min. Carlos Velloso, j. 9-3-2000, P, DJ de 18-5-2001.]
E As empresas públicas e as sociedades de economia mista poderão ser constituídas sob
qualquer forma empresarial admitida em direito, ressalvando-se, em relação às empresas
públicas, a obrigatoriedade de que o capital social seja exclusivamente público. As empresas públicas
admitem qualquer forma de sociedade empresarial, e podem até ter forma jurídica sui generis e capital integralmente público
(pessoas integrantes da administração pública); as sociedades de economia mista só admitem a forma de sociedade anônima (art.
5 da Lei 13.303/2016) e devem ter capital público e privado

QUESTÃO 89 José, servidor público do estado do Ceará, por preencher os requisitos legais,
requereu a concessão de sua aposentadoria por tempo de serviço, o que foi deferido pelo
respectivo órgão público no qual era lotado. Após mais de cinco anos do ato concessivo, o
Tribunal de Contas do Estado do Ceará julgou ilegal aquele ato, em procedimento no qual José
não havia sido intimado a se manifestar. Considerando o entendimento do STF acerca do ato
concessivo de aposentadoria, o tribunal de contas estadual, na situação hipotética
apresentada, agiu
A corretamente, pois se trata de ato administrativo complexo, o qual somente se aperfeiçoa
pelo exame de legalidade do tribunal de contas, não havendo necessidade, portanto, de prévia
intimação de José.
B incorretamente, pois, em que pese se tratar de ato administrativo complexo, transcorrido o
prazo decadencial de cinco anos sem a apreciação da legalidade do ato pelo tribunal de contas,
eventual ilegalidade existente deveria ser convalidada.
C incorretamente, pois, em que pese se tratar de ato administrativo complexo, transcorrido
lapso temporal superior a cinco anos, em nome da segurança jurídica, deveria José ter sido
previamente intimado a se manifestar. 89=C Súmula vinculante 3 com Nos termos dos precedentes firmados
pelo Plenário desta Corte, não se opera a decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/1999 no período compreendido
entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e registro
pelo TCU – que consubstancia o exercício da competência constitucional de controle externo (art. 71, III, CF). A
recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla
defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade exercido pela Corte de Contas, para
registro de aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos, sob pena de ofensa ao princípio da confiança
– face subjetiva do princípio da segurança jurídica. (...) Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente
julgado, o prazo de cinco anos deve ser contado a partir da data de chegada ao TCU do processo administrativo de
aposentadoria ou pensão encaminhado pelo órgão de origem para julgamento da legalidade do ato concessivo de
aposentadoria ou pensão e posterior registro pela Corte de Contas. [MS 24.781, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 2-
3-2011, P, DJE de 9-6-2011.]; = MS 27.699 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 21-8-2012, 1ª T, DJE de 4-9-2012; = MS
26.053 ED-segundos, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 14-4-2011, P, DJE de 23-5-2011; Vide MS 27.746 ED, rel.
min. Dias Toffoli, j. 12-6-2012, 1ª T, DJE de 6-9-2012; Vide MS 26.560, rel. min. Cezar Peluso, j. 17-12-2007,
P, DJE de 22-2-2008

Ato do TCU. (...) Negativa de registro a aposentadoria. (...) A inércia da Corte de Contas, por mais de cinco anos, a
contar da aposentadoria, consolidou afirmativamente a expectativa do ex-servidor quanto ao recebimento de verba de
caráter alimentar. Esse aspecto temporal diz intimamente com: o princípio da segurança jurídica, projeção objetiva do
princípio da dignidade da pessoa humana e elemento conceitual do Estado de Direito; a lealdade, um dos conteúdos
do princípio constitucional da moralidade administrativa (caput do art. 37). São de se reconhecer, portanto, certas
situações jurídicas subjetivas ante o poder público, mormente quando tais situações se formalizam por ato de qualquer
das instâncias administrativas desse poder, como se dá com o ato formal de aposentadoria. A manifestação do órgão
constitucional de controle externo há de se formalizar em tempo que não desborde das pautas elementares da
razoabilidade. Todo o direito positivo é permeado por essa preocupação com o tempo enquanto figura jurídica, para
que sua prolongada passagem em aberto não opere como fator de séria instabilidade intersubjetiva ou mesmo
intergrupal. A própria CF/1988 dá conta de institutos que têm no perfazimento de um certo lapso temporal a sua própria
razão de ser. Pelo que existe uma espécie de tempo constitucional médio que resume em si, objetivamente, o
desejado critério da razoabilidade. Tempo que é de cinco anos (inciso XXIX do art. 7º e arts. 183 e 191 da CF; bem
como art. 19 do ADCT). O prazo de cinco anos é de ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o
exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões. Transcorrido in albis o interregno
quinquenal, a contar da aposentadoria, é de se convocar os particulares para participarem do processo de seu
interesse, a fim de desfrutar das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa (inciso LV do art. 5º). [ MS
25.116, rel. min. Ayres Britto, j. 8-9-2010, P, DJE de 10-2-2011.]; = MS 26.053, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-11-
2010, P, DJE de 23-2-2011

Uma vez aperfeiçoado o ato complexo alusivo à aposentadoria, com a homologação pelo Tribunal de Contas, a
modificação dos proventos não prescinde da observação do devido processo legal, presente a medula deste último, ou
seja, o contraditório. [RE 285.495, rel. min. Marco Aurélio, j. 2-10-2007, 1ª T, DJ de 30-11-2007.]

O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o
Tribunal de Contas. Submetido à condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final
da administração. [MS 24.997, MS 25.015, MS 25.036, MS 25.037, MS 25.090 e MS 25.095, rel. min. Eros Grau, j. 2-2-
2005, P, DJ de 1º-4-2005.]

= AI 844.718 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 22-11-2011, 1ª T, DJE de 13-12-2011

Vide MS 24.781, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 2-3-2011, P, DJE de 9-6-2011
D incorretamente, pois se trata de ato administrativo simples e, salvo comprovação de má-fé,
o prazo decadencial de cinco anos para anulação de eventual ilegalidade existente já havia se
operado.
E corretamente, pois se trata de ato administrativo simples e a autotutela administrativa
autoriza o tribunal de contas a apreciar a legalidade do ato concessivo de aposentadoria a
qualquer tempo.

QUESTÃO 90 Com relação aos princípios que regem os processos administrativos, assinale a
opção correta.

A Conforme o princípio do formalismo moderado, os atos do processo administrativo não


dependem de forma determinada, salvo por exigência legal. 90=A inexiste um sistema específico para o
processo administrativo, daí decorre de haver várias leis. Há ainda várias formas de processo administrativo (não litigioso) que não
segue forma
B O princípio da ampla defesa impõe a participação de advogado em todas as fases do
procedimento administrativo disciplinar. A escolha por advogado é facultativa,salvo quando a lei obriga. Art. 3 IV
Lei 9.784/1999

C Por força do princípio da verdade material, admite-se a utilização, em processo


administrativo, de provas obtidas por meio ilícito, desde que produzidas de boa-fé. São
inadmissíveis as provas obtidas por meio ilícitos, art. 30 da Lei 9.784/1999

D A exigência de depósito de valores como condição de admissibilidade de recurso


administrativo não viola o princípio da pluralidade de instâncias. Viola, a interposição de recurso
administrativo independe de caução, § 20 do art. 56 da Lei 9.784/1999. Decisão do STF e STJ é ilícita a exigência de depósito
de valores ou arrolamento de bens como condição para interposição de recurso administrativo.

E A adoção da chamada fundamentação per relationem em atos administrativos viola o


princípio da motivação. Não viola, a fundamentação (motivação) per relationem (utiliza a transcrição de trechos dos
fundamentos já utilizados no âmbito do processo) é admitida pela jurisprudência do STF e STJ.. Informativo 212 CPI e
Fundamentação Válida -1 MS 23553. ARTIGO. O Tribunal indeferiu mandado de segurança impetrado contra ato do
Presidente da CPI do Narcotráfico que decretara a quebra do sigilo bancário, fiscal e de registros de dados telefônicos
do impetrante. Tendo em vista a jurisprudência do STF no sentido de que a CPI deve fundamentar as suas decisões
(CF, art. 93, IX), o Tribunal considerou válida a motivação per relationem do ato impugnado, feita com remissão aos
documentos e depoimentos que já estavam nos autos, uma vez que se trata de órgão de investigação, não sujeito à
formalidade do ato jurisdicional stricto sensu. Precedente citado: MS 23.452-RJ (DJU de 12.5.2000, v. Transcrições dos
Informativos 151 e 163). MS 23.553-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 29.11.2000. (MS-23553)

QUESTÃO 91 A modalidade licitatória restrita aos interessados devidamente cadastrados ou


que atendam a todas as condições exigidas no cadastramento até o terceiro dia anterior à data
do recebimento das propostas é denominada
A convite. Art. 22 III + § 30
B tomada de preços. 91=B art. 22 = 2 da Lei 8.666/1993
C concorrência. Art. 22 I + § 10
D pregão. Para aquisição de bens e serviços comuns, Lei 10.520/2002
E registro de preços. Para efetuar compras art. 15 II + §§ 10 ao 60 Lei 8.666/1993, o sistema de preços será feito por
concorrência

QUESTÃO 92 Conforme entendimento jurisprudencial do STJ, a limitação administrativa sobre


determinado bem constitui modalidade de intervenção restritiva na propriedade de caráter

A exclusivo e pode dar ensejo a indenização de natureza jurídica de direito real em favor do
proprietário, ainda que não seja demonstrada a efetiva redução do valor econômico do bem
em função da referida limitação.

B geral e condição inerente ao exercício do direito de propriedade, inexistindo hipóteses de


indenização.

C geral, mas que pode dar ensejo a indenização em favor do proprietário na hipótese de a
limitação causar redução do valor econômico do bem, independentemente do momento em
que tenha sido instituída a restrição.
D exclusivo e pode dar ensejo a indenização de natureza jurídica de direito real em favor do
proprietário, desde que a aquisição do bem tenha ocorrido anteriormente à instituição da
restrição.

E geral, mas que pode dar ensejo a indenização de natureza jurídica de direito pessoal, se a
limitação causar redução do valor econômico do bem e a sua aquisição tiver ocorrido
anteriormente à instituição da restrição. 92=E STJ AgRg no REsp 1192971/SP DJe 03/09/2010

QUESTÃO 93 Acerca do instituto da desapropriação, assinale a opção correta.

A A declaração de utilidade pública de determinada propriedade privada não afasta o direito à


indenização por benfeitorias necessárias e úteis realizadas no imóvel posteriormente ao
referido ato, mesmo que feitas sem a autorização do expropriante. As úteis exigem autorização do
expropriante, § 1 do art. 26 Decreto-Lei 3.365/1941

B De acordo com o STF, é condição para a imissão provisória da posse de imóvel objeto de
desapropriação por utilidade pública o pagamento prévio e integral da indenização. Subsiste, no
regime da CF de 1988 (art. 5º, XXIV), a jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal sob a égide das Cartas
anteriores, ao assentar que só a perda da propriedade, no final da ação de desapropriação – e não a imissão provisória
na posse do imóvel – está compreendida na garantia da justa e prévia indenização.RE 195.586, rel. min. Octavio
Gallotti, j. 12-3-1996, 1ª T, DJ de 26-4-1996.] ; = RE 141.795, rel. min. Ilmar Galvão, j. 4-8-1995, 1ª T, DJ de 29-9-1995

C Declarada a utilidade pública do bem objeto de decreto expropriatório, o poder público deve
atender ao prazo de cinco anos para efetivar a desapropriação, o que pode ocorrer mediante
acordo ou por via judicial, sob pena de caducidade. 93=C Art. 10 do Decreto-Lei 3.365/1941

D Na hipótese de o poder expropriante não dar ao imóvel a destinação prevista no decreto


expropriatório, o expropriado tem direito real de reivindicar a propriedade do bem. Tem direito de
preferência pelo preço atual da coisa = Retrocessão, art. 519 Código Civil

E Na desapropriação indireta, sobre o valor da indenização a ser paga devem incidir juros
compensatórios pela perda antecipada da posse do imóvel, salvo em se tratando de
propriedade improdutiva. Na desapropriação direta, Súmula 69 do STJ na indireta é a partir da
efetiva ocupação do imóvel.

QUESTÃO 94 (X) Questão anulada.

Com relação à responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.

A São requisitos para a responsabilização civil objetiva do Estado a prática de conduta estatal
ilícita, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano, não sendo admitida a
responsabilização decorrente de comportamento lícito estatal, salvo com base em previsão
legal. Estes são requisitos para responsabilização subjetiva, não compatível com CF/88 art. 37 § 6 0 CF/88

B De acordo com o STJ, a impossibilidade de empresa concessionária de serviços públicos arcar


com indenização referente a prejuízo que deu causa não atrai a responsabilização civil do
poder público concedente, salvo se este tiver concorrido para o evento danoso. Atrai. O Estado
pode responsabilizado solidariamente (quando firma convênio para realização serviços público, porque é fiador da regularidade da
prestação dos serviços concedidos, assim se houver falha, houve omissão na fiscalização por parte do poder público) e subsidiária
(quando é comprovado que a concessionária não tem como arcar com a reparação devida, nesse caso o poder público assume a
obrigação principal de indenizar ou reparar o dano) REsp 28.222 e REsp 1.135.927 -

C A morte de preso no interior de estabelecimento prisional caracteriza conduta omissiva


estatal, porém, para o STF, a responsabilização civil do Estado ocorre somente se demonstrada
falta do poder público em seu dever de proteção à incolumidade física do preso. C=Certo.

A responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo,
tanto para as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral. A
omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o poder
público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. É dever do Estado e
direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais
do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (CF, art. 5º, XLIX). O dever constitucional de
proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus
direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma
do art. 37, § 6º, da CF/1988. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que, nos casos em que não é possível ao Estado
agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de
causalidade, afastando-se a responsabilidade do poder público, sob pena de adotar-se contra legeme a opinio
doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer por várias
causas, como, v.g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado
evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em
que o poder público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade
da sua omissão com o resultado danoso. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de
inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é responsável pela morte
do detento. In casu, o Tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra causa
capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva
de responsabilidade civil estatal. [RE 841.526, rel. min. Luiz Fux, j. 30-3-2016, P, DJE de 1º-8-2016, Tema 592.]

D À luz do entendimento do STF, a responsabilidade objetiva do poder público pelos danos


causados por seus agentes impede a responsabilização per saltum do agente público causador
do dano. D=Certo. Já houve divergência, em 2006 mudou entendimento de que não é possível.
(RE 327.904 JULGADO 15/08/2006, DJe 08-09/2006 “se o eventual prejuízo ocorreu por força de uma atuação
tipicamente administrativa, seria incabível extrair do art. 6º da Constituição Federal a responsabilidade per saltum da pessoa
natural do agente, o qual apenas estaria obrigado à reparação em caso de ressarcimento ao erário, depois de comprovada sua
culpa ou dolo.”

E Nas ações de responsabilização civil do Estado, é obrigatória a denunciação à lide do agente


público causador do dano, sob pena de comprometimento de direito de regresso do ente
público. AgRg no REsp 1.44.491 / PI T2 segunda turma DJe 12/11/2015 “ Segundo a orientação
jurisprudencial firmada nesta Corte, a denunciação à lide em feitos atinentes à responsabilização civil estatal não é obrigatória em
razão dos princípios da economia e da celeridade processual.”

QUESTÃO 95 O prefeito de determinado município contratou diretamente empresa prestadora


de serviços à prefeitura, dispensando indevidamente a licitação e causando prejuízos ao erário,
razão pela qual respondeu a ação civil por ato de improbidade administrativa. O juízo
competente, anteriormente à citação do prefeito e sem sua prévia manifestação, deferiu
medida cautelar de bloqueio de bens e, ao término da instrução processual, julgou
procedentes os pedidos condenatórios formulados na ação. A respeito dessa situação
hipotética, assinale a opção correta, considerando o disposto na Lei n.º 8.429/1992 e o
entendimento jurisprudencial.
A Em razão do cargo que ocupa, o prefeito deveria ter sido submetido à legislação específica
referente à prática de crimes de responsabilidade em vez de responder a ação de improbidade
administrativa. É efetiva aplicação lei Improbidade Administrativa à agentes políticos. A Lei 1.079/1950 trata dos crimes de
responsabilidade
“é pacífico o entendimento jurisprudencial do STJ no sentido de que a Lei8.429/1992 é aplicável aos agentes políticos, dentre os
quais se incluem os magistrados e promotores (REsp 1.249.531-RN, Segunda Turma, DJe 5/12/2012; REsp 1.205.562-RS, Primeira
Turma, DJe 17/2/2012; e AIA 30-AM, Corte Especial, DJe 28/9/2011)
B Dada a comprovação de concreta dilapidação patrimonial, o deferimento da medida cautelar
de indisponibilidade de bens deveria ter sido condicionado à prévia citação do prefeito. Art. 16 da
Lei 8.429/1992
C No curso da instrução processual, a demonstração do dolo enquanto elemento subjetivo é
fundamental para a caracterização da conduta imputada ao prefeito como ato de improbidade
administrativa. Ação ou omissão- dolosa ou culposa- art. 50 com art. 10
D O ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e a cassação dos direitos
políticos são sanções aplicáveis ao prefeito da situação hipotética, conforme a Lei n.º
8.429/1992. Suspensão dos direitos políticos, art. 12 incisos I, II e III da Lei 8.429/1992
E Eventual reconhecimento de prescrição da ação de improbidade administrativa não impedirá
o prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento do prejuízo ao erário.
Informativo 0454 de novembro 2010. REsp 1.089.492-RO Rel Min. Luiz fux, julgado em 4/11/2010. “quando autorizada a
cumulação do pedido condenatório e do ressarcitório em ação por improbidade administrativa, a rejeição do pedido condenatório
abarcado pela prescrição não impede o prosseguimento da demanda quanto ao segundo pedido em razão de sua
imprescritibilidade.”
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia Juiz Substituto aplicada em 13 de janeiro de 2019
Cespe. Aplicação: 13/1/2019

QUESTÃO 89 Determinado taxista dirigia embriagado quando colidiu contra o prédio de


determinada secretaria estadual, que foi danificado com a batida. Nessa situação hipotética,
conforme o entendimento do STJ, o estado federado prejudicado deverá propor ação de
ressarcimento
A no prazo prescricional de cinco anos, em razão de previsão expressa no Decreto Federal n.º
20.910/1932.
B no prazo prescricional de três anos, com base no Código Civil. 5 anos, por aplicação analógica
do Decreto 20.910/1932
C em prazo indeterminado, ante a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário
público. 5 anos
D no prazo prescricional de cinco anos, com base em aplicação analógica do Decreto Federal
n.º 20.910/1932. 89=D
Informativo 0267 novembro de 2005; Informativo 0550 de novembro de 2014; “...este Superior Tribunal pacificou entendimento
de que o prazo prescricional para reclamar esse benefício subordina-se ao DL n. 20.910/1932 (que estabelece o prazo prescricional
de cinco anos contados do ato ou fato que originou o crédito e segundo o qual são passíveis de compensação tão-somente os
créditos fiscais adquiridos nos cinco anos imediatamente anteriores ao ajuizamento da ação)”.
Art. 1 do Decreto 20.910/1932 “Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados
da data do ato ou fato do qual se originarem.”
E no prazo prescricional de cinco anos, por aplicação expressa da Lei Federal n.º 9.784/1999,
que regula o processo administrativo no âmbito federal. Analógica.

QUESTÃO 90 De acordo com a legislação pertinente e a jurisprudência dos tribunais


superiores, na hipótese de o prefeito de determinado município desviar dolosamente recursos
públicos obtidos pelo ente municipal mediante convênio com a União,
A a ação de ressarcimento ao erário será submetida ao prazo prescricional quinquenal. É
imprescritível ação de ressarcimento ao erário (imposição Lei 8.429/1992 – Lei Improbidade Administrativa) com art. 37 § 5 0
CF/88.
O texto constitucional é expresso (art. 37, § 5º, CRFB) ao prever que a lei estabelecerá os prazos de prescrição para
ilícitos na esfera cível ou penal, aqui entendidas em sentido amplo, que gerem prejuízo ao erário e sejam praticados
por qualquer agente. A Constituição, no mesmo dispositivo (art. 37, § 5º, CRFB) decota de tal comando para o
Legislador as ações cíveis de ressarcimento ao erário, tornando-as, assim, imprescritíveis. São, portanto,
imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade
Administrativa. [RE 852.475, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 8-8-2018, P, DJE de 25-3-2019, Tema 897.]

B a ação de improbidade administrativa prescreverá em cinco anos, contados a partir da data


do fato. A partir do término do exercício de mandado. Art. 23 I da Lei 8.429/1992. Informativo 0546 de setembro de 2014.
C ainda que o tribunal de contas local condene o prefeito ao ressarcimento ao erário, o Poder
Judiciário também poderá condená-lo em ressarcimento ao erário em ação civil pública por
improbidade administrativa. 90=C

AgInt REsp 1372775/SC Relator Ministra Regina Helena Costa. T1 Primeira Turma. DJe 07/12/2018.O Superior Tribunal de Justiça
tem reiteradamente afirmado a independência entre as instâncias administrativa, civil e penal, salvo se verificada absolvição
criminal por inexistência do fato ou negativa de autoria, razão pela qual o Poder Judiciário, no exame da aplicação da Lei
de Improbidade Administrativa,não está vinculado às conclusões dos Tribunais de Contas. V - Esta Corte tem entendimento
consolidado segundo o qual não há ofensa ao princípio da congruência em razão de decisão judicial que enquadra os atos
de improbidade em dispositivo diverso do indicado na inicial, ao analisar os fatos nela descritos. Também não há irregularidade na
determinação de ressarcimento ao erário, consequência da condenação pelo art. 10 da Lei n. 8.429/92, pois esta Corte não
entende a recomposição patrimonial, em improbidade administrativa, como sanção propriamente dita.]

REsp 1602794/TO Relator Ministro Herman Benjamin T2 Segunda Turma DJe 30/06/2017[...A aplicação das sanções previstas na
Lei de Improbidade, quando comprovada a conduta ilícita, independe da aprovação ou rejeição das contas do agente público, pelo
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Assim, não há qualquer vinculação entre a decisão proferida
pelo Tribunal de Contas da União e o ajuizamento de ação de improbidade perante o Poder Judiciário. Precedentes: AgRg no REsp
1407540/SE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 19/12/2014; REsp 1504007/PI, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 01/06/2016. PRESENÇA DO ELEMENTO SUBJETIVO 9. O entendimento do STJ é que, para que seja
reconhecida a tipificação da conduta do réu como incurso nas prescrições da Lei de Improbidade Administrativa, é necessária a
demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela
culpa, nas hipóteses do artigo 10. 10. É pacífico nesta Corte que o ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei
8.429/1992 exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não precisa ser específico, sendo suficiente o dolo genérico. 11. Assim,
para a correta fundamentação da condenação porimprobidade administrativa, é imprescindível, além da subsunção do fato à
norma, caracterizar a presença do elemento subjetivo. A razão para tanto é que a Lei de Improbidade Administrativa não visa
punir o inábil, mas sim o desonesto, o corrupto, aquele desprovido de lealdade e boa-fé. 12. Precedentes: AgRg no REsp
1.500.812/SE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/5/2015; REsp 1.512.047/PE, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 30/6/2015; AgRg no REsp 1.397.590/CE, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe
5/3/2015; e AgRg no AREsp 532.421/PE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 28/8/2014...]

D não será possível a configuração do ato de improbidade administrativa se o prefeito tiver


agido culposamente.
AgRg no AREsp 532421/PE Relator Ministro Humberto Martins T2 segunda turma DJe 28/08/2014.[...1. A jurisprudência atual
desta Corte é no sentido de que não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é a ilegalidade
tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Logo, para a tipificação das condutas descritas nos arts. 9º e
11 da Lei 8.429/92 é indispensável para a caracterização de improbidade, que o agente tenha agido dolosamente e, ao
menos, culposamente, nas hipóteses do art. 10. 3. Caracterizado o ato de improbidade administrativa por dano ao erário, nos
termos do art. 10 da Lei n. 8.429/92, já que, para enquadramento de conduta no citado artigo, é dispensável a configuração do
dolo, contentando-se a norma com a simples culpa. O descumprimento do convênio com a não aplicação das verbas ao fim
destinado, foi, no mínimo, um ato negligente.]

E o magistrado, em ação de improbidade administrativa, será obrigado a aplicar todas as


penalidades legalmente previstas para a conduta, submetendo-se à discricionariedade regrada
somente a dosimetria da pena. [REsp 1688909/SP Relator Ministro Herman Benjamin T2 segunda turma DJe
20/11/2018....8. Com efeito, o STJ possui orientação no sentido de que cabe aomagistrado verificar a existência de provas
suficientes para a condenação por ato deimprobidade administrativa, conforme o princípio do livre convencimento motivado ou
da persuasão racional.]
QUESTÃO 91 Um município deseja realizar obra de construção de uma ponte. Embora
pequena, a obra é complexa, sem especificação usual, dada a peculiaridade do terreno, e está
orçada em cerca de R$ 1,6 milhão. Nessa situação hipotética, o gestor poderá escolher, para a
contratação, a licitação na modalidade
A convite. Até 150 mil art. 23 I “a” Lei 8.666/1993
B concorrência. 91=B acima de 1,6 milhão art. 23 I “c” Lei 8.666/1993
C pregão. Aquisição de bens e serviços comuns, qualquer valor, tipo menor preço, disputa por proposta de lances sucessivos,
em sessão pública, presencial ou eletrônica. art. 1 Lei 10.520/2002
D leilão. Venda de bens móveis inservíveis... § 5 do art. 22 Lei 8.666/1993
E concurso. Escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, § 40 do art. 22 Lei 8.666/1993

QUESTÃO 92 Uma empresa contratada pela administração pública não entregou bens em
conformidade com o projeto básico, razão pela qual, após o regular processo administrativo, a
contratante rescindiu unilateralmente o contrato e aplicou uma multa à citada empresa. Nessa
situação hipotética,
A a multa deverá ser descontada, preferencialmente, dos pagamentos eventualmente ainda
devidos pela administração pública. Da garantia do respectivo contratado, § 20 do art. 86 da Lei
8.666/1993
B a multa deverá ser descontada, primordialmente, da garantia do respectivo contrato. 92=B §
20 do art. 86 da Lei 8.666/1993
C a administração agiu equivocadamente, pois multa e rescisão unilateral são inacumuláveis
quando motivadas pelo mesmo fato. Não agiu. Art. 77 Lei 8.666/1993
D a administração pública, em regra, não estará autorizada a reter unilateralmente
pagamentos devidos à empresa para compensar os prejuízos sofridos. Está autorizada, art. 79 I
+ art. 78 I e II da Lei 8.666/1993
E excepcionalmente, caso a multa aplicada seja superior ao saldo a pagar à contratada, a
administração pública poderá reter o pagamento até a quitação da multa. Poderá descontat
dos pagamento eventualmente devidos pela administração. § 30 do art. 86 da Lei 8.666/1993

QUESTÃO 93 A respeito da responsabilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.

I O Estado é responsável pela morte de detento causada por disparo de arma de fogo portada
por visitante do presídio, salvo se comprovada a realização regular de revista no público
externo. I=Errado

II O Estado necessariamente será responsabilizado em caso de suicídio de pessoa presa, em


razão do seu dever de plena vigilância. II=Errado

A responsabilidade civil estatal, segundo a CF/1988, em seu art. 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo,
tanto para as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral. A
omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o poder
público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. É dever do Estado e
direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais
do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (CF, art. 5º, XLIX). O dever constitucional de
proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus
direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma
do art. 37, § 6º, da CF/1988. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que não é possível ao Estado
agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de
causalidade, afastando-se a responsabilidade do poder público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio
doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer por várias
causas, como, v.g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado
evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em
que o poder público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade
da sua omissão com o resultado danoso. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de
inobservância do seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é responsável pela morte
do detento. In casu, o Tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra causa
capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva
de responsabilidade civil estatal. [RE 841.526, rel min. Luiz Fux, j. 30-3-2016, P, DJE de 1º-8-2016, Tema 592.]

III A responsabilidade do Estado, em regra, será afastada quando se tratar da obrigação de


pagamento de encargos trabalhistas de empregados terceirizados que tenham deixado de
receber salário da empresa de terceirização. III=Certo, art. 71 § 10 da Lei 8.666/1993

É inviável reclamação com fundamento em afronta ao julgado da ADC 16. Com base nesse entendimento, a Primeira
Turma, por maioria, negou provimento a agravo regimental em reclamação. No caso, a agravante, empresa pública,
havia sido condenada ao pagamento de verbas trabalhistas inadimplidas por empresa contratada na condição de
tomadora de serviços. Argumentou violada a autoridade da decisão proferida pelo STF na ADC 16 ( DJE de 8-9-2011),
que entendeu constitucional o art. 71, § 1º, da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações). A Turma pontuou que a tese firmada
na ADC 16, no que toca à sua eficácia vinculante, foi plenamente substituída com o julgamento do RE 760.931 (DJE de
11-9-2017), que, ao apreciar o (Tema 246) da repercussão geral, firmou entendimento de que o inadimplemento dos
encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao poder público contratante a
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
8.666/1993. Desse modo, assentou inviável reclamação com fundamento nesse julgado, e que eventual má aplicação
dessa nova tese acerca da responsabilidade subsidiária da administração pública pelos débitos trabalhistas de contrato
deve ser impugnada, inicialmente, por meio de recursos, nos termos do art. 988, § 5º, II, do CPC. [ Rcl 28.623 AgR, rel.
min. Roberto Barroso, j. 12-12-2017, 1ª T, Informativo 888.]

O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao poder
público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art.
71, § 1º, da Lei 8.666/1993.
[RE 760.931, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 26-4-2017, P, DJE de 12-9-2017, Tema 246.]
Vide Rcl 28.623 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 12-12-2017, 1ª T, Informativo 888
Vide Rcl 12.580 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 21-2-2013, P, DJE de 13-3-2013
Vide ADC 16, rel. min. Cezar Peluso, j. 24-11-2010, P, DJE de 9-9-2011

Assinale a opção correta.


A Apenas o item I está certo.
B Apenas o item III está certo. 93=B
C Apenas os itens I e II estão certos.
D Apenas os itens II e III estão certos.
E Todos os itens estão certos.

QUESTÃO 94 Se os servidores estatutários de uma autarquia ambiental deflagrarem greve e


pararem de trabalhar,
A a greve será, de pronto, ilegal, visto que ainda não foi editada lei que regulamente a greve
no serviço público. Art. 37 VII CF/88 é direito constitucional do servidor
O exercício de um direito constitucional é garantia fundamental a ser protegida por esta Corte, desde que não exercido
de forma abusiva. (...) ao considerar o exercício do direito de greve como falta grave ou fato desabonador da conduta,
em termos de avaliação de estágio probatório, que enseja imediata exoneração do servidor público não estável, o
dispositivo impugnado viola o direito de greve conferido aos servidores públicos no art. 37, VII, CF/1988, na medida em
que inclui, entre os fatores de avaliação do estágio probatório, de forma inconstitucional, o exercício não abusivo do
direito de greve. [ADI 3.235, voto do rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-2-2010, P, DJE de 12-3-2010.]; Vide RE
226.966, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 11-11-2008, 1ª T, DJE de 21-8-2009
B a greve poderá ser considerada legal se o Estado der causa à deflagração, assim como
ocorreria no caso de servidores policiais civis. O STF já decidiu que não cabe direito de greve aos policiais civis
A atividade policial é carreira de Estado imprescindível à manutenção da normalidade democrática, sendo impossível
sua complementação ou substituição pela atividade privada. A carreira policial é o braço armado do Estado,
responsável pela garantia da segurança interna, ordem pública e paz social. E o Estado não faz greve. O Estado em
greve é anárquico. A CF não permite. Aparente colisão de direitos. Prevalência do interesse público e social na
manutenção da segurança interna, da ordem pública e da paz social sobre o interesse individual de determinada
categoria de servidores públicos. Impossibilidade absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais.
Interpretação teleológica do texto constitucional, em especial dos arts. 9º, § 1º; 37, VII; e 144. (...) tese de repercussão
geral: 1 – O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. 2 – É obrigatória a participação do poder
público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do
CPC, para vocalização dos interesses da categoria. [ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-4-2017,
P, DJE de 11-6-2018, Tema 541.]
C a administração pública poderá agir discricionariamente para escolher se desconta da
remuneração dos servidores os dias parados. Decisão do STF afirma que deve.
D a greve poderá ser declarada legal, porém a administração pública deverá, em regra,
descontar da remuneração dos servidores os dias parados. 94=D
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do
exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo
funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será,
contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do poder
público. [RE 693.456, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-10-2016, P, DJE de 19-10-2017, Tema 531.]
E a administração pública será obrigada, caso haja requerimento de sindicato ou associação, a
promover uma compensação pelas horas não trabalhadas, evitando o desconto na
remuneração dos servidores. Permitida a compensação em caso de acordo.

QUESTÃO 95 O fornecimento de água


A é um serviço de utilidade pública, uti universi e delegável. Delegável mediante concessão,
permissão ou autorização. Art. 21 XII “b” CF/88
B pode ter a respectiva taxa alterada pelo concessionário, que poderá considerar aspectos
mercadológicos para estabelecer o novo patamar a ser cobrado. Deve ser cobrada por tarifa ou preço
público.
Recursos Repetitivos. REsp 1117903/RS Relator Ministro Luiz Fux S1 primeira seção DJe 01/02/2010.1. A natureza jurídica da
remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público,
consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário
estabelecido para as taxas (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: RE 447.536 ED, Rel. Ministro Carlos Velloso, Segunda
Turma, julgado em 28.06.2005, DJ 26.08.2005; AI 516402 AgR, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em
30.09.2008, DJe-222 DIVULG 20.11.2008 PUBLIC 21.11.2008; e RE 544289 AgR, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira
Turma, julgado em 26.05.2009, DJe-113 DIVULG 18.06.2009 PUBLIC 19.06.2009. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça:
EREsp 690.609/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; REsp 928.267/RS, Rel.
Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 12.08.2009, DJe 21.08.2009; e EREsp 1.018.060/RS, Rel. Ministro Castro
Meira, Primeira Seção, julgado em 09.09.2009, DJe 18.09.2009).
C é um serviço de utilidade pública que não pode ser prestado por pessoa jurídica de direito
privado que não integre a administração pública. Pode.
D não poderá gerar cobrança vinculada de tarifa mínima, sendo imperiosa a correspondência
com o efetivo consumo. Defende-se tarifa mínima para cobrir os custos fixos com manutenção operacional da rede que
independe de consumo. Discutível. A tarifa mínima é possível desde que haja justificativa aceitável. Art. 39 I do CDC Lei
8.078/1990
E poderá gerar cobrança distinta de acordo com as categorias de usuários e faixas de consumo.
95=E. Súmula 407 do STJ Serviço de fornecimento de água. Adicional de tarifa. Legitimidade. Mostra-se coerente
com a jurisprudência do Supremo Tribunal o despacho agravado, ao apontar que o ajuste de carga de natureza
sazonal, aplicável aos fornecimentos de água pela Caesb, criado para fins de redução de consumo, tem caráter de
contraprestação de serviço e não de tributo. Precedentes: RE 54.491, RE 85.268, RE 77.162 e ADC 9.;[RE 201.630
AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-6-2002, 1ª T, DJ de 2-8-2002.]

QUESTÃO 96 O corte de energia elétrica pela administração pública é


A admissível em razão do inadimplemento contemporâneo do consumidor, desde que haja o
aviso prévio de suspensão e que sejam respeitados o contraditório e a ampla defesa.
B admissível em detrimento do novo morador, por débito pretérito pelo qual este não era
responsável, uma vez que a dívida é propter rem. Não pode. Informativo 0310 de fevereiro de
2017. Na espécie, o Tribunal a quo não autorizou o corte do fornecimento de energia elétrica, por entender configurada a
cobrança de valores pretéritos (1994), pois, por não serem contemporâneos, não estariam sujeitos à prévia notificação. Assim,
nesses casos, a companhia elétrica deveria buscar o adimplemento de seu crédito por meio das vias ordinárias de cobrança sem
cortar o fornecimento de luz. Para o Min. Relator, correta a posição daquele Tribunal, porquanto o corte de energia
elétrica pressupõe o inadimplemento de conta regular relativa ao mês de consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento
de energia elétrica em razão de débitos antigos. Assim, embora a Primeira Seção tenha pacificado o entendimento segundo o qual
a companhia pode interromper o fornecimento de energia elétricase, após aviso prévio, o usuário permanecer inadimplente, no
caso dos autos, de débitos pretéritos, não deve haver a suspensão da energia. Lembrou ainda que, quanto aos débitos antigos, o
art. 42 do CDC não admite constrangimento nem ameaças ao consumidor. Com esse entendimento, ao prosseguir o julgamento, a
Turma negou provimento ao recurso da companhia estadual de energia elétrica.Precedentes citados: REsp 772.486-RS, DJ
6/3/2006, e REsp 756.591-DF, DJ 18/5/2006. REsp 631.736-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 15/2/2007.
C admissível sem prévio aviso na hipótese de detecção de fraude no medidor cometida pelo
consumidor. Com aviso prévio, Informativo 0634 de outubro de 2018
REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 28/09/2018 (Tema
699). Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor atribuída ao consumidor,
desde que apurado em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo do
fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consumo recuperado
correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que executado o corte em até 90
(noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de
cobrança da dívida, inclusive antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
D admissível em razão de fraude no medidor pelo consumidor, desde que o débito seja
relativo ao período máximo de sessenta dias anteriores à constatação da fraude. Informativo
0265 de outubro de 2005. Apesar do entendimento já firmado na Primeira Seção, no sentido da possibilidade de
concessionária de energia elétrica suspender o fornecimento de seus serviços em razão de inadimplência de usuários, após prévio
aviso, no caso em exame, essa jurisprudência não se aplica. Isso porque a concessionária apurou unilateralmente suposta fraude
no medidor de energia elétrica sem o conhecimento do consumidor e passou a cobrar a diferença entre o real consumo apurado e
o valor pago, culminando na interrupção do fornecimento de energia elétrica. Sendo assim, considerou-se configurar
constrangimento ilegal ao consumidor o corte da energia elétrica quando se discute no Judiciário débito em que o consumidor o
reputa como indevido. Com esse entendimento, a Turma não deu provimento ao agravo regimental. Precedente citado: AgRg no
Ag 559.349-RS, DJ 10/5/2004. AgRg no Ag 697.680-SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/10/2005.
E inadmissível caso a dívida derivada de fraude no medidor cometida pelo consumidor seja
relativa a período anterior a noventa dias precedentes à constatação da fraude. 96=E ,
Informativo 0634 de outubro de 2018.
Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efetivo por fraude no aparelho medidor atribuída ao consumidor, desde
que apurado em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa, é possível o corte administrativo do fornecimento
do serviço de energia elétrica, mediante prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consumo recuperado
correspondente ao período de 90 (noventa) dias anterior à constatação da fraude, contanto que executado o corte em até 90
(noventa) dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de
cobrança da dívida, inclusive antecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 28/09/2018 (Tema 699)

QUESTÃO 97 O contrato de franquia

A pode ocorrer no âmbito da administração pública indireta e visa à prestação de serviço uti
singuli, aplicando-se ao contrato, subsidiariamente, as regras da Lei de Franquia Empresarial.
97=A
B é uma nova forma de parceria entre a administração pública e as entidades do terceiro setor.
É uma forma de contrato empresarial onde um empresário (franquador) concede a outro empresário (franqueado) o direito de
uso de marca ou serviços
C é uma nova forma de ajuste de prestação de serviço público de competência concorrente
entre os entes federados, com a observância de normas gerais estabelecidas de comum
acordo. Direito Público (Código Civil, Lei8.966/1994 e 8.666/1993 – Contrato de direito privado com derrogações para direito
público.
D pode ocorrer no âmbito da administração pública direta e visa à prestação de serviço público
uti universi, aplicando-se ao contrato as regras da Lei de Franquia Empresarial. As regras de direito
Público, por exemplo a lei 8.666/1993 Licitações, Código Civil e lei das Franquia para elaborar o contrato, que é de direito privado.
E é tipicamente empresarial e, assim, não se concilia com as finalidades da administração
pública nem com as da administração indireta que explore atividade econômica. Há as
Franquias postais, Lei 11.668/2008

QUESTÃO 98 O poder de polícia administrativo


A limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade individual, regulando e fiscalizando atos
civis ou penais. “o exercício da polícia administrativa está disseminado pelos órgãos e agentes da Administração Pública, ao
passo que o da polícia judiciária é privativo de certo e determinado órgão (Secretaria de Segurança). O objeto da polícia
administrativa é a propriedade e a liberdade, enquanto o da polícia judiciária é a pessoa, na medida em que lhe cabe apurar as
infrações penais".(GASPARINI, 2003, p. 123) Disto, extrai-se que a polícia administrativa age toda vez que vê ameaçado o interesse
coletivo, enquanto que a judiciária age toda vez que vê um ilícito praticado contra a pessoa. No mesmo raciocínio, ensina Álvaro
Lazzarini: "a linha de diferenciação está na ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do ilícito
puramente administrativo (preventiva ou repressivamente), a polícia é administrativa. Quando o ilícito penal é praticado, é a
polícia judiciária que age". (LAZZARINI, apud DI PIETRO, 2003, p. 112).”
B inclui, no âmbito das agências reguladoras, a possibilidade de tipificar ineditamente
condutas passíveis de sanção, de acordo com o STJ. 98=B
[REsp 1796278/RS T2 segunda turma. DJe 22/04/2019. O STJ possui entendimento de que "as sanções administrativas aplicadas
pelas agências reguladoras, no exercício do seu poder de polícia, não ofendem o princípio da legalidade, visto que a lei ordinária
delega a esses órgãos a competência para editar normas e regulamentos no âmbito de sua atuação, inclusive tipificar as condutas
passíveis de punição, principalmente acerca de atividades eminentemente técnicas" (REsp 1.522.520/RN. Rel. Ministro Gurgel de
Faria. Julgado em 1º/2/2018. DJe em 22/2/2018)]
[ADI 4874/DF STF. O poder de polícia da administração, no entanto, manifesta-se tanto pela prática de atos específicos, de efeitos
concretos, quanto pela edição de atos normativos abstratos, de alcance generalizado. Não se mostra estranha ao poder geral de
polícia da Administração, portanto, a competência das agências reguladoras para editar atos normativos visando à organização e à
fiscalização das atividades por elas reguladas. A função normativa das agências reguladoras, no entanto, notadamente quando
atinge direitos e deveres dos administrados ligados ao Estado tão somente por vínculo de sujeição geral, subordina-se
necessariamente ao que disposto em lei. Assim, embora dotadas de considerável autonomia, a medida da competência normativa
em que são investidas as agências reguladoras será aquela perfeitamente especificada nas leis pelas quais são criadas.]
C pode ser delegado a sociedade de economia mista que explore serviço público, a qual
poderá praticar atos de fiscalização e aplicar multas. Impossibilidade, é sociedade empresarial,
busca o lucro. “AgInt no REsp 1741296/PR T2 segunda turma DJe 21/08/2018. A jurisprudência do STJ é no sentido de
impossibilidade de aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista”
D possui autoexecutoriedade, princípio segundo o qual o ato emanado será obrigatório,
independentemente da vontade do administrado. Executado de forma imediata e direta pela
própria administração, independente de ordem judicial. A coercibilidade é o atributo de que se
impõe ao administrado as medidas adotadas, podendo até mesmo utilizar-se de força.
E deve obedecer ao princípio da proporcionalidade no exercício do mérito administrativo e,
por isso mesmo, é impassível de revisão judicial nesse aspecto. É possível. Em regra é não se
admite revisão do mérito administrativo. Há várias exceções.

QUESTÃO 99 O Estado, no exercício do poder de polícia, pode restringir o uso da propriedade


particular por meio de obrigações de caráter geral, com base na segurança, na salubridade, na
estética, ou em outro fim público, o que, em regra, não é indenizável. Essa forma de exercício
do poder de polícia pelo Estado corresponde a
A uma servidão administrativa. Direito real de gozo sobre imóvel de propriedade alheia, para
função de interesse público, mediante autorização legal.
B uma ocupação temporária. Atua de forma branda ou restritiva, por um momento o Estado
utiliza da propriedade privada para atender interesse público, com animus de devolução
C uma requisição. Requerer, pedir, pode ser sobre coisas ou serviços a qual passa a pertencer à
autoridade que requereu (Estado), autorizado por lei, pode ser indenizável.
D uma limitação administrativa. 99=D limitar, demarcar, restringe, define, com relação ao domínio dos
proprietários,
E um tombamento. Catalogar, demarcar , anotar os marcos = arrolar, inscrever, registrar, fazer as descrições, para que se
individualizem, ou se identifiquem no registro a coisa

QUESTÃO 100 O gun jumping consiste


A no ato de concentração econômica velado, isto é, sem submissão ao CADE.
B na responsabilização da empresa e, individualmente, dos dirigentes ou administradores pela
infração à ordem econômica.
C em limitar, falsear ou prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa.
D na consumação de atos de concentração econômica antes de eles serem autorizados pelo
CADE, sendo uma prática vedada pela legislação brasileira. 100=D
E em utilizar meios enganosos para provocar oscilação de preços de terceiros.

A Lei 12.529/2011 (Lei de Defesa da Concorrência – LDC) instituiu no Brasil o controle prévio de atos de concentração econômica
(artigo 88, §2o , da LDC). Esses atos de concentração econômica foram definidos no artigo 90 da LDC como operações nas quais: (i)
duas ou mais empresas anteriormente independentes se fundem; (ii) uma ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente,
por compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis,
por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou outras empresas; (iii) uma ou mais
empresas incorporam outra ou outras empresas; ou (iv) duas ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint
venture. Por sua vez, a consumação de atos de concentração econômica antes da decisão final da autoridade antitruste (prática
também conhecida como gun jumping pela literatura e jurisprudência estrangeiras) é vedada pelo artigo 88, §3º da LDC. Esse
dispositivo obriga as partes a absterem-se de concluir o ato de concentração antes de finalizada a análise prévia do Cade, sob pena
de possível declaração de nulidade da operação, imposição de multa pecuniária em valores que variam entre R$ 60.000,00 e R$
60.000.000,00 – a depender da condição econômica dos envolvidos, dolo, má-fé e do potencial anticompetitivo da operação,
entre outros – e a possibilidade de abertura de processo administrativo contra as partes envolvidas. Assim, devem ser preservadas
até a decisão final da operação as condições de concorrência entre as empresas envolvidas (artigo 88, §4º da LDC).

PROMOTOR DE JUSTIÇA MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO PIAUI aplicação 24/02/2019


Cespe/Cebraspe
QUESTÃO 53 Na hipótese de rescisão unilateral de contrato administrativo, a administração
pública poderá promover a apropriação provisória dos bens e do serviço vinculado ao objeto
do contrato para evitar a interrupção de sua execução. Essa medida representa uma cláusula
exorbitante que se materializa em intervenção do Estado na propriedade privada na
modalidade denominada
A limitação administrativa. É a determinação pelo poder público a obrigações positiva, negativas ou permissivas para
que os proprietários atendam a função social, intervenção do poder público na propriedade privada. O que está limitado não pode
ser transporto ou excedido.
B requisição administrativa. O Estado utiliza (pedi com autoridade de exigir) de bens móveis, imóveis e serviços de
particulares diante de perigo público iminente.
C ocupação temporária. 53=C uso (apossamento, intervenção, interferência) pelo Estado de bens por tempo limitado.
O proprietário não perde o bem. Divergem os autores sobre recair em bens móveis e imóveis.
D servidão administrativa. Dever que submete a coisa (imóvel) para que o Estado possa executar obras e serviços
atendendo ao interesse público, o dono do prédio serviente se obriga a tolerar o uso pelo prédio dominante (favorecido)
E retrocessão. É o direito que tem o expropriado de reaver a coisa que o Estado expropriou que não teve o destino
especificado. É retroceder, agir para trás fazendo com que o proprietário anterior obtenha de volta a coisa expropriada pelo preço
atual com direito de preferência. Art. 519 CC

QUESTÃO 54 O poder público estadual instalou escola em determinado imóvel público


abandonado. Após a instalação e o efetivo uso público do bem, o imóvel será caracterizado
como bem público
A dominical, tacitamente desafetado. Art. 99 III CC dominicais: constituem patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público...
Afetação expressa, tácita e fática
No plano teórico, a (des)afetação como (des)vinculação jurídica de um bem a um ou mais destinações primárias assume três
formas hipotéticas, a saber: a expressa, a tácita e a fática. Nem todas elas se mostram juridicamente compatíveis com o direito
administrativo brasileiro.
A afetação expressa indica mandamento contido em ato jurídico legislativo ou administrativo pelo qual se vincula um bem de
modo explícito, claro, expresso, inquestionável a uma ou mais destinações primárias. O Decreto que prevê a desapropriação de
um terreno para vinculá-lo a uma futura escola ou a uma estação de transporte urbano configura um ato expresso de afetação. A
lei que direciona uma fazenda à criação de um parque público e o ato de registro de um loteamento que transfere vias de tráfego
para o Município são outros exemplos.
Diversa é a afetação tácita, pois nesta a associação do bem a uma finalidade precípua esconde-se no texto do ato legislativo ou
administrativo. O mandamento não se encontra explícito. Conforme se aduziu alhures, “se tácito é o que está subentendido,
implícito, a (des)afetação tácita seria aquela que não decorre de uma previsão específica, de um ato legal ou administrativo de
efeitos concretos do qual se retire um comando de alteração na destinação de uso precípuo do bem. A (des)afetação tácita deve
ser compreendida como um comando que está subjacente em um ato (...)”.18 A criação de uma autarquia por lei faz supor que
todos os bens que ela receba originariamente venham a ser aplicados no exercício de suas funções administrativas.
A terceira hipótese teórica representa a (des)afetação fática, ou melhor, a (des)vinculação de coisa, móvel ou imóvel, a certa
finalidade pública primária por força de fatos, usos, costumes, comportamentos humanos em geral, a despeito de um ato jurídico.
Embora o conceito seja simples, não parece fácil responder se ele é ou não compatível com o direito positivo brasileiro.
Imagine-se uma praça municipal (bem de uso comum) que passa a ser utilizada para atividades de uma creche municipal (como
bem de uso especial). Imagine-se outra praça abandonada que, pela sua situação, seja tomada como bem dominical pelo
Município e vendida sem desafetação. Considere-se, ainda, a biblioteca de uma faculdade pública de direito (bem de uso especial)
que passe a ser utilizada por todos do povo ao longo de muitas décadas (como bem de uso comum). Em todos esses três
exemplos, a hipótese abstrata é idêntica. O uso fático que se fez do bem transformou ou afastou sua afetação originária? Os fatos
produziram efeito jurídico? Modificaram mandamento jurídico anterior?
Acredita-se que não. O comportamento, omissivo ou comissivo, da coletividade ou dos agentes públicos, a despeito de sua
extensão temporal e de boa-fé, não se revela capaz de alterar a vinculação formal de um bem público a uma ou mais destinações
primárias. A afetação fática, conquanto possa ser reconhecida no plano dos conceitos, não se afigura válida no direito brasileiro,
pois, caso fosse, representaria o reconhecimento de que o costume constitui fonte de normas jurídico-administrativas, o que
contraria os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade.19
Retome-se a hipótese narrada do Município que vende certa praça abandonada sem qualquer desafetação prévia por considerá-la
um bem dominical surgido por decorrência da falta de uso pela população ao longo dos anos. Além de questionável sob o ponto
de vista da legalidade, já que viola ato legislativo ou administrativo anterior, a ação municipal poderia ser tachada de imoral por
consistir em alienação de bem destinado à produção de utilidades públicas.
As praxes administrativas e os usos sociais não justificam a alteração ou a negação da vontade do povo ou da Administração
Pública em relação à vinculação jurídica de certo bem a finalidades públicas. O reconhecimento do instituto da (des)afetação fática
colocaria as condições e as predisposições naturais ou sociais do bem em uma situação de primazia quanto às opções da
coletividade expressas por meio de seus representantes diretos ou indiretos, o que feriria, em última instância, o modelo
democrático. Não é o uso, o desuso ou a natureza do bem que define, em última instância, sua afetação. Esta constitui opção
política ou administrativa formal que se deixa influenciar pelas características fáticas do bem, mas deriva principalmente de
considerações de ordem política, administrativa, econômica, cultural, social etc.
É preciso cuidado para não se misturar a (des)afetação fática, instituto incompatível com o direito administrativo brasileiro, com a
transformação ou o desaparecimento da coisa. Em várias ocasiões, o uso normal do bem ou certos fenômenos naturais que o
atingem são capazes de modificar sua estrutura e natureza física. Eis o que sucede com o edifício afetado a serviço público, mas
transformado em escombro por força de terremoto ou em cinzas após grande incêndio. Caso semelhante é o das cadeiras e de
lousas de uma escola pública que se desgastam com o uso e se transformam em material inservível (ou seja, resíduo).
Na hipótese em que o bem se esgote ou se transforme em outro por resultado do uso ou de fenômenos naturais, não se opera
real desafetação. Ocorre, sim, destruição ou transformação significativa do próprio objeto que, mediatamente, afasta a afetação
originária, já que esta depende da aptidão de o bem produzir utilidades públicas determinadas.
Um exemplo serve para ilustrar a problemática e o entendimento teórico aqui registrado. Imagine-se o prédio do hospital público
atingido por enchente. Por conta do desastre, as atividades do hospital são suspensas, mas nisso se verificam duas situações
diversas. Alguns materiais, equipamentos e setores do prédio continuam intactos e úteis à produção de suas utilidades originárias.
Outros bens mostram-se destruídos, tornaram-se inservíveis ao serviço público de saúde.
No tocante ao primeiro grupo de bens, nada mudou juridicamente. Eles permanecem na categoria dos bens de uso especial,
mesmo porque o Código Civil (art. 99, II) prescreve que basta a destinação formal do bem ao serviço, independentemente da
utilização efetiva ou da suspensão da atividade principal. Já o segundo grupo de bens, destruídos ou comprometidos
funcionalmente, não são mais bens afetados. Isso não resulta, contudo, de desafetação, mas sim de perecimento, esgotamento ou
descaracterização do bem. Não se trata de desvinculação jurídica resultante de usos e costumes do povo ou de agentes públicos,
mas sim da transformação ou desaparecimento do bem e, por conseguinte, da afetação originária que o acompanhava.

B de uso especial, tacitamente afetado. 54=B, uso especial=execução dos serviços administrativos e públicos em
geral: edifícios, terrenos destinados a execução dos serviços públicos. Art. 99 II CC
C de uso comum do povo, tacitamente afetado.
D de uso especial, expressamente desafetado.
E de uso comum do povo, expressamente desafetado. Uso comum do povo= destinação de uso geral: rios,
mares, estradas, ruas, praças art. 99 I CC

QUESTÃO 55 O chefe do Poder Executivo estadual baixou resolução pela qual declarou ser de
utilidade pública para fins de desapropriação determinado imóvel particular, situado no
território do respectivo ente federado. Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo
foi eivado de vício quanto
A à forma. 55=A Chefe do Executivo baixa decreto expropriatório. Decretos e regulamentos são privativos do Chefe do
Poder Executivo. Resolução são atos normativos inferiores aos decretos e regulamentos, expedidos por Ministros de Estado,
presidentes de Tribunais e casa legislativas e órgãos colegiados versando sobre materiais de interesse interno dos órgãos.
B à finalidade.
C ao objeto.
D ao motivo.
E à competência.

QUESTÃO 56 Julgue os seguintes itens, acerca de ação civil pública, ação popular, habeas
corpus e mandado de injunção.
I O STJ firmou entendimento de que, em ação civil pública promovida pelo Ministério Público,
o adiantamento dos honorários periciais ficará a cargo da Fazenda Pública a qual está
vinculado o parquet. I=Certo. Recurso Repetitivo. REsp 1253844/SC Relator Ministro Mauro Campbelll Marques S1
primeira seção DJe 17/10/2013.

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ADIANTAMENTO DEHONORÁRIOS PERICIAIS. NÃO CABIMENTO.
INCIDÊNCIA PLENA DO ART. 18 DA LEI N. 7.347/85. ENCARGO TRANSFERIDO À FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO DA SÚMULA
232/STJ, POR ANALOGIA. 1. Trata-se de recurso especial em que se discute a necessidade deadiantamento, pelo Ministério
Público, de honorários devidos a perito em Ação Civil Pública. 2. O art. 18 da Lei n. 7.347/85, ao contrário do que afirma o art. 19
do CPC/1973, explica que na ação civil pública não haverá qualquer adiantamento de despesas, tratando como regra geral o que o
CPC cuida como exceção. Constitui regramento próprio, que impede que o autor da ação civil pública arque com os
ônus periciais e sucumbenciais, ficando afastada, portanto, as regras específicas do Código de Processo Civil. 3. Não é possível se
exigir do Ministério Público o adiantamento de honorários periciais em ações civis públicas.Ocorre que a referida isenção
conferida ao Ministério Público em relação ao adiantamentodos honorários periciais não pode obrigar que o perito exerça seu
ofício gratuitamente, tampouco transferir ao réu o encargo de financiar ações contra ele movidas. Dessa forma, considera-se
aplicável, por analogia, a Súmula n. 232 desta Corte Superior ("A FazendaPública, quando parte no processo, fica sujeita à
exigência do depósito prévio dos honorários do perito"), a determinar que a Fazenda Pública ao qual se acha vinculado o Parquet
arque com tais despesas. Precedentes: EREsp 981949/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/02/2010, DJe 15/08/2011; REsp 1188803/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/05/2010, DJe
21/05/2010; AgRg no REsp 1083170/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/04/2010,
DJe 29/04/2010; REsp 928397/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/09/2007, DJ 25/09/2007 p. 225;
REsp 846.529/MS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/04/2007, DJ 07/05/2007, p. 288. 4.
Recurso especial parcialmente provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n. 8/08.
II O Ministério Público poderá interpor recurso contra sentença proferida que julgou
improcedente o pedido do autor da ação popular. II=Certo, § 20 do art. 19 da Lei Ação Popular Lei
4.717/1965
III O STJ fixou entendimento de que a ausência de parecer escrito do parquet em sede de
habeas corpus gera automática nulidade do julgamento. III=Errado. A ausência de parecer
escrito do parquet em sede de habeas corpus não gera a automática nulidade do julgamento, cabendo ao interessado, ao
contrário, comprovar o efetivo prejuízo, notadamente porque a manifestação ministerial tem caráter opinativo e sua abordagem
temática não gera necessário exame do colegiado" (HC n. 333.562/SP, Sexta Turma, Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe
de 11/12/2015)

IV O mandado de injunção pode ser individual ou coletivo, podendo, nesse último caso, ser
promovido pelo Ministério Público. IV=Certo, art. 12 I da Lei 13.300/2016
Estão certos apenas os itens
A I e II.
B I e III.
C III e IV.
D I, II e IV. 56=D
E II, III e IV.

QUESTÃO 57 Determinado ente público pretende celebrar contrato de prestação de serviços


consultivos de engenharia, estimado no valor de R$ 300.000. Nesse caso, a licitação deverá ser
realizada na modalidade
A pregão do tipo técnica e preço. Pregão aquisição de bens e serviços comuns, art. 1 da Lei 10.520/2002
B convite do tipo técnica e preço. 57=B art. 46 com art. 22 § 30 da Lei 8.666/1993 para
interessados do ramo pertinente
C concurso do tipo menor preço. Concurso é para escolha de trabalho técnico, científico, artístico. §0 4 do art. 22 lei
8.666/1993
D tomada de preços do tipo menor preço. Interessados devidamente cadastrados ou que atendam condições para
cadastramento, art. 22 §20 da lei 8.666/1993
E concorrência do tipo menor preço. Quaisquer interessados para execução do objeto do edital, §10 do art. 22 Lei
8.666/1993

QUESTÃO 58 De acordo com o STF, a competência das agências reguladoras para editar atos
normativos que visem à organização e à fiscalização das atividades por elas reguladas
representa o exercício de seu poder administrativo
A discricionário, que depende da conveniência e da oportunidade.
B de polícia, na sua função normativa, estando subordinado ao disposto na lei. 58=B
Informativo 889 de fevereiro de 2018. ADI 4874/DF Ministro Relator Rosa Weber. O Plenário registrou que o advento das
agências reguladoras setoriais representa inegável aperfeiçoamento da arquitetura institucional do Estado de Direito
contemporâneo no sentido do oferecimento de uma resposta da Administração Pública para fazer frente à complexidade das
relações sociais verificadas na modernidade. A exigência de agilidade e flexibilidade cada vez maiores do Estado diante das
ininterruptas demandas econômicas e sociais que lhe são direcionadas levou à emergência de estruturas administrativas
relativamente autônomas e independentes — as chamadas agências — dotadas de mecanismos aptos e eficazes para a regulação
de setores específicos, o que inclui a competência para editar atos qualificados como normativos. Nesse contexto, o escopo do
modelo regulatório adotado no Brasil não se reduz à regulação concorrencial, não se limitando à correção das chamadas “falhas
de mercado”. Pelo contrário, incorpora também instrumentos necessários para o atingimento de objetivos gerais de interesse
público: regulação social, e não apenas econômica.
Especificamente em relação à ANVISA, é certo aduzir que suas funções regulatórias se destinam, em grande medida, à disciplina
de atividades exercidas em caráter eminentemente privado. Não adstrita à regulação concorrencial, tampouco à regulação de
serviços públicos, sobressaem, na vocação dessa agência os contornos de típico exercício do poder de polícia da Administração, no
caso, a sanitária.
O poder de polícia da administração, no entanto, manifesta-se tanto pela prática de atos específicos, de efeitos concretos, quanto
pela edição de atos normativos abstratos, de alcance generalizado. Não se mostra estranha ao poder geral de polícia da
Administração, portanto, a competência das agências reguladoras para editar atos normativos visando à organização e à
fiscalização das atividades por elas reguladas.
A função normativa das agências reguladoras, no entanto, notadamente quando atinge direitos e deveres dos administrados
ligados ao Estado tão somente por vínculo de sujeição geral, subordina-se necessariamente ao que disposto em lei. Assim, embora
dotadas de considerável autonomia, a medida da competência normativa em que são investidas as agências reguladoras será
aquela perfeitamente especificada nas leis pelas quais são criadas.
Entretanto, tais assertivas não implicam em reduzir a regulação setorial ao preenchimento de lacunas e muito menos à execução
mecânica da lei. Dotada de inquestionável relevância e responsabilidade, a função regulatória só é dignificada pelo
reconhecimento de que não é inferior nem exterior à legislação. Exerce-se, isto sim, em um espaço que se revela qualitativamente
diferente, pelo seu viés técnico, ainda que conformada pela ordem constitucional e legal vigentes.
C normativo, que é dotado de autonomia com relação às competências definidas em lei.
D regulamentar, visando à normatização de situações concretas voltadas à atividade regulada.
E disciplinar, objetivando a punição do administrado pela prática de atividade contrária ao
disposto no ato normativo.

QUESTÃO 59 Prefeito de determinado município deixou de cumprir obrigação legal de prestar


contas à respectiva câmara municipal. O Ministério Público estadual ajuizou ação de
improbidade administrativa pelo ato praticado pelo prefeito no exercício de seu mandato.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa e com a
jurisprudência dos tribunais superiores,
A não caberia a ação de improbidade por se tratar de ato do prefeito de natureza omissiva.
B não caberia a ação por improbidade, porque os prefeitos se submetem apenas à legislação
específica sobre crimes de responsabilidade.
C caberia a ação por improbidade, desde que observado o foro especial por prerrogativa de
função para o seu ajuizamento.
D caberia a ação por improbidade, uma vez que o ato do prefeito atentou contra os princípios
da administração pública. 59=D art. 11 VI com art. 17 da Lei 8.429/1992
E caberia a ação por improbidade, que deveria ser proposta dentro do prazo prescricional
previsto em lei específica para as faltas disciplinares puníveis com demissão. Demissão é para
cargo efetivo ou emprego público, art. 23 II da Lei 8.429/1992
PROMOTOR DE JUSTIÇA MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO PIAUI aplicação 24/02/2019
Cespe/Cebraspe
QUESTÃO 76 A respeito da responsabilização pela prática de ato de improbidade
administrativa, é correto afirmar que
A pode ser sujeito passivo de ato de improbidade administrativa, na modalidade de violação
de princípios da administração pública, a entidade para a qual o erário tenha concorrido com
menos de 50% do patrimônio para criá-la. Não consta no rol do art. 11 da Lei 8.429/1992 , pode ser por atos de
improbidade que causam prejuízo ao erário, art. 10 incisos XVI e XVII da Lei 8.429/1992
B o STJ entende que a decretação de medida cautelar de indisponibilidade dos bens em razão
da prática de ato de improbidade que cause dano ao erário não está condicionada à
comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio. 76=B,
Recurso Repetitivo Tema 701 REsp 1366721/BA Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho S1 primeira seção DJe 19/09/2014.
"(...) no comando do art. 7º da Lei 8.429/1992, verifica-se que a indisponibilidade dos bens é cabível quando o julgador entender
presentes fortes indícios de responsabilidade na prática de ato de improbidade que cause dano ao Erário, estando o periculum in
mora implícito no referido dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37, § 4º, da Constituição, segundo a qual 'os atos
de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível'. O periculum in mora,
em verdade, milita em favor da sociedade, representada pelo requerente da medida de bloqueio de bens, porquanto esta Corte
Superior já apontou pelo entendimento segundo o qual, em casos de indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta
ímproba lesiva ao erário, esse requisito é implícito ao comando normativo do art. 7º da Lei n. 8.429/92. Assim, a Lei de
Improbidade Administrativa, diante dos velozes tráfegos, ocultamento ou dilapidação patrimoniais, possibilitados por
instrumentos tecnológicos de comunicação de dados que tornaria irreversível o ressarcimento ao erário e devolução do produto
do enriquecimento ilícito por prática de ato ímprobo, buscou dar efetividade à norma afastando o requisito da demonstração do
periculum in mora (art. 823 do CPC), este, intrínseco a toda medida cautelar sumária (art. 789 do CPC), admitindo que tal requisito
seja presumido à preambular garantia de recuperação do patrimônio do público, da coletividade, bem assim do acréscimo
patrimonial ilegalmente auferido". 4. Note-se que a compreensão acima foi confirmada pela referida Seção, por ocasião do
julgamento do Agravo Regimental nos Embargos de Divergência no Recurso Especial 1.315.092/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, DJe 7/6/2013. 5. Portanto, a medida cautelar em exame, própria das ações regidas pela Lei de Improbidade
Administrativa, não está condicionada à comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo,
tendo em vista que o periculum in mora encontra-se implícito no comando legal que rege, de forma peculiar, o sistema de
cautelaridade na ação de improbidade administrativa, sendo possível ao juízo que preside a referida ação, fundamentadamente,
decretar a indisponibilidade de bens do demandado, quando presentes fortes indícios da prática de atos de improbidade
administrativa.”

C o STF fixou a tese de que são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na
prática de ato doloso ou culposo tipificado na lei de improbidade administrativa. RE 852475 julgado
em 08/08/2018. Decisão do plenário. Tese: “São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato
doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”.

D o Ministério Público tem legitimidade extraordinária, concorrente e conjunta para propor


ação civil pública para responsabilização por prática de ato de improbidade. O Ministério Público tem
ser parte ou atuar como fiscal da lei § 4 do art. 17 + art. 22 da Lei 8.429/1992
E é admissível a propositura de ação civil pública pela prática de ato de improbidade
administrativa somente contra particular, sem a presença concomitante de agente público na
qualidade de réu. Arts. 10 e 20 da Lei 8.429/1992
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva cargos: 1, 2,3, e 4.
Cargo 1: Analista Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Calculista. Cargo 2:
Analista Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Engenharia. Cargo 3: Analista
Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Gestão Pública. Cargo 4: Analista
Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Recursos Humanos. Aplicação 07/04/2019.
Conhecimentos Básicos.

Com relação à organização administrativa e à administração pública direta e indireta, julgue os


itens a seguir.
15 Embora dotados de personalidade jurídica, os órgãos públicos não possuem capacidade
processual para a defesa de suas prerrogativas e competências institucionais. 15=Errado,
órgãos não detém personalidade jurídicas próprias.
16 A criação de fundações públicas de direito público ocorre por meio de lei, não sendo
necessária a inscrição de seus atos constitutivos em registro civil de pessoas jurídicas. 16=Certo
17 Diferentemente das empresas públicas, que podem ser constituídas sob qualquer forma
empresarial admitida em direito, as sociedades de economia mista somente podem constituir-
se sob a forma de sociedade anônima. 17=Certo

Com base nas disposições constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas
disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue os
itens seguintes.
18 Os empregados de sociedade de economia mista que receba recursos da União, de estado,
do Distrito Federal ou de município para o pagamento de pessoal ou para custeio em geral
submetem-se ao teto remuneratório previsto na Constituição Federal de 1988. 18=Certo
19 Os cargos em comissão cujas atribuições sejam de direção, chefia e assessoramento são
ocupados exclusivamente por servidores efetivos. 19=Errado, são por servidores de carreira, as
funções de confiança que são por ocupantes de cargo efetivo, inciso V do art. 37 CF/88
20 Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se
insubsistentes os motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da
administração, respeitada a opção do servidor. 20=Errado, ocorre quando invalidada sua demissão por
decisão judicial, art. 28; a reversão é o retorno do servidor aposentado, art. 25 ambos da Lei 8.112/1990

Acerca de poderes administrativos, julgue os itens subsequentes.


21 O administrador público age no exercício do poder hierárquico ao editar atos normativos
com o objetivo de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados. 21=Certo
22 Configura abuso do poder regulamentar a edição de regulamento por chefe do Poder
Executivo dispondo obrigações diversas das contidas em lei regulamentada, ainda que sejam
obrigações derivadas. 22=Errado. , ocorre abuso de poder, usurpação da competência
Legislativa (que é do congresso nacional= Senado e Câmara), ou seja invasão da competência
do poder legislativo.
23 Em decorrência do poder hierárquico, é lícita a avocação por órgão superior, em caráter
ordinário e por tempo indeterminado, de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.23=Errado. A avocação só é permitida, em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, porque a avocação é sempre sentida pelo servidor como
uma punição e tem caráter temporário. Art. 15 da lei 9.784/1999

Com relação a licitações e contratos administrativos e às disposições da Lei de Improbidade


Administrativa, julgue os itens que se seguem.
24 Configura hipótese de dispensa de licitação a contratação de profissional de qualquer setor
artístico, diretamente ou por intermédio de empresário exclusivo, desde que o profissional
seja consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 24=Errado, é inexigível a licitação
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. art. 25 III da Lei 8.666/1993, o art. 24 trata situações
dispensa licitação.
25 Em razão da supremacia do interesse público, é permitido que a administração pública
rescinda unilateralmente contrato administrativo por razões de interesse público de alta
relevância e amplo conhecimento, ficando isenta de reparar o contratado por eventuais
prejuízos regularmente comprovados. 25=Errado, art. 78 XII com § 2 do art. 79 da Lei 8.666/1993
26 A publicidade é condição de eficácia dos atos da administração pública, por isso a
inobservância do dever de publicação de atos oficiais pode caracterizar prática de ato de
improbidade administrativa. 26=Certo, art. 4 com art. 11 IV da Lei 8.429/1992
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva cargos: 1, 2,3, e 4.
Cargo 1: Analista Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Calculista. Cargo 2:
Analista Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Engenharia. Cargo 3: Analista
Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Gestão Pública. Cargo 4: Analista
Administrativo de Procuradoria – Especialidade: Recursos Humanos. Aplicação 07/04/2019.
Conhecimentos Básicos.

Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, julgue os itens


a seguir, à luz da Lei n.º 8.429/1992.
37 Estudante maior de vinte e um anos de idade que estagia sem remuneração em empresa
pública estadual estará sujeito a responder por ato de improbidade administrativa caso se
utilize de sua condição de estagiário para auferir vantagem econômica indevida. 37=Certo, art.
10 da Lei 8.429/1992
38 Sociedade de economia mista em que a União detenha mais de 50% das cotas sociais será
considerada sujeito ativo de improbidade administrativa caso um de seus dirigentes cometa
conduta dolosa que cause prejuízo ao erário. 38=Errado, ela será sujeito passivo, art. 10, 20 e 30 da Lei
8.429/1992
39 Para ser imputado como ato de improbidade administrativa praticado contra associação
civil de direito privado sem fins lucrativos e de interesse coletivo a referida entidade deve ter
sido subsidiada pelo erário em montante não inferior a 50% da sua receita anual. 39=Errado,
todas as subsidiadas serão + aquelas cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos 50% do patrimônio
ou receita anual, parágrafo único do art. 10 da lei 8.429/1992
40 Os sucessores de agente público falecido que, em vida, praticou ato de improbidade
administrativa que importou lesão ao patrimônio público terão obrigação de ressarcir o dano
apurado até o limite do valor da herança. 40=Certo, art. 8 0 da Lei 8.429/1992

A respeito da responsabilização de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração


pública, julgue os itens subsequentes, à luz da Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013).
41 Atos lesivos praticados contra a administração direta por sociedade simples nacional não
personificada e que atentem contra compromissos internacionais assumidos pelo Brasil são
passíveis de apuração por meio da instauração de processo administrativo, que pode ser
deflagrado de ofício pela autoridade máxima do órgão. 41=Certo, art. 10
42 Nas hipóteses de fusão e incorporação societária legalmente promovida, a
responsabilização da pessoa jurídica sucessora restringe-se à obrigação de pagamento de
multas e à reparação integral de dano, até o limite do patrimônio transferido. 42=Certo, art. 40 §
10
43 As sociedades empresárias consorciadas por força de contrato administrativo são
responsáveis solidárias entre si por atos de improbidade administrativa, respondendo
irrestritamente umas pelas outras nos âmbitos administrativo, civil e criminal. 43=Errado,
respondendo por obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, § 20 do art. 4 da Lei 12.846/2013
44 Para avaliar a graduação da sanção administrativa a ser aplicada, a autoridade competente
está impedida de considerar parâmetros referentes ao estado econômico do infrator, devendo
se restringir ao dano ao erário efetivamente apurado. 44=Errado, art. 70 VI
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva . Aplicação 07/04/2019.

Conhecimentos Especifico para os cargo 2. Cargo 2: Analista Administrativo de Procuradoria –


Especialidade: Engenharia
A empresa construtora de uma creche comunitária comunicou, formalmente, ao órgão público
contratante a conclusão da obra, que foi executada dentro do prazo previsto no contrato
administrativo. O termo de recebimento provisório foi emitido pelo contratado no primeiro dia
do 16.º mês de obra. No primeiro dia do 17.º mês de obra, o órgão público comprovou em
vistoria técnica a adequação do objeto aos termos contratuais. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsecutivos a respeito do recebimento provisório da obra, do prazo
de vigência do contrato e da responsabilidade civil pela solidez e segurança da construção,
tendo como referência a Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 8.666/1993) e atualizações.
58 O representante do órgão público responsável por acompanhamento e fiscalização da obra
deverá proceder ao seu recebimento provisório mediante termo circunstanciado, que será
pelas partes assinado em até trinta dias após a comunicação escrita de conclusão da obra pela
contratada. 58=Errado, em até 15 dias art. 73 I “a” da Lei 8.666/1993
59 De acordo com a Lei n.º 8.666/1993, o prazo de vigência do contrato deve ser de pelo
menos 18 meses para ser viável a inclusão do prazo máximo permitido para a emissão do
termo de recebimento definitivo da obra. 59=Errado, o prazo de observação (art. 73 I “b”) não
poderá ser superior a 90 dias salvo casos excepcionais ( § 20 do art. 73 lei 8.666/1993)
60 O recebimento definitivo da obra não exclui a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da construção dentro dos limites estabelecidos pela lei. 60=Certo, § 20 do art. 73 da
lei 8.666/1993

A equipe técnica de um órgão público elaborou o projeto básico de licitação para a construção
de uma ponte rodoviária. Nesse projeto, constavam as seguintes informações: C custo direto
total da obra = R$ 2 milhões; C custo final da obra = R$ 2,5 milhões. Quando do lançamento do
edital da licitação, o projeto executivo ainda não estava pronto, e a planilha de orçamento da
obra não continha a anotação de responsabilidade técnica (ART) do orçamentista.
Considerando esse caso hipotético, julgue os próximos itens, com base nas normativas
concernentes a construções.
62 O edital de licitação pode ser lançado porque o projeto executivo poderá ser finalizado
durante a execução da obra, desde que autorizado pela administração. 62=Errado, § 10 do art. 7
com 40 V da Lei 8.666/1993
63 A inexistência da ART do orçamentista é fator impeditivo ao lançamento do edital de
licitação. 63=Certo

Um órgão público pretende realizar processo licitatório para a construção de um posto de


saúde comunitário, orçado em R$ 350.000. O prazo de execução da obra será de 13 meses.
Tendo como referência esse caso hipotético, julgue os itens a seguir, considerando a legislação
aplicável à contratação de obras e serviços de engenharia.
64 O processo licitatório para a referida obra poderá ser feito na modalidade pregão
presencial. 64=Errado, o pregão é para aquisição de bens e serviços comuns, art. 10 da Lei
10.520/2002; será realizado por tomada de preço art. 23 I “b” da Lei 8.666/1993
65 A modalidade licitatória convite poderá ser utilizada nesse certame licitatório. 65=Errado,,
convite é para obras e serviços de engenharia até 150 mil. Art. 23 I “a” Lei 8.666/1993
66 Caso o valor contratado da obra seja o mesmo orçado no edital de licitação, a monta de
aditivo máximo permitido será inferior a R$ 80.000. 66=Errado, é obrigado aceitar alterações de obras até
25% do valor inicial atualizado do contrato = R$ 87.500,00 art. 65 do § 1 0 da Lei 8.666/1993
67 A legislação lista hipóteses de execução de obras e serviços para os quais é dispensada a
realização de licitação em razão da natureza da obra que se pretende executar, como é o caso
dos postos de saúde.67=Errado, para qualquer obra e serviço até 10% do valor especificado
para obras e serviços de engenharia na modalidade convite (arts. 23 I “a” com art. 24 I da Lei
8.666/1993) a saber R$ 15.000,00
68 Tendo em vista o prazo de execução da referida obra, o contratado não pode indicar,
previamente, no contrato, cláusula de reajuste de valor. 68=Errado, art. 55 III da Lei 8.666/1993
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva . Aplicação 07/04/2019.

Conhecimentos Especifico para os cargo 2. Cargo 2: Analista Administrativo de Procuradoria


– Especialidade: Engenharia
A respeito de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, julgue os itens
subsequentes, de acordo com disposições da Lei n.º 8.987/1995.
72 Edital de licitação poderá prever a inversão na ordem das fases de habilitação e julgamento,
hipótese em que, verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado
vencedor. 72=Certo, art. 18-A inciso II da Lei 8.987/1995
73 É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que
expressamente autorizada pelo poder concedente. 73=Certo, art. 26 da Lei 8.987/1995
74 A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando, por
exemplo, nos devidos prazos, a concessionária não cumprir as penalidades impostas por
infrações. 74=Certo, art. 35 III com § 10 do art. 38 da Lei 8.987/1995

Seis meses depois de emitida a ordem de serviço para a execução de uma obra pública, a
construtora pleiteou possível reajustamento no contrato. A fiscalização negou o requerimento
sob as seguintes alegações: pouco tempo de execução em andamento (seis meses); existência
de serviços atrasados em relação ao cronograma contratual; falta de notas fiscais e cotações
de preços que comprovem aumento nos preços de insumos. Com referência a essa situação,
julgue os itens seguintes.
77 É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses
de execução. 77=Certo, art. 55 III da Lei 8.666/1993
78 A contratada tem o direito de receber as parcelas atrasadas com os devidos reajustes,
desde que recolha aos cofres públicos o valor das multas aplicadas por atrasos na execução de
serviços. 78=Errado,art. 40 inciso XIV “d” da Lei 8.666/1993 com art. 79 com 80 III Lei
8.666/1993
79 Para o reajuste pleiteado pela construtora, não se exige comprovação de aumento de
preços dos insumos da obra, portanto é descabida a exigência alegada pela fiscalização.
79=Certo, § 80 do art. 65 com art. 40 XI da Lei 8.666/1993

Durante uma reforma de um prédio público, a empresa contratada alegou à fiscalização que as
divisórias especificadas eram de 10 cm de espessura, mas, tanto no orçamento da empresa
quanto no de referência do projeto básico, o item prevê divisórias de 5 cm. Outro ponto
reclamado foi a ausência, na ficha de composição do orçamento de referência, de previsão
orçamentária para aquisição de fita crepe, que será empregada em grande quantidade na
pintura das paredes. Esses fatos levaram a empresa contratada a solicitar acréscimo de valor
no contrato. Tendo como referência essas informações, julgue os itens subsequentes, de
acordo com as normas vigentes.
80 A fiscalização deverá verificar se, no processo licitatório, houve questionamento acerca da
divergência na especificação das espessuras das divisórias por parte de algum licitante. Se tiver
havido questionamento e, mesmo assim, a comissão de licitação tiver decidido manter a
especificação sem alterar o orçamento, a contratada não fará jus ao aditivo pretendido.
80=Certo, art. 60 inciso XI “c” com § 20 do art. 40 com art. 78 I e II da Lei 8.666/1993
81 A fiscalização deverá aceitar acréscimo de valor oriundo da falta de fita crepe na
composição de custos, uma vez que esse item não havia constado da ficha de composição.
81=Errado, § 2 II do art. 70 da Lei 8.666/1993
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva Aplicação 07/04/2019.
Conhecimentos Especifico para os cargo 5. Cargo 5: Analista Judiciário de Procuradoria

Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas administrativos e à


administração pública em geral, julgue os itens que se seguem.
51 Um dos aspectos da constitucionalização do direito administrativo se refere à elevação, ao
nível constitucional, de matérias antes tratadas por legislação infraconstitucional. 51=Certo
52 No Brasil, assim como no sistema de common law, o costume é uma das fontes principais
do direito administrativo. 52=Errado, art. 40 do Decreto-Lei 4.657/1942
53 De acordo com o critério teleológico, o direito administrativo é um conjunto de normas que
regem as relações entre a administração e os administrados. 53=Errado, o critério teleológico,
considera o Direito Administrativo como o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento
de seus fins. Esta definição trata-se do critério das relações jurídicas.
54 Em sentido objetivo, administração pública designa os entes que exercem a atividade
administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa. 54=Errado, este é o
subjetivo. O sentido objetivo são as próprias funções (sendo exercidas) do Estado (serviço
público, polícia administrativa, fomento, intervenção, regulação).
55 O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração pública e que
não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime jurídico administrativo.
55=Certo

À luz das normas pertinentes à administração pública e com relação a atos e contratos
administrativos, serviços públicos, improbidade administrativa e intervenção do Estado na
propriedade, julgue os itens seguintes.
56 A ocorrência da decadência gera a extinção de direito, o que, contudo, não impede a
administração pública de se manifestar a tempo e modo em processo administrativo.
56=Errado, a aplicação do princípio da segurança jurídica e da boa fé está na base das normas sobre prescrição e decadência,
que fixa prazo para a Administração rever os próprios atos (art. 54 da lei 9.784/1999)
57 Somente bens imóveis de valor histórico e cultural brasileiro são passíveis de tombamento,
sendo essa modalidade de intervenção restritiva ao uso da propriedade. 57=Errado, art. 216 § 10
da CF/88 visa proteger o patrimônio cultural brasileiro como uma restrição parcial do bem o proprietário não perde o bem
completamente.
58 Encampação é a denominação dada à rescisão unilateral de uma concessão pública antes
do prazo inicialmente estabelecido entre as partes e equivale à retomada da execução do
serviço pelo poder concedente. 58=Certo, art. 35 II com art. 37 da Lei 8.987/1995
59 O recebimento de vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba
pública de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que importa
prejuízo ao erário. 59=Errado, art. 90 inciso IX da Lei 8.429/1992 importa enriquecimento ilícito.
60 De acordo com o Decreto n.º 6.170/2007, é vedada a celebração de convênios e contratos
de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos que não comprovem ter desenvolvido,
durante os últimos três anos, atividades referentes à matéria objeto do convênio ou do
contrato de repasse. 60=Certo, art. 20 IV da Lei 6.170/2007
61 Conforme o Decreto n.º 7.892/2013, a vigência dos contratos decorrentes do sistema de
registro de preços não poderá ser superior a doze meses. 61=Errado, o prazo de validade da ata de
registro de preços não será superior a 12 meses a vigência dos contratos será definida nos instrumentos convocatórios, § 2 0 do art.
12 decreto 7.892/2013
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva Cargo 6: Assistente de
Procuradoria. Aplicação 07/04/2019. Conhecimentos Básicos para os cargos de analista
administrativo de procuradoria.
A respeito da organização administrativa da administração pública, julgue os itens a seguir.
15 Desconcentração administrativa consiste na distribuição do exercício das funções
administrativas entre pessoas jurídicas autônomas. 15=Errado, entre a mesma pessoa administrativa.
16 A administração pública direta reflete uma administração centralizada, enquanto a
administração indireta reflete uma administração descentralizada. 16=Certo

Acerca de contratos administrativos, julgue os itens subsecutivos.


20 A teoria do fato do príncipe permite que um Estado contratante, mediante ato lícito,
modifique as condições do contrato, de modo a provocar prejuízo ao contratado. 20=Anulada ,
Art. 65 II “d” Maria Sylvia Zanella di Pietro admite controvérsia na definição de Fato do
Princípe: “Divergem os autores na conceituação do fato do príncipe; para uns, abrange o poder de alteração unilateral e
também as medidas de ordem geral, não relacionadas diretamente com o contrato, mas que nele repercutem, provocando
desequilíbrio econômicofinanceiro em detrimento do contratado. Para outros, o fato do príncipe corresponde apenas a essa
segunda hipótese. Cite-se o exemplo de um tributo que incida sobre matérias primas necessárias ao cumprimento do contrato; ou
medida de ordem geral que dificulte a importação dessas matérias-primas. É a corrente a que aderimos, por ser diverso o
fundamento da responsabilidade do Estado; no caso de alteração unilateral de cláusulas contratuais, a responsabilidade decorre
do próprio contrato, ou seja, da cláusula exorbitante que confere essa prerrogativa à Administração; trata-se de responsabilidade
contratual. No caso de medida geral, que atinja o contrato apenas reflexamente, a responsabilidade é extracontratual; o dever de
recompor o equilíbrio econômico do contrato repousa na mesma ideia de equidade que serve de fundamento à teoria da
responsabilidade objetiva do Estado.” No direito brasileiro, de regime federativo, a teoria do fato do príncipe somente se aplica se
a autoridade responsável pelo fato do príncipe for da mesma esfera de governo em que se celebrou o contrato (União, Estados e
Municípios); se for de outra esfera, aplica-se a teoria da imprevisão.”

21 A comutatividade representa a equivalência entre as obrigações previamente ajustadas


pelas partes contratantes. 21=Certo

No que se refere ao controle da administração pública, julgue os itens que se seguem.


22 Tribunais de contas estaduais têm competência para julgar as contas do governador do
respectivo estado. 22=Errado, art. 75 com art. 71 I da CF/88 o julgamento é da assembléia legislativa com apreciação
do tribunal de contas estadual pelo principio da simetria.
23 O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, sendo
vedada a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário. 23=Certo

No que se refere aos direitos individuais e à aplicação dos princípios do contraditório e da


ampla defesa, julgue os itens a seguir.
Considerando a Lei n.º 8.429/1992 e a Lei Estadual n.º 11.781/2000 — que trata de processo
administrativo estadual —, julgue os próximos itens, a respeito de improbidade administrativa.
24 Servidor público que aja negligentemente na fiscalização das prestações de contas de
parceria firmada pela administração pública com entidade privada cometerá ato de
improbidade administrativa. 24=Certo é ato de improbidade administrativa que causa prejuízo
ao erário, art. 10 XIX da Lei 8.429/1992
25 No âmbito da administração pública estadual, a edição de atos de caráter normativo e a
decisão de recursos poderão ser objeto de delegação, desde que seja observada a forma
prevista na lei. 25=Errado, art. 13 I da Lei 8.429/1999
26 É garantido ao defensor de investigado o pleno acesso aos documentos já anexados ao
procedimento investigatório, mesmo que o inquérito policial esteja classificado como sigiloso.
26=Certo
27 É nula a sentença condenatória fundamentada exclusivamente em elementos colhidos em
inquérito policial. 27=Certo, art. 155 do CPP com
“Padece de falta de justa causa a condenação que se funde exclusivamente em elementos informativos do inquérito policial. II.
Garantia do contraditório: inteligência. Ofende a garantia constitucional do contraditório fundar-se a condenação exclusivamente
em testemunhos prestados no inquérito policial, sob o pretexto de não se haver provado, em juízo, que tivessem sido obtidos
mediante coação (STF, Primeira Turma, RE 287658/MG , rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 16/09/2003).

“Visando afastar eventuais arbitrariedades, a doutrina e a jurisprudência pátrias já repudiavam a condenação baseada
exclusivamente em elementos de prova colhidos no inquérito policial. 3. Tal vedação foi abarcada pelo legislador ordinário com a
alteração da redação do artigo 155 do Código de Processo Penal, por meio da Lei n. 11.690/2008, o qual prevê a proibição da
condenação fundada exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. 4. Constatado que o Tribunal de
origem utilizou-se unicamente de elementos informativos colhidos no inquérito policial para embasar o édito condenatório em
desfavor da paciente, imperioso o reconhecimento da ofensa à garantia constitucional ao devido processo legal. (STJ, Quinta
Turma, HC 200802252070, rel. Min. Jorge Mussi, 14/02/2011)”

28 A ausência de assistência técnica de advogado durante processo administrativo disciplinar


torna o processo nulo. 28=Errado, Súmula vinculante 5 do STF
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva Cargo 6: Assistente de
Procuradoria. Aplicação 07/04/2019. Conhecimentos Básicos para os cargos de analista
administrativo de procuradoria.
Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018, que tratam, respectivamente, de
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública e do
processo administrativo de responsabilização (PAR), julgue os itens a seguir.
37 O PAR é um procedimento preliminar, de caráter sigiloso e não punitivo, destinado a apurar
os indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública. 37=Errado
38 A responsabilidade civil das pessoas jurídicas é subjetiva; depende, portanto, da análise de
dolo ou culpa na prática da conduta lesiva. 38=Errado, é objetiva art. 37 § 60 CF/88
39 A responsabilização por atos ilícitos apurados, cometidos por pessoas naturais que exercem
a administração de sociedades empresárias, será aplicada conforme a culpabilidade da pessoa.
39=Certo
40 Para apurar ilícitos administrativos lesivos a licitações e contratos públicos, admite-se ao
Poder Executivo estadual celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas que tenham
participado do certame, desde que a colaboração dessas seja efetiva. 40=Certo, art. 16 da Lei
12.846/2013 Lei anticorrupção.
41 A responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial. 41=Errado, art. 18 da Lei 12.846/2013 Lei anticorrupção

Acerca de improbidade administrativa, julgue os itens subsecutivos.


42 Comete ato de improbidade administrativa o agente público que, em razão do exercício de
sua função, é beneficiado com a aquisição de imóvel cujo valor seja desproporcionalmente
superior à evolução de sua renda ou patrimônio. 42=Certo, ato que importa enriquecimento ilícito art. 90
VII Lei 8.429/1992
43 O agente público que nega publicidade de atos administrativos oficiais comete ato ímprobo
que atenta contra os princípios da administração pública. 43=Certo, art. 11 IV da Lei 8.429/1992
44 Terceiro não enquadrado ou não equiparado à definição de agente público que obtiver
vantagem decorrente de ato ímprobo será responsabilizado culposamente, ainda que tenha
agido de boa-fé e sem ciência da origem ilícita do proveito auferido. 44=Errado,
Procuradoria Geral do Estado do Pernambuco. Prova objetiva cargo 6. Cargo 6: Assistente de
Procuradoria Aplicação 07/04/2019. Conhecimentos Específico.
A respeito da administração pública brasileira, julgue os itens a seguir.
56 A descentralização consiste na repartição de funções entre mais de um órgão de uma
mesma administração, sem que haja quebra de hierarquia, e pode ocorrer por critério
territorial. 56=Errado, administração diferente.
57 A descentralização por colaboração ocorre, por exemplo, quando a administração pública,
por meio de ato administrativo, transfere a execução de um serviço a uma pessoa jurídica, mas
mantém a titularidade do serviço. 57=Certo
58 A administração pública direta inclui as autarquias, as fundações públicas e as empresas
públicas. 58=Errado, a administração pública direta: União, Estado, Distrito Federal e
Município
59 Autarquia pode ser criada por ato administrativo originário de ministério. 59=Errado, a
criação de autarquia é somente por lei específica, art. 37 XIX CF/88
60 O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações integra a administração
direta, enquanto a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), agência sob a supervisão desse
ministério, integra a administração indireta. 60=Certo

Acerca de gestão de processos e contratos, julgue os próximos itens.


61 Na hierarquia dos processos de uma organização pública, são considerados processos
centrais aqueles que se referem a limpeza e manutenção do escritório. 61=Errado,
62 Independentemente da natureza e do ramo de organizações distintas, seus processos
centrais são idênticos, uma vez que se referem sempre ao atendimento ao cliente.62=Errado,
63 Ao firmar contrato administrativo em nome da administração pública, é lícito que o gestor
público o faça de forma oral, pois o ato do agente público é suficiente para validar o contrato.
63=Errado
64 Por razões de interesse público, um contrato administrativo pode ser rescindido
unilateralmente pela administração pública. 64=Certo, art. 78 inciso XII (art. 58 II com art. 79 I
com art. 78 de I a XII e XVII) Lei 8.666/1993

Julgue os itens subsequentes, relativos a processos licitatórios.


65 Na contratação direta por dispensa de licitação, pode-se ter competição entre os licitantes.
65=Anulada, a contratação direta (dispensa, inexigibilidade) são sem licitação. A inexigibilidade de licitação ocorre quando
houver inviabilidade de competição, art. 25 da Lei 8.666/1993. NO caso de dispensa de licitação, se o ente público quiser pode
licitar, art. 24 da Lei 8.666/1993
66 A contratação direta por notória especialização é caso especial de inexigibilidade de
licitação. 66=Certo, art. 25 II da Lei 8.666/1993
67 A modalidade licitatória de concorrência admite que se estabeleça uma etapa de pré-
qualificação para licitantes interessados. 67=Certo, § 10 do art. 22 da Lei 8.666/1993
68 Para a promoção de atividades de natureza artística, técnica ou científica, a modalidade
licitatória apropriada é o convite. 68=Errado, § 40 do art. 22 da Lei 8.666/1993
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA. PROCURADOR MUNICIPAL.
Aplicação: 26/05/2019. Conhecimentos Básicos.
Em janeiro de 2018, o Ministério Público de um estado da União começou a apurar possíveis
irregularidades referentes a contratos com empresas de transporte urbano no âmbito de
determinada prefeitura municipal daquele estado. Para realizar as diligências, o órgão
ministerial requisitou informações à referida prefeitura, por meio de ofícios, que foram
encaminhados ao então secretário municipal de urbanismo, sr. José Silva. Ao todo, foram
expedidos pelo parquet, no período de dez meses, entre janeiro de 2018 e outubro de 2018,
oito ofícios, que não obtiveram resposta do mencionado secretário. Posteriormente, o sr. José
Silva fez consultas à Procuradoria-Geral do município citado acerca dos possíveis
desdobramentos da sua omissão à luz dos dispositivos da Lei n.º 8.429/1992.
Considerando essa situação hipotética e os aspectos legais a ela relacionados, julgue os
próximos itens.
26 Para que a conduta do sr. José Silva seja caracterizada como ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, é indispensável que
seja demonstrado o dano ao erário ou o enriquecimento ilícito desse agente público.
26=Errado, art. 11 II da Lei 8.429/1992 constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
27 Em regra, de acordo com a Lei n.º 8.429/1992, qualquer pessoa poderá representar à
autoridade administrativa competente sobre a instauração de investigação destinada a apurar
a prática de ato de improbidade imputada ao sr. José Silva. 27=Certo, art. 14 da Lei 8.429/1992
28 A conduta omissiva do sr. José Silva poderá caracterizar ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública mesmo que não seja comprovado o
elemento subjetivo do dolo para violar tais princípios. 28=Errado,
"Efetivamente, a configuração de qualquer ato de improbidade administrativa exige a presença do elemento subjetivo na conduta
do agente público, pois não é admitida a responsabilidade objetiva em face do atual sistema jurídico brasileiro, principalmente
considerando a gravidade das sanções contidas na Lei de Improbidade Administrativa", "A desídia e a negligência, expressamente
reconhecidas no julgado impugnado, não configuram dolo, tampouco dolo eventual, mas indiscutivelmente modalidade de culpa",
acrescentou. "Não foi demonstrada a indispensável prática dolosa da conduta de atentado aos princípios da Administração
Pública, mas efetiva conduta culposa, o que não permite o reconhecimento de ato de improbidade administrativa previsto no
artigo 11 da lei 8.429/92", concluiu Denise Arruda.” REsp 875163 STJ

29 Eventual ação de improbidade administrativa para apurar as supostas irregularidades


praticadas pelo sr. José Silva concernentes a contratos com empresas de transporte urbano
poderá ser proposta tanto pelo Ministério Público do estado envolvido quanto pela pessoa
jurídica interessada. 29=Certo, art. 17 da Lei 8.429/1992
30 De acordo com o entendimento do STJ, para que seja determinado o possível
processamento da ação civil pública por ato de improbidade administrativa supostamente
praticado pelo sr. José Silva, em observância ao princípio do in dubio pro societate, é
suficiente, na defesa do interesse público, a demonstração de indícios razoáveis da prática de
atos de improbidade e da autoria. 30=Certo, Informativo 0547 de outubro de 2014.

DIREITO ADMINISTRATIVO. REQUISITOS PARA A REJEIÇÃO SUMÁRIA DE AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (ART. 17, § 8º,
DA LEI 8.429/1992).

Após o oferecimento de defesa prévia prevista no § 7º do art. 17 da Lei 8.429/1992 - que ocorre antes do recebimento da petição
inicial -, somente é possível a pronta rejeição da pretensão deduzida na ação de improbidade administrativa se houver prova hábil
a evidenciar, de plano, a inexistência de ato de improbidade, a improcedência da ação ou a inadequação da via eleita. Isso porque,
nesse momento processual das ações de improbidade administrativa, prevalece o princípio in dubio pro societate. Esclareça-se
que uma coisa é proclamar a ausência de provas ou indícios da materialização do ato ímprobo; outra, bem diferente, é afirmar a
presença de provas cabais e irretorquíveis, capazes de arredar, prontamente, a tese da ocorrência do ato ímprobo. Presente essa
última hipótese, aí sim, deve a ação ser rejeitada de plano, como preceitua o referido § 8º da Lei 8.429/1992. Entretanto, se
houver presente aquele primeiro contexto (ausência ou insuficiência de provas do ato ímprobo), o encaminhamento judicial
deverá operar em favor do prosseguimento da demanda, exatamente para se oportunizar a ampla produção de provas, tão
necessárias ao pleno e efetivo convencimento do julgador. Com efeito, somente após a regular instrução processual é que se
poderá concluir pela existência de: (I) eventual dano ou prejuízo a ser reparado e a delimitação do respectivo montante; (II)
efetiva lesão a princípios da Administração Pública; (III) elemento subjetivo apto a caracterizar o suposto ato ímprobo. REsp
1.192.758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em 4/9/2014.

Informativo 0528 de maio de 2013 “Deve ser recebida a petição inicial de ação de improbidade no caso em que existam indícios da
prática de ato ímprobo por prefeito que, no contexto de campanha de estímulo ao pagamento do IPTU, fizera constar seu nome,
juntamente com informações que colocavam o município entre outros que detinham bons índices de qualidade de vida, tanto na
contracapa do carnê de pagamento do tributo quanto em outros meios de comunicação. Tal conduta, em princípio, pode
configurar indevida prática de promoção pessoal mediante a utilização de informes publicitários oficiais, subsumindo-se, dessarte,
a hipótese de ato de improbidade administrativa prevista na Lei n. 8.429/1992. Nesse contexto, havendo indícios da prática de ato
de improbidade, é prematura a extinção do processo com julgamento de mérito, tendo em vista que, na fase inicial da ação, ainda
inexistem elementos suficientes para um juízo conclusivo acerca da demanda. Com efeito, de acordo com a jurisprudência do STJ,
existindo meros indícios de cometimento de atos enquadráveis na Lei n. 8.429/1992, a petição inicial há de ser recebida,
fundamentadamente, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, vale o princípio in dubio pro societate, a fim de
possibilitar o maior resguardo do interesse público. AgRg no REsp 1.317.127-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
7/3/2013.”

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA. PROCURADOR MUNICIPAL.


Aplicação: 26/05/2019. Conhecimentos Específicos.

Julgue os itens a seguir, acerca das disposições constitucionais a respeito de direito


administrativo.
31 Estados federados podem, sob o fundamento de interesse social, desapropriar imóveis
rurais improdutivos para fins de reforma agrária. 31=errado,
32 Um município poderá ser condenado ao pagamento de indenização por danos causados por
conduta de agentes de sua guarda municipal, ainda que tais danos tenham decorrido de
conduta amparada por causa excludente de ilicitude penal expressamente reconhecida em
sentença transitada em julgado. 32=Certo, § 60 do art. 37 CF/88
33 A investidura em empregos públicos em sociedades de economia mista depende de prévia
aprovação em concurso público, mas não se estende a esse tipo de emprego a proibição
constitucional de acumulação remunerada de funções e cargos públicos. 33=Errado, art. 37 inciso
II e XI se estende a empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional CF/88
34 Cabe ao Congresso Nacional o exercício do controle externo dos atos administrativos de
concessões e permissões de emissoras de rádio e televisão. 34=Certo art. 49 inciso XII CF/88

A respeito de improbidade administrativa, processo administrativo e organização


administrativa, julgue os itens seguintes.
35 Para a caracterização de ato de improbidade que cause dano ao erário, basta, com relação
ao elemento subjetivo, que seja constatada a culpa do agente com dever legal de evitar tal
prejuízo. 35=Certo, art. 10 da Lei 8.429/1992
36 Caso o administrado não atenda a intimação em processo administrativo, incidirá o ônus de
reconhecimento da verdade dos fatos alegados. 36=Errado. Art. 27 da Lei 9.784/1999
37 A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por
meio de atos de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de
autorização legislativa. 37=Certo
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE. Procurador Municipal do
Quadro Permanente da Prefeitura de Campo Grande. Aplicação: 16/06/2019.
PROVA OBJETIVA
Acerca de atos administrativos, julgue os itens que se seguem.
13 Ato administrativo vinculado que tenha vício de competência poderá ser convalidado por
meio de ratificação, desde que não seja de competência exclusiva. 13=Certo, art. 55 da Lei
9.784/1999 Segundo Maria Sylvia Zanella de Pietro “Quanto ao sujeito, se o ato for praticado com vício de incompetência,
admite-se a convalidação, que nesse caso recebe o nome de ratificação, desde que não se trate de competência outorgada com
exclusividade”
14 A administração pública poderá revogar atos administrativos que possuam vício que os
torne ilegais, ainda que o ato revogatório não tenha sido determinado pelo Poder Judiciário.
14=Errado, a revogação é por motivo de conveniência ou oportunidade, súmula 473 do STF

À luz das disposições da Lei n.º 11.079/2004 acerca das normas gerais para licitação e
contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública, julgue os itens a
seguir.
15 A contratação de parceria público-privada deve ser precedida de licitação na modalidade de
tomada de preço, estando a abertura do processo licitatório condicionada a autorização da
autoridade competente, fundamentada em estudo técnico. 15=Errado, concorrência, art. 10
da Lei 11.079/2004
16 É dispensável a realização de licitação para celebração de contratos de parceria público-
privada. 16=Errado, não é, art. 10 da lei 11.079/2004

A respeito do regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, julgue os


itens subsecutivos.
17 A transferência de concessão ou de controle societário da concessionária sem a prévia
anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão. 17=Certo, art. 27 da Lei
8.897/1965
18 A concorrência é a modalidade de licitação a ser adotada para concessão de serviços
públicos que não sejam precedidos de execução de obra pública. 18=Certo, art. 20 II da Lei 8.987/1995

Após processo licitatório na modalidade de concorrência, determinada empresa foi contratada


para reformar imóvel pertencente à administração pública; por enfrentar, no entanto, graves
problemas financeiros, essa empresa deixou de realizar 30% da obra licitada, o que equivale a
uma monta de R$ 250.000. Por isso, a administração pública pretende contratar outra
empresa para finalizar a obra remanescente. Considerando essa situação hipotética, julgue os
próximos itens.
19 A situação narrada caracteriza hipótese legal de dispensa de licitação para a contratação de
remanescente de obra, caso em que deve ser atendida a ordem de classificação da licitação
anterior e devem ser aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.
19=Certo, art. 24 XI da Lei 8.666/1993
20 Para a conclusão da obra, pode ser realizada nova licitação na modalidade de tomada de
preços. 20=Certo, art. 23 I “b” da lei 8.666/1993 tomada de preços é para obras e serviços até 1 milhão e quinhentos.
21 O princípio do julgamento objetivo visa afastar o caráter discricionário quando da escolha
de propostas em processo licitatório, obrigando os julgadores a se ater aos critérios prefixados
pela administração pública, o que reduz e delimita a margem de valoração subjetiva no
certame. 21=Certo, art. 45 da Lei 8.666/1993

Considerando as disposições da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992) e o


processo administrativo disciplinar, julgue os itens seguintes.
22 Servidor público que receber quantia em dinheiro para deixar de tomar providência a que
seria obrigado em razão do cargo que ocupa estará sujeito, entre outras sanções, à suspensão
dos seus direitos políticos por um período de oito anos a dez anos. 22=Certo, art. 90 I com art.
12 I da Lei 8.429/1992
23 A ação principal relativa a procedimento administrativo que apure a prática de ato de
improbidade terá o rito ordinário e será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro do prazo de sessenta dias no caso de efetivação de medida
cautelar. 23=Errado, 30 dias da efetivação da medida cautelar, art. 17 da Lei 8.429/1992
24 Nos processos administrativos disciplinares, o uso de prova emprestada, ainda que haja
autorização do juízo competente, é vedado em razão do direito de proteção à intimidade
previsto na Constituição Federal de 1988. 24=Errado, súmula 591 do STJ “É permitida a prova
emprestadano processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o
contraditório e a ampla defesa.”

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