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1 VARELLA, 2019, p. 68
2 VARELLA, 2019, p. 69
3 VARELLA, 2019, p. 69
4 VARELLA, 2019, p. 69
que a eventual desaprovação no âmbito da Câmara dos Deputados põe termo ao
processo, não havendo por que levar a questão ao Senado em tais circunstâncias". 5
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o tratado volta ao Presidente
da República, que então irá ratificá-lo. Após ratificado o Ministério das Relações
Exteriores realizará o depósito do instrumento de ratificação junto ao órgão
depositário. A partir deste momento é que o Brasil passará a estar comprometido
perante os demais Estados signatários. O último ato do procedimento é a publicação
de um Decreto Executivo, que irá promulgar e internalizar o tratado, resultando, por
fim, na integração do tratado na ordem jurídica interna. 6
Sobre o sistema de votação, explica José Francisco Rezek que a votação
em plenário deverá ser realizada pelo quorum comum de presenças, ou seja, exige-
se para a votação a presença da maioria absoluta do número total de deputados, ou
de senadores. E a aprovação, por sua vez, ocorre pela maioria absoluta dos
presentes em favor do tratado.7
Quanto ao valor normativo dos tratados na ordem jurídica brasileira,
ensina Marcelo Dias Varella que “os tratados em geral têm força de norma
infraconstitucional. Os tratados de direitos humanos, em particular, quando
aprovados na forma de projeto de emenda constitucional, têm força de norma
constitucional.” Contudo, se os tratados que versam sobre direitos humanos não
forem aprovados na forma de emendas constitucionais, terão também a força de
norma infraconstitucional.8 Assim, em regra os tratados incorporados ao sistema
jurídico brasleiro apresentam eficácia de lei ordinária, mas os que tratam sobre
direitos humanos aprovados nos moldes e quorum de emenda constitucional tem
eficácia de norma constitucional.
A previsão de tratados terem força de emenda constitucional está prevista
na CF/88, art. 5º, § 3º, que versa: “Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais.” Deste modo, o sistema de votação dos tratados que
tratam de direitos humanos deverá seguir o procedimento de aprovação de emenda
constitucional.9