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Enunciado
A empresa “Leva e Traz Ltda.” dedica-se há 20 anos ao transporte de pequenas encomendas dentro da
sua região de atuação. Preocupada com a excelência dos seus serviços, periodicamente, substitui sua
pequena frota de veículos por outros em melhores condições. Em uma dessas operações, adquiriu três
carros seminovos no final do ano de 2010. Em janeiro de 2011 foram enviados pelo Estado “X” os
carnês para o pagamento do IPVA, os quais acabaram esquecidos no departamento financeiro da
empresa.
Em junho de 2012, após a realização de um mutirão em busca de devedores, o Fisco Estadual notificou
a empresa, constituindo-a em mora e cobrando, portanto, além do IPVA de 2011, também os
acréscimos legais correspondentes.
O pagamento não aconteceu e no início do ano de 2017 a empresa “Leva e Traz Ltda.” viu o seu nome
ser inscrito em dívida ativa, sendo certo que se encontra, atualmente, na iminência de sofrer execução
fiscal.
Como advogado contratado para defender a contribuinte, ingresse com a medida judicial adequada,
capaz, inclusive, de assegurar a ela participação num processo licitatório cuja abertura ocorrerá na
próxima semana.
Gabarito Comentado
Quesitos Avaliados: Ação Anulatória com pedido de tutela de urgência. Parcial Nota
Incabível o mandado de segurança, porque a notificação ocorreu em 2012,
portanto, já ultrapassado o prazo de 120 dias previsto no art. 23 da Lei nº
12.016/09.
Item 01. Endereçamento: Juiz de Direito 0,20
Item 02. Qualificação: Fazenda Pública do Estado X (0,10) e Empresa “Leva 0,20
e Traz Ltda.” (0,10)
Item 03. Fundamento processual: Art. 38, Lei nº 6.830/80 (0,10); Art. 0,30
300, NCPC (0,10) e Art. 319, NCPC (0,10)
Item 08. Pedido b) o julgamento procedente do pedido para fins de... (especificar); 0,30
Item 10. Pedido d) a condenação em custas e honorários advocatícios, nos termos do 0,30
art. 85, §3º, do CPC/15;
Item 12. Pedido f) protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos 0,30
em direito, nos termos do art. 319, VI, do CPC/15;
Item 13. Pedido g) opção pela não realização de audiência de conciliação ou de 0,20
mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/15 OU a indicação do não cabimento de
conciliação, nos termos do art. 334, §4º, II, do CPC/15.
Total 5,00
Enunciado
A Santa Casa de determinada localidade, entidade assistencial sem fins lucrativos, é detentora de um
imóvel, na região central da cidade, no qual exerce atividade hospitalar a pessoas carentes, e explora
parte de seu terreno como estacionamento, em benefício de suas finalidades. Para obter recursos de
maior monta, promoveu campanha de rifas, dando ao vencedor o direito de uso do terreno do
estacionamento, por um ano, sem qualquer ônus. O ganhador resolveu utilizar o referido terreno para
estacionamento de seus familiares. No início do ano foi notificado pela Prefeitura Municipal para pagar
o IPTU, sendo considerado contribuinte, na qualidade de possuidor do imóvel a título de direito de uso
(art. 34 do CTN). Pergunta-se:
Gabarito Comentado
a) Não é devido o IPTU, tendo em vista que a Santa Casa é imune ao imposto 0,65
(art. 150, VI, “c” da Constituição Federal). No caso, ficou evidente que a
exploração do imóvel estava relacionada com a obtenção de recursos para a
própria Santa Casa atingir sua finalidade, afastando-se, daí, o § 4º do mesmo
art. 150 CF). Sendo o IPTU um imposto sobre a propriedade, a indicação de
um possuidor como contribuinte apenas é possível se a posse se faz com
“animus dominis”. A posse por um contrato de uso, com prazo determinado,
não caracteriza aquele “animus”.
b) Quanto aos requisitos legais que devem ser cumpridos, eles estão insertos 0,60
no art. 14 do CTN (“O disposto na alínea “c” do inciso IV do art. 9º é
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele
referidas: I- não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título; II- aplicarem integralmente, no País, os seus
recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III- manterem
escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão. §1º Na falta de cumprimento do disposto
neste artigo, ou no §1º do art. 9º, a autoridade competente pode suspender a
aplicação do benefício. §2º Os serviços a que se refere a alínea “c” do inciso IV
do art. 9º são exclusivamente os diretamente relacionados com os objetivos
institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos
estatutos ou atos constitutivos”).
Total 1,25
Enunciado
Em dezembro de 2014, a pessoa jurídica W teve a falência decretada durante o seu processo de
recuperação judicial, iniciado no mesmo ano, em virtude da não apresentação do plano de recuperação
judicial no prazo previsto em lei. Considerando a ordem a ser observada na classificação dos créditos
na falência, a União alegou que os créditos de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
devidos pela contribuinte, relativos aos exercícios de 2011 e 2012, deveriam ser pagos antes dos
créditos extraconcursais. Diante disso, responda aos itens a seguir.
a) Está correto o argumento da União?
b) Após a decretação da falência, a cobrança judicial do crédito tributário pode prosseguir por meio de
execução fiscal?
Gabarito Comentado
A) Não está correto o argumento da União, tendo em vista que, na falência, o 0,65
crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com
garantia real, no limite do valor do bem gravado, conforme o Art. 186,
parágrafo único, I, do CTN ou Art. 84, da Lei de Falências (Lei n. 11.101/05).
B) Sim, a cobrança judicial do crédito tributário pode prosseguir por meio de 0,60
execução fiscal, já que esta não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento, nos termos do Art. 187 do CTN. Ademais, de acordo com o Art.
5º da Lei nº 6.830/80 E/OU Art. 76, da Lei de Falências (Lei n. 11.101/05), a
competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda
Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência.
Total 1,25
Enunciado
A empresa XPTO deixou, por equívoco, de recolher a contribuição para o Programa de Integração
Social – PIS referente ao mês de maio. Considerando que a empresa tem a intenção de pagar esse
valor e que a legislação oferece várias formas para solver sua dívida, entre elas, a denúncia
espontânea e o parcelamento, responda:
Gabarito Comentado
a) O valor mais baixo resultaria da opção pela denúncia espontânea, uma vez 0,65
que, por essa modalidade, restaria afastada a incidência de multas, incluindo-
se apenas juros e correção (art. 138 do CTN) Diferentemente do
parcelamento, no qual não se excluem juros, correção, nem mesmo a
incidência das multas (art. 155-A, § 1º, CTN).
b) Conforme pacificado no Superior Tribunal de Justiça, no REsp 0,60
1.102.577/DF, DJe 18/05/2009), o instituto da denúncia espontânea (art. 138
do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário.
Total 1,25
Enunciado
Baseado em uma efetiva hipótese de calamidade pública, o Presidente da República edita, em março
de determinado ano, Medida Provisória instituindo empréstimo compulsório que passará a incidir a
partir do mês subsequente. Indaga-se:
b) Qualquer que seja a resposta à questão anterior, deve o empréstimo compulsório observar o
princípio da anterioridade? Fundamente.
Gabarito Comentado
Total 1,25