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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara de Fazenda Pública da

Comarca do Município Alfa

Processo nº...

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar EXCEÇÃO DE PRÉ-


EXECUTIVIDADE nos autos da execução fiscal em curso, promovida pelo Estado
Beta, em face do espólio de Maria, nos seguintes termos

1. Dos Fatos

No ano de 2021, o Estado Beta ajuizou uma execução fiscal contra Maria, com intuito
de cobrar os cobrar imposto sobre a propriedade de um veículo automotor que estava
em atraso. O veículo estaria registrado no nome de Maria, os débitos eram referentes ao
IPVA dos anos de 2015 a 2020 somando R$15.000,00. Ocorre que Maria faleceu em
Junho de 2021, ainda assim a execução fiscal foi proposta contra ela, constando seu
nome na Certidão de Dívida Ativa (CDA). Dessa forma, Maria, ao ser citada, por obvio
não houve nenhum tipo de resposta, haja vista que devido a uma citação efetuada por
oficial e justiça em Outubro de 2021 a mesma não foi encontrada, dessa forma, foi
realizado o procedimento de citação por edital em Dezembro de 2021, sendo decretada
pelo juízo a penhora do próprio automóvel, em fevereiro de 2022.

1. Da Inexistência de Legitimidade Passiva

Em razão do falecimento de Maria, torna-se imprescindível analisar a legitimidade


passiva para a execução fiscal proposta. O espólio de Maria, devidamente representado
por seu inventariante José, é o responsável pela administração dos bens e direitos
deixados por ela. No presente caso, verifica-se que Maria faleceu antes do ajuizamento
da execução fiscal, sendo que seu nome consta na Certidão de Dívida Ativa (CDA). Tal
fato caracteriza uma irregularidade processual, uma vez que a execução foi proposta
contra uma pessoa já falecida. Dessa forma, não há que se falar em responsabilização
direta de Maria no presente caso.

É relevante destacar que a citação por edital deve ser considerada inválida, uma vez que
não foram esgotadas todas as tentativas de localizar Maria de forma pessoal, conforme
previsto no artigo 256, inciso I, do Código de Processo Civil. Ademais, não consta nos
autos qualquer informação de que tenha sido nomeado um representante legal para o
espólio durante o trâmite da execução. Por conseguinte, o responsável judicialmente,
tornar-se-á o inventariante José, uma vez que Maria faleceu antes da propositura da
Execução Fiscal. Segundo a Sumula 382 do STJ enseja a extinção do processo sem
resolução do mérito
2. Da Cobrança de IPVA

Em primeiro plano, os débitos ajuizados são referentes ao IPVA derivado de um veículo


automotor que Maria possuía, antes de seu falecimento. Dessa forma, a cobrança de tais
débitos referem-se aos anos de 2015 a 2016 os quais já houve prescrição quinquenal,
segundo o artigo 174 do Código Tributário Nacional que se conta a partir da data de
vencimento do crédito tributário, o qual se deu em 31 de março de 2015/2016, haja vista
que a execução fiscal foi proposta em agosto de 2021.

3. Dos Pedidos
Diante do exposto e tudo o mais que dos autos consta, requer-se, data vênia, que se
dignem Vossas Excelências em receber a presente EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE requerendo o imediato julgamento do mérito.
Dessa forma requer:
a) Requer a extinção da execução fiscal sem resolução do mérito razão da
ilegitimidade passiva da parte
b) Desconstituição da penhora sobre o automóvel
c) Declaração da prescrição quanto ao IPVA de 2015 e 2016.
d) Condenação em honorários de sucumbência

Local, Data
Advogado OAB

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