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EXMO SR DR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA JUSTIÇA FEDERAL

DA SUBSEÇÃ O JUDICIÁ RIA DA JUSTIÇA FEDERAL DE GOVERNADOR


VALADARES/MG,

JOSÉ DA SILVA, brasileiro, casado, administrador de empresa, CPF 000.000.000-00,


CI MG 000000, residente e domiciliado no endereço X, vem respeitosamente a
presença de V. Exa, por meio de seu procurador infra-assinado, ajuizar

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO TRIBUTÁRIO

Com pedido de Medida Liminar

“inaudita altera parte”, em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito


pú blico, a qual deverá ser citada através de sua advocacia geral, com base nas
razõ es de fato e de direito a seguir aduzidas.

NARRAÇÃO FÁTICA

O autor é parte em auto de infraçã o lavrado pela Receita Federal do Brasil


no processo n. xxxxxx, em que foi constituído débito tributá rio no valor de R$
26.922,19
(vinte e seis mil, novecentos e vinte e dois reais e dezenove centavos), valor
atualizado no total de 51.359,45 (cinquenta e um mil trezentos e cinquenta e nove
reais e quarenta e cinco centavos) relativos à taxaçã o de IPI com base no decreto n.
º 7567 de 15 de setembro de 2011.

O autor, pessoa física, adquiriu no exterior um veículo modelo NISSAN


370Z convertible base, ano 2011, modelo 2011, engine VQ37VHR 3700cc DOHC V6,
332HP, 270 lb-ft torque, automatic transmission vith paddle shifers,VIN number
JN1AZ4FH5BM360717, EGINE number VQ37-288155, da Nissan Motos Co. Ltd.,
conforme especificaçõ es anexas no Commercial Invoice, pelo valor de US$ 37.235,00
(trinta e sete mil duzentos e trinta e cinco dó lares americanos), para uso pró prio.

No extrato do licenciamento de importaçã o anexo a descriçã o do veículo em


língua portuguesa é a seguinte: AUTOMOVEL DE PASSEIO, MARCA NISSAN,
MODELO 370Z, ROADSTER, ANO DE FABRICACAO 2011/2011, BRANCO
PEROLIZADO COM INTERIOR PRETO, CAPACIDADE PARA 02 PASSAGEIROS, 02
PORTAS, VIDROS E TRAVAS ELETRICOS, AR CONDICIONADO, AIR BAG, FREIOS
ABS, DIRECAO HIDRAULICA, MOTOR VQ37VHR, A GASOLINA 3.7L (3700
CILINDRADAS - 332HP - 270 IB-FT DE TORQUE), 6 CILINDROS EM "V" , 24
VALVULAS - DOHC , TRAMSMISSAO AUTOMATICA DE 7 VELOCIDAES COM
PADDLE SHIFTERS, RADIO AM/FM COM CD PLAYER, RODAS DE LIGA LEVE DE 18
POLEGADAS, CHASSIS NR.: JN1AZ4FH5BM360717, MOTOR NR. : VQ37-288155.

O autor importou o veículo para o Brasil, o qual foi entregue definitivamente


ao autor, apó s despacho aduaneiro no Porto de Suape, Recife, Pernambuco, no dia
25 de outubro de 2011. Este fato encontra-se descrito no acordão 11-58.319 - 6ª
Turma da DRJ/REC:

Ato contínuo, em 25/10/2011, foi concluído o despacho aduaneiro


na condição de "mercadoria entregue com mandado judicial", para
se efetuar o lançamento do crédito tributário com a finalidade de
prevenir a decadência, mantendo-se a exigibilidade do crédito
suspensa. O bem foi entregue ao importador em 25/10/2011.

Na ocasiã o, o autor possuía liminar a seu favor em razã o de à época vigorar


o entendimento jurisprudencial de que nã o seria devido o IPI na importaçã o de
veículos automotores para uso pró prio.

Ocorre que apó s diversos recursos, o STF fixou tese jurídica com efeito erga
omnes, em recurso extraordiná rio com repercussã o geral, reconhecendo o dever de
se pagar o IPI ainda que a importaçã o de veículo automotor fosse para uso pró prio.

Isso posto, a liminar do autor foi revogada, o julgamento do seu Mandado de


Segurança teve a ordem denegada, e surgiu, por ó bvio, o dever do autor de pagar o
tributo.
Assim, concluído o mandado de segurança em desfavor do autor, nã o lhe
restou outro caminho a nã o ser o pagamento do tributo. Ocorre que a fazenda
federal resolveu-lhe imputar uma taxaçã o na ordem de 55%, quando à época era
devido o tributo com alíquota de 25%. Este, portanto, é o cerne da controvérsia
jurídica que se instala nestes autos.

Eis que em processo administrativo, o autor manifestou-se favorá vel ao


pagamento de 25%, já tendo inclusive cumprido com suas obrigações
tributárias. Eis trecho do acordã o administrativo federal que reconhece os fatos:

Inicialmente, cumpre excluir da discussão, desde já, o montante


relativo à aplicação da alíquota de IPI de 25% bem como suas
repercussões na COFINS e PIS, posto que o próprio impugnante o
considera incontroverso e há informação, fls. 62 do e-processo, que
foi objeto de Cobrança amigável perante PA vinculado no e-processo
(PA nº. 11968.720.357/2016-71). De tal sorte, sobre tal fração não
se instaurou litígio e, consequentemente, não há manifestação a ser
emitida por este Colegiado.

Ocorre que o autor solicitou administrativamente o decote da alíquota sobre


tudo que excedesse a 25%, uma vez que, como se demonstrará , o Imposto sobre
Produtos Industrializados submete-se a regra da espera nonagesimal, e levando em
conta a data do despacho aduaneiro, a alíquota correta seria de 25%.

Mas a Receita Federal tomou por bem, desconsiderar o pedido do autor, com
a seguinte alegaçã o:

Entretanto, na Ação Direita de Inconstitucionalidade n.º 4661, o STF


concedeu liminar, com eficácia ex tunc, no dia 20/10/2011,
prolatando a seguinte ementa:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – DECRETO –


ADEQUAÇÃO. Surgindo do decreto normatividade abstrata e
autônoma, tem-se a adequação do controle concentrado de
constitucionalidade. TRIBUTO – IPI – ALÍQUOTA – MAJORAÇÃO –
EXIGIBILIDADE. A majoração da alíquota do IPI, passível de ocorrer
mediante ato do Poder Executivo – artigo 153, § 1º –, submete-se ao
princípio da anterioridade nonagesimal previsto no artigo 150,
inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE – IPI – MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA –
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL – LIMINAR –
RELEVÂNCIA E RISCO CONFIGURADOS. Mostra-se relevante pedido
de concessão de medida acauteladora objetivando afastar a
exigibilidade da majoração do Imposto sobre Produtos
Industrializados, promovida mediante decreto, antes de decorridos
os noventa dias previstos no artigo 150, inciso III, alínea “c”, da
Carta da República.

O Código Tributário Nacional assim determina:

“Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos


industrializados tem como fato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência


estrangeira;”

Assim, no caso dos bens de procedência estrangeira, o fato gerador


do imposto sobre produtos industrializados é o desembaraço
aduaneiro, que consiste no ato final do despacho aduaneiro,
procedimento administrativo tendente a verificar a regularidade da
importação. A partir desse momento o bem está nacionalizado e
autorizado a circular em território brasileiro.

O desembaraço ocorreu em 25/10/2011, ou seja, já estava em


vigor o Decreto nº 7.567, DOU 16/09/2011, que alterou a
alíquota do IPI para 55%, contudo o Plenário do Supremo
Tribunal Federal, na Medida Cautelar na ADIN 4.661,
suspendeu a vigência do artigo 16 do citado Decreto, para que
a exigência das alíquotas majoradas do Imposto sobre
Produtos Industrializados observasse os noventa dias
previstos na alínea "c" do inciso III do artigo 150 da
Constituição Federal. (GRIFOS NOSSOS).

A CF/88, em seu artigo 102 § 2º preceitua que:

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo


Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas
ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Assim, a matéria não deve ser apreciada na esfera administrativa,


posto que são soberanas as decisões judiciais e os efeitos da decisão
definitiva de mérito no julgamento da ADIN 4.661 alcançarão o
contribuinte.

Conclusão
Ante o exposto, voto no sentido de que não se tome conhecimento da
impugnação, devido à existência de ADIN em trâmite no Supremo
Tribunal Federal, mantendo-se o crédito tributário exigido.

Assim, como se pode notar, a Fazenda Pú blica Federal optou por nã o tomar
conhecimento da impugnaçã o do autor, uma vez que havia em curso Açã o Direta de
Inconstitucionalidade questionando a majoraçã o da alíquota.

Eis que a referida Açã o Direta de Inconstitucionalidade perdeu seu objeto,


uma vez que decreto posterior revogou o referido decreto, alterando o estado das
coisas, nã o existindo mais no universo jurídico.

Assim, restou a controvérsia judicial sobre qual alíquota de IPI a ser


aplicada a objetos importados e completamente desembaraçados no dia 25
de outubro de 2011.

A questã o de fundo, portanto, refere-se à definiçã o, via judicial, da alíquota


de IPI que o autor deverá pagar, em razã o da importaçã o de bem industrializado no
dia 25 de outubro de 2011.

O autor, defende que deveria pagar até 25%, o que efetivamente já fez, que
era a alíquota vigente ao tempo de seu ato tributá vel, pagamento inclusive, já
totalmente realizado. Ocorre que a Uniã o emitiu recentemente cobrança referente
ao excedente aos 25% da alíquota (55% - 25%), conforme podemos provar com os
documentos anexos.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Como já deixamos claro acima, o propó sito da presente açã o nã o é debater o


dever do autor de pagar o IPI sobre o veículo importado. A questã o cinge-se sobre a
alíquota a ser cobrada do autor, uma vez que há controvérsia sobre o tema.

O Decreto nº 7.567, DOU 16/09/2011, alterou a alíquota do IPI de 25% para


55%. Ocorre que o IPI, embora possa ter suas alíquotas alteradas por meio de
decreto do poder executivo, se submete a exigência da anterioridade tributá ria de
noventa dias. Assim, a majoração da alíquota só poderia surtir efeitos
jurídicos, a partir de 15 de dezembro de 2011.

Entre o período de 16 de setembro a 14 de dezembro, todos os fatos


tributá veis ocorrido a este tempo, e é o caso do objeto importado pelo autor,
deveria ser submetido a uma alíquota de 25%.

É da lavra de Misabel de Abreu Machado Derzi a seguinte conclusã o:

“os impostos de importação e de exportação; os impostos sobre


produtos industrializados; os impostos sobre operações de
crédito, câmbio, seguros, títulos e valores mobiliários (art. 153,
§1º) pode ter suas alíquotas graduadas pelo Poder Executivo e
não estão sujeitas ao princípio da anterioridade ou da espera
nonagesimal, exceto o IPI”. (Limitações Constitucionais ao
Poder de Tributar. BALEEIRO, Aliomar; DERZI, Misabel. p.
101)

Este direito inclusive foi reconhecido em Medida Cautelar na ADIN 4.661,


tendo suspendido a vigência do artigo 16 do citado Decreto, para que a exigência
das alíquotas majoradas do Imposto sobre Produtos Industrializados observasse
os noventa dias previstos na alínea "c" do inciso III do artigo 150 da Constituiçã o
Federal. Ocorre que, com a revogaçã o do referido decreto, a açã o direta perdeu o
objeto e a Uniã o nã o mudou seu posicionamento em vias administrativas, cabendo
agora o debate judicial.

O TRF5 possui já incontroversa jurisprudência sobre o tema.

Eis: JURISPRUDÊNCIA 1

Tributário e Processual Civil. Mandado de Segurança. IPI.


Majoração ( Decreto n.º 7.567/2011). Observância à anterioridade
nonagesimal. Desembaraço aduaneiro e comercialização de veículos
importados. Manutenção da alíquota do IPI para desembaraço
aduaneiro e comercialização dos veículos importados. Presença da
fumaça do direito e do perigo na demora. Sentença mantida.
Remessa oficial improvida. (PROCESSO: 00146753520114058300,
REO - Remessa Ex Offício - 536691, DESEMBARGADOR FEDERAL
LAZARO GUIMARÃES, Quarta Turma, JULGAMENTO: 21/08/2012,
PUBLICAÇÃO: DJE - Data::30/08/2012 - Página::396)

JURISPRUDÊNCIA 2

Tributário e Processual Civil. Embargos de declaração apontando


omissão no acórdão de adequação à repercussão geral quanto ao
pedido sucessivo formulado na inicial, nos termos do art. 289, do
Código de Processo Civil [1973], então vigente.

(...)

4. O fato gerador do IPI, no caso, é o desembaraço aduaneiro,


ocorrido em 07 de novembro de 2011, com recolhimento dos demais
tributos, exceto do questionado no feito em apreço, em razão de
decisão judicial nestes autos.

5. Ocorre que com art. 16, do Decreto 7.567, de 15 de setembro de


2011, a alíquota do IPI antes de 25%, passou a ser de 55%, com
previsão de entrada em vigor na data de publicação do referido
decreto.

6. De outro lado, o Supremo Tribunal Federal, ao apreciar liminar,


em ação direta de inconstitucionalidade, concedeu medida
acauteladora afastando a majoração de alíquota, mediante o
referido decreto, antes de decorridos os noventa dias previstos no
art. 150, inc. III, alínea C, da Constituição [ADI 4661 MC, min. Marco
Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 20 de outubro de 2011].

(...)

10. Embargos de declaração providos, com efeito infringente, para


sanar omissão quanto ao pedido subsidiário formulado na inicial,
julgando-os procedentes para aplicação da alíquota do IPI, sem a
elevação do art. 16, do Decreto 7.567/11.

(PROCESSO: 0014245042011405810002, EDAC - Embargos de


Declaração na Apelação Civel - 27471/02, DESEMBARGADOR
FEDERAL VLADIMIR CARVALHO, Segunda Turma, JULGAMENTO:
08/11/2016, PUBLICAÇÃO: DJE - Data::11/11/2016 - Página::65)

JURISPRUDÊNCIA 3

CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA.


IMPORTAÇÃO DE BEM PARA USO PRÓPRIO. RECOLHIMENTO DO
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI.
ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MAJORAÇÃO
DA ALÍQUOTA. PRAZO NONAGESIMAL. REMESSA OFICIAL NÃO
PROVIDA.

1. O autor ajuizou a ação de origem com o fito de obter declaração


da inexigibilidade do crédito tributário referente ao IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), decorrente da importação do
veículo automotor de marca BMW X6 XDrive, 351, ano 2011/2012.
Alternativamente, no caso de reconhecimento da legitimidade da
cobrança, requereu a aplicação da norma anterior à publicação da
MP 540 e do Decreto 7.567/2011, ou seja, com a alíquota reduzida.

(...)

4. A Medida Provisória nº 570, convertida na Lei 12.546/2011, foi


publicada em 03/08/2011 e o desembaraço aduaneiro (fato gerador
da exação) foi realizado em 25/10/2011, portanto, a legislação que
alterou a alíquota adentrou no mundo jurídico em data anterior ao
fato gerador da exação.
5. Ocorre que o STF, no julgamento da ADI 4661, entendeu que a
majoração da alíquota do IPI por ato do Poder Executivo submete-se
ao prazo nonagesimal: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE - DECRETO - ADEQUAÇÃO. Surgindo do
decreto normatividade abstrata e autônoma, tem-se a adequação
do controle concentrado de constitucionalidade. TRIBUTO - IPI -
ALÍQUOTA - MAJORAÇÃO - EXIGIBILIDADE. A majoração da alíquota
do IPI, passível de ocorrer mediante ato do Poder Executivo - artigo
153, parágrafo 1º -, submete-se ao princípio da anterioridade
nonagesimal previsto no artigo 150, inciso III, alínea "c", da
Constituição Federal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
- IPI - MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL - LIMINAR - RELEVÂNCIA E RISCO CONFIGURADOS.
Mostra-se relevante pedido de concessão de medida acauteladora
objetivando afastar a exigibilidade da majoração do Imposto sobre
Produtos Industrializados, promovida mediante decreto, antes de
decorridos os noventa dias previstos no artigo 150, inciso III, alínea
"c", da Carta da República. (ADI 4661 MC, Relator(a): Min. MARCO
AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 20/10/2011, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-060 DIVULG 22-03-2012 PUBLIC 23-03-2012 RTJ
VOL-00222-01 PP-00164)

6. Destarte, à época do fato gerador do tributo, ainda não estava em


vigor a nova alíquota do IPI, de modo que o contribuinte deve se
sujeitar à legislação anterior.

7. Remessa oficial não provida.

(PROCESSO: 08045239320144058200, APELREEX - Apelação /


Reexame Necessário -, DESEMBARGADOR FEDERAL ÉLIO
WANDERLEY DE SIQUEIRA FILHO, 1º Turma, JULGAMENTO:
06/06/2017, PUBLICAÇÃO: )

Assim, como se pode notar, a questã o jurídica em controvérsia, é de fá cil


soluçã o, uma vez que o Decreto 7.567, de 15 de setembro de 2011, nã o foi capaz de
majorar o IPI para os fatos tributá rios ocorridos no mês de outubro do referido
ano.

Resta agora, enfrentar questã o do pedido de antecipaçã o de

tutela. DO PEDIDO LIMINAR

Da simples aná lise da documentaçã o carreada aos autos, resta claro que a
cobrança da alíquota prevista no decreto 7.567 está equivocada e deve ser afastada.
A jurisprudência juntada é clara e objetiva em afastar a incidência do tributo
majorado.
Porém, é claro que deve ser resguardado o direito de ampla defesa por parte
do fisco. Deste modo, o que se pede é uma decisã o nã o que antecipe o julgamento
final, pois isto nã o será necessá rio para os fins a que se objetiva o autor, uma vez
que, está confiante que ao final da lide terá reconhecido como procedente o seu
pedido.

Ocorre que o autor tem sido sujeito passivo de cobranças e de restriçã o em


sua certidã o negativa de débitos tributá rios federais.

O que se pede é simples: que até o fim da demanda, a receita federal fique
impedida de cobrar ou restringir o nome do autor em razã o do débito aqui
mencionado.

Pelo exposto, nota-se claramente que é ilegal e inconstitucional a cobrança


da alíquota majorada.

Sendo assim, mister se faz o deferimento de medida liminar, para proteçã o


de direto do autor de nã o ser compelido ao recolhimento do IPI no caso narrado.

O “fumus boni iuris” encontra-se na plausibilidade das razõ es aduzidas,


fundamentadas na Constituiçã o Federal, bem como nas liçõ es da doutrina e na
jurisprudência específica sobre a questã o, inclusive do Supremo Tribunal Federal.

Por sua vez, o “periculum in mora” é manifesto na medida em que, ao


desamparo da liminar, o autor poderá ser objeto de cobrança administrativa e
judicial, sendo que seu cadastro poderá ser restringido com limitaçõ es na
concessã o de certidõ es e informaçõ es.

A propó sito, O Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se manifestou de


forma perfeitamente ajustá vel ao presente caso:

"(...) o periculum in mora, nessas hipóteses, consiste na simples sujeição


do contribuinte à possibilidade da execução fiscal ou a complexo e
demorado processo de repetição de indébito. Sendo sumária a cognição
no processo cautelar, o fumus boni iuris se satisfaz com razoabilidade e
plausibilidade da tese jurídica esposada pelo requerente. É ressabido,
outrossim, que não se exige o esgotamento da via administrativa para
o acesso à judicial. Recurso provido, por unanimidade.” (ac. unân., no
mérito, da 1ª Turma do STJ - R.Esp. 19679-0/SP, Rel. Min. Demócrito
Reinaldo, j. em 18.5.92, pub. DJU 12.6.92, p. 9.729).
Por outro lado, como visto, nã o lhes resta a possibilidade de aguardar a
sentença, caso seja negada a liminar, porque nesse interregno pesadas
consequências advirã o, além do risco de sua inscriçã o no CADIN e da
impossibilidade da obtençã o de certidõ es negativas.

Por fim, vale destacar que a medida é totalmente reversível no imprová vel
caso de sucumbência do autor, tendo em vista que a cobrança judicial é totalmente
possível, e neste caso com os debates judiciais já concluídos. A Fazenda Pú blica terá
totais condiçõ es de reaver os valores devidos por diversas medidas constritivas.

PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Em face do exposto, uma vez presentes os pressupostos autorizadores da


concessã o da medida liminarmente, pede o autor se digne V.Exa. em conceder-lhe
medida liminar, “inaudita altera parte”, nos termos da legislaçã o processual vigente
para, até ulterior deliberaçã o desse Juízo, suspender a exigibilidade dos créditos
tributá rios relativos ao IPI no auto de infraçã o lavrado pela Receita Federal do
Brasil no processo n. XXXXXXXXXXX e qualquer outro processo que lhe seja similar
ou correspondente.

Em decisã o terminativa, o autor pede que seja julgado procedente seu


pedido para que seja anulado os débitos tributá rios do processo n. XXXXXXXX,
relativo ao que exceder a 25% de alíquota do IPI sobre o valor do veículo
importado.

Por fim, que seja a parte ré condenada ao pagamento dos honorá rios de
sucumbência e custas processuais conforme a legislaçã o processual brasileira.

Para tudo isto requer que seja a parte ré intimada para, querendo,
apresentar respostas aos pedidos do autor.

Dá se a causa o valor de R$ 51.359,45 (cinquenta e um mil trezentos e


cinquenta e nove reais e quarenta e cinco centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

Governador Valadares, 09 de dezembro de 2019,

________________________________

ADVOGADO

OAB N.

ENDEREÇO PARA INTIMAÇÃ O

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