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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

VARA FEDERAL DA SEÇAÕ JUDICIÁRIA DO ESTADO X

ALFA TECH LTDA. Pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n......
sediada à ......................., por seus advogados subscritos, vem à presença de
V.Exa. apresentar esta AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO
JURÍDICO-TRIBUTÁRIA em face da UNIÃO FEDERAL, ante os argumentos
fáticos e embasamento jurídico a seguir expostos:

1. DOS FATOS

A Autora é pessoa jurídica de Direito Privado dedicada à desenvolve a


atividade de fabricação de aparelhos eletrônicos, o que caracteriza fato gerador
para o recolhimento de diversos tributos, dentre eles o Imposto Sobre Produtos
Industrializados - IPI.

Ocorre que A União Federal, na data de 10/03/2017, majorou a alíquota


do Imposto de Produtos Industrializados por meio do Decreto no 23/17, para
atividade desenvolvida pela autora no Estado de São Paulo.
Com efeito, não pode a União majorar a alíquota do Imposto de Produtos
Industrializados somente no que diz respeito às atividades desenvolvidas pela
Autora no Estado de São Paulo.

Isso porque, conforme distribuição de competências adjudicadas pela


Constituição Federal, ficou determinado à União instituir imposto sobre
produtos industrializados (art. 153, IV, CF). Portanto, pela própria dicção
constitucional verifica-se que o legislador constitucional objetivou atingir
operações definidas como industriais, decerto que não pode a União dispor de
alíquotas distintas tomando por base apenas a fator territorial, ou seja,
majorando a alíquota apenas no Estado de São Paulo.

Deste modo, Autora vem ao Poder Judiciário em busca da prestação


jurisdicional, objetivando a declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária em face da União Federal relativa à majoração do IPI disposta no
Decreto no 23/17.

2. O DIREITO

O IPI é um imposto federal que incide sobre produtos da indústria


nacional ou na importação de produtos estrangeiros.

Não obstante o alargamento da base tributável do IPI, o Código Tributário


Nacional – CTN (art. 46) definiu três possibilidades como fato gerador do
imposto: (i) o desembaraço aduaneiro de produtos estrangeiros; (ii) a
industrialização de produtos; e a (iii) arrematação em leilão. E por conter fatos
geradores diferentes o IPI também terá bases de cálculos diferentes (art. 190,
RIPI c/c art. 47, CTN) assim definidas: I – para produtos de procedência
estrangeira (a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos
tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo
importador ou dele exigíveis; (b) o valor total da operação de que decorrer a
saída do estabelecimento equiparado a industrial (importador); II – dos produtos
nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento,
ou seja, do fato gerador.

Com relação às alíquotas, o IPI possui diversas percentagens previstas na


Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) aprovada
pelo Decreto n.º 8.950, de 29.12.2016, e nela encontram-se os produtos
classificados com base no Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação
de Mercadorias – NBM/SH -, os produtos estão distribuídos na TIPI por Seções,
Capítulos, Subcapítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens (art. 15, RIPI).

As alíquotas variam de 0% a 30% dependendo do produto comercializado


podendo chegar a 300%. Em síntese, para calcular o IPI devido na operação o
contribuinte deverá identificar o valor da base de cálculo mercadoria (valor do
produto + frete + seguro + outras despesas) e aplicar a alíquota correspondente
da TIPI pelo NCM.

Sob tal ótica, a União Federal, ao promover a majoração do IPI disposta no


Decreto no 23/17 somente em relação as atividades desenvolvidas no Estado da
São Paulo, importa em clara violação a isonomia, decerto a majoração da
alíquota não pode se dar tão somente em relação às atividades desenvolvidas no
Estado de São Paulo.

Nesse sentido, tem-se que o Decreto 23/17 importa em clara violação a


isonomia, porquanto majora alíquota de imposto federal apenas em um Estado
da Federação.

3. DO PEDIDO

a) A citação do Réu, nos termos do inc. II, do art. 221 e do art. 224
(por Oficial de Justiça), com as advertências dos artigos 285 e
319, ambos do CPC, para que tome conhecimento dos termos
desta e ofereça a defesa que tiver;

b) Quando do julgamento de mérito, requer seja julgada totalmente


procedente a presente demanda, no sentido de declarar a
inexistência de relação jurídico-tributária entre as partes,
concernente majoração do IPI disposta no Decreto no 23/17,
eximindo-se a Autora de efetuar qualquer recolhimento, a tal
título, aos cofres do Réu e determinando-se a este que se
abstenha de efetuar qualquer lançamento ou imposição de multa
contra a Autora, em tais hipóteses.

c) Provará o alegado pelos meios previstos nos artigos 136 do CC e


332 do CPC.

d) Dá à causa o valor de R$ XXXXXX

e) A condenação do Réu dos honorários de sucumbência

Termos em que,
pede deferimento.

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