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INCIDÊNCIA

O Imposto Industrial (II) incide sobre os lucros obtidos no exercício de qualquer actividade de
natureza comercial ou industrial, ainda que acidental.

São considerados sempre de natureza comercial ou industrial:

A actividade de exploração agrícola, aquícola, avícola, silvícola, pecuárias e piscatórias;

A actividade de mediação, agência ou de representação na realização de contratos de qualquer


natureza;

O exercício de actividades reguladas pelas entidades de supervisão de seguros e de jogos, pelo Banco
Nacional de Angola e pela Comissão do Mercado de Capitais;

A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de imóveis, de
participações sociais ou outros títulos;

Actividades das fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações de beneficência;

Exercício de profissões liberais no formato societário ou associativo.

SUJEITOS PASSIVOS

São sujeitos passivos do Imposto Industrial:

As sociedades comerciais, civis com ou sem forma comercial, as cooperativas, fundações,


associações, os fundos autónomos, as empresas públicas e as demais pessoas colectivas de direito
público ou privado, com sede ou direcção efectiva em território angolano;

As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva em território


angolano, cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em Imposto Industrial, quer
estejam na titularidade de pessoas singulares ou colectivas;

As pessoas colectivas que não tenham sede ou direcção efectiva em Angola, mas que obtenham
rendimentos no país;

As heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as


associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades comerciais ou civis sob
forma comercial, anteriormente ao registo definitivo.

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

1. Regime Geral

São tributados pelo Regime eral os contribuintes cuja matéria colectável é determinada com base na
declaração fiscal e demonstrações financeiras, nos termos do CII, do Plano Geral de Contabilidade,
Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, do Plano de Contas dos Organismos de
Investimento Colectivo, das Sociedades Gestoras e outros estabelecidos por legislação própria.
2. Regime Simplificado

O presente regime aplica-se aos contribuintes sujeitos ao Imposto Industrial que estejam abrangidos
pelo regime de não sujeição do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

ISENÇÕES

Estão isentas do Imposto Industrial as companhias de navegação marítima ou aéreas se, no país de
nacionalidade, as companhias angolanas de igual objecto social gozarem da mesma prerrogativa.

TAXAS

A taxa geral do Imposto Industrial é de 25% (vinte cinco por cento).

Para os rendimentos provenientes de actividades exclusivamente agrícolas, aquícolas, apícolas,


avícolas, piscatórias, silvícolas e pecuárias, a taxa única é de 10% (dez por cento).

Para os rendimentos provenientes de actividades do sector bancário e de seguros, operadoras de


telecomunicações e de empresas petrolíferas angolanas, aplica-se a taxa única de 35% (trina e cinco
por cento).

PRAZO PARA LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO

1. Liquidação e Pagamento Provisório sobre Vendas

Os contribuintes do Regime Geral devem proceder à autoliquidação provisória e pagamento do II,


mediante a aplicação de uma taxa de 2% (dois por cento), sobre o volume total das vendas dos
primeiros seis meses do exercício, devendo ser feito até ao último dia útil do mês de Agosto.

2. Liquidação e Pagamento Definitivo

Regime Geral de Tributação: Até ao último dia útil do mês de Maio de cada ano;

Regime Simplificado de Tributação: Até ao último dia útil do mês de Abril de cada ano.

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

1. Regime Simplificado
Os contribuintes sujeitos ao Regime Simplificado de Tributação devem apresentar, anualmente, até
ao último dia do mês de Abril, o Modelo de Declaração Simplificada ou o livro de registo de compra e
venda e serviços prestados, podendo, a obrigação, ser cumprida na Repartição Fiscal de domicílio ou
por via da submissão electrónica, nos termos regulamentares.

Os contribuintes do Regime Simplificado de Tributação que submetem electronicamente as suas


declarações fiscais passam a deduzir 10% (dez por cento) das suas despesas administrativas
relacionadas com a aquisição de aplicativo informático, respectivas licenças e contratação de
contabilista.

2. Regime Geral

Os contribuintes do Regime Geral de Tributação submetem, electronicamente, nos termos


regulamentares, ou apresentam anualmente, até ao último dia útil do mês de Maio, na Repartição
Fiscal de Domicílio, a Declaração Modelo 1 em duplicado.

A Declaração Modelo 1 deve ser entregue, obrigatoriamente, sob pena da sua não recepção pela
Repartição Fiscal, acompanhada da Demonstração de Resultados por Natureza, Demonstração de
Fluxo de Caixa, Balanço, Balancete Razão e Balancete Geral Analítico, antes e depois dos lançamentos
de rectificação ou regularização e de apuramento dos resultados do exercício e respectivos anexos,
devidamente assinados pelo contabilista responsável pela sua elaboração.

CESSAÇÃO DE ACTIVIDADE

1. Regime Geral

Os contribuintes do Regime Geral de Tributação devem apresentar, em triplicado, no prazo de 60


(sessenta) dias a contar da cessação da sua actividade, a Declaração Modelo 1, entendendo-se que a
cessação se verifica na data do encerramento das contas ou, tratando-se de sociedades
regularmente constituída com sede ou direcção efectiva no país, na data da aprovação das contas do
liquidatário ou administrador.

2. Regime Simplificado

No caso de cessação total do exercício da actividade, devem os contribuintes sujeitos ao regime


simplificado de Tributação apresentar, no prazo de 30 (trinta) dias, a Modelo de Declaração
Simplificada ou o Livro de Registo de Compra e Venda e Serviços Prestados.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
São obrigações acessórias dos contribuintes:

Conservação da escrita por um período de cinco anos;

Documentação de todos proveitos ou ganhos e os custos ou perdas.

Para haver tributação em Imposto Industrial, as actividades de natureza comercial ou industrial têm
que ser exercidas de modo contínuo?

Estão sujeitas a imposto industrial, não somente as actividades de natureza comercial ou industrial
exercidas de modo regular e contínuo, como também os actos isolados da mesma natureza.

Os actos isolados de actividades de natureza comercial ou industrial são tributados pelo Grupo B do
Imposto Industrial.

Fundamentação Legal:

Artigo 1º/1 do Código do Imposto Industrial (CII)

Artigo 10º do CII

Artigo 62º do CII

O que são actos isolados de natureza comercial ou industrial para efeitos de imposto industrial?

Consideram-se actos isolados de natureza comercial ou industrial, a realização de qualquer


actividade comercial ou industrial prevista no Código de Imposto Industrial por um período não
superior a 180 dias durante um exercício fiscal, ou seja, se a soma do número de dias de exercício de
actividade, seguidos ou não, for igual ou inferior a 180 dias durante um ano civil.

Fundamentação Legal:

Artigo 1º/1 do Código do Imposto Industrial (CII)

Artigo 10º do CII


Artigo 62º do CII

Um contribuinte que se registou com intenção de iniciar actividade, e desistiu e não iniciou, como
deve proceder?

O contribuinte, pessoa colectiva, que tenciona iniciar o exercício de uma actividade comercial ou
industrial, deve registar-se em qualquer Repartição Fiscal, prestando a informação e apresentando a
necessária documentação.

- Posteriormente, no prazo de 60 dias, deverá confirmar todos os elementos declarados que


entretanto se consolidaram ou alteraram.

- No caso de ter desistido de iniciar a actividade, deve comunicar esse facto à Repartição Fiscal
competente naquele prazo de 60 dias, sob pena de ser incomodado pela falta de
cumprimento das suas obrigações declarativas e de pagamento.

- No caso de ser ultrapassado o prazo de 60 dias, poderá haver lugar a multa, mas pode e deve
prestar as declarações em conformidade com a realidade de facto ocorrida.

- Portanto e em resumo, importa não confundir um contribuinte que não chegou a iniciar a
actividade com aquele que deixou de exercê-la:

- O primeiro (não iniciou actividade) não está sujeito a obrigações, enquanto o segundo
cessou a actividade e está sujeito às inerentes obrigações declarativas e de pagamento.

Fundamentação Legal:

Artigo 11º/1/2 do Código do Imposto Industrial (CII)

Artigo 53º do CII

Artigo 63º do CII

Artigo 78º do CII


O que se considera cessação de actividade e quais as obrigações a cumprir quando tal se verifica?

Como regra geral e em relação a sociedades que tenham contabilidade, que tenham ou não a sede
em território nacional:

Sociedades regularmente constituidas, a cessação verifica-se na data da aprovação das contas do


liquidatário ou administrador;

Sociedades irregulares, a cessação verifica- se na data do encerramento das contas;

A cessação de contribuintes com sede em Angola ocorre quando acontecer uma das seguintes
situações:

1.Encerramento da liquidação

2.Fusão

3.Cisão

4.Mudança de sede para o estrangeiro

5.Aceitação da herança jacente

6.Declaração de vacatura da herança jacente a favor do Estado.

7. Qualquer facto que retire o contribuinte da sujeição a imposto.

A cessação de contribuintes com sede fora de Angola ocorre quando acontecerem as seguintes
situações:

1.Cessação total do exercício da sua actividade através de estabelecimento estável;

2.Deixarem de obter quaisquer rendimentos em território angolano.

3.A Administração tributária pode declarar oficiosamente (por sua iniciativa) a cessação de
actividade, sem prejuízo do óbvio cumprimento das obrigações tributárias, quando for manifesto que
a actividade não está a ser exercida nem há intenção de continuar a exercê-la;

4.O sujeito passivo tenha declarado o exercício de uma actividade sem que possua uma adequada
estrutura empresarial em condições de a exercer.

A cessação presume-se sempre que os contribuintes:

1. Deixem de praticar actos de natureza comercial ou industrial, se não houver imóveis afectos ao
exercício da actividade;

2. Terminem a liquidação das existências e a venda dos equipamentos, se os imóveis afectos ao


exercício da actividade pertencerem ao dono do estabelecimento;
3. Se extinga o direito do contribuinte ao uso e fruição do local ocupado, quando este não lhe
pertença, ou lhe seja dado outro destino;

4. Seja partilhada a herança indivisa de que o estabelecimento faça parte, mas sem prejuízo das
alíneas anteriores;

5. Se dê a transferência, a qualquer outro título, da propriedade ou exploração do estabelecimento;

A cessação deve ser participada por carta, que se fará acompanhar dos seguintes documentos, nos
prazos que se indicam:

1. Os contribuintes do Grupo A devem apresentar a declaração modelo 1 no prazo de 60 dias após a


cessação, acompanhada da documentação legalmente prevista.

2. Os contribuintes do Grupo B apresentarão a declaração (modelo 1, acompanhada da


documentação legal, se tiverem contabilidade, e modelo 2 os restantes) no prazo de 30 dias após a
cessação.

Fundamentação Legal:

Artigo 53º do Código do Imposto Industrial

Artigo 78º do CII

Artigo 63º do CII

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