Você está na página 1de 5

Nome: Edilvio Hossi Somakessendje Alfredo

ID: 1000028963
Turma: A
Direito, 2.° Ano

Trabalho de Finanças Publicas. Uma Breve Análise aos


Impostos em Angola

OS IMPOSTOS
O Imposto é um tributo obrigatório cobrado pelo governo. Isso quer dizer que é um
valor que o cidadão paga e contribui para custear as despesas administrativas do Estado.
O não pagamento pode gerar multas e até punições legais mais severas.
 Em Angola, a lei n.°21/14 (Código Geral Tributário) no artigo 3.° ,
n.°5, define os impostos como sendo “ …os tributos de natureza
unilateral, em virtude da sua obrigação não constituir a contrapartida de
qualquer prestação individualizada do Estado e demais entes públicos”.
Os impostos, via de regra, incidem sobre o patrimônio, a renda e o consumo. Vale
lembrar que o fato gerador dos impostos não está ligado a uma contraprestação estatal,
ou seja, não é vinculado a algo que o governo oferece em troca.

Imposto Industrial
O Imposto Industrial incide sobre os lucros obtidos no exercício de qualquer actividade
de natureza comercial ou industrial, ainda que acidental. O Imposto Industrial é pago
em função do tipo de actividade que exerce e o seu capital social.
São considerados sempre de natureza comercial ou industrial:
• A actividade de exploração agrícola, aquícola, avícola, silvícola, pecuárias e
piscatórias;
• A actividade de mediação, agência ou de representação na realização de contratos de
qualquer natureza;
• O exercício de actividades reguladas pelas entidades de supervisão de seguros e de
jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela Comissão do Mercado de Capitais;
• A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de
imóveis, de participações sociais ou outros títulos;
• Actividades das fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações de
beneficência;
• Exercício de profissões liberais no formato societário ou associativo.

Sujeitos Passivos
São sujeitos passivos do Imposto Industrial:
• As sociedades comerciais, civis com ou sem forma comercial, as cooperativas,
fundações, associações, os fundos autónomos, as empresas públicas e as demais pessoas
colectivas de direito público ou privado, com sede ou direcção efectiva em território
angolano;
• As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva em
território angolano, cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em Imposto
Industrial, quer estejam na titularidade de pessoas singulares ou colectivas;
• As pessoas colectivas que não tenham sede ou direcção efectiva em Angola, mas que
obtenham rendimentos no país;
• As heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a
invalidade, as associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades
comerciais ou civis sob forma comercial, anteriormente ao registo definitivo.
Como é feita a tributação em Angola?
A taxa geral do Imposto Industrial é de 25% (vinte cinco por cento). Para os
rendimentos provenientes de actividades exclusivamente agrícolas, aquícolas, apícolas,
avícolas, piscatórias, silvícolas e pecuárias, a taxa única é de 10% (dez por cento).

Imposto Sobre o Rendimento do Trabalho


-Incidência Objectiva
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) incide sobre os rendimentos dos
trabalhadores por conta própria (profissionais liberais, comerciais e industriais) ou por
conta de outrem (trabalhadores dependentes).

Para efeitos deste imposto, constituem rendimentos do trabalho todas as remunerações


percebidas a título de ordenados, vencimentos, salários, honorários, avenças,
gratificações, subsídios, prémios, comissões, participações, senhas de presença,
emolumentos, participações em multas, custas e outras remunerações acessórias.
 O artigo 1.°, n.°1 da Lei 18/14 (Lei Sobre os Rendimentos do
Trabalho) consagra: “O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho
incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem,
expressos em dinheiro, ainda que auferido em espécie, de natureza
contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis,
independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada
para o seu cálculo e pagamento”.
-Incidência Subjectiva
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) é devido pelas pessoas singulares,
quer residam, quer não, em território nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por
serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com
domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país.
Consideram-se sempre rendimentos obtidos no país derivados de:
• Actividades dos tripulantes dos navios ou aeronaves pertencentes a empresas que
possuam no território nacional sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no
país;
• Actividades dos titulares de cargo de gerência, administração e órgãos sociais de
sociedades que tenham sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país.

Isenção
Estão isentos do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho:
• Os rendimentos auferidos pelos agentes das Missões Diplomáticas e Consulares
Estrangeiras sempre que haja reciprocidade de tratamento;
• Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço de Organizações
Internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo órgão competente
do Estado;
• Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço das Organizações Não-
governamentais, nos termos estabelecidos nos acordos com entidades nacionais, com o
reconhecimento prévio por escrito da Administração Geral Tributária;
• Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra cujo grau de
invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a 50% comprovada com a
apresentação, pelo contribuinte, de documentação emitida por autoridade competente
para o efeito;
• Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos grupos de
tributação A, B e C auferidos pelos antigos combatentes, veteranos da pátria e
deficientes de guerra, desde que devidamente registados no Departamento Ministerial
de tutela.

Imposto Sobre o Valor Acrescentado


(Lei n.º 7/19, de 24 de Abril, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 17/19, de
13 de Agosto).

O imposto sobre o valor acrescentado (IVA) é um imposto que incide sobre


a despesa ou consumo e tributa o "valor acrescentado" das transações efetuadas
pelo contribuinte. Trata-se de um imposto plurifásico, porque é liquidado em todas as
fases do circuito econômico, desde o produtor ao retalhista. Sendo plurifásico, não é
cumulativo, pois o seu pagamento é fraccionado pelos vários intervenientes do circuito
econômico, através do método do crédito do imposto.

-Incidência Objectiva
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) incide sobre as transmissões de bens, as
prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito
passivo, agindo nessa qualidade, bem como sobre as importações de bens.

-Incidência Subjectiva
São sujeitos passivos do IVA:
• As pessoas singulares, colectivas ou entidades que exerçam, de modo independente,
actividades económicas, incluindo de produção, de comércio ou de prestação de serviço,
profissões liberais, actividade extractivas, agrícola, aquícola, apícola, avícola, pecuária,
piscatória e silvícola;
• Pessoas singulares, colectivas ou entidades que realizem importações de bens, que
mencionem indevidamente o IVA em factura ou documentos equivalentes, que sejam
adquirentes de serviços a entidades não residentes sem domicílio, sede ou
estabelecimento estável no território nacional;
• Estado, entidades governamentais e outros organismos públicos, quando não actuem
no âmbito dos seus poderes de autoridade;
• Partidos, coligações políticas, sindicatos e as instituições religiosas, quando pratiquem
operações tributáveis (transmissões de bens, prestações de serviços e importações).

Isenções
Estão isentas do Imposto sobre o Valor Acrescentado:

a) Operações Internas (Transmissão de bens e prestações de serviços);


b) Importações
c) Exportações, operações assimiladas e transportes internacionais;
d) Operações específicas do regime especial aduaneiro e que são definidas nos
termos da legislação aduaneira em vigor;
e)

Taxa
A taxa do Imposto Sobre o Valor Acrescentado é de 14%.
Na Província de Cabinda, a taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado para a
importação de mercadorias e transmissão de bens, é de 2%.
Conclusão
Contudo, vale dizer que apesar de ter abordado somente acercade
três (3) impostos, Angola possui como é de se esperar muitas
outras fontes de receitas, muitos outros impostos, porém, são
esses os que, na generalidade, mais incidem na vida dos cidadãos.

Você também pode gostar