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FICHAMENTO CAP 2 E 4

O modelo ecológico sugere que, para evitar a violência, é necessário agir em


diferentes níveis ao mesmo tempo, e a prioridade deve ser a prevenção primária da
violência, isto é, medidas para evitar que as violações ao direito da criança e do
adolescente aconteçam. A utilização desse modelo pelos serviços de saúde pode
contribuir para a melhor definição das competências de cada ponto de atenção, bem
como para identificar os serviços que são essenciais para a continuidade do cuidado
de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências no território.

A promoção de espaços participativos que envolvam conjuntamente profissionais,


crianças, adolescentes e suas famílias pode facilitar o estabelecimento de vínculos de
confiança com os profissionais e com os serviços. Dessa forma, esse público tem
melhores condições para revelar as circunstâncias das situações de violências vividas,
que dificilmente seriam relatadas ou identificadas pelo serviço. (P. 21)

Para acolher as crianças e os adolescentes em situação de violências de


forma participativa nos serviços de saúde, é necessário:
• valorizar os relatos de casos sofridos ou presenciados;
• estimular a criação de espaços de encontros e socialização;
• levar em consideração seus relatos na construção do diagnóstico
situacional sobre a violência;
• apoiar o desenvolvimento de iniciativas próprias de comunicação
através de várias mídias;
• orientar para que se tornem promotores da cultura de paz junto
aos seus colegas;
• incentivar sua participação em debates, fóruns e conferências.
Em resumo, é muito importante incluir e envolver crianças, adolescentes e famílias
como sujeitos da ação no enfrentamento das situações de violência. No caso dos
serviços de saúde, isso deve ser feito logo na chegada da criança ou do adolescente
para o atendimento

Dez passos para o planejamento das ações e estratégias para a implemen


tação da Linha de Cuidado:
1. Identificar o público específico para o qual as ações se destinam.
2. Definir os objetivos da ação e/ou intervenção.
3. Identificar os serviços/dispositivos para a realização da ação/inter
venção.
4. Estabelecer fluxos, protocolos/linhas de cuidado que melhor res
pondam às necessidades do público.
5. Identificar/selecionar os profissionais que devem ser envolvidos
em cada etapa da atividade.
6. Definir o tempo/prazo para que cada ação seja cumprida.
7. Estabelecer cronograma com a periodicidade de atividades/atendi
mentos/encontros com os participantes da estratégia e da rede de
atenção.
8. Identificar os meios de divulgação das ações que atingem um pú-
blico amplo.
9. Definir/adotar instrumento de monitoramento do processo.
10. Construir indicadores de monitoramento e avaliação.

Serviços cujos gestores e profissionais se preocupam em elaborar um


plano de ação para o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes dão
um passo importante para o cumprimento dos dispositivos legais e para a efetivação
das políticas públicas de garantia de direitos desse público.

Como fazer o diagnóstico situacional?

O primeiro passo é identificar quais as informações disponíveis e as prioridades a


serem tratadas no serviço. Para isso, é necessário levantar dados como: estatísticas
demográficas, socioeconômicas e sobre as violências na região ou localidade;
consultar análises já realizadas sobre as diversas formas de violências e suas
manifestações na comunidade; e localizar serviços ou redes de serviços que possam
apoiar o atendimento realizado pelos profissionais de saúde.
Há, ainda, questões específicas dos serviços de saúde que precisam ser vistas no
diagnóstico situacional: os mecanismos de atuação dos profissionais diante dos casos
de violência; os sentimentos e as reações mais comuns vivenciados por eles; como se
dão os processos de identificação, de registro e de notificação dos casos; e uma
síntese sobre as principais fragilidades e fortalezas do atendimento, realizada
conjuntamente por gestores e profissionais da unidade.

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