Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
à Criança e ao
Adolescente
Vítima ou
Testemunha de
Violência
Módulo 4
Parâmetros a serem adotados
pela rede socioassistencial no
atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha
de violência
Significado dos Ícones da Apostila
Para facilitar o seu estudo e a compreensão imediata do conteúdo apresentado, ao longo de
todas as apostilas, você vai encontrar essas pequenas figuras ao lado do texto. Elas têm o objetivo
de chamar a sua atenção para determinados trechos do conteúdo, com uma função específica,
como apresentamos a seguir.
Quando vir este ícone, você deve refletir sobre os aspectos apontados, relacionando-
os com a sua prática profissional e cotidiana.
SUMÁRIO
Apresentação e Guia de Estudos do Módulo 4 4
Aula 1: Mapeamento da Rede de Proteção e Protocolos para
atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou
testemunha de violência 5
1.1 Mapeamento e articulação da Rede de Proteção à
criança e ao adolescente vítima ou testemunha
de violência 5
1.2 Protocolos a serem adotados pela rede
socioassistencial no atendimento de crianças e
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência 12
Aula 2: Propostas de fluxogramas e documentação para
atendimento de criança e adolescente vítima ou testemunha
de violência 18
2.1 Fluxos de atendimento à criança e/ou ao adolescente
em situação de violência 18
2.2 A elaboração de documentos utilizados no atendimento
de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas
de violência 23
CONCLUSÃO 32
REFERÊNCIAS E SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS 33
Apresentação e Guia
de Estudos do Módulo 4
Neste módulo, primeiramente, vamos conhecer e compreender os tipos de protocolos que
perpassam o atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
Bons estudos!
4
Aula 1
Mapeamento da Rede de
Proteção e Protocolos para
atendimento de crianças
e adolescentes vítimas ou
testemunha de violência
1.1 MAPEAMENTO E ARTICULAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO
ADOLESCENTE VÍTIMA OU TESTEMUNHA DE VIOLÊNCIA
Para que compreendamos melhor a ideia de mapear a Rede de Proteção, precisamos entender
que o atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência ocorre em
duas dimensões: protetiva, que atua na busca de minimizar os efeitos da violência vivenciada,
como os equipamentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS); e repressiva, que tem
o intuito de responsabilizar o/a autor/autora, como a polícia judiciária (BRASIL, 2019). Contudo,
um atendimento plenamente qualificado requer a integração entre os variados equipamentos e
entidades que compõem essas dimensões. Portanto, é necessário que a rede se conheça e que
cada equipamento e/ou entidade compreenda as suas atribuições.
5
COMO É COMPOSTA A REDE DE PROTEÇÃO DO MEU MUNICÍPIO?
6
1 1) Não é necessário ter acesso ao sistema (login e senha) para obter as informações sobre a rede de proteção.
Figura 2: Portal SIPIA CT
7
Mais uma vez, ressaltamos que o processo de mapeamento e articulação da rede não deve
ser uma ação individual do/da profissional do SUAS. A orientação expressa em publicação do
Ministério da Cidadania2 é que o órgão gestor da assistência social assuma a coordenação desse
movimento, considerando informações coletadas em sistemas e, principalmente, o conhecimento
da localidade pelas equipes das unidades Socioassistenciais, em articulação com a sua área de
vigilância.
2 A publicação mencionada refere-se aos Parâmetros de atuação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
no sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência de 2020. Disponível
para consulta em: <blog.mds.gov.br/redesuas/wp-content/uploads/2020/03/SUAS_garantia_direitos_crianças_adolescentes_
vitimas_testemunhas_violencia.pdf>.
8
Quadro 01: Exemplo de material - Síntese de informações da rede de proteção do território
9
Neste movimento de mapeamento, também é possível identificar os distintos serviços que vão
assegurar à criança e ao adolescente proteção e atendimento. Com isso, pretende-se minimizar os
efeitos da violência vivenciada e evitar que a situação se repita, demonstrando, assim, um avanço
no que se refere ao trato da questão infanto-juvenil, especialmente, a partir da implementação do
SUAS.
No que se refere ao/à profissional, é fundamental que tenha clareza das diretrizes que
orientam o seu trabalho, assuma o compromisso de construir e seguir os protocolos e fluxos de
atendimentos e proporcione atendimento humanizado e qualificado. Mas reforçamos o alerta
para que o/a profissional não busque suprir, sozinho/sozinha, a fragilidade da Rede de Proteção.
Isto é, o/a profissional não deve realizar atendimento e ações que não são de sua competência
ou atribuição, pois, por mais que se empenhe, não terá condições de cumprir o papel das demais
políticas setoriais, equipamentos e profissionais. Ademais, o atendimento não qualificado, que não
foi planejado e não é executado adequadamente, ou cujos profissionais não estejam preparados/
preparadas, ou que não seguem os parâmetros e protocolos pré-estabelecidos, poderá resultar
em uma violência institucional (DIGIÁCOMO; DIGIÁCOMO, 2018).
10
programas e serviços direcionados para a criança e ao
adolescente, não significa, necessariamente, a existência de uma
rede de proteção, posto que a rede pressupõe articulação.
Dessa maneira, é essencial que ocorra o diálogo, a troca de
informação e a tomada de decisões em conjunto (BRASIL, 2019).
Importante destacar que a articulação não deve ficar restrita ao âmbito municipal, pois a
relação com órgãos estaduais, como o Sistema de Segurança Pública e Sistema de Justiça, deve ser
permanente, podendo, inclusive, sinalizar a necessidade de envolvimento do estado. Mas atenção:
11
1.2 PROTOCOLOS A SEREM ADOTADOS PELA REDE SOCIOASSISTENCIAL NO
ATENDIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS OU TESTEMUNHAS DE VIOLÊNCIA
Uma das grandes inovações da Lei 13.431/2017 é o reconhecimento de que a intervenção
estatal pode se constituir como uma forma de violência, gerando a chamada revitimização (vide
Módulo 02). Em razão disso, torna-se evidente a necessidade de instrumentos que assegurem um
atendimento qualificado e previna-se a revitimização de crianças e adolescentes em situação de
violência.
Dois destes instrumentos são bastante destacados por Digiácomo e Digiácomo (2018) e Brasil
(2019), quais sejam, os fluxos de atendimento e os protocolos. Na próxima aula estudaremos os
fluxos de atendimento, pois, neste momento, voltaremos o nosso debate para os protocolos.
Os protocolos de atendimento são instrumentos que visam garantir uma mínima padronização3
no atendimento de crianças e adolescentes em situação de violência. Esses documentos trazem,
em seu conteúdo, um conjunto variado de elementos. Por exemplo, há protocolos municipais que
discutem, inicialmente e de forma breve, os direitos da criança e do adolescente e o fenômeno
da violência; outros optam por ser mais diretos, trazendo os fluxos e diretrizes de atendimento.
Desse modo, é importante pontuar que não há um padrão homogêneo, pois cada território tem
autonomia, desde que observe as normativas já existentes, para criar seus próprios protocolos e
fluxos de atendimento.
Consideramos que há, essencialmente, 03 tipos de protocolos: 1) Protocolo Geral, que abarca
toda a rede de proteção da criança e do adolescente e, portanto, é aplicável a todos os órgãos
e atores do Sistema de Garantia de Direitos; 2) Protocolos Institucionais, são aqueles internos
às unidades e serviços de atendimento; e 3) Protocolos de Compartilhamento de Informações.
Trataremos a seguir esses três formatos.
Esse documento deve ter caráter intersetorial, de forma que abarque o conjunto de órgãos
existentes no território e oriente como cada um deve se portar diante da situação de violência.
3 É importante destacar que quando nos referimos a uma “mínima padronização” não estamos apontando
que todas as situações devem ser atendidas igualmente, pelo contrário, uma vez que cada situação demanda um
planejamento, metodologia e ações diferenciadas; mas sim que a Rede de Proteção deve possuir alguns acordos que
assegurem um atendimento qualificado e previnam a revitimização.
12
Nem a Lei 13.431/2017 nem o Decreto 9.603/2018 definiram exatamente onde será efetuada a
“escuta especializada”, se na rede de saúde, assistência social, direitos humanos ou em outro órgão
de proteção, apenas exigindo que esta seja efetuada por meio de profissional capacitado, em local
adequado e acolhedor, com infraestrutura e espaço físico que garantam a privacidade (arts. 5º,
incisos VII e XI, e 10, da Lei 13.431/2017). Assim, é importante que haja um fluxo estabelecendo as
atribuições de cada política.
Exemplo 01
Fica estabelecido neste município:
Definição de responsabilidade
• As portas de entrada para a situação de violência no município: qualquer órgão (CRAS,
CREAS, Hospitais, Unidade Básica de Saúde, Disque Denúncia, Polícia Militar, Polícia
Civil, Escola, Conselho Tutelar, etc.);
• O Hospital de referência para casos de violência cometida contra crianças e adolescentes
é o Hospital São Miguel;
• O procedimento de escuta especializada deve ser realizado por profissional de
referência, de preferência do serviço que realizou o primeiro atendimento, que
deverá encaminhar o relatório da situação para o Conselho Tutelar (caso o primeiro
atendimento não tenha sido realizado pelo próprio Conselho Tutelar); e
• Cabe ao Conselho Tutelar aplicar as medidas de proteção, fazer o acompanhamento do
seu cumprimento e, em caso de descumprimento, informar ao Ministério Público, para
a tomada de providências.
Fonte: Elaboração própria.
13
Exemplo 02
Fica estabelecido neste município:
II. Capacitação
• A Gestão Municipal se compromete a possibilitar a participação dos/das profissionais nos
cursos fornecidos pelo governo federal, estadual, ou firmar a parceria com instituições de
referência, que ofertam cursos de capacitação, com o intuito de garantir a qualificação do
atendimento;
• Anualmente será garantida a participação dos/das profissionais em, no mínimo, uma
capacitação interprofissional;
• No mínimo dois/duas profissionais de cada política componente do SGD serão capacitados/
capacitadas sobre a escuta especializada e a atuação conforme FLUXO construído localmente
para garantir a proteção das crianças e adolescentes e evitar a revitimização;
• Cabe ao órgão gestor das políticas setoriais ofertar ou possibilitar a participação dos/das
profissionais em cursos de capacitação profissional dentro da sua área de abrangência;
• Quando se tratar de capacitação intersetorial, o CMDCA pode articular e demandar apoio da
gestão de cada uma das políticas para sua efetivação;
• O município poderá contratar consultoria/assessoria para facilitar na construção de fluxos e
protocolos, envolvendo as políticas setoriais.
Fonte: Elaboração própria
Ainda, podemos observar que os acordos compreendem distintas áreas como saúde, assistência
social, segurança pública, etc., de modo que se verifica seu caráter intersetorial, isto é, estão em
nível do território e devem ser seguidos e respeitados por todos os atores do SGD.
É importante que esses protocolos de cunho geral considerem o Fluxo Geral produzido
pelos signatários do Pacto pela Implementação da Lei 13.431/2017, pois este apresenta
algumas informações de grande importância como a responsabilidade de cada política, as quais
apresentaremos na aula 2 deste módulo.
14
1.2.2 Protocolo institucional de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência
Os protocolos institucionais são aqueles estabelecidos no interior das unidades e/ou serviços
de atendimento. Estabelecem rotinas e responsabilidades. Têm como objetivo descrever o
conjunto de normas e procedimentos que devem ser seguidos diante de determinada situação.
Apresentam uma proposta mais padronizada de “como fazer”. Este protocolo deve estar de acordo
com o projeto técnico-político da unidade4.
Sua criação deve ser realizada pela coordenação da unidade e/ou do serviço em conjunto com
os/as profissionais, para que possam ser estabelecidos acordos que atendam os distintos sujeitos
participantes do processo de trabalho. Ademais5, um protocolo criado democraticamente facilita
que o mesmo seja respeitado e seguido por todos. Deve ser reavaliado periodicamente. Veja um
exemplo abaixo:
Exemplo 01
Esta instituição, com o intuito de assegurar a qualidade do atendimento ofertado e visando
observar as normativas expressas na Constituição Federal de 1988, na Lei 8.069 de 1990, na
Lei 13.431 de 2017 e nas normativas municipais, orienta que os seus profissionais diante de
situação de violência devem:
• Receber a criança e/ou o adolescente e sua família com atenção e respeito;
• Se referir à criança e/ou ao adolescente e seu familiar sempre pelo nome;
• Saber ouvir; escuta qualificada e atenta às necessidades dos sujeitos;
• Adotar uma postura livre de julgamentos;
• Dar atenção total, buscando identificar além do que é dito, principalmente com crianças;
• Identificar se se trata da primeira escuta ou se já houve algum atendimento prévio pela rede
de proteção;
• Utilizar perguntas claras, e considerar a capacidade de compreensão dos sujeitos; utilizar
linguagem simples e acessível;
• Identificar as necessidades da criança;
• Informar todas as etapas do atendimento e a importância das medidas a serem tomadas;
• Elaborar Plano de Atendimento Familiar, com o planejamento das ações de acompanhamento
de acordo com as necessidades da família;
• Encaminhar para atendimento na rede, com relatório ou outro instrumento, que traga
informações mínimas necessárias, para evitar o reinício do atendimento e, por consequência,
a revitimização;
• Acompanhar os encaminhamentos e continuar ofertando atendimento/acompanhamento,
conforme planejamento.
Fonte: Elaboração própria.
4 Elaboração de projeto técnico-político da Unidade, que aborde aspectos de seu funcionamento interno, serviço
(s) ofertado (s), metodologia de trabalho que será adotada pela equipe, relacionamento com os usuários e com a rede
(Orientações técnicas do CREAS (2011, pág. 76).
5 Planejamento deve explicitar a proposta da Unidade e dos Serviços ofertados, considerando, objetivos e 15
metas a atingir em um determinado período de tempo, bem como os meios e recursos necessários para seu alcance.
Orientações técnicas do CREAS (idem, pág. 53)
Observe que o protocolo, prezando pela qualidade do atendimento, orienta como o/a
profissional deve se portar diante da situação de violência: o que fazer e como fazer. Dessa forma,
se configura como um importante instrumento que traz segurança tanto para o/a profissional que
está realizando o atendimento quanto para o/a usuário/usuária.
Posto isso, consideramos ser imprescindível que as unidades e/ou serviços de atendimento
busquem estabelecer seus protocolos, sendo essa uma ação positiva tanto para o/a profissional
quanto para o/a usuário/usuária.
16
Registro de informações
Neste município, adota-se o Relatório Informativo como modelo a ser seguido pela rede local de
proteção à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. Este documento deve
ser preenchido pelo órgão em que ocorreu a suspeita, a revelação ou a identificação da violência;
deve ser assinado por todos os profissionais que realizaram o atendimento e pelo gestor/
coordenador da unidade e/ou serviço; e conter informações coletadas junto às crianças e/ou aos
adolescentes e aos membros da família, dados do atendimento e as intervenções planejadas.
Fonte: Elaboração própria
A partir desse exemplo, podemos perceber que algumas orientações são realizadas, tais como:
o modelo de documento a ser utilizado, quais informações o documento deve conter e quem deve
preencher e assinar.
Por fim, vale mencionar que, conforme demonstra Digiácomo e Digiácomo (2018), a Lei
13.431/2017 orienta para a criação de um sistema informatizado, que permita o registro,
sistematização e compartilhamento de informações entre os diversos componentes da Rede de
Proteção.
17
Aula 2
Propostas de fluxogramas e documentação para
atendimento de criança e adolescente vítima ou
testemunha de violência
2.1 FLUXOS DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E/OU AO ADOLESCENTE EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA
Nesta aula vamos estudar os fluxos de atendimento à criança e ao adolescente em situação
de violência, perpassando pelo Fluxo Geral e apresentando três propostas para as unidades e
serviços do SUAS. Além disso, abordamos dois modelos de documento que integram o cotidiano
de trabalho dos profissionais do SUAS.
O fluxo é iniciado a partir do conhecimento da situação de violência6 por algum dos atores
do sistema de garantia de direitos. É dividido em oito áreas que fazem referência aos órgãos que
atuam no atendimento e proteção das crianças e adolescentes em situação de violência.
O fluxo tem uma linguagem própria e conhecer seus elementos é essencial para a sua
compreensão. O Tutorial sintético – modelagem de processos utilizando notação BPMN7 apresenta
os elementos gráficos do fluxo e seus significados, facilitando na compreensão do mesmo. Como
já apresentado, o fluxo é dividido em raias que indicam a atuação das instâncias envolvidas no
atendimento da criança e do adolescente em situação de violência. Dentro dessas raias, há os
retângulos azuis que apresentam as atividades realizadas pelos atores e estão ligados entre si e
aos losangos por setas que representam o curso das ações. Já os losangos amarelos podem indicar
caminhos paralelos ou excludentes: aqueles com uma cruz ao meio indicam ações que podem
ocorrer paralelamente; e os com um asterisco ao meio indicam caminhos que são excludentes.
6 Ao longo do módulo 02 apresentamos que a revelação da situação de violência pode chegar à rede de
proteção de formas variadas e destacamos as quatro principais formas que chegam no campo da assistência social.
7 Link para acesso: < https://legado.justica.gov.br/seus-direitos/politicas-de-justica/EJUS/arquivos/guia-
resumido-notacao-bpmn.pdf > apresenta mais informações que facilitam a compreensão do fluxo.
18
Para exemplificar, observamos a raia três “Rede de garantia de direitos (saúde, assistência
social e educação)”. Esta prevê o atendimento no âmbito da saúde e do SUAS e comunicação ao
Conselho Tutelar, delegado de polícia, Ministério Público e Defensoria Pública.
O fluxo apresenta que a saúde deve preencher a Ficha de Notificação de Violência Interpessoal
e o SUAS, especialmente o CREAS, realizar o acompanhamento sequencial. Além disso, é orientada
a troca de informações entre os atores.
Por meio da sua análise, é possível identificar as principais ações executadas por cada ator,
reafirmando a corresponsabilidade pelo atendimento e proteção do segmento infanto-juvenil. É
essencial que cada órgão, além de conhecer o seu papel, conheça também a responsabilidade dos
outros, para que todos os encaminhamentos necessários sejam efetivados.
19
CENTRO DE
CRAS
CONVIVÊNCIA COMUNICAR C.T, (SE
O CASO NÃO TIVER
ADVINDO DO C.T
OU FOR UM NOVO
CASO)
IMPLEMENTAR MEDIDAS
DE PROTÇÃO
SERVIÇO DE
ACOLHIMENTO
Não Sim
CASO ADVINDO DO
C.T OU SISTEMA DE
JUSTIÇA
ENCAMINHAR PARA
SERVIÇO DE
ENCAMINHAR PARA O ENCAMINHAR PARA O
ACOLHIMENTO
CRAS CREAS
(INSTITUCIONAL OU
FAMÍLIA ACOLHEDORA
ELABORAÇÃO DO ELABORAÇÃO DO
PLANO DE PLANO DE
ACOMPANHAMENTO ACOMPANHAMENTO
FAMILIAR FAMILIAR
REALIZAR
ELABORAÇÃO DO PLANO
ATENDIMENTO E
INDIVIDUAL DE
ACOMPANHAMENTO
ATENDIMENTO
SOCIOASSISTENCIAL
REALIZAR
ENCAMINHAMENTOS
NECESSÁRIOS
FORNECER
INFORMAÇÕES
ADICIONAIS AO C.T E
DEMAIS SERVIÇOS
RELEVANTES PARA O
20
CASO
Fonte: Elaboração própria com base no Fluxo de Atendimento na Assistência Social de Vitória da Conquista/BA.
O fluxo inicia-se com a situação de violência chegando ao SUAS, seja por meio da revelação
espontânea (ver Módulo 2) ou do encaminhamento por parte do Conselho Tutelar ou Sistema de
Justiça. Em seguida, temos a comunicação da situação ao órgão gestor da assistência social. Assim,
verificamos que o Conselho Tutelar ou o Sistema de Justiça devem encaminhar o caso à gestão
da política e não diretamente à unidade e/ou serviço de atendimento. Nessa direção, em caso de
revelação no âmbito do SUAS, cabe também aos equipamentos informarem ao órgão gestor.
Após o órgão gestor obter conhecimento do caso, irá encaminhar a demanda aos serviços
ou unidades competentes para atendê-la. Por exemplo, suponhamos que o Conselho Tutelar
encaminhe à gestão uma solicitação de atender a uma determinada família em situação de
vulnerabilidade, mas na qual não há indício de violência ou qualquer outra situação de violação
de direitos. Neste caso, a gestão identificará a necessidade do encaminhamento ao CRAS.
Dependendo do estudo realizado pelo CRAS ou CREAS, as unidades poderão realizar ações
de referência e contrarreferência. Uma família pode estar em acompanhamento (com plano de
acompanhamento familiar) desenvolvido pelo PAEFI, no CREAS e ser atendida em ações do PAIF,
no CRAS, como oficinas, palestras e outros, ou estar no SCFV. Os atendimentos dependem das
necessidades que cada situação específica apresenta. Nessa perspectiva, podemos observar que o
fluxo sinaliza, por meio do losango amarelo, a possibilidade de ações paralelas.
A situação chegando ao órgão gestor da assistência social deve ser encaminhada à proteção
social de alta complexidade para que o acolhimento seja feito. Pode acontecer do Conselho
Tutelar ou Sistema de Justiça encaminhar diretamente a criança ou adolescente para o serviço de
acolhimento, uma vez que a demanda se deu em dia e horário de não funcionamento do órgão
gestor. Neste caso, o serviço de acolhimento, o mais breve possível, deve informar o ocorrido à
gestão.
Quando o acolhimento tiver sido realizado em caráter emergencial, sem estudo de diagnóstico
prévio, isto é, sem estudo realizado por equipe interprofissional que fundamentou decisão judicial,
deve ser realizado um estudo de diagnóstico pós-acolhimento, a fim de avaliar a real necessidade
da medida ou possibilidade imediata de retorno da criança ou do adolescente para o convívio
familiar. Este estudo deve ser realizado por equipe interprofissional do órgão aplicador da medida
21
ou por equipe formalmente designada para este fim, com a contribuição do Conselho Tutelar,
Justiça da Infância e da Juventude e equipe de referência do órgão da Assistência Social (BRASIL,
2009). A equipe do Serviço de Acolhimento pode contribuir com a realização do estudo.
8 O Plano Individual de Atendimento deve conter os objetivos, estratégias e ações a serem desenvolvidos tendo
em vista a superação dos motivos que levaram ao afastamento do convívio e o atendimento das necessidades específicas
de cada situação (BRASIL, 2009). Esse documento deve compreender alguns aspectos como os motivos que levaram ao
acolhimento, configuração e dinâmica familiar, violência e outras formas de violação de direitos na família, demandas
específicas da criança, do adolescente e de sua família que requeiram encaminhamentos imediatos para a rede de
proteção, entre outros. O ECA traz alguns elementos que devem ser abarcados pelo Plano Individual de Atendimento
(Art. 101, 6º parágrafo).
22
Sempre que necessário, a rede socioassistencial, na medida em que desenvolve o processo de
acompanhamento socioassistencial com os sujeitos, deverá fornecer informações adicionais ao
Conselho Tutelar e/ou demais órgãos do Sistema de Garantia de Direito que sejam relevantes para
o caso.
Vejamos a distinção entre o uso interno e externo presente na Nota Técnica SNAS/MDS nº
02/2016.
Relatório para uso INTERNO do SUAS: São documentos que fazem parte da rotina dos/das
profissionais que atuam nas unidades e/ou serviços socioassistenciais e são elaborados a
partir de demandas da rede socioassistencial. Esses relatórios devem conter informações
acerca do atendimento e acompanhamento das famílias. São elementos desse tipo
de documento: a identificação da família, observações, pesquisas e os pareceres dos
profissionais. Além disso, é importante se atentar para o caráter privado e sigiloso de
algumas informações e as prerrogativas éticas e técnicas dos/das profissionais.
Relatório para uso EXTERNO do SUAS: São documentos apresentados com o objetivo de
prestar informações acerca dos indivíduos e famílias atendidos e acompanhados pelos
serviços socioassistenciais e devem ser elaborados a partir da demanda de órgãos externos
ao SUAS, como as unidades e/ou os serviços das demais políticas setoriais e do Sistema de
Justiça. Devem ser desenvolvidos em conjunto pelos /pelas coordenadores/coordenadoras
dos serviços com os/as técnicos/técnicas de referência. Além disso, os/as profissionais
devem se atentar para duas questões: 1) Não devem ser enviadas as versões originais de
cadastro, prontuários, fichas ou qualquer outro documento que contenha informações
acerca do atendimento e acompanhamento dos sujeitos; e 2) O caráter privado e sigiloso de
algumas informações.
Fonte: Quadro elaborado pelos autores a partir de informações contidas em Brasil (2016).
23
Neste sentido, podemos observar que há orientações quanto à elaboração e ao envio de
documentos entre serviços. Diante disso, e reconhecendo a necessidade de um registro de
atendimento e de um relatório de compartilhamento de informações bem feito, apresentamos
orientações para a elaboração de um prontuário, que pode ser utilizado para registrar as
informações sobre o trabalho social desenvolvido com as famílias e indivíduos, e de um relatório,
que serve para os/as profissionais do SUAS encaminhar informações aos/às profissionais dos
demais órgãos do SGD.
Essas informações aprimoram a qualidade dos serviços ofertados, uma vez que devem ser
utilizadas para subsidiar o processo de planejamento e operacionalização do acompanhamento
familiar (BRASIL, 2017), bem como fundamentar possíveis pareceres e encaminhamentos. Assim,
o registro de informação constitui-se como uma importante ferramenta tanto para a gestão
local da política de assistência social, coordenadores/coordenadoras de unidades e serviços
socioassistenciais quanto para profissionais das equipes de referência.
Além disso, quando utilizado o prontuário físico, este deve ser guardado em local seguro e de
acesso restrito. Sendo sua guarda de responsabilidade da unidade (da pessoa responsável pela
coordenação do equipamento) e da equipe técnica de referência, de modo que não é permitido
o/a usuário/usuária levar ou guardar o documento consigo.
Embora não seja permitido que a guarda do prontuário fique com o/a usuário/usuária, esse/
essa tem o direito a acessar o seu registro, bem como pedir esclarecimento acerca do conteúdo,
uma vez que a promoção do acesso à informação é um princípio ético do trabalho social com
famílias e, portanto, deve fundamentar a intervenção profissional. No entanto, é de extrema
importância que, ao ser solicitado o acesso ao registro, a equipe esteja atenta para as situações
que envolvam compromisso do dever ético do/da profissional em relação a algum membro da
família. O/A profissional deve estar ciente que informações que dizem respeito à intimidade, vida
privada, honra e imagem das pessoas, por exemplo, NÃO são públicas e deverão ser mantidas em
sigilo (BRASIL, 2017, p. 21).
Outro fator que deve ser considerado no manuseio do documento é a diretriz de matricialidade
sociofamiliar estabelecida na Política Nacional de Assistência Social. A partir dessa, fica posto que
o Prontuário SUAS deve ser aberto para cada família e não para cada membro da família (BRASIL,
9 Apenas os profissionais de nível superior que atuam nas equipes de referência dos CRAS ou CREAS que
realizam o trabalho social com a família no âmbito do PAIF e do PAEFI devem ter acesso ao Prontuário SUAS. Os
profissionais de nível fundamental e médio não poderão ler nem fazer anotações no documento. No entanto, assumem
o mesmo compromisso que a coordenação e profissionais de nível superior do CRAS ou CREAS que atuam diretamente
no acompanhamento da família, para resguardar todas as informações que tiverem acesso por causa de sua atuação na
unidade. Sendo, assim, fundamental a postura ética das/dos profissionais na garantia do sigilo das informações prestadas
pela família usuária (BRASIL, 2017)
25
2017). Contudo, o documento deve preservar as vivências e características de cada pessoa da
família. Dessa forma, se apenas um membro vivenciou uma determinada situação esta informação
será registrada apenas para aquela pessoa.
Podemos perceber que as questões são amplas e nos permitem identificar variados
aspectos acerca da família como a sua dinâmica, situação financeira, riscos e vulnerabilidades,
potencialidades, suas necessidades, a rede de apoio, etc. Assim, tais questionamentos possibilitam
conhecer a situação familiar e desenhar estratégias de intervenção no âmbito da assistência social.
26
Agora que já conhecemos um modelo de documento que pode ser utilizado para registro
de informações no âmbito das unidades socioassistenciais, podemos direcionar nosso estudo
para outro documento, desta vez um utilizado no compartilhamento de informações: o relatório
socioassistencial.
O relatório utilizado para comunicação externa não deve ser confundido com relatório social,
pois é um instrumento de registro de compartilhamento de informações acerca de uma determinada
situação. Ele deve conter dados referentes às necessidades apresentadas pelo indivíduo e/ou pela
família; as ações planejadas e desenvolvidas, bem como o resultado obtido; e os encaminhamentos
efetivados. Esses documentos devem ser elaborados pelos/pelas profissionais da equipe de
referência dos serviços socioassistenciais, bem como pelo/pela coordenador/coordenadora deste
serviço e, sempre que possível ou solicitado, pelos/pelas usuários/usuárias, de modo que esses
conheçam e se posicionem quanto às informações que serão enviadas aos órgãos requisitantes
(NEVES; ALBUQUERQUE, 2020).
No momento de elaboração, os/as profissionais devem estar atentos aos aspectos éticos e
políticos de suas profissões e aos princípios éticos que norteiam as intervenções das equipes
de referência do SUAS. Assim, devem estar comprometidos com os direitos socioassistenciais,
qualidade dos serviços, participação social, acesso à informação, entre outros.
Além desses elementos, é orientado que, no desenvolvimento do relatório, seja utilizada uma
redação formal e uma linguagem precisa, inteligível e bem estruturada. É recomendável, também,
que seja evitada a linguagem informal, como as gírias, e não devem ser utilizados discursos
pautados no senso comum, tendo em vista que, muitas vezes, eles reproduzem estigmas e
preconceitos (NEVES; ALBUQUERQUE, 2020). É preciso reconhecer e respeitar os diversos arranjos
familiares, as singularidades e a diversidade, conforme as diretrizes expressas nas normativas do
SUAS. Veremos um exemplo mais adiante.
Abaixo apresentamos um check list de elementos que devem estar contidos no relatório.
Lembre-se, essa lista é apenas uma orientação, cabe ao/à profissional identificar, a partir das
requisições recebidas, as informações que considera relevantes para serem inseridas nos relatórios
e a especificidade de cada caso/situação. Ainda, as informações prestadas devem observar a
27
pertinência e a relevância, isto é, devem estar relacionadas com o que foi solicitado e são necessárias
para embasar uma melhor tomada de decisão da autoridade requisitante ou para possibilitar a
continuidade dos atendimentos nos serviços subsequentes. (NEVES; ALBUQUERQUE, 2020).
• Histórico
No histórico é importante apresentar brevemente a situação familiar:
Qual situação a levou ao SUAS (como acessou, quando, porquê); condições de acesso da família a serviços,
programas e projetos das diversas políticas públicas que possam responder às suas necessidades; situações
de vulnerabilidade e risco vivenciadas pela família que repercutam sobre sua capacidade de prover cuidados;
situação atual da criança ou adolescente e de sua família, inclusive potencial e dificuldades da família para
exercer seu papel de cuidado e proteção; se há padrões transgeracionais de violação de direitos; situações atuais
e pregressas de violência intrafamiliar contra a criança e o adolescente, gravidade e postura da família em relação
à mesma; riscos identificados; quais intervenções foram propostas ou já foram realizadas; e quais resultados
foram obtidos.
• Encaminhamento/Parecer
O último item do relatório deve conter informações que respondam à solicitação do serviço ou autoridade que
demandou o relatório ou, em caso de encaminhamento, deve conter informações acerca da demanda que está
sendo enviada à unidade ou serviço que receberá o caso.
Por exemplo: Suponhamos que o relatório será enviado ao serviço de saúde solicitando o acompanhamento
psicológico a uma adolescente vítima de abuso sexual. Neste caso, o documento deve conter informações
referentes à situação de violência, estado da vítima, o relatório sobre a escuta especializada, quais providências
já foram adotadas. Sempre adotando os cuidados necessários para preservar a vítima.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em informações contidas em NEVES; ALBUQUERQUE (2020) e Orientações
técnicas dos serviços de acolhimento para crianças e adolescentes (2009).
28
Vejamos um exemplo de relatório socioassistencial:
RELATÓRIO SOCIOASSISTENCIAL
Em 08 de novembro de 2019, Ana Paula Martins (32 anos) procurou o Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) para solicitar apoio para alimentação de seu filho mais novo,
que possui deficiência. A usuária, residente da rua São Joaquim, nº 17, Bairro São José do
município de Paulina, vive com seus dois filhos Caio Martins (08 anos) e Arthur Martins
Firmino (05 anos) e seu marido Gilberto Santos Firmino (padrasto de Caio e pai biológico de
Arthur).
Arthur sofre de Paralisia Cerebral Infantil (CID 10 – G80.1), conforme laudo médico
apresentado. A criança possui diagnóstico desde os nove meses, fazendo acompanhamento,
desde então, no Centro Especializado de Reabilitação III (CER III) localizado no município
Santa Helena, onde faz tratamento médico, fisioterápico, terapia ocupacional, nutricional
e fonoaudiológico. A família também é atendida por esse CRAS: Ana Paula participa
assiduamente do grupo de familiares de pessoas com deficiência, que ocorre quinzenalmente,
e também participa em outras ações do PAIF.
29
Diante dessa situação, o Centro Especializado de Reabilitação III demandou à Secretaria
Municipal de Saúde de Paulina a concessão de dieta enteral industrializada para a família.
A solicitação foi recusada sob a justificativa da família possuir condições de adquirir por
conta própria a dieta ou fabricá-la. Tendo em vista a recusa, a Unidade Básica de Saúde de
abrangência do bairro São José enviou uma nova solicitação a Secretaria de Saúde de Paulina,
a qual manteve o posicionamento de recusa.
Desse modo, considera-se que a família não possui condições econômicas para arcar com
os custos da compra da dieta enteral, sendo sua concessão pelo poder público fundamental
para assegurar o direito à vida, à saúde e à alimentação preconizadas pela Constituição Federal
de 1988 e Estatuto de Criança e do Adolescente. A Resolução CNAS nº. 39/2010, menciona
em seu Art. 1º as provisões que devem ser fornecidas por outras políticas, considerando a
recomendação da área de saúde e o caráter não eventual da necessidade de alimentação
enteral: Afirmar que não são provisões da política de assistência social os itens referentes a
órteses e próteses, tais como aparelhos ortopédicos, dentaduras, dentre outros; cadeiras de roda,
muletas, óculos e outros itens inerentes à área de saúde, integrantes do conjunto de recursos
de tecnologia assistiva ou ajudas técnicas, bem como medicamentos, pagamento de exames
médicos, apoio financeiro para tratamento de saúde fora do município, transporte de doentes,
leites e dietas de prescrição especial e fraldas descartáveis para pessoas que têm necessidades
de uso.
30
Encaminhamento: Diante do exposto, após reunião realizada no dia 10 de maio de 2021,
com a presença de representantes do CER III, da Unidade Básica de Saúde e do Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) (órgãos que já realizam acompanhamento à família),
foi avaliada a importância de articulação entre a gestão de assistência social e de saúde
para atender à necessidade urgente dessa família, bem como de demais famílias que
possuem pessoas que necessitam de alimentação enteral e de outras demandas que não
são claramente identificadas como ofertas da política de assistência social, para avaliação de
como podem ser supridas tais necessidades do campo da saúde. Assim, solicita-se o apoio
desta secretária de assistência social e nos colocamos à disposição para apoiar no que for
necessário. Informamos que o Conselho Tutelar foi informado e também está acompanhando
a situação. Sugere-se, caso a demanda de articulação com a Secretaria de Saúde não se
realize, que o Ministério Público seja comunicado.
XXXXXXXXXXXXX
Assistente Social
CRESS XXXXXX
XXXXXXXXXXXX
Coordenadora CRAS
Até aqui pudemos observar que atender crianças e adolescentes em situação de risco social,
violência e outras violações, assim como suas famílias não é uma tarefa fácil, requer que o/a
profissional movimente o seu aporte teórico-metodológico e técnico-operativo e que tenha
compromisso ético, além da habilidade de articulação, diálogo e construção de estratégias.
Cabe à gestão em seus três níveis de governo, a coordenação dos serviços e aos/às profissionais
um compromisso com os princípios de proteção integral e prioridade absoluta, que busquem
materializar essas noções na elaboração das políticas públicas, gestão do território e na qualidade
do atendimento prestado.
Este curso teve o intuito de qualificar o atendimento realizado pelos profissionais do SUAS.
Esperamos que o/a cursista tenha apreendido o conteúdo trabalhado e reafirme a sua posição na
luta pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
32
REFERÊNCIAS E
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
NORMAS:
BRASIL. Decreto Nº 8.727, de 28 de abril de 2016. Dispõe sobre o uso do nome social
e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Diário Oficial da União de 29 de
abril de 2016 [online]. Disponível em: < https://bityli.com/e3U9Q>. Acesso em: 10 abr. 2021.
LIVROS E ARTIGOS:
33
(SUAS) no sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha
de violência. Brasília: Ministério da Cidadania/SEDS/SNAS, 2020. 44 p. Disponível em: http://blog.
mds.gov.br/redesuas/wp-content/uploads/2020/03/SUAS_garantia_direitos_crian%C3%A7as_
adolescentes_vitimas_testemunhas_violencia.pdf. Acesso em: 17 fev. 2021.
SUGESTÃO BIBLIOGRÁFICA
RIBAS JUNIOR, F., et al. (org.). Conhecer para transformar: Guia para diagnóstico e
planejamento da política municipal de proteção integral das crianças e adolescentes. São
Paulo: Fundação Telefônica, 2011. 332 p. Disponível em: <https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/
File/publi/pro_menino/conhecer_para_transformar_telefonica_2011.pdf> .
34
MINISTÉRIO DA CIDADANIA
Ministro da Cidadania
João Roma
Secretaria Executiva
Luiz Galvão
Equipe técnica:
Gustavo André Bacellar Tavares de Souza
Gustavo Vellozo Barreira
Natália da Silva Pessoa
Equipe técnica:
Deusina Lopes da Cruz
Flávia Renata Lemos de Souza
Elaboração de Conteúdo/Desenvolvimento:
Claudia Gomes de Castro – Pesquisadora do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável
(IPPDS/UFV)
Rita de Cássia Cesarino - Pesquisadora do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável
(IPPDS/UFV)
Gabriela Santos Gomes - Bolsista do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS/
UFV)