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CURSO FIC
Mecânico de Motores a Diesel - 2017
Mecânico de Motores
a Diesel
Setembro 2018
Ficha Catalográfica
Expediente
Governador do Estado de Goiás Supervisão Pedagógica e EaD
Marconi Ferreira Perillo Júnior Denise Cristina de Oliveira
Israel Serique dos Santos
Secretário de Desenvolvimento Maria Dorcila Alencastro Santana
Econômico, Científico e Tecnológico
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Professor Conteudista
Francisco Gonzaga Pontes Robson de Almeida Vilela
ESTADO
DE GOIÁS
Sumário
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
UNIDADE 1
Ética Profissional 12
1.1.1 - Ética profissional e relações sociais 13
1.1.3 – Código de ética 13
UNIDADE 2
QSMS (Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança) 14
2.1 - Qualidade 14
2.2 – Ferramentas da qualidade 15
UNIDADE 3
Meio ambiente e sustentabilidade 17
3.1 – Desenvolvimento sustentável 18
UNIDADE 4
Segurança do trabalho 21
NR 1 - Disposições Gerais 22
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 22
NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 24
NR 12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos 26
NR 17 – Ergonomia 27
UNIDADE 5
Introdução ao estudo dos motores de combustão interna 29
Conteúdo Interativo
Essa apostila foi cons- Pré-requisitos:
truída com recursos
que possibilitam a Para acessar a salve o arquivo
interatividade tais como interatividade no computador
hiperlinks e páginas com utilize o Inter-
ou
e abra-o no
hipertexto. net Explorer, Acrobat Reader.
5.1 - Motores de combustão interna 30
5.1.1 - Classificação dos motores de combustão interna 30
5.1.2 - Propriedade dos gases da admissão 30
5.1.3 - Movimento do pistão 30
5.1.4 - Fases dos ciclos de trabalho 31
5.1.5 - Número de cilindros 31
5.1.6 - Disposição dos cilindros 31
UNIDADE 6
Componentes dos motores de combustão interna 32
6.1 - Componentes fixos dos motores 32
6.1.1 – Bloco do motor 32
6.1.2 - Cabeçote 33
6.1.3 - Cárter 34
6.2 - Componentes móveis dos motores 34
6.2.1 - Eixo do comando de válvulas ou eixo de cames 35
6.2.2 - Válvulas 35
6.2.3 - Pistão 35
6.2.4 - Anéis 36
6.2.5 - Bielas 36
6.2.6 - Virabrequim 36
6.2.7 - Mancais 37
UNIDADE 7
Características técnicas dos motores de combustão interna 38
UNIDADE 8
Sistemas complementares 40
8.1 - Sistema de alimentação de ar 40
8.2 - Sistema de alimentação de combustível 41
8.3 - Sistema de arrefecimento 41
8.4 - Sistema de lubrificação 42
UNIDADE 9
Motor Diesel 43
9.1 - História 43
9.2 - Motor Diesel de Quatro Tempos 43
9.3 - Ciclo Diesel – 2 tempos 45
9.4 - Tipos de injeção 45
9.5 - Cilindrada 46
9.6 - Relação de compressão 46
9.7 - Torque 46
9.8 - Motor diesel x Motor Otto 47
9.8.1 - Motores Diesel 47
9.9 - Combustíveis para motor diesel 47
9.9.1 - Óleo diesel rodoviário interior (S1800) 47
9.9.2 - Qualidade do óleo diesel 48
UNIDADE 10
Particularidades dos motores diesel 51
10.1 - A injeção de duto único 52
UNIDADE 11
Trabalhando com os motores Diesel 54
11.1 - Injeção eletrônica de combustível 54
11.1.1 - Common Rail 54
11.2 - Bomba injetora 55
11.3 - Diagnósticos 56
11.4 Desgastes mais comuns nos motores diesel 56
11.4.1 - Desgaste por atrito 56
11.4.2 - Desgaste devido à fadiga 57
11.4.3 - Desgaste devido ao corte 57
11.4.4 - Desgaste severo por deslizamento 57
11.5 - Manutenção preventiva 57
UNIDADE 12
Dicas de diagnósticos e verificações em motores diesel 59
12.1 – Inspeção e verificação 59
12.2 – Tabela de sintomas 59
Referências Bibliográficas 68
Recursos Didáticos
Hiperlinks de texto
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Perfil profissional: O estudante que ingressar no curso de FIC de mecânico de motores ciclo diesel desen-
volverá sua capacidade de análise crítica e capacidade de resolução de avarias mecânicas associadas ao fun-
cionamento de veículos. Além de criar uma mentalidade prevencionista no que tange aos prazos de revisões
veiculares, garantir um ambiente de trabalho seguro e íntegro, manusear instrumentos de medição e controle e
conhecer em detalhes sobre os diversos sistemas que fazem parte do motor automotivo.
Competências:
l Identificar as partes móveis de motores automotivos ciclo diesel, propondo soluções de caráter preventivo
ou corretivo;
l receber e executar as OST’s (Ordens de Serviços Técnicos), e registrá-las conforme procedimento interno;
l comunicar ao cliente sobre eventuais problemas mecânicos, fazendo o uso de linguagem simples sem o
excesso de termos técnicos;
l zelar por ambiente seguro, limpo e íntegro para a realização de suas atividades cotidianas
Habilidades:
l Realizar a troca de óleo e lubrificação de conjunto do motor;
l monitorar os níveis dos fluidos do veículo: freio, arrefecimento etc;
l promover reparo, desmontagem, montagem de componentes e partes do motor;
l fazer alinhamento, balanceamento e cambagem em rodas e suspensão;
l descartar materiais e fluidos de modo ecologicamente correto, após as manutenções e reparos.
Palavras do Professor
Prezado(a) estudante. No início de sua caminhada no processo de qualificação profissional, nós o oferecemos
o amparo técnico e didático, por meio do presente material. Por se tratar de uma área ampla e com necessidade
de um contínuo aperfeiçoamento, disponibilizamos os links eletrônicos, literaturas de base e referências textuais
aqui adotadas para sua total consulta.
A determinação e busca individual será um diferencial considerável na consolidação de sua carreira vindoura,
pois a velocidade de transformação das novas tecnologias, não obedecem uma sucessão temporal bem definida.
Portanto, empenhe-se em sempre estar atualizado quanto às novas ferramentas de trabalho.
UNIDADE 1
Ética Profissional
A fase da escolha profissional, ainda durante a ado-
lescência muitas vezes, já deve ser permeada pela refle-
xão da Ética Profissional. A escolha por uma profissão
é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres
profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quan-
do você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o
conjunto de deveres que está prestes a assumir, tornan-
do-se parte daquela categoria.
Toda a fase de formação profissional, o aprendiza-
do das competências e habilidades, referentes à práti-
ca específica numa determinada área, devem incluir a
reflexão, antes do início dos estágios. Ao completar a
formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, 1 - Ética Profissional
Fonte:freepik.com/free-vector/illustration-of-a-weighing-scale_2945055.htm
que significa sua adesão e comprometimento com a ca- freepik.com/free-vector/wrong-and-right-posture-in-front-of-the-computer_1154703.htm
MÍDIAS INTEGRADAS
Assista ao vídeo abaixo, com comentário do
professor Clóvis de Barros Filho, sobre o que é
Ética e suas aplicações e desdobramentos na
sociedade atual: O que é Ética?
https://www.youtube.com/watch?v=Q-CcfQXJJhc
13
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva; o auxiliar de almo-
xarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião
que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; a atende do asilo que se preocupa
com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou
que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construção
de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é vis-
to, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez. As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo
de proteger os profissionais, as pessoas que dependem deles. Há, porém muitos aspectos não previstos especi-
ficamente e que fazem parte do compromisso do profissional com a ética, aquele que, independentemente de
receber elogios, faz a coisa certa.
É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos
técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento.
Muitos processos administrativos e jurídicos no âmbito da quebra da disciplina ética profissional nos conselhos
profissionais, acontecem por desconhecimento da própria ética profissional e negligência com os valores éticos
e morais. Quais sejam:
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tole-
rância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações in-
terpessoais verdadeiras, responsabilidade, confiança e outras formam composições para um comportamento
eticamente adequado.
A função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o fundamentam e se
articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres. Ao definir direitos, o código de ética cumpre a
função de delimitar o perfil do seu grupo. Ao definir deveres, abre o grupo à universalidade. Ao definir direitos,
o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. No que tange aos deveres, abre o grupo
à universalidade. A definição de deveres deve ser tal, que por seu cumprimento, cada membro daquele grupo
social realize o ideal de ser humano.
A elaboração de um código de ética, portanto, realiza-se como um processo ao mesmo tempo educativo no
interior do próprio grupo. Deve resultar num produto tal, que cumpra ele também uma função educativa e de
cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos os cidadãos.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Destaque a importância do conhecimento na construção da ética profissional
2 – Qual a função principal de um código de ética?
3 – Como se realiza a elaboração de um código de ética? Qual deve ser o produto
final desse processo?
4 – Cite alguns exemplos de aplicação da ética em seu cotidiano.
14
UNIDADE 2
petição ainda mais alto. Para tanto, faz-se necessário o envolvimento de todos, da alta administração ao pes-
soal da linha de produção, de gerentes a fornecedores, agindo na prevenção de qualquer tipo de problema,
problemas que com certeza não são de responsabilidade de uma única pessoa na empresa. É importante
destacar que todas essas eras ou visões a respeito do que é produzir com qualidade, são utilizadas hoje nas
empresas simultaneamente. As estratégias de implantação de qualquer programa de qualidade pressupõem
o envolvimento de todos na empresa, muitas vezes alcançado através do trabalho em equipe (os chamados ti-
mes da qualidade). São utilizadas, também, ferramentas estatísticas para o controle da qualidade no processo,
e ainda são inspecionadas amostras de produtos acabados.
SAIBA MAIS
É muito comum atualmente. A utilização do termo garantia da qualidade, pois o mesmo
implica a organização/empresa se comprometendo diretamente com o seu cliente/
consumidor final, a entregar seus produtos e serviços com a máxima qualidade possível.
gestão da qualidade, vamos trabalhar com métodos e ferramentas de gestão (como o próprio nome diz), ou seja,
não são instrumentos palpáveis, físicos, mas sim técnicas gerenciais para organização do trabalho de todas as
pessoas envolvidas.
Dentre todas as ferramentas de gestão da qualidade, sete são consideradas essenciais: diagrama de Pareto,
diagrama de causa e efeito, histogramas, folhas de verificação, cartas de controle, gráficos de dispersão e fluxo-
gramas. Vamos ver no quadro abaixo de forma resumida estas ferramentas:
16
VAMOS REFLETIR
A consolidação da aplicação das ferramentas e metodologias de qualidade, só se
dará mediante uma comunicação e integração diária das equipes envolvidas, além de
um sistema gerenciamento paralelo (reuniões específicas), para monitorar através de
cronogramas, o cumprimento dos objetivos estabelecidos.
Ferramentas da qualidade são técnicas que se podem utilizar com a finalidade de definir, mensurar,
analisar e propor soluções para problemas que eventualmente são encontrados e interferem no bom
desempenho dos processos de trabalho. Foram estruturadas, principalmente, a partir da década de
50, com base em conceitos e práticas existentes. Desde então, o uso das ferramentas tem sido de gran-
de valia para os sistemas de gestão, sendo um conjunto de ferramentas estatísticas de uso consagrado
para melhoria de produtos, serviços e processos. (MACHADO, 2012).
MÍDIAS INTEGRADAS
Quando falamos em qualidade, algumas instituições nos remetem a esse conceito
por suas práticas diárias. Acesse no link abaixo, o site da Surgo (Superintendência
do Inmetro do Estado de Goiás), instituição ligada ao Inmetro (Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), para saber mais sobre
normas, regulamentos e padrões metrológicos de qualidade.
http://www.inmetrogo.gov.br/
17
UNIDADE 3
Até meados da década de 1970, a poluição industrial era vista como sinal de progresso, por isso era muito
bem-vinda para muitos políticos e cidadãos em geral. Na época, não se levava em conta o aspecto ambiental.
Nos tempos atuais, há uma necessidade de mudança de pensamento por parte de quem produz e principal-
mente de quem compra, pois nós, consumidores, somos o termômetro do mercado, e as empresas, sejam elas
pequenas ou gigantes, buscam agradar os clientes.
As cidades devem possibilitar o desenvolvimento social e econômico da comunidade residente. Por que
algumas cidades crescem mais que outras? Ou, por que algumas apresentam qualidade de vida melhor do que
outras? Alguns aspectos, ou atributos, ambientais intervêm diretamente em suas potencialidades para seu
pleno desenvolvimento, como por exemplo a sua localização geográfica, a configuração topográfica, o clima
predominante na região e o domínio geológico e natural. A localização geográfica das cidades deve possibilitar
a ausência de focos de poluição provenientes de outras regiões de seu entorno; condições de proteção contra
ventos, que possam causar impactos ambientais significativos ou desconforto á fixação do homem como que-
das de árvores e de cabos de energia, destelhamentos e comprometimento da qualidade do ar e do confor-
to térmico; possibilidade da existência de centros de
produção, comércio e cultura, para o intercâmbio e o
abastecimento entre regiões distintas; existência de
sistema viário diverso, composto por sistemas modais
interligados, como autoestradas, ferrovias, aeropor-
tos, dutovias e hidrovias.
As áreas mais sensíveis à degradação ambiental
são os vales e os locais com declividades ínfimas (
muito pequenas), ou com declividades acentuadas.
Os vales podem sofrer inundações em suas depres-
sões, diminuição da irradiação solar e a estagnação
6 - Reciclagem de oléo de motor do ar atmosférico. As declividades ínfimas podem re-
http://www.ecosystemrs.com.br/upload/site_noticia/144.jpg
18
tardar o escoamento de água pluvial, gerando enchentes, bem como retardar o escoamento de águas servidas
e comprometer o sistema de esgoto. As declividades acentuadas, por sua vez, podem provocar desequilíbrios
de vazão da rede de abastecimento de água, possibilitando a contaminação da rede de distribuição de água
por poluentes presentes no solo.
l Sustentabilidade econômica – refere-se a uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela
regularidade de fluxos do investimento público e privado.
O fato é que o modelo atual de produção – aqui é importante salientar que não estamos falando apenas das
grandes indústrias, mas sim de qualquer processo produtivo – não é sustentável. Obviamente, a tendência é que
as indústrias gerem maior impacto, porém a necessidade de mudanças atinge a todos. Os grandes conglomera-
dos industriais acelerem seu ritmo de produção, o que implica em maior consumo de matérias-primas, pois o
perfil do mercado consumidor mudou ao longo dos anos, visto que comprar virou sinônimo de poder.
Não há uma receita pronta para impor o desenvolvimento sustentável. Sabemos onde queremos chegar, que
é o equilíbrio entre o desenvolvimento e econômico e preservação do meio ambiente, mas as medidas a serem
tomadas variarão entre os países e ao mesmo tempo não podem ser encaradas como algo isolado. A discussão
deve ser global, os benefícios devem atingir a todos e, para isso acontecer, só com muito diálogo e cooperação.
19
MÍDIAS INTEGRADAS
Acesse o link abaixo, e saiba mais sobre os objetivos do milênio, estabelecidos
pela ONU ( Organização das Nações Unidas), e as oito formas de mudar o mundo.
E como você, estudante e futuro profissional da área de mecânica automotiva,
pode se engajar e contribuir para um mundo melhor.
http://www.objetivosdomilenio.org.br/
Então, qual a dificuldade? Voltamos à questão do poder que cada nação tem. Os europeus estão dispostos
a abrir mão de um estilo e do status para trabalhar em conjunto com os países menos desenvolvidos? Dados
apresentados por Portilho (2010), demonstram essa diferença entre o consumo dos países considerados ricos
(hemisfério norte), em relação aos países mais pobres (hemisfério sul). Segundo esses dados, 20% da população
mundial, que habita principalmente o hemisfério norte, consome 80% dos recursos naturais e da energia do pla-
neta, ao mesmo tempo em que produz por volta de 80% da degradação e poluição total do planeta. Os demais
20% dos recursos que restaram ficam disponíveis para os 80% da população global, localizados em sua maioria
no hemisfério sul.
Enfim, desenvolvimento sustentável é uma realidade que está ao alcance de todos, cada um pode incorporar
e colocar em prática esse conceito. Se você ao fim desse curso, resolver virar um empreendedor, reflita sobre
essa questão e sobre tudo o que conversamos anteriormente. Coloque em prática ações que gerem apenas im-
pactos positivos ao meio ambiente. Caso vá trabalhar no setor privado, conheça sua empresa, pense em ações
que possam resultar em um menor impacto durante o processo produtivo e, por fim, comece por você mesmo,
reveja suas ações diárias e o que pode fazer para ajudar a natureza.
SAIBA MAIS
Uma importante aplicação dos conceitos de preservação ambiental, na área de
mecânica automotiva. É o descarte correto dos óleos lubrificantes e suas embalagens,
que estudaremos em detalhes mais adiante. Acesse abaixo no link, procedimentos de
recomendação para descarte correto do mesmo.
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/59-veiculos/221-comojogar-fora-oleo-automotivo-usado-ou-vencido.html
8 – Turbina eólica
Fonte: freepik.com/free-vector/illustration-of-an-energy-generating-wind-turbine_2944668.htm
20
DICAS
Aprenda no vídeo abaixo, como fazer
uma composteira doméstica orgânica,
uma forma de gerar adubo orgânico
e biofertilizantes para plantas e
pequenas hortas.
https://www.youtube.com/watch?v=vpwJ7vpf26M
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – De acordo com alguns autores citados, quais as possíveis definições de
qualidade?
2 – Como a qualidade era determinada no início da industrialização nos anos 20? E
nos dias atuais?
3 – Qual a diferença entre método e ferramentas?
4 – Definas as ferramentas da qualidade abaixo, conforme sua função principal.
Gráficos de dispersão:
Histogramas:
Diagrama de Pareto:
Cartas de controle:
Fluxogramas:
Diagrama de Ishikawa:
Folhas de verificação:
5 – Como a poluição industrial era vista até meados da década de 1970?
6 – Quais são os cinco pilares de sustentação do desenvolvimento sustentável?
7 – Cite ações que podem contribuir para a preservação do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável.
21
UNIDADE 4
Segurança do trabalho
9 – Equipamentos de segurança
Fonte: http://safetymatters.siwa.org.au/wp-content/uploads/2014/07/safety-work-equip.jpg
Assim como outras diversas atividades técnicas, a profissão de mecânico de motores automotivos a ciclo
diesel exige do profissional uma intensa atenção na execução de suas tarefas diárias. O resguardo pela inte-
gridade física, é um requisito básico para a garantia de um trabalho livre de maiores problemas relacionados a
acidentes do trabalho. Dentro desse contexto, é importante o estudo das normas regulamentadoras ministério
do trabalho e emprego (mte) que auxiliam o profissional quanto ao seu comportamento e postura no ambiente
de trabalho, além dos seus direitos e deveres dentro do local de prestação de serviços. Vamos conhecer, a partir
de agora, todas as normas regulamentadoras do ministério do trabalho e emprego. E estudar em detalhes, as
aplicações das normas mais relevantes na área de mecânica automotiva.
NR 1 - Disposições Gerais
NR 2 - Inspeção Prévia
NR 3 - Embargo ou Interdição
NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 8 - Edificações
NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 - Máquinas e Equipamentos
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
22
NR 14 - Fornos
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
NR 17 - Ergonomia
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 19 - Explosivos
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 - Proteção Contra Incêndios
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 - Resíduos Industriais
NR 26 - Sinalização de Segurança
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB
NR 28 - Fiscalização e Penalidades
NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval
NR 35 - Trabalho em Altura
NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados
NR 1 - Disposições Gerais
Essa norma traz as primeiras medidas a serem adotadas na relação de trabalho. O empregador deve dar um
treinamento admissional ao empregado, com carga horária mínima de seis horas, em que serão descritas a ati-
vidade da empresa, suas regras e algumas medidas de segurança. Posteriormente, o empregado deverá assinar
um documento no qual reconheça que recebeu o treinamento, tendo ciência dos seus direitos e deveres na
relação de trabalho (BRASIL, 2009).
FIQUE ATENTO
O treinamento admissional deve ser o momento em que o profissional deve procurar
sanar todo o tipo de dúvida com relação ao trabalho e a organização. Isso é primordial, pois
um grande número de problemas corriqueiros, retrabalhos e falhas. Acontecem devido ao
fato de o novo colaborador não saber o que fazer?, como fazer? e com o que fazer?.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a prevenção de acidentes e do-
enças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
23
da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Assim, podemos entender que a CIPA é o setor da empresa en-
carregado de tratar da prevenção de acidentes de trabalho.
A CIPA é constituída por empregados que foram contratados para funções diferentes das relacionadas à
segurança do trabalho. É uma comissão especial composta por pessoas que representam os empregados e o
empregador. Eles possuem diversas atribuições relacionadas à saúde e à segurança, sendo elas:
l Inspecionar os ambientes de trabalho;
l realizar reuniões de forma ordinária (mensais) e extraordinária (em ocasiões especiais);
l divulgar questões relativas à saúde e à segurança do trabalho, NR e convenções coletivas de trabalho;
l participar de discussões sobre segurança do trabalho em conjunto com o SESMT;
l requerer junto ao SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-
balho) ou ao empregador paralisação da máquina ou da produção, quando houver risco iminente à saúde e à
segurança do trabalho;
l colaborar para o desenvolvimento e implementação dos programas relacionados à saúde e à segurança do trabalho;
l requisitar a emissão e cópia da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho);
l promover campanhas de prevenção da AIDS e das DST (Doença Sexualmente Transmissível);
l promover a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes), anualmente, em conjunto com o SESMT;
l elaborar os mapas de risco com o auxílio do SESMT.
A CIPA deve ser encarada com muita responsabilidade e respeito pelos empregados e pelo empregador. A
garantia de estabilidade pode se mostrar como um ponto negativo, pois faz o empregador ter rejeição à CIPA e
faz o empregado sentir-se com plenos poderes dentro da empresa. Como a constituição da CIPA é obrigatória,
por que não utilizá-la como ferramenta de gestão de segurança?
A CIPA pode contribuir muito para a segurança do trabalho em uma empresa. Quem é melhor que o ope-
rador de uma máquina para identificar seus riscos e propor sugestões de melhoria? Isso se aplica em todos os
setores, não é verdade? Por serem funcionários do famoso “chão de fábrica”, eles estão próximos do pessoal da
execução da atividade. Os cipeiros possuem uma relação íntima com os trabalhadores e têm melhores condi-
ções de difundir as ideias relativas à segurança do trabalho.
Como o mandato tem duração de um ano, a CIPA tem esse prazo para implementar ações que façam a di-
ferença na segurança do trabalho da empresa. Como os trabalhadores estão sempre preocupados em cumprir
suas tarefas, por vezes acabam não percebendo a importância da ação dos cipeiros.
VAMOS REFLETIR
A CIPA é um importante instrumento da engenharia de segurança e medicina do
trabalho. Portanto ao se candidatar para ingresso na comissão, tenha em mente que
você precisará ser um agente de prevenção de acidentes de trabalho, além de um
multiplicador das boas práticas organizacionais. Em hipótese alguma se candidate
apenas para “segurar” o seu emprego, ou satisfazer necessidades e/ou desejos alheios,
CIPA é algo muito sério.
Quando se trata de segurança e saúde no trabalho, temos como prioridade prever a ocorrência de situ-
ações que são potencialmente perigosas à vida, saúde e integridade física das pessoas em suas atividades
laborais, eliminando-as na origem.
Nessa perspectiva, ações que vão desde o planejamento até a formação e informação dos trabalhadores
devem ser seguidas considerando as tarefas que lhes serão atribuídas e os meios técnicos para realizá-las.
Entretanto, pode ainda persistir algum risco residual desse trabalho; o trabalhador deve ser, então, prote-
gido para eliminar ou atenuar as consequências do acidente ou incidente resultante do risco ocorrido, pelo
uso de um equipamento de proteção individual.
A utilização dos EPI’s está especificada na norma que elenca as condições de utilização e funcionamento
de um EPI, como um instrumento neutralizador da insalubridade, levando em conta o fator da adequabili-
dade ao risco, garantindo uma escolha com critérios, os quais devem ser especificados por um profissional
qualificado e habilitado em segurança do trabalho.
VOCABULÁRIO
Laborais: Relacionado ao trabalho.
Insalubridade: A insalubridade pode ser entendida como a exposição do trabalhador
a determinados agentes físicos, químicos ou biológicos em circunstâncias prejudiciais à
saúde, que porventura possa existir no ambiente de trabalho.
Alguns exemplos de EPI: jalecos, luvas látex, luvas térmicas, luvas de aço, luvas plásticas descartáveis, botas,
toucas, máscaras. São equipamentos usados nas mais diversas aplicações, sendo que seu uso deverá ser exigido
durante todo o período de trabalho.
25
SAIBA MAIS
CA – Certificado de Avaliação dos EPI’s, que deve ser consultado no link:
http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx
Algumas atividades possuem diversos riscos e, por isso, exigem o uso de diversos EPI para a proteção do tra-
balhador. O setor de segurança de toda empresa deve avaliar os riscos de toda atividade. Identificados os riscos,
em primeiro lugar, deseja-se eliminá-los. Muitas vezes, o custo de se eliminar o risco, ou a natureza da atividade,
não permite essa eliminação. O EPI é uma das alternativas a essa condição, pois permite o controle do risco,
garantindo, assim, a manutenção da saúde e da integridade física do trabalhador.
FIQUE ATENTO
Utilização de EPI’s é obrigatória! Não flexibilize ou seja negligente quanto a essa prática,
pois as consequências dessa omissão podem ser irreversíveis.
Trabalho seguro = EPI’s adequados e integralmente posicionados no corpo.
26
MÍDIAS INTEGRADAS
Acesse o texto completo da NR-12 no link abaixo para saber mais.
http://www.trabalho.gov.br/images//Documentos/SST/NR/NR12/NR12.pdf
27
NR 17 – Ergonomia
MÍDIAS INTEGRADAS
Ergonomia na oficina mecânica: como garantir a saúde dos funcionários?
https://blog.engecass.com.br/ergonomia-na-oficina-mecanica/
era reverter o quadro, para diminuir o número de pessoas que requeriam auxílio-acidente, auxílio-doença e
aposentadorias.
A partir do momento em que a Previdência Social e o Ministério do Trabalho passaram a cobrar das em-
presas uma preocupação com ergonomia, as mudanças passaram a surgir. Nos últimos 15 anos, questões
como levantamento máximo de peso, postura no ambiente de trabalho, ritmo de trabalho, ginásticas labo-
rais, entre outras, mostram-se em uma crescente no país. Essas questões fazem parte da saúde do trabalha-
dor, mas alguns empregados e empregados ainda não dão a devida atenção a elas.
SAIBA MAIS
Acesse no link, para saber mais sobre projetos ergonômicos de máquinas e
equipamentos a nível industrial. Contemplando a integração entre ambiente-pessoa-
máquina-funcionalidades.
http://www.marelli.com.br/ergonomia
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Quais são as principais recomendações e obrigações dispostas na NR-1?
2 – De acordo Com a NR 5, defina as siglas abaixo:
CIPA
SESMT
CAT
SIPAT
DST
CNAE
3 – Fale sobre as obrigações do empregado e do empregador quanto aos EPI’s.
4 – Cite alguns dos benefícios da utilização dos equipamentos de proteção individual.
5 – Qual é a relação entre risco x perigo?
6 – Diferencie máquinas e equipamentos, citando exemplos de cada.
7 – O que é ergonomia e como ela pode afetar a vida das pessoas no geral?
29
UNIDADE 5
MÍDIAS INTEGRADAS
Acesse no link abaixo, a biografia do grande geômetra e engenheiro grego,
Heron de Alexandria. Cujo o expressivo trabalho, resultou na criação daquilo
que veríamos a conhecer como a máquina a vapor.
http://biografiaecuriosidade.blogspot.com.br/2014/10/biografia-de-heron-dealexandria.html
São considerados como máquinas térmicas nas quais para o processo de combus-
tão o fluido de trabalho é convertido em energia mecânica. Os produtos resultantes
da combustão, inseridos na mistura de ar/combustível, são confinados internamente
em uma câmara de combustão.
FIQUE ATENTO
Além dos motores de combustão interna, existem os
motores de combustão externa. Porém, em nosso curso
abordaremos apenas os de combustão interna, para saber
mais sobre a combustão externa acesse.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Stirling
l Monocilíndricos;
l Policilíndricos.
l Em linha;
l Em V;
l Opostos;
l Radiais;
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – De acordo com os primeiros relatos. Quando surgiram os primeiros motores?
2 – O que é um motor de combustão interna ?
3 – Quais são os dois tipos principais de motores de combustão interna?
4 – Como são classificados os motores de combustão interna, quanto a sua utilização.
5 – Cite duas propriedades dos gases de admissão dos motores de combustão interna.
32 32
UNIDADE 6
São os componentes estacionários do motor, não realizam movimento real durante o ciclo de operação.
Abrangem o bloco, cabeçote e o cárter, componentes estes que atuam para o arrefecimento, lubrificação e liga-
ção as partes móveis do motor, sendo de extrema relevância a sua manutenção periódica.
fundido cinzento ou nodular), a resposta as solicitações de carga e performance que serão exigidas durante
seu funcionamento, e também a interação com os outros componentes do motor. Em sua parte interna, estão
alojados os pistões e cilindros, indispensáveis nos quatro tempos de operação do motor, conforme veremos
detalhadamente nos próximos capítulos. O número de cilindros, que pode variar entre um e dezoito, o curso de
deslocamento, tamanho e o formato construtivo, contribuem diretamente para determinar o trabalho efetivo
gerado pelo motor. Também estão localizadas na parte interna do bloco, as vias que são conhecidas como gale-
rias de condução, por realizarem a função de transportar a água oriunda do sistema de arrefecimento e lubrifi-
cação através da bomba d’água e da bomba de óleo respectivamente, essas galerias são isoladas uma da outra
para não haver algum tipo de contato. No corpo do motor estão localizados os mancais, componente que serve
de suporte/apoio para a árvore de manivelas ou eixo virabrequim, e também o comando das válvulas, sendo
este último em apenas alguns tipos de motores. Nesse sentido temos uma sincronia entre as partes internas
para o funcionamento correto do corpo do motor, incluindo a conservação de suas características originais e
uma relação custo-benefício estável para operação.
FIQUE ATENTO
Qualquer tipo de alteração nas características originais dos componentes do motor do
veículo. Deve ser minuciosamente avaliada por algum profissional qualificado para tal. É
corriqueira, a prática da inserção de turbo compressores, aumento do curso dos cilindros
e substituição do material original de algumas partes, esse tipo de atitude, pode gerar
efeitos indesejados naquilo que se espera na performance do veículo como um todo.
6.1.2 - Cabeçote
6.1.3 - Cárter
DICAS
É no cárter que se encontra alojado o óleo. Componente essencial do sistema de lubrificação,
que deve ser trocado de acordo com o tempo prescrito pelo fabricante do veículo. Faça
monitoramento periódico do nível e coloração do óleo lubrificante.
São os componentes ligados ao movimento, atuam na transmissão e ligação de movimentos que podem ser:
rotativos, alternativos e lineares. São submetidos em um modo geral a tratamentos térmicos e rigorosos proces-
sos de fabricação como a usinagem de precisão, brunimento e mandrilamento.
6.2.2 - Válvulas
Componentes mecânicos metálicos, localizados ge-
ralmente na parte superior do motor. Tem ação direta 25 - Conjunto eixo de comando, virabrequim e válvulas
Fonte: http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifsul/tecnico_biocombustivel/motores_
sobre os tempos de admissão e escape, a válvula de combustao_interna_e_seus_sistemas.pdf
Também chamado de êmbolo do motor, esse componente alojado no interior dos cilindros, sendo que cada
cilindro possui o seu respectivo pistão, é um dos principais responsáveis pela transmissão de força e movimento.
São compostos por camadas na parte superior, chamadas de anéis, que recebem e suavizam a força da mistura
no tempo de admissão, comprimem a mistura de modo abrupto no tempo de compreensão, descem até o ponto
inferior no ponto de explosão e liberam os gases residuais durante o tempo de exaustão. São construídos com
materiais mais leves, como as ligas de alumínio ou aço, pois são componentes submetidos a movimentos rápidos
de subida e descida de acordo com o curso do cilindro.
MÍDIAS INTEGRADAS
Veja no link abaixo uma animação que
mostra o movimento de um pistão
dentro do cilindro.
https://www.youtube.com/watch?v=UA9H2WLV9M0
36
6.2.4 - Anéis
Anéis ou anéis de segmento, são montados sobre os pistões e exercem funções de lubrificação e vedação.
São fabricados em liga de aço-carbono, com um nível considerável de carbono para conferir dureza aos anéis
que sofrem impactos intensos durante o seu funcionamento.
Existem três tipos de anéis montados sobre o pistão, cada um com sua função específica conforme será des-
crito detalhadamente abaixo: Primeiro anel – Localizado na parte mais superior do pistão, tem como funções
a contenção do impacto exercido sobre o pistão no tempo de explosão; Segundo anel – Localizado abaixo do
primeiro anel, tem duas finalidades básicas: auxilia juntamente com o primeiro anel na contenção da compres-
são durante o segundo tempo e ajuda a formar uma camada de óleo, quando o mesmo atrita com as paredes
internas do cilindro; Terceiro anel – Localizado abaixo do segundo anel, tem função similar ao do segundo anel,
efetua a raspagem do excesso de óleo no conjunto e forma uma película protetora para que os outros anéis e o
cilindro não sofram um desgaste mecânico mais acentuado.
6.2.5 - Bielas
6.2.6 - Virabrequim
inversão no sentido do movimento da biela, transmite simultaneamente torque, força e rotação, abriga outros
componentes secundários como os moentes e os munhões.
SAIBA MAIS
Entenda um pouco mais sobre os testes de potência e performance que são
realizados nos motores automotivos , acessando o link abaixo.
http://www.joseclaudio.eng.br/energia/dinos1.html
37
6.2.7 - Mancais
ser uma liga de estanho, de cobre e de antimônio. Essa liga permite um deslizamento muito suave, favorecendo
o funcionamento silencioso do motor.
38
UNIDADE 7
29 - Motor
Manutenção preventiva – 8 horas de funciona- Fonte: http://buscadigital.net/carros/funcionamento-do-motor-de-combustao-interna/
mento do motor:
l Verificar o nível de água do radiador;
l verificar o nível no tanque de combustível;
l verificar o nível de óleo no cárter;
l limpar o filtro de ar;
l verificar vazamentos de combustível, água ou óleo.
DICAS
Além dos procedimentos citados acima, é importante que o mecânico automotivo tenha um
cuidado especial nos detalhes do motor. Quanto a eventuais ruídos incomuns, movimentos
bruscos e os sinais de alerta no painel.
VAMOS REFLETIR
A lista de itens de manutenção preventiva que acabamos de estudar. Nos traz diversas
atividades técnicas a serem executadas, algumas delas de relativa facilidade, como o
monitoramento do nível de água e óleo. Porém a grande maioria dessas atividades, são
de alta complexidade e devem ser executadas apenas por profissionais capacitados.
40
UNIDADE 8
Sistemas complementares
Os sistemas complementares dos motores
proporcionam as condições necessárias par
que o processo de transformação da energia
interna dos combustíveis em trabalho mecâ-
nico se realize de forma eficiente e contínua.
Os sistemas complementares dos motores de
combustão interna são:
l Sistema de alimentação de ar;
l Sistema de alimentação de combustível;
l Sistema de arrefecimento;
l Sistema de lubrificação;
l Sistema elétrico
30 - Motor
Fonte: http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-lubrificacao-dos-motores-de-combustao-interna/
O sistema de alimentação de ar é projetado para suprir o motor de ar limpo (oxigênio) em quantidade que
garanta o melhor rendimento do combustível durante o processo de explosão e, consequentemente, o funcio-
namento do motor.
O circuito envolve a admissão do ar, filtragem, participação na combustão e exaustão ou escapamento dos
gases para o meio exterior. O ar aspirado pelo motor deve obrigatoriamente passar por filtros de boa qualidade
que garantam a total retenção das impurezas que acompanham esse ar. O elemento do filtro do ar tem como
função principal reter os contaminantes, como poeira, fuligem, areia e demais impurezas presentes no ar, as-
segurando que só o ar limpo chegue aos sistemas do motor na quantidade ideal para mistura ar/combustível,
evitando desgaste nas partes móveis do motor, prologando a sua vida útil.
31 - Sistema de alimentação de ar
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABq14AB/apostila-motor-ciclo-diesel?part=4
41
O sistema de arrefecimento tem por objetivo impedir que os elementos mecânicos do motor atinjam uma tem-
peratura muito elevada ao contato com os gases da combustão, ou seja, controlar a temperatura ideal dentro da
faixa de operação do motor. A manutenção da temperatura ideal de trabalho evita o desgaste, detonação da mistu-
ra. As folgas adequadas e a viscosidade do lubrificante são responsabilidade do sistema do sistema de refrigeração.
VOCABULÁRIO
Viscosidade: é a medida da resistência interna de um fluido (gás ou líquido) ao
fluxo, ou seja, é a resistência oferecida pelo líquido quando uma camada se move em
relação a uma camada subjacente.
As perdas de calor durante os cursos de compressão e expansão contribui para a redução em potência e
eficiência, até cerca de 10% da potência e da eficiência do ciclo equivalente de ar/combustível. Um motor mo-
derno, em geral, aproveita aproximadamente 30% da energia do combustível para seu movimento. Os demais
70% são eliminados pelo calor. Além do calor transmitido do fluido de trabalho durantes os cursos de com-
pressão e expansão, uma parcela ponderável é transmitida para a estrutura do cilindro e, consequentemente,
42
As peças móveis do motor submetidas ao atrito geram calor e desgastes, necessitando continuamente de
lubrificantes entre as superfícies de contato. O calor e desgaste gerados provocam temperaturas elevadas que
podem fundir as peças uma nas outras.
A primeira função dos lubrificantes, os óleos minerais ou sintéticos, é o de lubrificar esses componentes, ou
seja, manter uma película de óleo lubrificante entre essas peças para dissipar o calor, vedar, limpar, reduzir o
ruído do motor e remover as partículas geradas pelo desgaste nos locais de atrito, mantendo-as em suspensão.
Em função das exigências dos óleos lubrificantes, bem como seus incrementos determina-se o período de
troca, pois cada vez mais são utilizados óleos sintéticos ou semissintéticos e de aditivação.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Como de dividem os principais componentes de um motor de combustão
interna? Dê alguns exemplos de cada um.
2 – O que é bloco do motor?
3 – Onde está localizado o cabeçote do motor, e como ele é unido ao bloco?
4 – Qual é a principal função do cárter?
5 – Onde atuam os componentes móveis dos motores?
6 – O que são dados ou características técnicas dos motores de combustão interna?
7 – Quais são os sistemas complementares dos motores de combustão interna. E
suas funções individuais.
43
UNIDADE 9
Motor Diesel
9.1 - História
VOCABULÁRIO
PMS: Ponto Morto Superior;
PMI: Ponto Morto Inferior
38 - Tempo de descarga/escapamento
Fonte: http://tudosobreautomobilistica.blogspot.com.br/
45
Num motor de 2 tempos a admissão e o escape ocorrem ao mesmo tempo da compressão e expansão. A
parede do cilindro de um motor de 2 tempos contém uma fileira de janelas de admissão de ar.
No 1º tempo, o pistão está em seu movimento descendente, e descobre as janelas de admissão, dando en-
trada ao ar, que está sendo empurrado por um soprador. O ar que entra expulsa os gases queimados, que sairão
através da passagem aberta pelas válvulas de escape.
O fluxo de ar em direção ás válvulas de escape causa um efeito de limpeza, deixando o cilindro cheio de ar
limpo, por isso, é muitas vezes esse processo é chamado de “lavagem”.
No 2º tempo, o pistão está em seu movimento ascendente e cobre as janelas de admissão (fechando-as) ao
mesmo tempo em que as válvulas de escape fecham-se. O ar limpo admitido é submetido à compressão.
Um pouco antes de o pistão alcançar sua posição mais alta, uma certa quantidade de óleo diesel é atomizada
na câmara de combustível pela unidade injetora de combustível. O intenso calor, causado pela alta compressão
do ar, inflama imediatamente o combustível atomizado no cilindro.
A pressão resultante força o pistão para baixo, no curso de expansão. As válvulas de escape vão se abrir quando o
pistão estiver na metade do curso descendente, permitido que os gases queimados saiam pelo coletor de escapamento.
Quando o pistão, em seu curso descendente, descobre as janelas de admissão, o cilindro é novamente “la-
vado” pelo ar limpo.
O ciclo completo de combustão é concluído em cada cilindro durante cada volta do virabrequim, ou em ou-
tras palavras, em 2 tempos.
39 - Ciclo de Operação
Fonte: http://rodaseafins.blogspot.com/2018/01/2-tempos.html
9.5 - Cilindrada
É o volume deslocado pelo pistão do ponto morto superior (PMS) até o ponto morto inferior (PMI) multipli-
cado pelo número de cilindros do motor.
V = π * D² * h * n
4
Onde:
V = cilindrada, expressa em cm³, litros ou pol³
D = diâmetro do pistão, em cm ou pol
h = curso do pistão do PMI ao PMS, em cm ou pol
n = número de cilindros
A câmara de combustão é o espaço livre depois da cabeça do pistão quando este atinge o PMS. A compres-
são do ar contido no cilindro é feita pelo pistão durante seu curso do PMI ao PMS no tempo de compressão. O
volume inicial ocupado pelo ar é somente o da câmara de combustão.
A relação (ou taxa) de compressão é a relação entre o volume inicial e o volume final. A relação de compres-
são da gasolina é 6:1 a 8:1; do álcool é 12:1 a 14:1 e do óleo diesel é de 16:1 a 18:1
Rc = V+v/v
Onde:
RC = relação de compressão (adimensional)
V = cilindrada individual ( de um pistão), em cm³, pol³, litros
v = volume da câmara de combustão, em cm³, pol³, litros
Para que a queima do combustível ocorre dentro dos padrões técnicos do ciclo e a expansão dos gases produ-
za a pressão e o trabalho desejado, é necessário que a massa de combustível injetada no motor seja misturada
a uma quantidade de ar. Forma-se assim a mistura combustível-ar, cuja dosagem é feita pela injeção eletrônica
ou pelo carburador. Exemplo: uma taxa de compressão de 12:1, significa que a razão entre o volume do cilindro
quando o pistão se encontra no Ponto Morto Inferior (PMI) e quando se encontra no Ponto Morto Superior
(PMS) é igual a 12.
9.7 - Torque
O torque é definido como o produto da força atuante (pressão exercida sobre a área da cabeça do pistão) pela
distância perpendicular do eixo à direção dessa mesma força. É expresso pela fórmula:
T=F*d
Onde:
T = torque, expresso em kgf/m (sistema métrico), kpm(quilopond metro) (DIN), lbf.ft (SAE), J (Sistema Inter-
nacional = N. m)
F = intensidade da força atuante, expressa em kgf, lbf, N
d = distância perpendicular entre o eixo e a direção a força, em m, pés
47
Vamos ver agora algumas das principais diferenças entre os motores ciclo otto e ciclo diesel a quatro tempos.
Tanto na operação, quanto em seus ciclos termodinâmicos:
Os combustíveis utilizados em motor diesel são o óleo diesel, biodiesel e álcool. Contudo o óleo diesel é ainda
o combustível mais utilizado em motores diesel.
O óleo diesel é um derivado da destilação do petróleo bruto constituído basicamente por hidrocarbonetos.
O óleo diesel é um composto formado principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e em baixas concen-
trações por enxofre, nitrogênio e oxigênio. É um produto pouco inflamável, medianamente tóxico, pouco volátil,
límpido, isento de material em suspensão e como odor forte e característico. Recebeu este nome em homena-
gem ao engenheiro alemão Rudolf Diesel (Wikipédia, 2010).
Desde 1994, a Petrobras produz dois tipos de óleo diesel rodoviário: metropolitano e interior. O metropo-
litano, com menor teor de enxofre, é consumido em regiões que necessitam de um óleo com menor emissão
de material particulado e que produza ganho ambiental. O diesel interior é consumido nas demais regiões do
País. Dentro desses dois tipos existem ainda os seguintes subtipos: óleo diesel aditivado e óleo diesel Inverno.
O diesel rodoviário metropolitano comercializado atualmente possui, desde maio de 2006, um teor de enxofre
de no máximo 0,05% (500 ppm), visando reduzir ainda mais as emissões de material particulado. No primeiro
semestre de 2005 a Petrobras passou a fornecer o Óleo Diesel D 500 nas regiões metropolitanas dos estados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O óleo diesel rodoviário é classificado conforme o teor de enxofre em
três classes (Art. 3, Resolução da ANP nº 42):
l Óleo diesel A S50 e B S50: combustíveis com teor de enxofre, máximo de 50mg/kg;
l Óleo diesel A S500 e B S500: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 500 mag/kg;
l Óleo diesel A S1800 e B S1800: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 1800 mg/kg.
Esse produto é comercializado nas regiões do país onde não há venda do diesel metropolitano. Para dife-
renciá-lo deste, o óleo diesel rodoviário interior recebe um corante de cor vermelha. O teor de enxofre desse
produto é no máximo 0,18 % (1800 ppm). Da mesma forma que o óleo diesel metropolitano, ele pode ser co-
mercializado pelas distribuidoras aditivado ou não.
VOCABULÁRIO
ppm: Partes por milhão. É a medida de concentração que se utiliza quando as
soluções são muito diluídas.
FIQUE ATENTO
Consulte periodicamente as resoluções da ANP (Agência Nacional de Petróleo), e
suas prováveis atualizações. Para isso, acesse o site
http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=anp:10.1048/enu
Pureza
É uma medida do teor de água e sedimentos presentes no óleo diesel. Essas impurezas normalmente
são provenientes do transporte e armazenamento inadequados do combustível. A presença desses conta-
minantes, em teor maior que o permitido, causa desgaste excessivo do motor. A água causa corrosão dos
bicos injetores, combustão imperfeita e promove a formação de partículas de ferrugem. Os sólidos em
suspensão devido aos danos causados ao sistema de alimentação de combustível, principalmente bomba e
bicos injetores. O teste de pureza é feito em laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Petróleo
(ANP). Consiste em se centrifugar 50 ml de diesel misturado em tubo de ensaio com quantidade igual de um
solvente (tolueno). No final, lê-se a camada de água e de sedimentos presentes na parte inferior do tubo
e a seguir calcula-se a percentagem em relação à amostra tomada. Os limites máximos previstos pela ANP
para presença de água e sedimentos no óleo diesel é de 0,05% em volume, isto é, para cada 50 ml de diesel
o máximo permitido de água e sedimentos é 0,025 ml.
Contagem de Partículas
Pesquisa e quantifica a presença de contaminantes no óleo diesel. Detecta tanto as partículas metálicas
como não metálicas, inclusive sujeiras de fontes externas como, por exemplo, sílica. Um contador de partí-
culas emite raio de luz a laser, quantificando e registrando os tamanhos dos contaminantes.
Densidade
É a relação entre a massa e volume de óleo diesel a temperatura de 20°C, expressa em alguns casos g/
cm³. Variações na densidade tem influência na massa do combustível injetado, visto que a bomba injetora
controla a injeção em função da variação do volume. Os limites especificados pela ANP são: 820- 880 kg/m³
para diesel “B – interior” e 820 a 865 kg/m³ para diesel “Dmetropolitano” (Pitanguy, 2004).
Viscosidade
A viscosidade do óleo diesel e determinada em condições cinemáticas seu resultado é expresso em cen-
tésimos de Stokes (centiStokes). A viscosidade é medida em função da resistência ao escoamento do óleo
diesel em orifício padrão. A viscosidade tem influência na lubrificação da bomba e bicos injetores. Valores
baixos de viscosidade resultam em desgaste excessivo e vazamentos nestas partes do sistema de alimenta-
ção. Valores altos resultam em maior esforço da bomba injetora e atomização inadequada do combustível
pelos bicos injetores.
Número de Cetano
O número de cetano mede a qualidade de ignição do diesel e tem influência direta na partida do motor
e no seu funcionamento sob carga. Fisicamente, o número de cetano se relaciona diretamente com o retar-
do da ignição do motor de modo que, quanto menor o número de cetano maior será o retardo da ignição.
Consequentemente, maior será a quantidade de combustível que permanecerá na câmara sem queimar no
tempo certo (Pinheiro, 1998).
Ponto de fulgor
O ponto de fulgor indica a facilidade de o diesel inflamar, varia em função do teor de hidrocarbonetos le-
ves existentes no diesel. Atualmente, o ponto de fulgor é especificado apenas para o diesel tipo D, produzido
especialmente para motores marítimos.
FIQUE ATENTO
Quando for abastecer o seu veículo, verifique se o posto possui o selo de garantia
de qualidade e as autorizações necessárias para o seu funcionamento. Exija, pois é
seu direito.
50
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Justifique o motivo da denominação dos motores de quatro tempos.
2 – Explique o funcionamento dos motores de 2 tempos.
3 – Quais são os tipos de injeção de combustível nos motores diesel?
4 – Em um determinado motor com 4 cilindros, diâmetro de 4 cm, curso do pistão de
15 cm. Calcule a cilindrada desse motor em cm³. Adote como o valor do π = 3,14.
5 – Calcule o torque do motor em kgf/m, dadas as seguintes informações:
F = 25 N, d = 2,5 m.
6 – Fale sobre algumas das principais diferenças entre os motores de combustão
interna de ciclo otto e ciclo diesel.
7 – O que é óleo diesel e quais suas principais características?
51
UNIDADE 10
MÍDIAS INTEGRADAS
A comparação do desempenho funcional entre os motores de ciclo diesel e
ciclo otto de quatro tempos. Pode ser bem elucidada, no estudo conduzido
pelo Prof. Eduardo Stefanelli.
http://www.stefanelli.eng.br/comparacao-ciclo-diesel-otto-motor/
52
O sistema de injeção de óleo diesel conhecido por injeção de duto único, é hoje o mais empregado em
automóveis e utilitários. Sua principal vantagem é a habilidade de variar o tempo e a pressão de injeção em
larga escala, o que permite grandes variações de utilização do motor. É por isso que hoje temos motores
Diesel com quase 100cv/litro de potência específica, embora pequenos em cilindrada: ou seja, baixa injeção
requerida de óleo diesel em marcha-lenta e vazão muito alta em potência máxima.
Isso foi obtido ao separar a pressão e o tempo de injeção. O duto não passa de um acumulador de com-
bustível pressurizado para os injetores – grosso modo, semelhante aos sistemas de injeção indireta dos
motores Otto, com sua flauta na qual os injetores se alimentam. A maior diferença está na grande variação
de pressão nos motores Diesel, de 200 a 2.200 bars. Além disso, separar a pressurização do controle de in-
jeção permite controle preciso e rápido dos injetores, podendo-se ter até seis injeções de combustível num
só ciclo de combustão.
Em geral, em automóveis e comerciais leve, divide-se o sistema de combustível em duas partes: baixa
pressão e alta pressão. O de baixa pressão nada mais é que o sistema de combustível do motor Otto adap-
tado ao Diesel: há uma bomba elétrica de baixa pressão dentro do tanque, a qual é responsável por garantir
grande vazão de combustível (até 190 litros por hora) em uma pressão baixa, mas constante ( em torno de
6 bars), na entrada da bomba de combustível mecânica.
Em veículos comerciais pesados, que demandam maior vazão (até 400 l/h), usam-se bombas do tipo
engrenagem, em geral integradas à bomba de alta pressão, o que permite a sucção do combustível que está
no tanque a certos metros de distância do motor. No fim, o conceito é o mesmo: garantir alta e constante
vazão de óleo na entrada da bomba de alta pressão.
Já a bomba de alta pressão, em geral do tipo rotativa (mas pode ser em linha, em alguns veículos comer-
ciais pesados), é responsável por manter pressurizado o duto único, que será o reservatório de combustível
pressurizado para os injetores. A pressão desse duto é determinada e controlada pela central eletrônica em
função da demanda, por meio de válvulas que podem atuar tanto na saída do duto (ou seja, controlando
a pressão pelo lado de alta pressão) quanto na entrada da bomba de alta pressão, antes da pressurização.
A vantagem do controle pelo lado de alta pressão é o tempo de resposta quando há grande variação da
carga pelo motorista, caso de uma ultrapassagem. Por outro lado, desperdiça-se energia pressurizando o
53
diesel em momentos de baixa carga, o que impacta o consumo e aquece o combustível a ponto de, muitas
vezes, se precisar de um resfriador (como um radiador) de combustível antes que o excesso não usado re-
torne para o tanque. Afinal, sempre se garante um excesso de vazão na alimentação do duto para não haver
risco de falta de combustível nos injetores.
Já controlando a pressão pela entrada da bomba de alta pressão, cria-se um retardo de resposta em gran-
des variações de carga, mas se economiza combustível. Há ainda estratégias que integram os dois sistemas
para conseguir o melhor dos dois mundos.
54
UNIDADE 11
O sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail” para motores de injeção direta abre novos conceitos:
55
l Grande área de aplicação, desde motores com potência de 30 kW/cilindro até 200 kW/cilindro.
l Alta pressão de injeção de até cerca de 1.400 bar.
l Início de injeção variável.
l Volume de injeção, pressão no “Rail” e início de injeção adaptada a cada regime de funcionamento.
No sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail”, produção de pressão e injeção são desacopla-
das. A pressão de injeção é produzida independente da rotação do motor e do volume de injeção, e está no
“Rail” (acumulador de combustível de alta pressão) pronta para a injeção. Momento e quantidade de injeção são
calculados na unidade de comando eletrônica e transportados pelo injetor em cada cilindro do motor através
de uma válvula magnética ativada. Com o injetor e a alta pressão sempre constante, obtém-se uma curva de
injeção muito precisa.
Com a ajuda de sensores instalados no motor, a unidade de comando capta as informações e tem condições
de comando e regulagem sobre o veículo e, principalmente, sobre o motor. A função básica é controlar a injeção
do diesel no momento certo, na quantidade exata e com a máxima pressão possível. Assegura, desta maneira,
um funcionamento silencioso, econômico e pobre em poluentes do motor diesel.
A bomba injetora é um dos componentes mais importantes do sistema de alimentação dos veículos diesel.
Ela é responsável por injetar o combustível no motor para que ocorra a combustão. Esse trabalho é realizado em
conjunto com o regulador de rotação, que controla todas as faixas de rotação de acordo com a carga aplicada
ao motor e o seu funcionamento, dosando a quantidade de diesel injetado e o início de injeção correto para a
melhor combustão.
Nos motores eletrônicos esse processo é gerenciado pelas unidades eletrônicas de comando. Mas, nos mo-
delos mecânicos, a bomba é regulada manualmente por profissionais especializados (bombistas) e com o au-
xílio de ferramentas específicas, além de diversos testes realizados em um equipamento apropriado. Quando
a bomba está regulada e o motor em bom estado, o funcionamento é prefeito e respeita as leis de emissão de
poluentes, proporcionando desempenho e consumo estabelecidos pela montadora.
56
11.3 - Diagnósticos
Antes de retirar a bomba do motor, é preciso verificar onde está o problema. Sintomas como falha e oscilação
no funcionamento do motor, ruídos fortes (como se estivesse serrando), variação de rotação, excesso de fumaça
e aumento no consumo de combustível podem indicar possíveis avarias no sistema.
No entanto, é preciso checar outros componentes, para evitar que a bomba injetora seja retirada sem haver necessidade.
SAIBA MAIS
Você já notou a perda de rendimento ou alteração da fumaça do veículo após
abastecimento? Quando isso acontece, verifique se os filtros de combustível e de ar
estão em ordem, inspecione se há vazamento de combustível.
A pressão dos injetores deve estar de acordo com a tabela de aplicação, assim como taxa de compressão e o
ponto estático do motor. Verifique se o turbo, o intercooler e a regulagem de válvulas estão dentro dos padrões.
Cheque também se o motor apresenta bloqueio no início de injeção.
Antes de retirar a bomba do motor, é preciso verificar onde está o problema. Sintomas como falha e oscilação
no funcionamento do motor, ruídos fortes (como se estivesse serrando), variação de rotação, excesso de fumaça
e aumento no consumo de combustível podem indicar possíveis avarias no sistema.
No entanto, é preciso checar outros componentes, para evitar que a bomba injetora seja retirada sem haver necessidade.
cia de falha catastrófica, uma alta taxa de desgaste pode ocasionar um desgaste mais rápido do maquinário.
As chamadas “tensão de contato” surgem no momento em que há movimento de rolamento, que acontece
quando há o contato entre superfícies por conta de uma carga de compressão. Nesse processo, são produzidas as
tensões de cisalhamento e se tem a fadiga superficial.
Dentes de engrenagens, mancais de rolamento, cames e em partes de máquinas com superfícies de contato
com rolamento são exemplos desse desgaste.
Outro tipo de desgaste do motor a diesel se dá pela ocorrência de ranhuras, penetrações ou corte de uma su-
perfície por outra. Trata-se do desgaste devido ao corte, em que as partículas encontradas indicam um estado de
uso ativo, ação provocada por contaminantes duro embutidos na superfície com menor dureza ou pela diferença no
nível de dureza entre superfícies em contato.
A presença dessas partículas requer monitoramento cuidadoso, uma vez que indica situação anormal de
funcionamento. Geralmente, é possível encontrar em detritos depositados pequenas partículas de desgaste
devido ao corte, ainda que não mostrem nenhum uso adverso. No entanto, a quebra de algum componente da
máquina pode ser indicada se a quantidade ou o tamanho das partículas aumentarem com o tempo de trabalho.
A troca dos filtros dentro do prazo estipulado, a purga do sistema para verificar se existe água e evitar deixar
que o veículo ande com pouco combustível no tanque são cuidados imprescindíveis para a vida útil do sistema
de injeção. Procure postos de bandeira ou de sua confiança, pois combustível de má qualidade ou contamina-
do pode danificar, além do sistema, o motor. A manutenção preventiva demanda uma checagem no sistema
de acordo com o manual do proprietário. Esse procedimento pode incluir a limpeza dos bicos e o ajuste do
início de injeção e da pressão de abertura do bico.
58
FIQUE ATENTO
O ideal é sempre levar o veículo até o especialista para fazer a revisão, de acordo
com a periodicidade estipulada pelo fabricante no manual do proprietário. Dessa
maneira as principais avarias serão corrigidas, e o tempo de vida útil do conjunto tende
a aumentar.
UNIDADE 12
Uma análise completa das reclamações do cliente é a chave para o sucesso de um diagnóstico eficiente. Quanto mais
informações forem coletadas sobre a reclamação, mais rápida e fácil será a solução do problema. Siga os passos a seguir e
obtenha uma definição clara de reclamação:
l Obtenha todos os fatos referentes a reclamação;
l Analise minuciosamente o problema apresentado;
l Relacione os sintomas aos sistemas e componentes básicos do motor;
l Leve em consideração qualquer ação de manutenção ou reparo recente que possa estar relacionada ao problema;
l Verifique, quantas vezes forem preciso, as informações e conclusões antes de iniciar a desmontagem do
componente suspeito ou o próprio motor;
l Solucione os problemas utilizando a sequência lógica da “Tabela de Sintomas”, realizando em primeiro
lugar as tarefas mais fáceis e óbvias;
l Determine definitivamente as causas do problema e faça um reparo completo e permanente;
l Após concluir os reparos, funcione o motor para certificar-se de que o problema tenha sido totalmente resolvido.
VOCABULÁRIO
Protrusão: movimento,
deslocamento para a frente.
61
l Verifique a rotação de partida do motor. Verifique a condição “não funciona na partida ou funciona lentamente”.
Ruídos excessivos:
l “Chiado” da correia de acionamento.
l Verifique a tensão da correia e o funcionamento do tensionador automático e, se necessário substitua os
componentes afetados. Ceritifique-se de que a bomba d’água, polia do tensionador, cubo do ventilador e alter-
nador, giram livremente.
Vibração excessiva:
l Funcionamento não uniforme, com marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.
l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados. Consulte a condição “motor funciona falhando”.
l Verifique o nível do eletrólito da bateria e a gravidade específica. Carregue ou substitua a bateria conforme
a necessidade.
Ruídos excessivos:
l “Chiado” da correia de acionamento.
l Verifique a tensão da correia e o funcionamento do tensionador automático e, se necessário substitua os
componentes afetados. Ceritifique-se de que a bomba d’água, polia do tensionador, cubo do ventilador e alter-
nador, giram livremente.
Vibração excessiva:
l Funcionamento não uniforme, com marcha-lenta ajustada com valores inferiores ao especificado.
l Verifique e ajuste a marcha-lenta com os valores especificados. Consulte a condição “motor funciona falhando”.
l Verifique o nível do eletrólito da bateria e a gravidade específica. Carregue ou substitua a bateria conforme
a necessidade.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1 – Explique o porquê de os motores Diesel fornecerem grande torque em baixas
rotações, mas obtêm menor potência em altos regimes que os motores Otto.
2 – Qual a principal vantagem do sistema de injeção de óleo diesel conhecido por
injeção de duto único ?
3 – Descreva as etapas do combustível (óleo diesel), até chegar a bomba.
4 – O que é “Common Rail” e suas principais vantagens no sistema de injeção?
5 – Classifique os desgastes mais comuns nos motores diesel.
6 – Cite alguns procedimentos de manutenção preventiva indispensáveis para os
motores diesel.
7 – De acordo com alguns sintomas/condições do veículo, insira abaixo uma provável
solução técnica.
Fluido de arrefecimento contaminado:
Vazamento externo no motor:
Vazamento através do radiador de óleo lubrificante:
Temperatura acima do normal com sobreaquecimento gradual:
Nível de óleo lubrificante incorreto:
Presença de gases de compressão ou ar no sistema de arrefecimento:
68
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Antônio Roberto. Ética Profissional – Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2012.
SELEME, Robson e STADLER, Humberto. Controle da Qualidade: as ferramentas essenciais. Curitiba: Ibpex, 2008.
MACHADO, Simone Silva. Gestão da Qualidade. – Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012.
MAHLE, Manual Técnico. Curso Mahle Metal Leve Motores de Combustão Interna. Disponível em: http://www.
mahle-aftermarket.com/media/local-media-latinamerica/ download-center/technical-materials/2016-04-19-ma-
nual-curso-de-motores-2016-2.pdf. Acesso em: 17 nov. 2017
PINHEIRO, Ana Lucia da Fonseca Bragança. Tecnologias Sustentáveis: impactos urbanos, medidas de prevenção e
controle – 1. ed. – São Paulo: Érica, 2014.
FONSECA, Kelry Áurea Costa. Segurança, Meio Ambiente e Saúde. – Montes Claros, MG: IFNMG / Rede e-Tec
Brasil, 2015.
WACHOWICZ, Maria Cristina. Ergonomia. – Curitiba, PR: IFPR/ Rede e-Tec Brasil, 2013.
TILLMANN, Carlos Antônio da Costa. Motores de combustão interna e seus sistemas. – Pelotas: IFRS / Rede e-Tec
Brasil, 2013.
VARELLA, Carlos Alberto Alves; SANTOS, Gilmar de Souza. Noções Básicas de Motores Diesel. – 1° Ed. UFRJ: 2010.
Léo lince do Carmo Almeida
Acesse: www.ead.go.gov.br
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