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Sistema de

Embreagem

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Sumário
Apresentação ......................................................... 3
Componentes da embreagem ............................. 4
Platô......................................................................... 5
Rolamento .............................................................. 6
Discos da embreagem .......................................... 7
Volante do motor ................................................... 8
Diafragma ............................................................... 8
Garfo de embreagem ............................................ 8
Funcionamento ...................................................... 9
Cabos de embreagem ........................................ 11
Acionamento hidráulico de embreagem........... 11
Tipos de embreagem .......................................... 13
Cuidados com a embreagem ............................. 16
Manutenção .......................................................... 17
Recondicionamento e remanufatura................. 20
Principais defeitos ............................................... 22

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Apresentação
A embreagem é um equipamento localizado entre o motor e a caixa de
câmbio. É ela que possibilita a saída do veículo, conectando (embreando) e
desconectando (desembreando) o motor da transmissão.
Ela que transmite torque quando em marcha e interrompe o fluxo da
força entre o motor e a caixa de câmbio nas trocas de marchas e paradas,
protege o motor e a transmissão contra sobrecargas, além de amortecer as
vibrações de transmissão. É também responsável por transmitir a força
produzida pelo motor para a caixa de câmbio e desta para os demais
componentes do sistema de transmissão; ela filtra as vibrações geradas pelo
motor diminuindo ruídos e desgastes dos componentes da transmissão.
A embreagem possibilita a troca das marchas do carro, definindo uma
força adequada ao motor e estabilidade ao mesmo tempo, permitindo parar
sem desligar o carro.
Ou seja, quando se pressiona o pedal da embreagem, um sistema de
alavancas é ativado através de um cabo ou através da pressão hidráulica
exercida, o que empurra um conjunto de rolamentos contra o platô, que
consiste em uma alavanca que retira a pressão exercida sobre o disco. Como o
disco fica livre da pressão, o mesmo se livrará do volante como consequência,
o que ocasiona um corte na transmissão. O motorista pode então trocar as
marchas. Após a transferência, o pedal é liberado e o disco se conecta ao
volante novamente.
Entre os componentes de alta tensão, mas de baixo atrito o aço, ferro
fundido, alumínio e cerâmica são os mais comuns. Enquanto o amianto já foi a
escolha mais popular para compor estes dispositivos de atrito, os sérios riscos
para a saúde, fizeram com que os fabricantes deste dispositivo encontrassem
alternativas. A cerâmica, o cobre, o aço, ferro, minerais, celulose, aramida,
borracha moída, vidro e outros metais são utilizados na criação de materiais
compostos na fabricação de embreagens. Estas fusões são úteis na medida
em que é necessário manter a qualidade, a resistência de atrito e a força, de
todo e qualquer composto ou fibra utilizada em sua formação. Estes
geralmente estão ligados através de rebites ou fortes adesivos em bases de
metal.

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Os avanços dos materiais utilizados nas embreagens resultaram na
manutenção e custos operacionais reduzidos, maior vida útil, melhor
funcionamento e satisfação do consumidor final.

Kit de embreagem Completo (Platô + Disco + Rolamento) marca Sachs -


Palio/Uno/Siena

Componentes da Embreagem
Os principais componentes da embreagem são: platô, rolamento
e disco de embreagem. Além do volante do motor, diafragma, arcos de
mola e garfo, que possuem suas funções junto aos principais
componentes.

Observações

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Imagem explodida embreagem Chevrolet Astra

Platô
É formado pela carcaça da embreagem, placa de pressão e mola
membrana. Ele é parafusado no volante do motor e gira solidário a este, suas
matérias-primas são o ferro fundido e chapas de aço. No platô estão
localizadas a superfície de encosto e a mola de pressão. Neste ponto temos
duas variações, as molas helicoidais e a mola diafragma, (na imagem acima,
temos o exemplo de uma embreagem com mola diafragma, de um Astra)
ambos tipos de mola desempenham a mesma função no platô, pressionar o
disco de embreagem contra o volante do motor (entretanto, as duas molas
trabalham de forma diferente), esta pressão pode ser liberada mediante a
desembreagem quando o motorista pisa no pedal da embreagem, atua sobre o
conjunto do platô, através de um rolamento.

Observações

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1- Platô de embreagem Corsa/ /Prisma/Agile/Meriva/Cobalt/Montana
2- Platô de embreagem Gol/Parati/Saveiro/Voyage

Rolamento
É um anel com alojamento para o garfo de embreagem. Quando o
rolamento recebe impulso do garfo é impelido contra a mola, pressionando-a, e
quando o garfo deixa de agir sobre o rolamento, este volta a sua posição inicial.

1 – Rolamento de Embreagem Fox/Polo/Golf


2 – Rolamento de Embreagem Palio/Siena
3 – Rolamento de Embreagem Honda Civic

Observações

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Discos da embreagem
São revestidos com um material de fricção (a guarnição de atrito) e são
formados por um suporte metálico em forma de disco sobre o qual está
rebitado um material de atrito com propriedades e composição muito
semelhantes às dos materiais das pastilhas de freio: uma mistura de amianto,
resinas sintéticas e limalhas metálicas. Quando o disco da embreagem está
fixado de encontro ao volante do motor por meio do platô da embreagem, a
força de aperto deverá ser suficientemente grande para evitar qualquer
deslizamento sempre que o motor transmite o torque máximo ao volante.

1 – Disco de embreagem Hilux SW4


2 – Disco de embreagem Palio/Uno/Siena
3 – Disco de embreagem Celta/Prisma/Agile/Meriva/Montana

OBS.: Nem o platô, nem o disco da embreagem estão ligados


rigidamente ao volante do motor, podendo ambos aproximar-se ou afastar-se
deste.

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Volante do motor
Tem a função de absorver vibrações do motor e manter a estabilidade,
recebe pressão do disco de embreagem e permite a transferência de energia.

Conjunto de embreagem com volante do motor - Ford Focus

Diafragma
Algumas das embreagens atuais utilizam-se do tipo diafragma que
funcionam como uma mola, empurrando o platô contra o disco.

Garfo de embreagem

1 – Garfo de embreagem Gol/Parati/Saveiro


2 – Garfo de embreagem Palio
3 – Garfo de embreagem Citroen C4 Picasso

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Funcionamento
A embreagem destina-se a desligar o motor das rodas motrizes
quando se efetua uma mudança de velocidade ou quando se arranca. Torna-se
assim possível engatar suavemente uma nova engrenagem antes de a
transmissão voltar a ser ligada.
Em posição de repouso, ou seja, enquanto o pedal da embreagem não é
acionado, as molas do platô comprimem fortemente o disco entre as
superfícies do volante e do platô. O disco fica, portanto, acoplado, de forma
que o movimento de giro desse conjunto seja transmitido ao disco e deste à
caixa de câmbio. Nestas condições, diz que o veículo está embreado.
Já o desembrear faz-se separar/desacoplar três partes do conjunto da
embreagem: o volante do motor, o disco e o platô, interrompendo então, a
transmissão de giro do motor à caixa de câmbio.

Quando se pisa na embreagem, desacopla-se momentaneamente o


motor do câmbio. Isso faz com que o torque gerado pelo motor pare de chegar
ao câmbio. Dessa forma, os anéis sincronizadores podem acoplar o par de

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engrenagens ao sistema de maneira suave, sem “tranco”. O “tranco” é
causado pela inércia, quando não se pisa na embreagem, e esse “tranco” pode
danificar os anéis sincronizadores e os dentes das engrenagens.
A imagem a seguir mostra as duas fases de funcionamento de uma
embreagem, com o pedal acionado (veículo desembreado) e com o pedal em
desacionado (veículo embreado).

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Cabos de embreagem
Os primeiros tipos de acionamento da embreagem eram feitos por cabos
de aço, e por serem baratos de fabricar, simples e fáceis de substituir ou
ajustar, permanecem no mercado até hoje. Os cabos possuem terminais com
engates que se encaixam na alavanca do pedal, e no garfo de embreagem.
Existem cabos sem conduíte, como também existem cabos que possuem
conduítes, pois são dispostos nas imediações externas do carro, necessitando
de um conduíte para proteção. Assim, o pedal fica ligado à embreagem por
meio de um cabo e alavancas.

Cabo de embreagem Golf

Acionamento hidráulico de embreagem


Mesmo sendo baratos, os cabos cederam espaço para o acionamento
hidráulico, neste tipo de acionamento o pedal de embreagem aciona
diretamente o cilindro principal, que impele com pressão, o fluído para o cilindro
de acionamento. Ambos os cilindros funcionam da mesma forma, com um
pistão que os divide internamente em duas partes.
Em resumo, o pedal atua sobre a embreagem através da pressão no
mesmo, que força o óleo a penetrar no cilindro mestre o qual aciona o cilindro
auxiliar que, por sua vez, aciona o anel de impulso.

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Cilindro de embreagem com acionamento hidráulico – Honda Fit

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Cilindro da marca LUK para embreagem com acionamento
hidráulico – Palio/Uno/Siena

Tipos de embreagem

 Manual - Embreagem de molas


Utilizaram-se durante muito tempo, nos conjuntos de embreagens, molas
helicoidais. Essas molas, em número de seis ou mais, eram então distribuídas
entre a placa de pressão e a carcaça de aço deste elemento.
A vantagem deste tipo de embreagem dava-se pela sua simplicidade de
funcionamento e manutenção, além do baixo custo. Entretanto, notou-se ser
um conjunto limitado para algumas aplicações, visto que as guarnições do
disco de embreagem possuem uma temperatura limite de funcionamento, que
quando superada, resulta na perda de fricção entre disco e volante do motor,
resultando então na necessária troca do disco de embreagem. Assumem
desvantagem também, pois ficam dispostas em torno da circunferência do
platô, sendo mais expostas a problemas.

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Visão em corte da embreagem com mola helicoidal

A embreagem de molas veio a ser suplantada pela:

 Manual - Embreagem de diafragma


Ela exige menor pressão sobre o pedal. Esse tipo de embreagem
caracteriza-se pelo fato de, ao invés de usar molas helicoidais para exercer a
pressão no platô contra o volante, emprega um disco de lâmina de aço, o
diafragma, de alta flexibilidade e resistência.
No centro da mola do diafragma há um furo com estrias que se
propagam até uma parte do raio da mola. Este é o ponto de contato com o
colar.
As embreagens de diafragma são mais simples e de fabricação mais
econômica do que as antigas, de molas. Ao mesmo tempo, podem ser mais
leves e de espessura mais reduzida. Em relação à manutenção tem a
vantagem de serem menos propensas a problemas de ruídos.

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Embreagem do tipo diafragma Cobalt/Corsa/Astra/Vectra/Zafira

 Automático - Embreagem hidráulica / conversor de torque


A embreagem hidráulica não utiliza fricção com os cabos de embreagem
como forma de transmissão do torque do motor para as rodas, mas sim a
transferência de energia para um fluído.
É usada em automóveis de transmissão automática.
Carros que utilizam uma transmissão manual utilizam uma embreagem
mecânica acionada por pedal. Carros com caixa automática utilizam um
conversor de torque, que através de um acoplamento hidráulico, permite que o
motor gire independentemente do câmbio. Se o motor gira mais lentamente, a
quantidade de torque que passa pelo conversor é menor, de modo que para
manter o carro parado é preciso apenas uma pequena pressão no pedal do
freio. E quando se pisa no acelerador, o motor acelera e bombeia mais fluido
para dentro do conversor de torque, fazendo com que mais torque seja
transmitido às rodas.

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Conjunto de conversor de torque de um Honda Civic

Cuidados com a embreagem


 Evite dirigir com o pé apoiado no pedal da embreagem
Esse hábito causa aquecimento e desgaste prematuro do conjunto, pois
provoca sobrecarga no rolamento de acionamento e deslizamento parcial da
embreagem.
 Não realize trocas de marchas muito bruscas.
Esse tipo de ação danifica o disco, podendo ocasionar barulho e até
travar a troca de marchas, provocando fortes trancos na embreagem. A
mudança de marcha deve ser feita gradualmente.
 Não dirija em altas velocidades com marchas baixas ou em
baixas velocidades com marchas altas.
Essa ação sobrecarregará o disco, podendo inutilizá-lo por completo.
 Quando parar o carro em uma subida ou rampa, evite usar o
sistema acelerador/embreagem. Prefira utilizar o freio de mão
para conter o carro.

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Dessa forma a embreagem não vai acumular tanto calor ao ponto de não
poder dissipar, o que se acontecesse poderia esquentar os componentes e
desgastar o disco.
 Sempre que possível, evite reduções bruscas de velocidade,
frear ou desacelerar de forma súbita o motor.
 Não desaplique a embreagem nas descidas
Essa ação pode provoca fortes choques durante a aplicação posterior da
embreagem, associada a alta rotação dos discos que poderão perder o
revestimento, além de provocar prejuízo em outros componentes da
embreagem e do sistema de transmissão de força.

Manutenção
A embreagem tem vida útil variável, dependendo de como é utilizada
pelo motorista, porém dura em média 40.000 km, mas existem casos, não
raros, que a embreagem pode ser utilizada por mais quilometragem.
E por se tratar de um item de desgaste natural, a durabilidade da
embreagem varia conforme a solicitação do conjunto e condição de trabalho.
Assim, a manutenção se resume à troca dos componentes avariados quando
necessário. Mas geralmente terá que ser retirada a caixa de câmbio do carro
para efetuar a substituição da peça e antes de remover a embreagem é
importante marcar a posição da mesma em relação ao volante, soltar igual e
gradativamente os parafusos de fixação da embreagem.

Outro ponto que determina sua troca é a espessura do disco de


embreagem, que quando chega a um limite começa a patinar, além de deixar
o pedal mais duro. Para esse tipo de problema deve se realizar um teste de
funcionamento da embreagem, que consiste em puxar o freio de mão e
engatar a 3ª marcha, elevar a rotação do motor aproximadamente ao nível de
torque máximo e retirar o pé rapidamente. Se a embreagem estiver boa o
motor “apagará” imediatamente, mas se realmente estiver patinando ou até
mesmo apresentar um aumento na rotação do motor, confirmará necessidade
de manutenção. Este teste NÃO deve ser repetido mais do que duas vezes
seguidas, pois o mesmo gera superaquecimento.

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Deve-se observar também se ocorre vibração ao retirar o pé do pedal
da embreagem, o teste de funcionamento para esse problema consiste em
estacionar o veículo em um aclive, engrenar a 1ª marcha e o motor com
aproximadamente o dobro da rotação da marcha lenta e partir suavemente.
Outra falha que é importante observar para manutenção é se o pedal
da embreagem está muito baixo ou muito alto, ou seja, se ao soltar um
pouco o pedal o carro começa a andar ou então se é preciso soltar muito e ficar
com o pé bem em cima para ele se mover.
Já o caso de fumaça é um sintoma extremo de que o sistema pode estar
sendo muito forçado, gerando um atrito excessivo entre o disco de embreagem
e o volante do motor. Essa situação é comum quando o carro está parado
numa ladeira, por exemplo.
Mas, além disso, existem alguns outros procedimentos de manutenção
da embreagem que devem ser observados, como por exemplo, é preciso evitar
impregnação com óleo ou graxa, por isso, as mãos devem estar limpas ao
manusear o platô e o disco.
Não se pode recolocar o platô com as molas deformadas ou quebradas
se estiver deformadas podem gerar defeitos. A embreagem deve ser testada
antes da montagem, colocando o volante sob uma prensa ou balancim, e
depois colocando o disco sobre o volante e o platô sobre o disco.
O platô deve ser acionado até deixar a mola membrana na posição
plana. Aperte os parafusos de fixação do platô no volante, em seguida libere o
platô. Você perceberá que os dedos da mola membrana se alinharão e que o
disco ficará preso devido à carga exercida pelo platô. Acione novamente o
platô e verifique se o disco é liberado.
Se o disco estiver livre, significa que o conjunto está em perfeito
funcionamento.
Com o platô acionado, insira o cabo metálico entre a carcaça e a mola
membrana, retire o platô da prensa e desparafuse do volante. Após essa etapa,
monta-se o conjunto no veículo e, depois de afixado, retira-se o cabo metálico
do platô. Jamais devem ser feitas adaptações!
Além disso, antes de aplicar o conjunto de embreagem, deve ser feita
uma limpeza geral no compartimento, verificar se todos os componentes estão
em perfeitas condições de uso e lubrificar todos os pontos de articulações para

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que se tenha uma embreagem confortável e de vida prolongada. A lubrificação
dos componentes da embreagem deve ser feita levemente.
A manutenção da embreagem exige diversos cuidados, como já vimos,
então abaixo vamos pontuar mais algumas dicas que podem ser aplicadas no
processo de manutenção:
 Substitua periodicamente o fluido do sistema de acionamento
hidráulico.
 Verifique a altura dos parafusos de fixação do platô após a retifica do
volante do motor.
 Verifique o estado do garfo de acionamento, suas buchas, tubo-guia
do seu rolamento, o pino de articulação e os rolamentos ou juntas
esféricas.
 Verifique o acoplamento externo, o cabo, as buchas, a alavanca da
embreagem, os conjuntos, os pesos, o sistema de auto-ajuste, a
mola, a barra transversal, o fluido da embreagem e os ajustes e,
finalmente, sempre apertar os parafusos do platô com o torque
especificado e em forma cruz.
 Verifique se os coxins do motor a câmbio estão soltos, quebrados ou
arreados.
 Substitua o rolamento guia do eixo piloto todas as vezes em que
trocar a embreagem.
 Efetue torque de forma cruzada e progressiva nos parafusos de
fixação do platô e um correto alinhamento da caixa de câmbio ao
motor, para que não ocorram danos no disco de embreagem.
 Verifique condições do sistema de acionamento, ou seja, no cilindro
emissor e servo.
Agora, voltando-se a valores, em média o custo para trocar partes da
embreagem pode variar de acordo com o componente e o custo da mão de
obra. Normalmente, é vendido um kit com o platô e o disco de embreagem,
que pode custar de R$ 250,00 a R$ 1.000,00 dependendo do modelo. Já o
rolamento varia de R$ 50,00 a R$ 80,00 enquanto um cabo de embreagem
pode custar de R$ 20,00 a R$ 50,00.

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Em casos de mau uso extremo, pode ser necessário fazer a retífica da
face do volante do motor ou até trocá-lo, o que representa um custo entre R$
600,00 e R$ 1.000,00.
Esses valores variam para mais ou para menos, levando em conta,
sempre, não apenas o valor dos componentes, mas também a mão de obra.

Recondicionamento e Remanufatura
Esses são assuntos delicados quando o produto em questão é
embreagem. Então, vamos tratar das recomendações de algumas marcas
renomadas quanto ao sistema automotivo de embreagem.
A Valeo recomenda apenas o uso de embreagens novas, enquanto a
Sachs abre as opções com o uso de embreagens remanufaturadas, desde que
pelo fabricante original, pois assim são aproveitados somente os componentes
estruturais dos produtos, substituindo todos os demais por novos, que foram
fabricados com o mesmo padrão que as peças novas, além de considerar que
somente o fabricante tem o conhecimento e parâmetros funcionais para
substituir os componentes desgastados por um com todas as características
das peças originais.
Em relação ao reparo das peças, a Sachs afirma que o único item do
sistema de embreagem que deve ser reparado (usinado) é o volante do motor,
não é recomendado o recondicionamento de platô, disco ou rolamento. Já a
Valeo indica a substituição total do kit de embreagem quando danificada.

Anotações

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Principais defeitos
 Ruídos
Pode ocorrer por causa de: rolamentos danificados/degastados, com
seu desgaste o contato metal-metal acaba exposto. Isso pode acontecer por
um desalinhamento entre o motor e a caixa de marchas, gerando um
superaquecimento no rolamento, que perde a graxa, se desgasta e resulta em
ruídos. Ou também por conta de bucha ou rolamento de centro da árvore
primária gasta.
Para solucionar esse defeito é necessário trocar o kit de embreagem.
Ressalva: quando o veículo está em funcionamento, o kit de
embreagem costuma emitir um pequeno ruído que é normal, em alguns
veículos é mais fácil de perceber, quando acionado o pedal, o ruído diminui.
 Derrapagem (embreagem patinando)
A derrapagem entre os eixos é um problema frequente na embreagem
de fricção, ela ocorre quando os discos de embreagem se desgastam ao
ponto de não haver mais atrito suficiente entre eles e o volante do motor. O
motor gira e o carro não desenvolve na mesma proporção, é possível ouvir
facilmente o som do motor crescendo enquanto o veículo não desenvolve.
Outro fator que pode ocorrer é o volante do motor com superfície
irregular, que não consegue deixar o disco de embreagem ser freado pelo
platô, mesmo não estando desgastado, pode estar com medidas incorretas.
Há outras causas que podem acarretar na derrapagem da embreagem -
disco com óleo ou graxa ou embreagem superaquecida, o disco não
consegue ser freado pelo platô; - curso do pedal sem folga correta,
mantendo uma parte do disco levemente em contato com o volante, gerando
desgaste prematuro; - mola de pressão do disco sem força assim não
consegue empurrar o disco contra o volante; - obstrução nos estriados do
eixo e do disco, o disco pode não retornar de forma adequada, gerando,
também, sua derrapagem; - platô danificado ou desregulado.
A relação de distância do acionamento pode estar incorreta. Usa-se
muito o termo “embreagem enforcada”, ou seja, o acionamento da
embreagem está regulado de forma que a embreagem fique acionada, mesmo
sem a ação de acioná-la; erro de aplicação do kit de embreagem, a carga de
pressão do kit não será correspondente à potência do veículo.
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Em casos de acionamento hidráulico, pode haver a possibilidade de
travamento do atuador hidráulico ou cilindro mestre, mesmo tirando pé do
pedal a embreagem continua acionada.
As soluções para esse tipo de defeito são verificar se há contaminação
por óleo ou graxa no disco e substituir o kit de embreagem, verificar as
medidas do volante do motor e usiná-lo corretamente ou substituí-lo, regular o
curso de acionamento de forma correta.

 Vibrações / trepidações
Disco emperrado: quando o disco não consegue mais absorver as vibrações
consequentes do impacto com o volante, vibrações são sentidas pelo
motorista.
Guarnições quebradas: o disco deve ter suas guarnições e molas em estado
íntegro, rachaduras são sinais de guarnições expostas a sobrecarga, e estas
não conseguem mais absorver as vibrações, bem como a quebra das molas de
tensão.
Platô desregulado: O platô pode ter sido apertado incorretamente,
ocasionando o desalinhamento da mola membrana e da placa de pressão do
platô.
Carcaça do platô de embreagem deformada pela desmontagem ou
montagem: Volante da embreagem com superfície irregular; falta de
paralelismo entre volante do motor, disco de embreagem, placa do platô e
membrana do platô; balanceamento do conjunto de embreagem; paralelismo
entre todos os componentes e também o alinhamento do virabrequim com o
câmbio.
As soluções para esse tipo de defeito são: usinagem correta do volante
do motor; verificação do alinhamento do conjunto, do paralelismo e do
balanceamento; troca do coxim do motor e da suspensão do câmbio.

 Embreagem dura
Guia do rolamento com desgaste ou ovalado, fazendo o rolamento
não deslizar como deveria na hora do acionamento do garfo. Garfo com
desgaste em seu ponto de apoio ou buchas. Cabo da embreagem pronto
para romper ou com falta de lubrificação. Nos casos de acionamento

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hidráulico pode ser problema no atuador ou cilindro mestre, o atuador
hidráulico sofre desgaste interno, assim como o cilindro mestre. Aquecimento
excessivo resultando no empenamento e desalinhamento da carcaça do
platô de embreagem, fazendo com que a mola membrana do platô não
consiga desenvolver seu curso normalmente. Desgaste do kit de embreagem,
quando o kit de embreagem está desgastado ocorre uma mudança no ponto de
trabalho da mola membrana do platô e também desgaste no ponto de apoio da
placa de pressão do platô na mola membrana.
Deve-se realizar uma lubrificação e limpeza do sistema de acionamento,
e até mesmo substituição dos componentes em mau estado do sistema de
acionamento, ou substituição do kit de embreagem.

 Embreagem não engata


Disco de embreagem não está conseguindo ficar separado do platô de
embreagem; espessura do disco de embreagem incorreta; cubo do disco não
desliza no eixo piloto; rolamento do eixo piloto não gira livremente; sistema de
acionamento da embreagem com regulagem incorreta; mola de retrocesso do
platô deformada na montagem ou reduzida de marcha brusca impossibilitando
o platô de liberar o disco de embreagem; platô quebrado; pedal com folga
excessiva; alavancas de acionamento do pedal com desgaste; membrana com
desgaste; desgaste do kit de embreagem.
As soluções para esse tipo de defeito são: realizar uma regulagem do
acionamento e substituição do rolamento do eixo piloto ou a substituição do kit
de embreagem.

Observações

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