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As velocidades cada vez mais elevadas e a maior densidade do tráfego aumentam as necessidades
de contar com um comportamento dinâmico que ofereça os maiores níveis de segurança possíveis
em todas as condições. Isto é conseguido através de uma crescente quantidade de sistemas de
controle antideslizamento e de assistência, derivados em parte do sistema antibloqueio dos freios
ABS, que oferecem ajuda ao condutor.
Este manual de fundamentos oferece uma visão geral dos sistemas. São apresentados seus princípios
de funcionamento e os componentes que interagem nesse sistema.
2
Índice
Introdução . .......................................................................................................... 5
Com relação a esta apostila .............................................................................. 6
Resumo de abreviaturas ................................................................................... 7
Composição dos sistemas:
Apêndice .......................................................................................................... 84
Teste seus conhecimentos .................................................................................. 86
Os diferentes sistemas geralmente utilizam sensores do mesmo tipo. Por isso, nos capítulos que
abordam os sistemas de controle antideslizamento e de assistência apresentam um breve capítulo
relativo ao funcionamento de certos sensores mais recentes.
O capítulo das funções adicionais do ESP oferece uma noção general sobre as atualizações de
software disponíveis atualmente para a função do ESP.
Resumo de abreviaturas
6
Composição dos sistemas
A grande quantidade de sistemas de controle existentes dificulta um desmembramento lógico e
claro dos sistemas de controle antideslizamento e de assistência. Em alguns casos, os sistemas
estão interligados de forma hierárquica. Em outros representam certos níveis de desenvolvimento,
enquanto em outros estão baseados no hardware e software deles mesmos ou representam
complementos as funções utilizadas.
ASR HBA
HBV
HVV
Estab. do
Sistema de fenagem com intervenção exclusiva dos freios veículo com
reboque
ABS ROP
Sobreassis-
EBV EDS CBC ABSplus GMB tência
8
Sistema de sensores
Aspectos gerais
Para que o ser humano possa reagir perante
o mundo que o rodeia e evitar um perigo que Unidade de controle
se aproxima, deve perceber o seu entorno
(detectar). Para isso utilizamos os nossos
sentidos. Temos sensores óticos (visão),
sensores acústicos e o sentido do equilíbrio
(ouvido), sensores que reagem com substâncias
químicas (olfato e paladar) e sensores que
reagem perante o contato físico ou temperatura
(tato). Nosso ouvido representa inclusive um Atuadores
sensor coletivo, ou seja, uma combinação
agrupada de vários sensores, pois nos permitem
detectar da mesma forma o som e a aceleração.
Sensores
Unidade de controle
Uma situação similar ocorre nos veículos e seus para ABS / EPS
sistemas de controle antideslizamento e de
assistência.
Sensor
coletivo Conexão ao
bus de dados
CAN
Sensores Atuadores
Ambos os tipos de sensores servem para informar o sistema sobre a velocidade do veículo e, o que é
muito mais importante, sobre os regimes de rotação de cada uma das rodas. Analisando as diferenças
entre a rotação das rodas, os sistemas calculam se os pneus estão sobre um piso com aderência
desigual e se existe o risco de ocorrer uma situação dinâmica crítica durante a condução.
Ímã permanente
Elemento sensor
10
Funcionamento
Vantagens/desvantagens
Arquitetura
Eletrônica do sensor
O elemento sensor possui um sensor de campo
magnético com eletrônica. O sistema de
referência está formado por um anel de plástico
com zonas da superfície magnetizadas em
disposição oposta (roda polar).
Cabo de Massa
Funcionamento alimentação
e sinal
Se passar um sensor de campo magnético Orientação magnética
oposta
através de um campo magnético variável, varia
a sua tensão de Hall ou, segundo o princípio
magneto-resistivo, varia a resistência. Quanto
Sinal do sensor em baixa rotação
mais rápido passam pelo sensor de campo
magnético os campos de polaridade alternada
no anel de referência, mais irá variar a tensão
do Hall. Com este tipo de sensor também é
calculado a rotação e a velocidade das rodas
analisando a frequência de variação da tensão.
Vantagens/desvantagens
Frequência baixa
Os sensores de rotação ativos fornecem um
resultado exato em toda a faixa de medição, Sinal do sensor em alta rotação
pois a intensidade do sinal independe da
rotação, pois é determinada por correntes
definidas.
Frequência alta
12
Sensores de aceleração e sensor de guinada
Forças laterais
Forças de
desaceleração
Para as funções ABS e M-ABS existem certos sensores que não são necessários.
C1 < C2
14
O sensor de guinada trabalha seguindo o Oscilação ressonante
princípio de ressonância e detecta a velocidade
do giro em torno do eixo geométrico vertical do
veículo (guinada). Com este princípio, começa Diapasão
a vibrar uma parte de um cristal de silício com excitador
geometria de diapasão duplo, alimentado por
tensão. Devido ao efeito da força de Coriolis
varia o comportamento das ressonâncias na
outra parte do diapasão duplo. Isto pode ser
medido eletricamente e pode ser usado como
medida para o valor de guinada.
Diapasão de
medição Guinada
Tal como foi indicado na introdução, diferenciamos os sistemas de controle antideslizamento entre
aqueles que influem no comportamento dinâmico exclusivamente através do sistema dos freios
hidráulicos e aqueles que agem adicionalmente através do gerenciamento do motor e, se for o caso
de veículos automáticos, através da gestão do câmbio.
Todos os sistemas de frenagem indicados não requerem que o veículo esteja equipado com ESP,
pois também são capazes de funcionar se o veículo possuir um sistema antibloqueio de freios ABS.
Para a função EDS é necessária uma unidade hidráulica em versão ampliada.
16
Sistema antibloqueio de freios
Se considerarmos o ESP como o sistema de ordem superior, o ABS é a origem de todos os sistemas de
controle antideslizamento. Os primeiros controles eletrônicos do ABS foram apresentados em 1969.
Cilindro mestre
Sensor de rotação
Sensor de rotação
Em cada circuito existe uma válvula ABS de entrada e uma válvula ABS de saída para cada
cilindro de roda. Dessa forma é possível atuar individualmente em cada um dos freios das rodas.
O acumulador de baixa pressão em cada circuito suporta a despressurização rápida do cilindro
de freio na roda. O retorno do fluido hidráulico do acumulador de baixa pressão ao reservatório é
feito pela bomba de retorno. Está desenhada de forma que cada circuito disponha de uma fase de
retorno própria com acionamento através de um motor elétrico em comum.
18
Esquema hidráulico do ABS
1 2
4 3
8 6
9 12 14 15
10 11 13 16
17 19
18 20
21 23
22 24
Legenda
1 - Reservatório 13 - Válvula de entrada do ABS dianteira direita
2 - Servo-freio 14 - Válvula de saída do ABS dianteira direita
3 - Sensor do pedal de freio 15 - Válvula de entrada do ABS traseira esquerda
4 - Sensor de pressão de frenagem 16 - Válvula de saída do ABS traseira esquerda
5 - Unidade de controle de ABS/ESP 17 - Cilindro de freio de roda dianteiro esquerdo
6 - Bomba de retorno 18 - Sensor de rotação dianteiro esquerdo
7 - Acumulador de pressão 19 - Cilindro de freio de roda dianteiro direito
8 - Câmara de amortecimento 20 - Sensor de rotação dianteiro direito
9 - Válvula de entrada do ABS dianteira esquerda 21 - Cilindro de freio de roda traseiro esquerdo
10 - Válvula de saída do ABS dianteira esquerda 22 - Sensor de rotação traseiro esquerdo
11 - Válvula de entrada do ABS traseira direita 23 - Cilindro de freio de roda traseiro direito
12 - Válvula de saída do ABS traseira direita 24 - Sensor de rotação traseiro direito
18
Manter pressão
Controle do ABS
«manter pressão»
Se a unidade de controle do ABS verificar que
uma roda tende a travar, o controle fecha a Pedal de freio
1
1 pressionado
válvula de entrada do ABS na roda afetada, 2
mantendo fechada também a válvula de saída 2 Cilindro mestre
do ABS. Dessa forma é mantida a pressão no 6 Bomba de retorno
cilindro de freio de roda e o condutor não pode Acumulador de
aumentá-la pisando no freio. 7
pressão
Câmara de
6 8
EV(9): fechada amortecimento
AV(10): fechada 8
Válvula de entrada
7 9
do ABS
Válvula de saída
10
do ABS
9
10 Cilindro de freio
17
de roda
18 Sensor de rotação
17
18
20
Diminuir pressão Acionamento do freio
pelo condutor
Se for mantida a tendência de travamento, Pedal de freio
o controle abre a válvula de saída do ABS, 1
1 pressionado
mantendo fechada a válvula de entrada do ABS. 2
2 Cilindro mestre
A pressão de frenagem do cilindro da roda pode
ser descarregada ao acumulador de pressão. 6 Bomba de retorno
Dessa forma, a roda pode voltar a acelerar. Acumulador de
7
Se for insuficiente a capacidade do acumulador pressão
de pressão para impedir a tendência ao Câmara de
6 8
travamento das rodas, o controle do ABS aciona amortecimento
8
a bomba de retorno para devolver o fluido de Válvula de entrada
7 9
do ABS
freio ao reservatório de acordo com a pressão
de frenagem aplicada pelo condutor. Durante Válvula de saída
10
do ABS
esta operação são produzidas as pulsações no 9
10 Cilindro de freio
pedal de freio. 17
de roda
18 Sensor de rotação
EV(9): fechada
AV(10): aberta 17
18
Gerar pressão
Controle do ABS
Quando a rotação da roda ultrapassar um valor «manter pressão»
definido, o controle fecha a válvula de saída do Pedal de freio
1
1 pressionado
ABS e abre a válvula de entrada. A bomba de 2
retorno continua funcionando de acordo com a 2 Cilindro mestre
necessidade. 6 Bomba de retorno
Se novamente for atingido o limite de bloqueio, Acumulador de
repete-se o ciclo de «manter pressão», «diminuir 7
pressão
pressão» e «gerar pressão», até terminar a Câmara de
6 8
operação de frenagem ou até que a verificação amortecimento
das rotações das rodas mostrar que não existe 8
Válvula de entrada
7 9
mais o risco de travamento. do ABS
Válvula de saída
10
EV(9): aberta do ABS
9
AV(10): fechada 10 17
Cilindro de freio
de roda
18 Sensor de rotação
17
18
O controle do torque de guinada GMB era denominado, no passado, retardo do torque de guinada
GMA.
Ocorre com relativa frequência que as quatro rodas de um carro de passeio rodem sobre superfícies
com aderência desigual. Por exemplo, pode ocorrer que os buracos do piso tenham sido reparados
com cascalho ou que a superfície apresente desgaste desigual, por exemplo, com a presença
de ondulações. Em manobras de frenagem pode acontecer que, devido a aderência desigual do
asfalto, intervenham torques de guinada em torno do eixo geométrico vertical do veículo, que
fazem que o veículo perca a trajetória.
Uma atualização de software para o controle do ABS permite atuar contra esses torques de
guinada limitando de forma diferenciada e com duração limitada a diferente pressurização dos
freios entre as rodas da esquerda e direita. Por isso é denominado controle do torque de guinada.
A diferença de pressões de frenagem é gerada de forma lenta para dar ao condutor mais tempo
para reações.
22
Veículo sem GMB Veículo com GMB
O lado do veículo que está sobre o piso aderente A pressão de frenagem nas rodas sobre o piso
freia mais intensamente que o lado sobre o piso aderente não aumenta de uma forma tão rápida.
escorregadio. O torque de giro em torno do eixo Desta forma atua-se contra o risco de guinada.
geométrico vertical produz uma guinada, que o
condutor não consegue compensar com a rapidez
suficiente através da direção.
Funcionamento
Se o controle do ABS detecta, dentro da função GMB, que a rotação das rodas esquerdas diferem
das rodas direitas em uma frenagem, o sistema deduz que pode ocorrer um torque de guinada no
veículo.
Por isso é atrasada um pouco a frenagem das rodas que giram sobre o piso aderente até que as
rotações das rodas da esquerda e direita voltem a ser iguais. O controle abre um pouco mais tarde
as válvulas de entrada do ABS correspondentes, de modo que a pressurização seja mais lenta nos
cilindros de freio das rodas afetadas.
Se as rodas do eixo traseiro travarem, o veículo perde estabilidade e pode derrapar de forma
descontrolada. Para evitar este estado crítico foi implementada a função de distribuição eletrônica
da força de frenagem EBV.
24
Com ajuda dos sensores de rotação, o sistema
de controle detecta a frenagem excessiva do Pressão de Pressão de
eixo traseiro que acompanha o movimento de frenagem frenagem
descida da frente. O sistema EBV encarrega-se
de ajustar a força de frenagem através das
eletroválvulas na unidade do ABS para as rodas
traseiras e estabelece rendimento de frenagem Pressão de Redução da
máximo nos eixos dianteiro e traseiro. Desta frenagem no pressão de
forma evita-se que a traseira derrape por uma eixo dianteiro frenagem no
eixo traseiro
frenagem excessiva das rodas traseiras.
O sistema compara as rotações das rodas dos eixos dianteiro e traseiro. Se a diferença ultrapassar
um limite específico, é detectada uma frenagem excessiva no eixo traseiro e entra em ação o
sistema EBV. O EBV fecha as válvulas de entrada do ABS nas rodas traseiras da esquerda e/ou
direita, de modo que não continue sendo gerada pressão e que a pressão presente nos cilindros de
freio das rodas se mantenha estável.
Estando abertas as válvulas de entrada das rodas dianteiras para gerar a pressão já estão fechadas
as válvulas de entrada para as rodas traseiras.
1 Legenda
2
1 Pedal de freio pressionado
2 Cilindro mestre
6 Bomba de retorno
7 Acumulador de pressão
6
8 Câmara de amortecimento
8
9 Válvula de entrada do ABS
7
10 Válvula de saída do ABS
15 Válvula de entrada do ABS traseira esquerda
18 22
Roda dianteira Roda traseira
26
Corner Brake Control (controle de frenagem em curva)
Subesterçamento
Arquitetura
28
Bloqueio diferencial eletrônico
O bloqueio diferencial eletrônico EDS foi concebido originalmente como um sistema auxiliar para a
arrancada.
O EDS atua no comportamento dinâmico quando uma das rodas motoras patina na aceleração,
o sistema freia a roda deslizante. Com esta intervenção específica dos freios aumenta o torque de
tração transmitido à roda que desliza.
O diferencial pode transmitir um torque de tração mais intenso para a roda que apresenta arrasto
de força no eixo tracionado. O veículo acelera mais rápido e se mantém na direção.
O veículo só pode ser acelerado com a força de tração A roda sobre o piso molhado é freada, limitando a
transmitida na roda que desliza, pois o diferencial patinação. A força de tração através do diferencial é
só pode entregar respectivamente o menor dos dois intensificada e é transmitida à roda que não patina na
torques de tração a um eixo. O veículo só pode aceleração. O veículo com EDS atinge uma velocidade
acelerar lentamente. superior nesse mesmo intervalo de tempo.
As intervenções do EDS podem ocorrer até uma velocidade de marcha de 80 km/h (Touareg até
120 km/h) e também ao realizar curvas. Ao ser acionado o pedal de freio e os discos atingirem
uma temperatura máxima calculada pela unidade de controle de ABS é desativado imediatamente o
sistema EDS.
30
Manter pressão 1
Posição de repouso
2 1 Reservatório
Para manter a pressão no circuito de frenagem
apenas da roda que patina é desativada a 2 Servo-freio
bomba de retorno. A válvula de comutação 6
Bomba de
permanece fechada. retorno
7
Acumulador de
No freio da roda é mantida uma pressão de 25 pressão
frenagem uniforme. 8
Câmara de
6 amortecimento
26
9
Válvula de
8 entrada do ABS
7 10
Válvula de saída
do ABS
17
Cilindro de freio
9 de roda
10 18
Sensor de
rotação
25
Válvula de
17 comutação
Válvula
26 comutadora de
18 alta pressão
O condutor de um veículo sem ABSplus aciona o Em um veículo com ABSplus as rodas são travadas
pedal de freio e o veículo é freado sobre o piso de brevemente sobre o piso sem aderência e geram um
baixa aderência. calço do material do solo na frente do pneu. Isso
reduz a distância de frenagem.
No caso dos sistemas de controle antideslizamento descritos a seguir, eles atuam em uma
situação dinâmica crítica, seja através do sistema de gerenciamento do motor e/ou através de uma
intervenção dos freios hidráulicos.
32
Controle do torque de inércia do motor
O controle do torque de inércia do motor MSR reconhece que, devido ao efeito de freio-motor,
ocorre um deslizamento nas rodas motrizes e solicita que o motor adapte seu torque de tração
de forma correspondente, facilitando o retorno de tração das rodas. O sistema reduz as fases de
deslizamento das rodas e restabelece a dirigibilidade do veículo.
Este efeito é conhecido também como freio-motor. Este torque de inércia do motor, que atua como
uma força de frenagem, é um valor oposto ao torque de tração. Se o condutor reduzir ao mesmo
tempo a marcha intensifica-se o torque de inércia do motor.
O controle do torque de inércia do motor utiliza o gerenciamento do motor para executar a sua
função.
O controle do torque de inércia do motor MSR pressupõe a existência dos componentes do ABS com
uma interface para o motor. O software do ABS é ampliado com o software do MSR.
Para aumentar a rotação do motor por intervenção do MSR é aberta por um pequeno intervalo de
tempo a válvula borboleta até que a rotação das rodas tracionadas volte ao normal.
Posição do pedal
Sensor de rotação do acelerador
dianteiro esquerdo
Torque teórico
do motor
Sensor de rotação
dianteiro direito
Torque efetivo
do motor
Gerenciamento através
Sensor de rotação da válvula de borboleta
traseiro direito
34
Sistema antibloqueio de freios com intervenção do motor
O sistema antibloqueio de freios com intervenção no motor M-ABS representa uma ampliação das
funções implementadas no sistema ABS.
Serve para apoiar o condutor para evitar que as rodas patinem ao arrancar.
Com o M-ABS é implementada no controle do ABS a possibilidade de intervir também no
gerenciamento do motor.
Não possui a autonomia de gerar pressão de forma ativa.
Funcionamento
Sensor de rotação
dianteiro esquerdo
Torque teórico
do motor
Sensor de rotação
dianteiro direito Torque efetivo
do motor Gerenciamento
através da válvula
de borboleta
Sensor de rotação
traseiro esquerdo Unidade de Unidade de
controle para controle do
ABS/ASR motor
Sensor de rotação
traseiro direito
O sistema M-ABS não pode atuar por via hidráulica nos cilindros de freio das rodas motrizes. O sistema
não possui a capacidade para gerar pressão de frenagem através de um aumento de fluido de freios
automático sem intervenção do condutor.
Para poder intervir ao acelerar o veículo, O veículo acelera sobre um piso escorregadio. As rodas
o sistema precisa de comunicação com o patinam na aceleração e o veículo ou não acelera ou
gerenciamento do motor, para poder influir acelera de forma muito lenta. Ao fazer uma curva
podem ser transmitidas apenas forças muito baixas de
sobre o torque de tração e poder acionar o rolagem lateral e o veículo perde a dirigibilidade.
sistema de freios de forma autônoma. Isto é
necessário para frear as rodas que patinam
na aceleração, sem que o condutor acione o
sistema de freios através do pedal.
36
Arquitetura
O ASR utiliza o mesmo software e hardware do sistema ABS. O software do ASR é instalado em
uma unidade de controle para ABS com uma memória de programas ampliada. São utilizados os
sinais dos sensores de rotação, da mesma forma que no ABS.
Para executar as funções requeridas, o sistema ASR foi ampliado com relação ao ABS em dos
aspectos essenciais.
yyModificações na unidade hidráulica
yyInterface com o gerenciamento do motor
A função EDS está integrada no ASR. Por isso é realizada aqui a configuração das válvulas da
unidade hidráulica ABS, que possui duas válvulas de entrada e saída do ABS por circuito de
frenagem, acrescentando as seguintes:
yyuma válvula de comutação
yyuma válvula comutadora de alta pressão
é necessário que exista na unidade hidráulica uma bomba de retorno autoaspirante para gerar a
pressão de frenagem.
Diferente do ABS e do EDS, o ASR é um sistema que não atua apenas nos freios para parar
uma roda, atua também sobre a potência do motor, ou seja, sobre o torque de tração das
rodas. Para isso, é necessário que o pedal do acelerador esteja desacoplado mecanicamente da
posição da borboleta. Ou seja, que o fornecimento de potência do motor possa ser controlado
independentemente da posição do acelerador.
Nos primeiros sistemas ABS com ASR diferenciavam-se claramente as soluções implantadas para
reduzir o torque do motor. Por exemplo, eram implantados sistemas com uma segunda borboleta
ou com a possibilidade de desativar a ignição. Com a introdução dos sistemas de bus de dados
CAN e a função do acelerador eletrônico foi possível utilizar esta interface para influir sobre o
torque e a rotação do motor sem precisar de componentes adicionais.
1 2
27
4 3
25 26 5 25 26
6
8
9
10 12 11 13 14 16 15
17 19
18 20
21 23
22 24
Legenda
1 - Reservatório 15 - Válvula de entrada do ABS traseira esquerda
2 - Servo-freio 16 - Válvula de saída do ABS traseira esquerda
3 - Sensor do pedal de freio 17 - Cilindro de freio de roda dianteiro esquerdo
4 - Sensor de pressão de frenagem 18 - Sensor de rotação dianteiro esquerdo
5 - Unidade de controle de ABS/ESP 19 - Cilindro de freio de roda dianteiro direito
6 - Bomba de retorno 20 - 2ensor de rotação dianteiro direito
7 - Acumulador de pressão 21 - Cilindro de freio de roda traseiro esquerdo
8 - Câmara de amortecimento 22 - Sensor de rotação traseiro esquerdo
9 - Válvula de entrada do ABS dianteira esquerda 23 - Cilindro de freio de roda traseiro direito
10 - Válvula de saída do ABS dianteira esquerda 24 - Sensor de rotação traseiro direito
11 - Válvula de entrada do ABS traseira direita 25 - Válvula de comutação
12 - Válvula de saída do ABS traseira direita 26 - Válvula comutadora de alta pressão
13 - Válvula de entrada do ABS dianteira direita 27 - Bus de dados CAN
14 - Válvula de saída do ABS dianteira direita
38
Funcionamento
Em um veículo com ASR são calculadas as quatro rodas analisando as suas faixas de rotação.
Através de uma análise mais profunda, o software ASR analisa as seguintes condições dinâmicas:
yyÉ calculada a aceleração das rodas tracionadas
yyÉ calculada a velocidade do veículo analisando a velocidade das rodas não tracionadas
yyÉ detectada a passagem por uma curva pela comparação das velocidades não tracionadas
yyÉ calculada a patinação da tração tomando como base a diferença de velocidades das rodas
tracionadas e não tracionadas de cada lado do veículo.
Com esta informação, o sistema ASR detecta quando tendem a patinar as rodas motrizes na
aceleração.
Adicionalmente, é consultado um sinal do torque efetivo do motor emitido pela unidade de controle
do motor. O sistema ASR calcula as medidas que devem ser tomadas.
Em baixas velocidades, o controle ASR é realizado através de uma intervenção dos freios.
O controle é parecido com o controle EDS em três fases: «gerar pressão», «manter pressão» e
«diminuir pressão». A intervenção dos freios pelo sistema ASR pode ser combinada com uma
intervenção através do gerenciamento do motor.
O ASR realiza o controle em todas as faixas de velocidades. A partir de uma velocidade de 80 km/h
o controle EDS ocorre de forma descendente.
Controle
ASR = Intervenção no gerenciamento do motor
Gerenciamento através
Sensor de rotação dianteiro da válvula de borboleta
esquerdo
Torque teórico
do motor
Controle através
Sensor de rotação dianteiro dos injetores
direito Torque efetivo Controle através do
do motor sistema de ignição
Gerenciamento do câmbio
Sensor de rotação traseiro direito
40
Programa eletrônico de estabilização
O ESP é o sistema de controle antideslizamento que está mais desenvolvido atualmente. Não é um
sistema individual, ele integra os sistemas de controle de deslizamento de rodas ABS, EBV, CBC,
EDS, GMB, ASR e MSR. Cada um destes sistemas parciais pode trabalhar de forma isolada ou
compartilhada com os demais. O ESP pertence a um nível hierárquico superior em comparação com
os demais.
O programa eletrônico de estabilização ESP decide em quais condições dinâmicas devem ser
ativados ou desativados os sistemas de controle antideslizamento e gerencia a sua interação.
O ESP está permanentemente ativo. A detecção de situações dinâmicas críticas é baseada em uma
comparação entre a intenção expressada pelo condutor e o comportamento efetivo do veículo.
Se esses critérios diferem entre si, começa a atuação de controle do ESP. De acordo com a
situação, o ESP reduz o torque do motor e suspende ciclos de troca de marchas nas transmissões
automáticas. Depois, o ESP estabiliza o comportamento do veículo freando de forma seletiva
uma ou várias rodas. Caso ocorra um subesterçamento é realizada primeiro uma intervenção no
gerenciamento do motor, e no caso do sobre-esterçamento ocorre primeiro uma intervenção nos
freios. A intervenção atrasa o tempo necessário até a correção de todas as condições dinâmicas
instáveis, ou seja, até atingir novamente o valor teórico.
Freando rodas específicas, o ESP gera uma guinada em torno do eixo geométrico vertical do
veículo.
Esta guinada atua contra o sentido de movimento do veículo e estabiliza a trajetória na direção
desejada.
Subesterçamento Sobre-esterçamento
Em um subesterçamento, o ESP evita que o veículo Ao sobre-esterçar é freada a roda dianteira externa
derrape na curva, freando especificamente a roda da curva.
traseira interna da curva.
O veículo com ESP tenta desviar do obstáculo. A mudança de trajetória pode fazer o veículo
O ESP detecta que o veículo tende a começar a apresentar oscilações crescentes em
subesterçar para a esquerda. O movimento torno do eixo vertical. Para evitar que a traseira
de direção é apoiado primeiro freando a roda perca a trajetória é freada a roda dianteira
traseira esquerda. Ao mesmo tempo ocorre uma esquerda.
intervenção no gerenciamento do motor através
do bus CAN, para reduzir a potência da tração e
frear adicionalmente o veículo através do torque
de inércia do motor.
42
Arquitetura
Sensor de rotação
Tecla para ASR e ESP
Cilindro mestre
Sensor de rotação
Unidade de controle
e unidade hidráulica Unidade sensora para ESP com
com bomba de sensor de aceleração transversal,
retorno sensor de guinada e
sensor de aceleração longitudinal.
(Sensor de aceleração longitudinal
Comutador de em veículos 4-Motion
Sensor de pressão luz de freio e veículos com freio de
de frenagem estacionamento eletromecânico)
44
Estrutura do sistema
Sensores Atuadores
Tecla ASR e
ESP E256
CAN
Sensor de ângulo de
direção G85
Sinais complementares
Gerenciamento do motor
Gerenciamento do câmbio
1 2
4 3
27
25 26 5 25 26
6
8
9
10 12 11 13 14 16 15
17 19
18 20
21 23
22 24
Legenda
1 - Reservatório 15 - Válvula de entrada do ABS traseira esquerda
2 - Servo-freio 16 - Válvula de saída do ABS traseira esquerda
3 - Sensor do pedal de freio 17 - Cilindro de freio de roda dianteiro esquerdo
4 - Sensor de pressão de frenagem 18 - Sensor de rotação dianteiro esquerdo
5 - Unidade de controle de ABS/ESP 19 - Cilindro de freio de roda dianteiro direito
6 - Bomba de retorno 20 - Sensor de rotação dianteiro direito
7 - Acumulador de pressão 21 - Cilindro de freio de roda traseiro esquerdo
8 - Câmara de amortecimento 22 - Sensor de rotação traseiro esquerdo
9 - Válvula de entrada do ABS dianteira esquerda 23 - Cilindro de freio de roda traseiro direito
10 - Válvula de saída do ABS dianteira esquerda 24 - Sensor de rotação traseiro direito
11 - Válvula de entrada do ABS traseira direita 25 - Válvula de comutação
12 - Válvula de saída do ABS traseira direita 26 - Válvula comutadora de alta pressão
13 - Válvula de entrada do ABS dianteira direita 27 - Bus de dados CAN
14 - Válvula de saída do ABS dianteira direita
46
Funcionamento
Após análise dos sinais de entrada e uma comparação dos estados teórico e efetivo do
comportamento dinâmico, a unidade de controle de ABS/ESP detecta uma situação instável. Em
determinadas circunstâncias é necessário que o ESP atue no gerenciamento do motor. Se, por
exemplo, o condutor deseja acelerar em uma situação instável, isso é impedido pela intervenção do
ESP no gerenciamento do motor.
As intervenções nos freios são controladas através da unidade hidráulica. O controle hidráulico
efetuado pelo ESP equivale aos realizados pelo EDS ou ASR. O controle é similar ao EDS, aplicando
corrente nas válvulas de comutação e comutadoras de alta pressão, bem como nas válvulas de
entrada e saída, atuando em três fases: «gerar pressão», «manter pressão» e «diminuir pressão».
As válvulas de comutação e comutadoras de alta pressão foram modificadas para permitir também
pressões de frenagem mais intensas que no caso de ASR.
Diferente de ASR, onde a geração ativa de pressão de frenagem termina ao ser acionado o pedal
de freio, o ESP apresenta a possibilidade de continuar aumentando a pressão de frenagem,
inclusive se o condutor aciona o pedal de freio. Esta pressurização é função da bomba de retorno.
Durante todo o ciclo de intervenção do ESP são verificados continuamente os sinais de entrada e
aciona o controle correspondente. A intervenção do ESP termina quando o veículo é estabilizado.
48
Funções adicionais do ESP
O servo-freio hidráulico de emergência HBA é uma ampliação das funções do sistema ESP. Não
requer componentes adicionais. A unidade de controle de ABS/ESP é ampliada através de software
adicional que inclui a função do servo-freio de emergência.
Funcionamento
Se forem verificadas as condições para a ativação e pressão de frenagem atual for mantida inferior
ao valor teórico programado na unidade de controle, o sistema corrige automaticamente a pressão.
A unidade de controle de ABS/ESP ativa a função do servo-freio de emergência e transmite sinais
para a unidade hidráulica. O controle hidráulico é realizado em três fases.
50
Fase 1: início da intervenção do servo-freio de emergência
Fase 1
O servo-freio de emergência aumenta a pressão
Pressão de frenagem
de frenagem.
Com esta geração de pressão ativa é atingido
muito rápido o limite de controle do ABS,
ativando o controle do ABS.
t [s]
17 Válvula de
25 -
comutação
Válvula
18
26 - comutadora de
alta pressão
Fase 2
O acionamento do ABS mantém a pressão de
Pressão de frenagem
frenagem inferior ao limite de travamento. O Manter Gerar
controle é realizado nas três fases «manter
pressão», «diminuir pressão» e «gerar pressão». Margem de
controle ABS
Diminuir
t [s]
52
Para diminuir a pressão é aberta a válvula de 1
Diminuir Pressão
saída e a válvula de comutação. O fluido de
2 1 - Reservatório
freio volta ao cilindro mestre pela bomba de
retorno em função da pressão exercida no 2 - Servo-freio
pedal pelo condutor. 6 - Bomba de retorno
Acumulador de
7-
25 pressão
Câmara de
6 8-
26 amortecimento
Válvula de
9-
8 entrada do ABS
7 Válvula de saída
10 -
do ABS
Cilindro de freio
17 -
9 de roda
10 18 - Sensor de rotação
Válvula de
25 -
17 comutação
Válvula
26 - comutadora de
18
alta pressão
Fase 3
Se o condutor reduzir a força aplicada no pedal ou
Pressão de frenagem
se a velocidade for inferior à mínima, terminam as
condições para a intervenção do HBA.
A unidade de controle de ABS/ESP detecta que
foi superada a situação de emergência e começa
a finalização da assistência de frenagem.
A maior pressão de frenagem gerada pelo HBA
é descarregada de forma gradual até que o seu
valor esteja de acordo com a força aplicada no
pedal pelo condutor.
t [s]
6 - Bomba de retorno
Acumulador de
7-
25 pressão
Câmara de
6 8-
26 amortecimento
Válvula de
9-
8 entrada doABS
7 Válvula de saída
10 -
do ABS
Cilindro de freio
17 -
9 de roda
10 18 - Sensor de rotação
Válvula de
25 -
17 comutação
Válvula
26 - comutadora de
18
alta pressão
54
Servoassistência hidráulica dos freios
Caso não haja vácuo suficiente disponível, o servo-freio também não pode fornecer a
servoassistência suficiente para os freios. Isto significa que não se consegue o efeito de frenagem
ideal.
A servoassistência hidráulica dos freios HBV encarrega-se de que a falta de servoamplificação dos
freios, devido a um vácuo muito baixo, seja compensada por uma pressurização ativa e dosada
através da bomba de retorno do sistema ESP. O HBV está baseado no circuito do sistema ESP e
não requer outros componentes. Representa uma ampliação do software para o controle do ESP.
O overboost, na literatura especializada, recebe também o nome de «fading brake support» FBS ou
compensação de fading.
Em uma situação crítica, o condutor pisa no pedal de freio até ultrapassar um limite de pressão
definido no sistema. Se forem muito favoráveis as condições do piso, ou seja, se houver boas
condições de aderência, não é acionado nenhum ciclo de controle de ABS nas rodas. Se continuar
o desejo do condutor por contar com uma parada máxima, entra em operação o overboost.
O sistema de sensores do ESP detecta esta situação e gera uma pressão adicional no sistema de
frenagem até o acionamento do controle do ABS.
Com o controle do ESP, aumenta a pressão nas quatro rodas ao ser acionada a bomba de
retorno na unidade hidráulica, ativando o controle do ABS nas quatro rodas. Para proteger os
componentes, a pressão máxima no sistema é limitada, por exemplo, para evitar que as pinças
sejam danificadas.
Limite de pressão
ultrapassado
Pedal de freio
pisado Unidade de
controle de
ABS/ESP
56
Retenção máxima do eixo traseiro
Expressando isso em termos simplificados, a retenção máxima do eixo traseiro HVV é uma função
inversa a da distribuição eletrônica da força de frenagem EBV. Enquanto o objetivo do sistema EBV
é evitar a frenagem excessiva do eixo traseiro, o HVV é responsável por aumentar a pressão de
frenagem no eixo traseiro até que entre em ação o controle do ABS nas rodas traseiras.
Entretanto, isto só é válido se o eixo dianteiro já estiver sob a ação do ABS. O objetivo também
e conseguir um efeito de frenagem ideal, mas conservando ao mesmo tempo a estabilidade,
mantendo mais intensa a derrapagem dos freios dianteiros. Os limites de controle estão
configurados especialmente para veículos carregados.
1
2
Funcionamento
Legenda
1 - Reservatório
2 - Servo-freio
6 - Bomba de retorno
7 - Acumulador de pressão
8 - Câmara de amortecimento
9 - Válvula de entrada do ABS dianteira esquerda
10 - Válvula de saída do ABS dianteira esquerda
15 - Válvula de entrada do ABS traseira esquerda
16 - Válvula de saída do ABS traseira esquerda
17 - Cilindro de freio de roda dianteiro esquerdo
18 - Sensor de rotação dianteiro esquerdo
21 - Cilindro de freio de roda traseiro esquerdo
22 - Sensor de rotação traseiro esquerdo
25 - Válvula de comutação
26 - Válvula comutadora de alta pressão
58
Estabilização do veículo com reboque
Um veículo com reboque pode sofrer, com mais facilidade, uma situação dinâmica crítica. Quando
o reboque começa a balançar é muito difícil controlá-lo, inclusive para condutores experientes.
A estabilização do veículo com reboque é uma ampliação de software no controle do ESP, que atua
na prevenção desse risco.
O primeiro a ser feito é estabilizar o veículo acionando os freios do veículo de tração por lados
alternados. Se isto não for suficiente é realizada uma frenagem geral nas quatro rodas do veículo
de tração e no reboque através do seu freio de inércia para conseguir a estabilização.
Devem ser atendidas as seguintes condições para a atuação da estabilização do veículo com
reboque:
yyO ESP deve estar ativado e seu software deve estar habilitado de forma adequada.
yyO veículo com reboque deve ter atingido uma velocidade mínima.
yyEm certos tipos de veículos a unidade de controle de ABS/ESP detecta a presença do reboque
ao estar em uso a tomada de força para o reboque. O ESP recebe esta informação do reboque
acoplado ao veículo através da unidade de controle para detecção de reboque conectada ao bus
de dados CAN.
Se forem atendidas estas condições, é ativada na unidade de controle do ABS/ESP a característica
de controle correspondente para estabilizar o veículo com reboque.
Funcionamento
Os dados de entrada (rotação das rodas, guinada, aceleração transversal, ângulo de direção,
acionamento de freios) são comparados com a característica de valores teóricos programada na
unidade de controle.
Se forem ultrapassados os limites definidos, entra em ação a estabilização do veículo com reboque.
Para atenuar as oscilações é realizada a frenagem alternada das rodas do eixo dianteiro
compensando as guinadas.
Dessa forma, o ESP consegue que as oscilações não aumentem de forma progressiva ou que
possam bloquear as rodas do veículo ou do reboque.
Se isso não for suficiente, são freadas as quatro rodas até que o reboque deixe de oscilar.
Durante a intervenção dos freios, acendem-se as luzes de freio para avisar o veículo que vier atrás.
O condutor é informado durante a intervenção através da luz indicadora ESP no painel.
60
Prevenção de capotamento
Força lateral
Braço de alavanca
Ao percorrer uma curva com rapidez, a inércia de massa da carroceria e a aderência lateral dos
pneus geram um torque de giro em torno do eixo longitudinal do veículo (balanço). Isto pode ser
facilmente observado, por exemplo, estando em uma curva atrás de um veículo com carroceria
tipo furgão.
Dependendo da velocidade, massa e altura da carroceria do furgão, a estrutura tende a se inclinar
em direção a parte externa da curva. Devido aos pneus possuírem suficiente aderência é gerado
um braço de alavanca com o ponto de giro na superfície de contato do pneu com o solo.
ROP é uma função especial para veículos com um alto centro de gravidade, por exemplo,
veículos off-road ou comerciais.
62
Sistemas de assistência
Assistente em descidas
O resultado é que o condutor de um veículo sem Um veículo com assistente de descida elimina
assistente de descida precisa frear ativamente, estas intervenções do condutor e permite manter
reduzir a marcha e tirar o pé do acelerador para a velocidade desejada inclusive em ladeiras.
manter constante a velocidade.
Se forem atendidas as condições para a ativação e o assistente de descida verificar, com ajuda
dos sinais do pedal acelerador, da rotação do motor e dos sensores de rotação das rodas, que
está aumentando a velocidade do veículo, o sistema de assistência interpreta que o veículo circula
em descida e que é necessária uma intervenção nos freios. O sistema trabalha a partir de uma
velocidade de marcha um pouco maior que a de um pedestre.
A velocidade de marcha, que deve ser mantida pelo assistente de descida através de intervenções
nos freios das quatro rodas, depende da velocidade de entrada na descida e da marcha selecionada.
64
Assistente de arrancada em subida
Quando um veículo para em uma subida, a força gravitacional do veículo não atua sobre uma
superfície horizontal, mas sobre um plano inclinado. Segundo o paralelogramo de forças, resulta
da força gravitacional, uma força de descida provocada pelo declive, que força o veículo descer se
soltar o freio. Se o veículo precisar sair novamente em direção ascendente é necessário que supere
primeiro a força de descida provocada pelo declive. Se o condutor acelera menos que o necessário
ou se soltar muito cedo o pedal de freio ou o freio de estacionamento, a força de tração não será
suficiente para superar a força de descida. O veículo desce ao arrancar. Para ajudar o condutor
nesta situação existe o assistente de arrancada em subida, denominado também Hill Hold Control
HHC (controle de parada em subida).
O assistente de arrancada em subida está baseado no sistema ESP. A unidade de sensores para
ESP G419 é complementada através de um sensor de aceleração longitudinal, que informa ao
sistema a posição do veículo. O assistente de arrancada em subida é ativado nas seguintes
condições:
yyVeículo parado (informação dos sensores de rotação das rodas)
yySubida superior a 5% (informação da unidade de sensores para ESP G419)
yyPorta do condutor fechada (informação da unidade de controle de conforto, dependendo do tipo
de veículo)
yyMotor em funcionamento (informação da unidade de controle do motor)
yyAcionamento do freio de estacionamento (Touareg)
Funcionamento
O assistente de arrancada em subida facilita a saída em subida sem precisar utilizar o freio de
estacionamento. Para isso, a função atrasa o alívio da pressão nos cilindros dos freios das rodas ao
iniciar o movimento.
Desta forma, evita que o veículo desça enquanto não houver força motriz suficiente disponível para
começar o movimento de subida. A função do assistente de arrancada em subida pode ser descrita
em quatro fases.
t[s]
Torque de frenagem
Torque de tração
66
Fase 2 - Manter pressão
t[s]
Torque de frenagem
Torque de tração
Quando o condutor aumenta o torque de tração, M[Nm] Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4
o assistente de arrancada em subida HHC reduz
a pressão de frenagem ao nível necessário para
que o veículo não desça nem fique preso ao
arrancar.
t[s]
Torque de frenagem
Torque de tração
6 - Bomba de retorno
Acumulador de
7-
pressão
Câmara de
25 8-
amortecimento
6 Válvula de
26 9-
entrada do ABS
8 Válvula de saída
10 -
do ABS
7 Cilindro de freio
17 -
de roda
9 18 - Sensor de rotação
10
Válvula de
25 -
comutação
Válvula
17 26 - comutadora de
alta pressão
18
68
Fase 4 - Eliminar pressão
O veículo arranca.
t[s]
Torque de frenagem
Torque de tração
Assistente em arrancada
Estacionamento automático
A função Auto Hold também é uma ampliação de software do controle ESP e pressupõe que o
veículo esteja equipado com ESP e com um freio de estacionamento eletromecânico.
70
Para a ativação da função Auto Hold devem ser atendidas as seguintes condições:
yyPorta do condutor fechada.
yyCinto de segurança colocado
yyMotor em funcionamento.
yyFunção Auto Hold ativada com a tecla Auto Hold. A ativação é confirmada acendendo a luz
indicadora na tecla.
Se qualquer uma dessas condições mudar, é desativado o Auto Hold. Sempre que for acionada a
ignição, dependendo do veículo, a tecla Auto Hold deverá ser novamente acionada para ativar a
função.
Funcionamento
Analisando os sinais de rotação das rodas e o sinal do comutador de luz de freio, o Auto Hold
detecta que o veículo está parado e que o condutor acionou o pedal de freio. Esta pressão de
frenagem é mantida fechando-se as válvulas na unidade hidráulica, não sendo mais necessário
continuar pisando no pedal. Ou seja, estando ativada a função Auto Hold o veículo sempre fica
parado através dos quatro freios de roda hidráulicos.
Se o condutor não acionar o pedal de freio e o veículo voltar a rodar depois de ter sido detectada
a imobilidade, o ESP entra em funcionamento. É gerada uma pressão hidráulica. Isto significa que
nos cilindros de freio das rodas é gerada ativamente a pressão de frenagem até que o veículo
esteja parado novamente. A pressão necessária para isso é calculada pela unidade de controle
de ABS/ESP em função do declive e ajustada da forma correspondentemente. Ativa a bomba
de retorno e abre as válvulas comutadoras de alta pressão e as válvulas de entrada do ABS ao
mesmo tempo em que fecha ou mantém fechadas as válvulas de saída do ABS e as válvulas de
comutação.
Se o condutor aciona o pedal acelerador para iniciar a marcha, as válvulas de saída do ABS abrem
e a bomba de retorno descarrega a pressão de frenagem ao reservatório através das válvulas de
comutação abertas. Durante esta operação é considerada a inclinação do veículo em subida ou
descida, para evitar seu movimento
J104 J104
E540 E540
3 minutos
J540 J540
Legenda
E540 - Tecla para Auto Hold
J104 - Unidade de controle do ABS
J540 - Unidade de controle para freio de
estacionamento eletromecânico
V282 - Motor de imobilização esquerdo
V283 - Motor de imobilização direito
Após três minutos com o veículo imobilizado ocorre uma mudança do sistema hidráulico do ESP
ao freio de estacionamento eletromecânico. A unidade de controle de ABS informa o torque de
parada calculado à unidade de controle para o freio de estacionamento eletromecânico. Ambos os
motores de imobilização nos freios traseiros são ativados pela unidade de controle para freio de
estacionamento eletromecânico.
72
Assistente em Arrancada Dinâmico
O Assistente de Arrancada Dinâmico DAA é também uma função especial para veículos com
freio de estacionamento eletromecânico. O DAA facilita a arrancada estando acionado o freio de
estacionamento eletromecânico e a arrancada em subidas.
Arrancada em subidas
O veículo está parado. O freio de estacionamento eletromecânico está ativado. O condutor deseja
arrancar, seleciona a 1ª marcha e aciona o pedal de acelerador.
Com a ajuda dos sinais de entrada, a unidade de controle para o freio de estacionamento
eletromecânico calcula o torque de força exercido no sentido da inclinação e o momento ideal para
soltar o freio de estacionamento eletromecânico sem que o veículo desça involuntariamente ao
estar em uma subida.
O assistente de arrancada dinâmico não atua no sistema dos freios hidráulicos, utiliza
exclusivamente a informação dos sensores disponível através do sistema ESP.
74
Secagem dos discos de freio
A secagem de discos de freio BSW recebia, no passado, o nome de Rain Brake Support RBS.
Na chuva pode surgir uma fina película de água nos discos de freio. A película de água retarda o
efeito de frenagem, pois as pastilhas escorregam no começo sobre a película até que a água tenha
sido eliminada por evaporação devido ao calor pelo atrito entre a pastilha e o disco. Somente assim
é conseguida a eficiência total de frenagem.
Ao frear em situações críticas, cada fração de segundo é valiosa. Por isso foi desenvolvido o
sistema de assistência para secagem dos discos de freio, com o objetivo de reduzir esse retardo do
efeito de frenagem ao circular na chuva. A secagem dos discos de freio BSW encarrega-se que os
discos de freio das rodas dianteiras estejam secos e limpos. Isto é possível, colocando em breve
contacto físico, as pastilhas com os discos de freio. Desta forma, o efeito de frenagem ideal está
disponível mais rápido, permitindo diminuir a distância de frenagem.
Para implementar a secagem dos discos de freio é necessário que o veículo possua ESP. As
condições de ativação para secagem dos discos de freio são:
yyuma velocidade mínima de marcha do veículo de 70km/h e
yyo limpador de para-brisa ativado.
Se forem atendidas essas condições para a ativação, as pastilhas das rodas dianteiras são
colocadas em contato físico com os discos por um tempo definido durante um ciclo de varredura
contínuo ou intermitente do limpador de para-brisa. A pressão de frenagem é, no máximo, 2 bar.
Ao realizar a varredura breve por toque do limpador de para-brisa são encostadas as pastilhas nos
discos apenas uma vez em cada acionamento.
As ligeiras intervenções de secagem dos discos de freio são imperceptíveis para o condutor.
Pressão de frenagem
76
Contraesterçamento assistido
Exemplificamos com uma situação de marcha concreta para explicar esta função: um veículo
freia sobre um piso no qual foi realizado um recapeamento com cascalho solto. Devido à
diferente aderência do pavimento, atuam forças transversais e guinadas ao frear, que devem ser
compensadas realizando contraesterçamento para manter o veículo na sua trajetória.
O sistema pressupõe:
yyum sistema ESP e
yyuma direção assistida eletromecânica.
De acordo com estes dados, a unidade de controle de ABS/ESP solicita à unidade de controle
de direção assistida, a ativação do motor da direção assistida eletromecânica. O torque de
direcionamento requerido, como apoio da direção assistida eletromecânica, é implementado no
sentido de contraesterçamento correto. O sistema não apoia o sentido de contraesterçamento
incorreto e, por isso, torna mais pesado o torque de direção nesse sentido. A assistência está ativa
sempre que a unidade de controle de ABS/ESP precisar estabilizar o veículo, permitindo assim,
diminuir a distância de frenagem.
A luz indicadora de ESP não acenderá antes que o mesmo entre em ação. O contraesterçamento
assistido trabalha antes de um controle do ESP.
78
Controle de Cruzeiro Adaptativo
Em estudos realizados a esse respeito, demonstram que manter a distância é um fator que afeta e
fadiga o condutor, principalmente o percursos longos. O Controle de Cruzeiro Adaptativo, chamado
também Adaptive Cruise Control ACC, é um sistema de assistência destinado a aumentar o
conforto do condutor. Facilita a condução e contribui para aumentar a segurança.
Funcionamento
Velocidade constante
Não há nenhum veículo no campo explorado pelo sensor de Controle de Cruzeiro Adaptativo.
A distância supera a desejada, porque o veículo da frente acelera ou porque ele sai da frente,
mudando de faixa.
Parada
Se a distância for reduzida a um valor inferior do desejado, porque o veículo da frente freia ou
por entrar na faixa um veículo mais lento, é freado o veículo próprio até que seja restabelecida a
distância desejada. Esta retenção pode ocorrer por intervenção no gerenciamento do motor. Se
isso não for suficiente, é realizada uma intervenção nos freios.
O sistema implantado no Touareg pode frear o veículo até a sua parada, se isso for necessário,
devido às condições do trânsito.
A intervenção dos freios é realizada através da unidade hidráulica com a bomba de retorno.
Na unidade hidráulica é fechada a válvula de comutação e aberta a válvula comutadora de alta
pressão. A bomba de retorno é ativada e começa a funcionar. Desta forma, é gerada a pressão no
freio das rodas.
80
Front Assist
O Front Assist é um sistema de assistência com uma função de aviso, que serve para prevenir
colisões. A redução da distância de parada AWV1 e a redução de distância de parada AWV2 são
partes integrantes do Front Assist. Quando ocorre uma aproximação perigosa a um veículo que
está na frente, existem dois pontos de atuação no sistema Front Assist: o aviso prévio e o aviso
principal.
Aviso principal
AWV2: acionamento de aviso
AWV1: comutação HBA para «sensibilidade máxima»
Aviso prévio
AWV2: aviso visual/acústico
AWV1: pré-carga dos freios
AWV1: comutação HBA para «sensibilidade superior»
Aviso prévio
No caso do aviso prévio, aparece primeiro uma imagem de advertência no instrumento combinado
(opcionalmente pode ser ouvido um sinal sonoro). Ao mesmo tempo ocorre uma pré-carga no
sistema de freios e é comutado o servo-freio hidráulico de emergência (HBA) para «sensibilidade
superior».
Aviso principal
Se o condutor não reage, ocorre um breve acionamento de aviso. Ao mesmo tempo o servo-freio
de emergência muda para «sensibilidade máxima».
A mudança do pedal de acelerador ao pedal de freio demora um pouco, e o mesmo ocorre com a
atuação do sistema hidráulico dos freios. Mas, em casos de emergência, tudo pode depender de
frações de segundo. A redução da distância de parada AWV1 prepara o veículo para uma frenagem
de emergência iminente por parte do condutor. Isso ocorre através de:
yypré-carga dos freios
yycomutação do servo-freio hidráulico de emergência (HBA)
Pré-carga
Para conseguir uma resposta rápida do freio em caso de uma frenagem de emergência, são
pré-carregados os quatro freios das rodas. Esta operação, denominada também «prefill», reduz
a distância entre o disco e a pinça de freio. Sem que o condutor perceba, são encostadas
ligeiramente as pastilhas no disco de freio. Quando a unidade de controle de cruzeiro adaptativo
avisa que está diminuindo de forma muito rápida a distância de segurança com o veículo da frente,
a pré-carga dos freios assume a função de acionar ligeiramente o sistema de frenagem.
Esta pressão de frenagem atua, no máximo, por 5 segundos com uma pressão de 2 bar. Se for
efetivamente acionado o pedal de freio, o sistema reage sem demora e com toda a força no
primeiro impulso de frenagem. Se não for acionado o pedal, a pressão diminui novamente.
Comutação HBA
Para ter à disposição mais rapidamente a potência dos freios quando há o risco de uma colisão, o
servo-freio hidráulico de emergência dispõe de 2 níveis de sensibilidade. O servo-freio hidráulico de
emergência observa os gestos do pedal de freio e intensifica a retenção do veículo quando detecta a
intenção de que ocorra uma frenagem de emergência. O limite de acionamento diminui quando ocorre
a aproximação perigosa do veículo da frente, reduzindo assim a distância de parada.
A comutação para «sensibilidade superior» é realizada ao mesmo tempo que o aviso visual/acústico.
Uma comutação para «sensibilidade máxima» é realizada ao mesmo tempo que o acionamento de
frenagem (acionamento de aviso).
O nível de sensibilidade é mantido, no máximo, durante 5 segundos.
82
Redução da distância de parada AWV2
A redução da distância de parada 2 adverte ativamente o condutor perante uma iminente colisão.
A unidade de controle de cruzeiro adaptativo monitora a distância e a velocidade em relação ao
veículo da frente. Caso ocorra uma aproximação excessiva, informa o condutor em duas fases,
caso não reaja em um tempo definido perante o comportamento do veículo da frente:
yyAviso visual/acústico
yyBreve acionamento de frenagem
Golf 1989 ABS com EDS Mark 2 para guia esquerda; Mark 4 para guia direita
84
Modelo do veículo Ano Dotação de freios Particularidades
New Beetle RSi 2001 ABS com ESP ITT Mark 20 IE
a) Devido às forças transversais diversas nos eixos dianteiro e traseiro é produzido um torque
de guinada.
b) O veículo empurra o eixo dianteiro para fora na curva.
c) O veículo derrapa.
d) A aderência das rodas dianteiras é insuficiente para gerar a força de rolagem lateral
necessária.
a) MSR solicita um torque motor mais intenso para reduzir o torque de inércia do motor.
b) MSR reduz a rotação de marcha-lenta para circular em situações críticas com uma
tração reduzida.
c) MSR reduz o efeito de freio-motor para evitar o bloqueio das rodas em situações
críticas.
d) MSR intensifica o efeito de freio-motor para fornecer uma maior força de frenagem em
situações críticas.
4. Qual roda deve ser freada pelo ESP quando o veículo tende ao sobre-esterçamento?
a) A roda dianteira externa da curva
b) A roda dianteira interna da curva
86
5. Quais das afirmações a seguir sobre ABS são corretas?
88
VOLKSWAGEN do Brasil
Indústria de Veículos Automotores Ltda.
Academia Volkswagen
Via Anchieta, km 23,5
São Bernardo do Campo - SP
CEP 09823-901 - CPI 1177
1ª Edição