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Resumo
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, Brasil (1997), preveem que no final do Ensino
Fundamental o aluno conclua essa etapa com a aprendizagem e domínio de conceitos básicos
sobre Probabilidade, quais sejam: (1) Relacionar o conceito de probabilidade com o de razão;
e (2) Resolver problemas que envolvam o cálculo de probabilidade de eventos simples.
Partindo desse pressuposto definiu-se como objetivo deste trabalho a busca de material
bibliográfico que pudesse subsidiar o ensino de conteúdos probabilísticos para os anos finais
do Ensino Fundamental através de livros paradidáticos. Partiu-se então para a busca de livros
paradidáticos que abordassem o conteúdo de Probabilidade para o Ensino Fundamental bem
como trabalhos didáticos que abordassem esta temática. Acreditamos ser necessário investigar
e buscar uma compreensão mais ampla e fundamentada sobre o uso de livros paradidáticos no
desenvolvimento da leitura e consequentemente nos conteúdos de Probabilidade que se ensina
no Ensino Fundamental. De acordo com Menezes e Santos (2002), os paradidáticos são livros
e materiais que, sem serem propriamente didáticos, são utilizados para este fim. Munakata
(1997), afirma que os paradidáticos têm características próprias, não seguem uma sequência
de conteúdos conforme preconiza o currículo oficial. Dada a importância do estudo dos
conteúdos básicos de probabilidade no mundo contemporâneo e com o propósito de adaptar
recursos como sugestão para os profissionais da educação no uso de paradidáticos, a pesquisa
mostra escassez de material no que se refere ao Ensino de Probabilidade nos anos finais do
Ensino Fundamental.
Introdução
1
Ainda segundo os PCN, Brasil (1997), a sugestão é de que professores incentivem os
alunos a observar os fenômenos, conjeturar hipóteses, fazer levantamento de dados, tratá-los e
analisá-los do ponto de vista da investigação científica. Também estimulem a leitura e a
interpretação de gráficos, de tabelas e de medidas publicadas pelos diversos meios de
comunicação, a fim de que o aluno saiba posicionar-se de forma crítica diante dessas
informações e fornecer-lhes ferramentas para arguir e “desmantelar” informações porventura
falaciosas ou mal-intencionadas (LOPES et al, 2010).
Segundo Smole e Diniz (2001), a predominância do silêncio, no sentido de ausência
de comunicação, ainda é comum nas aulas de Matemática. O excesso de cálculos mecânicos,
a ênfase em procedimentos e a linguagem usada para ensinar Matemática são alguns dos
fatores que tornam a comunicação pouco frequente ou quase inexistente. Ainda afirmam que
as propostas que objetivem uma aprendizagem significativa em Matemática devem abordar
uma variedade de ideias, sejam numéricas, geométricas, relativas às medidas e às noções de
estatística, entre outras, de modo que sejam proporcionadas ao aluno diferentes formas de
perceber a realidade e o conhecimento matemático.
De acordo com os PCN, Brasil (1997), os objetivos das áreas disciplinares são
desenvolvidos e separados por ciclo e para cada um são propostos conteúdos e critérios de
avaliação que são agrupados em blocos temáticos, sendo que nessa pesquisa focou-se no
Ensino de Probabilidade nos anos finais do Ensino Fundamental, especificamente no nono
ano.
A partir da verificação dos conteúdos probabilísticos previstos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil, 1997 e 1998) tem-se como objetivo a criação de
material paradidático para dar subsídios ao ensino de conteúdos probabilísticos para
professores de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental.
Diante disso questionou-se: como organizar o conteúdo? Qual recurso usar? Como e
onde abordar o tema? Como estabelecer relações com outros temas?
1. Referencial Teórico
2. Procedimentos Metodológicos
3. Resultados
2
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2012/default_sintese.shtm
Geografia e Estatística) em que no Brasil tem mais mulheres do que homens, sendo que de
uma população de 196,9 milhões de habitantes 51,3% são mulheres e 48,7% são homens.
Foram definidos então os seguintes personagens principais: o personagem índio
(Kauê), o personagem pardo (Rafael), a personagem japonesa (Kaori), a personagem branca
(Gabriela), a personagem negra (Luíza) e a professora (Rita). Personagens que foram criados
e desenhados por um arte-finalista e que são apresentados na Figura 1.
Pensando nisso, criaram-se personagens fictícios que assumissem esses papéis até
como exemplo para os leitores (alunos, principalmente) dos objetivos dentro das salas de aula,
e do funcionamento da relação cíclica entre os envolvidos, nesses momentos de aprendizado.
Os nomes foram escolhidos aleatoriamente, seguindo o perfil das figuras criadas pelo arte-
finalista.
Coutinho (1994, p. 09) defende a visão frequentista de probabilidade que parece “[...]
mais adequada a um primeiro contato com as probabilidades, pois pode utilizar experimentos
ligados à realidade dos alunos, uma vez que não precisa estar limitado à hipótese de
equiprobabilidade”. A presença da probabilidade frequentista no ensino se justifica por fazer
parte de nosso cotidiano, pois estamos sempre cercados de informações presentes em jornais,
revistas, televisão, internet e noticiários onde a maioria dos dados probabilísticos é calculada
por meio dessa probabilidade.
Considerações Finais
Por se tratar de parte de uma pesquisa que ainda se encontra em seu processo de
desenvolvimento, as análises ainda estão em fase de constituição, visto que a utilização do
livro paradidático ainda não foi efetivado, mesmo assim, já se percebe que, o caminho da
utilização de livros paradidáticos na contribuição na formação de significados dos conteúdos
probabilísticos nas relações é revelador. O livro paradidático, com um aspecto mais informal e
descontraído, orienta, auxilia e forma o cidadão na compreensão do mundo.
Pensando assim, a ideia de elaborar um livro paradidático utilizando conhecimentos
probabilísticos suscitou a busca tanto de conhecer a particularidade que esse tipo de livro traz
como também a exploração do conteúdo sobre Probabilidade na Educação Básica.
Na construção do livro paradidático, percebemos a importância e a função desse
recurso que segundo Trevizan (2008), motiva, exemplifica e aprofunda um conteúdo
específico.
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