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Os 1081 FIAT Uno Turbo i.e.

Fabricados no Brasil

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Guia de compra – Uno Turbo, o foguete da Fiat

Do Uno Turbo ao Fiesta Supercharger: nesta série especial, falaremos da história dos nacionais que saíam de fábrica com algo a mais
motor

Texto: Alexandre Ule Ramos


Fotos: Divulgação

(20-03-07)Coube ao Fiat Uno o privilégio de ser o primeiro carro nacional a sair de fábrica equipado com motor sobrealimentado por
turbocompressor. Com o nome de Uno Turbo i.e., teve vida curta – de maio de 1994 a abril de 1996 –, porém marcante.

Era o único da linha a contar com motor de 1,4 litro, importado da Itália, e equipado com turbina Garret T2, que trabalhava com
pressão máxima de 0,8 bar. Com isso desenvolvia a excelente potência de 116 cv a 6.000 rpm, com torque de 17 kgfm a 3.500 rpm. O
baixo peso do carro (1.065 kg) fazia com que a aceleração de 0 a 100 km/h ficasse abaixo dos 10 segundos, um grande feito entre os
nacionais dos anos 1990, assim como a velocidade máxima pouco abaixo dos 200 km/h.
O câmbio também era de origem italiana, equipando o por aqui o Tempra e o Tipo, além de outros modelos da Fiat com motor de 1,6
litro. Na hora de parar, embora não contasse com ABS, trazia de série o mesmo sistema de freios do Tempra, com discos ventilados
na dianteira de 257 mm de diâmetro. Entre as torres de suspensão dianteiras havia uma barra antitorção, para melhorar o
desempenho do modelo nas curvas mais rápidas e acentuadas e o carro era 10 mm rebaixado em relação ao Uno 1.6 R.

Quanto ao aspecto visual, contava com itens exclusivos, como pára-choque dianteiro com três aberturas (a da esquerda para o
radiador de óleo, a central para o radiador de água e a da direita para o intercooler) e traseiro esportivos e pintados na cor do
veículo, aerofólio sobre o vidro traseiro, saias laterais e aplique sobre as caixas de rodas também pintados na cor do veículo, rodas
exclusivas de aro 14 pol calçadas com pneus 185/60 R14, lanternas com lentes escurecidas na parte superior, além das inscrições
Turbo nos pára-lamas dianteiros.

Por dentro o Uno também trazia vários itens específicos, como painel mais completo (vinha com marcador de temperatura do líquido
de arrefecimento, manômetro do turbo, manômetro de pressão do óleo e velocímetro com marcação até 240 km/h), bancos
esportivos com detalhes em vermelho e volante de três raios, entre outros itens.
Havia apenas dois itens opcionais, que eram o teto solar de vidro e o toca-fitas. Mas a direção hidráulica era de série.

Custando cerca de US$ 25 mil, era caro e exclusivo, e ironicamente fazia parte da mesma linha que apresentava um dos modelos mais
baratos do Brasil, o Uno Mille. Com agravantes como manutenção bem mais cara que os demais Uno, além do seguro naturalmente
mais salgado, sai de linha em abril de 1996. Mas marcou época e entrou para a história do carro nacional tendendo, sem dúvida, a ser
um colecionável daqui a alguns anos. Até porque teve apenas pouco mais de mil unidades produzidas nesse período.

Comprando um Uno Turbo usado

O Uno Turbo i.e. tende a se tornar um carro cada vez mais raro, uma vez que foram produzidas apenas 1081 unidades ao
longo de seus quase dois anos de vida no mercado. Algumas peças externas exclusivas desse modelo, como pára-choques, apliques
e saias laterais, são bastante difíceis de se encontrar. Se o veículo que estiver sendo examinado para compra não contar com esses
itens, desista, pois o custo e o trabalho para encontrá-los não vai compensar. O mesmo vale para alguns equipamentos internos,
como painel de instrumentos e bancos.

No que diz respeito à mecânica, na hora de comprar existem dois caminhos a seguir. Se a busca for pela originalidade, então carros
alterados, com turbinas maiores que a T2 original, além de modificações nos pistões e bielas (já foram vistos carros com outros
motores, até o 1,6-litro), comando de válvulas e outros componentes do motor, não servem. Para os puristas, o motor 1,4-litro é
fundamental, assim como a turbina e demais componentes originais do Turbo.

Já se a idéia é comprar um "foguete" mesmo, então o exemplo acima é aplicável, lembrando que toda a adaptação está sujeita a
quebras. E que, na maior parte dos casos, se houver arrependimento, retornar o veículo dentro à originalidade pode não compensar.
Sem contar que veículos alterados e preparados devem ser examinados cuidadosamente, pois na maior parte dos casos sofreram mais
abusos.

Para ambos os casos, originais e alterados, verifique se o motor não apresenta ruídos metálicos indesejáveis, tanto na parte superior
– denotando problemas no comando de válvulas, tuchos ou outro componente. Verifique também se não está esfumaceando, o que
indica defeitos em sedes de válvulas, anéis ou na própria turbina. A melhor dica é levar o carro a um mecânico de confiança (ou estar
acompanhado dele) e colher uma opinião especializada. Olho vivo e boa sorte!

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