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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

FACULDADE DE LETRAS - FALE

RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA DISCIPLINA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


LÍNGUA PORTUGUESA 2 – PERÍODO LETIVO EXPEPCIONAL/PLE – 2020.1

ESTAGIÁRIO: Nadja Eudocia dos Santos Lins


MATRÍCULA: 19211 PERÍODO: 6° período 2022.1

APRESENTAÇÃO

A disciplina Estágio Supervisionado 2 busca realizar um trabalho de observação de ensino de


literatura na educação básica. Por meio desse componente curricular é possível propor estratégias
pedagógicas que corroborem para a realização de aulas que despertem a reflexão e o pensamento crítico dos
estudantes. Além disso, a partir de tal disciplina o licenciando pode colocar em prática o conhecimento
teórico adquirido durante o estudo de outras disciplinas do curso de Letras, principalmente no que diz
respeito a práticas de ensino e aprendizagem de literatura.

No plano da disciplina em questão é descrito que a matéria tem como objetivo “realizar o trabalho de
observação de ensino de literatura na educação básica; contribuir com um trabalho de regência na disciplina;
refletir criticamente sobre a realidade atual do ensino de literatura no ensino fundamental e no ensino
médio”. Com base nisso, é inegável que tal viés possibilita uma observação/visualização do
desenvolvimento de conteúdos literários em sala de aula, além de promover uma experiência real dos
desafios enfrentados pelos professores para a implementação dos recursos literários nas aulas de LP. O
estagiário, por sua vez, precisa ter uma visão atenta, precisa e estratégica para que, quando atuante, possa
começar a inverter o cenário de pouca valorização literária nas escolas. Foi possível ter acesso ao
desenvolvimento de ensino da literatura por meio de uma experiência vivida no programa Pibid. Tal projeto
aconteceu na Escola Municipal Pompeu Sarmento, sendo a professora mestre de língua portuguesa Mitía, a
docente responsável pela condução da aula.
A disciplina foi orientada na Universidade Federal de Alagoas por intermédio da prof. Dra. Andrea
da Silva Pereira, no semestre de 2022.1, tendo reuniões bimestrais acontecidas de forma presencial no meses
de setembro e dezembro de 2022. A professora usou tais encontros para discorrer a respeito do ensino de
literatura na educação básica e suas nuances. Ela destacou a importância de práticas escolares que valorizem
a literatura em sua totalidade, não se limitando aos livros canônicos. O desenvolvimento da fala da
professora e das leituras sugeridas estão baseados em autores como Cosson (2009), Adichie (2009), Pinheiro
(2006), Todorov (2009), Cereja (2004) e Brasil (2008). É inegável que tais discussões e leituras foram
fundamentais para a construção de novos conhecimentos para abordar a literatura de forma diferenciada em
sala de aula.

1. Contextualização do trabalho de Estágio Supervisionado 2

Atuar sobre as mentes dos sujeitos impactados pela leitura é uma essencial função da literatura. É por
meio dela que o homem tem acesso aos mais diversos tipos de histórias relacionadas a variados assuntos que
enriquecem o vocabulário, o conhecimento e os sentimentos dos indivíduos envolvidos pelo hábito da
leitura literária. A disciplina estágio supervisionado 2 possibilitou, aos estagiários, uma experiência prática
da realidade educacional vivenciada pelo professor, observando os desafios e a construção de elos em sala
de aula entre alunos e docentes.
A observação e atuação do trabalho de um professor é essencial para a formação dos profissionais
dessa área. Esses, por sua vez, a partir de tais vivências que poderá inocentar ou não as práticas pedagógicas
do docente observado, podendo inovar, readaptar e até mesmo criar estratégias de ensino que funcionem
produtividade na rede ensino impactada por esse processo. Paralelo a isso, Todorov, 2022, o.23 relata que
“Em sua aula, na maior parte do tempo, o professor de literatura não pode se resumir a ensinar, como lhe
pedem as instruções oficiais, os gêneros e os registros, as modalidades de significação e os efeitos da
argumentação, a metáfora e a metonímia, a focalização interna e externa etc. Ele estuda também as obras”.
Com base nisso, para que a literatura seja trabalhada em sua totalidade, é necessário que o docente trabalhe e
estude para além do que está pressuposto no livro didático. O professor precisa conhecer o conteúdo das
obras que ele aplica em sala de aula, levando o aluno a refletir sobre a história lida, indagando, criticando e
fazendo comparações do fictício com a realidade atual.

1.1: Estágio de Observação - descrição da Escola

A partir do que foi mencionado, será trazido como exemplo uma experiência vivida por meio do
programa Pibid, conduzido pela Universidade Federal de Alagoas. Tal projeto aconteceu na Escola
Municipal Pompel Sarmento, sendo a professora de língua portuguesa Mitia, a docente responsável pela
condução das aulas juntamente com os pibidianos. No que diz respeito a infraestrutura da escola, ela é um
instituto educacional composto por trinta salas, além de possuir dois laboratórios, um de informática e o
outro de ciências. É composta também pela de diretoria, sala de professores, sala de secretaria e sala de
leitura e sala de recursos multinacionais para atendimento Educacional Especializado. Em resumo, ela é uma
escola com os recursos necessários para o desenvolvimento de um ensino confortável, produtivo e acessível.

No que diz respeito ao projeto pedagógico da escola em questão, diversas são as estratégias utilizadas
nesse recinto para o desenvolvimento de aulas mais inovadoras. Desse modo, a escola é composta por sala
de audiovisual, com ferramentas tecnológicas modernas: tvs, vídeo, som-cd, retroprojetor, dvds, um
laboratório de informática, um laboratório de leitura; sala de recursos multifuncionais, refeitório, cantina,
uma quadra para desporto e lazer. Tudo isso são formas de atrair o aluno para a escola tornando o ensino
mais atrativo e qualificado.

1.2: O contexto do ensino de literatura

O livro didático, principal instrumento de trabalho do professor, foi constatado e introduzido no


Brasil com o objetivo de amenizar “as desigualdades criadas por um sistema econômico e social injusto,
com enormes discrepâncias socioeconômicas entre ricos e pobres” (FREITAG et al., 1989). É inegável que é
a partir dele que os alunos têm acesso aos conteúdos necessários para a aprendizagem, como também a
textos dos mais diferentes gêneros. No que se refere ao ensino da literatura,
o livro didático concebe o ensino de literatura apoiado no tripé conceito de leitura-texto-exercício [...] o
conceito de leitura e de literatura que a escola adota é de natureza pragmática, aquele só se justifica
quando explicita uma finalidade – a de ser aplicado, investido, num
efeito qualquer (ZILBERMAN, 1988, p. 111).
Diante dessa situação, o texto literário acaba não sendo trabalhado em sua totalidade e riqueza,
ficando apenas restringido ao livro didático e a exercícios de memorização. Tal situação é negativa para a
construção de sujeitos letrados literariamente, os quais ficam à mercê de “histórias clássicas”, pautadas em
atividades relacionadas a periodização, escola literária da época e das características presentes na obra, por
exemplo. Ao contrário disso, Ivanda Martins relata que:
[...] a leitura literária deveria ser compreendida, na escola, como ato
de enunciação e coenunciação, tendo em vista o caráter dialógico instaurado entre autor-texto-leitor na
negociação de sentidos que a obra
literária sugere (MARTINS, 2006, p. 93)

Tal concepção, mesmo que não com muita evidência, ainda é visualizada escola Municipal Pompeu
Sarmento. Isso porque foi observado que a professora Mitía trabalha com os alunos obras literárias além
daquelas contidas nos livros didáticos. Trabalhando os textos de forma contextualizada, reconstruindo
sentidos, dialogando, comparando as obras com outras ou com a realidade de mundo. Essas ações articulam
o conhecimento prévio, reflexivo, crítico e plural do aluno.

A literatura precisa ser uma paixão dos estudantes, os podem sentir prazer e interesse em ler os mais
diferentes conteúdos literários e saber usá-los socialmente e internamente. Paralelo a isso, segundo
(Todorov,2022, p.24) “[…] a literatura nos proporciona sensações insubstituíveis que fazem o mundo real se
tornar mais pleno de sentido e mais belo”. Assim, é imprescindível que ações sejam realizadas para a
obtenção de alunos com essa visão, o professor, por sua vez, pode ser o sujeito responsável para incentivar o
estudante a ter o hábito e gosto pela literatura. Todavia, (Todorov, 2022, p.12 ) ainda aponta que “[…]
mantém-se, ainda, quanto ao ensino de literatura, presa a determinados parâmetros, ultrapassados ou
ineficazes, enquanto os alunos caminham livremente em outra direção, infensos aos freios da escola […]”.
Tal realidade, presente em muitos institutos educacionais brasileiros, isso porque ainda existem normas que
incentivam e exijam a abordagem literária no componente curricular da LP, ainda existe uma grande lacuna
no que diz respeito ao ensino da literatura na sala de aula.

De acordo com os Parâmetros


Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa,
[...] o aluno possa estabelecer vínculos cada vez mais estreitos entre o
texto e outros textos, construindo referências sobre o funcionamento
da literatura e entre esta e o conjunto cultural: da leitura circunscrita à
experiência possível ao aluno naquele momento, para a leitura mais
histórica por meio da incorporação de outros elementos, que o aluno
venha a descobrir ou perceber com a mediação do professor ou de outro leitor (BRASIL, 1998, p. 71).

Além de tal documento, a Base Nacional Comum Curricular BNCC também é uma ferramenta
responsável pelo trabalho obrigatório da literatura em sala de aula. Ainda que distante da realidade prática,
documentos normativos como esses são finamentos para nortear os docentes durante o trabalho de ensino
que lhe é devido. Sendo esses profissionais as peças fundamentais para realizar ou até mesmo ressignificar,
inovar e qualificar o ensino da literatura.

Mesmo em meio ao cenário falho de tais ações, por meio do estágio foi possível observar que, na
escola Pompeu Sarmento a docente. Mestre. Mitía, trabalhou de maneira afinca o ensino de literatura com os
alunos do 8° Ano ensino fundamental II. Ela usou estratégias pedagógicas eficientes para o trabalho
literário, tais como rodas de leitura, propostas de releituras canônicas e contemporâneas, gêneros digitais e
narrativas digitais, etc. Todas essas ferramentas estão pautadas em uma perspectiva dos Multiletramentos
com a utilização de textos multimodais/multisemióticos.

1.2.2. Proposta Pedagógica (ensino de literatura)

O sujeito, antes de praticar alguma ação sobre determinado fenômeno, precisa observá-lo e
conhecê-lo. No desenvolvimento de uma proposta pedagógica não é diferente, é necessário observar as
condições de ensino, a realidade e interesse dos alunos para que, a partir disso, sejam preparados os
materiais e a didática necessários para usar no processo de ensino e aprendizagem.
Durante a participação das aulas da Mitia, os primeiros encontros foram compostos de observações
e em seguida sugestões. A prática pedagógica da professora está voltada para o trabalho com textos
multimodais, para inovar tal proposta, foi sugerido pelos estagiários , a incrementação do envolvimento
entre literatura e as Tics (Tecnologia de informação e Comunicação). Com isso, a proposta foi a utilização
do projeto LITERATURA+, a qual teve como objetivo construir interesse no aluno pela leitura literária a
partir do uso das novas tecnologias digitais.
2.1. Base teórica

O uso da literatura como instrumento para a formação de leitores críticos é uma ação fundamental para o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem nas escolas. Quanto a isso, na escola Municipal
Pompeu Sarmento, pensamos como proposta pedagógica a realização da atividade “Entre mim e o autor ”, a
qual proporcionou que os alunos manifestassem seus gostos literários, sem qualquer tipo de censura ou
discriminação. Ficamos abertos ao novo , atual, tradicional, canônico, ou seja, ao diverso. Antes de aplicar
tal atividade, ao iniciar as aulas, fazíamos leituras literárias com o projeto “Me lendo” e em seguida
reflexões sobre aquilo que foi lido. Essa prática além de levar dinamicidade e leveza para as aulas, desperta
o gosto/interesse do aluno pela leitura literária. Consequentemente, cria-se leitores ativos e críticos, letrados
literariamente.

Frente a isso, é inegável que a situação de “leitura única” presente nas escolas contribua para o
apagamento de novas leituras literárias. Essa realidade advém de raizes históricas marcadas por um contexto
em que o espaço da escrita preconiza um padrão estético, o qual é baseado em autores consagrados na
literatura brasileira. Tal concepção corrobora para o preenchimento das prateleiras das bibliotecas com
livros canônicos, desconsiderando outros tipos de obras literárias existentes. Além disso, essa situação
contribui para que os professores trabalhem o ensino de literatura baseado no cânone literário. É diante
dessa conjuntura que os movimentos artísticos literários, os períodos históricos, os principais autores e as
principais características da época são os conhecimentos cobrados para os alunos. Essa situação traz uma
consequência negativa para o ensino da literatura pois

[...] a limitação aos grandes livros torna incompreensível a continuidade da tradição literária, o
desenvolvimento dos gêneros literários e, na verdade, a própria natureza do processo literário, além de
obscurecer o pano de fundo das circunstâncias condicionantes sociais, linguísticas, ideológicas e de outros
tipos. (WELLEK e WARREN, 2003, p. 13).

A visualização da literatura como uma ciência limitada a um grupo de pessoas, obras, logotipos ou época, é
um ideal negativo porque esconde a dinamicididade, mudança e pluralidade presentes no campo literário.
Autores de outras origens, continentes, raças, contemporâneos, com outras ideologias e temas , também
devem ser considerados e trabalhados em sala de aula para ampliar o conhecimento dos alunos, trazendo
novos horizontes de leituras e proporcionando que os estudantes sejam inspirados, reconhecidos e
influenciados a lerem e escrevem obras literárias.
A priorização dos cânones têm invisibilizado muitos artistas, silenciando temas que podem construir um
pensamento crítico dos alunos, tais como temáticas de xenofobia, violência contra a mulher, racismo etc. Os
livros didáticos são importantes ferramentas que podem trazer essas temáticas literárias, todavia a
centralização da influência canônica e do ideal de abordar assuntos considerados politicamente corretos,
atrapalham os alunos a mergulharem em novos oceanos literários e de saírem do tradicional. Assim, é
relevante considerar que,

[...] podemos abandonar, de uma vez por todas, a ilusão de que a categoria ́ ́literatura ́ ́ é ́ ́objetiva ́ ́, no
sentido de ser eterna e imutável. Qualquer coisa pode ser literatura, e qualquer coisa que é considerada
literatura, inalterável e inquestionavelmente – Shakespeare, por exemplo -, pode deixar de sê-lo. [...] A
literatura, no sentido de uma coleção de obras de valor real e inalterável, distinguida por certas propriedades
comuns, não existe. (EAGLETON, 2006, p. 16).

Portanto, a forma convencional de retratar a literatura compromete no investimento da diversidade literária


existente. Partindo dessa situação é importante destacar a literatura da contemporaneidade, pautada no
interesse pela leitura dos alunos a partir de seus gostos e das faixas etárias. O infortúnio de ter de lidar com
textos antigos deve ser uma prática cada vez mais negada , pois estão distanciadas da realidade do público
leitor atual.

2.2. Descrição da Proposta

Na escola municipal Dr. Pompeu Sarmento, foi aplicada uma atividade de releitura de capas de livros com a
turma do 8° ano C, o qual esteve baseado no exercício da criatividade e da apreciação literária. Assim, a
partir da multimodalidade, os estudantes rememoraram as histórias dos livros que mais se identificaram e
trouxeram elementos do enredo para confeccionar a atividade por meio do aplicativo Canva. Oe alunos
elaboraram capas referentes a séries e filmes, para isso eles teriam que usar a criatividade para produzir
conhecimentos com a língua portuguesa.

2.3 Reflexão

Com o objetivo de desenvolver aulas diferenciadas, foram iniciados planejamentos pedagógicas e


estratégicos de ensino, em especial ao ensino da literatura. A atividade de releitura de capas de livros por
meio da atividade “ Releituras criativas, Entre mim e o autor” é um exemplo de estratégia educacional no
que tange ao trabalho literário em sala de aula, a qual está pautada na apreciação literária e ao exercício da
criatividade. Os alunos puderam trazer seus gostos literários para a escola, compartilhando novos autores,
livros e conhecimento. A partir desse trabalho foi possível denotar que

Qualquer que seja a opção metodológica de ensino, ela deve estar comprometida com a formação de leitores
competentes para as necessidades do mundo contemporâneo. (Cereja,2004,
P.320)

Não basta conceder aos alunos o conhecimento tradicional de autores ou épocas literárias para a realização
de supostos vestibulares ou provas, é necessário ampliar e modificar os livros lidos e trabalhados em sala de
aula. É necessário que isso aconteça com um viés pedagógico em que os estudantes possam relacionar a
escrita lida com a realidade de vida manifesta diariamente. As reflexões , críticas, sugestões de resoluções
dos problemas sociais e até mesmo internos podem surgir a partir desse trabalho de olhar o texto para além
do que está escrito, indo além com uma interpretação, observação dos elementos linguísticos, análise e
comparações com o objetivo de chegar em uma determinada conclusão relevante para a vida. Conforme
Cereja

As práticas de leitura na disciplina devam se estender para além dos limites do ensino de literatura,
envolvendo também, além dos gêneros literários, a leitura, a análise e eventualmente a produção de gêneros
do discurso que circulam em diferentes esferas sociais por exemplo, a notícia, a reportagem, o editorial, a
crítica, o relatório, o texto de iniciação científica, o anúncio publicitário, etc. (Cereja,2004, p.318)

Trabalhar o texto/leitura por um viés multimodal é uma questão perceptível na ativadade “Entre mim e o
autor” imposta para os alunos, isso porque por meio dela foi trazido a linguagem verbal e a linguagem não
verbal, sendo essa segunda usada para despertar a criatividade dos aluno. Isso porque eles recriaram uma
nova capa de livro de forma readaptada sem fugir da temática original presente na capa da obra. O objetivo
é trabalhar com os multimodais para a construção de sentido(s) em práticas de leitura a partir de elementos
linguísticos e não linguísticos disponíveis na superfície textual. Essa prática desenvolve uma interação
mediada pelo texto e leitor, produzindo e negociando os sentidos. O uso de recursos multimodais permite
uma dinamicidade leitora, a qual propõe espaços que constroem novos sentidos para os estudantes. Como
preconiza Cereja

Mais densa e mais eloquente que a vida cotidiana, mas não radicalmente diferente, a literatura amplia o
nosso universo, incita-nos a imaginar outras maneiras de concebê-lo e organizá-lo. (Cereja, 2004, p.23)

É assim que a literatura deve ser visualizada pelo aluno e pelo docente, os quais, juntos, podem construir um
ensino literário sem hierarquização de gêneros, raças e modelos culturais mais recentes. Portanto , o
desenvolvimento educacional, cultural e crítico do educando deve ser uma questão amplamente considerada
no desenvolvimento das aulas. O docente , por sua vez, não deve limitar-se apenas nas propostas de ensino
que a escola recomenda, é necessário que ele invista em novos meios didáticos que estabeleçam uma fusão
entre o canône literário e o não canône.

2. REFLEXÕES FINAIS:

Foi um período intenso de muita troca, aprendizagem, observações e análises. O projeto proposto tem sido
de extrema importância para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos envolvidos, como também
proporcionou que licenciandos vivessem a experiência da sala de aula como colaboradores da construção de
um modelo de ensino diferenciado. A partir disso foi possível interagir com os discentes, formulando
práticas pedagógicas inovadoras e atraentes para ajudar na construção de aulas mais produtivas e dinâmicas.

Os alunos, por sua vez, mostraram um progresso na aprendizagem e interação nas aulas síncronas com
o decorrer dos dias. Foi possível considerar a importância de educadores compreensivos com os alunos,
entendendo suas limitações, dificuldades e realidade de vida. Por meio da participação das aulas foi possível
observar e enfrentar/realizar desafios, propostas , estratégias de ensino e pedagogias presentes durante o
ensino e aprendizagem de professores preocupados com um ensino eficiente independente das deficiências
estudantis e escolares. No período vivenciado realizamos projetos pedagógicos, como “Me lendo”, Projeto
Literatura+, Jornal digital, “Conte outra vez”, Capas de livro: “Entre mim e o autor”. Todos eles
contribuíram de forma significativa para a troca de conhecimento e experiências, com o desenvolvimento de
aulas lúdicas, dinâmicas e leves.
REFERÊNCIAS
ADICHIE, C. O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA. Trad. Júlia Romeu. São Paulo: Companhia das
Letras. (2019).
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília:
Secretaria de Educação Fundamental, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Versão final. Brasília: MEC/SEB,
2018.
CEREJA, W. Uma proposta dialógica de ensino de literatura no Ensino Médio. 2004. 330. Tese de
doutoramento. Linguística Aplicada. PUC/SP, SP. Disponível em Microsoft Word - Tese - texto corrido.doc
(diaadia.pr.gov.br).
TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. 2 ed. Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL: 2009.
Disponível em Todorov_A+literatura+em+perigo.pdf (usp.br)
ANEXOS (fotos, links e prints de atividades e/ou propostas destacadas no Relatório - opcional).

Diários
Canto do saber- Pibid (nadjaeudocia.blogspot.com)

1-A professora Mitia deu início com o “Me lendo”, a escuta de uma canção e a leitura de um texto atrativo e
“gostoso” de ouvir. Essas são coisas relaxantes para o início de uma aula que abordará questões complexas
como à gramática. Hoje Mitia discutiu um pouco sobre sintaxe, concordância verbal e ortografia, tudo isso
por meio de gêneros textuais divertidos e atrativos, como tirinha. Por fim tivemos o Kahoot , um aplicativo
(jogo) de perguntas e respostas relacionadas ao assunto abordado.
Os alunos mostraram interesse e compreensão na aula. Isso é importante para que o processo de ensino e
aprendizagem torne-se algo interativo, produtivo e interessante.

2-
A aula foi bastante produtiva e interativa. Os alunos estão cada vez mais participativos, trazendo resultados
cada vez mais satisfatórios. O andamento da dinâmica está na fase de “reconstrução” do texto, isso porque
cada vai refazer o texto criado oralmente de acordo com suas imaginações. A partir disso iremos entrar em
ação novamente para revisarmos esses textos ajudando eles a desenvolverem uma escrita melhor.
Será um trabalho gratificante e necessário , pois teremos muito aprendizado e ações para desenvolver com
os alunos.

3-O encontro de hoje foi muito produtivo, finalmente voltamos às nossas aulas. A professora Mitia iniciou
mostrando temas que serão abordados nos próximo dias,apresentou textos que serão lidos e trabalhados por
nós. Ela usou slides para apresentar essas questões, alguns dos alunos, por sua vez, participaram lendo os
textos apresentados. Abordamos também a respeito da nossa gincana que será realizada daqui a duas
semanas e os preparativos estão a todo vapor. A aula de hoje foi bem leve pois estamos iniciando agora,
acredito que os próximos encontros já serão mais intensos. Por fim, vale destacar que o encontro síncrono é
essencial para ter um contato mais direto com o aluno mostrando os conteúdos e tirando dúvidas.

4- A professora Mitia tirou algumas dúvidas dos alunos sobre a atividade proposta e discorreu sobre gêneros
textuais, explicando a diversidade deles e a função de cada um. Além disso, ela abordou sobre as figuras de
linguagem, explicando a função de cada uma e os tipos existentes. Quanto ao comportamento dos alunos,
eles colaboraram para o desenvolvimento de uma aula tranquila e produtiva, mostrando que entenderam o
conteúdo. Nós pibidianos ficamos apenas observando a aula, adquirindo conhecimento e reflexões.

5-Tivemos um Momento de leitura com os alunos, o qual foi bastante produtivo pois vários alunos se
disponibilizaram para participar da leitura. Essa foi uma questão que permitiu conhecermos a boa leitura (ou
não ) do aluno e a forma como ele se evolve lendo o texto.
- A professora Mitia pergunta para os alunos se existem relações entre os textos que leram com outros tipos
de gêneros textuais. Essa foi uma pergunta pertinente pois mostra para nós a relação que um gênero literário
pode ter com outros, por isso o cuidado ao identificar qual gênero literário o texto tem.
Fotos da escola

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