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PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOLOGIA

DISCIPLINA FILOLOGIA ROMÂNICA

PROFESSOR: Bruno Fregni Bassetto


ALUNA: Ana Elias
RELATÓRIO DE ESTUDO
BASSETO, Bruno Fregni. Elementos de Filologia Românica: História Externa das Línguas, v.1. 2ªed.- São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. (PP. 103-109)

FATORES DE LATINIZAÇÃO
A partir das páginas 103-109 presentes na obra Elementos de Filologia Românica, vol. I. 2ª ed. São Paulo: Edusp,
2005, desenvolva um relatório ou resumo crítico sobre o ponto como o latim se expandiu pelo Império romano,
absorvendo as línguas locais, mas conservando vestígios delas; e como a queda deste Império isolou regiões, propiciando
a formação de várias línguas irmãs.

FICHAMENTO (Com comentário)

Segue abaixo os pontos de destaque e comentários da Obra Elementos de Filologia Românica, vol. I. 2ª
ed. São Paulo: Edusp, 2005 páginas 103-109. Referente aos fatores de latinização que provocou o surgimento
de várias línguas irmãs do latim.
“Latinização ou romanização é a assimilação cultural e linguística dos povos incorporados ao
universo da civilização latina. O fato de tantos povos de língua, raça e cultura diferentes terem adotado
a língua e, pelo menos em parte, a civilização dos vencedores é um fenômeno único na história da
humanidade [...] As conquistas romanas tinham caráter político e econômico; não houve por parte de
Roma pretensão de impor aos conquistados sua língua ou sua religião; ao contrário, considerava o uso
da língua como uma honra.”

As conquistas e consequente expansão de Roma levaram o latim aos povos vencidos. A latinização
ocorreu de diferentes maneiras, profunda para uns, mas superficial para outros.
Durante a difusão do Império Romano a intenção para com os povos conquistados era apenas política e
econômica. Assim, era permitido o uso da língua materna aos vencidos. Não impondo sua língua, o uso do
latim pelos vencidos era visto como motivo de honra e dessa forma entrou em contato com várias famílias
linguísticas. E foi esse o fundamento para a introdução das línguas derivadas do latim.
Um dos fatores importantes de latinização foi o exército romano, pois mesmo não ocorrendo a
imposição da língua latina aos povos conquistados a comunicação com o exército era feita em latim. Dessa
maneira o latim seguiu os passos dos soldados romanos.
“[...]dados mostram a importância do exército como fator de difusão do latim vulgar sob a forma
usada nas províncias de origem ou aprendida no exército, o sermo militaris ou castrensis, variante do
latim vulgar. Em contato permanente com a população subjugada, eram milhares de indivíduos
latinizando, difundindo a cultura e a língua latinas, sem que o percebessem.”
É interessante ressaltar que os soldados iniciavam muito cedo sua vida militar e com isso também
encerravam cedo suas carreiras recebendo como recompensa terras produtivas confiscadas que geralmente
situavam-se em fronteiras. Os soldados casavam e colônias militares eram constituídas.
Existiram ainda outros fatores de considerável importância na latinização como a multiplicação das
colônias civis “O peso e a importância das colônias civis no processo de latinização é evidente; eram
milhares e milhares de pessoas falando o latim em contato direto e constante com a população
autóctone. A rede de relações, que inevitavelmente se estabeleciam, levava a uma uniformização
linguística e cultural”; a instalação da administração romana feita pela aristocracia cuidava da defesa, da
coleta de impostos e atendimento jurídico e usava a modalidade sermo urbanus da língua latina “[...]com o
relacionamento constante com a comunidade da região, pode-se supor um a influência considerável da
norma falada culta, de maior prestígio, dos administradores sobre o latim vulgar. Esse contato
permanente era um obstáculo a que a norma vulgar se modificasse de maneira mais rápida
regionalmente, mantendo-se mais ou menos uniforme nas diversas províncias.”; as obras públicas como
as estradas, o abastecimento de água, os teatros e outros tantos benefícios propiciavam “[...] integração e
coesão entre as partes do Império, construíram obras públicas que serviam a seus intentos, mas
beneficiavam a toda a população.”; e o comércio que também favoreceu a difusão do latim até para regiões
que não pertenciam ao Império “Embora utilizassem uma terminologia própria e técnica, os comerciantes
usavam normalmente o latim vulgar.”
Assim o latim foi se difundindo e expandindo para as terras conquistadas e estabelecendo contato com
outras línguas provocando o nascimento das línguas neolatinas.
Durante toda a expansão do Império Romano e até após a sua queda no contato com outras línguas o
latim suplantou umas, foi por outras suplantado e em alguns casos simplesmente conviveu em situação de
bilingüismo e/ou penetração, é o que nos remete os conceitos de superstrato (Exemplos: árabe e germânico ),
substrato (Exemplo: Itália peninsular) e adstrato (Exemplos: o grego e o latim literário). A influência das línguas
pré-romanas e o contato delas com o latim propiciou o surgimento das outras línguas caracterizando, assim, os
fatores de dialetação.

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