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01/10/2023

Técnicas de Comunicação

Técnicas de
Comunicação

*ECTS: 4
* European Credit Transfer and Accumulation System
(Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos)

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1. A Língua e a Comunicação
 Comunicação, linguagem, língua, fala e discurso
 Processo de comunicação
 Barreiras comunicacionais
 Facilitadores da comunicação: escuta ativa, empatia, assertividade.
 Comunicação oral, escrita e mista
 Funções da linguagem
 Níveis/registos de língua
 Perfis comunicacionais

2. Comunicação Escrita
 Ortografia
 Frase
 Texto literário | Texto não literário
 Texto –coerência e coesão | Reescrita de textos
 Práticas de escrita em documentos técnicos

3. Comunicação Oral
 Práticas de oralidade
 Técnicas de apresentação
 Gestão dos recursos tecnológicos
 Expressão e comunicação: apresentação de projetos em ambiente empresarial

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA -
FALA

1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA

LINGUAGEM (humana)

Consiste na faculdade (cognitivamente organizada e


biologicamente condicionada) de usarmos símbolos verbais para
representar o mundo e, por esse processo, conseguirmos realizar
uma série de atividades.
A nossa capacidade de comunicação resulta, portanto, em
grande parte, da possibilidade de acedermos à linguagem.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA

LINGUAGEM (humana)

Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe linguagem.

1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA - DISCURSO

NÃO VERBAL
Forma de comunicação não verbal, isto é, sem palavras, através do
uso do gesto, da mímica e de sinais convencionais.
Como o gesto e a mímica acompanham, com frequência, o uso da
palavra, a nossa comunicação é simultaneamente verbal e não verbal na
maior parte das vezes (linguagem mista).

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Velocidade a
que
caminhamos
1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA - DISCURSO

NÃO VERBAL

Postura Expressões
Gestos
corporal faciais

Silêncio

1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

VERBAL
A linguagem verbal é o meio de comunicação com que os seres
humanos, de forma sistemática e convencional, recorrendo a sinais sonoros
ou gráficos, partilham a informação ou realizam outros atos de fala.
A faculdade da linguagem verbal concretiza-se em cada uma das
diferentes línguas.

Tabuleta com inscrições na escrita cuneiforme (3100-3000 a.C.)

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

LÍNGUA
Consiste na realização desta capacidade/faculdade de natureza eminentemente social.
Uma língua é um sistema complexo de signos…

O signo linguístico é uma unidade mínima da língua, constituída pelo significado e


significante. É arbitrário e convencional, não havendo relação entre este e a
realidade.
O significado é a ideia transmitida pelo signo, ou seja, o conceito.
O significante é o objeto, físico ou imaginado, formado por sons, imagens ou escrita
que transmitem algum sentido.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

LÍNGUA

Consiste na realização desta capacidade/faculdade de


natureza eminentemente social.
Uma língua é um sistema complexo de signos, partilhado por
uma dada comunidade (é uma herança cultural coletiva), e que, com
pequenas variantes, pode ter extensão no tempo e no espaço.
É constituída por palavras e pelas regras gramaticais que as
combinam em frases. O conhecimento destas regras, mesmo que
intuitivo, é indispensável para nos relacionarmos com o mundo.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

FALA

Cada falante de uma determinada comunidade realiza a língua


num plano concreto, operacionalizando as suas várias possibilidades:
pronúncia, sotaque, ritmo, timbre, seleção de vocabulário, sintaxe
pessoalizada.
A esta forma individual de realizar a língua designa-se por fala.
Esta tem, portanto, uma concretização física, mensurável e
quem a produz é uma entidade empírica.
O conjunto de falantes que utilizam a mesma língua para
comunicarem entre si constitui uma comunidade linguística.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

FALA

«Falante» é o termo que designa o utilizador de uma língua,


portanto, trata-se do sujeito que realiza o ato de fala para
comunicar.
Este, para que possua e domine efetivamente uma língua,
deve possuir três competências: linguística, comunicativa,
metalinguística.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

FALA
COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA

É a capacidade intuitiva que o falante tem para usar a


sua língua materna, e que decorre do processo natural de
aquisição da linguagem.
O falante, por um processo espontâneo, não
explicitado, não consciencializado, é capaz de, na sua língua
materna, produzir e interpretar enunciados, mesmo que nunca
antes produzidos ou ouvidos.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

FALA
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Competência comunicativa é a capacidade que um falante


tem de produzir e receber mensagens e de adequar o seu
discurso aos diferentes contextos (formal ou informal) em que
comunica.
Isto implica um conjunto de saberes e habilidades
necessárias para poder comunicar através da língua (competência
linguística) e o domínio de conhecimentos do uso da linguagem.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA - DISCURSO

FALA

COMPETÊNCIA METALINGUÍSTICA

Competência metalinguística é a capacidade que um falante tem


para refletir sobre os mecanismos da gramática da língua que
habitualmente usa de modo intuitivo, espontâneo.
O desenvolvimento pleno da competência metalinguística implica
instrução explícita e formal, habitualmente em contexto escolar.

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA - DISCURSO

Linguagem
(faculdade
humana)

Fala (concretização
individual)

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1. LINGUAGEM – LÍNGUA - FALA - DISCURSO

DISCURSO

«Discurso» diz respeito ao uso da linguagem no


relacionamento social. Trata-se de um enunciado irrepetível, único,
que ocorre num espaço e num tempo determinados, pressupondo
um saber compartilhado [valores, crenças, conhecimentos] e que se
insere num universo de referência e num contexto situacional.

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HISTÓRIA DA LINGUAGEM

Osso hioide: osso que fica na parte anterior do pescoço, abaixo da mandíbula e à
frente da porção cervical da coluna vertebral. Não está articulado com nenhum outro
osso, apenas com músculos. É apenas suportado pelos músculos do pescoço.
Suporta, por sua vez, a musculatura na base da língua.

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HISTÓRIA DA LINGUAGEM

Osso hioide: Serve de base de apoio para a língua e seu formato e posição
no corpo humano são fundamentais para a articulação de sons em palavras.

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HISTÓRIA DA LINGUAGEM

A área de Broca é o córtex responsável pela


motricidade da fala (mas também na
compreensão), enquanto a área de
Wernicke é a região responsável pela
compreensão verbal (escrita e falada).

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HISTÓRIA DA LINGUAGEM

Existem dois tipos principais de afasia:


•Afasia de Wernicke (recetiva): dificuldade em compreender a linguagem e a
escrita. Costumam falar fluentemente e com um ritmo natural, mas sem nexo. A
maioria das pessoas afetadas também é incapaz de compreender o discurso
dos outros.

•Afasia de Broca (expressiva): a capacidade de produzir palavras é


prejudicada, mas a compreensão e capacidade de formar um conceito são
relativamente preservadas. Articulam as palavras lentamente e com grande
esforço.

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HISTÓRIA DA LINGUAGEM

Julga-se que uma região precursora da moderna área de Broca estaria


envolvida na tradução de gestos em ideias abstratas, interpretando os
movimentos de outros indivíduos como ações significativas com um propósito
inteligente. Argumenta-se que, com o tempo, a capacidade de prever o
propósito de um conjunto de movimentos deu a essa área a capacidade de
lidar com ideias verdadeiramente abstratas e, portanto, eventualmente,
tornou-se capaz de associar sons (palavras) a significados abstratos.

(evidência disto é, por exemplo, a ativação das áreas do cérebro


relacionadas com a linguagem quando se procura decifrar o significado das
sombras feitas com as mãos)

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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Génese
Ao longo da História, invasões, migrações, viagens marítimas
etc. puseram povos em contacto, o que se repercutiu nas respetivas
línguas, desde o desaparecimento de umas (línguas mortas*) à
transformação de outras.
Por contacto, os falantes podem introduzir, de forma consciente
ou inconsciente, traços de uma ou mais línguas na sua língua
materna**.
*«Língua morta» (conceito que se opõe ao de «língua viva») é a que desaparece
por falta de quem a use ou que, por evolução da mesma, acabe por se transformar
numa nova língua. Considera-se, igualmente, «morta» se for apenas usada em
atos formais ou rituais. São exemplos do descrito o fenício, o antigo egípcio, o
sânscrito e o latim.

** Designa-se por «língua materna» a que é apreendida, em primeiro lugar, desde


a infância, no ambiente cultural e natural da mesma. O português é considerado a
língua materna em Portugal e no Brasil (realça-se que Português é língua
segunda para muitos habitantes dos PALOP).

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GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O português no mundo
Há dois fatores essenciais que determinaram a difusão global da língua portuguesa: por um
lado, a partir do séc. XV, a era dos Descobrimentos; por outro, os movimentos migratórios em
busca de melhores condições de vida.
A conjugação deste dois fatores permitiu que o português ganhasse uma projeção a nível
mundial. Esta é a língua nacional de Portugal e Brasil, língua oficial em Angola, Moçambique, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial. Em Macau, o português
é considerado língua oficial (a par do chinês), por um período de 50 anos a partir da integração na
China deste território.

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1.1 ESTRATO, SUBSTRATO E SUPERSTRATO

Empréstimos
Léxico de origem africana, asiática,
americana etc.

SUPERSTRATO
ÁRABE
LÍNGUAS GERMÂNICAS
(VESTÍGIOS)

ESTRATO LATIM

LÍNGUAS PRÉ-
SUBSTRATO
ROMÂNICAS (vestígios)

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1.1 ESTRATO, SUBSTRATO E SUPERSTRATO

ESTRATO

(do latim stratu = camada diferenciada da que lhe é inferior ou superior)

Trata-se da língua que sobreviveu ao contacto com as línguas de

substrato e superstrato. Na Península Ibérica (excetuando o basco), a língua

de estrato é o latim popular/vulgar, falado e difundido por militares e pela

máquina administrativa romana.

Os termos que dão origem às palavras portuguesas são os «étimos».

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1.1 ESTRATO, SUBSTRATO E SUPERSTRATO

SUPERSTRATO
(do latim substratu = o que está sobreposto)

Chama-se língua de superstrato a uma língua de um povo invasor que

influencia a língua do povo invadido, mas que não a substitui. São exemplos

de superstrato germânico as palavras «raça», «guerra», «marca»,

«orgulho», «elmo» e «luva» e de superstrato árabe «açorda, «álcool»,

«algarismo», «alface» e «oxalá».

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1.1 ESTRATO, SUBSTRATO E SUPERSTRATO

SUBSTRATO
(do latim substratu = que está por baixo)

Conjunto vestígios das línguas indígenas que desaparece após o

contacto com a língua de um povo invasor, deixando marcas nessa língua.

São exemplo de palavras anteriores à romanização «bruxa», «mata»,

«sapo», «saco», «sarna» e «esquerdo».

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1.2. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:


geográfica, social e situacional

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA: remete para as diferenças próprias de cada


região do país; geralmente não impedem a comunicação e são também
designadas por dialetos.

Uma língua é, assim, uma junção de subsistemas que divergem entre si,
embora, estes dialetos mantenham elos de coesão.

A difusão global da língua implicou, igualmente, que daí resultassem


variedades da língua portuguesa: variedade europeia, brasileira, africana e
timorense.

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1.2. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:

geográfica, social e situacional

VARIAÇÃO SOCIAL: os falantes que partilham o mesmo ambiente


sociocultural, económico ou educacional utilizam uma mesma variedade de
língua. Também designadas por socioletos, estas variações diferem
conforme a educação, a idade, o género, a origem étnica (herança cultural).

A gíria e a linguagem técnica são dois tipos de socioletos que


resultam de objetivos diferentes: a gíria é um código de comunicação forjado
por um grupo e que torna a mensagem apenas compreensível num circuito
de iniciados.
Quanto à linguagem técnica, esta limita-se a introduzir no discurso
termos de uma área técnica ou científica.
O registo de língua popular exemplifica também uma variedade
social, assim como o calão (linguajar rude, grosseiro, obsceno).

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1.2. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:


geográfica, social e situacional

VARIAÇÃO SITUACIONAL: graças à sua competência comunicativa,

cada falante adapta a língua às diversas situações de comunicação, tendo

em conta o grau de cultura ou a idade dos interlocutores, a relação formal

ou informal existente entre eles, o facto de se tratar de uma comunicação

oral ou escrita.

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1.2. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:


geográfica, social e situacional

VARIAÇÃO SITUACIONAL: resultados da capacidade de adequação aos


diferentes contextos e finalidade comunicativas são os diferentes registos de
língua: cuidado, corrente, familiar e popular.

>> CUIDADO/CULTO: utilizam-se vocábulos menos correntes e


estruturas sintáticas mais complexas.

>> CORRENTE: nível menos formal, vulgar nas relações interpessoais


profissionais.
>> FAMILIAR: registo usado entre amigos e caracterizado pelo emprego de
vocabulário e frases não cuidados, marcas emocionais, interrupções.

>> POPULAR: nível de língua que reflete um menor nível de escolarização,


podendo incluir provérbios, regionalismos e calão.

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1.3. COMUNICAÇÃO

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1.3. COMUNICAÇÃO

A maioria dos teóricos de comunicação usa o termo


(«comunicação») para se referir à troca de informação
entre seres humanos.

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1.3. COMUNICAÇÃO

A comunicação é sistema permanente, ou seja,


estamos em constante comunicação, mesmo que
de forma involuntária e inconsciente.

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1.3. COMUNICAÇÃO

A comunicação é um campo de saberes e técnicas que


abrangem manifestações individuais ou coletivas, as
instituições e as relações de poder.

Apesar da comunicação entre os humanos ter evoluído ao


longos dos tempos, os pressupostos da comunicação mantêm-se:
expressamos sentimentos, vontades, informação, domínio,
submissão etc.

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1.3. COMUNICAÇÃO

Qualquer líder político compreende a importância da


comunicação, porém, o poder comunicação é bem mais amplo:
gestores, empresários, treinadores (todos nós, no fundo) têm
consciência do impacto do que comunicamos.
Aliás, qualquer decisão deve ser acompanhada de um
plano de comunicação que consiga enquadrar a mensagem
pretendida. Quando isso não acontece, corre-se o risco de «matar
à nascença» qualquer decisão, positiva ou não.

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1.3. COMUNICAÇÃO
1.3.1. Competências Comunicacionais

Indivíduos detentores de boas competências comunicacionais


têm mais probabilidades de serem bem-sucedidos .

Gruba e Al-Mahmood (2004, cit. in Rego, 2016) elencam algumas


das competências comunicacionais:

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1.3. COMUNICAÇÃO
1.3.1. Competências Comunicacionais

a) Transmitir ideias a pessoas que possivelmente não


compreendem o significado preciso de determinados conceitos;

b) Ser conciso, confiante e adaptável.

c) Aceitar as críticas e escutar ideias/perspetivas divergentes;

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1.3. COMUNICAÇÃO
1.3.1. Competências Comunicacionais

d) Conduzir reuniões de modo eficaz e com tato diplomático;

e) Saber fazer apresentações, tanto escritas como verbais;

f) Construir argumentos razoáveis e lógicos para suportar


propostas;

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1.3. COMUNICAÇÃO
1.3.1. Competências Comunicacionais

g) verificar a informação que é necessária transmitir e proporcionar a


que é solicitada;

h) Saber escutar, ler e compreender as comunicações dos


interlocutores;

i) Ser sensível/atento às idiossincrasias de cada pessoa;

j) Escrever de forma clara, concisa e com a adequada


intencionalidade;

k) Usar uma linguagem apropriada ao tópico é à audiência.

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