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Língua, Linguagem e Comunicação
Comunicação
Código
Canal
Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou
mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.
Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo
emissor.
Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor, por isso.
Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem
Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo,
jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o
emissor e receptor.
Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo
interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor é desconhecido pelo interlocutor; barulho do local;
voz baixa; dentre outros.
A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo
emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o
entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países
diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim).Sendo assim, o código
utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas,
impossibilitando o processo comunicacional.
Signo linguístico
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo, torna-se necessário analisar mais
criteriosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura transmitir ao receptor, ou seja
é preciso estabelecer uma relação psíquica que une por um vínculo de associação a palavra
CONCEITO/SIGNIFICADO (abstrato) a uma IMAGEM ACÚSTICA/SIGNIFICANTE (impressão psíquica do
som) que é a representação que os nossos sentidos dão ao som imagem acústica.
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Nota-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado (conceito
mental) que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor. O significante suscita no
interior do receptor um outro significado semelhante, mas nunca idêntico, ao do emissor. Esta questão é
importante, ainda que fique provisoriamente em aberto, e permite perceber melhor a diferença que há
entre a linguagem técnico-científica e a linguagem literária.
Importância da Comunicação
O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que
através da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos.
Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as
quais são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação.
Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue
deles: a linguagem verbal.
A criação da linguagem verbal e não verbal entre os seres humanos foi essencial para o
desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.
Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são lhes são
transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não
criaram uma cultura.
Independentemente de qualquer contexto é importante ter considerar que para o desenvolvimento
de uma boa comunicação é imprescindível:
Falar de forma simples e objetiva, pois assim permitirá a transmissão de informações claras;
Retificar com o seu interlocutor se este compreendeu aquilo que quis dizer. Pode pedir-lhe até para
ele resumir por palavras suas aquilo que você lhe disse;
Ser espontâneo.
“Ser objetivo”. Conseguir dizer o que pretende no menor tempo possível, de forma pausada e
calma irá fazer com que o seu interlocutor se foque apenas na mensagem essencial;
Preparar-se para dizer aquilo que quer comunicar, pois assim estará mais seguro durante o
processo de comunicação e conseguirá fazer com que o seu pensamento flua melhor;
Prestar atenção a sua linguagem não verbal bem como à do seu interlocutor, a fim de poder
modificar a intensidade do seu discurso;
Ter vocabulário e ser compreensivo com o seu interlocutor caso seja interrompido;
Procurar colocar-se no lugar do outro, pois ao fazê-lo irá conseguir compreender qual o
enquadramento mental do seu interlocutor, permitindo-lhe apelar a determinados sentimentos e/ou
racionalidade;
Adequar o seu discurso ao seu receptor;
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Aceitar feedbacks da sua comunicação dos mais variados interlocutores. Aceite as observações
que achar pertinentes e conseguirá, da próxima vez que comunicar, uma comunicação mais
eficiente.
Parte I
LÍNGUA: conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma
coletividade; idioma.
Existem milhares de línguas no mundo, porque elas variam a depender de cada povo, cada cultura,
cada época. Por meio da língua as pessoas interagem umas com as outras, construindo textos,
falando, ouvindo, escrevendo ou lendo. A língua é uma das principais formas de marcar a identidade de
um povo.
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade, por isso, faz parte do patrimônio
social e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único
indivíduo, isoladamente, não é capaz de criá-la ou modificá-la.
LINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si. Existem vários tipos
de linguagem: a fala, o gesto, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código de trânsito....
Variação linguística
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A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática
e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode
variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Existem diversas formas de se dizer a mesma coisa em um mesmo
contexto e com o mesmo valor de verdade. (LABOV, 1972).
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades
comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade, estamos
emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito linguístico.
Variedade padrão, língua padrão ou norma culta: baseada no “modo de falar e escrever” dos grupos de
maior prestígio cultural, político e econômico; caracteriza-se pelo uso de estruturas frasais mais
complexas, pelo vocabulário mais elaborado e pela observância às regras da gramática normativa.
Variedade não padrão, língua não padrão: mais espontânea, empregada em situações informais do
cotidiano e caracterizada pelo emprego de frases de estrutura simples, pela pouca (ou nenhuma)
observância às regras da gramática normativa, pelo vocabulário mais comum e pela presença de frases
feitas, expressões populares e gírias.
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.
Espécies de variação
Variação Histórica(diacrônica) -Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas,
período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala,
e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de
significado.
Variação Geográfica (diatópica)- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas
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menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os
padrões linguísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são
graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.É a variedade que possui diferenças em
nível lexical. Ex: mandioca /aipim.
Agora, veja um quadro comparativo de algumas variações de expressões utilizadas nas regiões Nordeste,
Norte e Sul:
Fonéticos ou Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de
“problema”; “bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos ou sintáticos - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu
truci” em vez de “eu trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
Gírias- linguagem informal usado por determinado grupo social com vocabulário rico em expressões
metafóricas, jocosas, elípticas e mais efêmeras que as da língua tradicional. Seu processo de formação
inclui acréscimo de sons ou sílabas, uso de certos códigos etc.
Jargão -é o modo de falar específico de um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o
jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc. Imagine que você foi a um hospital e
ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse: "Em relação à dona Fabiana, o
prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio.
Empregamos a variedade não padrão quando nos comunicamos de maneira mais informal e
espontânea com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito
linguístico. A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está
relacionada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.
A linguagem não é uniforme, sofrendo variação de acordo com o assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade – fatores que se referem à adequação linguística.
Preconceito da Língua
O preconceito linguístico ocorre quando há diferenças linguísticas entre os falantes de um mesmo idioma.
Assim, ele está associado às diferenças regionais — desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques —
desenvolvidas ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de
determinado grupo.
Atualmente, o preconceito linguístico é recorrente e pode ser um fator importante para a exclusão social.
No Brasil, ele pode ser observado com muita facilidade, levando em consideração que muitos creem que a
sua maneira de falar seja superior a de outros grupos.
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Um exemplo claro é observar um sulista que considera a sua maneira de se comunicar mais elegante aos
que vivem no norte e nordeste do país. Vale ressaltar que o Brasil possui dimensões continentais e,
embora todos falemos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidades regionais,
como visto.
Sem entender que as diferenças existem, o preconceito da língua acontece no teor de deboche,
comportamento que pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal e psicológica). Além disso, os
indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico, muitas vezes, adquirem problemas de sociabilidade
ou mesmo distúrbios psicológicos.
Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também dentro de um
próprio estado, são os principais alvos de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na
capital do Estado e outra que vem do interior.
Nesse caso, muitas palavras são usadas para identificar algumas dessas pessoas, usando um tom
pejorativo e depreciativo associado às variedades linguísticas, por exemplo: o caipira, o baiano, o
nordestino, o roceiro etc
Atividades Propostas
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c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos;
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um jogador que tenha cometido uma
infração;
e) discursos políticos e cores das bandeiras.
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem querer, feri alguém?
Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de
mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso
ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a
sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com
naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar
melodias: esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num
reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo;
iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.
(Rubem Braga)
7- A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor
ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?
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8 - Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque
senti no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.
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a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números
etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando
novas mensagens.
13-Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não
sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um
fracasso porque:
a) não conhecia a mensagem
b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor
14-Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto
pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que
é:
16-O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada
a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas
próprias do uso
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a) regional, pela presença do léxico de determinada região do Brasil.
b) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos.
d) coloquial, por meio do registro de informalidade.
e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os
mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de
uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para
marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir
a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português.
Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em
situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria língua.
Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As
variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são simplesmente
diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.”
(FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão do preconceito linguístico.
Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.)
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Seu dotô, só me parece Se não sabe, escute agora,
Que o sinhô não me conhece Que eu vô contá minha história,
Nunca sôbe quem sou eu Tenha a bondade de ouvi:
Nunca viu minha paioça, Eu sou da crasse matuta,
Minha muié, minha roça, Da crasse que não desfruta
E os fio que Deus me deu. Das riqueza do Brasil
Patativa de Assaré., 1932
Vício da fala
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
24- No poema, o falante revela uma relação ambígua com a língua que fala: o português, chegando
mesmo a afirmar que "o português são dois...". Explique em que consiste essa ambiguidade e quais são
esses dois "português".
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25-O autor escolheu o adjetivo esquipáticas, que significa "esquisitas", para caracterizar as
figuras de gramática. Por que ele teria preferido esquipáticas a esquisitas?
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mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a
credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar
ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a
quem doer." (O Estado de São Paulo)
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b) O verbo infinitivo Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à
luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e
saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao
vir um novo amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
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c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o
nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da
respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca."
(Matoso Câmara Jr.)
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d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!"
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e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."
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f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo
ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo
ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se
longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível...Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado
à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
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i)Poética
Que é poesia?
uma ilha cercada
de palavras
por todos os lados.
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
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Um homem que tem fome como qualquer outro
homem.
(Cassiano Ricardo)
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EFEITOS DE SENTIDO
Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão,
esse pode ser compreendido sem ajuda do contexto.
Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo.
Ex. Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
Atividades Propostas
1- “Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a paisagem ao meu redor.”
Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm sentido conotativo. Explique.
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2-A frase em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:
O TEXTO
Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um anúncio visual sem
nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um discurso oral que nunca foi escrito, enfim, os
mais variados arranjos organizados para informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é,
pois, exclusivamente da palavra. . Irene A. Machado
Textum, i, subst. n. Sentido próprio: 1) Tecido, pano. Por extensão: 2) Obra formada de partes
reunidas, contextura. Sentido figurado: 3) Contextura, (do estilo).
Texto, em Português, assim como em Latim, quer dizer “tecido”, entrelaçamento de “fios”. Assim,
produzir um texto é entrelaçar suas várias partes a fim de obter um todo encadeado logicamente, o que
resulta numa rede de relações que garantem a sua unidade e coesão. A essa rede de relações, dá-se o
nome de tessitura textual.
É possível notar que os termos destacados nas frases fazem referência a outras expressões que
aparecem antes ou depois deles, não é mesmo? Em 1, o pronome relativo “que” retoma
o substantivo “carro” que o antecede. Já em 2, o pronome oblíquo “o” apresenta o referente que só
aparecerá na sequência do enunciado.
Esse tipo de mecanismo linguístico é chamado de coesão referencial e, dependendo da posição do termo
a que faz referência, pode ser classificada em anáfora ou catáfora.
Anáfora
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É um mecanismo linguístico por meio do qual um termo recupera um outro termo que o antecedeu no
texto.
Exemplos:
Catáfora
É um mecanismo linguístico no qual o referente aparece depois do item coesivo.
Exemplos:
Só desejamos isto: férias!
Perceba que o pronome demonstrativo “isto” antecede o referente “férias”, que aparece logo depois
.
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Contextualização - Situação comunicativa concreta em que o texto foi produzido
Intertextualidade – Mescla de textos e contextos.. Como é um conceito amplo e passível de
classificações, a intertextualidade pode ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita
e intertextualidade implícita.
Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada principalmente nas
citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente também em diversos anúncios
publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade localiza-se na superfície do texto, pois alguns
elementos nos são fornecidos para que identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo:
A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao texto fonteNo
anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte, facilmente identificada
pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e pela linguagem não verbal. A
composição do anúncio nos transporta imediatamente para o filme “Tropa de Elite”, do cineasta José
Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo popular da produção, que ganhou grande projeção
em nossa sociedade. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da fonte,
fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está inserida nos textos do
tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na publicidade. Observe o exemplo:
A intertextualidade implícita depende da construção de sentidos feita pelo leitor a partir da busca de
inferências em sua própria memória. No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto
fonte, mas essa inferência depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma
referência à música “Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será compreendido
em sua totalidade. Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de
sentidos do texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que a competência
linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas também do conhecimento das
relações intertexto
Tipos de intertextualidade
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Epígrafe: Um texto inicial que tem como objetivo a abertura de uma narrativa. Trata-se de um
registro escrito introdutório que possui a capacidade de sintetizar a filosofia do escritor.
Citação: Referência a uma passagem do discurso de outrem no meio de um texto. Apresenta-se
entre aspas e acompanhada da identidade do criador.
Referência e alusão: O escritor não indica abertamente o evento, ele insinua por meio de
alegorias ou qualidades menos importantes.
Paráfrase: Ocorre quando o escritor reinventa um texto pré-existente, resgatando a filosofia
originária. Termo proveniente do grego “para-phrasis”, que possui o sentido de reprodução de uma
frase. Este tipo de intertexto repete um conteúdo ou um fragmento dele claramente em outros
termos, mas com a preservação da ideia inicial.
Paródia: O autor se apropria de um discurso e opõe-se a ele. Muitas vezes ocorre a desvirtuação
do discurso originário, seja pelo desejo de criticá-lo ou para marcar uma ironia.
Pastiche: Derivado do latim pasticium, o pastiche é compreendido como uma espécie de colagem
ou montagem, resultando em uma colcha de retalhos.
Bricolagem: É um tipo de intertextualidade muito utilizado na pintura e na música, mas que
também aparece na literatura. Ocorre quando a criação de um texto é formado a partir de
fragmentos de outros, em um processo de citação extrema.
Tradução: Caracteriza-se em uma espécie de recriação, na qual um texto passa por uma
adequação em outra língua. Por exemplo, quando um livro em português é traduzido para o
espanhol.
Atividades Propostas
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você deverá substituir os
termos repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova versão ao texto, utilizando os
mecanismos de coesão que julgar convenientes.
Modelo: As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveispara vender os automóveis
mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o
automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis têm prejuízo
Sabendo que automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo de mercadoria ou
produto quando expostos numa revendedora e que uma revendedora de automóveis pode também ser chamada
de concessionária, agência etc, uma possível versão coesiva do texto acima, utilizando os vários mecanismos
de coesão, poderia ser:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O cliente
vai lá com pouco dinheiro, e se tiver que pagar mais caro o produto desiste, e as agências têmprejuízo.
Uma outra versão, utilizando somente o mecanismo de elipse, nos daria o seguinte texto:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando para vender mais caro. O cliente vai com pouco
dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuíz
2 – Faça o mesmo exercício em relação aos textos a seguir, substituindo as palavras em negrito.
Texto l
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou
biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se
suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias
praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência
de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de
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História Natural do Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o
suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas
rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de apenas 2,5
centímetros de comprimento.
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Texto 2
Durante mais de um ano, o artista plástico baiano Emanoel Araújo empreendeu um mergulho
profundo, em busca da produção artística dos negros no Brasil. O resultado pode ser visto na
exposição “A mão Afro-Brasileira”A paciente pesquisa do artista plástico baiano Emanoel Araújo
exigiu fôlego redobrado.Para chegar às raízes negras da arte brasileira, o artista plástico baiano
Emanoel Araújo desceu ao século XV11I, na produção do Barroco e do Rococó. Para avaliar o
momento atual de produção dos artistas negros, o artista plástico baiano Emanoel Araújo convocou
68 artistas negros a enviar obras para a exposição.
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Texto 3
Desde cedo o rádio noticiava: um objeto voador não identificado estava provocando pânico entre os
moradores de Valéria. A primeira reação de Vera foi sair da cama e correr para o porto. Fazia seis
meses que Vera andava trabalhando em Parintins. Vera levantava cedo todos os dias e passava a
manhã inteira conversando com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores RuraisVera estava em
Parintins.tentandoconvencer os trabalhadores a mudar a técnicado plantioda várzea.
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3-Copie do texto palavras e expressões a que os termos grifados se referem.
Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja! Assim, na
primeira oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No entanto, o garoto não lhe
deu muita importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e muitos outros países. Limitou-se a fazê-lo
girar doidamente. Parece que a novidade não o atraiu. Girou tanto o tal do globo que o desprendeu do
suporte de metal. Logo se dispôs a sair jogando futebol com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui
convencê-lo a ir destruir outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-
me lá, no meu escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição!
(Fernando Sabino – Adaptação)
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4- Nesta questão ocorrem alguns fragmentos narrativos que apresentam algum tipo de incoerência. Tente
identificar e explicar o tipo de incoerência que você vê.
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje e talvez para
sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada em manter as milenares
tradições chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei comer com pauzinhos.
Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o nome do Sheng. No dia do seu aniversário, já fazia dois
anos de namoro, ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia recusar e fui.
Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas histórias da família e da China, comi tantas
coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema eu e o Sheng.
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5 - Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras em itálico.
Em outubro de 1839 Paris ainda possuía a mesma mística embriagadora que Chopin experimentara ao
chegar lá em setembro de 1831. a ausência de 11 meses só servira para aumentar seu apaixonado
fascínio pela magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia-se
tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer Mme. Sand e durante vários anos subsequentes
suas afeições ficariam divididas entre as duas. Ambas o adoravam, do mesmo modo que eram, por sua
vez, cultuadas por ele, e ambas eram essenciais à sua existência. Com a saúde debilitada, o jovem
músico não podia sobreviver ao estímulo de uma sem amparo da outra.
ATWOOD, William G. A leoa e se filhote. Trad. Bárbara Heliodora.Rio de Janeiro, Zahar, 1982
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Texto para responder às questões de 6 à 13
PULO DO GATO
O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que, tratando da
sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia – mas a sociologia deve ir para o lugar próprio,
os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em fluído, a reportagem.
Jornalismo é a razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem
diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que
está o chamado “pulo do gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se.
Quanto mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.“E amolou o machado, preparou um toco para
servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e
rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso
poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.” Leads como esse são sempre possíveis na
reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As tragédias, como os cantores famosos, dispensam
apresentações.
SANTAYANA, Mauro. Imprensa: Jornalismo e Comunicação. Ano 1. 11: 34. São Paulo. Feeling Editorial, 1988.
Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de apresentação de um
texto maior.
6- Responda:
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha 1?
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b) Na frase “O grande perigo jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica”, o o em
destaque é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere?
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7-O autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra também faz
pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
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8-Na linha 2 ocorre o conectivo mas, que manifesta uma relação de contradição entre dois enunciados.
Como se explica essa contradição?
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9-Ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com o uso de apenas?
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10-A expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois termos. Quais são os dois
termos dessa relação proporcional?
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11-A quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”.
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12-Em : “e rachou o seu corpo”; : “não era seu filho”. A que termo se refere o pronome possessivo seu
em cada caso?
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13-Em “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
a)O pronome isso faz referência a que elemento do texto?__________________________
b)O advérbio antes reporta a que tempo?_______________________________________
14- Nestas questões, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o
ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os
elementos de coesão adequados.
a) O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente brota
a vegetação.
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b) Uma seca desoladora assolou a região Sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão
disparar.
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c) Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro
do país.
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d) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas
chuvas inundaram a cidade.
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5- Na elaboração dos períodos, uma palavra foi utilizada várias vezes. Reescreva-os utilizando-se de
outros mecanismos coesivos que não seja a repetição.
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a) Eu falei com ele que você não queria que os pintores ficassem trabalhando o dia todo porque eles não
sabem que o silêncio é indispensável para que você possa se concentrar e trabalhar.
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b) Muitos alunos confessaram que não haviam estudado a matéria que caiu na prova de Matemática que
foi marcada para aquele dia pelo professor que a elaborou.
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c) Pediram que eu devolvesse o filme que me foi emprestado pela biblioteca da escola no fim do bimestre
que passou para que ele pudesse ser emprestado a outro aluno.
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17- Faça o que for necessário para evitar a ambiguidade e/ou a incoerência dos períodos a seguir.
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b) Andando pela calçada, o ônibus derrapou e pegou o funcionário quando entrava na livraria.
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18- Explique a ambiguidade das frases abaixo:
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f) O policial prendeu o ladrão em sua casa
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g) Vi o acidente do barco.
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h) Você deve esperar seu irmão e levá-lo em seu carro até o hospital
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19-Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em
outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de
intertextualidade. Leia os seguintes textos:
TEXTO 1
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.
TEXTO 2
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
TEXTO 3
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade
por:
a) reiteração de imagens
b) oposição de ideias
c) falta de criatividade
d) negação dos versos
e) ausência de recursos
27
I-Narração
A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de
caráter dinâmico, onde o verbo predomina.
É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - -
- um narrador na 1° ou 3° pessoa;
- apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram.
A caracterização é a fala dos personagens.
O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o
desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem
(aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não
tem, a princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno
sobre a totalidade dos seres que participam de sua história. Se por acaso, um narrador personagem
passar mais informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da
veracidade do narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como
um mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual.Todo assunto deve
ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo).
Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções.
Ex:"Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos,
Porém, eu tenho esse defeito.
Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando
completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor.
Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, cheia de espinhos, cheias de pedras, sobem a ladeira que levam a
Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.".
A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço.
- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no
mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um
tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer
uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante. Uma outra característica que merece
ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem
ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade sequencial (os fatos seguem-se uns aos
outros, na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de
flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações).
- espaço pode ser:
físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc;
28
em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a
algum tempo. (Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)
Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas
que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que
apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial, com base nos
argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico,
particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada
torna-se aceitável. Exemplo: É proibido entrar nesta sala. (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem
autorização. (sentido específico)
Sugestão de produção de texto com base em esquemas
Esquema básico da dissertação
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
2° parágrafo:desenvolvimento do argumento 1
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.
Exemplo:
Tema: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que
preocupam a todos.
Por quê?
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.
*arg. 2: A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais.
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Texto definitivo
“Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves problemas que
preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida
frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado
por sério desequilíbrio ecológico.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer
entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do
Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade
humana e da colaboração entre as nações.
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da
Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga
Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do
Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de
alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes
contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local
inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de
solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e
indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no
sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um
mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se
perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta,
de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a
Maurício de Souza. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, nº 335, nov.de 1999.
7-Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no
primeiro quadrinho, que é:
a) Faz uma pose bonita!
b)Quer tirar um retrato?
c)Sua barriga está aparecendo!
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d)Olha o passarinho!
e) Cuidado com o flash.
31
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes
sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet:
o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de
expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está
virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as
relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes
censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais
participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem
provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com
pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a
mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir
se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que
desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um
instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...A internet, como espaço de liberdade, não
garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse
fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o
que se pública, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam
ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto
de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que
configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a
todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal
fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma
ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso,
todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares,
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
11-Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de
uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de
informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens,
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo
de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com
verbos no modo imperativo.
32
12-Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles
pertencem:
a)Texto I
“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda
úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se
não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).
_______________________________________________
b)Texto II
“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão
alegre acentuava ainda mais.”
______________________________________
c)Texto III
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas
ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas
tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam”novos produtos, transformando-os em objetos do
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro”
tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto,
desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de
entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto
controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).
________________________________________
33
e) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do texto. A
linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.
Leia o fragmento do conto “A causa secreta”, de Machado de Assis para responder à questão 7.
“Garcia estava atônito. Olhou para ele, viu-o sentar-se tranquilamente, estirar as pernas, meter as mãos
nas algibeiras das calças, e fitar os olhos no ferido. Os olhos eram claros, cor de chumbo, moviam-se
devagar, e tinham a expressão dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira estreita de barba, por baixo
do queixo, e de uma têmpora a outra, curta, ruiva e rara. Teria quarenta anos. De quando em quando,
voltava-se para o estudante, e perguntava alguma coisa acerca do ferido; mas tornava logo a olhar para
ele, enquanto o rapaz lhe dava a resposta. A sensação que o estudante recebia era de repulsa ao mesmo
tempo que de curiosidade; não podia negar que estava assistindo a um ato de rara dedicação, e se era
desinteressado como parecia, não havia mais que aceitar o coração humano como um poço de mistérios”.
(MACHADO DE ASSIS. A causa secreta. In: Machado de Assis – obra completa. v.2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 513.)
13-A partir da análise do trecho do conto, podemos dizer que o texto classifica-se como
a) Um texto de relato, pois transmite os fatos acontecidos com foco no acontecimento;
b) Um texto narrativo, seu material é o fato e a ação que envolve os personagens;
c) Um texto dissertativo, cuja principal intenção é a exposição de opiniões com a intenção de persuadir o
leitor;
d) Um texto narrativo-descritivo, pois é predominantemente narrativo com passagens descritivas;
a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.
b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados
reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação
com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as
frases, geralmente, estão no modo imperativo.
Texto para responder à questão 15
É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime.
Embora não exista ainda na leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido
é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio,
quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais
incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a
confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática
é legalmente condenada.
A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito
a severas punições."
(Dalmo de Abreu Dallan)
1) Uma estrutura superficial, onde afloram os significados mais concretos e diversificados. É nesse nível
que se instalam no texto o narrador, os personagens, os cenários, o tempo e as ações concretas;
2) Uma estrutura intermediária, onde se definem basicamente os valores com que os diferentes sujeitos
entram em acordo ou desacordo;
3) Uma estrutura profunda, onde ocorrem os significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que
se podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si e garantem a unidade do texto inteiro
São muitas e variadas as classificações de leitura, porém, nos deteremos em dois tipos: a leitura
interpretativa e a leitura crítica.
Leitura interpretativa-A leitura interpretativa procura obter uma visão geral do texto. O leitor realiza uma
leitura dos títulos, subtítulos e parágrafos, buscando encontrar a essência do que está lendo.
Nesse tipo de leitura, estão envolvidas: a compreensão, capacidade de entendimento literal da
mensagem; análise, capacidade de verificar as partes constitutivas do texto; síntese, capacidade de
apreender as ideias essenciais do texto; avaliação, capacidade de emissão de um juízo valorativo e
aplicação, capacidade de projeção de novas ideias e obtenção de novos resultados. (MEDEIROS, 2011).
Leitura crítica- A leitura crítica exige do leitor um conhecimento prévio do assunto, exige reflexão e
entendimento de significados. O leitor crítico deve perceber a consistência das ideias apresentadas, a
coerência e a harmonia do texto, para isso, deve (MEDEIROS, 2011):
Ler é uma atividade complexa que exige do indivíduo a capacidade de interpretar os códigos,
símbolos, gráficos, imagens, ou seja, analisar o material lido, a fim de compará-lo e incorporá-lo à sua
bagagem pessoal.
35
Ao entrar em contato com um texto, de uma maneira geral, a leitura passa por diferentes níveis até
que ocorra o aproveitamento do que está sendo lido.
De acordo com Platão e Fiorin (2002, p.37), os três níveis que compõem a estrutura do texto são:
- nível mais superficial: estrutura discursiva;
- nível intermediário: estrutura narrativa;
- nível mais profundo: estrutura profunda.
Em cada um dos níveis, podemos estruturar o que foi lido em planos que vão do concreto ao
abstrato. Dessa maneira temos:
- primeiro nível – nível concreto
- segundo nível – nível concreto para o abstrato
- terceiro nível – nível mais abstrato
No entanto, é preciso destacar que o significado de um nível de leitura não é autônomo, mas se
relaciona com os outros níveis, a partir de uma combinação geradora de sentido e não da simples soma
de suas partes.
Muitas vezes, ao ler um texto, num primeiro momento temos a impressão de que os elementos
identificados no primeiro nível, mais concreto, estão dispersos e caóticos, porém, é na estrutura profunda
do texto que identificamos a unidade fundamental que dá sentido ao aparente caos.
Para alcançar a estrutura profunda de um texto, o nível mais abstrato, é preciso agrupar os sentidos
e significados que têm algo em comum. A partir do agrupamento e confronto da oposição semântica que
vai sendo identificada ao longo do texto, conseguimos chegar à sua estrutura profunda que é marcada
pelo encadeamento da negação de um termo e afirmação de outro.
Um texto organiza-se em torno de oposições de sentido. Para identificar a oposição ou oposições
presentes em um texto, devemos listar os elementos que nele estão em oposição, encontrar um
denominador semântico comum para eles e perceber como esses elementos estão encadeados em um
texto. A oposição regula os sentidos superficiais e explica como se encadeiam os seus significados que
dão sentido ao todo que é o texto.
Para exemplificar cada um dos níveis de leitura, vamos analisar um anúncio publicitário.
36
•na parte verbal temos três períodos. Um dos períodos apresenta letras bem maiores do que os outros
dois;
•no canto inferior direito aparece o logotipo e o nome da empresa responsável pela campanha veiculada
no anúncio.
•a fisionomia do homem traduz a partir da imagem o que está escrito no primeiro período da parte verbal,
reforçando a ideia de que tem gente virando porco;
•a expressão “virar bicho”, que aparece no terceiro período, foi utilizada com o sentido de não refletir sobre
as ações e cometer atitudes inadequadas como a de jogar lixo pela janela do automóvel.
Atividade Proposta
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa,
desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz alta:
― Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro,
gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos, como
namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor
― Muito bem! ― exclama o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo,
limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... Como lá vêm
vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao fresco,
dizendo:
― Infelizmente, amigo Co-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra
vez a festa, sim? Até logo.E rapou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.
5-Leia
a) Transcreva da tirinha:
- uma palavra trissílaba paroxítona:_________________________
- uma palavra trissílaba oxítona: ___________________________
- uma palavra oxítona: __________________________________
- uma palavra monossílaba tônica:________________________
- uma palavra monossílaba átona:_________________________
O sapo e o coelho
O Coelho vivia zombando do Sapo. Achava-o preguiçoso, lerdo, inútil e incapaz de qualquer agilidade. O
sapo ficou zangado e teve uma ideia:
- Quer apostar carreira comigo?
- Com você? – assombrou-se o coelho.
- Justamente! Vamos correr amanhã, você na estrada e eu pelo mato, até a beira do rio...
O coelho riu muito achou que seria facílimo e aceitou o desafio. O sapo reúne todos seus parentes e
distribuiu-os na margem do caminho, com ordem de responder aos gritos do coelho.
Na manhã seguinte, os dois enfileiraram-se e o coelho disparou como um raio, perdendo de vista o sapo
que saíra aos pulos. Correu, correu, correu, parou e perguntou:
- Camarada Sapo?
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Outro sapo respondia dentro do mato:
- Oi?
O coelho recomeçou a correr. Quando julgou que seu adversário estivesse bem longe, gritou:
- Camarada Sapo?
- Oi? – coaxava um sapo. Debalde o coelho corria e perguntava, sempre ouvindo o sinal dos sapos
escondidos. Chegou à margem do rio exausto, mas já encontrou o sapo, sossegado e sereno, esperando-
o. O coelho declarou-se vencido. E o sapo, muito esperto ganhou a disputa e virou herói.
Vocabulário - debalde: em vão; inutilmente
(CASCUDO, Luís da Câmara. Os compadres corcundas e outros contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 88.)
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b) Toda manhã, ela côa o café.
c) Gosto de pêra madura.
d) Preciso pôr as coisas em ordem
12-.Assinale a forma incorreta quanto à acentuação:
a) Eles leem o jornal todos os dias.
b) As meninas têm muitos brinquedos.
c) Os jovens crêem no futuro.
d) Sempre que ando de ônibus, eu enjoo
13- Acentue as palavras, se for necessário: clausula, premio, alias, cancer, arguem toxicomano chines
vatapa, niquel, bau, util, incrivel, vintem, torax, lagrima, compos, joquei, ruina, periodico, atraves, lapis,
assembleia, sensivel, voo, leem, virus, corrego, consul, amaveis, xerox.
14-Coloque os acentos gráficos que faltam:
Há 145 milhões de anos, o ceu foi tomado por pte-rossauros, os repteis alados. Eles se multiplicaram em
novas especies. Foi uma explosão demografica nos ares. (Revista Superinteressante)
15-No texto a seguir, foram omitidos os acentos gráficos. Leia-o com atenção e acentue de forma correta
as palavras que são acentuadas graficamente:
Reciclar o lixo
No mundo - e tambem no Brasil - uma enorme e variada gama de novas tecnologias surge a cada dia,
tornando mais viável e barato reciclar materiais descartaveis para possivel reuso. Os avanços tecnologicos
mais expressivos vem ocorrendo exatamente com o maior vilão da temida quadrilha do lixo: o plastico. Ele
e o detrito de mais dificil degradação na natureza, permanecendo intacto no ambiente as vezes por mais
de 50 anos. Mas, com criatividade e rigor cientifico, modernas tecnicas de reciclagem ja possibilitam a
adoção de diversas saidas para esse dilema. Algumas delas são realmente revolucionarias, como a
produção de um automovel totalmente construido com materiais reciclaveis e um material novissimo
chamado “madeira plastica”, substitui com maior eficiencia e durabilidade madeiras nobres e raras como
mogno e peroba. (Revista Globo Ciencia)
Particularidades da língua
CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua
Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada
pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno
(junção a + a) representado através do acento grave.
A crase pode ser a fusão da preposição a com:
1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.
2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.
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3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.
4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é
possível enviar correspondência.
Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas
vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.
Regras Práticas
1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a
combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:
Amanhã iremos ao colégio / à escola.
Prefiro o futebol ao voleibol / à natação.
Resolvi o problema / a questão.
Vou ao campo / à praia.
Eles foram ao parque / à praça.
2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente
(de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as
formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:
Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.
Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me
pela menina.
Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.
3 - Substitua verbos que transmitem a ideia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase:
Vou a Roma. / Voltei de Roma.
Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da",
HAVERÁ crase:
Vou a Brasília. / Voltei de Brasília.
Vou à Brasília de Juscelino. / Voltei daBrasília de Juscelino .
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma
só ideia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então
haverá crase:
Gente à toa.
Vire à direita.
Tudo às claras.
Hoje à noite.
Navio à deriva.
Tudo às avessas.
No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida,
deixando apenas o "à" expresso, como nos exemplos que seguem:
Sapatos à Luiz XV.
Relógios à Santos Dummont.
Filé à milanesa.
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Churrasco à gaúcha.
No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas
ocorrerá a crase:
À meia-noite.
À uma hora.
À duas horas.
Às três e quarenta
.
Casos Especiais e Dicas
1 - Nome próprio geográfico
Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase
acontece quando a palavra admite artigo "a".
Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:
I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.
II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Atenção:
A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por
um adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:
Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.
Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".
2. Nomes de mulher
Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:
a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com
adiante se demonstra:
Exemplo 1-Contei a Magali o que falei a Ana. ou Contei à Magali o que falei à Ana.
b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase.
Veja exemplos: O filme faz referência a Joana D’Arc. ( Retratou a Joana D’Arc como santa...)
c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é
facultativo.
3. Números Cardinais
Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.
Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.
4. Antes de pronomes possessivos
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O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir
o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome
possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:
Dei férias a / à minha equipe.
Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um
substantivo masculino equivalente.
Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.
Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no
feminino.
Colocação Pronominal
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as,
lhes) em relação ao verbo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições:
1-antes do verbo (próclise)
2- no meio do verbo (mesóclise)
3-depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
Próclise
Usamos a próclise nos seguintes casos:
1)Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum. - Nada me perturba. - Ninguém se mexeu. - De modo algum me afastarei daqui. - Ela nem se
importou com meus problemas.
2)Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que. -
Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - É necessário que a deixe na escola. - Fazia a lista de
convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros
3)Advérbios - Aqui se tem paz. - Sempre me dediquei aos estudos. - Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. - Aqui,
trabalha-se.
4)Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Alguém me ligou? (indefinido) - A pessoa
que me ligou era minha amiga. (relativo) - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
5) Em frases interrogativas. - Quanto me cobrará pela tradução?
6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). - Deus o abençoe! - Macacos me
mordam! - Deus te abençoe, meu filho!
7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se plantando tudo dá. - Em se
tratando de beleza, ele é campeão.
8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos.
Mesóclise
Usada quando o verbo estiver;
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1- no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...)
2- no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...) - Convidar-me-
ão para a festa. - Convidar-me-iam para a festa.
3- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. –
Ex.Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
ÊNCLISE
A ênclise ocorre :
1- verbo no infinitivo.
- Entregar-lhe
- Não posso recebê-lo.
a)Infinitivo
Ex. Não lhe quero dizer o que aconteceu
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Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex. Não lhe ia dizendo a verdade
Não ia dizendo-lhe a verdade.
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“Tá lá um corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
2-Ao invés de – Indica oposição.
Ao invés de se alegrar com o retorno do marido, Amanda desatou a chorar.
b)ser contrário
Somos muito diferentes, suas ideias vem de encontro às minhas.
X- DEMAIS/ DE MAIS
1-DEMAIS – classifica-se como advérbio ou pronome
a)advérbio de intensidade(= muito)
Não se deve comer demais.
b)pronome indefinido (= outros)
Sai da reunião antes que os demais membros tivessem chegado.
2-DE MAIS – é o contrário de menos.
Não vi nada de mais nas suas perguntas.
XI- A PRINCIPIO/ EM PRINCÍPIO
1-Em princípio – significa teoricamente.
Em princípio, sua sugestão é muito boa.
2-A princípio- significa no começo, inicialmente
A princípio, queremos dar-lhes boas vindas.
XI- EU/ MIM
1-Eu – pronome pessoal do caso reto – Sujeito
Este bolo eu para eu preparar
2-Mim –pronome pessoal do caso obliquo (objeto)
Esse bolo é para mim
XII- MEIO/ MEIA
1-Meio - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere (= metade).
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Já se passava de meio-dia e meia quando chegaram ao sítio.
b- advérbio, fica invariável(= um pouco).
As atrapalhadas do Fisco estão meio evidentes
XIII- BASTENTE/BASTANTES
1-Bastante - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere.
Ainda havia bastantes crianças no parque de diversões.
Vocês acham bastantes dificuldades para a realização de uma simples tarefa.
b- advérbio, fica invariável.
A verdade é que todos estavam bastante preocupados com o que lhes poderia acontecer.
Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
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Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.
Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
XIX-Alerta – Menos
Por Exemplo:
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva,
2005.
CEREJA, W. R. &MAGALHÃES, T. C. Gramática: texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual, 1998.
MENDONÇA, Julieta. Manual do texto dissertativo: modo de escrita da redação científica. Foz do
Iguaçu, PR: Associação internacional Editares, 2011.
MUSSALIM, Fernanda (Org.). Introdução a linguística - v. 1: domínios e fronteiras. 9. ed. SãPaulo: Cortez,
2011.
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