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“A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos

aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado


pelo povo.”
Olavo Bilac

Profª. Adrianamar Macedo

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Língua, Linguagem e Comunicação
Comunicação

A palavra comunicação derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa


“partilhar, participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento imprescindível para interação
social humana.
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, utilizando a linguagem. A
comunicação representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Nenhum ato comunicativo acontece sem a presença de alguns elementos nucleares denominados
elementos da comunicação, que permitem que a mensagem transite entre emissor e receptor, conforme
demostra o e esquema abaixo:
Contexto

Código

Emissor —> Mensagem —> Receptor

Canal

 Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou
mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.
 Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo
emissor.
 Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor, por isso.
 Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem
 Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo,
jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
 Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o
emissor e receptor.
 Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo
interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor é desconhecido pelo interlocutor; barulho do local;
voz baixa; dentre outros.
A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo
emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o
entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países
diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim).Sendo assim, o código
utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas,
impossibilitando o processo comunicacional.

Signo linguístico
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo, torna-se necessário analisar mais
criteriosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura transmitir ao receptor, ou seja
é preciso estabelecer uma relação psíquica que une por um vínculo de associação a palavra
CONCEITO/SIGNIFICADO (abstrato) a uma IMAGEM ACÚSTICA/SIGNIFICANTE (impressão psíquica do
som) que é a representação que os nossos sentidos dão ao som imagem acústica.

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Nota-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado (conceito
mental) que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor. O significante suscita no
interior do receptor um outro significado semelhante, mas nunca idêntico, ao do emissor. Esta questão é
importante, ainda que fique provisoriamente em aberto, e permite perceber melhor a diferença que há
entre a linguagem técnico-científica e a linguagem literária.

Importância da Comunicação

O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que
através da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos.
Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as
quais são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação.
Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue
deles: a linguagem verbal.
A criação da linguagem verbal e não verbal entre os seres humanos foi essencial para o
desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.
Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são lhes são
transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não
criaram uma cultura.
Independentemente de qualquer contexto é importante ter considerar que para o desenvolvimento
de uma boa comunicação é imprescindível:

 Falar de forma simples e objetiva, pois assim permitirá a transmissão de informações claras;
 Retificar com o seu interlocutor se este compreendeu aquilo que quis dizer. Pode pedir-lhe até para
ele resumir por palavras suas aquilo que você lhe disse;
 Ser espontâneo.
 “Ser objetivo”. Conseguir dizer o que pretende no menor tempo possível, de forma pausada e
calma irá fazer com que o seu interlocutor se foque apenas na mensagem essencial;
 Preparar-se para dizer aquilo que quer comunicar, pois assim estará mais seguro durante o
processo de comunicação e conseguirá fazer com que o seu pensamento flua melhor;
 Prestar atenção a sua linguagem não verbal bem como à do seu interlocutor, a fim de poder
modificar a intensidade do seu discurso;
 Ter vocabulário e ser compreensivo com o seu interlocutor caso seja interrompido;
 Procurar colocar-se no lugar do outro, pois ao fazê-lo irá conseguir compreender qual o
enquadramento mental do seu interlocutor, permitindo-lhe apelar a determinados sentimentos e/ou
racionalidade;
 Adequar o seu discurso ao seu receptor;

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 Aceitar feedbacks da sua comunicação dos mais variados interlocutores. Aceite as observações
que achar pertinentes e conseguirá, da próxima vez que comunicar, uma comunicação mais
eficiente.

A comunicação é verdadeiramente um elemento fundamental da nossa vivência e por isso mesmo


se torna essencial compreender quais as melhores formas de pô-la em prática. Ela é quem nos liga ao
nosso semelhante através de uma empatia que vai além de qualquer simbolismo ou metáfora comunicada.
É, também, através dela que conseguimos aprender e evoluir como povo e espécie, pois permite a
integração de conteúdos de outros que como nós comunicam, apesar de, por vezes, o fazerem em outras
línguas, outras culturas, ou diferentes rituais.

Parte I
LÍNGUA: conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma
coletividade; idioma.

Existem milhares de línguas no mundo, porque elas variam a depender de cada povo, cada cultura,
cada época. Por meio da língua as pessoas interagem umas com as outras, construindo textos,
falando, ouvindo, escrevendo ou lendo. A língua é uma das principais formas de marcar a identidade de
um povo.
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade, por isso, faz parte do patrimônio
social e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único
indivíduo, isoladamente, não é capaz de criá-la ou modificá-la.

LINGUAGEM: é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si. Existem vários tipos
de linguagem: a fala, o gesto, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código de trânsito....

VERBAL: é aquela cuja unidade é a palavra (seja na forma escrita ou falada).


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NÃO VERBAL: tem unidade diferente da palavra, como o gesto, a imagem, a nota musical, o
sinal de trânsito, etc.
MULTIMODAL, VISUAL ou MISTA: combina unidades próprias de diferentes linguagens (une
linguagem verbal e linguagem não verbal).
DIGITAL- recentemente, com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital, que
permite armazenar e transmitir informações em meios eletrônicos.
Fala e escrita
A língua falada e a língua escrita, embora sejam expressões de um mesmo idioma, apresentam
características que nos permite a identificação de suas particularidades. Apesar da divisão (de cunho
didático), as duas modalidades formam um contínuo linguístico, que é bastante visível em determinados
gêneros textuais, como o chat ou bate-papo pela internet ou por mensagens telefônicas. As diferenças
entre a fala e a escrita são:
FALA ESCRITA
redundante condensada
não planejada planejada
imprecisa precisa
não normatizada normatizada
fragmentária completa

Falo de um modo, mas escrevo de outro?!


De fato, falamos de um modo, mas escrevemos de outro, pois língua escrita e língua falada são
duas modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas suas características próprias.
Quando falamos, além das palavras, utilizamos outros elementos como os gestos, os olhares, a
expressão do rosto e, principalmente, algo chamado entoação da frase. Pela entoação distinguimos uma
frase afirmativa de uma interrogativa, uma frase dita com seriedade de outra dita com ironia, por exemplo.
Quando escrevemos, entretanto, não há mais gestos, nem olhares, nem entoação. Sobram
apenas as palavras. É por isso que, ao redigirmos relatórios, documentos, resenhas ou quaisquer outros
tipos de texto escrito, devemos ter cuidado especial com a pontuação, a ortografia, a concordância e a
colocação das palavras. Do contrário, corremos o risco de não sermos devidamente interpretados; nosso
texto ficará confuso, comprometendo, assim, a comunicação.
É válido ressaltar, também, que a língua escrita não é nem mais nem menos importante que a
língua falada. Não existe "superioridade" de uma ou outra. São apenas modalidades diferentes que se
realizam em situações diferentes.

Variação linguística

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A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática
e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode
variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Existem diversas formas de se dizer a mesma coisa em um mesmo
contexto e com o mesmo valor de verdade. (LABOV, 1972).
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades
comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade, estamos
emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito linguístico.
Variedade padrão, língua padrão ou norma culta: baseada no “modo de falar e escrever” dos grupos de
maior prestígio cultural, político e econômico; caracteriza-se pelo uso de estruturas frasais mais
complexas, pelo vocabulário mais elaborado e pela observância às regras da gramática normativa.
Variedade não padrão, língua não padrão: mais espontânea, empregada em situações informais do
cotidiano e caracterizada pelo emprego de frases de estrutura simples, pela pouca (ou nenhuma)
observância às regras da gramática normativa, pelo vocabulário mais comum e pela presença de frases
feitas, expressões populares e gírias.
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.

Espécies de variação
Variação Histórica(diacrônica) -Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas,
período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala,
e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de
significado.

http://1.bp.blogspot.com/-2dXYJmxaq0g/Ul3WAzUzVVI/AAAAAAAABts/7px5EsqRN54/s1600/01_Blog+Diogo.JPG. Acesso em 03/01/2020

Variação Geográfica (diatópica)- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas
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menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os
padrões linguísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são
graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.É a variedade que possui diferenças em
nível lexical. Ex: mandioca /aipim.

Agora, veja um quadro comparativo de algumas variações de expressões utilizadas nas regiões Nordeste,
Norte e Sul:

Região Nordeste Região Sul Região Norte


Campo Santo – cemitério
Racha – pelada, jogo de futebol Miudinho – pequeno
Alçar a perna – montar a
Jerimum – abóbora Umborimbora? – Vamos embora?
cavalo
Guacho – animal que foi criado
Sustança – energia dos alimentos Levou o farelo – morreu
sem mãe

Variação Social(diastrática)- Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, determinado


pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não
compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de
certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém
oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.  Variação Estilística
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente
familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal,
quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que
não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal
e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de
comunicação.São variedades que possuem diferenças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:

Fonéticos ou Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de
“problema”; “bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos ou sintáticos  - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu
truci” em vez de “eu trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.

Disponível em: http://www.taquiprati.com.br/images/Norma%20culta%20charge-surfista.jpg. Acesso em 05/08/2018

As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um inter-


relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social,
considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos
influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de
prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos
favorecida.
Estilística (diafásica) São as variedades linguísticas que surgem da adequação que o falante faz de seu
nível de linguagem ao estilo exigido pelo texto ou pela situação comunicativa. A crônica, por exemplo, é
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um texto cujo estilo exige uso de linguagem coloquial; a dissertação, por sua vez, exige do redator um
estilo de escrita mais formal. Portanto, caberá ao falante ou redator dominar as diferentes variantes a fim
de adequá-las à situação comunicativa (mais ou menos formal) e ao estilo exigido pelo texto.

 Gírias- linguagem informal usado por determinado grupo social com vocabulário rico em expressões
metafóricas, jocosas, elípticas e mais efêmeras que as da língua tradicional. Seu processo de formação
inclui acréscimo de sons ou sílabas, uso de certos códigos etc.

https://www.google.com.br/search?q=girias&source. Acesso. 10/01/2020

Jargão -é o modo de falar específico de um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o
jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc. Imagine que você foi a um hospital e
ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse: "Em relação à dona Fabiana, o
prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio.

Empregamos a variedade não padrão quando nos comunicamos de maneira mais informal e
espontânea com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito
linguístico. A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está
relacionada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.

A linguagem não é uniforme, sofrendo variação de acordo com o assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade – fatores que se referem à adequação linguística.

Preconceito da Língua
O preconceito linguístico ocorre quando há diferenças linguísticas entre os falantes de um mesmo idioma.
Assim, ele está associado às diferenças regionais — desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques —
desenvolvidas ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de
determinado grupo.
Atualmente, o preconceito linguístico é recorrente e pode ser um fator importante para a exclusão social.
No Brasil, ele pode ser observado com muita facilidade, levando em consideração que muitos creem que a
sua maneira de falar seja superior a de outros grupos.

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Um exemplo claro é observar um sulista que considera a sua maneira de se comunicar mais elegante aos
que vivem no norte e nordeste do país. Vale ressaltar que o Brasil possui dimensões continentais e,
embora todos falemos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidades regionais,
como visto.
Sem entender que as diferenças existem, o preconceito da língua acontece no teor de deboche,
comportamento que pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal e psicológica). Além disso, os
indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico, muitas vezes, adquirem problemas de sociabilidade
ou mesmo distúrbios psicológicos.
Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também dentro de um
próprio estado, são os principais alvos de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na
capital do Estado e outra que vem do interior.
Nesse caso, muitas palavras são usadas para identificar algumas dessas pessoas, usando um tom
pejorativo e depreciativo associado às variedades linguísticas, por exemplo: o caipira, o baiano, o
nordestino, o roceiro etc

Atividades Propostas

1- O conceito de língua pode ser apresentado como:


a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação;
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os membros de uma
comunidade;
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação entre os membros
de uma comunidade.

2 - Pode-se definir a linguagem como:


a) a utilização individual da l íngua;
b) a ação ou a faculdade de utilização da l íngua;
c) a marca própria, individual, que recebe o nome de estilo;
d) a representação do pensamento humano através de sinais que garantem a comunicação e
a interação entre as pessoas;
e) um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual as pessoas se
comunicam entre si.

3-A fala tem por definição:


a) a comunicação coletiva por meio de palavras e combinações de leis;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) o estilo de cada um;
d) é a representação do pensamento humano;
e) um conjunto de sinais que permitem a comunicação.
Trecho para responder à questão 4.
As palavras nunca estão sozinhas. E qualquer discussão sobre a linguagem, seu sentido e sua
natureza deverá, obrigatoriamente, discutir também as condições reais em que ela existe.
(Faraco & Cristóvão Tezza)
4)Baseado no trecho acima, podemos afirmar que:
a) Os conceitos de erro e acerto não são relativos.
b) A diversidade linguística da oralidade está inegavelmente associada à ignorância do falante.
c) A linguagem é uma realidade exclusivamente escrita.
d) Toda língua é um conjunto de variedades que devem ser consideradas.
e) Não há diferença entre a língua falada e a língua escrita.

5 -São exemplos de linguagem verbal:


a) gestos e cores das bandeiras;
b) discursos políticos;

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c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos;
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um jogador que tenha cometido uma
infração;
e) discursos políticos e cores das bandeiras.

6- São exemplos de linguagem não verbal:


a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores;
b) cores das bandeiras e sinais de trânsito;
c) cantigas infantis;
d) discursos políticos;
e) apitos e discursos políticos.

Texto para responder às questões 7 e 8

Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem querer, feri alguém?
Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de
mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso
ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a
sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com
naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar
melodias: esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num
reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo;
iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.
(Rubem Braga)

7- A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor
ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?
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8 - Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque
senti no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.
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9 – Com relação ao conceito de signo linguístico, NÃO é correto afirmar que:


a) É um conceito binário já que se compõe de dois elementos: o significante e o significado.
b) A imagem acústica é o significado da palavra.
c) A imagem psíquica corresponde ao significado da palavra.
d) /m/e/z/a/ corresponde ao significante fônico da palavra mesa.
e) A palavra “mesa” corresponde ao significado da palavra.

10 – Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É claro que


um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato linguístico chama-se:
a) sinônimo.
b) antônimo.
c) semântica.
d) denotação.
e) polissemia
11- O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação,
podemos dizer que o canal é:

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a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala

12- Assinale a alternativa incorreta:

a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números
etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando
novas mensagens.
13-Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não
sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um
fracasso porque:
a) não conhecia a mensagem
b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor

14-Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto
pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que
é:

a) o código que ele utiliza


b) o canal que ele utiliza
c) quem recebe a mensagem
d) quem envia a mensagem
e) o assunto da mensagem
15- A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe, está na hora de acordar”. O que está
destacado é:
a) o emissor
b) o código
c) o canal
d) a mensagem
e) o referente

Texto para a questão 16


S.O.S Português
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse
aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o
que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que
a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com
situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas
modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. 
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).

16-O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada
a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas
próprias do uso

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a) regional, pela presença do léxico de determinada região do Brasil.
b) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos.
d) coloquial, por meio do registro de informalidade.
e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.

Texto para a questão 17

Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados


às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as
muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma,
como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as
outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
                Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado

17-A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:


a) Conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) Sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do
léxico.
c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes.
d) a língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é
prejudicial a um sistema linguístico.

Texto para a questão 18

A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os
mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de
uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para
marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir
a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português.
Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em
situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria língua.
Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As
variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são simplesmente
diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.”
(FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão do preconceito linguístico.
Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.)

18-Sobre o texto de José Luiz Fiorin, é incorreto afirmar:


a) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções
comunicacionais.
b) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação
da identidade de alguns grupos sociais.
c) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.
d) As variedades linguísticas trazem prejuízos à norma-padrão da língua, por isso devem ser
evitadas.

Texto para responder às questões 19,20 e 21.


SEU DOTOR ME CONHECE

12
Seu dotô, só me parece Se não sabe, escute agora,
Que o sinhô não me conhece Que eu vô contá minha história,
Nunca sôbe quem sou eu Tenha a bondade de ouvi:
Nunca viu minha paioça, Eu sou da crasse matuta,
Minha muié, minha roça, Da crasse que não desfruta
E os fio que Deus me deu. Das riqueza do Brasil
Patativa de Assaré., 1932

19-Identifique os exemplos de variação linguística no poema e defina o nível da variação.


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20-Caso o poema fosse redigido na variedade culta da língua portuguesa, o que se perderia no que tange
ao objetivo do poema?
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21- Que palavras empregadas no texto aproxima-o da fala?
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Texto para responder à questões 22

Vício da fala

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade

22-Sobre o poema de Oswald de Andrade, um dos principais representantes da primeira geração do


modernismo brasileiro, é correto afirmar:
a)Oswald, como os demais modernistas da primeira fase, defendia o uso da coloquialidade nos textos
escritos como maneira de alcançar uma linguagem genuinamente brasileira, linguagem que levasse em
consideração os diferentes registros da língua portuguesa.
b) O poema de Oswald tece uma crítica sobre o emprego da coloquialidade nos textos da literatura
brasileira. De acordo com o poema, essa coloquialidade subverte a norma culta da língua, único registro
capaz de representar adequadamente a linguagem poética.
c)O título “Vício da fala” remete à falha dos brasileiros ao reproduzir erradamente fonemas complexos.
Essa simplificação das palavras é prejudicial para o idioma, já que pode vulgarizar a língua portuguesa.
d)Aqueles que subvertem a norma culta ao falar “mio”, em vez de milho, “mió” em vez de melhor, “pió” em
vez de pior, “teiado” em vez de telhado estão prejudicando o entendimento da mensagem, anulando a
comunicação, sua principal finalidade.

Texto para responder à questão 23

“Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados


às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
13
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as
muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma,
como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as
outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
                   Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
23-A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:
a) o conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes.
d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a
um sistema linguístico.
Texto para responder às questões 24 e 25.

AULA DE PORTUGUÊS

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.

Figuras de gramática, equipáticas,


atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esquecia língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério

Carlos Drummond de Andrade

24- No poema, o falante revela uma relação ambígua com a língua que fala: o português, chegando
mesmo a afirmar que "o português são dois...". Explique em que consiste essa ambiguidade e quais são
esses dois "português".

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25-O autor escolheu o adjetivo esquipáticas, que significa "esquisitas", para caracterizar as
figuras de gramática. Por que ele teria preferido esquipáticas a esquisitas?

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14
mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a
credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar
ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a
quem doer." (O Estado de São Paulo)
__________________________________________________

b) O verbo infinitivo Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à
luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e
saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao
vir um novo amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)

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c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o
nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da
respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca."
(Matoso Câmara Jr.)

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d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!"

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e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."

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f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo
ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo
ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se
longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível...Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado
à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
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g) " - Que quer dizer pitosga?

- Pitosga significa míope.


- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
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i)Poética

Que é poesia?
uma ilha cercada
de palavras
por todos os lados.
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto

15
Um homem que tem fome como qualquer outro
homem.
(Cassiano Ricardo)
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EFEITOS DE SENTIDO

Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão,
esse pode ser compreendido sem ajuda do contexto.
Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo.
Ex. Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Sentido figurado é o que as palavras ou expressões adquirem em situações particulares de uso. A


palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é
empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.
Ex: Você tem um coração de pedra.

Atividades Propostas

1- “Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a paisagem ao meu redor.”
Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm sentido conotativo. Explique.

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2-A frase em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:

a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.”


b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”
c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”
d) “...a indústria disparou gordos investimentos.”
e) “Colheu uma revelação surpreendente:...”
Texto para responder à questão 3.
O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por
quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua
paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que
vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da
máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez”
porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de
regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga,
transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À
primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria
haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De
que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens
têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que
escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual
a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem
rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez
sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras
razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
Considere as seguintes afirmações:
I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser
compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.
II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido
da expressão sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.
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III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa
retomada de uma expressão do texto.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente b) I e II, somente c) II, somente d) II e III, somente e) I, II e III

O TEXTO

Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um anúncio visual sem
nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um discurso oral que nunca foi escrito, enfim, os
mais variados arranjos organizados para informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é,
pois, exclusivamente da palavra. . Irene A. Machado

Textum, i, subst. n. Sentido próprio: 1) Tecido, pano. Por extensão: 2) Obra formada de partes
reunidas, contextura. Sentido figurado: 3) Contextura, (do estilo).
Texto, em Português, assim como em Latim, quer dizer “tecido”, entrelaçamento de “fios”. Assim,
produzir um texto é entrelaçar suas várias partes a fim de obter um todo encadeado logicamente, o que
resulta numa rede de relações que garantem a sua unidade e coesão. A essa rede de relações, dá-se o
nome de tessitura textual.

Elementos estruturais de um texto


Três são os elementos indispensáveis a qualquer tipo de texto: estrutura, conteúdo, expressão.
A estrutura abrange três elementos:
a) unidade (ou não-contradição): num texto, deve-se desenvolver um único assunto ou núcleo
temático;
b) organicidade (ou relação): o texto coerente e coeso apresenta um inter-relacionamento de todas
as suas partes, o que resulta num todo articulado;
c) forma: o tipo de composição escolhido, segundo a finalidade: descrição (detalhar algo), narração
(contar uma história), dissertação (elaborar um raciocínio);
O conteúdo requer coerência, coesão e clareza.
a) coerência: estruturação lógico-semântica de um texto – a articulação de ideias que faz com que
numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutors.
É a escolha de ideias que devem ligar-se ao assunto proposto (para que não se fuja do assunto);
b) coesão: conexões gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes
maiores de um texto. (conjunções, pronomes e preposição).
A coesão ocorre quando não há ambiguidades e regências incorretas.
Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada.
O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele.
Observe as frases:
1 – O carro que comprei é automático.
2 – A mãe olhou-o e disse: - Meu filho, está com um olhar cansado.

É possível notar que os termos destacados nas frases fazem referência a outras expressões que
aparecem antes ou depois deles, não é mesmo? Em 1, o pronome relativo “que” retoma
o substantivo “carro” que o antecede. Já em 2, o pronome oblíquo “o” apresenta o referente que só
aparecerá na sequência do enunciado.
Esse tipo de mecanismo linguístico é chamado de coesão referencial e, dependendo da posição do termo
a que faz referência, pode ser classificada em anáfora ou catáfora.
Anáfora
17
É um mecanismo linguístico por meio do qual um termo recupera um outro termo que o antecedeu no
texto.

Exemplos:

 Mariana comprou um novo carro. O veículo é o lançamento do ano.


Perceba a retomada do substantivo “carro” por outro substantivo, “veículo”.

 O doutor está de férias. Ele só retornará aos atendimentos no próximo mês.


Nesse exemplo, houve a retomada do substantivo “doutor” pelo pronome “ele”.

Catáfora
É um mecanismo linguístico no qual o referente aparece depois do item coesivo.

Exemplos:

 Só desejamos isto: férias!
Perceba que o pronome demonstrativo “isto” antecede o referente “férias”, que aparece logo depois
.

 Pedro comprou vários ingredientes: açúcar, farinha, ovos, chocolate em pó e leite.


Note que a expressão “vários ingredientes” antecede o referente que apresenta quais itens Pedro
comprou: “açúcar, farinha, ovos, chocolate em pó e leite.”
Anáfora e catáfora são antecipações ou retomadas de termo presente ou não no texto. A diferença entre
esses mecanismos depende da posição ocupada em relação ao item referido.
Alguns recursos de coesão textual
1.Epíteto- é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.
Ex:Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha
morrido tão cedo.
2.Nominalizações- Ocorre nominalização quando se emprega um substantivo que remete a um verbo
enunciado anteriormente.
Ex:Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por
serem parentes do assassino.

Obs.Pode também ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado.


Ex:Ele não suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não era coisa
para se deixar passar em branco.
3.Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas
Ex:Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de
porta de galinheiro.
4.Repetição de uma palavra- Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for
possível substituí-la por outra.
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos interesses da
classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra
que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é dono da empresa, nem os
representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia
dominante.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à filosofia. São Paulo, Moderna, 1993. p. 50.
5. Um termo-síntese- O País é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de
papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.
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Ex.A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes.
6. Pronomes
 Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
 O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação
integral.
 Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
 Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele
tende a perdoar.
7. Numerais
 Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar
dominando o assunto.
 Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o
contrário.
8.Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)
 Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a “Monalisa”.
9.Elipse
 O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então seu
discurso emocionado.
10. Repetição do nome próprio (ou parte dele)
 Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse que ia gastar
todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.
 Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora
“Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura.
11. Metonímia- Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa
relação de contiguidade semântica.
 O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer
remarcação de preço.
 Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.
12.Associação-Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado
contexto, vínculos precisos de significação.
 São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra
como transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc.
13. Clareza: é a utilização de construções que não sejam ambíguas ou mal estruturadas, de modo a
facilitar o entendimento.
A expressão está diretamente ligada ao domínio da estrutura da língua e do léxico. Estes dois
últimos tópicos são resultados de um plano previamente elaborado e de uma revisão apurada do texto.

Conheça os principais elementos da textualidade:


Intencionalidade – Rerefe-se à comunicação eficiente, que permite que as intenções comunicativas
fiquem claras para o leitor.
Aceitabilidade – Texto compatível com a expectativa do receptor. Depende da qualidade do texto.
Situacionalidade - Adequação do texto ao contexto de comunicação. Orienta o sentido do discurso.
Informatividade - Discurso menos previsível e mais informativo.

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Contextualização - Situação comunicativa concreta em que o texto foi produzido
Intertextualidade – Mescla de textos e contextos.. Como é um conceito amplo e passível de
classificações, a intertextualidade pode ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita
e intertextualidade implícita.
Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada principalmente nas
citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente também em diversos anúncios
publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade localiza-se na superfície do texto, pois alguns
elementos nos são fornecidos para que identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo:

A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao texto fonteNo
anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte, facilmente identificada
pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e pela linguagem não verbal. A
composição do anúncio nos transporta imediatamente para o filme “Tropa de Elite”, do cineasta José
Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo popular da produção, que ganhou grande projeção
em nossa sociedade. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da fonte,
fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está inserida nos textos do
tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na publicidade. Observe o exemplo:

A intertextualidade implícita depende da construção de sentidos feita pelo leitor a partir da busca de
inferências em sua própria memória. No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto
fonte, mas essa inferência depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma
referência à música “Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será compreendido
em sua totalidade. Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de
sentidos do texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que a competência
linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas também do conhecimento das
relações intertexto

Tipos de intertextualidade

Confira a seguir os principais tipos de intertextualidade:

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 Epígrafe: Um texto inicial que tem como objetivo a abertura de uma narrativa. Trata-se de um
registro escrito introdutório que possui a capacidade de sintetizar a filosofia do escritor.
 Citação: Referência a uma passagem do discurso de outrem no meio de um texto. Apresenta-se
entre aspas e acompanhada da identidade do criador.
 Referência e alusão: O escritor não indica abertamente o evento, ele insinua por meio de
alegorias ou qualidades menos importantes.
 Paráfrase: Ocorre quando o escritor reinventa um texto pré-existente, resgatando a filosofia
originária. Termo proveniente do grego “para-phrasis”, que possui o sentido de reprodução de uma
frase. Este tipo de intertexto repete um conteúdo ou um fragmento dele claramente em outros
termos, mas com a preservação da ideia inicial.
 Paródia: O autor se apropria de um discurso e opõe-se a ele. Muitas vezes ocorre a desvirtuação
do discurso originário, seja pelo desejo de criticá-lo ou para marcar uma ironia.
 Pastiche: Derivado do latim pasticium, o pastiche é compreendido como uma espécie de colagem
ou montagem, resultando em uma colcha de retalhos.
 Bricolagem: É um tipo de intertextualidade muito utilizado na pintura e na música, mas que
também aparece na literatura. Ocorre quando a criação de um texto é formado a partir de
fragmentos de outros, em um processo de citação extrema.
 Tradução: Caracteriza-se em uma espécie de recriação, na qual um texto passa por uma
adequação em outra língua. Por exemplo, quando um livro em português é traduzido para o
espanhol.

Atividades Propostas
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você deverá substituir os
termos repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova versão ao texto, utilizando os
mecanismos de coesão que julgar convenientes.
Modelo: As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveispara vender os automóveis
mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o
automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis têm prejuízo

Sabendo que automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo de mercadoria ou
produto quando expostos numa revendedora e que uma revendedora de automóveis pode também ser chamada
de concessionária, agência etc, uma possível versão coesiva do texto acima, utilizando os vários mecanismos
de coesão, poderia ser:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O cliente
vai lá com pouco dinheiro, e se tiver que pagar mais caro o produto desiste, e as agências têmprejuízo.
Uma outra versão, utilizando somente o mecanismo de elipse, nos daria o seguinte texto:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando para vender mais caro. O cliente vai com pouco
dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuíz
2 – Faça o mesmo exercício em relação aos textos a seguir, substituindo as palavras em negrito.

Texto l
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou
biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se
suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias
praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência
de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de

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História Natural do Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o
suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas
rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de apenas 2,5
centímetros de comprimento.
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Texto 2
Durante mais de um ano, o artista plástico baiano Emanoel Araújo empreendeu um mergulho
profundo, em busca da produção artística dos negros no Brasil. O resultado pode ser visto na
exposição “A mão Afro-Brasileira”A paciente pesquisa do artista plástico baiano Emanoel Araújo
exigiu fôlego redobrado.Para chegar às raízes negras da arte brasileira, o artista plástico baiano
Emanoel Araújo desceu ao século XV11I, na produção do Barroco e do Rococó. Para avaliar o
momento atual de produção dos artistas negros, o artista plástico baiano Emanoel Araújo convocou
68 artistas negros a enviar obras para a exposição.
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Texto 3
Desde cedo o rádio noticiava: um objeto voador não identificado estava provocando pânico entre os
moradores de Valéria. A primeira reação de Vera foi sair da cama e correr para o porto. Fazia seis
meses que Vera andava trabalhando em Parintins. Vera levantava cedo todos os dias e passava a
manhã inteira conversando com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores RuraisVera estava em
Parintins.tentandoconvencer os trabalhadores a mudar a técnicado plantioda várzea.
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3-Copie do texto palavras e expressões a que os termos grifados se referem.
Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja! Assim, na
primeira oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No entanto, o garoto não lhe
deu muita importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e muitos outros países. Limitou-se a fazê-lo
girar doidamente. Parece que a novidade não o atraiu. Girou tanto o tal do globo que o desprendeu do
suporte de metal. Logo se dispôs a sair jogando futebol com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui
convencê-lo a ir destruir outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-
me lá, no meu escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição!
(Fernando Sabino – Adaptação)

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4- Nesta questão ocorrem alguns fragmentos narrativos que apresentam algum tipo de incoerência. Tente
identificar e explicar o tipo de incoerência que você vê.
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje e talvez para
sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada em manter as milenares
tradições chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei comer com pauzinhos.
Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o nome do Sheng. No dia do seu aniversário, já fazia dois
anos de namoro, ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia recusar e fui.
Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas histórias da família e da China, comi tantas
coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema eu e o Sheng.
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5 - Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras em itálico.
Em outubro de 1839 Paris ainda possuía a mesma mística embriagadora que Chopin experimentara ao
chegar lá em setembro de 1831. a ausência de 11 meses só servira para aumentar seu apaixonado
fascínio pela magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia-se
tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer Mme. Sand e durante vários anos subsequentes
suas afeições ficariam divididas entre as duas. Ambas o adoravam, do mesmo modo que eram, por sua
vez, cultuadas por ele, e ambas eram essenciais à sua existência. Com a saúde debilitada, o jovem
músico não podia sobreviver ao estímulo de uma sem amparo da outra.
ATWOOD, William G. A leoa e se filhote. Trad. Bárbara Heliodora.Rio de Janeiro, Zahar, 1982

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Texto para responder às questões de 6 à 13
PULO DO GATO
O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que, tratando da
sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia – mas a sociologia deve ir para o lugar próprio,
os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em fluído, a reportagem.
Jornalismo é a razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem
diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que
está o chamado “pulo do gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se.
Quanto mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.“E amolou o machado, preparou um toco para
servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e
rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso
poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.” Leads como esse são sempre possíveis na
reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As tragédias, como os cantores famosos, dispensam
apresentações.
SANTAYANA, Mauro. Imprensa: Jornalismo e Comunicação. Ano 1. 11: 34. São Paulo. Feeling Editorial, 1988.

Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de apresentação de um
texto maior.
6- Responda:
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha 1?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
b) Na frase “O grande perigo jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica”, o o em
destaque é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
7-O autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra também faz
pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
8-Na linha 2 ocorre o conectivo mas, que manifesta uma relação de contradição entre dois enunciados.
Como se explica essa contradição?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
9-Ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com o uso de apenas?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

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10-A expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois termos. Quais são os dois
termos dessa relação proporcional?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
11-A quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”.
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
12-Em : “e rachou o seu corpo”; : “não era seu filho”. A que termo se refere o pronome possessivo seu
em cada caso?
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
13-Em “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
a)O pronome isso faz referência a que elemento do texto?__________________________
b)O advérbio antes reporta a que tempo?_______________________________________
14- Nestas questões, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o
ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os
elementos de coesão adequados.
a) O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente brota
a vegetação.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
b) Uma seca desoladora assolou a região Sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão
disparar.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
c) Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro
do país.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
d) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas
chuvas inundaram a cidade.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
5- Na elaboração dos períodos, uma palavra foi utilizada várias vezes. Reescreva-os utilizando-se de
outros mecanismos coesivos que não seja a repetição.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
a) Eu falei com ele que você não queria que os pintores ficassem trabalhando o dia todo porque eles não
sabem que o silêncio é indispensável para que você possa se concentrar e trabalhar.
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

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b) Muitos alunos confessaram que não haviam estudado a matéria que caiu na prova de Matemática que
foi marcada para aquele dia pelo professor que a elaborou.
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
c) Pediram que eu devolvesse o filme que me foi emprestado pela biblioteca da escola no fim do bimestre
que passou para que ele pudesse ser emprestado a outro aluno.
_____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

17- Faça o que for necessário para evitar a ambiguidade e/ou a incoerência dos períodos a seguir.

a)Desde os quatro anos minha mãe me ensinava a ler e escrever.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

b) Andando pela calçada, o ônibus derrapou e pegou o funcionário quando entrava na livraria.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

c) Depois da consulta o ginecologista lhe disse que estava esperando um bebê.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

d)O celular tocou ao entrar em casa para pegar a chave do carro.

_______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

e) Para não ser atacado, o cão teve que ficar preso.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

f)Alugam-se quartos, a moças, com banheiro anexo no primeiro andar.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
18- Explique a ambiguidade das frases abaixo:

a) A empregada lavou as roupas que encontrou no tanque.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

b) Comi um churrasco num restaurante que era gostoso.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

c) Estivemos na escola da cidade que foi destruída pelo incêndio.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

d)O juiz declarou ter julgado o réu errado.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
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f) O policial prendeu o ladrão em sua casa

_______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

g) Vi o acidente do barco.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
h) Você deve esperar seu irmão e levá-lo em seu carro até o hospital

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

19-Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em
outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de
intertextualidade. Leia os seguintes textos:

TEXTO 1

Quando nasci, um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”

ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.

TEXTO 2

Quando nasci veio um anjo safado


O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.

BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.  
 
TEXTO 3

Quando nasci um anjo esbelto


Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Essa espécie ainda envergonhada.

PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade
por:

a) reiteração de imagens
b) oposição de ideias
c) falta de criatividade
d) negação dos versos
e) ausência de recursos

27
I-Narração
A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de
caráter dinâmico, onde o verbo predomina.
É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - -
- um narrador na 1° ou 3° pessoa;
- apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram.
A caracterização é a fala dos personagens.
O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o
desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem
(aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não
tem, a princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno
sobre a totalidade dos seres que participam de sua história. Se por acaso, um narrador personagem
passar mais informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da
veracidade do narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como
um mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual.Todo assunto deve
ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo).
Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções.
Ex:"Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos,
Porém, eu tenho esse defeito.
Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando
completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor.
Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, cheia de espinhos, cheias de pedras, sobem a ladeira que levam a
Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.".
A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço.
- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no
mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um
tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer
uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante. Uma outra característica que merece
ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem
ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade sequencial (os fatos seguem-se uns aos
outros, na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de
flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações).
- espaço pode ser:
físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc;

28
em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a
algum tempo. (Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)
Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas
que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que
apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial, com base nos
argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico,
particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada
torna-se aceitável. Exemplo: É proibido entrar nesta sala. (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem
autorização. (sentido específico)
Sugestão de  produção de texto com base em esquemas
Esquema básico da dissertação 
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
2° parágrafo:desenvolvimento do argumento 1
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.
Exemplo:
Tema: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que
preocupam a todos.
Por quê?
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.
*arg. 2: A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais.
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Texto definitivo
“Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves problemas que
preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida
frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado
por sério desequilíbrio ecológico.
 Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer entre Estados, quer
entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do
Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos com tristeza, a falência da solidariedade
humana e da colaboração entre as nações.
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da
Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga
Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra do
Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de
alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes
contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local
inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de
solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e
indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no
sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um
mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não há como se
perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que a introdução apresenta,
de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E lembre-se de que a

3-Assinale o trecho com características dissertativas.


a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro.
b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.
c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.
29
d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas.
e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas.
4-Marque o texto com características narrativas.
a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.
b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.
5- Assinale a afirmativa errada.
a) Na dissertação, o centro é a ideia.
b) No discurso direto é empregado um verbo de elocução.
c) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre
d) O texto descritivo está centrado no objeto.
e) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa.
6-Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo:
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis.
Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse tempo, vieram trazer-lhe
uma carta; ele leu-a, empalideceu muito e fechou-a com a mão trêmula.”
(Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

a)É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.


b)Não se trata de texto narrativo,pois não há personagens.
c)É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
d)O texto não apresenta personagem-narrador.
e)Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.

Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um


termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados, como se vê nos quadrinhos a
seguir.

Maurício de Souza. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, nº 335, nov.de 1999.
7-Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no
primeiro quadrinho, que é:
a) Faz uma pose bonita!
b)Quer tirar um retrato?
c)Sua barriga está aparecendo!

30
d)Olha o passarinho!
e) Cuidado com o flash.

8-O texto em quadrinhos é:


a) Uma descrição.
b) uma dissertação com passagens descritivas.
c) uma narração.
d) um texto argumentativo.
e) uma narração com descrição.

9- Classifique os trechos abaixo. Marque:


     (A) Narração
     (B) Descrição
     (C) Dissertação
1.(   ) Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. marcos
da Fonseca. No local, habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um
dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio.
2.(   ) O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros
conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além
do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.
3.(   ) Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmente ou através de meios de comunicação, era levada a
sentir que dele emanava uma serenidade e autoconfiança próprias daqueles que vivem com sabedoria e
dignidade.
4.(    ) De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem
a nação tanto precisava naquele momento de desamparo.
5.(    ) Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a
caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter
essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que,
por ser pacífico será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
6.( ) O homem, dono da barraca de tomates, tentava, em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei por
que brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensamente gorda, monstruosa, erguia os enormes braços e,
com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar, com medo de que ela
destruísse a barraca - e talvez o próprio homem - devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando e se
empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim como os tomates, ou até
mais.
10-Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:
a)Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.
b)Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados
reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação
com o tempo real.
c)Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as
frases, geralmente, estão no modo imperativo.

Texto para responder à questão 11.

Internet e a importância da imprensa

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Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes
sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet:
o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de
expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está
virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as
relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes
censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais
participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem
provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com
pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a
mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir
se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que
desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um
instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...A internet, como espaço de liberdade, não
garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse
fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o
que se pública, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam
ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto
de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que
configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a
todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal
fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma
ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso,
todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares,
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. 
                                       (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
11-Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de
uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de
informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens,
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo
de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com
verbos no modo imperativo.
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12-Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles
pertencem:

a)Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda
úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se
não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).

_______________________________________________

b)Texto II

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão
alegre acentuava ainda mais.”

______________________________________

c)Texto III

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas
ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas
tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam”novos produtos, transformando-os em objetos do
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro”
tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto,
desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de
entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto
controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

________________________________________

6-Sobre um texto do tipo descritivo, é correto afirmar:


a) Sua principal característica é narrar um fato fictício ou não, com tempo e espaço bem definidos e
personagens que executam as ações que movimentam o enredo.
b) Sua principal característica é explicar um assunto e discorrer sobre ele. Tem como intenção expor um
argumento e defendê-lo.
c) Sua principal característica é completar os elementos da narrativa com a caracterização de personagem
e de ambiente para transmitir ao leitor dados significativos sobre as personagens.
d) Sua principal característica é indicar como realizar uma ação, com linguagem simples e objetiva e
predomínio do modo imperativo.

33
e) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do texto. A
linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.

Leia o fragmento do conto “A causa secreta”, de Machado de Assis para responder à questão 7.
“Garcia estava atônito. Olhou para ele, viu-o sentar-se tranquilamente, estirar as pernas, meter as mãos
nas algibeiras das calças, e fitar os olhos no ferido. Os olhos eram claros, cor de chumbo, moviam-se
devagar, e tinham a expressão dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira estreita de barba, por baixo
do queixo, e de uma têmpora a outra, curta, ruiva e rara. Teria quarenta anos. De quando em quando,
voltava-se para o estudante, e perguntava alguma coisa acerca do ferido; mas tornava logo a olhar para
ele, enquanto o rapaz lhe dava a resposta. A sensação que o estudante recebia era de repulsa ao mesmo
tempo que de curiosidade; não podia negar que estava assistindo a um ato de rara dedicação, e se era
desinteressado como parecia, não havia mais que aceitar o coração humano como um poço de mistérios”.
(MACHADO DE ASSIS. A causa secreta. In: Machado de Assis – obra completa. v.2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 513.)

13-A partir da análise do trecho do conto, podemos dizer que o texto classifica-se como
a) Um texto de relato, pois transmite os fatos acontecidos com foco no acontecimento;
b) Um texto narrativo, seu material é o fato e a ação que envolve os personagens;
c) Um texto dissertativo, cuja principal intenção é a exposição de opiniões com a intenção de persuadir o
leitor;
d) Um texto narrativo-descritivo, pois é predominantemente narrativo com passagens descritivas;

14)Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:

a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.

b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados
reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação
com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.

d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as
frases, geralmente, estão no modo imperativo.
Texto para responder à questão 15

É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime. 
Embora não exista ainda na leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido
é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio,
quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais
incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a
confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática
é legalmente condenada.
A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito
a severas punições."
(Dalmo de Abreu Dallan)

15-Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação:


a) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espaço e
num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações 
subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos;
b) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas,
bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da
denúncia;
34
c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimentos 
denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de orações subordinadas,
que expressam o prolongamento da ideias repudiadas;
d) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da
repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predominância de orações
coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
e) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre 
metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predominância de orações subordinadas, próprias de
uma linguagem formal, natural para esse contexto.

Texto para responder à questão 10

As estruturas e várias possibilidades de leitura de um texto

O texto admite três planos distintos na sua estrutura:

1) Uma estrutura superficial, onde afloram os significados mais concretos e diversificados. É nesse nível
que se instalam no texto o narrador, os personagens, os cenários, o tempo e as ações concretas;

2) Uma estrutura intermediária, onde se definem basicamente os valores com que os diferentes sujeitos
entram em acordo ou desacordo;
3) Uma estrutura profunda, onde ocorrem os significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que
se podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si e garantem a unidade do texto inteiro

São muitas e variadas as classificações de leitura, porém, nos deteremos em dois tipos: a leitura
interpretativa e a leitura crítica.
Leitura interpretativa-A leitura interpretativa procura obter uma visão geral do texto. O leitor realiza uma
leitura dos títulos, subtítulos e parágrafos, buscando encontrar a essência do que está lendo.
          Nesse tipo de leitura, estão envolvidas: a compreensão, capacidade de entendimento literal da
mensagem; análise, capacidade de verificar as partes constitutivas do texto; síntese, capacidade de
apreender as ideias essenciais do texto; avaliação, capacidade de emissão de um juízo valorativo e
aplicação, capacidade de projeção de novas ideias e obtenção de novos resultados. (MEDEIROS, 2011).

Leitura crítica- A leitura crítica exige do leitor um conhecimento prévio do assunto, exige reflexão e
entendimento de significados. O leitor crítico deve perceber a consistência das ideias apresentadas, a
coerência e a harmonia do texto, para isso, deve (MEDEIROS, 2011):

•separar ideias principais das secundárias;


•relacionar ideias paralelas e ideias opostas;
•reconhecer as orações coordenadas e subordinadas que constituem um texto;
•ordenar a sequência de ideias;
•analisar os nexos lógico

Níveis de leitura de um texto

          Ler é uma atividade complexa que exige do indivíduo a capacidade de interpretar os códigos,
símbolos, gráficos, imagens, ou seja, analisar o material lido, a fim de compará-lo e incorporá-lo à sua
bagagem pessoal. 

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          Ao entrar em contato com um texto, de uma maneira geral, a leitura passa por diferentes níveis até
que ocorra o aproveitamento do que está sendo lido.
          De acordo com Platão e Fiorin (2002, p.37), os três níveis que compõem a estrutura do texto são:
- nível mais superficial: estrutura discursiva;
- nível intermediário: estrutura narrativa;
- nível mais profundo: estrutura profunda.
 Em cada um dos níveis, podemos estruturar o que foi lido em planos que vão do concreto ao
abstrato. Dessa maneira temos:
- primeiro nível – nível concreto
- segundo nível – nível concreto para o abstrato
- terceiro nível – nível mais abstrato
No entanto, é preciso destacar que o significado de um nível de leitura não é autônomo, mas se
relaciona com os outros níveis, a partir de uma combinação geradora de sentido e não da simples soma
de suas partes.
Muitas vezes, ao ler um texto, num primeiro momento temos a impressão de que os elementos
identificados no primeiro nível, mais concreto, estão dispersos e caóticos, porém, é na estrutura profunda
do texto que identificamos a unidade fundamental que dá sentido ao aparente caos.
          Para alcançar a estrutura profunda de um texto, o nível mais abstrato, é preciso agrupar os sentidos
e significados que têm algo em comum. A partir do agrupamento e confronto da oposição semântica que
vai sendo identificada ao longo do texto, conseguimos chegar à sua estrutura profunda que é marcada
pelo encadeamento da negação de um termo e afirmação de outro.
          Um texto organiza-se em torno de oposições de sentido. Para identificar a oposição ou oposições
presentes em um texto, devemos listar os elementos que nele estão em oposição, encontrar um
denominador semântico comum para eles e perceber como esses elementos estão encadeados em um
texto. A oposição regula os sentidos superficiais e explica como se encadeiam os seus significados que
dão sentido ao todo que é o texto.
          Para exemplificar cada um dos níveis de leitura, vamos analisar um anúncio publicitário.

Depois de ler o anúncio apresentado, podemos depreender os seguintes significados:

Primeiro nível de leitura – nível mais superficial

•identificamos uma parte verbal e outra não-verbal;


•na parte não-verbal há a imagem de um homem com nariz de porco segurando o volante de um
automóvel;

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•na parte verbal temos três períodos. Um dos períodos apresenta letras bem maiores do que os outros
dois;
•no canto inferior direito aparece o logotipo e o nome da empresa responsável pela campanha veiculada
no anúncio. 

Segundo nível de leitura – nível intermediário

•a fisionomia do homem traduz a partir da imagem o que está escrito no primeiro período da parte verbal,
reforçando a ideia de que tem gente virando porco;
•a expressão “virar bicho”, que aparece no terceiro período, foi utilizada com o sentido de não refletir sobre
as ações e cometer atitudes inadequadas como a de jogar lixo pela janela do automóvel.

Terceiro nível de leitura – nível mais profundo

•a propaganda constitui-se de uma oposição: o racional versus o irracional;


•o homem é dotado de racionalidade, porém, quando joga lixo nas estradas torna-se um animal irracional.
•nega a irracionalidade e afirma a racionalidade.
•a propaganda apresenta a mensagem de que as pessoas que dirigem automóveis (motoristas) não
devem jogar lixo nas estradas.

Atividade Proposta

Texto para responder às questões 1,2 e 3

O GALO QUE LOGROU A RAPOSA

Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa,
desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz alta:
― Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro,
gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos, como
namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor
― Muito bem! ― exclama o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo,
limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... Como lá vêm
vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao fresco,
dizendo:
― Infelizmente, amigo Co-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra
vez a festa, sim? Até logo.E rapou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.

(LOBATO, Monteiro, Fábulas, 19. ed. São Paulo. Brasiliense, s. d. p. 47)

1-Indique quatro informações observadas no texto a partir da leitura em primeiro nível.

a)pai, minha, tua, esse, tragar.


b) afasta, vinho, dessa, dor, seria.
c)queres, vinho, sangue, dessa, filho.
37
d)esse, amarga, Silêncio, escuta, filho.
e)queres, feita, tinto, Melhor, bruta.
3- Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas.
a)Salario, urgencia, cinico, sabado, prejuizo.
b)Impossivel, comercio, apos, gramatical, economia.
c)Inteligencia, proposito, tambem, viavel, rubrica.
d)Apoio, ceus, pagina, fiel, hifen.
e) Ideias, minimo, comicio, eletrica, itens.
4-Aponte a alternativa em que as palavras estão acentuadas, respectivamente, pela mesma regra das
palavras décadas e prêmio.
a) dióxido – água b) dióxido – países
c)caráter – esferóide d) combustível – água

5-Leia

a) Transcreva da tirinha:
- uma palavra trissílaba paroxítona:_________________________
- uma palavra trissílaba oxítona: ___________________________
- uma palavra oxítona: __________________________________
- uma palavra monossílaba tônica:________________________
- uma palavra monossílaba átona:_________________________

Texto para responder à questão 6

O sapo e o coelho

O Coelho vivia zombando do Sapo. Achava-o preguiçoso, lerdo, inútil e incapaz de qualquer agilidade. O
sapo ficou zangado e teve uma ideia:
- Quer apostar carreira comigo?
- Com você? – assombrou-se o coelho.
- Justamente! Vamos correr amanhã, você na estrada e eu pelo mato, até a beira do rio...
O coelho riu muito achou que seria facílimo e aceitou o desafio. O sapo reúne todos seus parentes e
distribuiu-os na margem do caminho, com ordem de responder aos gritos do coelho.
Na manhã seguinte, os dois enfileiraram-se e o coelho disparou como um raio, perdendo de vista o sapo
que saíra aos pulos. Correu, correu, correu, parou e perguntou:
- Camarada Sapo?

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Outro sapo respondia dentro do mato:
- Oi?
O coelho recomeçou a correr. Quando julgou que seu adversário estivesse bem longe, gritou:
- Camarada Sapo?
- Oi? – coaxava um sapo. Debalde o coelho corria e perguntava, sempre ouvindo o sinal dos sapos
escondidos. Chegou à margem do rio exausto, mas já encontrou o sapo, sossegado e sereno, esperando-
o. O coelho declarou-se vencido. E o sapo, muito esperto ganhou a disputa e virou herói.
Vocabulário - debalde: em vão; inutilmente
(CASCUDO, Luís da Câmara. Os compadres corcundas e outros contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 88.)

a - Justifique a regra de acentuação das palavras em destaque no texto:


a)inútil: ______________________________________________________________________________
b)você:_____________________________________________________________________________
c)facílimo:___________________________________________________________________________
d)reúne: _____________________________________________________________________________
e)saíra: _____________________________________________________________________________
f)adversário_________________________________________________________________________:
g)já:_________________________________________________________________________________
h)herói:______________________________________________________________________________
7-(IBGE) Assinale a opção cuja palavra não deve ser acentuada:
a)Todo ensino deveria ser gratuito.
b) Não ves que eu não tenho tempo?
c) É difícil lidar com pessoas sem carater.
d)Saberias dizer o conteudo da carta?
e)Veranópolis é uma cidade que não para de crescer.
8-(BB) No vocábulo“Noite” há :
a) hiato b) ditongo c) tritongo d) dígrafo e) encontro consonantal
9- (UF-PR) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) você, capilé, Paraná, lápis, régua
d)amém, amável, filó, porém, além
e)caí, aí, ímã, ipê, abricó
11-Assinale o uso correto quanto ao acento diferencial:
a)O menino nervoso pára de repente.

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b) Toda manhã, ela côa o café.
c) Gosto de pêra madura.
d) Preciso pôr as coisas em ordem
12-.Assinale a forma incorreta quanto à acentuação:
a) Eles leem o jornal todos os dias.
b) As meninas têm muitos brinquedos.
c) Os jovens crêem no futuro.
d) Sempre que ando de ônibus, eu enjoo
13- Acentue as palavras, se for necessário: clausula, premio, alias, cancer, arguem toxicomano chines
vatapa, niquel, bau, util, incrivel, vintem, torax, lagrima, compos, joquei, ruina, periodico, atraves, lapis,
assembleia, sensivel, voo, leem, virus, corrego, consul, amaveis, xerox.
14-Coloque os acentos gráficos que faltam:

Quando os repteis voavam

Há 145 milhões de anos, o ceu foi tomado por pte-rossauros, os repteis alados. Eles se multiplicaram em
novas especies. Foi uma explosão demografica nos ares. (Revista Superinteressante)
15-No texto a seguir, foram omitidos os acentos gráficos. Leia-o com atenção e acentue de forma correta
as palavras que são acentuadas graficamente:
Reciclar o lixo
No mundo - e tambem no Brasil - uma enorme e variada gama de novas tecnologias surge a cada dia,
tornando mais viável e barato reciclar materiais descartaveis para possivel reuso. Os avanços tecnologicos
mais expressivos vem ocorrendo exatamente com o maior vilão da temida quadrilha do lixo: o plastico. Ele
e o detrito de mais dificil degradação na natureza, permanecendo intacto no ambiente as vezes por mais
de 50 anos. Mas, com criatividade e rigor cientifico, modernas tecnicas de reciclagem ja possibilitam a
adoção de diversas saidas para esse dilema. Algumas delas são realmente revolucionarias, como a
produção de um automovel totalmente construido com materiais reciclaveis e um material novissimo
chamado “madeira plastica”, substitui com maior eficiencia e durabilidade madeiras nobres e raras como
mogno e peroba. (Revista Globo Ciencia)

Particularidades da língua

Emprego do acento indicativo de crase

CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua
Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada
pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno
(junção a + a) representado através do acento grave.
A crase pode ser a fusão da preposição a com:
1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.
2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.

40
3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.
4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é
possível enviar correspondência.
Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas
vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.

Regras Práticas
1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a
combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:
Amanhã iremos ao colégio / à escola.
Prefiro o futebol ao voleibol / à natação.
Resolvi o problema / a questão.
Vou ao campo / à praia.
Eles foram ao parque / à praça.
2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente
(de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as
formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:
Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.
Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me
pela menina.
Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.
3 - Substitua verbos que transmitem a ideia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase:
Vou a Roma. / Voltei de Roma.
Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da",
HAVERÁ crase:
Vou a Brasília. / Voltei de Brasília.
Vou à Brasília de Juscelino. / Voltei daBrasília de Juscelino .
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma
só ideia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então
haverá crase:
Gente à toa.
Vire à direita.
Tudo às claras.
Hoje à noite.
Navio à deriva.
Tudo às avessas.
No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida,
deixando apenas o "à" expresso, como nos exemplos que seguem:
Sapatos à Luiz XV.
Relógios à Santos Dummont.
Filé à milanesa.
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Churrasco à gaúcha.
No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas
ocorrerá a crase:
À meia-noite.
À uma hora.
À duas horas.
Às três e quarenta
.
Casos Especiais e Dicas
1 - Nome próprio geográfico
Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase
acontece quando a palavra admite artigo "a".
Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:
I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.
II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Atenção:
A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por
um adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:
Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.
Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".
2. Nomes de mulher

Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:

a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com
adiante se demonstra:

Exemplo 1-Contei a Magali o que falei a Ana. ou Contei à Magali o que falei à Ana.
b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase.
Veja exemplos:  O filme faz referência a Joana D’Arc. ( Retratou a Joana D’Arc como santa...)
c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é
facultativo.
3. Números Cardinais
Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.
Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.
4. Antes de pronomes possessivos
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O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir
o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome
possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:
Dei férias a / à minha equipe.
Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um
substantivo masculino equivalente.
Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.
Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no
feminino.

Portanto, estão corretas as seguintes frases:

Dei férias a minha equipe.


Dei férias à minha equipe.

Colocação Pronominal
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as,
lhes) em relação ao verbo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições:
1-antes do verbo (próclise)
2- no meio do verbo (mesóclise)
3-depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
Próclise
Usamos a próclise nos seguintes casos:
1)Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum. - Nada me perturba. - Ninguém se mexeu. - De modo algum me afastarei daqui. - Ela nem se
importou com meus problemas.
2)Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que. -
Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - É necessário que a deixe na escola. - Fazia a lista de
convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros
3)Advérbios - Aqui se tem paz. - Sempre me dediquei aos estudos. - Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. - Aqui,
trabalha-se.
4)Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Alguém me ligou? (indefinido) - A pessoa
que me ligou era minha amiga. (relativo) - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
5) Em frases interrogativas. - Quanto me cobrará pela tradução?
6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). - Deus o abençoe! - Macacos me
mordam! - Deus te abençoe, meu filho!
7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se plantando tudo dá. - Em se
tratando de beleza, ele é campeão.
8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos.

Mesóclise
Usada quando o verbo estiver;
43
1- no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...)
2- no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...) - Convidar-me-
ão para a festa. - Convidar-me-iam para a festa.
3- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. –
Ex.Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

ÊNCLISE

A ênclise ocorre :
1- verbo no infinitivo.
- Entregar-lhe
- Não posso recebê-lo.

2- Com o verbo no início da frase:


Entregaram-me as camisas.
3-Com o verbo no imperativo afirmativo:
Alunos, comportem-se.
4-Com o verbo no gerúndio:
Saiu deixando-nos por instantes.
5-Com o verbo no infinitivo impessoal:
Convém contar-lhe tudo.

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise:


- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS


Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.
1- AUX + PARTICÍPIO- o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar.
a) Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
Ex. Havia-lhe contado a verdade.
Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
2)AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO- se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois
do verbo auxiliar ou do verbo principal.
a) Infinitivo
Ex. Quero-lhe dizer o que aconteceu.
Quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex.Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
OBS:Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.

a)Infinitivo
Ex. Não lhe quero dizer o que aconteceu
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Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex. Não lhe ia dizendo a verdade
Não ia dizendo-lhe a verdade.

Emprego de Algumas Palavras e Expressões

I-Emprego de porque, porquê, por que e por quê.

1-Porque - É uma conjunção:


a)explicativa (equivale a pois).
A moça chorou, porque o namorado foi embora (pois)
b) causal- quando indica causa (equivale a já que),
A moça chorou porque os olhos estão vermelhos (já que) c) final quando indica finalidade ( equivale a
para que)
Fiz-lhe sinal porque se calasse. (para que)
2.-Porquê - Representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo
Gostaria de entender o porquê de tanta discussão.
3-Por que - Apresenta as seguintes formas:
a)A sequência preposição + pronome interrogativo, equivalente a por qual razão.
“Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti”
b)A sequência preposição + pronome relativo, equivalente a pelo qual.
“A terra por que me apaixonei continua bela.”
c)Depois de EIS e DAÍ
“Eis por que estamos próximos.”
“Daí por que dizermos que nem tudo são flores.”
4- Por quê - Usa-se no final de frases interrogativas.
“Não entendi, por quê"
II-MAL/MAU
1-MAL-é antônimo de bem. Pode ser empregado como advérbio, substantivo ou conjunção.
a) (advérbio)-O candidato foi mal recebido na cidade onde nasceu
b) (substantivo)-O mal nem sempre vence o bem/ Há males que vem para o bem.
c) (conjunção temporal) Mal você saiu, ele entrou.
2- Mau- é o antônimo do bom. Emprega-se como adjetivo.
a)Não era mau rapaz apenas um pouco preguiçoso.
b)Não estavam maus os trabalhos dos alunos.
c) Teve má criação, mas tornou-se um excelente homem.
III-A / HÁ Indicando tempo
1)Há - O verbo haver é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido.
“Há dois anos estive na França, foi minha melhor viagem.”
• A - A preposição a indica ideia de futuro.
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“A dois anos estarei em Roma para certificar-me de que continua como antes.”
IV-SE NÃO / SENÃO
1-Se não - Surge em orações condicionais. Equivale a caso não.
“Se não houver empenho, não obteremos nenhum resultado.”
2-Senão - Equivale a caso contrário ou a não ser, mas, exceto.
“Não faz nada senão reclamar.”
“Produza um bom texto senão poderá ser reprovada.”
“E agora as entregueis desta maneira não a pastores, senão a lobos.”
“ Todos da turma foram convidados para festa, senão ele, que certamente não aceitaria.”

V-ONDE / AONDE / DE ONDE (DONDE) / POR ONDE / PARA ONDE


1-Onde - Usa-sequando indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. (= em que lugar).
Refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência.
“A cidade onde estou traz-me muitas alegrias.”
2- Aonde - Usa-se quando indica ideia de movimento. Refere-se a verbos de movimento. (a que lugar)
a)ir- “Todo artista tem de ir aonde o povo está.”
b)chegar – Sei bem aonde você quer chegar.
c)dirigir-se a- Não sei aonde dirigir-me para obter o documento.

3-De onde (donde) – Na construção VERBO + DE


“Venha de onde vier...”
4-Para onde – Na construção VERBO + PARA
“Viajarei para onde ninguém me encontrará”

VI- ACERCA DE / HÁ CERCA DE/ A CERCA DE


1-Acerca de - Significa sobre, a respeito de. Indica assunto.
“Neste momento, não deveremos comentar acerca de política.”
2-Há cerca de - Indica um período aproximado de tempo transcorrido.Indica em torno de.
“Esses acontecimentos ocorreram há cerca de dez anos.”
3-A cerca de – Usa-se quando se indica proximidade.
“Fiquei a cerca de alguns metros do ocorrido.”

VII- A FIM / AFIM


1-A fim - Surge na locução a fim de que ou a fim de . Significa para e indica finalidade.
“A fim de conseguirmos o nosso objetivo, resolvemos participar do concurso.”
2-Afim - É um adjetivo que significa igual, semelhante. Relaciona-se com a ideia de afinidade.
“Certamente, nossas ideias são afins.”.
VIII- EM VEZ DE / AO INVÉS DE
1-Em vez de – Indica troca. No lugar de.

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“Tá lá um corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
2-Ao invés de – Indica oposição.
Ao invés de se alegrar com o retorno do marido, Amanda desatou a chorar.

IX- AO ENCONTRO DE/ DE ENCONTRO A


• Ao encontro de – tem dois significados:
a)aproximar-se de:
Assim que chegou, foi ao encontro dele.
b)ser favorável
Somos parecidos, suas ideias vem sempre de encontro das minhas

• De encontro a – também tem dois significados


a)Colisão choque
A criança veio de encontro à porta e machucou a cabeça.

b)ser contrário
Somos muito diferentes, suas ideias vem de encontro às minhas.
X- DEMAIS/ DE MAIS
1-DEMAIS – classifica-se como advérbio ou pronome
a)advérbio de intensidade(= muito)
Não se deve comer demais.
b)pronome indefinido (= outros)
Sai da reunião antes que os demais membros tivessem chegado.
2-DE MAIS – é o contrário de menos.
Não vi nada de mais nas suas perguntas.
XI- A PRINCIPIO/ EM PRINCÍPIO
1-Em princípio – significa teoricamente.
Em princípio, sua sugestão é muito boa.
2-A princípio- significa no começo, inicialmente
A princípio, queremos dar-lhes boas vindas.
XI- EU/ MIM
1-Eu – pronome pessoal do caso reto – Sujeito
Este bolo eu para eu preparar
2-Mim –pronome pessoal do caso obliquo (objeto)
Esse bolo é para mim
XII- MEIO/ MEIA
1-Meio - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere (= metade).

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Já se passava de meio-dia e meia quando chegaram ao sítio.
b- advérbio, fica invariável(= um pouco).
As atrapalhadas do Fisco estão meio evidentes

XIII- BASTENTE/BASTANTES
1-Bastante - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere.
Ainda havia bastantes crianças no parque de diversões.
Vocês acham bastantes dificuldades para a realização de uma simples tarefa.
b- advérbio, fica invariável.
A verdade é que todos estavam bastante preocupados com o que lhes poderia acontecer.

XIV- é necessário / é bom / é preciso / é proibido / é permitido


1-Ficam invariáveis quando o substantivo estiver indeterminado.
Para que se tenha uma vida mais sabia, é necessário dieta à base de frutas e verduras.
Todos afirmaram : - É proibido entrada de pessoas mesquinhas.
2-Ficam variáveis quando o substantivo estiver determinado.
Para que se tenha uma vida mais sabia, é necessária uma dieta à base de frutas e verduras.
Todos afirmaram: -É proibida a entrada de pessoas mesquinhas.

XV- ANEXO/INCLUSO / EM ANEXO


a)Anexo / Incluso - São adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.
Todas as poesias estavam anexas às cartas enviadas.
As apostilas estão inclusas ao pagamento da mensalidade.
O meu endereço pode ser anexo ao comprovante de renda.
Inclusas aos exercícios seguem as questões.
b) A expressão em anexo fica invariável.
Foram colocados, em anexo, os documentos solicitados.

XVI- Nome Próprio no Plural


Quando o sujeito é representado por nome próprio de forma plural:
a)precedido de artigo no plural, o verbo aparece no plural.
AsPedras Altas ilustram a beleza do campo
Os Lusíadas contribuíram para a historiografia portuguesa
b) Não precedido de artigo no plural, o verbo fica no singular.
Minas Gerais produz o melhor queijo.
XVII- . Obrigado - Mesmo - Próprio - Quite

Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
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Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

XVIII- Caro - Barato – Longe

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.

Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)


As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco.(advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

XIX-Alerta – Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.

Por Exemplo:

Os escoteiros estão sempre alerta.


Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva,
2005.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

CEREJA, W. R. &MAGALHÃES, T. C. Gramática: texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual, 1998.

CUNHA, C. &CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 2001.
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Novo acordo ortográfico da língua portuguesa. São
Paulo: Atlas, 2009.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas, 11. ed.
São Paulo: Atlas, 2009.

MENDONÇA, Julieta. Manual do texto dissertativo: modo de escrita da redação científica. Foz do
Iguaçu, PR: Associação internacional Editares, 2011.
MUSSALIM, Fernanda (Org.). Introdução a linguística - v. 1: domínios e fronteiras. 9. ed. SãPaulo:  Cortez,
2011.

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