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Semana 2 Língua Portuguesa

1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Talking Head
Movie

1.1 Concepção de comunicação, linguagem,


língua e fala

A palavra comunicação é derivada de communicare,


palavra latina que significa partilhar, participar de algo,
tornar comum. Baseados nesse conceito, estudaremos sobre
o processo da comunicação.

1.1.1 Ato da comunicação

Para compreender como os estudos sobre linguagem


percebem o ato de comunicação, é preciso conhecer
os elementos essenciais que o compõem. Eles são
apresentados a seguir.

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Emissor: é aquele que cria, codifica e envia a
mensagem. Quando você diz “bom dia” ou escreve um
bilhete, você é o emissor, porque está criando e enviando
a mensagem. O emissor pode ser uma única pessoa,
mas também um conjunto delas, representadas, por
exemplo, por um partido político, um sindicato, uma
empresa e uma emissora de tevê, entre outros.
Receptor: é aquele a quem a mensagem se dirige, o
destinatário. Ele recebe e decodifica a mensagem, ou
seja, a acolhe e a compreende. O receptor também
pode ser uma única pessoa ou um grupo, quando você
se dirige a sua equipe, no trabalho, por exemplo.

Mensagem: é parte importantíssima da comunicação


– é o texto, o enunciado transmitido, o objeto da
comunicação. Corresponde ao conteúdo da informação
que se deseja divulgar.
Canal: é o meio físico pelo qual a mensagem é
veiculada. Pode ser por ondas sonoras, como o rádio,
ou por impressão, como os jornais e as revistas, ou
ainda por meio eletrônico, como a Internet ou a tevê. É
com o auxílio do canal que o emissor entra em contato
com o receptor.

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Código: é o sistema de sinais utilizado pelo emissor
para codificar a mensagem, bem como pelo receptor
para decodificá-la. Pode ser uma língua com regras
estabelecidas, como o Português, o Inglês, ou ser um
conjunto de gestos ou de figuras, como a língua de
sinais para deficientes auditivos. O importante é que o
código seja compartilhado por emissor e receptor. Em
outras palavras, “no ato da comunicação, é preciso falar
a mesma língua”.
Referente: é o tema, o assunto sobre o qual trata a
mensagem (VANOYE, 1993).

Relações entre os elementos essenciais da comunicação.

CODIGO

EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR

REFERENTE
(CONTEXTO, SITUAÇÃO)

CANAL

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em VANOYE, 1993.

Todo texto, oral ou escrito, é um ato de comunicação.


A comunicação permeia a vida social do indivíduo, porque
o emissor só existe se houver um receptor para receber a
mensagem que se deseja transmitir.

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1.1.2 Língua e linguagem

Fala-se muito sobre língua e linguagem, mas você


sabe qual a diferença entre elas? Quando dizemos Língua
Portuguesa, Língua Inglesa, Língua Alemã ou ainda Língua
de Sinais (Libras – Língua Brasileira de Sinais), estamos
nos referindo a um conjunto de elementos (sons e gestos)
essenciais à comunicação. As letras, as palavras, as frases e
as orações constituem os elementos básicos para transmissão
de mensagens. Mas é preciso que esses códigos sejam de
conhecimento do receptor, por isso esses elementos necessitam
de organização.

A língua não é um grupo de códigos aleatórios. A


organização dos sons e gestos permite a construção do que
irá representar a base para a comunicação, ou seja, a sua
sistematização. Já a linguagem representa a capacidade de
compreensão da língua, assim como de produzir, desenvolver
e compreender não apenas a língua falada ou escrita, mas
outras manifestações simbólicas de comunicação, como
a pintura, a música ou a dança. Você já ouviu ou utilizou a
expressão “essa pintura fala comigo!”? Pois então, a linguagem
é o instrumento que irá promover a comunicação desde que
os elementos utilizados (sons, letras, gestos e formas) sejam
de domínio do emissor e do receptor.

Língua e linguagem se completam no ato da comunicação.

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1.1.3 Linguagem e comunicação

Para poder utilizar corretamente o código da língua, foi


necessário, primeiramente, focar as estruturas que a compõem,
ou seja, verbos, pronomes, substantivos, adjetivos e outros,
observando-se, obviamente, o seu uso correto. Os estudos
denominados estruturalistas preocupam-se com a descrição
dessas estruturas linguísticas e auxiliam, com isso, a correta
construção e emprego do código linguístico na comunicação.

Surgiu, então, Mikhail Bakhtin (1895-1975), um filósofo e


pensador russo que deu vida à linguagem. Para ele, não há um
terreno sólido da linguagem, como diziam os estruturalistas.
Bakhtin (2003) defende que, embora todo o conteúdo mental
do ser humano seja construído na e pela linguagem, o homem
não se apropria dela como um sistema pronto e acabado. Ele é
envolvido por uma corrente contínua da comunicação verbal,
constituída por múltiplos sujeitos organizados socialmente.
Ou seja, o mundo interior de cada indivíduo é uma realidade
socioideológica na qual o conteúdo externo compõe-se na
palavra do outro, mas nessa interioridade os signos ganham
novas nuances.
Bakhtin se refere, assim, ao universo que existe dentro
de cada pessoa, e as palavras, por mais isoladas que pareçam,
trazem consigo uma multidão de vozes, porque dentro de cada
ser humano, elas podem ser transformadas em algo diferente:
“a palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um
sentido ideológico ou vivencial” (BAKHTIN, 2003, p. 95).

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Dito de outro modo, nossa linguagem (gestos, sons,
imagens) revela muito mais do que apenas um conjunto
de substantivos, verbos e adjetivos. Nossas palavras são
carregadas de um sentido próprio, baseado nas experiências
que são únicas a cada indivíduo e nos sentimentos que
também são únicos.

A comunicação aproxima as pessoas.

Dentro da concepção dialógica da linguagem, não


conhecemos a língua, seu vocabulário e sua estrutura
gramatical por meio de dicionários ou livros de gramática,
mas pelo que ouvimos e reproduzimos na comunicação
cotidiana com as pessoas. A língua só existe em função de
quem fala ou escreve (o emissor) e de quem lê ou escuta
(o receptor).

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