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HOMILÉTICA

PROJETO: CBPO
HOMILÉTICA

INTRODUÇÃO

Homilética é a disciplina teológica que estuda a ciência, a arte e a técnica


de analisar, estruturar e entregar a mensagem do evangelho.

Homilética surgiu durante o iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII,


quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes gregos. Na
Alemanha, Stier, propôs nome “Kerictica”, derivado de Keryx que significa
“arauto”. Sikel sugeriu ‘halieutica’, derivado de halieos, que significa ‘pescador’.

O termo homilética tem suas raízes etimológicas em três palavras da


cultura grega:

HOMILIOS = multidão, turma, assembleia do povo (At 18.17) HOMILIA =


associação, companhia (I Co 15.33)

HOMILEO = falar, conversar (Lc 24.14; At 20.11, 24, 26)

O dicionário de português Aurélio nos informa que a homilética é “a arte


de pregar sermões”.

Todo obreiro precisa saber comunicar a palavra de Deus com eficiência e


de maneira clara, surge então a necessidade da homilética (II Tm 2.15).

DEFINIÇÔES:

I - O que é pregação?

Pregação é o ato pelo qual se expõe uma ideia. É a comunicação da


verdade por um homem a outros homens.

II - O que é mensagem?

Sermão a ser transmitido de forma clara, levando o ouvinte a ter vontade


de praticar.

III - O que é um sermão?

O sermão é um discurso de caráter religioso.

IV - O que é um pregador?

É aquele que faz as pregações; orador sacro.

O que a homilética não é;

- substituta da vida Espiritual

- substituta do Espírito Santo

- uma garantia do ministério eficiente

O que a homilética é;

- um auxílio no estudo e análise do texto.

- um auxiliar na exposição de ideias.

- uma compreensão de que o sermão tem muito a ver com o pregador. O


pregador e o sermão.

- uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que


devemos aproveitar.

PRINCIPAIS TIPOS DE SERMÕES BÍBLICOS

Há muitos tipos de sermões e vários meios de classificá-los.


Provavelmente a forma menos complicada seja a classificação em
TEMÁTICOS, TEXTUAIS e EXPOSITIVOS. Estudaremos a preparação de
mensagens bíblicas examinando estes três tipos principais, priorizando o
sermão EXPOSITIVO.

2- DEFINIÇÕES DO SERMÃO TEMÁTICO

Sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do tema,


independentemente do texto. Isso significa que o sermão temático tem início
com um tema ou tópico, e que suas partes principais consistem em idéias
derivadas desse assunto.

Os versículos nos quais se fundamentam as divisões principais devem


ser, em geral, extraídos de porções bíblicas mais ou menos distantes umas das
outras.

2.1. Exemplo de Sermão Temático

A fim de compreendermos com maior clareza a definição trabalharemos


juntos num esboço simples. Escolheremos como tema, “Razões Para A
Oração Não Respondida”. Note que não estamos usando um texto, mas um
tema bíblico.

Meditando em várias partes das Escrituras referentes ao nosso tema e


trazendo-as à mente, encontramos textos como os seguintes, os quais indicam
porque, com frequência, a oração fica sem resposta: Tg 4.3, SI 66.18, Tg 1.6-7,
Mt 6.7, Pv 28.9 e I Pe 3.7. É neste ponto que uma boa Bíblia de referência e
uma concordância bíblica completa, ou uma Bíblia dividida em tópicos, são de
valor inestimável.

Com a ajuda destas referências bíblicas descobrimos as seguintes


causas para a oração não respondida.

EXEMPLO: “RAZÕES PARA A ORAÇÃO NÃO RESPONDIDA”:

I. Pedir mal - Tg 4.3

2. Pecado no coração - Sl 66.18


3. Duvidar da Palavra de Deus - Tg 1.6,7
4. Vãs repetições - Mt 6.7
5. Desobediência à Palavra - Pv 28.9
6. Procedimento irrefletido nas relações conjugais - I Pe 3.7

Aqui temos um esboço temático bíblico, cujas divisões principais derivam


do tema, “Razões Para A Oração Não Respondida”, e são sustentados por
um versículo da Bíblia.

2.3. Princípios Básicos da Preparação de Esboços Temáticos

As divisões principais devem vir em ordem lógica ou cronológica.

Exemplo: "VERDADES ABSOLUTAS REFERENTES A CRISTO"


1. Ele é Deus manifesto na carne - Mt 1.23
2. Ele é o Salvador dos homens - I Tm 1.15
3. Ele é o Rei vindouro - Ap 11.15

Observe que este esboço está em ordem cronológica. Jesus Cristo, Filho
de Deus, primeiramente se encarnou, depois foi à cruz e deu a vida para
tornar-se nosso Salvador, e algum dia virá para reinar como Rei dos reis e
Senhor dos senhores.

3- O SERMÃO TEXTUAL

No sermão textual temos um tipo de discurso diferente do sermão


temático.

Neste iniciamos com um texto; naquele, começamos com um tema.


Observe com cuidado a definição do sermão textual.

Sermão textual é aquele no qual as divisões principais são derivadas de


um texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Cada uma dessas divisões
é usada como uma linha de sugestão e o texto fornece o tema do sermão.

3.1. Exemplo de Esboço de Sermão Textual

Como primeiro exemplo, tomemos Esdras 7.10, que diz: “Porque Esdras
tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor e para cumpri-la e para
ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos”. Muitas vezes é útil
consultar uma tradução moderna a fim de se obter um significado mais claro da
passagem.

Examinando com cuidado o texto, observamos que o versículo todo tem


como centro “O Propósito Do Coração De Esdras”, e assim traçamos as
seguintes divisões do versículo:

EXEMPLO: “O PROPÓSITO DO CORAÇÃO DE ESDRAS”

1. Estava disposto a conhecer a Palavra de Deus

“Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor”

2. Estava disposto a obedecer à Palavra de Deus

“e para cumpri-la”

3. Estava disposto a ensinar à Palavra de Deus

“e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos”


Um bom tema, tirado das ideias sugeridas no texto, pode ser, pois, “O
Propósito do Coração de Esdras”.

Cada uma das divisões principais, segundo a definição, agora é usada


como “uma linha de sugestão” e indica o que vamos dizer acerca do texto.

4- O SERMÃO EXPOSITIVO

Definição do Sermão Expositivo:

O Sermão Expositivo é o método mais eficiente de pregação, porque,


mais que todos os outros tipos de mensagens, ele, com o tempo, produz uma
congregação cujo ensino é fundamentado na Bíblia. Ao expor uma passagem
da Sagrada Escritura, o ministro cumpre a função primária da pregação, a
saber, interpretar a Verdade bíblica (o que nem sempre se pode dizer dos
outros tipos de sermões).

Sermão Expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa


da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do
material desse tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço
consiste em uma série de ideias progressivas que giram em torno de uma idéia
central.

Exemplo: “O remédio para a condição humana” - (Ef 2.1-10)

I - A condição espiritual do homem natural está descrita em nosso


texto sob três figuras:

1. O homem natural está morto – “morto em delitos e pecados”

2. O homem natural está preso por uma trindade infernal:

a) Segue o curso deste mundo

b) Vive nos desejos da carne

c) Obedece ao príncipe das potestades do ar

3. O homem natural é um réu condenado – “filho da ira”

4.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREPARAÇÃO DE SERMÕES


EXPOSITIVOS

Escolha o texto;

Leia cuidadosamente o texto (no mínimo 50 vezes);


Encontre um objetivo;

Faça uma introdução resumida;

Encontre um tema;

Encontre uma Palavra-chave;

Faça as divisões necessárias;

Faça uma lista das ilustrações que lhe chamaram a atenção;

Fixe-se na maneira de aplicar os ensinamentos do sermão;

Observe a natureza do desenvolvimento e;

Faça a conclusão.

4.2 - A FORMAÇÃO DO SERMÃO EXPOSITIVO

Texto básico;

Objetivo;

Introdução;

Palavra chave;

Desenvolvimento;

Conclusão

4.3 - BASE DO SERMÃO EXPOSITIVO

Princípio Meio Fim

5- AS SETE INTERROGATIVAS

O processo consiste simplesmente em levantar a pergunta mais relevante


que a tese deixa sem responder, e deixar que os pontos que se seguem
respondam a pergunta.

QUEM? Introduzindo uma sequencia de pessoas para serem


enumeradas, identificadas, classificadas ou incluídas na aplicação de algum
princípio.
QUÊ? QUAL? Introduzindo uma sequencia de coisas, escolhas, ou
alternativas.

QUÊ? Introduzindo uma sequencia de significados, implicações,


definições, particularidades, características, inclusões ou exclusões, ou o quê,
(o qual, a qual) ao lado de uma das preposições acima.
POR QUÊ? Introduzindo uma sequencia de razões aos objetivos.
QUANDO? Introduzindo uma sequencia de tempos, fases, ou condições.
ONDE? Introduzindo uma sequencia de lugares, ou donde? (lugar,
origem, fonte, causa?), ou onde? (lugar, meta, resultado, extensão,
conclusão?).
COMO? Introduzindo uma sequencia de modos e meios.

Exemplo: A busca do reino de Deus (Mt 6.33).

O que? (busca) I - O reino e sua justiça.

Quem? (deve buscar) II - vós os crentes.

Quando? (buscar) III - em primeiro lugar.

Por quê? IV todas as coisas serão acrescentadas.

6 - A VIDA ÍNTIMA DO PREGADOR E A EFICIÊNCIA DA SUA


MENSAGEM

 “O que o pregador é fala mais alto e claramente do que


aquilo que o pregador diz”.

Existem sete características muito importantes e que devem predominar


na vida íntima do pregador. Elas são indispensáveis à reflexão em suas
atitudes para com seus ouvintes e na maneira de reagir ante estes. São elas:

 Verdadeira Aceitação de Cristo como Salvador

Todo pregador deve examinar-se com a ajuda de Deus, para estar seguro
de que realmente aceitou Cristo como seu Salvador pessoal, e não somente
aceitou como verdade o fato de que ele é o único Salvador.

 Consagração

Temos que reconhecer que a conservação da consagração se consegue


à custa de vigilância e esforços constantes, sempre com a ajuda de Deus.

 Boa Vontade

O pregador precisa sentir-se amigo de todos e deve demonstrar isso em


suas atitudes. Ele tem que lutar também contra a tendência de sentir-se
superior aos outros.

 Consideração

É necessário desenvolver o senso de delicadeza para com os demais em


todo o momento. Por meio de palavras ou modos ásperos e duros alguém pode
neutralizar todas as verdades elevadas que pronunciar com a boca.

 Compaixão

Até onde nos seja possível, devemos procurar compreender cada


ouvinte; seus pontos fracos e fortes, suas provações, suas tentações, seus
sofrimentos, suas limitações, seus anelos, sua capacidade, mostrando desta
maneira o espírito de Cristo mesmo.

 Sabedoria

O pregador ao falar a um grupo de pessoas, tem que saber falar com


sabedoria. Mas também tem que saber agir com sabedoria, frente a qualquer
situação inesperada que se lhe apresente enquanto estiver falando.

 Domínio de Si Mesmo É necessário para vencer o temor, que é


mais ou menos natural quando se tem que falar em público. Também é
necessário para corrigir alguma falha especial que se tenha como o gaguejar.
Ainda é necessário dominar a voz e falar de maneira que todos compreendam
cada palavra e que as palavras expressem seus sentimentos.

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