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Revista do jul-set 2015

Recursos para Líderes de Igreja


Exemplar Avulso: R$ 7,40. Assinatura: R$ 23,50

Líderes com
paixão
DE CORAÇÃO A CORAÇÃO

Independência de Deus
Líderes de poder são capacitados pelo Senhor

A
igreja do Senhor necessita de líderes de ação e Somente alguém cujos olhos “contemplam o Rei e Sua
poder. A pergunta é: Você é um ancião de ação glória” pode responder prontamente ao chamado para
e poder? o serviço.
Uma das passagens bíblicas que me impressiona, Alguém poderia perguntar: “Com minha incapaci-
desde a infância, sempre que a leio, é a de Isaías 6:8, dade, posso servir ao Senhor?” A essa altura, seria muito
que diz: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A bom recordar que Deus não necessita de nossa capacida-
quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me de. Ele deseja nossa dependência dEle.
aqui, envia-me a mim.” Normalmente, nosso problema como líderes não é
Se analisarmos mais detidamente o texto do ca- nossa falta de capacidade ou debilidade, mas nossa in-
pítulo seis do livro de Isaías, notaremos que o profeta dependência de Deus. O Senhor nos chama não em razão
teve duas visões que o transformaram em um homem de nossa capacidade ou debilidade mas para que apren-
de ação e poder. No primeiro verso do capítulo seis, o damos a depender dEle. Seu objetivo é nos fortalecer e
servo de Deus disse: “Eu vi o Senhor.” Essa visão da ma- nos usar poderosamente na missão de salvar perdidos
jestade e santidade de Deus encheu o profeta de moti- do pecado. Nossa suficiência não é nossa capacidade,
vação e poder. mas sim a de Deus.
Mas Isaías não viu apenas o Senhor, pois, ao contem- Faríamos bem em lembrar que “se nos entregarmos
plar aquela cena celestial, o profeta viu a si mesmo e ex- completamente a Deus e seguirmos Sua direção em nos-
clamou: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem so trabalho, Ele mesmo Se responsabilizará pelo cum-
de lábios impuros” (v. 5). primento. Não quer que nos entreguemos a suposições
Por meio dessas duas visões agora presentes em sua sobre o sucesso de nossos esforços honestos. Nem uma
experiência, a de Deus e de si mesmo, o profeta ouviu “a vez devemos pensar em fracasso. Devemos cooperar
voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de com Aquele que não conhece fracasso” (Mensagens aos
ir por nós?” (v. 8). Então ele pôde responder: “Eis-me aqui, Jovens, p. 309).
envia-me a mim.” Lembre-se: nosso problema não é a debilidade, mas
O reconhecimento da própria condição e desespe- a independência de Deus. Busquemos a direção divina,
rada necessidade, e o vislumbre do “Senhor assentado contemplemos Sua glória, e então teremos uma visão
sobre um alto e sublime trono” (v. 1), deveria levar to- clara de nós mesmos. Assim sendo, se dependermos do
do membro à ação e movê-lo a exclamar: “Ai de mim! Senhor, seremos homens de poder e ação.
Estou perdido! Sou um miserável pecador... Porém,
creio na graça suficiente de Cristo e no poder capaci-
Carlos Alberto Hein
tador do Espírito Santo, portanto, Senhor: Eis-me aqui,
Secretário Ministerial DSA
envia-me a mim.”
É mais fácil deixar que outra pessoa vá trabalhar
Divulgação DSA

para Deus; cumprir Suas ordens e receber Sua bênção.

2 jul-set 2015 Revista do Ancião


EDITORIAL
Revista do

Cristo: A centralidade
Recursos para Líderes de Igreja

Uma publicação da
Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ano 15 – No 59 – Jul-Set 2015

da missão
Revista Trimestral – ISSN 2236-708X

Editor
Nerivan Silva
Editor Associado
Márcio Nastrini
Assistente de Editoria

O
Lenice Faye Santos
desafio atual da igreja é falar ao coração de cada membro e convidá-lo a ser receptivo ao
Projeto Gráfico
Vandir Dorta Jr. encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo, o único que pode dar verdadeiro signifi-
Diagramação
Levi Gruber cado à nossa existência. Ser cristão significa conhecer a pessoa de Jesus, unir-se a tantos
Imagem da Capa
© BillionPhotos.com | Fotolia
outros que também O encontraram e, juntos, trabalhar pelo Reino de Deus. A conversão missional
Colaboradores Especiais
depende de uma conversão pessoal a Cristo. Ele deve ser a razão de nosso agir. NEle, com Ele e a
Carlos Hein e Herbert Boger Jr. partir dEle cumprimos a missão que nos foi designada.
Colaboradores Em uma época de tantas vozes, teorias e métodos corremos o risco de estar deixando de lado
Jonas Arrais; Edilson Valiante; Jim
Galvão; Jair Garcia Gois; Leonino o Salvador – a atração principal, o centro de tudo. Foi Jesus mesmo quem disse: “E Eu, quando for
Santiago; Geovane Souza, Antônio
Moreira; Eliezer Junior; Horacio Cayrus; levantado da Terra, todos atrairei a Mim” (Jo 12:32, ARC). Não podemos tirar Jesus do foco, nem
Eufracio Quispe; Salomón Arana; Bolívar
Alaña; Daniel Romero Marín; Pablo Elías empurrar Jesus para trás, nem projetar nossa sombra sobre Ele. Às vezes, parece que vivemos fora
Carbajal; Jeu Caetano; Carlos Sanchez.
do espaço e do tempo, buscando algo “mais sublime ou espetacular” para alcançar os pecadores.
Diretor-Geral
José Carlos de Lima
Em Atenas, após o episódio no Areópago, o apóstolo Paulo percebeu que seus atrativos pessoais:
Diretor Financeiro erudição, conhecimentos, estratégias, não obtinham resultados grandiosos para Deus. Então, ele
Edson Erthal de Medeiros
Redator-Chefe mudou. Decidiu anunciar somente “Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2:2), em quem estão “to-
Marcos De Benedicto
Redator-Chefe Associado dos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3).
Vanderlei Dorneles
É verdade que, como líderes, precisamos estar antenados e contextualizados com nosso tempo e
Visite o nosso site
www.cpb.com.br seus mecanismos, colocando em ação os planos e projetos da igreja, porque sua missão é dinâmica
Serviço de Atendimento e deve seguir assim até o fim. No entanto, não podemos nos esquecer de que: “A ação divina para
ao Cliente
sac@cpb.com.br
salvar, posta em operação desde a entrada do pecado, converge para a cruz como centro catalizador,
Revista do Ancião na Internet
e daí deriva para o alcance de seus efeitos em todas as épocas e lugares [...] O evento do Calvário
www.dsa.org.br/anciao envolve toda a história da salvação, pois todos os que se salvaram antes e depois da cruz se salvaram
Artigos e correspondências para a Revista em Cristo e em razão de Seu sacrifício” (José Carlos Ramos, Mensagem de Deus, CPB, p.53).
do Ancião devem ser enviados para:
Caixa Postal 2600; 70279-970, Brasília, Cristo deve ser a centralidade de nossa missão. Afinal, Ele é: O caminho, a verdade, a porta, a água
DF ou e-mail: ministerial@dsa.org.br
da vida, o bom Pastor, a ressurreição e a vida eterna. Os que verdadeiramente nasceram de novo,
assumiram o compromisso consciente de colocar o Salvador no centro de sua missão, e levarão a
sério as exigências do discipulado. Para isso, Cristo tem e nos concede toda a autoridade (Lc 11; Ef 6) e
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia
conclama toda a igreja para espalhar todo o Seu evangelho, todos os dias, até que Ele volte.
Rodovia Estadual SP 127, km 106 Caro amigo ancião, é possível mudar e ousar nos métodos de realizar a missão, contudo, jamais
Caixa Postal 34; 18270-970, Tatuí, SP
deixe de conduzir as pessoas ao Salvador a não ser pelo caminho da cruz.
Tiragem: 48.000 exemplares
Nesta edição, você apreciará o artigo do pastor Erton Köeler, presidente da Divisão Sul-­
Exemplar Avulso: R$ 7,40
Assinatura: R$ 23,50 Americana (DSA), que fala sobre “Líderes com Paixão”: pessoas como você, que não têm medido
esforços para cumprir a missão, “que têm brilho nos olhos e fogo no coração”. Você também irá
encontrar o artigo do pastor Areli Barbosa, líder dos Jovens da DSA, mostrando que os anciãos po-
dem contribuir positivamente para “motivar nossos jovens a brilhar nestes dias finais”. E, reserva-
mos ainda, as matérias dos pastores Carlos Hein, Secretário
Todos os direitos reservados. Márcio Nastrini
Proibida a reprodução total ou
parcial, por qualquer meio, sem
Ministerial da DSA e Rafael Rossi, diretor de Comunicação
Editor associado
prévia autorização escrita do
autor e da Editora. da DSA, entre outras, para que você tenha um bom material
de apoio no desempenho de suas atividades.
William de Moraes

Bom proveito!
7180 / 32378

Revista do Ancião jul-set 2015 3


SUMÁRIO
Aquisição da Revista do Ancião
O ancião que desejar adquirir esta revista
deve falar com o pastor de sua igreja ou com o
ministerial do Campo.

2 D
 e Coração a Coração
Independência de Deus
3 Editorial
Cristo: A centralidade da missão
5 Entrevista
O ancionato e a igreja local
9 Especial 24 Relacionamentos
Prioridade celestial O ancião e os escritos de Ellen G. White
10 Pregação Objetiva 26 Ministério Jovem
Como conquistar o auditório Missão de esperança
12 M
 ensagem do Presidente 28 Guia de Procedimento
Líderes com paixão Batismo de juvenis
14 M
 ídia na Igreja 31 Perguntas & Respostas
Sodomia digitalizada O significado de Kleros e Laos
15 E sboços de Sermões 33 Saúde
Amplie os esboços com comentários e ilustrações Feiras de salvação
22 A
 Igreja em Ação 34 De Mulher Para Mulher
Chamados para multiplicar A marca de uma vida

22 34

CALENDÁRIO
Data Evento
Sábado 4 Programa da Igreja Local
Sábado 11 Programa da Igreja Local
Julho
Sábado 18 Semana de Oração JA
Sábado 25 Semana de Oração JA

Sábado 1 Programa da Igreja Local


Sábado 8 Programa da Igreja Local
Agosto Sábado 15 Programa da Igreja Local
Sábado 22 Projeto “Quebrando o Silêncio”
Sábado 29 Projeto “Quebrando o Silêncio”

Sábado 5 Programa da Igreja Local


Sábado 12 Programa da Igreja Local
Setembro
Sábado 19 Dia Mundial do Desbravador e Batismo da Primavera
Sábado 26 Batismo da Primavera

4 jul-set 2015 Revista do Ancião


ENTREVISTA

MARCOS TORRES

O ancionato
na igreja local
Cedida pelo entrevistado

M
arcos Maria Torres é natural Liderança. Ao longo do tempo, investi var meus filhos e esposa a desenvolver
de Dois Córregos, SP. Enge- bastante no desenvolvimento das ha- esse tipo de relacinamento com Deus,
nheiro em Telecomunicações bilidades de liderança e gestão através ou seja, colocando Seu reino como
e tem MBA em Gestão Empresarial. de cursos empresariais de Liderança prioridade. Em minhas atividades, pro-
Por 13 anos atuou nessa área, abrin- Progressista e Gestão Participativa. curo colocar um propósito muito maior
do em seguida sua própria empresa. Isso me levou a entender que todo do que simplesmente cuidar e desen-
Atualmente, é diretor-geral e gestor do “problema” é uma nova oportunidade volver os negócios seculares.
Grupo Educacional Anglo, na região de de aprendizado e desenvolvimento
Sorocaba, SP. É ancião na Igreja Central de novos processos e procedimentos Em sua opinião, como a igreja deve pro-
de Sorocaba. Casado com Sonia Ma- que levariam a melhores resultados. ceder em meio a uma sociedade pós-mo-
ria Luiz Torres. O casal tem dois filhos: Como aprendi a ser um líder educador, derna?
Dalise Torres Salomão, 27 anos e Danilo sempre procuro transmitir todos esses Deus criou o ser humano com inte-
Augusto Torres, 24 anos. conceitos para as equipes com as quais ligência a fim de que tivesse contínuo
trabalho, dessa forma, buscando sem- aprendizado. Isso implica mudanças. Os
Ancião: Há quanto tempo o senhor atua pre desenvolver novos líderes. tempos mudam, e com eles, a socieda-
como ancião? de também. Entretanto, os princípios
Marcos Torres: Há 30 anos. Como o senhor concilia o trabalho e as- são permanentes. O salmista afirmou:
sistência à sua família com as atividades “As obras de Suas mãos são verdade e
Fale um pouco de sua formação acadê- da igreja? justiça; fiéis, todos os Seus preceitos.
mica e a influência que ela exerce sobre Realmente, é um grande desafio. Estáveis são eles para todo o sempre,
suas atividades como ancião. Mas o que me dirige, nesse sentido, instituídos em fidelidade e retidão’
A formação em engenharia de Tele- são as palavras de Cristo: “Buscai , pois, (Sl 111:7, 8). Obviamente, a igreja está in-
comunicações me ajuda a ter a mente em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua serida em uma sociedade pós-moderna.
organizada. Nas atividades da igreja, is- justiça, e todas estas coisas vos serão Ela não pode se portar como uma comu-
so tem contribuído para criar ferramen- acrescentadas” (Mt 6:33). Por isso, meu nidade antiquada. Mas deve viver e pre-
tas de organização de informações e ad- dia de trabalho começa priorizando há- gar os princípios espirituais nessa mo-
ministração de ações. Mas o que contri- bitos devocionais. Assim, meu acordo dernidade. Por exemplo: as ofertas que
bui muito para meu sucesso nos relacio- com Deus é: primeiro eu dedico tempo entregamos na igreja não são sacos de
namentos e conquista das equipes para a Ele. As outras coisas, Ele dirige para arroz, algodão, sal, ouro, etc. Tudo isso é
o trabalho é minha especialização em mim. Desde muito cedo, procurei moti- substituído por dinheiro. Hoje, quando

Revista do Ancião jul-set 2015 5


entrego minha oferta em dinheiro, e al- Igrejas nos bairros em que não existe 6. Cultos evangelísticos (domingo) –
guns membros depositam apenas o reci- a igreja adventista e o envio de líderes A coluna central do programa é a apre-
bo da transação feita anteriormente pela para essas áreas. Em 2014, plantamos sentação de uma série doutrinária. É o
internet, estou colocando no tesouro da uma nova igreja e, para este ano, temos estudo das 28 doutrinas da Igreja. Na
igreja um pedacinho de barra de ouro o desafio de plantar mais uma. sequência teremos uma série de estu-
guardada no “tesouro nacional”. Assim dos das profecias.
sendo, o princípio de adoração por meio De que forma sua igreja prepara os inte- 7. Projeto “Cruzada Evangelística” – É
das ofertas está mantido, embora, em ressados para o batismo? uma semana evangelística de decisão e
sua forma, diferentemente da época em Por meio de uma classe bíblica. colheita. O departamento de Ministério
que foi estabelecido. Além disso, pequenos grupos têm fun- Pessoal da APSO (Associação Paulista
cionado em casas de membros que mi- Sudoeste) estará executando o projeto.
A igreja é um grupo social bem hetero- nistram estudos bíblicos a interessados.
gêneo. Em sua opinião, como ela pode Anualmente, é realizada uma sema- De que forma o ancião pode motivar os
manter a unidade de seus membros em na evangelística de colheita, quando membros a desempenhar suas ativida-
meio à diversidade? obreiros atuam de maneira intensiva na des na congregação?
A igreja é o corpo de Cristo. Os mem- preparação de pessoas para o batismo. Penso que, para que as atividades
bros estão distribuídos nesse corpo. To- sejam bem-sucedidas no que se refere
dos têm seu lugar e funcionalidade nes- Fale um pouco do plano evangelístico no ao desempenho dos membros em suas
sa estrutura. Cada membro deve preser- qual você e sua igreja estão participando funções na Igreja, é fundamental que
var o outro. Como a diversidade social é neste ano. eles se sintam parte integrante na for-
grande, também são, na mesma propor- A implementação do plano evange- mação dos projetos nos quais participa-
ção, as oportunidades desses membros. lístico em nossa igreja contempla algu- rão. Precisam saber que têm voz ativa
Com essa diversidade, a liderança deve mas áreas: e que são valorizados, que os projetos
ser hábil para desenvolver projetos que 1. Classes em pequenos grupos – Pe- nos quais participam têm um pouco de
sejam enriquecidos cada qual em seu quenos grupos em casas de famílias, sua “cara”, e, acima de tudo, precisam
nível e foco de alcance. Com projetos interagindo com pessoas não adventis- conceber as atividades desenvolvidas
adequados para as diferentes classes so- tas, cujo objetivo é despertar o interes- como ferramentas de adoração, lou-
ciais, a Igreja pode alcançar pessoas em se delas para o estudo da Bíblia. vor e arma no conflito contra o mal. Os
todos os níveis sociais. É necessário, por- 2. Duplas missionárias: Ministração membros precisam ter noção muito
tanto, que cada membro cumpra seu de estudos bíblicos a interessados. clara dos benefícios que suas atividades
papel na missão, independentemente 3. Projeto “Roupão da Fé” – O obje- trarão à Igreja, à comunidade em geral,
de classe, raça e nível cultural. tivo do projeto é buscar e resgatar os à equipe de trabalho ou mesmo àque-
membros afastados, trazendo-os para les que são o próprio foco do trabalho.
Em sua visão, quais são os maiores desa- o convívio da Igreja. É preciso ter o senso da grandiosidade
fios de sua igreja? 4. Projeto “Mãos em Ação” – Objetiva do trabalho. Saber que, em cada função
Ultimamente, o crescimeno da igre- fazer contato com pessoas carentes por desempenhada, estamos cumprindo
ja tem sido muito rápido. Nossa Igreja meio da ASA (Assistência Social Adventis- nossa parte como exército do Senhor
local acaba de contruir um novo templo ta), abrindo um canal para a evangelização. para combater os efeitos do trabalho
para aproximadamente mil pessoas. 5. Projeto “Espaço Novo Tempo” – É do inimigo de Deus. Quando cada um
Como tudo é feito com poucos recur- desenvolvido nos cultos evangelísticos compreender a magnitude e a oportu-
sos, alguns itens básicos funcionais de domingos à noite. Envolve a repro- nidade de servir, haverá o desenvolvi-
ainda estão por terminar. Um de nossos dução de quadros da grade da pro- mento e compromisso na obra missio-
desafios é concluí-los a fim de que te- gramação da TV Novo Tempo. Assim, nária da igreja.
nhamos um ambiente confortável para entendemos que, além de divulgarmos
o serviço de adoração. De maneira mais nossa TV como canal de evangelização, Fale sobre a distribuição das atividades
ampla, nosso desafio é missionário, também estamos evangelizando e con- dos anciãos em sua igreja.
tendo em vista a conservação dos no- duzindo o telespectador para ter conti- Os anciãos são responsáveis por
vos conversos, a implantação de novas nuidade na igreja local. departamentos específicos da Igreja.

6 jul-set 2015 Revista do Ancião


Cada um auxilia no desenvolvimento Com relação aos jovens, como o ancião po- maiores oportunidades de acumular
do planejamento anual e das metas de de desenvolver bom relacionamento com lindas experiências de milagres do cui-
sua área, departamento ou ministério. eles e motivá-los à participação na igreja? dado de Deus para com aqueles que
Ele acompanha o desenvolvimento dos A participação ativa e conjunta com colocam Seu reino em primeiro lugar.
trabalhos dessa área e está sempre à eles em suas atividades é indispensá- Perdem a oportunidade de entender
disposição para aconselhamento. No vel. Isso lhes proporciona apoio para como Deus cumpre Sua promessa:
cumprimento de uma escala, é o res- que tenham recursos, a fim de colocar “todas estas coisas vos serão acrescen-
ponsável geral no dia escalado para seus projetos em prática. É importante tadas” (Mt 6:33). Essas oportunidades
toda a programação da Igreja e fica o aconselhamento para que projetos nos proporcionam mais conhecimento
disponível para substituição de pro- sejam desenvolvidos e alinhados com a de Deus e nos traz vigor físico e espiri-
fessores ausentes na Escola Sabatina. visão da Igreja. É bom lembrar que os tual. Seu campo de influência crescerá
Também atua efetivamente na liturgia jovens têm suas angústias e inseguran- continuamente e você se tornará um
e nas cerimônias. Atendendo a uma ças. O ancião precisa compreendê-los agente de transformação.
solicitação do pastorado da igreja, de- em seus momentos de instabilidade,
senvolve um plano de visitação aos sendo companheiro e amigo. Que parte da Revista do Ancião tem con-
membros (regulares, afastados) cujo tribuído significativamente em suas ativi-
objetivo é apoiá-­los na vida espiritual. Que conselhos o senhor daria aos jovens dades como ancião?
Periodicamente, auxilia o pastor e a adventistas universitários com respeito A revista toda em si é muito útil. Ela
secretária da igreja com informações ao testemunho cristão? auxilia o leitor, principalmente o ancião,
que poderão resultar em ações espe- Muitas vezes, no temor ou na timi- na construção da vida cristã. Isso ocorre
cíficas. Busca sempre estar desenvol- dez de sustentar uma conduta cristã por meio de aspectos doutrinários, in-
vendo pontos de estudos bíblicos. Ain- diante da pressão de grupo, de uma formações e ferramentas que ajudam
da como parte de seu ofício, ministra instituição, ou coisa semelhante, os o ancião no desempenho de suas ativi-
mensagens (sermões) que se alinhem jovens tendem a se desviar dos princí- dades na igreja. No entanto, as seções
ao projeto geral de desenvolvimento pios para estar em uma zona de confor- Guia de Procedimento e Perguntas &
espiritual da igreja. Em parceria com o to maior. Eu diria: Não tirem a chance Respostas são especiais para mim, pois
pastor auxilia no desenvolvimento da de Deus fazer um milagre em favor me dão maior segurança quando me
administração geral da igreja. de vocês. Desse modo, perdem-se as deparo com questões divergentes.

Cedida pelo entrevistado

Revista do Ancião jul-set 2015 7


ESPECIAL
Luís Gonçalves

Prioridade celestial
Participar com Cristo na obra evangelística
deve ser a maior alegria de nossa vida

P
ara Deus, não há nada mais impor- para ser um pregador adventista do sé- Não estamos sozinhos em nosso mi-
tante do que a salvação da huma- timo dia, seja em tempo integral ou par- nistério evangelístico. O Pai e o Filho coo-
nidade. Por isso, o evangelismo é a cial! Esse é o nosso tempo. Neste mundo peram conosco para que alcancemos os
prioridade máxima do Céu. Ele “quer que que procura respostas, Deus nos chamou outros. Todo o Céu está interessado em
todos os homens se salvem, e venham ao para transmitir Seu apelo final à raça hu- salvar pessoas. O Espírito Santo toca o co-
conhecimento da verdade” e “não deseja mana que está perecendo. ração dos não-convertidos em relação ao
que ninguém se perca” (1Tm 2:4, 2Pe 3:9). Participar com Cristo na obra evan- apelo do Pai. Os santos anjos estão em-
Cristo foi enviado ao mundo como um gelística deve ser a maior alegria de nos- penhados para salvar homens e mulhe-
evangelista. O foco de Sua vida era salvar sa vida. Ver homens e mulheres, meninos res em meio ao conflito contra as forças
o perdido. Ele mesmo disse: “O Filho do e meninas salvos para a eternidade deve do mal. As palavras finais de Cristo a Seus
homem veio buscar e salvar o que se ha- ser nossa maior satisfação. No Céu, nos- discípulos ecoam pelo corredor do tempo:
via perdido” (Lc 19:10). sa maior alegria será encontrar as pes- “Eis que Eu estou convosco todos os dias,
Nós, adventistas, não podemos fazer soas que estiveram em nossas reuniões até a consumação dos séculos” (Mt 28:20).
menos. Seguir Jesus implica em conquis- evangelísticas, pessoas que escutaram
tar pessoas para o reino celestial. Deus nossos sermões, que visitamos em seus DESAFIO EVANGELÍSTICO
levantou Sua igreja em um tempo espe- lares e que decidiram aceitar a Cristo e Nos dias 21 a 28 de novembro tere-
cial para participar com Ele do processo Seu reino. mos o maior evangelismo público de
de sair e salvar os perdidos. Somos em- Os adventistas do sétimo dia têm a colheita de nossa história recente. Pasto-
baixadores de Cristo, sacerdotes de Deus, convicção missionária de que foram co- res, evangelistas voluntários, obreiros bí-
luzes neste mundo escuro para compar- missionados por Deus para levar a trípli- blicos, anciãos, líderes em geral estarão
tilhar Sua graça e verdade com aqueles ce mensagem angélica ao mundo. Essa pregando durante uma semana em todo
à nossa volta. Não existe chamado mais mensagem da “verdade presente” deve o Brasil e América do Sul. Convocamos os
digno nem privilégio maior! ser proclamada até os confins da Terra membros da igreja a se envolverem nes-
A urgência do nosso tempo demanda para preparar as pessoas para a segun- se evangelismo, porque Deus fará mara-
que façamos algo grandioso para Deus. da vinda de Jesus. Ela é tão importante vilhas na vida das pessoas convidadas e
Que tempo para estar vivo! Que tempo em nossos dias quanto foi a mensagem na vida dos membros da igreja.
de Noé em seu tempo e a mensagem Salomão escreveu: “O fruto do justo
de João Batista no primeiro século. Mais é árvore de vida, e o que ganha almas é
Luís Gonçalves uma vez, Deus enviou uma mensagem sábio” (Pv 11:30). Participe desse projeto
Evangelista da especial em um tempo especial, pa- evangelístico. Não há nada mais inspi-
Divisão Sul-
Americana ra preparar pessoas especiais para um rador. Deus atuará poderosamente por
evento igualmente especial: a segunda meio dos apaixonados pelo evangelismo.
Divulgação DSA

vinda de Cristo. É você um deles?

Revista do Ancião jul-set 2015 9


PREGAÇÃO OBJETIVA
Márcio Dias Guarda

Como conquistar
o auditório

S
e você vem acompanhando esta Também já aprendeu como estruturar Você só tem uma chance para con-
série, já sabe como preparar os seu sermão da maneira mais adequada. seguir a simpatia do auditório e não
principais tipos de sermões. Con- Agora, é só pregar. Correto? Não. Ainda deve usar muitos minutos para isso. Os
segue identificar as necessidades da sua falta uma parte muito importante, aliás, primeiros dez a vinte segundos são cru-
congregação, e está mais atento à voz duas (a segunda, só na próxima edição ciais e, apesar de as pessoas terem vindo à
do Espírito Santo, em suas leituras da desta revista), mas agora vamos ver a pri- igreja para participar de um culto, só vão
Bíblia, para encontrar os textos que con- meira delas: você precisa obter a atenção acompanhar o pregador se ele captar sua
têm a solução para essas necessidades. dos seus ouvintes. atenção e interesse. E note que seus con-
correntes são extremamente hábeis e po-
derosos. Além dos problemas pessoais de
cada um, a TV, a internet e o celular têm
contribuído para que todos se tornem
mais exigentes e indóceis. Se você quiser
mesmo conquistar o ouvido e o coração das
pessoas, terá que dominar a arte de fazer
uma boa introdução aos seus sermões.

O QUE É UMA BOA INTRODUÇÃO


Nem pense em gaguejar, se descul-
par, fazer graça ou pedir para desligar o
celular. Também não funcionam as intro-
duções do tipo “nariz de cera”. Elas são
até curiosas e interessantes, mas nada
têm que ver com seu sermão. Nesse caso,
© log88off | Fotolia

ao tentar fazer a transição para o corpo


do sermão, as pessoas vão perceber que

10 jul-set 2015 Revista do Ancião


foram enganadas e imediatamente se preparo e, eventualmente, informações clipe, e comentada com umas poucas fra-
trancarão em seu castelo particular, le- prévias para que não apenas a introdução ses para conduzir até o sermão.
vantarão a pequena ponte levadiça que como todo o sermão atinjam seu objetivo. 3. Uma breve história ou fato. Tem que
tinham baixado e você vai continuar fa- 4. Se você prega com frequência na ser coisa verídica e verossímil, enxuta e
lando palavras ao vento, do outro lado de mesma igreja, tem que variar suas intro- ao ponto. Não gosto do termo ilustração
um largo fosso de insatisfação. duções. Não faça como aquele pastor que nem da forma simplória com que alguns
A boa introdução convence os ouvin- começava todos os seus sermões intro- montam relatos fantasiosos ou repetem
tes a ouvir. Primeiro, ela indiretamente duzindo: “Nesta semana, eu me emocio- velhas histórias corroídas, que só contri-
conecta a plateia ao pregador. As pessoas nei ao visitar a casa da irmã...” Entenda buem para sinalizar que na sequência
percebem que o pregador é agradável, do- que é preciso dizer a coisa apropriada de virá um sermão mal preparado.
mina o assunto e é confiável. Além disso, forma inesperada. Isso não é fácil, requer 4. Uma cena, um diálogo, ou mesmo
a boa introdução conecta diretamente a criatividade, oração e dedicação. De que uma cena muda, um trecho de um vídeo,
congregação com a ideia principal do ser- outra forma você terá à sua frente uma que permita uma introdução psicológica,
mão. Ela mostra que o assunto do sermão é congregação atenta e aberta para rece- que mostre um conflito ou um problema a
relevante para a vida do ouvinte. Algumas ber a mensagem da Palavra de Deus? ser solucionado pelo sermão a seguir.
dicas para fazer uma boa introdução: 5. A introdução tem que ser clara, sem 5. Fato ou ocorrência recente, que seja
1. Prepare a introdução somente de- antecipar os fatos. É como entreabrir uma do conhecimento de alguns ou tenha cau-
pois de terminar de escrever todo o corpo porta para estimular a curiosidade e o sado comoção e que, de alguma forma,
do sermão. Se não souber exatamente o interesse, mas sem adiantar o conteúdo sirva de ponte entre o que as pessoas
que vai ser dito no sermão e como o dirá, do sermão ou sua conclusão. É preciso estão vivendo e o que será apresentado
não é possível desenvolver uma introdu- elaborar muito bem. Alguns pregadores no sermão.
ção adequada. A introdução não pode fazem introduções como se fossem o
parecer entrecortada ou insegura. Essas caminho de uma serpente, longas, tor- RECOMENDAÇÕES FINAIS
primeiras frases têm de ser curtas, claras, tuosas, ameaçando ir em uma direção e Não tente preparar a introdução de
interessantes, atuais, bem-humoradas e, depois mudando de rumo. Numa época um sermão que você não seja capaz de
em nenhuma hipótese o pregador deve de tanta objetividade, ninguém tem pa- resumir numa única frase de quatro a seis
lê-las diante da sua congregação. ciência para acompanhar tal pregador. palavras. Note: essa frase não é para ser
2. A introdução adequada aborda o as- expressa nem é a introdução; mas é fun-
sunto do sermão, mas sem exagero. É pre- ALGUMAS IDEIAS PRÁTICAS damental que o pregador tenha, com to-
ciso conseguir o direito de entrar na alma 1. Alguns pregadores têm o costume de tal clareza em sua mente, o rumo do seu
do ouvinte, sem forçar, sem apelação. iniciar seus sermões com a leitura do texto bí- sermão já preparado, antes de se lançar
E pense que há mais portas, além dos ou- blico no qual o sermão se fundamenta. Essa no preparo da sua introdução.
vidos. Não há por que achar que o prega- forma meio abrupta de começar um ser- Diante da sua congregação: Caminhe
dor só pode utilizar o recurso da fala para mão não cumpre a maioria dos requisitos com segurança para o púlpito. Faça uma
chamar a atenção ou se comunicar com a que foram enumerados acima, mas creio pequena pausa e um contato visual para
congregação. Os recursos visuais e os que que se for pedido para a congregação se chamar a atenção e evocar simpatia, com
envolvem os demais sentidos podem e colocar em pé (o que já chama a atenção), naturalidade. A congregação precisa sen-
devem ser usados com criatividade. se o texto for introduzido com cinco ou seis tir que o pregador está no controle. É fácil
3. A introdução tem que ser cordial, frases que apresentem seu contexto, e se a titubear durante a introdução. Pregadores
sem ser vulgar, e própria para seu auditório. leitura for feita em uma tradução mais mo- prudentes dedicam um tempo extra ao
Começar de maneira tensa e carregada derna (somente se essa versão não entrar preparo necessário para que a introdução
não conquista a atenção de ninguém, em conflito com a que vai ser usada em to- seja adequada, amável e segura.
da mesma forma que a hilaridade não da a pregação) como a Bíblia A Mensagem,
condiz com o espírito de um sermão. pode funcionar como uma boa introdução, Márcio Dias Guarda

Adequar a introdução ao seu auditório é para ser usada de vez em quando. Serviu à igreja no Brasil
como pastor por 40 anos.
ainda mais difícil para os pregadores vi- 2. Usar uma citação de alguém que Em 2012, aposentou-
William de Moraes

se como editor na Casa


sitantes. Pregar em uma igreja que você seus ouvintes admirem. Tem que ser cur- Publicadora Brasileira.
não frequenta habitualmente exige mais ta, pode ser apresentada através de um

Revista do Ancião jul-set 2015 11


MENSAGEM DO PRESIDENTE
Erton Köhler

Líderes com paixão


“A Minha comida consiste em fazer a vontade dAquele
que Me enviou e realizar a Sua obra” (Jo 4:34)

G
osto de observar gente compro- para comprar sua mercadoria, pergun- nobre e exige um comprometimento
metida, apaixonada, capaz de qual- tando quanto eu queria pagar, tentando ainda maior. Mas estamos demonstran-
quer sacrifício por aquilo em que encontrar uma forma de baixar o pre- do, pelo menos, a mesma paixão e per-
acredita. Pessoas que não têm dia nem ho- ço ou de me convencer definitivamen- sistência ao realizar nossas atividades?
ra, que não tem limites nem reservas para te a comprá-la. Sei que o intuito deles Somos chamados a liderar uma igreja
entregar seu melhor por uma causa. era apenas vender, mas me chamou a que deve ser cada vez melhor neste mun-
Recentemente, estive participando atenção a persistência para alcançar seu do cada vez pior. É uma obra grandiosa
de reuniões administrativas na China. objetivo. Parecia uma questão de vida que só será realizada quando o poder do
Certa noite, saí nas proximidades do ho- ou morte. Espírito Santo atuar por meio de líderes
tel para conhecer o comércio. Fiquei im- Essa experiência me levou a fazer que tenham brilho nos olhos e fogo no
pressionado com o comprometimento uma autoavaliação. Pensei muito no ta- coração. Você tem estas características?
dos vendedores. Eu não podia perguntar manho do meu compromisso com a obra O ancionato das nossas igrejas não po-
o preço de algum produto que eles não de Deus. Pensei também nos pastores, de ser ocupado por pessoas que desejam
me deixavam sair. Um ficava bloquean- anciãos e naqueles que lideram nossas apenas receber os privilégios da função
do a porta e o outro insistindo comigo igrejas locais. Essa causa é muito mais e não querem assumir o ônus de suas

Imagens: © BillionPhotos.com | Fotolia

12 jul-set 2015 Revista do Ancião


responsabilidades. Falando da pregação,
que é apenas um aspecto da liderança,
Leonard Ravenhill descreveu com clareza
a falta de compromisso de alguns líderes.
Ele afirmou: “Se Jesus pregasse os mes-
mos sermões dos pregadores de hoje,
nunca teria sido crucificado.”
A igreja está buscando intensamen-
te líderes que façam a diferença que te-
nham o mesmo sentimento que moveu
John Wesley, quando disse: “Eu ponho
fogo em mim mesmo e o povo vem pa-
ra me ver queimar.” Essa foi a base de
todas as grandes revoluções da história,
tanto para o bem quanto para o mal. Elas
sempre foram conduzidas por líderes ca-
rismáticos, visionários, apaixonados e
comprometidos. Gente assim é capaz de realizado. Deus pode operar milagres relacionamento e missão. Trabalhe o ci-
“mover o mundo”. Martin Luther King, em favor de Seu povo unicamente quan- clo do discipulado para os novos conver-
líder pacifista negro norte-americano, do este desempenha sua parte com in- sos; invista no plantio de novas igrejas;
afirmou: “Se você não está pronto para cansável energia” (Profetas e Reis, p. 134). fortaleça os relacionamentos por meio
morrer por alguma coisa, então não está Ela vai mais além indicando qual de- dos pequenos grupos; experimente ino-
pronto para viver.” Isso é liderança com- ve ser a prioridade desse compromis- var e manter a igreja aberta mais dias por
prometida e apaixonada! so: “Se há uma coisa no mundo em que semana, multiplicando seu potencial; en-
Cristo nos deu o exemplo. Sua vida foi possamos manifestar entusiasmo, seja cha o batistério mais vezes, recordando à
totalmente comprometida com a missão. este manifestado em buscar a salvação igreja nossa missão e deixando-a prepa-
Ele não perdia oportunidades, não rejei- das pessoas por quem Cristo morreu” rada para batizar a qualquer momento.
tava pessoas e não tinha limites de tem- (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 139). “Deus A metodologia é variável, até por-
po nem lugar. Quando chamado pelos deseja homens que arrisquem qualquer que a igreja está inserida em regiões di-
discípulos para comer, preferiu continuar coisa e todas as coisas para salvar pes- ferentes, mas o importante é não perder
atendendo a mulher samaritana e nos soas” (Evangelismo, p. 63). a visão, a paixão e o comprometimento.
deu um dos maiores exemplos de paixão Use sua paixão para fortalecer nossa O apóstolo Paulo afirmou: “Eu de boa
quando lhes respondeu: “A Minha comi- missão. Coloque toda a força de sua li- vontade me gastarei e ainda me deixarei
da consiste em fazer a vontade dAquele derança nisso. Uma igreja que tem mais gastar” (2Co 12:15).
que Me enviou e realizar a Sua obra” missão tem menos confusão e também
(Jo 4:34). menos problemas para resolver em co-
Ao escrever sobre isso, Ellen G. White missão. É uma igreja mais viva, receptiva,
lembra que esse comprometimento é criativa, profunda e fiel. Mas uma congre-
uma necessidade para “todos os que gação é sempre reflexo de seus líderes. A
ocupam posição de confiança. Quando paixão é contagiosa! Igrejas fortes e mis-
Deus abre o caminho para a realização sionárias são resultados de líderes com
de certa obra, e dá garantias de suces- essas características. Afinal, essa é a ra-
so, o instrumento escolhido deve fazer zão de nossa existência como igreja. Não Erton Köhler
tudo que estiver em seu poder para al- podemos desanimar nem perder o foco. Presidente da Divisão
Sul-Americana
cançar os resultados prometidos. O su- Trabalhe com um projeto para sua
cesso será proporcional ao entusiasmo igreja com base na visão do projeto de
Ansel Oliver

e perseverança com que o trabalho é discipulado. Isso implica comunhão,

Revista do Ancião jul-set 2015 13


MÍDIA NA IGREJA
Rafael Rossi

Sodomia digitalizada
Ceder às tentações virtuais traz sérias consequências

A
igreja está inserida em um mundo que muda a cada dia Na Bíblia, vemos que a plenitude da alegria e da satisfação
em meio ao conflito entre o bem e o mal. Lutamos com vem somente de Cristo. (ver Jo 15:1-11; 16:16-24; Rm 15:13). É me-
forças que, no passado, pareciam mais distantes. Isso ra ilusão buscar esses elementos em outra fonte. Se necessário,
tem enfraquecido a liderança da igreja como um todo. Com procurar ajuda especializada ou alguém de confiança capaz de
a expansão do uso e das facilidades de acesso às informações orientar sabiamente.
pela internet, a pornografia virtual, destruidora da vida cristã, A pornografia é uma fuga que não resolve a pressão nem a
tem sido acessada de modo furtivo e, cada vez mais, frequente. tensão. Consumir esse material não é e nunca será uma experiên-
Estudos indicam que são produzidos mais filmes pornográ- cia emocional ou fisiologicamente neutra. É um pecado que rou-
ficos no mundo do que qualquer outro gênero. Em média, são ba Deus de Sua glória no que se refere à sexualidade. Refugiar-se
37 filmes por dia. Segundo o site Just1ClickAway, de cada cinco na pornografia é, por fim, como um sedento tentar matar sua
buscas feitas na internet, quatro estão relacionadas com a por- sede com a água do mar. Homens que caíram no vício da porno-
nografia. Em sua maioria, os que buscam esse tipo de conteúdo grafia e masturbação deixam de ser maridos da sua mulher real e
são homens. Afirmar que a pornografia é quase onipresente não passam a fantasiar com mulheres que eles nunca terão.
é exagero. O pecado humilha e desfigura as pessoas a ponto de elas
Há uma ampla difusão do vício da pornografia entre os ho- não mais conseguirem se reconhecer como filhos e filhas de
mens. Lamentavelmente, os jovens são lançados no mundo da Deus. A vida sai da monotonia quando se descobre a emoção
pornografia muito antes de sua compreensão da sexualidade. de conhecer a Deus, obedecer-Lhe e ajudar pessoas a encon-
Para muitos deles, o despertar da sexualidade ocorre por meio da trar nEle o refúgio seguro. (Ver Mt 13:44, 2Co 8:1-2; Fp 1:3-4,
exposição ao sexo pornográfico, ou seja, de natureza desvirtuada. Cl 1:9-14, 1Pe 1:3-9; 3Jo 1:3-4.)
Neste mundo caído, a pornografia se tornou mais do que uma Somos responsáveis pelas nossas escolhas. Ellen White es-
distração e uma distorção da intenção de Deus para a sexualida- creveu: “Não se acha no poder de todo o exército satânico o
de humana. Ela se tonou um veneno viciador que vai sufocando forçar o tentado a transgredir. Não há desculpa para o peca-
pouco a pouco e, sem dúvidas, vai cobrar alto preço. Líderes espi- do” (Mensagens aos Jovens, p. 430). Devemos fazer nossa parte
rituais são expostos ao perigo de serem alcançados por essa ero- afastando-nos das áreas que são escorregadias, confiando no
tização, na qual eles não são obrigados a conhecer ninguém, não poder de Deus. Ele pode socorrer qualquer pessoa que estiver
necessitam de romance e não precisam de autossacrifício para o no lamaçal pornográfico.
benefício dos outros. Ela proporciona ainda o prazer de possuir Quero concluir este artigo com a seguinte pergunta: Deve-
centenas de mulheres virtuais que atendem a todos os seus ca- mos rejeitar a salvação oferecida por Deus por causa da porno-
prichos sem a complicação dos relacionamentos reais. grafia? Pensemos nisso!
Essa imersão pode dar a ideia de alívio. É exatamente nesse
ponto que está o perigo. Alguns acham que suas necessidades
afetivas e sexuais podem ser supridas na pornografia. Esse não
é o caminho, porque após esse aparente “relaxamento” mo-
Rafael Rossi
mentâneo, surge o medo, distanciamento do cônjuge e, o que
Diretor do Departamento
é pior, uma soma de mentiras para esconder o vício. É bom lem- de Comunicação da
brar que não se trata de um alívio duradouro, mas sim de uma Divisão Sul-Americana
Divulgação DSA

anestesia temporal.

14 jul-set 2015 Revista do Ancião


ESBOÇO DE SERMÃO

A justificação pela fé
Romanos 5:1
INTRODUÇÃO II. FÉ X OBRAS pelas nossas iniquidades; o castigo
1. Justificação pela fé é o método de 1. Quando Caim e Abel se aproximaram que nos traz a paz estava sobre Ele, e
Deus para tornar justo o pecador. É da porta do Éden para adorar a Deus, pelas Suas pisaduras fomos sarados.
salvação pela graça. As expressões: eles estavam familiarizados com as Todos nós andávamos desgarrados
“Justificação pela Fé” e “Salvação pela instruções divinas para sua salvação. como ovelhas; cada um se desviava
Graça” podem ser usadas alternativa- Sabiam que os sacrifícios sobre o al- pelo caminho, mas o Senhor fez cair
mente com referência a esse processo. tar constituíam a expressão de fé no sobre Ele a iniquidade de nós todos”
2. N inguém entrará no Céu sem ser jus- Salvador vindouro e em Seu perdão (v. 5, 6).
tificado pela fé. Por que não? Porque a e justiça.
justificação pela fé é o meio designado 2. Abel ofereceu em sacrifício um cor- III. NO TEMPO DE CRISTO
por Deus para a remissão dos pecados, deiro das primícias de seu rebanho. 1. Q
 uando Jesus veio à Terra em Seu pri-
e quem não aceita a Jesus Cristo como E “agradou-Se o Senhor de Abel e de meiro advento, a religião dos judeus
seu salvador morrerá em seus peca- sua oferta”. Desceu fogo do Céu e con- se havia degenerado em justificação
dos. “E o testemunho é este: que Deus sumiu o sacrifício. Os pecados de Abel pelas obras. Eles pensavam que po-
nos deu a vida eterna; e esta vida está foram perdoados e ele foi justificado diam obter salvação obedecendo me-
no Seu Filho. Aquele que tem o Filho diante de Deus. ticulosamente às centenas de regras e
tem a vida; aquele que não tem o Filho 3. Caim menosprezou as recomendações preceitos.
de Deus não tem a vida” (1Jo 5:11, 12). do Senhor. Ele apresentou seus pró- 2. Jesus enfrentou essa situação com a
3. V isto que ninguém será salvo sem justi- prios frutos, produtos do seu esforço e justificação pela fé. Ele pretendia res-
ficação, deve, pois, ser de suma impor- trabalho. Confiou em seus próprios mé- taurar o conhecimento da verdadei-
tância sua compreensão e aceitação. ritos, buscando a justificação pelas pró- ra religião fundamentada na justiça
prias obras. O Senhor não os aceitou. pela fé.
I. DESDE ADÃO Caim permaneceu sob condenação. a) O evangelho que Ele confiou aos após-
1. A
 justificação pela fé se tornou ope- a) “O esforço que o homem faz em suas tolos e seus sucessores, centralizava-se
rante quando nossos primeiros pais próprias forças para obter a salvação na justificação por meio da cruz.
pecaram. Na era patriarcal e durante a é representado pela oferta de Caim” 1) Pregando em Antioquia, Paulo disse:
época do Antigo Testamento (AT), to- (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 364). “Tomai, pois, irmãos, conhecimento
do sacrifício oferecido com genuína fé 4. O pecador só poderá se tornar justo de que se vos anuncia remissão de
representava justificação pela fé. se, pela fé, ele partilhar do dom gra- pecados por intermédio dEste; e por
a) Pedro declarou que somos remidos tuito da perfeita justiça de Cristo. meio dEle todo o que crê é justificado
“pelo precioso sangue, como de cor- a) O altar diante do Lugar Santo mostra- de todas as coisas das quais vós não
deiro sem defeito e sem mácula, o va a necessidade de constante depen- pudestes ser justificados pela lei de
sangue de Cristo, conhecido, com efei- dência do sangue de Cristo. Moisés” (At 13:38, 39).
to, antes da fundação do mundo, po- b) O propiciatório sobre a arca do con-
rém manifestado no fim dos tempos, certo no Lugar Santíssimo prefigurava CONCLUSÃO
por amor de vós” (1Pe 1:18-20). Cristo como a fonte de misericórdia, 1. J ustificação pela fé é o assunto trans-
2. Antes de terem desobedecido a Deus, perdão e justificação. cendental de toda a Bíblia, desde a
Adão e Eva, não tinham necessidade c) O âmago do serviço do santuário era primeira promessa de salvação em
de vestimentas. O Senhor os cobria a luz da justificação que dimanava do Gênesis 3:15 até a bênção descrita no
com uma veste de luz – símbolo de Cordeiro de Deus como a Garantia, o último versículo do derradeiro capítu-
Sua própria justiça. Quando eles peca- Substituto, o Justificador e Santifica- lo de seu último livro: “A graça do Se-
ram, desvaneceu-se essa veste de luz. dor do homem. nhor Jesus seja com todos” (Ap 22:21).
Então o Senhor fez “vestimentas de 5. O assunto central dos profetas do 2. A Palavra de Deus afirma que nossa
pele [...] e os vestiu” (Gn 3:21). AT, em relação ao primeiro advento esperança de participar da herança
3. Essas peles eram uma constante lem- de Cristo, era a justificação por Seu celestial depende de fruírmos a expe-
brança da cobertura de luz que ha- intermédio para toda pessoa arre- riência da justificação ou justiça pela
viam perdido, e ensinavam a impor- pendida e crente. a) Esse grandioso fé (Rm 4:13, 16).
tantíssima lição de que a restauração e tema atingiu seu ponto culminante
salvação só poderiam ocorrer median- na apresentação profética do Mes- Pr. Arthur G. Daniells
te morte vicária – a morte do Filho de sias, em Isaías 53: “Ele foi traspassado Presidente da Associação Geral
Deus – e se ela fosse aceita pela fé. pelas nossas transgressões, e moído de 1901 a 1922
Revista do Ancião jul-set 2015 15
ESBOÇO DE SERMÃO

Pela porta da fé
Hebreus 11:1
INTRODUÇÃO pode fazer. Mas mediante a graça de do coração, antes que a justificação te-
1. A experiência de ser salvo, justificado Cristo, poder sobrenatural lhe é comuni- nha lugar” (Ellen G. White, Review and
ou considerado justo, é uma questão cado. Poder que opera na mente, no co- Herald, 4 de novembro de 1890).
individual entre o pecador e Deus. Não ração e no caráter. Dessa forma o peca- b) Disposição para pagar o preço. “A salva-
pode ser alcançada nem recebida por do é discernido em sua odiosa natureza. ção [...] é a pérola de grande preço. Na
procuração. Há somente uma porta de 2. Mas o que é esse “poder sobrenatu- parábola, o negociante é representado
entrada para essa experiência: “a por- ral”? É um poder muito acima de qual- como vendendo tudo o que possuía
ta da fé.” quer coisa que reside no ser humano. para conseguir a posse de uma péro-
2. “Fé é a condição pela qual Deus con- Está além de qualquer coisa a que la de grande valor (Mt 13:45, 46). Essa
siderou justo oferecer perdão aos possamos nos apegar neste mundo. É é uma bela representação dos que
pecadores; não que haja qualquer todo o poder “no Céu e na Terra” que apreciam a verdade tão altamente que
virtude na fé, pela qual a salvação se Cristo declarou ter recebido. colocam o reino de Deus em primeiro
torna merecida, mas porque a fé pode a) Esse é o mesmo poder sobrenatural lugar na vida” (Ellen G. White, Review
se apegar aos méritos de Cristo, o re- que Jesus comunica a Seus filhos, e and Herald, 8 de agosto de 1899).
médio provido para o pecado” (Ellen que opera na mente e no caráter de c) Inteira renúncia dos maus hábitos. “Al-
G. White, Review and Herald, 4 de no- cada um deles. guns há que estão buscando a boa
vembro de 1890). 3. 
Porém, essa obra maravilhosa de pérola. Mas não fazem uma renúncia
3. A fim de confundir o pecador, bem transformação não é realizada sem o completa de seus maus hábitos. Não
junto a essa porta, a da fé, o inimigo consentimento e a decisão do peca- morrem para o próprio eu para que
de toda a justiça colocou outra porta, dor. O exercício da fé é nossa parte na Cristo viva neles. Por isso, não encon-
mais ampla e visível: a porta das obras. grande transação pela qual os peca- tram a preciosa pérola” (Ibid.).
dores se tornam santos. Mas devemos d) O  poder da vontade em cooperação
I. A PORTA DAS OBRAS nos lembrar de que não há virtude com Deus. “O Senhor não tem por de-
1. Através dessa porta, muitos peregri- salvadora nenhuma na fé em si, que sígnio que o poder da nossa vontade
nos que estão a caminho da Canaã torne o pecador merecedor da salva- seja paralisado; mas, em cooperação
Celestial se extraviam, inconsciente- ção. Unicamente Cristo é o “remédio” com Deus, esse poder pode ser eficaz
mente, tomam a vereda que conduz à provido para o pecado. E a fé é o ato para o bem” (Ellen G. White, Review
perdição, e, mais cedo ou mais tarde, pelo qual o desesperançado pecador and Herald, 1º de novembro de 1892).
descobrirão que as vestes da justi- lança mão do remédio. 4. Se seguirmos essas orientações, reco-
ça própria não passam de “trapos de a) “ Pela graça sois salvos, mediante a fé; nhecendo nossa lamentável condição
imundícia” (Is 64:6). e isto não vem de vós; é dom de Deus; e compreendendo que, por nós mes-
a) Quantos há que estão perdendo o não de obras, para que ninguém se mos, nada podemos fazer, mas, sim,
Céu, em consequência de pensar que glorie” (Ef 2:8, 9). pela fé nos méritos de Cristo, então o
devem alcançá-lo realizando algo poder do Espírito Santo será concedi-
meritório para obter o favor de Deus. III. FÉ DEMANDA AÇÃO do e o pecado vencido!
Buscam tornar-se melhores por seus 1. E ntrar pela porta da fé, na plenitude
próprios esforços. Mas jamais conse- da justiça imputada/atribuída e comu- CONCLUSÃO
guirão realizar isso. nicada, envolve mais do que um mero 1. Experimentemos a alegria da salvação,
2. Outros “parecem pensar que Jesus virá assentimento mental às provisões ofe- e dia após dia veremos em nossa vida a
a eles no derradeiro momento de sua recidas por Deus. realidade da vitória que vence o mun-
luta, e os ajudará acrescentando-lhes o 2. A fé deve ser o umbral através do qual do, a nossa fé. “Sendo, pois, justificados
toque final a seu esforço próprio. Pare- a pessoa se apropria da graça que a pela fé, temos paz com Deus, por nosso
ce difícil compreenderem que Cristo é purifica. Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1, ARC).
um Salvador completo, capaz de salvar 3. Para ultrapassar esse portal precisa- 2. Não descansemos até que tenhamos
totalmente todos quantos vêm a Deus mos preencher certos requisitos: entrado plenamente pela porta da fé,
por meio dEle” (Ellen G. White, Review a) Deve haver a cessação da prática de usufruindo a maravilhosa experiência
and Herald, 5 de março de 1890). todo pecado conhecido. “[...] ninguém do perdão, da justificação e da paz em
pode trajar-se das vestes da justiça Cristo.
II. RECONHECER SUA CONDIÇÃO de Cristo, praticando pecados conhe- Pr. Arthur G. Daniells
1. Sem a graça de Jesus, o pecador está cidos ou negligenciando deveres co- Presidente da Associação Geral
numa condição de desesperança; nada nhecidos. Deus requer inteira entrega de 1901 a 1922

16 jul-set 2015 Revista do Ancião


ESBOÇO DE SERMÃO

A glória de Deus
Êxodo 33:17-23
INTRODUÇÃO
1. 
Preocupado com o futuro de sua que atraem a atenção e a admiração esse conceito está o sentimento de
missão em conduzir o povo de Israel das pessoas. orgulho dos próprios atributos. Jesus
para a Terra Prometida, Moisés pediu b) “[...] o Seu poder [de Deus] se exaltará rejeitou esse sentimento, dizendo a
a Deus que lhe mostrasse Sua glória. em glória” (Sl 112:9). “[...] e eis que a Seus oponentes: “Eu não procuro a
Essa foi, certamente, uma das mais glória do Senhor apareceu na nuvem” Minha própria glória” (Jo 8:50).
emocionantes experiências de toda (Êx 16:10). “Os céus proclamam a gló- 3) Em terceiro lugar, levando em conta o
a Bíblia. ria de Deus, e o firmamento anuncia significado geral de “glória” no NT, a
2. D isse-Lhe o Senhor: “Quando passar a as obras das Suas mãos” (Sl 19:1). expressão se tornou sinônimo das pa-
Minha glória, Eu Te porei numa fenda lavras louvor e honra, encontradas em
da penha e com a mão Te cobrirei, até II. GLÓRIA NO NOVO TESTAMENTO alguns cânticos de louvor das Escritu-
que Eu tenha passado” (v. 22). 1. Os escritores cristãos do primeiro sé- ras. Por exemplo, Lucas 2:14; Romanos
3. Por um momento, Moisés teve o alto culo usaram a clássica palavra grega 11:36, etc.)
privilégio de presenciar a majestade doxa. Contudo, não restrigiram seu 4) Por último, pode ser significativo o
dAquele Ser Onipotente e crer que Ele uso às formas pelas quais os escritores pensamento aqui quando ligamos
sustentaria Seu povo e Moisés, como não cristãos da época empregavam a o conceito do NT com a palavra he-
líder, até que chegassem à Canaã. palavra. braica kabod considerando a expe-
4. Glória é uma palavra que temos a ten- 2. O s escritores cristãos acrescentaram riência que Moisés teve. Quando se
dência de achar que compreendemos novas alternativas de significado para encontrou com Deus no Monte Sinai,
muito bem. Porém, se alguém nos doxa, aplicando à palavra grega mui- ele pediu: “Rogo-Te que me mostres
pedisse uma rápida definição da pa- tos dos conceitos hebraicos ligados a a Tua glória” (Êx 34:18). Moisés dese-
lavra, poderíamos hesitar um pouco e kabod. java saber qual dos atributos de Deus
depois admitir que não sabemos defi- a) Quando lemos a palavra “glória” no Ele achava que mais despertava a ad-
ni-la com objetividade – pelo menos NT, precisamos pensar nela em termos miração do povo. A resposta de Deus
não sem um tempo para pensar. Dado de kabod. Consideremos, portanto, as deve dar a todos nós grande alegria,
esse tempo, finalmente, poderíamos várias nuances de doxa. porque revela que Ele considera Sua
dizer que ela significa algo muito bri- 1) Primeiramente, os escritores do NT grande glória como graça e misericór-
lhante e reluzente, ou que significa usaram o termo para descrever “o bri- dia para com os que não as merecem.
algo como louvor, ou ainda que rela- lho” ao redor de seres celestiais. Por
cionamos a palavra à fama e à honra. exemplo, em Lucas 9:29, 32, é usada CONCLUSÃO
para descrever a aparência de Cristo 1. A
 Bíblia diz: “Passando o Senhor por
I. DEFINIÇÃO e dos dois visitantes celestiais (Moisés diante dele, clamou: Senhor, Senhor
1. O que significa, na verdade, a palavra e Elias) sobre o monte da transfigura- Deus compassivo, clemente e lon-
glória? Mais especificamente, o que ti- ção. Podemos ver a mesma descrição gânimo e grande em misericórdia e
nham em mente os escritores do Novo no caso dos anjos que cantaram pa- fidelidade; que guarda a misericórdia
Testamento (NT) quando escreviam ra os pastores quando Cristo nasceu em mil gerações, que perdoa a iniqui-
doxa, o termo grego traduzido como (Lc 2:9). Os pastores “ficaram tomados dade, a transgressão e o pecado [...]”
“glória”? de grande temor” quando viram “a (Êx 34:6, 7).
a) Para começar, a palavra grega signifi- glória do Senhor” com a qual se apre- 2. Portanto, o fato de que o próprio Deus
ca “brilho”, “refulgência”, “esplendor”. sentara o anjo. O apóstolo Paulo usou tem prazer em Sua graça e paciência,
Mas também devemos notar que a a ideia de brilho para ilustrar o assunto e considera isso como Sua kabod pes-
maioria dos escritores do NT conhecia que estava apresentando: “Uma é a soal, é uma notícia maravilhosa para
bem uma palavra semítica cuja ver- glória do Sol, outra, a glória da Lua, e todos nós. Evidentemente, essa foi a
são hebraica era kabod. O significado outra, a das estrelas; porque até entre Sua glória especial, tanto no tempo do
básico desse termo é “peso”. Tinha estrela e estrela há diferenças de es- Antigo quanto do Novo Testamento.
conotações parecidas com a expres- plendor” (1Co 15:41). Essa ainda é Sua atitude para comigo,
são “jogar o peso de sua influência”. 2) Em segundo lugar, passagens do NT com você, e para com todos os indig-
Em outras palavras, o termo hebraico empregam frequentemente o termo nos, porém, carentes seres humanos.
kabod tinha o significado de força e “glória” (doxa) para se referir à quali-
solidez, abarcando conotações de va- dade de uma pessoa que desperta a Richard L. Litke
lor, reputação e influência – qualidades admiração de outras. Relacionado a Universidade de Walla Walla – EUA
Revista do Ancião jul-set 2015 17
ESBOÇO DE SERMÃO

Aprendendo a ser feliz


Filipenses 4:10-13

INTRODUÇÃO vida de um cristão não devem ser os b) Em tempos de tribulações – Verdadeira-
1. Nunca vivemos um momento tão difícil fatores que determinam suas atitudes mente aprendemos a confiar em Deus
como humanidade, no contexto finan- para com a vida. e a ter uma experiência real com Ele.
ceiro, familiar, social e espiritual, como 4. Como Paulo alcançou essa condição? 2. A amizade e confiança de Paulo em
hoje. a) Ele disse: “Eu aprendi.” Certamente, Deus eram tão grandes e reais que as
a) Certo estava o apóstolo Paulo quan- ele não gostava das dificuldades que demais coisas desta vida não interfe-
do escreveu para Timóteo: “Nos últi- estava experimentando. Não era um riam negativamente em sua vida.
mos dias, sobrevirão tempos difíceis” masoquista espiritual, nem alguém
(2Tm 3:1). que gostasse de sofrer, mas aprendeu CONCLUSÃO
b) Diante de tudo que estamos presen- por experiência a estar contente em 1. F inalmente, acredito que o maior
ciando ou experimentando, qual tem meio aos contratempos da vida. auxílio para Paulo em seu apren-
sido nossa reação e posicionamento 5. Para piorar sua situação, ele tinha um dizado de como ser feliz em meio às
como cristãos? Seriam iguais aos espinho na carne que o fazia sofrer. dificuldades, foi o fato de ele olhar
daqueles que não creem em Deus e Por três vezes ele orou a Deus para e seguir o grande e perfeito exem-
vivem sem esperança? que o espinho fosse tirado. Humana- plo de Cristo. “Portanto, também
2. H oje, como nunca, devemos aprender mente, esse espinho o angustiava e o nós, visto que temos a rodear-nos
a viver em meio às crises, situações impedia talvez de realizar um melhor tão grande nuvem de testemunhas,
difíceis e provações sem permitir que trabalho para Deus. desembaraçando-nos de todo peso
tais circunstâncias afetem nossa paz a) A resposta de Deus foi: “A Minha graça e do pecado que tenazmente nos
interior, alegria e confiança em Deus. te basta” (2Co 12:9). assedia, corramos, com perseveran-
ça, a carreira que nos está proposta,
I – ALGUÉM QUE SOUBE VIVER FELIZ II – FELIZ EM QUALQUER olhando firmemente para o Autor e
1. O apóstolo Paulo é um exemplo pa- CIRCUNSTÂNCIA Consumador da fé, Jesus, o qual, em
ra todos os cristãos de alguém que 1. Paulo aprendeu também a viver con- troca da alegria que Lhe estava pro-
aprendeu a ser feliz . “Alegrei-me, so- tente em toda situação porque colo- posta, suportou a cruz, não fazendo
bremaneira, no Senhor porque, agora, cou na mente certos conceitos básicos caso da ignomínia, e está assentado à
uma vez mais, renovastes a meu favor da vida cristã. destra do trono de Deus. Considerai,
o vosso cuidado; o qual também já a) Situações são temporárias – Sempre pois, atentamente, Aquele que su-
tínheis antes, mas vos faltava opor- mudam ou passam e eu não posso de- portou tamanha oposição dos peca-
tunidade. Digo isto, não por causa da pender delas. dores contra Si mesmo, para que não
pobreza, porque aprendi a viver con- b) O que importa acima de tudo é minha vos fatigueis, desmaiando em vossas
tente em toda e qualquer situação” relação de amizade com Deus e minha almas” (Hb 12:1-3).
(Fp 4:10 e 11). paz interior. Desse relacionamento de- a) Ele aplicou esse exemplo em sua vida
a) Ele estava querendo dizer aqui que pende minha segurança. pessoal.
aprendeu a não ser controlado pelas c) Deus cuida de mim. Tudo está sob Seu 2. No tempo em que vivemos precisa-
circunstâncias da vida: “Eu não depen- controle e nada acontece comigo sem mos também, como nunca, fixar nos-
do das circunstâncias ao meu redor que Ele saiba ou permita. Isso me dá sos olhos em Cristo.
para ser feliz.” tranquilidade. Portanto, não permitirei 3. Não sei quais são suas lutas, tribula-
2. A nota dominante da epístola aos Fili- que situações ruins roubem a minha ções e enfermidades, mas de uma coi-
penses é a alegria. paz e alegria. sa eu sei: podemos confiar em Cristo,
a) Paulo não estava escrevendo simples- pois nEle encontramos o ânimo e a
mente como um apóstolo que tinha III – SATISFAÇÃO EM CRISTO força de que necessitamos.
que dar uma mensagem a uma igreja 1. O princípio que emerge aqui é que a) Não precisamos temer pois a promes-
que ele havia fundado. Ele escreveu o Paulo tinha aprendido a encontrar sa é: “Não estou só, porque o Pai está
que sentia, como um amigo para ami- contentamento na sua satisfação em comigo” (Jo 16:32).
gos que amava. Cristo. Você e eu precisamos aprender 4. Apelo.
3. Ele escreveu essa carta da prisão. esta mesma lição:
a) Por seu exemplo ele procurou mostrar a) E m tempos de paz – Normalmente só te- Jonas Arrais é ministerial associado
que as circunstâncias que circundam a mos uma experiência teórica com Deus. da Associação Geral

18 jul-set 2015 Revista do Ancião


ESBOÇO DE SERMÃO

A maior prioridade
Mateus 6:25–34
INTRODUÇÃO II. PRIMEIRO DEUS essa expressão 31 vezes. Ela expressa não
1. O texto contém a receita de Deus para li- 1. “ Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu o “Reino da Glória”, mas o reino que Cristo
vrar a humanidade da ansiedade doen- reino e a Sua justiça” (v. 33). Como po- veio estabelecer entre os homens, no co-
tia que gera conflito, angústia e deses- demos relacionar esse conselho com ração, na vida, na experiência. O Reino de
pero. A mensagem explica que, apesar a ilustração das aves, das flores e do Deus nesse contexto é uma forma de vida;
de necessitarmos de coisas materiais, crescimento? Em primeiro lugar note- coloca Cristo e Sua justiça acima de tudo.
Deus deve estar em primeiro lugar. mos que as três apresentam os tipos 2. D eus em primeiro lugar.
de necessidades humanas. a) Na administração de nosso tempo, Ele
I. D  EUS PROVÊ O NECESSÁRIO PARA a) A comida das aves – necessidades vi- deve ocupar o primeiro lugar. Antes de
O SUSTENTO tais, indispensáveis. pensar no tempo para nós, temos que
Essa verdade é ilustrada por Cristo b) O vestuário das flores – necessidades pensar no tempo de Deus: o sábado.
com três figuras da natureza: “necessárias”. b) Na alimentação do nosso corpo; antes
1. A s aves do céu – v. 26. c) A  idade – necessidade imaginária. Adian- de pensar em nossos gostos e apeti-
a) As aves dormem e acordam cantando. ta eu me preocupar para retroceder ou tes, temos que pensar nEle e na ma-
Não vivem preocupadas. avançar no tempo? neira com a qual Ele quer que cuide-
b) Deus providenciou leis naturais para Mas vejamos em que sentido Deus de- mos do templo do Espírito Santo.
elas – Jó 38:41. ve ser o primeiro: c) Na administração de nossos talentos,
c) Isso, porém, não é uma apologia à dis- 1. As aves do campo, ao nascer um novo antes de usá‑los para nós, temos que
plicência. dia, a primeira coisa que fazem é cantar, pensar em como usá‑los para Deus.
d) Ao mencionar a ilustração das aves, louvar a Deus, olhar o céu azul, contem- d) A ssim também deve ser com os tesou-
Jesus não estava liberando ninguém plar o sol. As aves não acordam e saem ros. Deus primeiro, depois eu.
da responsabilidade do trabalho. a procurar comida como loucas. 3. O ser humano será feliz na medida em
e) Você viu como as aves acordam cedo 2. A pessoa que cresce, não cresce em que buscar “o reino de Deus e a Sua
e saem à procura de alimento? Muitas estatura ou idade porque se preocupa justiça”. De outra maneira sua vida se-
vezes têm que voar longas distâncias ou vive ansiosa. rá sempre ansiosa. Você correrá como
para conseguir comida. Você tem que a) O crescimento é uma consequência. louco à procura de coisas que se veem.
dormir e acordar louvando Meu nome, Ela se alimenta, o tempo se encarrega É assim que vivem os homens que não
como as aves do céu, porque Eu sempre do resto. conhecem a Deus. “Os gentios é que
terei um grão de mostarda para você. b) Você percebe o que Deus está querendo procuram todas estas coisas” (v. 32).
2. O crescimento humano – Essa ilustra- nos ensinar? O bebê não tenta correr e a) Correm atrás dos seus interesses, do
ção mostra a nulidade da preocupa- crescer. O bebê nasce e a primeira coisa dinheiro, de satisfazer o apetite e, se
ção humana. que mexe é a boca, à procura de alimen- sobrar tempo, pensam em Deus.
a) O que Cristo estava querendo enfati- to. Cristo é o leite, o pão, a vida. “Buscai b) O povo de Deus é diferente: busca pri-
zar era o fato de que há coisas na vida primeiramente o reino de Deus” – isso é meiro as coisas de Deus. Em dar a Ele
que têm que ser aceitas e que a ansie- básico; o restante “será acrescentado”. o primeiro lugar. Tudo o mais que pre-
dade com respeito a elas é tolice. 3. As flores do campo – o que cresce cisa, Deus lhe dá como consequência
3. A s flores do campo – v. 28. primeiro numa flor? São as pétalas, as do relacionamento de amor que exis-
a) Você já viu na época da primavera os folhas ou o talo? te entre ambos.
campos floridos e perfumados? Já a) P rimeiro é a raiz que vai para baixo,
se abaixou para sentir em sua mão a fundo na terra, à procura da umidade, CONCLUSÃO
beleza de uma flor do campo? E ficou da água vital. 1. Não gostaria, meu irmão, de dizer ao
extasiado, pensando como Deus pode b) C risto é a água. A flor não teria a bele- Senhor Jesus:
criar tanta beleza? za “maior que as glórias de Salomão”, “Ensina‑me a viver para Ti, ajuda‑me
“Nem Salomão, em toda a sua glória, se primeiro não procurasse a água vi- a fazer da cruz de Cristo o motivo de
se vestiu como qualquer deles [os lí- tal e salvadora. minha vida. Toma meu tempo, meus
rios]”, afirmou Cristo. É isso que Cristo está nos dizendo: Bus- talentos, meu corpo e meus tesouros.
b) O conselho divino é: “Filho, não ande quem primeiro o Reino de Deus e a Sua Enfim, Senhor, toma minha vida toda.”
preocupado com roupa, ou aparência, justiça, e o mais será uma consequência. Amém!
ou comida, ou a idade. Lembre‑se das
flores do campo, das aves do céu, do III. O REINO DE DEUS E SUA JUSTIÇA O pastor Alejandro Bullón está
processo do crescimento humano.” 1. O que é o “Reino de Deus”? Mateus usou aposentado e reside em Brasília

Revista do Ancião jul-set 2015 19


ESBOÇO DE SERMÃO

Como Cristo evangelizava


INTRODUÇÃO • Jesus dispensou profunda simpa- a) Ellen G. White escreveu: “A igreja é o
1. De acordo com o Dicionário Aurélio, tia e ternura para com o jovem rico instrumento apontado por Deus pa-
estratégia é a arte de explorar con- (Mc 10:21). ra a salvação dos seres humanos. Foi
dições favoráveis e aplicar os meios • Zaqueu teve a visita de Cristo em seu organizada para servir, e sua missão é
disponíveis com vista à consecução de lar como demonstração de simpatia levar o evangelho ao mundo. Desde o
objetivos específicos. e amizade (Lc 19:5). princípio tem sido plano de Deus que,
2. O evangelismo é a missão prioritária c) “Ministrava-lhes as necessidades.” através de Sua igreja, seja refletida pa-
da igreja (Mt 28:18-20; Ap 14:6, 7). “A • A multiplicação dos pães (Mt 14:13-21; ra o mundo Sua plenitude e suficiên-
comissão evangélica é a Carta Magna 15:32-39). cia. Aos membros da igreja, a quem
missionária do reino de Cristo” (Atos • A transformação da água em vinho Ele chamou das trevas para a Sua
do Apóstolos, p. 28). nas bodas de Caná (Jo 2:1-12). maravilhosa luz, compete manifes-
3. O s adventistas precisam seguir o mé- • Cristo Se preocupava com as pessoas tar Sua glória. A igreja é a depositária
todo de Cristo que, além de ter sido o em suas necessidades reais e sentidas. das riquezas da graça de Cristo; e pe-
maior evangelista é a cabeça e o fun- d) “Granjeava-lhes a confiança.” la igreja será a seu tempo manifesta,
damento da igreja (cf Cl 1:18; Ef 2:20). • O diálogo de Jesus com a mulher sama- mesmo aos ‘principados e potestades
4. Ellen G. White escreveu: “Unicamente ritana gerou um clima de confiança e nos Céus’ (Ef 3:10), a final e ampla de-
os métodos de Cristo trarão verda- aceitação. Ela encontrava dificuldades monstração do amor de Deus” (Atos
deiro êxito no aproximar-se do povo” para confiar em alguém, uma vez que dos Apóstolos, p. 9).
(Beneficência Social, p. 60). era rejeitada por sua comunidade. b) De forma semelhante, a igreja precisa
As avenidas da alma daquela mulher ser:
I – O MÉTODO EVANGELIZADOR DE foram abertas para que o evangelho • Comunitária (desenvolvimento de
CRISTO fizesse toda a diferença em sua vida projetos especiais).
1. Os evangelistas testificam de Cristo vin- (Jo 4:1-30). • Amistosa na sociedade em que está
do ao mundo para cumprir Sua missão • Nicodemos é outro personagem que inserida.
(Mt 4:23; Mc 1:35-39; Lc 4:17-19; Jo 3:17). Jesus conquistou a confiança. Ele • Servidora ao seguir o exempo de
2. Ellen G. White faz uma declaração que disse: “Rabi, sabemos que és Mes- Cristo (Mc 10:45; At 10:38).
sintetiza o método evangelístico de tre vindo da parte de Deus; porque
Jesus. “O Salvador misturava-Se com ninguém pode fazer estes sinais que CONCLUSÃO
os homens como uma pessoa que lhes Tu fazes, se Deus não estiver com ele” 1. De fato, a estratégia explora condições
desejava o bem. Manifestava simpatia (Jo 3:2). favoráveis e aplica os meios disponí-
por eles, ministrava-lhes as necessi- e) “Ordenava então: segue-Me.” veis para atingir objetivos específicos.
dades e granjeava-lhes a confiança. • Mateus recebeu essa ordem direta- Isso demonstra a praticidade da pre-
Ordenava então: segue-Me” (Benefi- mente de Cristo (Lc 5:27-28). gação do evangelho.
cência Social, p. 60). • Os discípulos foram chamados para 2. Relacionamentos e atos solidários são
3. Há cinco passos relevantes nessa de- segui-Lo (Mt 4:18-22). importantes numa estratégia evange-
claração sobre o ministério de Jesus: •A  s multidões O seguiram (Mt 19:1-2). lística.
a) Ele misturava-Se com os homens de- 3. “Jesus entrava em contato com as pes-
sejando-lhes o bem. II – APLICANDO O MÉTODO soas. Não Se mostrava arredio e afas-
• Cristo tomou sobre Si os pecados dos EVANGELIZADOR DE CRISTO tado daqueles que necessitavam de
seres humanos e, substitutivamente, 1. A igreja apóstólica seguiu o exemplo Seu auxílio. Ele frequentava os lares,
morreu em nosso lugar (Rm 5:8). de Cristo ao desenvolver campanhei- confortava os tristes, curava os enfer-
• O fato de ter Ele habitado entre a hu- rismo entre seus membros (At 2:42-47). mos, alertava os descuidados e saía
manidade é o maior exemplo de apro- a) Foi estabelecida na igreja a koinonia pela vizinhança fazendo o bem. E se
ximação com o ser humano (Jo 1:14). ou comunhão em que o relaciona- seguimos os passos de Jesus, preci-
• Cristo prezava pela sociabilidade mento humano era essencial (At 2:44). samos agir como Ele agia. Temos que
(Lc 5:29-32). b) Foi estabelecida a instituição dos diá- dar às pessoas a mesma bondosa aju-
• Sua presença no casamento em Caná conos para servir às mesas (At 6:1-2). da que Ele dava” (Beneficência Social,
da Galileia (Jo 2:1, 2). c) Foi estabelecido o serviço assistencial p. 60).
b) “Manifestava simpatia.” de Tabita ou Dorcas (At 9:36-43).
• As multidões eram objeto de Sua mi- 2. A Igreja Adventista do Sétimo Dia foi Nerivan Silva é editor na
sericórdia e simpatia (Mt 9:36). chamada a seguir o método de Cristo. Casa Publicadora Brasileira

20 jul-set 2015 Revista do Ancião


IGREJA EM AÇÃO

Chamados para
multiplicar!
Oito maneiras de multiplicar seu pequeno grupo

C
onta-se que houve um naufrágio sobrevivente montar um restaurante no propósitos de Deus que Seus filhos se
nas proximidades de uma ilha. Um local e, nas horas vagas, ele ganharia al- multipliquem com intencionalidade. No
dos sobreviventes conseguiu che- gum dinheiro... Não demorou muito, o hebraico, o verbo frutificar é represen-
gar a essa ilha, e logo foi socorrido. Os habi- posto de observação foi abandonado. Os tado pela palavra parah (gerar, produzir,
tantes do local contaram ao sobrevivente navios continuaram a naufragar, mas não frutificar por meio de reprodução). Existe
que muitas embarcações haviam naufra- havia ninguém para socorrer as pessoas. igualmente a palavra rabah, que significa
gado ali, e explicaram o motivo. O sobrevi- Certo dia, refletindo sobre sua histó- multiplicar (tornar-se grande, transbordar).
vente ficou muito agradecido pelo auxílio ria, aquele sobrevivente percebeu que Precisamos receber essa bênção que Deus
que recebeu e, por saber que o local era estava desviando o foco de seu objetivo deu ao homem, para que primeiramente
extremamente perigoso, decidiu perma- principal naquela ilha. Ele então decidiu frutifiquemos, e depois multipliquemos.
necer na ilha e montar um observatório. encontrar outro local para montar seu A teologia da multiplicação está pre-
Sempre que ele via uma embarcação observatório. Abandonou o restaurante sente em toda a Bíblia. Podemos consta-
em perigo, pegava seu barco e socorria e retomou sua missão. tar isso em diversas partes:
os náufragos. Com o passar do tempo, Nosso objetivo como igreja é salvar 1. Na criação – Deus abençoou o pri-
o lugar ficou famoso. Muitas pessoas “os náufragos do pecado” desse mundo meiro casal, e lhes disse: “Sejam férteis e
© justinkendra | Fotolia

sabiam que naquela ilha existia alguém e prepará-los para ser discípulos de Cristo. multipliquem-se! Encham e subjuguem
pronto para ajudar. Foi aí que alguém No entanto, isso só pode acontecer me- a Terra...” (Gn 1:28).1 Ao se multiplicarem,
teve uma ideia “brilhante”. Propôs ao diante uma vida produtiva. Faz parte dos a imagem de Deus também estaria sen-
do multiplicada.
2. Com Noé – “E abençoou Deus a Noé
e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e
multiplicai-vos e enchei a Terra” (Gn 9:1).
3. Com Abraão ao enviá-lo como Sua
testemunha para uma terra estranha
– “Farei de você um grande povo, e o
abençoarei. Tornarei famoso o seu nome,
e você será uma bênção” (Gn 12:2).2
4. Com os discípulos de Jesus – “Eu
sou a videira, vós as varas; quem está em
mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; por-
que sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).
5. Com a igreja primitiva – “Crescia
a palavra de Deus, e em Jerusalém se

22 jul-set 2015 Revista do Ancião


Everon Donato
multiplicava muito o número dos dis- • 12 – Peça que cada um desses três interessado. Cursos sobre saúde, educação
cípulos, e grande parte dos sacerdotes pastoreie mais três pessoas do grupo; de filhos, enriquecimento matrimonial.
obedecia à fé” (At 6:7). • 70 – Forme o corpo de Cristo com Programa de Semana Santa.
6. Na pregação do evangelho aos comunidades de 12 pessoas devidamen- 7. Celebre as conversões em seu
gentios – “[...] por meio da palavra da te pastoreadas.3 PG. Lucas 15 fala que houve celebração
verdade, o evangelho que chegou até 3. Estimule os membros de seu pe- quando os pecadores que estavam per-
vocês. Por todo o mundo este evange- queno grupo a testemunhar. didos foram achados.
lho vai frutificando e crescendo, como Ideia prática: Estabeleça um progra- Ideia prática: Convide a família e ami-
também ocorre entre vocês, desde o ma de oração em favor dos participantes gos dos recém-conversos para participar
dia em que o ouviram e entenderam a e interessados, principalmente, daqueles da festa.
graça de Deus em toda a sua verdade” que estão decididos ao batismo. Ore por 8. Discipule os novos conversos.
(Cl 1:5-6). eles em cada reunião. Desafie os mem- Introduza-os no Ciclo do Discipulado
O desejo de Deus é que Seus discí- bros do grupo a testemunhar regular- de sua igreja e designe um mentor es-
pulos sejam frutíferos e se multipliquem, mente e convidar amigos. Forme duplas piritual para ajudar em seu crescimento
e isso se aplica às nossas igrejas e aos missionárias (um mais experiente com integral.
nossos pequenos grupos que são os bra- um menos experiente). Ideia prática: Incentive o novo discí-
ços estendidos da igreja à comunidade. 4. Realize cursos de capacitação pulo a compartilhar sua história. Eles têm
A grande questão é: Como podemos sobre evangelismo no pequeno gru- ligações recentes com os não crentes que
multiplicar nossos pequenos grupos de po. Muitos não evangelizam porque: precisam ouvir a história do evangelho.
maneira saudável e expandir o Reino de • Têm medo
Deus, não apenas nas cidades e bairros, • Não sabem o que dizer Essas são maneiras práticas de aban-
mas em cada rua? Há pelo menos 8 ma- • Sentem-se inseguros donar o declínio, a estagnação e partir para
neiras de multiplicar pequenos grupos • Nunca foram capacitados o crescimento da igreja. Quem multiplica
com excelência. Vamos analisá-las: Ideia prática: Inclua temas, por exem- pequenos grupos está multiplicando es-
plo: “Como compartilhar seu testemu- perança e expandindo o Reino de Deus.
1. Veja a multiplicação de seu pe- nho”, “Como orar pelos não conversos”, No próximo dia 27 de agosto a América do
queno grupo pelo prisma espiritual. “Como iniciar uma conversa evangelísti- Sul estará participando do projeto “Mul-
O apóstolo Paulo declarou que “nem ca”, ou “Como evangelizar membros da tiplique Esperança”. Essa é uma excelente
o que planta é alguma coisa, nem o que família” em seu oikos.4 oportunidade para cumprir o objetivo de
rega, mas Deus, que dá o crescimento” 5. Torne a reunião do pequeno Deus em sua vida. Querido ancião, peça a
(1Co 3:7). Multiplicação é um assunto grupo criativa e envolvente. Uma reu- Ele que o ajude a tornar sua igreja uma co-
espiritual e um líder comprometido de- nião dinâmica motiva os membros e atrai munidade atrativa e saudável. Permaneça
ve clamar a Deus com ousadia por esse interessados. em Cristo, pois somente por meio dEle é
crescimento. O Espírito de Deus é o ver- Ideias práticas: Realize “dinâmicas de possível frutificar e multiplicar.
dadeiro agente desse crescimento e a Ele grupo”, use “quebra-gelos” e dê relevân-
devemos pedir. cia aos aspectos espirituais no pequeno
Referências
Ideia prática: Semanalmente ore pelo grupo. 1
Nova Versão Internacional (NVI).
crescimento em seu pequeno grupo. 6. Planeje eventos trimestrais que 2
Ibid.
2. Pastoreie seu pequeno grupo. enfatizem o evangelismo. Seu peque- 3
 illiam A. Beckham – A Segunda Reforma - Estágio 2,
W
p. 14.
Seu PG é um pequeno rebanho e reba- no grupo deve ser um excelente centro 4
http://thomrainer.com/2014/09/30/10-ways-make-
nho bem nutrido cresce com saúde. Ava- de influência para as pessoas da rua e do -small-group-evangelistic.
lie a condição espiritual das pessoas e o bairro onde é realizado.
nível de comprometimento dos mem- Ideias práticas: Caminhadas de oração
Everon Donato
bros do seu grupo. na comunidade. Projetos de serviço comu-
Diretor do Ministério Pessoal
Ideia prática: Use a estratégia 3/12/70 nitário. Eventos recreativos (por exemplo: da Divisão Sul-Americana
para pastorear o grupo: jogo esportivo, caminhada no parque,
Divulgãção DSA

• 3 – Estreite seu relacionamento com noite social), com o objetivo de incentivar


3 pessoas do grupo; cada membro do PG a trazer um amigo ou

Revista do Ancião jul-set 2015 23


RELACIONAMENTOS
Nerivan Silva

O ancião e os escritos
de Ellen G. White

P
regar é uma das atividades do propósito do Espírito de Profecia na igre- Princípios técnicos
ancião na igreja local. A cada sá- ja, bem como suas mensagens, muitos 1. Ellen G. White foi uma pessoa que
bado e nos demais dias de culto, a líderes acabam distorcendo o papel da atuou como profetisa num determinado
maioria dos púlpitos das igrejas e grupos mensageira do Senhor. tempo e lugar geográfico. Seus escritos
é ocupada pelos anciãos. E muitos deles refletem o meio social, político e religio-
recorrem aos escritos de Ellen G. White FATORES IMPORTANTES so em que ela viveu. É necessário ter um
para a composição de seus sermões. Para que haja relacionamento ade- conhecimento desse contexto.
Ao longo do tempo, tenho me preo- quado do ancião com os escritos de 2. No processo de interpretação e
cupado com a forma pela qual alguns Ellen White, é necessário que, na inter- aplicação, é necessário buscar o contex-
líderes de igreja têm se relacionado com pretação deles, sejam considererados to imediato (mesmo parágrafo, seção ou
os escritos do Espírito de Profecia. Em alguns princípios de ordem espiritual e página) de suas afirmações, principal-
muitos casos, tais escritos têm sido usa- de ordem técnica. mente quando há aparentes discrepân-
dos de forma inadequada em sua inter- cias entre uma citação e outra.
pretação e aplicação para a igreja. Anos Princípios espirituais 3. É necessário distinguir quando
atrás, fui designado para pastorear um 1. Buscar a orientação do Espírito Ellen G. White descreve aspectos literais
distrito no qual uma das igrejas tinha um Santo é indispensável ao interpretar os e simbólicos em suas mensagens.
líder que, em nome do Espírito de Pro- escritos de Ellen G. White. Ele é o agente 4. À semelhança das mensagens da
fecia, estabelecia regras de discipulado da inspiração do profeta. Bíblia, os escritos de Ellen G. White têm
para a congregação. Além disso, quando 2. Embora Ellen G. White tenha sido princípios que vão além do tempo e do
alguém citava esses escritos, fosse o pas- inspirada no mesmo nível dos profetas espaço. Eles se aplicam a todas as épocas
tor ou um membro da igreja, ele exigia canônicos, seus escritos não são superio- e lugares.
os manuscritos originais das citações, res à Bíblia. Eles funcionam como uma luz 5. Os escritos do Espírito de Profecia
insinuando que, ao longo do tempo, tais menor guiando todos para a luz maior. não são um celeiro de novas doutrinas.
escritos foram adulterados. Ela mesma defendia esse princípio. 6. Ao ser abordado por alguém com
Afinal, como deveria ser o relaciona- 3. As mensagens do Espírito de Profe- algum texto ou citação do Espírito de
mento do ancião com os escritos do cia foram reveladas, escritas e comunica- Profecia, é necessário confirmar a fonte
Espírito de Profecia? Certa vez, discutin- das para orientar as pessoas na jornada es- exata desse escrito.
do com os escribas e fariseus, Jesus afir- piritual e não para oprimi-las ou criticá-las.
Nerivan Silva
mou: “Errais, não conhecendo as Escri- 4. A aplicação de tais mensagens é
Editor
turas nem o poder de Deus” (Mt 22:29). primeiramente para cada um de nós, ten-
Eu diria que as palavras de Cristo têm do em vista nosso crescimento espiritual
William de Moraes

semelhante aplicação no contexto em por meio da comunhão com Deus.


análise. Não conhecendo devidamente o

24 jul-set
jul-set2015
2015 Revista
Revistado
doAncião
Ancião
MINISTÉRIO JOVEM
Areli Barbosa

Missão de esperança
“Salvar do pecado e guiar no serviço”
deve ser o objetivo de todo jovem adventista

A
Torre de Pisa, na Itália, é famosa A salvação pessoal da juventude é a Certo dia, ao voltar da Missão Calebe,
por sua inclinação, devido a um base para qualquer ato bem-sucedido um jovem me disse: “Minha vida mudou
afundamento do terreno em que no futuro, e isso deve ser feito com mui- ao participar dos Calebes e nunca mais
foi construída. Do alto de seus 56 metros, to cuidado nos cultos, em congressos, serei o mesmo.” Uma moça testemu-
a torre “torta” chega a uma inclinação de acampamentos e camporis. Conceitos co- nhou: “Eu já estou cansada de fazer as
cinco graus, que cresce cerca de 20 milí- mo: “entregue-se a Jesus”, “leia a Bíblia”, mesmas coisas que sempre fiz. Quero
metros por ano. “ore a Deus, sempre” e “viva os princípios doar todas as minhas férias para a prega-
Seria possível morar na Torre de Pisa? da lei” darão um fortalecimento para que ção. Quando ajudo no processo de salva-
Como montar um quarto ou uma sala? É eles suportem a influência do secularis- ção de outras pessoas, minhas crenças e
inviável. O problema está na base. Se vo- mo, principalmente nas universidades, convicções se renovam e a mais benefi-
cê alugar ou comprar uma casa, poderá nas amizades e no assédio deste mundo ciada sou eu.”
reformá-la de acordo com seu gosto: tro- marcado por filosofias relativistas. Como Parece que o jovem vive seu momen-
car o piso, mudar a cor e, até mesmo, a essa força é necessária para a segunda to no mundo. Podemos dizer que jovens
ordem dos cômodos. Mas não é possível etapa na vida da juventude! são a grande tendência na atualidade
modificar os fundamentos da casa, a me- A pregação da igreja sobre as ver- em vários aspectos: empregos, organi-
nos que você a derrube. Infelizmente, a dades da salvação impactará o mundo zações, inclusive religiosas, etc. Isso me
exemplo da Torre de Pisa, o mundo está e o levará a uma transformação. É nesse faz lembrar de quando Nabucodonosor
em cima de uma base torta. É um desafio contexto que entra o aspecto do ser- pediu a Aspenaz que escolhesse jovens
viver neste mundo torto onde tudo se viço. Ellen G. White escreveu: “Com tal inteligentes e capazes (ver Dn 1:3, 4).
inclina para o mal (ver Gn 6:5; Mt 24:37). exército de jovem...quão depressa Jesus João, o apóstolo, afirmou que os jovens
A igreja, com base nos conceitos bí- viria ao mundo” (Educação, p. 271). Ao têm força (ver 1Jo 2:14). A juventude tem
blicos, assume frontal oposição a essa mundo, Deus envia jovens que expres- beleza, energia, coragem e ousadia e
tendência. E o principal objetivo ao es- sam pureza, dinamismo e coragem na isso faz dela um grande potencial, que,
tarmos no mundo é salvar do pecado e pregação das mensagens angélicas. Esse bem dirigido, pode fazer grandes coisas
guiar no serviço. No contexto dessa mis- é o bem mais precioso que a igreja pos- pelo Senhor.
são, o Ministério Jovem tem um amplo sui. O envolvimento de nossos filhos na As profecias revelam que no tempo
desafio: conduzir o jovem à salvação e mais importante missão – a pregação do do fim teríamos um despertamento oca-
motivá-lo à missão. Esses dois conceitos evangelho. Mas algo fantástico ocorre, sionado pelo derramamento do Espírito
se destacam nesse ministério. Para al- porque, ao salvar nossos jovens, adoles- Santo (ver Jl 2:28, 29) que afetaria a ju-
cançar a salvação, os jovens precisam ter centes e crianças, encontramos o serviço ventude levando-a a participar na prega-
consciência de que estão vivendo em um missionário e não existe fórmula melhor ção do evangelho. De fato, vivemos em
mundo corrompido pelo pecado e, por- porque, quando nossos filhos buscam tempos favoráveis ao envolvimento das
tanto, para que sejam transformados, de- salvar outros, na verdade descobrem que pessoas. Como igreja, devemos aprovei-
vem aceitar a salvação e seus princípios. estão sendo salvos. tar o momento e a disposição dos jovens.

26 jul-set 2015 Revista do Ancião


Essa visão remonta a época dos pioneiros lantes em nossas crenças e missão, por- forem sábios resplandecerão.” Existe
adventistas. Atualmente, ela tem se tor- que o mundo precisa desse testemunho uma verdade aqui: Jesus Se levanta e Seu
nado mais intensa e o despertamento é para compreender a verdade. Neste tem- povo resplandece. Mas a Bíblia diz que,
cada vez maior. po final da história Deus nos dá um traba- “quem for sábio resplandecerá e quem
Também no mundo moderno nos lho: o de “reparar as brechas” abertas por salva pessoas perdidas será como es-
deparamos com grandes desafios. Jesus este mundo sem princípios e “restaurar os trelas, sempre e eternamente.” A Bíblia
disse: “E este evangelho do reino será caminhos” para o Salvador (ver Is 58:12). diz que o “sábio salva almas” (Pv 11:30).
pregado em todo o mundo como teste- Busque uma vida de consagração e de- “Vai alta a noite, e vem chegando o dia”
munho a todas as nações, e então virá o dicação a Jesus. Entregue-se ao trabalho (Rm 13:12). Este é um tempo oportuno
fim” (Mt 24:14). Ao longo do tempo, Sata- missionário, pratique os princípios da ver- em que os jovens adventistas devem se
nás tem procurado anular o cumprimen- dade e Deus lhe dará uma recompensa. levantar e brilhar como verdadeiros sá-
to da missão. Ele sabe que essa é a única Esta é a razão principal da existência bios. A igreja necessita da participação
forma de levar a igreja à estagnação. Se do Ministério Jovem. Nossos propósitos dos jovens nesse exército que marcha
não fizermos nossa parte não cumpri- estão bem definidos na bandeira JA. Por triunfante para a vitória.
remos o mandamento de Mateus 24:14. meio da cruz de Cristo, iremos ao mun- Há uma recompensa para os sábios
Lutemos por isso, porque é a única forma do pregar a tríplice mensagem angélica mas primeiro precisamos salvar pessoas
de vermos Jesus voltar em breve. Envol- e mostrar que em Jesus há uma “Grande perdidas. Acredite!
va-se nesse projeto porque é a única ma- Esperança”.
neira de darmos fim à dor, ao sofrimento Prezado ancião, devemos motivar
e à morte. Envolva-se nesse ministério, nossos jovens a brilhar nestes dias fi-

© sezer66 e © volff | Fotolia


porque é a única forma de você habitar nais. Em Daniel 12:1 lemos que Miguel
nesse novo mundo. Abrace essa ideia, Se levantará. E no verso 3 diz: “Os que
porque é o caminho para reunirmos toda
a família na Canaã celestial.
Temos o compromisso de ser luz para
o mundo perdido. Não devemos ser vaci-

Areli Barbosa
Diretor do Ministério Jovem
da Divisão Sul-Americana
Divulgãção DSA

Revista do Ancião jul-set 2015 27


GUIA DE PROCEDIMENTO

Batismo de juvenis

N
o mês de setembro temos o maior Recomendações da Associação trata de um juvenil que é aluno da Esco-
batismo do ano, o tradicional ba- Ministerial la Adventista, ou participa do Clube de
tismo da primavera. É uma ceri- 1. A terminologia batismo de criança Desbravadores, ou outras atividades da
mônia importantíssima para a igreja. Por não deve ser usada. E sim, a terminologia igreja por tempo considerável, a comis-
isso, requer um preparo adequado com batismo de juvenis. Isso é devido ao fato são da igreja analisa o caso com base em
meses de antecedência. Isso ocorre por de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia critérios espirituais.
meio das classes bíblicas de juvenis. Ellen não batiza crianças.
White escreveu: “A classe bíblica faz com 2. O conselho do Espírito de
que os pontos e textos se fixem na mente Profecia quanto à idade mínima
dos ouvintes. Deixem que façam pergun- para o batismo de juvenis deve ser
tas e respondam-nas da maneira mais acatado: “Crianças de oito, dez, ou
clara, mais simples possível, de modo que doze anos, já têm idade suficiente
a mente possa se apoderar das verdades para ser dirigidas ao tema da re-
apresentadas” (Evangelismo, p. 441). ligião individual” (Orientação da
Criança, p. 490-491).
Algumas sugestões para a classe 3. Os pastores adventistas só
bíblica deverão batizar juvenis se um dos
• Faça uma festa no lançamento da pais ou responsáveis diretos for
classe bíblica. Lembre-se de que ela traz membro da igreja e que o candi-
alegria ao coração do instrutor, do aluno dato tenha recebido a devida ins-
e de Deus. (Ver 3João 4). trução na classe bíblica ou sob a
• Semanalmente, envie mensagens orientação de um de seus respon-
(SMS, e-mails) para os inscritos na classe. sáveis ou membro idôneo da igreja.
• Tenha um louvor especial. 4. As fichas batismais dos ju-
• Prepare uma caixa de pedidos de venis e adolescentes até 16 anos
oração. devem ser assinadas pelos respec-
• Incentive as histórias e testemunhos tivos pais ou responsáveis diretos.
pessoais dos inscritos. 5. O batismo de juvenis cujos
• Promova curiosidades e surpresas. pais não são adventistas só deve
• Faça desafios bíblicos e testes da li- ocorrer a partir dos 13 anos de
ção anterior. idade. Além disso, a devida instru-
• Todo mês, promova encontros e ção numa classe bíblica ou sob a
Daniel de Oliveira

passeios: piqueniques, pipocada, jogos, orientação de membro idôneo da


retiro, passeio, caminhada, filme. igreja é indispensável. Quando se

28 jul-set 2015 Revista do Ancião


? ????
PERGUNTAS & RESPOSTAS

?
Para alguns o kleros,
constituído por sacerdotes

?
e ministros, ocupa posição

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superior ao laos, ou seja,
os demais membros da
igreja. Tal distinção e
interpretação é bíblica?
apóstolo Paulo, Deus não rejeitou Seu povo (Rm 11:2), embora
ele tenha sido desobediente (Rm 10:21), porém a igreja cristã é
Definitivamente, não! Na versão grega Septuaginta (LXX) o novo povo de Deus (2Co 6:16; Tt 2:14), Seu Israel “espiritual”.
do Antigo Testamento (AT), o termo kleros aparece no contexto Pedro concordou com Paulo quando declarou que Cristo es-
da divisão de terras, e foi traduzido para o português de for- colheu pessoas de todas as nações (ethna, 1Pe 2:10), tornando-­
ma alternada por “herança”, “sorte”, “porção” (Nm 26:53; 33:54; as uma raça eleita (genos), um sacerdócio real, uma nação santa
Js 17:4; 18:6). Kleros na LXX também recebeu significado dife- (ethne), um povo (laos) de propriedade de Deus (1Pe 2:9). Aque-
rente quando o Senhor disse a Israel que Ele era o Kleros dos les que, conforme Oseias 1:9 eram “não um povo” são agora o
levitas, isto é, sua “herança” ou “porção” (Dt 10:9). No Novo Tes- laos tón theón, “povo de Deus”. Já Apocalipse 18:4 e 21:3 indica o
tamento (NT), a palavra kleros é usada como significando “sor- povo de Deus (laói), o qual é composto de pessoas procedentes
te”, por exemplo, os soldados romanos lançaram kleros, isto é, de cada nação, tribo e língua e povo (Ap 5:9; 7:9; 14:6). Cristo
“sortes” para ver quem ficaria com a túnica de Jesus (Mt 27:35). morreu por todas as pessoas para fazê-las um povo para Deus.
O Novo Testamento contém igualmente a palavra kleros a Assim, a palavra kleros não é usada no AT para fazer distin-
fim de apresentar algo que está no futuro. Há um kleros, ou uma ção entre ministros ordenados e membros leigos. No NT tam-
kleronomia, isto é, uma “herança para o povo de Deus” no futu- bém não é aplicada a pastores ou oficiais da igreja conforme
ro (1Pe 1:4). Esse uso é constante nos escritos paulinos (At 20:32; uso posterior no cristianismo. A palavra laos no AT e NT tam-
1Co 6:9 e 10; Cl 3:24; Gl 5:21). Para Paulo, a kleronomia do povo bém não favorece a teologia da dicotomia entre clero e povo.
de Deus é também a salvação futura (Hb 1:14). Os evangelhos Na realidade não foi a Bíblia, senão a Igreja Cristã que adotou
usam o termo para indicar “herdeiro” na parábola da vinha tal distinção. O Novo Testamento enfatiza o sacerdócio de “to-
(Mt 21:38; Mc 12:7; Lc 20:14). Cristo é o verdadeiro kleros, a he- dos” os crentes (1Pe 2:9), porque “cada membro da igreja tem
rança do povo de Israel. No entanto, a mesma parábola tam- a responsabilidade de ministrar a outros em nome de Deus, e
bém apresenta a nação de Israel rejeitando a Cristo e perdendo de comunicar-se diretamente com Ele, sem a necessidade de
o alto privilégio de ser a kleronomia do Senhor. nenhum intercessor humano. [...] Esse sacerdócio não estabele-
A Bíblia, não usa o termo kleros para pastores e líderes ce distinções qualitativas entre clérigos e leigos, embora deixe
do povo de Deus. Pedro aplicou o termo kleros à igreja em espaço para diferenças de funções entre essas duas categorias”
1 Pedro 5:2-3. Por sua vez, o uso da palavra laos na LXX é sempre (Nisto Cremos, p. 201).
em relação à singularidade da nação de Israel como povo esco-
Wilson Borba
lhido de Deus, e ethne para nações, mas não Israel. Em suas 140 FAAMA
ocorrências o NT usa laos para indicar seres humanos em geral
(Mt 4:23; 26:5; Mc 11:32; 14:2), e Israel como povo escolhido de Caro ancião:
Deus (Mt 2:6; 4:16; 13:15; 15:8; At 3:23; 4:10; 10:2; 13:17, 24; 28:26 e Dr. Wilson Borba, diretor do Seminário Adventista Latino-
27; Rm 11:1; 15:10; 1Co 10:7; 2Pe 2:1; Jd 5). Laos aparece no Novo Americano de Teologia (SALT), sede FAAMA, é quem respon-
de. Escreva para Perguntas e Respostas – Caixa Postal 2600;
Testamento sendo aplicado à igreja, que entende a si mesma CEP 70270-970, Brasília, DF ou ministerial.dsa@adventistas.
como o laos tón theón, “o povo de Deus”, mas, ao mesmo tempo org.br. A proposta deste espaço é esclarecer dúvidas sobre
nega esse título para aquela parte de Israel que rejeita Jesus. assuntos ligados às doutrinas da igreja. Dentro do possível,
Deus escolheu um laos procedente do ethne (At 15:14). Para o a resposta será publicada nesta seção.

Revista do Ancião jul-set 2015 31


SAÚDE
Marcos Faiock Bomfim

Feiras de salvação
Rede de supermercados libera espaço
para realização de feiras de saúde

D
omingo de sol quente em Salva- o Brasil (só no Nordeste são 320 grandes Estar onde o povo está e atender às
dor, Bahia. Enquanto um super- lojas) poderiam, tranquilamente, ceder suas necessidades, sempre deve pre-
visor regional visitava a loja de espaço para a realização das feiras de ceder o convite do Evangelho. Esse
uma grande rede internacional de super- saúde e também patrocinar os eventos. era o método de Cristo. Após partici-
mercados, no estacionamento da loja, a No estado de Sergipe, o departamen- par de toda a programação da Feira de
poucos metros dali acontecia uma Feira to do Ministério da Saúde da Associação Saúde, e ter recebido atenção física e
de Saúde Adventista. local também fez parceria com uma co- emocional para suas necessidades, os
Sua atenção foi atraída para o evento. nhecida rede de farmácias que patrocina visitantes estão muito mais inclinados
O supervisor observou a Feira e, então, o material necessário para a realização a aceitar uma oração, um convite para
pediu permissão para falar com o pastor de testes, por exemplo, o de glicemia. Na receber estudos bíblicos, para partici-
Luciano Salviano, diretor do Ministério Bahia, uma distribuidora de água mine- par de uma Escola de Culinária Saudável
da Saúde da Associação local. Após al- ral patrocina toda a água consumida du- (http://adv.st/escolaculinaria) ou outra
gum tempo conversando, o supervisor rante as feiras. Esses são apenas alguns atividade, como por exemplo, uma série
regional propôs fazer parceria com nos- exemplos de como as parcerias podem evangelística.
sas feiras de saúde. Depois de acertarem ajudar a manter financeiramente o pro- No entanto, precisamos nos lembrar
as diretrizes, o supervisor franqueou as grama, que é totalmente missionário em de que, como outras atividades da igreja, a
85 lojas dos estados da Bahia e de Sergi- sua essência. feira não é um fim em si mesma. Tudo pre-
pe para a realização das feiras de saúde. O alvo da Divisão Sul-Americana é a cisa terminar em pregação e salvação. A
Além disso, ele se dispôs a fornecer, gra- realização de pelo menos uma Feira de Feira de Saúde é um poderoso instrumento
tuitamente, por intermédio das lojas sob Saúde por distrito a cada ano. A União divino para alcançar pessoas que de outra
sua supervisão, diversos materiais utiliza- Leste Brasileira, que tem 220 distritos pas- forma jamais seriam alcançadas. Você tam-
dos em nossas feiras. torais, já entregou 150 kits para os distri- bém pode fazer parte desse plano divino.
“Foi ele quem tomou a iniciativa de tais e diretores do Ministério da Saúde das Acesse o site http://adv.st/feiradesaude,
nos procurar. Mencionou que essa rede igrejas. Voluntários estão sendo treinados baixe o manual e todos os materiais neces-
de supermercados tem recursos para regularmente para promover feiras não sários, e prepare uma equipe em sua igreja
realizar ações sociais, mas não tem os apenas em supermercados mas também para participar de uma Feira de Saúde – a
projetos. Por outro lado, nós temos os em outros lugares de grande movimento. feira de salvação!
projetos mas nem sempre dispomos dos Somente neste ano, durante o programa
Marcos Faiock Bomfim
recursos”, comentou o pastor Josanan do Impacto Esperança, centenas de feiras
Diretor do Ministério
Alves, diretor do Ministério da Saúde da foram realizadas por toda a América do da Saúde da Divisão
União Leste Brasileira, com sede em Sal- Sul. Agora elas se consolidam como uma Sul-Americana

vador. O supervisor ainda disse ao pastor das mais importantes frentes missionárias
Arquivos DSA

Josanan que as lojas dessa rede em todo da Igreja em nosso território.

Revista do Ancião jul-set 2015 33


DE MULHER PARA MULHER
Andrea Egas

A marca de uma vida


Viver de modo ético é evidência
de comunhão diária com Deus

A
o estudar a etimologia da pala- Ellen G. White apresentou a ética de ser uma tarefa de suma importância em
vra ética, descobrimos que ela um ponto de vista ainda mais amplo e nossa vida. Seguem duas citações de
é de origem grega, êthos, sig- com maior significado para nossa vida. Ellen G. White que nos ajudam a en-
nifica costume e está relacionada com Ela escreveu: “A ética infundida pelo tender como podemos desenvolver o
o caráter. evangelho não reconhece norma algu- caráter: “O caráter não vem por acaso.
Xavier Zubirí, filósofo espanhol, ma a não ser a perfeição da mente de Não é determinado por uma explosão
invocando o significado de êthos co- Deus, de Sua vontade. A imperfeição de de temperamento, um passo na direção
mo “modo de ser, o caráter”, escreveu: caráter é pecado, e pecado é a transgres- errada. É a repetição do ato que faz com
“O vocábulo êthos tem um sentido são da lei. Todos os justos atributos de que se torne hábito e molda o caráter
infinitamente mais amplo que o que caráter habitam em Deus como um todo para o bem ou para o mal” (Orientação
damos hoje à palavra ética. A ética perfeito, harmonioso. Todo aquele que da Criança, p. 99). “Não se herda cará-
compreende principalmente as dispo- recebe a Cristo como Salvador pessoal ter perfeito e nobre. Não o recebemos
sições do homem na vida, seu caráter, é privilegiado com a posse desses atri- por acaso. O caráter nobre é alcançado
seus costumes e, naturalmente, tam- butos. Essa é a ciência da santidade…
bém a moral. Na verdade, poderia ser Deus nos está desenvolvendo perante o
traduzida por modo ou forma de vida mundo como testemunhas vivas do que
no sentido profundo da palavra. Êthos os homens e mulheres se podem tornar
(caráter) deriva de êthos (costume), o mediante a graça de Cristo” (Signs of the
qual quer dizer que o caráter é atingido Times, 3 de setembro de 1902).
por meio do hábito. O êthos é adquirido Que privilégio maravilhoso temos
através dos hábitos, mas, por sua vez, ao nos tornarmos testemunhas vivas
os hábitos nascem pela repetição de do que Deus pode fazer com cada um
atos iguais. Além disso, os hábitos cons- de nós! Se consideramos, então, que vi-
tituem o princípio intrínseco dos atos. venciar a ética é buscar a perfeição do
Portanto, parece haver um círculo êthos caráter por meio da graça e do poder de
– hábitos-atos”. Deus, podemos concluir que só pode-
Como cristãos, estamos conscientes mos viver eticamente se mantivermos
da importância dos atos morais, da virtu- comunhão diária com Deus. E isso é as-
de, do cumprimento do dever, da busca sim porque, como filhos de Deus, esta-
da felicidade e do bom viver. Portanto, mos no processo de santificação. E Deus,
valorizamos a ética desde o ponto de que iniciou essa obra em nós, será quem,
vista teórico. Porém, mais importante por Sua graça e amor, a terminará.
que falar ou pregar sobre a ética é vivê-­ Entender isso é fundamental. E por
la no dia a dia. isso, a edificação do nosso caráter deve

34 jul-set 2015 Revista do Ancião


por esforço individual mediante os mé- mundo. Só com Jesus, nossos atos serão impossibilidade está em nossa própria
ritos e a graça de Cristo” (Mensagens aos verdadeiramente éticos. Do contrário, vontade. Se não quiserem, não vencerão.
Jovens, p. 99). serão atos morais sem nenhum valor. A dificuldade real vem da corrupção de
Viver os princípios da ética cristã im- Certamente, o desenvolvimento do um coração não santificado e do desejo
plica permanecer na presença de Cristo caráter ou o viver de modo ético não é de não se submeter à direção de Deus”
cada dia, permitir que Ele molde nossos algo fácil. Isso vai de encontro à nossa (Mensagens aos Jovens, p. 99). .
pensamentos e ações, pedir-Lhe que natureza pecaminosa. Porém, Deus pro-
nos permita ver o mundo como Ele o meteu nos ajudar se nos submetermos à Andrea Egas
vê, amar nossos inimigos como Ele nos Sua vontade. “Ninguém diga: ‘Não posso Diretora do Ministério da
Criança e Adolescente da
ama, servir os necessitados sem interes- remediar meus defeitos de caráter’. Se Missão Equatoriana do Norte

Gentileza da autora
se de ser visto pelas pessoas e acima de chegarem a essa decisão, certamente
tudo, ser um testemunho de vida para o deixarão de alcançar a vida eterna. A

© kevron2001 | Fotolia

Revista do Ancião jul-set 2015 35

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