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3) CONTEXTO LEGAL E PROCESSOS DE AIA

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) envolve um conjunto de métodos e


técnicas de gestão ambiental reconhecidas, que identifica, prognostica e avalia os efeitos
e impactos gerados por atividades e empreendimentos sobre o meio ambiente.
Ferramenta essencial na gestão pública ambiental, a AIA surge como elemento de
execução dos princípios ambientais da prevenção e precaução, já que sua finalidade está
centrada na elaboração de um quadro prospectivo de identificação das possibilidades de
danos socioambientais provocados pelo início de determinada atividade ou instalação de
determinado empreendimento, e com isso auxiliar na tomada de decisão quanto as
melhores ações a ser executadas a fim de evitar, reduzir ou compensar esses mesmos
danos.
A AIA permanece na etapa pós aprovação da atividade ou empreendimento,
quando o órgão ambiental deve acompanhar o controle e o monitoramento dos impactos
ambientais identificados na etapa prévia.
Sendo um dos instrumentos da política ambiental brasileira, a Avaliação de
Impacto Ambiental teve suas definições, responsabilidades, critérios e diretrizes
estabelecidas pela Resolução n° 01/86 do CONAMA, que definiu o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) como seus principais
elementos característicos.

Etapas:

Seja de maneira formal e explícita, seja de modo informal, qualquer organismo


governamental ou intergovernamental que tenha adotado este instrumento/procedimento
deve necessariamente desempenhar estas atividades. As etapas essenciais são as que a
seguir passam a ser descritas.
(1) A primeira etapa é a triagem ou escolha de ações ou projetos que devem ser
submetidos ao procedimento (atividade que recebe o nome de screening na literatura
internacional). Esta é uma questão que, embora a princípio possa parecer banal, coloca
inúmeros problemas para a efetividade da AIA.
(2) A segunda etapa é estabelecimento do escopo do Estudo de Impacto Ambiental (que
recebe o nome de scoping na literatura internacional), atividade cujo produto são os
termos de referência particulares para cada empreendimento ou, ainda, os termos de
referência específicos para um determinado tipo de empreendimento.
(3) A terceira etapa é a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, atendendo a um
conteúdo mínimo — descrição do empreendimento, análise da legislação incidente,
discussão de alternativas tecnológicas e locacionais, inclusive a da nãorealização do
empreendimento, diagnóstico ambiental, análise dos impactos ambientais, proposição de
medidas mitigadoras e de um plano de monitoramento (SMA, 1989) — e abrangendo as
etapas de identificação, previsão da magnitude e avaliação da importância dos impactos
ambientais (Sánchez, 1989b).
(4) A quarta etapa é a elaboração do Relatório de Impacto Ambiental, um documento que
visa comunicar ao público as principais conclusões do Estudo de Impacto Ambiental.
Vale aqui lembrar a formulação feita por Machado (1992, 1993) de que público, no
âmbito da Avaliação de Impacto Ambiental, é todo aquele que não é proponente, não
integra a equipe técnica que elaborou o estudo, nem tampouco faz parte da adminstração
pública, de modo que é possível identificarem-se diversos grupos de interessados nos
resultados e conclusões do Estudo de Impacto Ambiental, como, por exemplo, a
população atingida e aquela indiretamente afetada, os grupos de interesse e a sociedade
em geral, além daqueles que, por dever de ofício, estão implicados no processo, como é
o caso dos técnicos encarregados da revisão do EIA/RIMA e dos que têm poder de
decisão, particularmente aqueles cuja decisão formal deve basear-se, em grande parte,
nos resultados dos estudos — os membros do Consema e o Secretário de Estado de Meio
Ambiente.
(5) A quinta etapa é a revisão do EIA/RIMA, executada pelo órgão governamental
responsável pela implementação do processo de Avaliação de Impacto Ambiental, que,
no caso brasileiro, são os órgãos estaduais de meio ambiente e, em caráter supletivo, a
agência ambiental federal. A revisão do EIA/RIMA visa primordialmente verificar a
conformidade ou não dos estudos com as diretrizes estabelecidas pêlos termos de
referência ou, na ausência destes, com as diretrizes gerais estabelecidas pela
regulamentação.
(6) A sexta etapa é a consulta pública sobre o empreendimento em análise e acerca dos
estudos apresentados, que pode se dar de diferentes maneiras e em diversas etapas.
(7) A sétima etapa é a decisão quanto à aprovação do empreendimento. Como encontra-
se ilustrado na Figura 1-1, diferentes caminhos podem apresentar-se: (i) aprovação
incondicional do empreendimento; (ii) reprovação do empreendimento nas condições em
que foi proposto: (iii) aprovação condicional ou parcial.
(8) A oitava etapa é o acompanhamento da implementação do empreendimento e de seus
programas de atenuação e compensação de impactos, bem como dos resultados do
programa de monitoramento, acompanhamento este feito tanto pelo proponente do
projeto quanto pelos órgãos governamentais de fiscalização.

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