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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. INTRODUÇÃO

 Não há um consenso na doutrina sobre os princípios do direito ambiental.

2. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

2.1. Previsão na Constituição

1. Art. 170 da CF.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e
de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

MPE/MS – Promotor de Justiça (2013)


IV. A Constituição Federal incluiu o princípio da defesa do meio ambiente na ordem econômica, revelando, assim, que o
desenvolvimento não pode ser dissociado da proteção ambiental, pois ele sempre produz algum tipo de impacto ao meio
ambiente. (VERDADEIRO)

2. Art. 225 da CF.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


b) Além de princípios e direitos, a CF prevê ao poder público e à coletividade deveres relacionados à preservação do meio
ambiente. (VERDADEIRO)

2.1. Conceito

 O princípio do desenvolvimento sustentável tem como objetivo a harmonização das seguintes ideias: (a) crescimento
econômico; (b) preservação ambiental; e (c) equidade social.

Princípio do desenvolvimento sustentável:


Desenvolvimento
Preservação ambiental Equidade social
econômico

Importante:
Ausente qualquer um desses elementos, não haverá desenvolvimento
sustentável.

TJ/SC – Juiz de Direito (2015) - FCC:


Um pesquisador desenvolveu uma técnica de cultivo de ostra pela qual a produção aumenta em 75%, trazendo, assim, real
ganho econômico ao produtor. A nova técnica exaure os recursos naturais necessários ao cultivo da ostra em 30 anos. A nova
técnica
a) poderá ser admitida pelo órgão ambiental, independentemente de prévio Estudo de Impacto Ambiental, por
representar aumento de produção ao empreendedor.
b) poderá ser admitida pelo órgão ambiental, desde que haja o licenciamento ambiental da atividade.
c) poderá ser admitida pelo órgão ambiental, desde que o licenciamento ambiental seja conduzido por um Estudo
de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental.
d) não poderá ser admitida pelo órgão ambiental, uma vez que fere o Princípio do Desenvolvimento Sustentável
(VERDADEIRO).
e) não poderá ser admitida pelo órgão ambiental por ferir o Princípio da Taxatividade Ambiental.
PGM/Salvador – Procurador do Município (2015) – CESPE
C De acordo com o princípio do desenvolvimento sustentável, devem ser eliminadas todas as atividades econômicas que
impliquem degradação do meio ambiente natural. (FALSO)
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) - CESPE:
Pedro é proprietário de um imóvel situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua propriedade é próxima da
zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas limitações administrativas municipais impostas pelo município no que tange à
proteção ambiental da zona costeira. Considerando essa situação hipotética, as normas aplicáveis e a jurisprudência, julgue os
itens a seguir em relação à política urbana.
a) Exemplifica a aplicação do princípio do desenvolvimento sustentável a garantia a que Pedro possa construir um
hotel na zona costeira para fomentar a economia da região e promover empregos, relativizando-se as limitações
administrativas ambientais (FALSO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
Segundo o princípio do desenvolvimento sustentável, é proibida a instalação de indústria que, conforme o EIA/RIMA, cause
poluição (FALSO).

OBS.:
1) Desenvolvimento não se confunde com crescimento, uma vez que não se trata de um processo meramente
quantitativo, mas sim qualitativo, que abrange o próprio crescimento. Deve-se procurar desenvolver e não apenas
crescer, pois o desenvolvimento pressupõe destaque ao aspecto qualitativo e não meramente quantitativo.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


A O princípio do desenvolvimento sustentável envolve a substituição de norma de expansão quantitativa por uma melhoria
qualitativa como caminho para o progresso, trazendo a integração entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico
para o benefício das presentes e futuras gerações. (VERDADEIRO)

2.2. Questionamentos importantes

2.2.1. Qual princípio do direito ambiental decorre do princípio do desenvolvimento sustentável?

 Princípio da equidade intergeracional.

TJ/AM – Juiz de Direito (2013):


A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, em acórdão unânime relatado pelo Ministro Antonio Herman Benjamin,
asseverou que "Não mais se admite, nem se justifica, que para produzir ferro e aço a indústria brasileira condene as gerações
futuras a uma herança de externalidades ambientais negativas, rastros ecologicamente perversos de uma atividade empresarial
que, por infeliz escolha própria, mancha sua reputação e memória, ao exportar qualidade, apropriar-se dos benefícios
econômicos e, em contrapartida, literalmente queimar, nos seus fornos, nossas florestas e bosques, que, nas fagulhas expelidas
pelas chaminés, se vão irreversivelmente." Assinale a alternativa que indica o princípio geral do direito ambiental violado no
trecho transcrito.
a) Desenvolvimento sustentável (VERDADEIRO).
b) Poluidor-pagador
c) Informação
d) Participação
e) Precaução.

2.3. Jurisprudência

1. O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra


suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção
do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse
postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável,
cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos
fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas,
a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações (ADI 3540 MC/DF).

2. A Lei de Crimes Ambientais deve ser interpretada à luz dos princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção,
indicando o acerto da análise que a doutrina e a jurisprudência tem conferido à parte inicial do artigo 54, da Lei n.
9.605/1998, de que a mera possibilidade de causar dano à saúde humana é idônea a configurar o crime de poluição,
evidenciada sua natureza formal ou, ainda, de perigo abstrato (AgRg no REsp 1418795/SC).

3. PRINCÍPIO DA EQUIDADE/SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL

3.1. Previsão na Constituição

1. Art. 225 da CF.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
gerações.

TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


A Declaração de Estocolmo, marco na abordagem do meio ambiente como um todo e objeto de preocupação de toda
humanidade, estabeleceu 26 princípios. No princípio 1, fixa-se a obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as
gerações presentes e futuras, inspirando o caput do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, que trata do meio ambiente
ecologicamente equilibrado como direito de todos, impondo-se ao poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. O princípio aí tratado identifica-se com o
A do planejamento racional.
B da soberania territorial.
C do combate à pobreza.
D de guerra e paz.
E do meio ambiente como um direito humano. (VERDADEIRO)
PGE/RN – Procurador do Estado (2014) – FCC:
Segundo a Constituição Federal,
a) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, facultando-se ao Poder Público defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
b) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações (VERDADEIRO).
c) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso especial do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
d) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso especial do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se apenas à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e
futuras gerações.
e) todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso especial do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se apenas ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
TRF/2R – Juiz (2013):
O princípio da responsabilidade ambiental entre gerações é meramente prospectivo e, por isso, não está positivado na CF
(FALSO).

3.2. Conceito

 O princípio da equidade intergeracional estabelece, ao Poder Público e à coletividade, o dever de preservação dos
recursos naturais em benefício não apenas das gerações presentes, mas também das gerações futuras.
 As presentes gerações devem preservar o meio ambiente, não podendo utilizar os recursos ambientais de maneira
irracional de modo a privar os seus descendentes do seu desfrute.

TJ/RR – Juiz de Direito (2015) - FCC:


Tomando por fato real e cientificamente comprovado que o rápido avanço do desmatamento irregular da floresta amazônica é
um fator gerador da grave e crescente crise hídrica que atinge as regiões nordeste e sudeste brasileiras, essa atividade
a) está amparada pelo Princípio do Usuário Pagador.
b) está amparada pelo Princípio do Poluidor Pagador.
c) fere o Princípio da Solidariedade Intergeracional (VERDADEIRO).
d) fere o Princípio da Taxatividade.
e) fere o Princípio da Fragmentariedade.
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
O princípio da solidariedade intergeracional busca assegurar que não só as presentes, mas também as futuras gerações possam
usufruir dos recursos naturais de forma sustentável (VERDADEIRO).

3.3. Questionamentos importantes

3.3.1. Quem são dos destinatários?

 Poder Público.
 Coletividade.

Importante:
1. Diante da imposição ao Poder Público, a doutrina criou o princípio da
obrigatoriedade de atuação estatal.
2. Diante da imposição à coletividade, a doutrina criou o princípio da
participação comunitária.

PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC:


A proteção constitucional do meio ambiente
a) impõe apenas ao Poder Público o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado
(FALSO).
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
O princípio da participação comunitária na defesa do meio ambiente pressupõe o direito de informação (VERDADEIRO).
TJ/SC (2013):
a) A prevenção e a preservação ambientais devem ser fomentadas pela iniciativa privada como responsável primário,
cabendo ao Poder Público o papel exclusivo e secundário de fiscalizador (FALSO).
b) A prevenção e a preservação ambientais devem ser fomentadas pelo Poder Público com exclusividade, cabendo à
iniciativa privada a função secundária de contribuir com recursos financeiros para a implementação de projetos voltados
ao meio ambiente (FALSO).
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
Embora a CF disponha que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso comum do povo, cabe exclusivamente ao
poder público preservá-lo para as futuras gerações (FALSO).

3.3.2. Quem são os beneficiados?

 Gerações presentes.
 Gerações futuras.

3.3.3. Esse dever de preservação pressupõe apenas condutas negativas?

 Não. Pressupõe condutas negativas (ex.: não poluir sem licença ambiental) e positivas (ex.: recuperação das áreas
degradadas).

TRF/1R – Juiz Federal (2011) – CESPE:


Em razão do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que é exigido dos cidadãos,
predominantemente, um non facere em relação ao meio ambiente (FALSO).
3.4. Os deveres específicos impostos pela CF/88

1. O § 1º do art. 225 da CF/88 instituiu deveres específicos ao Poder Público:

Art. 225 (...)


§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE


A proteção da integridade do patrimônio genético do país é uma incumbência do poder público e da coletividade. (FALSO)
TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – CESPE
A disciplina constitucionalmente estabelecida para a proteção do meio ambiente introduziu, como obrigação do poder público, a
definição dos espaços territoriais a serem especialmente protegidos,
A definidos na própria Constituição Federal, podendo o constituinte estadual, por simetria, definir os espaços localizados no
respectivo território passíveis do mesmo nível de proteção máxima.
B trazendo a necessidade de definição, por lei complementar federal, dos requisitos mínimos para que Estados e Municípios
possam instituir as limitações e medidas protetivas próprias de tal instituto.
C conferindo à União, em caráter privativo, a prerrogativa de identificar, em cada unidade da federação, as áreas passíveis de
receber esse grau máximo de proteção ambiental.
D impondo tal obrigação a todas as unidades da federação, sem, contudo, estabelecer um conceito único de espaço territorial
especialmente protegido, podendo tal proteção alcançar áreas públicas ou privadas. (VERDADEIRO)
E os quais devem integrar o domínio público, impondo, assim, a necessidade de desapropriação quando a área que contemple os
atributos passíveis de tal grau de proteção pertença a particular.
TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP
C incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida” (trecho do art. 225, da Constituição Federal). De modo a assegurar o cumprimento e a efetividade desse direito, incumbe
ao Poder Público:
A preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País, ressalvada a fiscalização das entidades de pesquisa de
material genético.
B controlar apenas a comercialização de substâncias que comportem risco para a vida e o meio ambiente, mas não sua
produção.
C preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas.
(VERDADEIRO)
D promover a educação ambiental exclusivamente no nível fundamental de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente.
E proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma de regulamento, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à experimentação.
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
O artigo 225 da Constituição Federal impõe ao Poder Público diversas incumbências destinadas a assegurar a efetividade do
direito de todos a um meio ambiente sadio. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
C regulamentar os critérios de diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e limitar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético. (FALSO)
D proteger a fauna e a flora, autorizadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, desde que
não provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. (FALSO)
E vedar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente. (FALSO)
DPE/PA – Defensor Público (2015) - FCC:
Cabe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (VERDADEIRO).
PGE/SP – Procurador do Estado (2012) – FCC:
Segundo o § 1o do artigo 225 da Constituição Federal, são deveres específicos do Poder Público na tutela do meio ambiente,
a) preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas
e exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (VERDADEIRO).
b) autorizar, por decreto do executivo federal, a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente e desenvolver a Zona
Costeira.
c) preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético e definir, por decreto do executivo federal, a localização de usinas
que operem com reatores nucleares.
d) definir, na Floresta Amazônica brasileira, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos sendo a alteração e a supressão permitidas por decreto do executivo federal, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
e) preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético e disciplinar o uso de biocidas que garantam o uso adequado de
tecnologia transgênica.
2. Os §§ 2º e 3º do art. 225 da CF/88 estabeleceram deveres específicos para o Poder Público e para a coletividade:

Art. 225 (...)


§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


A aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, apresentando solução técnica
elaborada por profissional reconhecido por órgão público competente. (FALSO)

3.4.1. A jurisprudência sobre o art. 225, § 1º, VII, da CF/88

1. A promoção de briga de galos, além de caracterizar prática criminosa tipificada na legislação ambiental, configura
conduta atentatória à Constituição da República, que veda a submissão de animais a atos de crueldade, cuja natureza
perversa, à semelhança da “farra do boi” (RE 153.531/SC), não permite sejam eles qualificados como inocente
manifestação cultural, de caráter meramente folclórico (ADI 1856/RJ).

2. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão
das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que
veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional
denominado "farra do boi" (RE 153531/SC).

PGE/PI – Procurador do Estado (2014) – CESPE:


Na Festa da Farra do Boi, realizada em Santa Catarina, tradicionalmente, populares se divertem com o fato de submeter animais
bovinos a sofrimentos físicos de naturezas diversas. O STF, ao julgar a polêmica que envolve essa festividade, manifestou-se, por
maioria, pela proibição de sua realização. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.
a) A apreciação do tema em tela envolve a análise de dois bens constitucionalmente protegidos e contidos no
conceito de meio ambiente: as manifestações culturais e a fauna nacional (VERDADEIRO).
b) A caracterização da Festa da Farra do Boi como manifestação cultural não tem relevância na análise do referido
tema, uma vez que, havendo conflito entre normas de proteção ao meio ambiente e normas de proteção ao
patrimônio cultural, prevalecem as primeiras.
c) A crueldade contra animais é um conceito subjetivo, de sorte que só se considera cruel a prática que submeta o
animal a dor extrema.
d) A proibição de realização da referida festividade encontra respaldo no princípio constitucional da função ecológica
da propriedade.
e) A CF, ao proibir práticas que submetam animais a crueldade, contraria a visão antropocêntrica do direito
ambiental e passa a considerar os animais, ao lado dos seres humanos, como titulares de direitos.

3. A vedação à crueldade contra animais tem aplicabilidade imediata, independentemente de lei regulamentadora (ADI
1.886).

4. PRINCÍPIO DO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO

4.1. Previsão na Constituição

1. Art. 225 da CF.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
gerações.

4.2. Conceito

 O direito a um meio ambiente equilibrado está intimamente ligado ao direito fundamental à vida e à proteção da
dignidade da vida humana, garantindo condições adequadas de qualidade de vida, protegendo a todos contra os
abusos ambientais de qualquer natureza.

TJ/DF – Juiz (2014):


O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em que tal direito é extensão do direito à
vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante
entendimento do STF (VERDADEIRO).

4.3. Natureza jurídica

 O meio ambiente equilibrado é bem difuso, de uso comum do povo, diverso dos bens que o integram, adquirindo
natureza própria.

4.4. Questionamentos importantes

4.4.1. O princípio do ambiente ecologicamente equilibrado é considerado um direito fundamental?

 Sim, mesmo fora do rol do art. 5º da CF.


TRF/1R – Juiz (2015):
O direito ao meio ambiente não é um direito fundamental, uma vez que o enunciado do capítulo da CF que aborda esse tema
não é abrangido pelo título que trata dos direitos e garantias fundamentais (FALSO).

4.4.2. A efetivação do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado depende de regulamentação?

 Não. Possui aplicabilidade imediata.

TRF/1R – Juiz (2015):


A efetivação do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado enunciado de forma genérica na CF depende de
regulamentação em normas infraconstitucionais que delimitem direitos e deveres de proteção ambiental (FALSO).
TJ/DF – Juiz (2014):
a) No Brasil, não há a aplicação imediata nem a existência de um direito-dever fundamental ao ambiente ecologicamente
equilibrado, dado o tratamento genérico conferido pela CF ao direito de todos ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado (FALSO).
b) A expressão atribuída, no texto da CF, ao meio ambiente como bem de uso comum do povo fundamenta a aplicação
imediata das normas constitucionais ambientais nas áreas públicas, ao passo que, para a aplicação de restrições
ambientais nas áreas privadas, é imprescindível a edição de lei (FALSO).

4.5. Jurisprudência

1. No caso, o dano moral coletivo surge diretamente da ofensa ao direito ao meio ambiente equilibrado. Em
determinadas hipóteses, reconhece-se que o dano moral decorre da simples violação do bem jurídico tutelado, sendo
configurado pela ofensa aos valores da pessoa humana. Prescinde-se, no caso, da dor ou padecimento (que são
consequência ou resultado da violação) (REsp 1410698/MG).

2. A Corte Suprema já firmou a orientação de que é dever do Poder Público e da sociedade a defesa de um meio ambiente
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Assim, pode o Poder Judiciário, em situações
excepcionais, determinar que a Administração pública adote medidas assecuratórias desse direito, reputado essencial
pela Constituição Federal, sem que isso configure violação do princípio da separação de poderes. A Administração não
pode justificar a frustração de direitos previstos na Constituição da República sob o fundamento da insuficiência
orçamentária (RE 658171 AgR/DF).

3. Conquanto não se possa conferir ao direito fundamental do meio ambiente equilibrado a característica de direito
absoluto, certo é que ele se insere entre os direitos indisponíveis, devendo-se acentuar a imprescritibilidade de sua
reparação, e a sua inalienabilidade, já que se trata de bem de uso comum do povo (art. 225, caput, da CF/1988) (REsp
1394025/MS)

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


d) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consta expressamente na CF como direito fundamental, o que o
caracteriza como direito absoluto.(FALSO)

5. PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E DA PRECAUÇÃO

5.1. Previsão na Constituição

1. Art. 225, §1º, IV:

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

TJ/PB - Juiz (2011):


Em face do princípio da precaução, o licenciamento, por órgão ambiental, para a construção, instalação e funcionamento de
estabelecimentos utilizadores de recursos ambientais é exação discricionária do poder público, cabendo a este, a seu critério,
enumerar as atividades potencialmente poluidoras e capazes de causar degradação ao ambiente (FALSO).

2. Art. 225, §1º, V:

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente;

PGE/PR – Procurador do Estado (2015):


O princípio da precaução não foi acolhido pela Constituição vigente, ainda que se constitua como uma importante norma para
evitar a ocorrência de danos ambientais graves e irreversíveis (FALSO).
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
Embora o princípio da prevenção ainda não esteja incorporado à ordem jurídica nacional, sua observância permite ao poder
público antecipar-se à ocorrência de danos ambientais (FALSO).

5.2. “É melhor prevenir do que remediar”


 Em Direito Ambiental, deve-se sempre que possível buscar a prevenção dos danos, pois remediar normalmente não é
possível, dada à natureza irreversível dos danos ambientais, em regra.

MPE/GO – Promotor de Justiça (2016):


Os princípios da prevenção e da precaução exercem influência na aplicação de regras materiais do Direito Ambiental, mormente
no campo da responsabilidade civil, uma vez que o enfoque jurídico nessa área deve ser o da prudência e da vigilância no
tratamento a ser dado a atividades potencialmente poluidoras, diante do risco de dano irreversível ao meio ambiente
(VERDADEIRO).

5.3. Conceitos

5.3.1. Princípio da prevenção

 Deve-se tomar as medidas necessárias para evitar o dano ambiental, porque as consequências de se iniciar
determinado ato, prosseguir com ele ou suprimi-lo são conhecidas (o nexo causal é cientificamente comprovado).
 O princípio da prevenção se volta para atividades de vasto conhecimento humano (risco certo, conhecido ou concreto),
em que já se sabe a extensão e a natureza dos males ambientais, trabalhando com boa margem de segurança.

Exemplo de aplicação:
A exigência de estudo ambiental para o licenciamento de atividade
apta a causar degradação ao ambiente. Um exemplo é a atividade de
mineração, onde já se conhece o impacto sobre o meio ambiente.

MPE/RR – Promotor de Justiça (2017) – CESPE:


Para a realização de determinada atividade econômica, a pessoa física interessada solicitou ao órgão estadual ambiental
competente a licença necessária. Entretanto, por ser a atividade econômica considerada potencialmente causadora de
degradação ao meio ambiente, o referido ente público informou ao interessado da necessidade do prévio estudo de impacto
ambiental. Na situação apresentada, a realização do referido estudo consagra a aplicação do princípio ambiental
a) do usuário-pagador.
b) da precaução.
c) da prevenção (VERDADEIRO).
d) do poluidor-pagador.
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Por disciplinar situações que podem ocorrer antes do dano, o princípio da prevenção não inclui a restauração de recursos
ambientais. (FALSO)
TJ/PE - Juiz de Direito (2015) - FCC:
Determinado Estado adotou todas as providências administrativas necessárias para a construção de uma rodovia que ligará sua
capital a um município localizado a 150 km de distância. Uma Associação de Defesa do Meio Ambiente, regularmente
constituída, ajuizou uma ação civil pública, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela para impedir o início das obras,
diante da possibilidade demonstrada na petição inicial de exterminação de uma espécie da fauna ameaçada de extinção. Neste
contexto, o pedido de antecipação dos efeitos da tutela deverá será
a) Indeferido pela ausência de previsão legal para este tipo de pedido na lei da ação civil pública.
b) Deferido com base no Princípio da Prevenção, na reversibilidade do provimento e nos elementos trazidos com a
petição inicial (VERDADEIRO).
c) Indeferido e a ação julgada extinta, sem resolução de mérito, diante da ilegitimidade de parte no polo ativo.
d) Deferido, uma vez que o pedido de antecipação dos efeitos da tutela feito em ação civil pública de natureza
ambiental deve, por lei, ser acolhido.
e) Indeferido com fundamento no Princípio do Usuário Pagador.
MPE/MA – Promotor de Justiça (2014):
O princípio da prevenção tem por objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio de imposição de medidas
preventivas antes da implantação de atividades reconhecidamente ou potencialmente poluidoras (VERDADEIRO).
TJ/MG – Juiz (2014):
O estudo prévio de impacto ambiental constitui exigência feita pelo poder público em cumprimento ao princípio da prevenção,
de ordem constitucional (VERDADEIRO)
TJ/AC - Juiz (2012):
Embora o princípio da prevenção esteja caindo em desuso com a emergência da chamada sociedade de risco, as medidas
preventivas que com aquele não se confundem continuam sendo extremamente necessárias à proteção do meio ambiente
(FALSO).

5.3.2. Princípio da precaução

 O princípio da precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estágio atual do conhecimento,
não podem ser ainda identificados.
 Este princípio afirma que no caso de ausência de certeza cientifica formal, a existência de risco de um dano sério ou
irreversível requer a implementação de medidas que possam prever esse dano.
 Nesse sentido, a ausência de certeza cientifica absoluta não deve servir de pretexto para postergar a adoção de
medidas efetivas, de modo a evitar a degradação ambiental.

Exemplo de aplicação:
Impõem-se restrições ou impede-se a intervenção no meio ambiente
até que se comprove que a atividade não acarreta efeitos adversos ao
meio ambiente. Um exemplo é o caso da radiofrequência das antenas
de telefonia celular.

TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Uma associação de moradores de um bairro de determinado município da Federação propôs uma ação civil pública (ACP) em
desfavor da concessionária de energia local, para que seja determinada a redução do campo eletromagnético em linhas de
transmissão de energia elétrica localizadas nas proximidades das residências dos moradores do bairro, alegando eventuais
efeitos nocivos à saúde humana em decorrência desse campo eletromagnético. Apesar de estudos desenvolvidos pela
Organização Mundial da Saúde afirmarem a inexistência de evidências científicas convincentes que confirmem a relação entre a
exposição humana a valores de campos eletromagnéticos acima dos limites estabelecidos e efeitos adversos à saúde, a entidade
defende que há incertezas científicas sobre a possibilidade de esse serviço desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde
humana, o que exige análise dos riscos. Nessa situação hipotética, o pedido da associação feito na referida ACP se pauta no
princípio ambiental
A da precaução. (VERDADEIRO)
B da proporcionalidade.
C da equidade.
D do poluidor-pagador.
E do desenvolvimento sustentável.
TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP
D o princípio da prevenção implica a adoção de medidas previamente à ocorrência de um dano concreto, embora ausente a
certeza científica, com o fim de evitar a verificação desses danos. (FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
C O princípio da precaução contido no artigo 225 da Constituição Federal impõe ao Poder Público a obrigação de controlar
atividades de risco quando importarem ameaças de danos irreversíveis e conhecidos pela ciência, sendo liberada a atividade se
não houver prova do prejuízo. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
A respeito do princípio da precaução em relação ao Direito Ambiental, é correto afirmar que:
B os riscos são certos e o perigo de dano é concreto. (FALSO)
C o Poder Público deve comprovar que os riscos existem, e que a pessoa que explora a atividade foi a causadora do dano.
(FALSO)
TJ/SP – Juiz de Direito (2017) – VUNESP
Em relação ao princípio da precaução, é correto afirmar:
A implica a ideia de um conhecimento completo sob os efeitos de determinada técnica – domínio científico – sobre causas e
efeitos de seu uso e, em razão do potencial lesivo já diagnosticado, impõe que se evite a ocorrência desses danos já conhecidos.
B o uso de técnicas e pesquisas de organismos geneticamente modificáveis não deve ser regulado pelo princípio da precaução e
sim pelo princípio da prevenção.
C foi aceito pela doutrina e jurisprudência brasileiras com o advento da Lei n° 11.105/2005 quando foi explicitado no
ordenamento jurídico.
D objetiva regular o uso de técnicas sob as quais não há um domínio seguro de seus efeitos. (VERDADEIRO)
PGE/PR (2015):
a) O princípio da precaução não foi acolhido pela Constituição vigente, ainda que se constitua como uma importante norma
para evitar a ocorrência de danos ambientais graves e irreversíveis (FALSO).
b) Em conformidade ao princípio da precaução, para que sejam adotadas medidas precaucionais, a falta de certeza científica
absoluta exige a demonstração do risco atual e iminente de danos que podem sobrevir pelo desempenho de
determinada atividade econômica (FALSO).
AL-GO – Procurador (2015):
O princípio da precaução corresponde a uma evolução do princípio da reparação de danos, cujo sentido é prevenir e eliminar
danos ao ambiente e à biosfera (FALSO).
PGM/Salvador – Procurador do Município (2015) – CESPE
A Determinada conduta apenas poderá ser proibida se houver certeza científica sobre sua prejudicialidade ao meio ambiente.
(FALSO)
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
Uma empresa brasileira de exploração de gás e petróleo, pretendendo investir na exploração de gás de xisto, obteve autorização
de pesquisa do órgão competente e identificou, no início das primeiras pesquisas exploratórias, um potencial razoável para a
exploração do gás em determinada área federal. Apesar de ainda não dispor de tecnologia que garantisse totalmente a proteção
ambiental da área de exploração, principalmente, no que tange à água subterrânea, a empresa obteve a licença prévia para
proceder à exploração de gás de xisto. Com base nessa situação hipotética, nas normas de proteção ao meio ambiente e na
jurisprudência, julgue os itens seguintes.
a) O princípio da precaução poderá ser aplicado como um dos argumentos para a suspensão, pelo o órgão
competente, da licença prévia da empresa, caso se identifique risco de dano ambiental (VERDADEIRO).
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
Admitindo-se a existência de distinção entre os princípios da precaução e da prevenção, pode-se afirmar que uma Ação Civil
Pública visando a proibição do comércio de determinado produto transgênico, sobre o qual ainda paira incerteza científica a
respeito das consequências de seu uso à saúde humana e ao equilíbrio do meio ambiente, estaria fundamentada no princípio da
prevenção (FALSO).
TJ/AP – Juiz de Direito (2014) - FCC:
Uma indústria emissora de gases poluentes possui projeto para se instalar em zona industrial cuja capacidade de suporte de
poluição já está saturada. Nesse caso, em obediência ao princípio
a) do protetor-recebedor, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental.
b) do usuário pagador, o projeto deverá ser aprovado pelo órgão ambiental.
c) da participação comunitária, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental.
d) da prevenção, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental (VERDADEIRO).
e) do poluidor pagador, o projeto deverá ser aprovado pelo órgão ambiental.
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
O princípio da precaução poderá ser aplicado como um dos argumentos para a suspensão, pelo o órgão competente, da licença
prévia da empresa, caso se identifique risco de dano ambiental (VERDADEIRO).
TJ/AC - Juiz (2012):
O princípio da precaução é aplicado como garantia contra os potenciais riscos que, de acordo com o estado atual do
conhecimento, não podem ser ainda identificados; consoante esse princípio, ausente a certeza científica formal, a existência de
risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever esse dano (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz (2012):
O princípio da precaução aplica-se a impactos ambientais já conhecidos, em face da constatação de evidências de perigo de dano
ambiental efetivo que deva ser antecipadamente eliminado (FALSO).
TJ/BA – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
Como a CF determina que a fiscalização da pesquisa e da manipulação de material genético deve ser realizada sob a perspectiva
ambiental, aplica-se o princípio da precaução a esse tema (VERDADEIRO).
DPE/MA – Defensor Público (2011) – CESPE:
Se houver dúvida quanto à degradação do meio ambiente em razão de determinada atividade, mesmo após estudos prévios de
impacto ambiental, o poder público não poderá atuar antes que ocorra o dano (FALSO).
AGU – Procurador Federal (2010):
O princípio da precaução refere-se à ação preventiva e deve embasar medidas judiciais e administrativas tendentes a evitar o
surgimento de atos atentatórios ao meio ambiente (VERDADEIRO).

5.4. Diferenciação

Prevenção Precaução
Objetiva evitar a concretização do dano. Objetiva evitar a concretização do dano.
O risco de dano é certo (perigo concreto). O risco de dano é incerto (perigo abstrato).
Prevenção = Certeza Precaução = Dúvida

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


O princípio ambiental da prevenção não se confunde com o princípio ambiental da precaução. O princípio da prevenção se aplica
quando existem elementos seguros para afirmar que uma determinada atividade é perigosa, sendo que têm por objetivo
impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas acautelatórias antes da implantação de
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. (VERDADEIRO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
E Admitindo-se a existência de distinção entre os princípios da precaução e da prevenção, pode-se afirmar que uma Ação Civil
Pública visando a proibição do comércio de determinado produto, sobre o qual ainda paira incerteza científica a respeito das
consequências de seu uso à saúde humana, estaria fundamentada no princípio da prevenção.(FALSO)
MPE/MS – Promotor de Justiça (2018)
II. Para a maioria da doutrina que faz a diferenciação entre estes dois princípios, o princípio da precaução é aplicável aos casos
em que os impactos ambientais são conhecidos e devem ser evitados ou mitigados, enquanto o princípio da prevenção é
aplicável aos casos em que não há certeza científica sobre os riscos e os impactos ambientais da atividade a ser exercida. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
A respeito do princípio da precaução em relação ao Direito Ambiental, é correto afirmar que:
D ele se confunde com o princípio da prevenção. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte (2017) – CESPE:
c) Conforme a doutrina majoritária, os princípios da prevenção e da precaução são sinônimos, já que ambos visam inibir riscos de
danos ao meio ambiente. (FALSO)
MPE/MS – Promotor de Justiça (2013)
I. O princípio da precaução somente estende o conceito de prevenção na perspectiva de uma sociedade de risco, como é a
sociedade contemporânea, o que significa que se deve precaver contra todos os possíveis desdobramentos de atividades que
causem impactos ambientais já conhecidos e mensurados pela ciência. (FALSO)
TJ/PB (2011):
O princípio da prevenção é englobado pelo princípio da precaução, na medida em que ambos se aplicam a impactos ambientais
já conhecidos e informam tanto o licenciamento ambiental como os próprios estudos de impacto ambiental (FALSO).

5.5. Questionamentos importantes

5.5.1. O princípio da precaução pode implicar em inversão do ônus da prova?

 Sim. Utilizando-se do princípio da precaução, a jurisprudência do STJ tem admitido a inversão do ônus da prova,
impondo ao autor potencial provar, com anterioridade, que sua ação não causará danos ao meio ambiente.

REsp 1237893/SP:
Em ação ambiental, impõe-se a inversão do ônus da prova, cabendo ao empreendedor,
no caso concreto o próprio Estado, responder pelo potencial perigo que causa ao meio
ambiente, em respeito ao princípio da precaução (01/10/2013).

TRF/2R – Juiz Federal (2018)


A respeito do princípio da precaução em relação ao Direito Ambiental, é correto afirmar que:
A o ônus da prova sobre a ocorrência do dano ambiental e sua autoria é do autor da ação civil pública. (FALSO)
E compete a quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançada ao
meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A inversão do ônus da prova nas ações civis públicas ambientais é um dos corolários do princípio da precaução, o qual incide
somente na lesividade ambiental derivada do uso e manipulação de produtos químicos (FALSO).
TRF/3R – Juiz Federal (2016)
I – O princípio da prevenção está intimamente relacionado ao brocardo jurídico “in dubio contra projectum” e, segundo
jurisprudência das Cortes Superiores, impõe o reconhecimento da inversão do ônus da prova. (FALSO)
PGE/PR (2015):
Em conformidade ao princípio da precaução, para que sejam adotadas medidas precaucionais, a falta de certeza científica
absoluta exige a demonstração do risco atual e iminente de danos que podem sobrevir pelo desempenho de determinada
atividade econômica (FALSO).
TJ/MA - Juiz (2013):
Uma aplicação estrita do princípio da prevenção inverte o ônus da prova e impõe ao poluidor provar, com anterioridade, que sua
ação não causará degradação ambiental (FALSO).
TJ/RJ – Juiz (2013):
O princípio da precaução, no tocante às questões de Direito Ambiental, pressupõe e gera como possibilidade, respectivamente:
a) ausência de certeza científica e inversão do ônus da prova (VERDADEIRO).
b) certeza científica e condenação por dano hipotético.
c) risco provado e condenação ao pagamento de indenização fixada por arbitramento.
d) risco eventual e condenação ao pagamento de indenização obrigatória.
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
O princípio da precaução pode ser invocado para inverter o ônus da prova em procedimento ambiental (VERDADEIRO).

5.5.2. O princípio da precaução se aplica para qualquer espécie de dano ambiental?

 Não. Apenas em casos de danos graves ou irreversíveis (Frederico Amado).

TJ/MS – Juiz de Direito (2015) - VUNESP:


Um dos princípios produzidos em Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente e que serve para construção normativa
ambiental afirma que: “Quando houver perigo de dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser
utilizada como razão para que seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação
ambiental”. Esta afirmação representa o princípio da
a) Precaução (VERDADEIRO).
b) Responsabilidade comum, porém, diferenciada.
c) Prevenção.
d) Informação.
e) Responsabilidade integral.

5.5.3. No que consiste na tutela ambiental inibitória?

Tutela preventiva Tutela ressarcitória


Antes do dano. Depois do dano.

Espécies:
Tutela inibitória Tutela de remoção do ilícito
Antes do ilícito e antes do dano. Depois do ilícito e antes do dano.

Conclusão:
Como os danos ambientais geralmente são irreparáveis, recomenda-
se a utilização da tutela inibitória.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


Um dos fundamentos constitucionais da tutela ambiental inibitória consiste no chamado princípio da inafastabilidade do
controle jurisdicional ou princípio do direito da ação, pois através dela é possível evitar danos ambientais muitas vezes
irreversíveis (VERDADEIRO).

5.6. Jurisprudência

1. A Lei de Crimes Ambientais deve ser interpretada à luz dos princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção,
indicando o acerto da análise que a doutrina e a jurisprudência tem conferido à parte inicial do artigo 54, da Lei n.
9.605/1998, de que a mera possibilidade de causar dano à saúde humana é idônea a configurar o crime de poluição,
evidenciada sua natureza formal ou, ainda, de perigo abstrato (AgRg no REsp 1418795/SC).

6. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR

6.1. Previsão na Constituição

1. Art. 225, §2º:

Art. 225, § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

2. Art. 225, §3º:

Art. 225, § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Importante:
O art. 225, § 3º, da CF consagrou o princípio da independência das
instâncias (penal, administrativa e cível).

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


A o princípio da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa física ou jurídica, de arcar com as consequências
de sua conduta lesiva contra o meio ambiente, tanto na seara civil e administrativa, quanto na penal. (VERDADEIRO)
TJ/SC – Juiz (2013):
a) A Constituição Federal de 1988 acolheu o princípio do poluidor-pagador ao determinar que as condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções penais e administrativas, independentemente
da responsabilidade civil (art. 225, § 3º) (VERDADEIRO).
b) A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, § 3º, estabeleceu ao poluidor do meio ambiente a sanção penal
(responsabilidade criminal) e a sanção civil (responsabilidade civil – reparação dos danos), excepcionando a sanção
administrativa para evitar o bis in idem (FALSO).

6.2. Conceito

 O princípio do poluidor-pagador pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez
identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais.

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


O princípio ambiental do poluidor-pagador prevê a obrigação do agente responsável pela degradação ambiental de recuperar
e/ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. (VERDADEIRO)
MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC
No Direito Ambiental, o dever de recompor o meio ambiente lesado ou de indenizar pelos danos causados refere-se ao princípio
A do poluidor-pagador. (VERDADEIRO)
B do desenvolvimento sustentável.
C do equilíbrio.
D do limite.
E da prevenção.
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
Várias pesquisas científicas apontam no sentido de que o uso de sacolas plásticas é um dos grandes vilões contra a preservação
do meio ambiente. A justificativa consiste no fato de que o plástico leva vários anos para se decompor. Leis foram aprovadas
para que os consumidores fossem obrigados a pagar por esse tipo de sacola. À luz do direito ambiental, a referida
obrigatoriedade de compra de sacolas plásticas é um exemplo de aplicação do princípio
A da participação.
B da precaução.
C da ubiquidade.
D do poluidor pagador. (VERDADEIRO)
E da prevenção.
PGE/SE – Procurador do Estado (2017) – CESPE:
Determinada indústria têxtil elimina seus componentes químicos no rio que abastece uma cidade, alterando as características do
meio ambiente e prejudicando a segurança e o bem-estar da população. Nesse caso, o princípio ambiental que determina o
dever da indústria de arcar com as consequências econômicas da atividade descrita é o princípio
a) da precaução.
b) da equidade intergeracional.
c) da prevenção.
d) do poluidor-pagador. (VERDADEIRO)
e) do usuário-pagador.
TRF/1R – Juiz Federal (2015) - CESPE:
No direito ambiental, o princípio do poluidor-pagador, em sentido estrito, fundamentado na teoria econômica, pode ser
observado, por exemplo, na hipótese de
a) conversão de multa em prestação de serviços de preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente, desde
que os custos desses serviços não sejam inferiores ao valor da multa convertida.
b) imposição de limitações administrativas à propriedade privada, nos casos em que o proprietário pretenda exercer
atividade econômica potencial ou efetivamente poluidora em imóvel rural.
c) imposição ao empreendedor de obrigação de manter investimentos em desenvolvimento científico contínuo,
quando houver incertezas científicas sobre a ameaça de danos ambientais graves ou irreversíveis causados pela
sua atividade econômica.
d) imposição de multa administrativa pelo órgão ambiental fiscalizador ao responsável por atividade econômica
poluidora, de forma a garantir, por meio de compensação pecuniária, o exercício da atividade econômica
poluidora.
e) imposição ao empreendedor, pelo órgão competente, de obrigação de arcar com os custos de prevenção,
mitigação e compensação de impactos ambientais causados pela atividade econômica, como condição para o
licenciamento (VERDADEIRO).
TJ/RJ – Juiz (2013):
A responsabilidade civil pela reparação de dano ambiental, de acordo com o princípio do poluidor-pagador, significa
especificamente
a) a possibilidade de manutenção de graus aceitáveis de poluição mediante o pagamento de valores de indenização.
b) o ressarcimento pelos danos materiais causados.
c) a cumulação da reparação por danos materiais e morais.
d) a obrigação de arcar com despesas de prevenção, reparação e repressão da poluição (VERDADEIRO).
MPE/PI – Promotor de Justiça (2012):
Em matéria de meio ambiente, vigora o princípio da precaução, segundo o qual todo aquele que poluir tem o dever de reparar o
dano causado (FALSO).
DPE/MA – Defensor Público (2011) – CESPE:
O princípio do poluidor-pagador fundamenta-se na premissa de que nem todo aquele que poluir terá de reparar o dano
provocado (FALSO).

6.3. A noção de internalização dos custos

 Para a aplicação do princípio do poluidor-pagador, os custos sociais externos que acompanham o processo de produção
devem ser internalizados, ou seja, o custo resultante da poluição deve ser assumido pelos empreendedores de
atividades potencialmente poluidoras nos custos da produção, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem
os prejuízos ambientais. Assim, o causador da poluição arcará com os custos necessários à diminuição, eliminação ou
neutralização do dano ambiental.

TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


A internalização do custo ambiental, transformando a externalidade negativa, ou custo social, num custo privado, visa impedir a
socialização do prejuízo e a privatização dos lucros. Este é o objetivo do princípio
A do poluidor-pagador. (VERDADEIRO)
B da função social da propriedade.
C da prevenção.
D da precaução.
E da cooperação.
MPE/MS – Promotor de Justiça (2018)
I. Uma das facetas do princípio do poluidor-pagador é evitar as externalidades negativas. (VERDADEIRO)
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
O Enunciado 16 da Declaração do Rio de Janeiro de 1992 preceitua o seguinte: “Tendo em vista que o poluidor deve, em
princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização ao
empreendimento dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem
distorcer o comércio e os investimentos internacionais”. Esse enunciado encerra o princípio da(o)
a) informação.
b) prevenção.
c) precaução.
d) poluidor-pagador (VERDADEIRO).
e) desenvolvimento sustentável.

6.4. Princípio do poluidor-pagador e responsabilidade civil objetiva ambiental

 O princípio do poluidor-pagador determina a incidência do regime jurídico da responsabilidade civil objetiva por danos
ambientais (art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/1981). O tema será melhor explicado posteriormente.

TJ/MG – Juiz (2014):


O princípio da reparação tem por fundamento a responsabilidade subjetiva do agente. Logo, se afastada a ilicitude
administrativa de um ato lesivo ao meio ambiente, não haverá a correspondente responsabilidade civil pelos danos causados
(FALSO).
TJ/MA – Juiz (2013):
O princípio do poluidor-pagador determina a incidência do regime jurídico da responsabilidade civil objetiva por danos
ambientais (VERDADEIRO).
TJ/PR (2013):
De acordo com o princípio do poluidor-pagador, é correto afirmar:
a) Assegura o direito à indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz (2012):
Em decorrência do princípio do poluidor-pagador, segundo a lei que dispõe acerca da PNMA, aquele que agrida o ambiente deve
ser responsabilizado pelo prejuízo causado a este e a terceiros, na medida de sua culpa e participação no dano (FALSO).
TJ/PB (2011):
Na órbita repressiva do princípio do poluidor-pagador, incide a responsabilidade subjetiva caso a sanção resultante da poluição
tenha caráter civil, penal ou administrativo (FALSO).

6.5. Questionamentos importantes

6.5.1. Quem pode ser poluidor?

Pessoa física De direito privado


Poluidor
Pessoa jurídica

De direito público

Diretamente
Responsável por atividade causadora
de degradação ambiental
Indiretamente

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


As condutas e as atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, exclusivamente pessoas físicas, a
sanções penais e administrativas (FALSO).
TJ/SC – Juiz (2013):
As pessoas físicas ou jurídicas produtoras de bens e serviços de grande interesse social estão protegidas da aplicação do princípio
do poluidor-pagador (FALSO).
TJ/PI – Juiz (2012):
Como forma de buscar a responsabilização pessoal do agente da degradação ambiental, considera-se poluidor, consoante o
princípio do poluidor-pagador, apenas o autor direto e imediatamente identificável do dano ambiental (FALSO).
TJ/PB (2011):
Considerado o princípio do poluidor-pagador, o conceito do termo poluidor restringe-se ao autor direto do dano ambiental, e
não, àqueles que, de forma indireta, tenham contribuído para a prática do dano (FALSO).

6.5.2. O princípio do poluidor-pagador se limita a tolerar a poluição mediante um preço?

 Não. O princípio do poluidor-pagador não deve ser interpretado de forma que haja abertura incondicional à poluição,
desde que se pague, só podendo o poluidor degradar o meio ambiente dentro dos limites de tolerância previstos na
legislação ambiental, após licenciado.
 A correta interpretação do princípio do poluidor-pagador deve ser: “poluiu, então deve suportar os danos”, e não
“pagou, então tem o direito de poluir”. Assim, este princípio não pode, em hipótese alguma, tornar-se um instrumento
que “autorize a poluição” ou que permita a “compra do direito de poluir”.

PGM/Belo Horizonte (2017) – CESPE:


d) A essência do princípio do poluidor-pagador está relacionada à compensação dos danos causados ao meio ambiente: no
sentido de “poluiu pagou”.(FALSO)
PGM/Salvador – Procurador do Município (2015) – CESPE
D No direito ambiental, vige o princípio da reparação do dano ambiental, segundo o qual cabe ao autor do dano promover o
ressarcimento in natura ou em dinheiro, conforme a gravidade do dano causado. (FALSO)
TJ/MG – Juiz (2014):
Na aplicação do princípio do poluidor-pagador, a cobrança de um preço pelos danos causados ao meio ambiente só pode ser
efetuada sobre fatos que tenham respaldo em lei, sob pena de se outorgar ao agente o direito de poluir (VERDADEIRO).
MPE/MA – Promotor de Justiça (2014):
O princípio da função socioambiental da propriedade preconiza que o uso da propriedade deve ser condicionado ao bem-estar
social (VERDADEIRO).
TJ/PR - Juiz (2013):
De acordo com o princípio do poluidor-pagador, é correto afirmar:
a) Quem tem condições econômicas de indenizar está autorizado a praticar ações que causem danos ao ambiente
(FALSO).
TJ/SC – Juiz (2013):
a) A interpretação desse princípio traz como resultado as seguintes afirmações: “pagar para poder poluir”, “poluir mediante
pagamento” ou “pagar para evitar a contaminação” (FALSO).
b) O referido princípio estabelece uma liceidade para o ato poluidor, mediante o ressarcimento pecuniário correspondente:
“poluo, mas pago” (FALSO).
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
O pagamento pecuniário e a indenização legitimam empreendimentos que venham provocar lesão ao meio ambiente (FALSO).
6.5.3. A poluição amparada em regular licenciamento/autorização desonerará o poluidor de reparar os danos ambientais?

 Não. A poluição amparada em regular licença ou autorização ambiental não desonerará o poluidor de reparar os danos
ambientais, pois não se trata de uma penalidade e sim de um ressarcimento ao meio ambiente.

REsp 1394025/MS:
Em tema de direito ambiental, não se cogita em direito adquirido à devastação, nem se
admite a incidência da teoria do fato consumado (precedentes do STJ e STF). Em que
pese ao loteamento em questão haver sido concedido licenciamento ambiental, tal
fato, por si só, não elide a responsabilidade pela reparação do dano causado ao meio
ambiente, uma vez afastada a legalidade da autorização administrativa (18/10/2013).

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


Não há direito adquirido para o empreendedor dar continuidade ao seu projeto envolvendo práticas vedadas pelo legislador e
que causem danos ao meio ambiente, ainda que fundado em ato autorizatório emitido pelo órgão ambiental competente
(VERDADEIRO).
PGM/Salvador – Procurador do Município (2015) – CESPE
E O princípio do poluidor pagador pode incidir também em casos de conduta lícita do particular. (VERDADEIRO)

7. PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR

7.1. Conceito

 O princípio do usuário-pagador estabelece que o usuário de recursos naturais deve pagar por sua utilização (ex.: uso da
água em indústrias).

Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


b) A legislação ambiental não promove exigência relacionada à aplicação do princípio do usuário-pagador, que impõe o
pagamento pelo uso do recurso ambiental. (FALSO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Ao usuário será imposta contribuição pelos custos advindos da utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
(VERDADEIRO)
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
O princípio do usuário-pagador caracteriza-se pela imposição ao usuário do conjunto dos custos destinados a tornar possível a
utilização do recurso ambiental e os custos advindos de sua utilização com fins econômicos, evitando-se que sejam suportados
pelo Poder Público e tampouco por terceiros (VERDADEIRO).
AL-GO – Procurador (2015):
O uso de um bem ambiental, segundo o princípio do poluidor-pagador, deve ser cobrado, tendo em vista que está sendo
utilizado um patrimônio da coletividade em proveito particular (FALSO).
TJ/SP – Juiz de Direito (2014) - VUNESP:
Novamente quanto ao tema dos princípios do Direito Ambiental, o que determina que aquele que se utiliza ou usufrui de algum
recurso natural deve arcar com os custos necessários para possibilitar tal uso configura o princípio
a) do usuário-pagador (VERDADEIRO).
b) da função socioambiental da propriedade.
c) do poluidor-pagador.
d) do desenvolvimento sustentável.
MPE/MA – Promotor de Justiça (2014):
O princípio do usuário-pagador preconiza que quem se utiliza de recursos ambientais deve arcar com seus custos (VERDADEIRO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
O usuário de água deve pagar pela sua utilização com ou sem fins econômicos (FALSO).
MPE/MS – Promotor de Justiça (2013)
II. O princípio do usuário-pagador fundamenta-se num instrumento que busca o uso racional dos recursos naturais,
compartilhando a responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica e impondo aos que usam
recursos naturais a obrigação de pagar pela sua utilização. (VERDADEIRO)
TJ/PI - Juiz (2012):
Sendo o ambiente classificado como bem de uso comum do povo, não se admite que sua utilização tenha caráter oneroso ou
que haja necessidade de contraprestação pelo usuário (FALSO).
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
No processo industrial de fabricação de produtos, os resíduos descartados no ambiente devem ser tratados, sendo esta uma
forma de aplicação do princípio do usuário-pagador (FALSO).

7.2. Objetivos

 Racionalizar o uso do bem natural.


 Evitar o desperdício do bem natural.
 Arrecadar recursos para investimentos ambientais.

7.3. Diferenciação

Usuário-Pagador Poluidor-Pagador
Não importa se houve ou não dano Há poluição
Pagamento pelo uso Pagamento como reparação
PGE/BA – Procurador do Estado (2014):
De acordo com o princípio do usuário-pagador, deve-se proceder à quantificação econômica dos recursos ambientais, de modo a
garantir reparação por todo o dano ambiental causado (FALSO).

7.4. Princípio do usuário-pagador e compensação ambiental do art. 36 da Lei nº 9.985/2000

 De acordo com o art. 36, o empreendedor de atividades significativo impacto ambiental deverá destinar recursos
financeiros para a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de “Proteção integral” (caput) ou
de “Uso Sustentável” (§3º). Trata-se de uma aplicação do princípio do usuário-pagador.

Importante:
O tema será visto com detalhes posteriormente, dentro do material
sobre Unidades de Conservação.

8. PRINCÍPIO DO PROTETOR-RECEBEDOR

 Pelo princípio do protetor-recebedor, aqueles que protegem o meio ambiente podem receber benefícios, com o
objetivo de fomentar e premiar essas iniciativas. Assim, deve haver uma espécie de compensação pela prestação dos
serviços ambientais em favor daqueles que atuam em defesa do meio ambiente, como verdadeira maneira de
promover a justiça ambiental (ex.: compensação financeira, redução de alíquota de imposto, etc.).

TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:


O pagamento por serviços ambientais − PSA tem por fundamento
a) a legislação estrangeira, não encontrando base no ordenamento jurídico brasileiro.
b) o princípio da solidariedade intergeracional.
c) o princípio do protetor-recebedor. (VERDADEIRO)
d) o princípio do usuário-pagador.
e) o princípio do poluidor-pagador.
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
O princípio do protetor-recebedor, que se refere ao pagamento por serviços ambientais, não é previsto expressamente na lei
que instituiu a PNMA (VERDADEIRO).

9. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE ATUAÇÃO (INTERVENÇÃO) ESTATAL

9.1. Conceito

 Como decorrência do princípio da equidade intergeracional, é dever irrenunciável do Poder Público a defesa e a
preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.
 A atuação obrigatória do Estado decorre da natureza indisponível do meio ambiente, cuja proteção é reconhecida hoje
como indispensável à dignidade e à vida de toda pessoa.

9.2. Intervenção indireta do Estado na economia

 Deverá o Estado atuar como agente normativo e regulador da Ordem Econômica Ambiental, editando normas jurídicas
e fiscalizando de maneira eficaz o seu cumprimento.
 Poderá, também, conceder incentivos ficais para as empresas ambientalmente responsáveis ou aplicar sanções
administrativas previstas em lei nos casos de degradação ambiental.

9.3. Questionamentos importantes

9.3.1. O dever de proteção ambiental é restrito à atuação do Poder Executivo?

 Não. A própria Declaração do Rio/92 estabelece que “os Estados deverão promulgar leis eficazes sobre o meio
ambiente”.

9.3.2. Quais as consequências práticas apontadas pela doutrina em razão da existência desse princípio?

 O poder de polícia ambiental é, em regra, vinculado.


 O bem ambiental, em regra, não poderá ser objeto de transação judicial.

10. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA (PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO)

10.1. Previsão na Constituição

 Art. 225 da CF.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.

10.2. Conceito
 Segundo o princípio da participação comunitária, as pessoas têm o direito de participar ativamente as decisões políticas
ambientais, em decorrência do sistema democrático, uma vez que os danos ambientais são transindividuais.
 Como consequência, a sociedade passou a dispor de alguns mecanismos de participação direta na proteção da
qualidade de vida e na preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações.

PGM/Belo Horizonte (2017) – CESPE:


a) A participação ambiental da sociedade não substitui a atuação administrativa do poder público, mas deve ser considerada
quando da tomada de decisões pelos agentes públicos. (VERDADEIRO)
MPE/MA – Promotor de Justiça (2014):
O princípio da participação comunitária expressa a ideia de que para a solução dos problemas ambientais, deve haver maior
cooperação entre o Estado e a sociedade, principalmente na elaboração e execução de políticas públicas ambientais
(VERDADEIRO).
TJ/AC (2012):
O princípio da participação, veiculado, pela primeira vez, em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, dispõe sobre a
necessidade de se estabelecerem parâmetros que permitam a participação equitativa das populações carentes nos lucros da
exploração econômica da biodiversidade (FALSO).
TJ/SC (2013):
O princípio da participação estabelece a obrigação exclusiva do Poder Público quanto aos deveres de proteção e preservação do
meio ambiente (FALSO).

10.3. Exemplos de mecanismos de participação comunitária

 Audiência pública em licenciamentos ambientais nas hipóteses previstas na Resolução CONAMA 09/1987.
 Consulta pública na criação de Unidades de Conservação.
 Ação popular e ação civil pública.
 Direito de petição ao Poder Público.
 Iniciativa popular de leis ambientais.
 Plebiscito e referendo, etc.

Importante:
Assim, a participação se dá em três esferas: legislativa, administrativa
e processual.

PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE


Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular para anular ato lesivo ao meio ambiente. (FALSO)
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
A ação popular é um importante instrumento processual de tutela do meio ambiente, ainda que a defesa do meio ambiente não
conste expressamente como uma de suas finalidades na Constituição de 1988 (FALSO).
TRF/5R (2015):
O princípio da participação democrática no direito ambiental é instrumentalizado pela ação popular, mas não pela ACP, devido
às diferenças na legitimação ativa (FALSO).
TJ/MA (2013):
A ação popular, ao contrário da ação civil pública, é instrumento de efetivação do princípio da participação democrática no
direito ambiental (FALSO).
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
O envolvimento das comunidades na implementação de planos de manejo nas unidades de conservação é exemplo de aplicação
do princípio da informação (FALSO).

10.4. Questionamentos importantes

10.4.1. Qual a relação entre os princípios da participação comunitária e o princípio da informação?

 O direito à participação pressupõe o direito de informação. Há uma interdependência lógica entre eles: só haverá
participação popular caso haja acesso às informações ambientais.

MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):


O princípio da participação comunitária na defesa do meio ambiente pressupõe o direito de informação (VERDADEIRO).

11. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO

11.1. Previsão

1. Art. 225, §1º, IV, da CF/88:

Art. 225, 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental,
a que se dará publicidade.

2. Art. 4º, V, da Lei nº 6.938/1981:

Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma
consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
3. Art. 4º, V, da Lei nº 6.938/1981:

Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando
inexistentes;

PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:


O acesso à informação ambiental é um princípio de direito ambiental previsto tanto na CF quanto em normas
infraconstitucionais (VERDADEIRO).

11.2. Conceito

 Segundo o princípio da informação, os órgãos e entidade ambientais estão obrigados a permitir o acesso público aos
documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as
informações ambientais que estejam sob sua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico.

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


B as entidades privadas não estão sujeitas ao princípio da informação no que se relaciona à matéria ambiental. (FALSO)

11.3. Limitações

 Não utilizar as informações ambientais para fins comerciais.


 Citar a fonte em caso de divulgação das informações ambientais.

Importante:
Tratando-se o meio ambiente de interesse difuso, qualquer
indivíduo, independentemente da comprovação de interesse
específico, terá acesso às informações que tratem de matéria
ambiental, mediante requerimento escrito, no qual assumira a
obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins
comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de
propriedade indústria, assim como de citar as fontes, caso, por
qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados (art. 2º, §1º, da
Lei nº 10.650/2003).

PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:


O acesso à informação ambiental é um princípio de direito ambiental previsto tanto na CF quanto em normas
infraconstitucionais (VERDADEIRO).

11.4. Questionamentos importantes

11.4.1. Qual a relação entre os princípios da participação comunitária e o princípio da informação?

 O direito à participação pressupõe o direito de informação. Há uma interdependência lógica entre eles: só haverá
participação popular caso haja acesso às informações ambientais.

12. PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente (art. 225, §1º, VI, da CF).
 Caso não haja educação ambiental, impossível exigir da sociedade uma efetiva participação na preservação dos
recursos naturais.

PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015):


A promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente são incumbência do Poder Público para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado (VERDADEIRO).
PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC:
A proteção constitucional do meio ambiente
a) impõe aos Municípios a obrigação de promover a educação ambiental no ensino fundamental, sendo facultado
aos demais entes da federação esta mesma obrigação nos ensinos médio e superior (FALSO).
MPE/RR – Promotor de Justiça (2012) – CESPE:
A defesa do meio ambiente é dever do poder público e da coletividade, aos quais compete promover, respectivamente, a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (FALSO).
TJ/PB – Juiz (2011):
A necessidade da educação ambiental é princípio consagrado pelas Nações Unidas e pelo ordenamento jurídico brasileiro, e,
nesse sentido, a CF determina ao poder público a incumbência de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino
(VERDADEIRO).

OBS.:
1) As bancas de concursos costumam associar os conceitos de “educação ambiental” e “princípio da informação”. Muito
cuidado nesse ponto!
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
O dever do Poder Público em promover a educação ambiental e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente
diz respeito ao princípio da informação (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012) - CESPE:
Em consonância com o princípio da participação e informação, a CF determina expressamente que o poder público promova a
educação ambiental em todos os níveis de ensino (VERDADEIRO).

13. FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE

13.1. Noções gerais

 A propriedade não é mais um direito absoluto, e sobre ela está gravada naturalmente uma hipoteca social perpétua: o
cumprimento da função social. Nesse sentido, é correto dizer que a função social da propriedade é elemento
constitutivo do direito de propriedade.
 Quando se afirma que a propriedade tem uma função social, na verdade está impondo-se ao proprietário o dever de
exercer o seu direito não unicamente em seu próprio e exclusivo interesse, mas, principalmente, em benefício da
coletividade, preservando o meio ambiente.
 Dessa forma, a função social da propriedade relativiza o caráter absoluto do direito de propriedade, segundo o qual o
proprietário pode desfrutar da coisa como bem entender. As limitações impostas no interesse coletivo, decorrentes da
função social e socioambiental da propriedade, limitam esse atributo da propriedade.

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


C o princípio da função socioambiental da propriedade possui caráter de dever individual, estando o direito à propriedade
garantido se sua função social for cumprida. (FALSO)
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) - CESPE:
A função socioambiental da propriedade está prevista no Código Civil como um limite às faculdades do proprietário
(VERDADEIRO).
MPE/MA – Promotor de Justiça (2014):
O princípio da função socioambiental da propriedade preconiza que o uso da propriedade deve ser condicionado ao bem-estar
social (VERDADEIRO).
TJ/PA – Juiz de Direito (2014) - VUNESP:
O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, entre outros bens ambientais, a flora, a fauna e as belezas
naturais, em atendimento ao princípio da função socioambiental da propriedade (VERDADEIRO).

13.2. Comportamentos positivos e negativos

 A admissão do princípio da função social da propriedade tem como consequência básica fazer com que a propriedade
seja efetivamente exercida para beneficiar a coletividade e o meio ambiente (aspecto positivo), não bastando apenas
que não seja exercida em prejuízo de terceiros ou da qualidade ambiental (aspecto negativo).

Aspecto positivo Aspecto negativo


Condutas comissivas necessárias do Deveres de abstenção do proprietário.
proprietário.
Ex.: obrigação do novo proprietário de Ex.: obrigação do proprietário não
fazer a recuperação de APP. desmatar uma APP.

TJ/MG – Juiz (2014):


O princípio da função socioambiental da propriedade determina que o seu uso seja condicionado ao bem-estar social, sem,
contudo, impor comportamentos positivos ao proprietário para o exercício de seu direito (FALSO).

13.3. Quando a propriedade cumpre a função social?

13.3.1. Propriedade urbana (art. 182, CF)

 Quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

13.3.2. Propriedade rural (art. 186, CF)

 Quando atende, simultaneamente, aos seguintes requisitos:


1. Aproveitamento racional e adequado.
2. Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis.
3. Preservação do meio ambiente;
4. Observância das disposições que regulam as relações de trabalho.
5. Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

TJ/PA – Juiz de Direito (2014) - VUNESP:


A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem reconhecendo que a função socioambiental da propriedade é princípio
constitucional e, no caso da propriedade rural, engloba exclusivamente a utilização adequada dos recursos naturais e a
exploração favorável ao bem-estar dos proprietários e trabalhadores (FALSO).
MPE/MS – Promotor de Justiça (2013)
III. A função social da propriedade rural e urbana é atendida quando cumpridas as exigências expressas no Plano Diretor. (FALSO)
MPE/RR – Promotor de Justiça (2012) – CESPE:
A função social da propriedade rural é alcançada quando ela atende, alternativamente, ao requisito de aproveitamento racional,
ou à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis, com preservação do meio ambiente, ou à exploração que favoreça o
bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores (FALSO).

13.4. Função socioambiental e desapropriação

 De acordo com o art. 184 da CF, compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social.
 Como o imóvel rural não cumpre a sua função social quando não há preservação do meio ambiente, surge a
possibilidade de realização da desapropriação.

Importante:
No caso de área incluída no plano direto, se o proprietário não utilizar
de acordo com a função social, poderá o município exigir o adequado
aproveitamento, podendo, inclusive, desapropriar o imóvel (art. 182,
§ 2º, da CF).

TRF/5R – Juiz Federal (2015) – CESPE:


A União pode desapropriar, por interesse social, para reforma agrária, imóvel rural de proprietário que não respeite as regras
referentes a APP e reserva legal (VERDADEIRO).

14. PRINCÍPIO DAS RESPONSABILIDADES COMUNS, PORÉM DIFERENCIADAS

 Todas as nações são responsáveis pelo controle da poluição e a busca da sustentabilidade, mas os países mais
poluidores deverão adotar as medidas mais drásticas, pois são os principais responsáveis pela degradação ambiental da
Biosfera.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


Na Convenção da ONU sobre mudanças climáticas, o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, afirma que
as Partes devem proteger o sistema climático em benefício das gerações presentes e futuras com base na equidade e em
conformidade com suas respectivas capacidades (VERDADEIRO).

15. PRINCÍPIO COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS (PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE)

 Esse princípio leva em conta que fenômenos poluidores geralmente ultrapassam a fronteira de uma nação, atingindo
outro território.
 O bem ambiental é onipresente, de forma que uma agressão ao meio ambiente em determinada localidade é capaz de
trazer reflexos negativos a todo o planeta.

Importante:
Neste princípio está incluída a cooperação no sentido de repassar os
conhecimentos de tecnologia e conhecimentos de proteção do
ambiente obtidos pelos países mais avançados e que têm
possibilidade econômica de investir e obter resultados nas pesquisas
ambientais.

OBS.: Sobre a ausência de fronteiras nos casos de danos ambientais, alguns autores fazem referência ao princípio da ubiquidade.
De acordo com o princípio, o meio ambiente deve ser levado em consideração antes e durante a realização de qualquer atividade
que venha a ser desenvolvida, de qualquer natureza.

PGM/Salvador – Procurador do Município (2015) – CESPE


B O princípio da ubiquidade implica que cada estado deve atuar para evitar o dano ambiental nos limites do seu território.
(FALSO)

16. OUTROS PRINCÍPIOS

 Princípio do controle do poluidor pelo poder público / princípio do limite.


 Princípio do mínimo existencial ecológico e da vedação do retrocesso ecológico.
 Princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento.
 Princípio in dubio pro ambiente.

MPE/MS – Promotor de Justiça (2018)


III. As Resoluções do CONAMA que tratam de padrões máximos de emissão de poluentes têm por fundamento o princípio do
limite ou controle. (VERDADEIRO)
IV. O princípio da Ubiquidade é aquele segundo o qual as presentes gerações não podem utilizar os recursos ambientais de
maneira irracional, de modo a privar as gerações futuras de um ambiente ecologicamente equilibrado. (FALSO)
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
O princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento, com assento no art.
225, §1º, IV, da Constituição Federal, impõe seja levado em conta a variável ambiental em qualquer ação ou decisão, pública ou
privada, que possa causar impacto negativo sobre o meio (VERDADEIRO).
DPE/MA – Defensor Público (2011) – CESPE:
Caso duas normas estejam em conflito, deve ser aplicada a mais benéfica ao Estado, mesmo que isso cause prejuízo ao meio
ambiente (FALSO).
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. INTRODUÇÃO

1.1. A Constituição de 1988

 Direito Constitucional Ambiental:


1. Competências legislativas ambientais.
2. Competências administrativas ambientais.
3. Ordem econômica ambiental.
4. Meio ambiente.

Importante:
A constitucionalização ambiental ocorreu com a Constituição Federal
de 1988.

TJ/BA – Juiz de Direito (2012) – CESPE:


A constitucionalização da proteção ambiental, de forma específica e global, ocorreu sob a égide da Constituição de 1967, tendo a
CF ampliado o tratamento dado ao tema (FALSO).

1.2. Princípio da predominância do interesse

 Na repartição de competências, o critério norteador será o princípio da predominância do interesse.


 Por haver uma coordenação entre União e os demais entes, o Brasil adotou o denominado federalismo cooperativo.

MPE/AC – Promotor de Justiça (2014) – CESPE:


No âmbito da cooperação entre os entes da Federação, o exercício das competências ambientais legislativas e materiais pelos
estados, DF e municípios sujeita-se às normas gerais da União e às determinações do órgão ambiental federal (FALSO).

1.3. Visão antropocêntrica e biocêntrica

 O que torna a Constituição adepta à Teoria Antropocentrista (caput do art. 225), na visão de alguns doutrinadores, não
é o simples fato de considerar o bem ambiental um bem de uso comum do povo, mas sim, o fato de tratar o meio
ambiente equilibrado como um direito humano fundamental (art. 225), afirmando, assim, que o equilíbrio ambiental
deve servir aos interesses humanos.
 Contudo, não é correto afirmar que a Constituição Federal é estritamente antropocêntrica, tendo em vista que a
doutrina considera que o próprio inciso VII do art. 225 possui inspiração biocêntrica, ao impor a proteção da fauna e da
flora, vedando, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


a) A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamente antropocêntrica, uma vez que
se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo. (FALSO)

2. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

2.1. Competência legislativa privativa

 A competência legislativa (art. 22 da CF/88) privativa pertence à União, com possibilidade de delegação.

Dica:
Competência da União Competência concorrente
Matéria relacionada à exploração Matéria relacionada à proteção do meio
econômica de recursos naturais energéticos. ambiente e dos recursos naturais.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
neste artigo.
TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
E A União tem competência privativa para legislar sobre águas. (VERDADEIRO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
B lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas a atividades nucleares de
qualquer natureza. (VERDADEIRO)
E em relação a matérias de jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia, Lei complementar não poderá autorizar os
Estados a legislar sobre estas questões. (FALSO)
DPE/ES – Defensor Público (2016) - FCC
No que tange à proteção conferida ao meio ambiente pela Constituição Federal de 1988,
(A) compete privativamente à União proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. (FALSO)
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
É privativa da União a competência para legislar sobre a defesa do solo, da água, dos recursos minerais e da fauna, admitindo-se,
em casos específicos, sua delegação aos estados e ao DF (FALSO).
TJ/RR – Juiz de Direito (2014):
A competência para legislar sobre atividades nucleares de qualquer natureza é privativa da União, podendo a Lei complementar
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas (VERDADEIRO).
MPE/RR – Promotor de Justiça (2012) – CESPE:
A competência legislativa para tratamento dos temas ambientais é privativa da União, como, por exemplo, a criação de normas
de direito processual civil coletivo, a desapropriação de imóveis para criação de espaços protegidos, os usos múltiplos de água e
a geração de energia e extração mineral (FALSO).

2.2. Competência legislativa exclusiva

 A competência legislativa exclusiva (art. 25, §§ 2º e 3º, da CF/88) pertence aos Estados.

Art. 25 (...)
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada
a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.

2.3. Competência legislativa remanescente

 A competência legislativa remanescente (art. 25, §1º, da CF/88) pertence aos Estados.

Art. 25 (...)
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

2.4. Competência legislativa concorrente

 A competência legislativa concorrente (art. 24 da CF) pertence à União, aos Estados e ao DF.

Dica:
Competência da União Competência concorrente
Matéria relacionada à exploração Matéria relacionada à proteção do meio
econômica de recursos naturais energéticos. ambiente e dos recursos naturais.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;

INF 871 STF:


Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos
de embarcações, oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a
tutela ao meio ambiente, sendo essa matéria de competência concorrente, nos termos
do art. 24, VI e VIII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 9/8/2017 (Info 872).

PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE


À União compete legislar privativamente sobre águas, jazidas e outros recursos minerais; porém, é competência concorrente da
União, dos estados e do Distrito Federal legislar acerca de florestas, caça, conservação da natureza e defesa dos recursos
naturais. (VERDADEIRO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
B Compete privativamente à União legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais.
(FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
D Em face da supremacia da União em determinar os critérios a serem observados quanto à proteção do meio ambiente, apenas
a concessão de autorização do Poder Público federal poderá contrariar regra municipal ou estadual que estabeleça zoneamento
para determinado espaço territorial.(FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
a) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção do meio ambiente
(VERDADEIRO).
b) Compete privativamente à União legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente (FALSO).
c) Os Estados poderão legislar sobre proteção do meio ambiente, desde que autorizados por Lei Complementar (FALSO).
d) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre responsabilidade por
dano ao meio ambiente (FALSO).
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
a) O Estado membro possui competência concorrente para legislar sobre a proteção do meio ambiente e sobre a defesa dos
recursos naturais e, nessa linha, pode regular as condições de utilização das águas subterrâneas, que são bens dos Estados.
(VERDADEIRO)
b) A competência para legislar sobre águas e sobre o meio ambiente é privativa da União. (FALSO)
PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015):
A legislação sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição, proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico, compete à
União, aos Estados e ao Distrito Federal de forma comum (FALSO).
PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015):
A legislação sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente é privativa da União, cabendo aos Estados, Distrito Federal e
Municípios legislar de forma suplementar (FALSO).
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
Conforme disposição expressa da CF, compete concorrentemente à União, aos estados, ao DF e aos municípios legislar sobre
floresta, caça, pesca e fauna (FALSO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
A CF atribui competência legislativa concorrente à União, aos estados e ao DF para legislar acerca de proteção do ambiente,
sendo vedado aos municípios editar leis desse teor (FALSO).
TJ/CE – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
A todos os entes federativos compete a proteção de documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico, cultural e
paisagístico, mas a competência para legislar sobre esses temas pertence, privativamente, à União (FALSO).

OBS.:
1) Os municípios também terão competência legislativa, nos termos do art. 30, I e II, da CF/88, para “legislar sobre
assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e a estadual no que couber”. Cabe destacar que tal
atribuição do município não consta expressamente do art. 24 da CF/88, não se tratando, portanto, de competência
concorrente.

INF 870 STF:


O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da
poluição, quando se tratar de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal,
regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os proprietários de
veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis.
STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson
Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870).
INF 857 STF:
Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam
fundamentadamente. STF. 2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello,
julgado em 14/3/2017 (Info 857).
AI-AgR 491.420-SP
Os Municípios são competentes para legislar sobre questões que respeite a edificações
ou construções realizadas no seu território, assim como sobre assuntos relacionados à
exigência de equipamentos de segurança, em imóveis destinados a atendimento ao
público.

TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE


D Os estados têm competência para instituir programa de inspeção e manutenção de veículos com o objetivo de proteção ao
meio ambiente. (VERDADEIRO)
E Os estados têm competência para legislar sobre o licenciamento de edificações e construções. (FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
A compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios legislar concorrentemente sobre proteção ao patrimônio
histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico. (FALSO)
DPE/ES – Defensor Público (2016) - FCC
(C) é atribuída expressamente pelo texto constitucional competência legislativa concorrente ao Município em matéria
ambiental. (FALSO)

2.4.1. Normas gerais

 A competência da União se limita a estabelecer normais gerais.

Art. 24 (...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

2.4.2. Competência legislativa suplementar (ou complementar)

 A competência legislativa suplementar caberá aos Estados e ao DF, complementando as normas gerais existentes.

Art. 24 (...)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

Importante:
Na hipótese de a União estabelecer normas específicas para aplicação
nos Estados e DF, sua atuação será inconstitucional, por invasão da
competência desses entes federativos. Da mesma forma, os Estados e
o DF, ao suplementarem as normas gerais, não poderão contrariar as
mesmas, sob pena de inconstitucionalidade, por existir entre elas uma
relação de subordinação.

2.4.3. Competência legislativa concorrente supletiva (ou plena)

 A competência legislativa concorrente supletiva (art. 24, § 3º, da CF/88) decorre da inércia da União em editar a lei
federal sobre normas gerais.
 Nesse caso, os Estados e o DF adquirem competência plena para a edição de normas gerais e de normas específicas
sobre os assuntos relacionados no art. 24 da CF/88.
 A superveniência da lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual (ou distrital), no que lhe for
contrário.

Art. 24 (...)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


Denomina-se de supletiva, a ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições definidas na Lei
Complementar n° 140/11 (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2012):
Os estados exercerão a competência legislativa plena se não existir lei federal sobre normas gerais envolvendo a tutela ao meio
ambiente (VERDADEIRO).

2.4.4. A questão da proibição do uso do amianto

1. Se uma lei estadual ou municipal, ao tratar de algum assunto de competência concorrente, violar as normas gerais
estabelecidas pela União, neste caso, esta lei estadual/municipal será considerada ilegal (por violar a lei federal) ou
inconstitucional? Qual é o vício nesta hipótese? O vício será de inconstitucionalidade. Esta lei estadual ou municipal
será inconstitucional.

2. No âmbito da competência concorrente, uma lei estadual que esteja suplementando a lei federal poderá estabelecer
um tratamento mais restritivo (rigoroso) do que aquele que foi imposto pelas normais gerais da União? Ex: a União
edita uma lei prevendo as normas gerais sobre controle da poluição (art. 24, VI);o Estado-membro poderá publicar uma
lei suplementando as normais gerais com tratamento ainda mais gravoso ao poluidor? Depende. As normas
suplementares podem ser mais restritivas que as normas gerais federais. Os Municípios e Estados-membros podem
ampliar a proteção, estabelecendo novas restrições e condições ao exercício da atividade, bem como regras de
segurança e fiscalização mais exigentes, desde que não sejam incompatíveis com a norma geral. O que se deve
observar, portanto, caso a caso, é se as normas gerais editadas pela União dão margem (liberdade) para que os
Municípios e Estados-membros possam prever um tratamento mais rigoroso. Uma coisa, no entanto, é certa: os
Municípios e Estados-membros não têm competência legislativa para proibir uma atividade que foi expressamente
autorizada pela norma geral da União.

3. O art. 2º da Lei Federal nº 9.055/95 autorizou, de forma restrita, as atividades com uma das espécies de amianto. A Lei
do Estado de SP poderia, em tese, ter proibido completamente o uso de todas as formas de amianto? NÃO. Se a lei
federal admite, ainda que de modo restrito, o uso do amianto, isso significa que a lei estadual ou municipal não poderia
proibi-lo totalmente. Ao agir assim, a lei estadual contrariou a norma geral fixada pela União.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


A O Supremo Tribunal Federal julgou procedente ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra a Lei Estadual n°
12.684/2007 (Lei que proíbe o uso de produtos que contenham amianto), declarando inconstitucional dispositivo que proíbe o
uso no Estado de São Paulo de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbesto ou
outros minerais que, acidentalmente, tenham fibras de amianto na sua composição. (FALSO)

4. Apesar disso, a Lei estadual não foi declarada inconstitucional. Por quê? Porque o STF considerou que o art. 2º da Lei nº
9.055/95 não é, atualmente, compatível com a CF/88.

5. Antigamente o art. 2º da Lei nº 9.055/95 era considerado constitucional? SIM. Havia precedentes do STF afirmando que
esse dispositivo era constitucional. A Corte, contudo, agora mudou de entendimento. Dessa forma, pode-se dizer que o
art. 2º da Lei federal nº 9.055/1995 passou por um processo de inconstitucionalização e, no momento atual, não mais
se compatibiliza com a Constituição de 1988.

Origens do processo de inconstitucionalização:


1. Em virtude da mudança no parâmetro de controle (mudança na CF). Isso pode acontecer
de dois modos: 1.1) pela alteração formal do texto constitucional (houve uma emenda
constitucional e a lei antiga tornou-se incompatível com a nova redação);1.2) pela
alteração no sentido da norma constitucional, ou seja, mudança na forma como a CF é
interpretada. Neste caso, tem-se aquilo que se chama de “mutação constitucional”.
2. Por força de alterações nas relações fáticas subjacentes à norma jurídica, ou seja,
mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do país.

6. Espera um pouco. A ADI havia sido proposta contra a Lei do Estado de SP. O STF julgou a ADI improcedente e afirmou
que a lei paulista é constitucional. Ao mesmo tempo, o Supremo declarou que a Lei Federal nº 9.055/95, que nem
estava sendo impugnada, é inconstitucional. Isso é possível? SIM. Embora a Lei federal nº 9.055/95 não estivesse
impugnada na ADI, a causa de pedir nas ações de controle concentrado é aberta e “o STF, no exercício da competência
geral de fiscalizar a compatibilidade formal e material de qualquer ato normativo com a Constituição, pode declarar a
inconstitucionalidade, incidentalmente, de normas tidas como fundamento da decisão” (Rcl 4374/PE, Rel. Min. Gilmar
Mendes, DJe de 4/9/13).

7. A decisão que declarou o art. 2º da Lei nº 9.055/95 inconstitucional possui eficácia vinculante e erga omnes? SIM. Em
um julgamento posterior ao da lei do Estado de São Paulo, o STF analisou a Lei 3.579/2001 (do Estado do Rio de
Janeiro), que proíbe a extração do asbesto/amianto em todo o território daquela unidade da Federação e prevê a
substituição progressiva da produção e da comercialização de produtos que o contenham. Assim como já havia feito
com a Lei de SP, o STF declarou a lei do RJ constitucional, ou seja, é válido que lei estadual proíba o uso de amianto.
Além disso, o STF declarou, incidentalmente, institucional o art. 2º da Lei Federal nº 9.055/95. Pela lição tradicional dos
livros de Direito Constitucional, esta parte do acórdão não deveria possuir eficácia vinculante e efeitos erga omnes. Isso
porque a constitucionalidade do art. 2º da Lei Federal nº 9.055/95 não era o objeto principal da ADI. Era só um
argumento (causa de pedir). O STF, contudo, inovando em relação à posição clássica, decidiu que a declaração de
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei Federal nº 9.055/95 deveria ter efeito vinculante e erga omnes. Vale ressaltar,
no entanto, que, posteriormente ao resultado, a Min. Relatora Rosa Weber, monocraticamente, “decidiu suspender,
em parte, os efeitos da decisão, apenas no ponto em que se atribuiu eficácia erga omnes à declaração de
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 9.055/1995, até a publicação do acórdão respetivo e fluência do prazo para
oposição dos aventados embargos de declaração”. A razão dessa suspensão está no fato de que foi requerida a
modulação dos efeitos da decisão, o que ainda será apreciado pelo Plenário do STF.

INF 886 STF:


As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei
federal nº 9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é
inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material)
da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal
de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e
segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88).
Com isso, é proibida a utilização de qualquer forma de amianto. STF. Plenário. ADI
3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em
24/8/2017 (Info 874). STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 29/11/2017 (Info 886).

TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE


B Lei estadual que autorize o uso do amianto é considerada constitucional em razão da competência concorrente em matéria
ambiental. (FALSO)

2.4.5. Queima da palha da cana-de-açúcar

 O STF declarou a inconstitucionalidade da Lei 1.952/1995, do Município de Paulínia (SP), que proíbe totalmente a
queima da palha de cana-de-açúcar em seu território. De acordo como ministro Luiz Fux, as normas federais que
tratam do assunto apontam expressamente para a necessidade de se traçar um planejamento para extinguir
gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador do corte da cana. Dessa forma, o ministro
entendeu que as normas federais e a Constituição estadual já exaurem a matéria, não havendo competência residual
do município. “A solução do município é contrária ao planejamento federal e não passa pelo controle da sua
razoabilidade”, avaliou, ao considerar a inconstitucionalidade material da norma questionada (RE 586224).

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


C A vedação da queima da palha da cana-de-açúcar por lei municipal, em Municípios paulistas, tem sido considerada
constitucional, afastando-se a incidência da legislação estadual que prevê a eliminação progressiva da palha. (FALSO)

3. COMPETÊNCIAS MATERIAIS

3.1. Competência material exclusiva

 A competência material exclusiva (art. 21 da CF/88) pertence à União.

Importante:
1. Em regra, a competência material exclusiva da União estampa
situações relacionadas à exploração econômica de recursos naturais
energéticos.
2. O art. 21, XII, da CF/88 admite a exploração direta ou mediante
autorização, concessão ou permissão da exploração dos serviços nele
tratados. Assim, representa uma clara possiblidade de delegação.

Art. 21. Compete à União:


IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados
onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou
inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


a) Compete aos municípios, por intermédio do plano diretor, instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos. (FALSO)
PGM/Curitiba – Procurador do Município (2015):
A política de desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público estadual (FALSO).
TRF/5R – Juiz Federal (2015) – CESPE:
Compete aos municípios, por meio do PDOT, instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos (FALSO).

3.2. Competência material comum

 A competência material comum (art. 23 da CF/88) é atribuída à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Dica:
Em regra, a competência material comum estampa situações
relacionadas à proteção ambiental, bem como sobre o exercício do
poder de polícia.

PGE/SC – Procurador do Estado (2018)


A competência constitucional sobre o meio ambiente é:
A material exclusiva da União, e legislativa privativa da União.
B material exclusiva da União, e legislativa concorrente entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
C material comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e legislativa suplementar da União, para legislar sobre
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição.
D material comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e legislativa concorrente, para legislar sobre florestas,
caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição. (VERDADEIRO)
E material comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e legislativa privativa da União, para legislar sobre
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição.
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas é competência comum da União, dos estados, e
do Distrito Federal, cabendo ao município o exercício do poder de polícia restrito às atividades de impacto local (FALSO).
PGM/Curitiba – Procurador do Município (2015):
a) É competência comum da União, dos Estados e dos Municípios promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (VERDADEIRO).
b) A preservação das florestas, da fauna e da flora é competência privativa dos Municípios (FALSO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas é competência comum da União, estados, Distrito
Federal e municípios (VERDADEIRO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2012):
A competência administrativa em matéria ambiental é, em regra, comum à União, Estados-membros, Municípios e Distrito
Federal (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
A proteção do ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas, assim como a preservação das florestas, da fauna
e da flora, são matérias da competência material comum da União, dos estados, do DF e dos municípios (VERDADEIRO).

OBS.:
1) O parágrafo único do art. 23 da CF/88 foi regulamentado pela LC nº 140/2011, que fixa normas para cooperação entre
a União, os Estados, o DF e os Municípios.

2) Cuidado: não confundir as terminologias adotadas pela Constituição e pela doutrina. As bancas de concurso gostam de
trocar apenas os nomes, acabando por confundir o candidato.

Art. 24 Art. 23
Competência Competência
Legislativa Material
Concorrente Comum

TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


D a União e os Estados possuem competência administrativa concorrente em matéria ambiental, no que diz respeito a registrar,
acompanhar e fiscalizar as concessões de exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. (FALSO)
PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015):
A proteção ao meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas é competência concorrente da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (FALSO).
TJ/BA – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
Compete a todos os entes da Federação, concorrentemente, a execução das normas destinadas à tutela do patrimônio
ambiental, ou seja, é concorrente a competência material (FALSO).

3.2.1. Quais os possíveis instrumentos de cooperação institucional entre os entes federativos?

 Os instrumentos de cooperação institucional foram fixados pela LC nº 140/2011:


o
Art. 4 Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional:
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado
o art. 241 da Constituição Federal;
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal;
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar;
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei
Complementar.
§ 1o Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firmados com prazo indeterminado.
§ 2o A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada
entre os entes federativos.
§ 3o As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos
Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes
federativos.
§ 4o A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União e
do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos.
§ 5o As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua organização e funcionamento regidos pelos
respectivos regimentos internos.

Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei
Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações
administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos
próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem
delegadas.

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


a) Os entes federativos podem valer-se, exclusivamente, de consórcios públicos como instrumento de cooperação
institucional (FALSO).
b) Há vedação legal de delegação de atribuições de um ente federativo a outro (FALSO).
c) Há vedação legal de delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro (FALSO).

4. ORDEM ECONÔMICA AMBIENTAL

1. A livre iniciativa não é absoluta, pois nos casos previstos em lei o exercício do trabalho dependerá de autorização dos
órgãos públicos, na forma do art. 170, parágrafo único, da CF/88 (ex.: licenciamento ambiental).
2. Um dos princípios da Ordem Econômica é a Defesa do Meio Ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (art. 170, VI).

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


E A defesa do meio ambiente é princípio que rege a ordem econômica, sendo vedado tratamento diferenciado quanto ao
impacto ambiental de produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A liberdade para o exercício de qualquer atividade econômica lícita, assegurada no art. 170, caput, da Carta Magna, encontra
limites na defesa do meio ambiente, devendo o Estado, como agente normativo e regulador, exercer, na forma da lei, a sua
função fiscalizadora, para assegurar, para as presentes e futuras gerações, o direito ao meio ambiente sadio e ecologicamente
equilibrado (VERDADEIRO).
TJ/SE – Juiz de Direito (2015) – FCC:
Determinado Banco público estabeleceu uma linha de crédito com juros diferenciados para empresas de acordo com o impacto
ambiental gerado pelos respectivos produtos e serviços, bem como pelo impacto ambiental gerado pelos processos de
elaboração e prestação destes produtos e serviços. Segundo a Constituição Federal,
a) não é possível estabelecer este tipo de tratamento diferenciado por ferir o princípio da isonomia.
b) é possível estabelecer este tipo de tratamento diferenciado, que encontra amparo em um dos princípios da
ordem econômica (VERDADEIRO).
c) o tratamento diferenciado somente poderia ser concedido pela iniciativa privada e não por uma instituição
pública.
d) o tratamento diferenciado é possível em uma única hipótese: microempresa.
e) o tratamento diferenciado é possível em apenas duas hipóteses: microempresa e empresa de pequeno porte.
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
A defesa do meio ambiente, inadmitindo o tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação, caracteriza-se como princípio constitucional a ser observado pela ordem econômica
nos termos do art. 170, VI, da Constituição Federal (FALSO).

5. MEIO AMBIENTE

5.1. Conceito

 O meio ambiente é:
1. Um conjunto de condições, leis, influência e interações
2. De ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística
3. Que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Resolução CONAMA nº 306/2002).

PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP


E Meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas. (VERDADEIRO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
O conceito de meio ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto de leis que rege a vida em todas as
suas formas. (FALSO)
TJ/ES – Juiz de Direito (2011) – CESPE:
a) Meio ambiente é definido como o conjunto de interações, condições, leis e influências físicas e bioquímicas que origina e
mantém a vida em todas as suas formas, e dano ambiental, como o prejuízo transgeracional, de acordo com a PNMA
(FALSO).
b) A definição legal de meio ambiente encontra-se no próprio texto constitucional, que se refere ao ambiente cultural,
natural, artificial e do trabalho; o conceito legal de dano ambiental, fundado na teoria do risco, materializa-se no conceito
de ecocídio: sendo o direito ao ambiente ecologicamente equilibrado direito fundamental do ser humano, as condutas
lesivas ao ambiente devem ser consideradas crimes contra a humanidade (FALSO).
c) Meio ambiente é definido como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; a definição de dano ambiental infere-se a partir dos
conceitos legais de poluição e degradação (VERDADEIRO).

5.2. Características

 Bem de uso comum.


 Geral.
 Difuso (3ª geração).
 Transindividual.
 Indivisível.
 Indisponível.
 Impenhorável.
 Cláusula pétrea.
 Patrimônio público.

TJ/RJ – Juiz de Direito (2016) – VUNESP:


O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em que tal direito é extensão do direito à
vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante
entendimento do STF (VERDADEIRO).
TJ/SC – Juiz de Direito (2015) – FCC:
O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo, consistente no equilíbrio ecológico e na higidez do meio e dos recursos naturais,
é bem
a) individual homogênio, indivisível, indisponível e impenhorável.
b) tangível, disponível e impenhorável.
c) coletivo, divisível e indisponível.
d) comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável (VERDADEIRO).
e) difuso, divisível, indisponível e impenhorável.
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em que tal direito é extensão do direito à
vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante
entendimento do STF (VERDADEIRO).
TRF/3R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
O direito ao meio ambiente é um direito de interesse
a) individual homogêneo de grande relevância social.
b) coletivo.
c) difuso (VERDADEIRO).
d) meramente individual.
e) exclusivo do poder público.
TJ/CE – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
O meio ambiente é um bem público classificado pela CF como de uso comum do povo, razão pela qual não se admite que o seu
uso seja oneroso ou imponha a necessidade de qualquer contraprestação de ordem pecuniária (FALSO).
MPE/RR – Promotor de Justiça (2012) – CESPE:
Ao estabelecer que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, a CF atribui ao direito ambiental o status
de direito humano fundamental, sendo, portanto, equivalentes às emendas constitucionais os tratados e convenções
internacionais, em matéria ambiental, aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros (VERDADEIRO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2012):
A Constituição Federal prevê que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso especial, sob domínio do Estado, e
sua utilização se dá por interesse da administração (FALSO).
DPE/MA – Defensor Público (2011) – CESPE:
O meio ambiente, considerado o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, é
direito fundamental e difuso (VERDADEIRO).
PGE/PR – Procurador do Estado (2011):
Sobre o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecido no caput do artigo 225 da Constituição
Federal de 1988, é correto afirmar:
a) trata-se de um direito de natureza difusa que se consolida a partir da soma de direitos individuais;
b) trata-se de um direito difuso, sendo este compreendido como transindividual, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas ligadas entre si por uma relação jurídica de base;
c) trata-se de um direito difuso, sendo este compreendido como transindividual, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (VERDADEIRO);
d) trata-se de um direito de natureza coletiva que se consolida a partir da soma de direitos individuais;
e) trata-se de um direito coletivo, sendo este compreendido como transindividual, de natureza indivisível, de que
seja titular um grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si por circunstâncias de fato.

5.3. Classificação

Formado pelos elementos da natureza com vida ou sem vida, a exemplo do solo, da
MA natural
água, do ar, da flora e da fauna.
Composto por criações tangíveis ou intangíveis do homem sobre os elementos
MA cultural naturais, a exemplo de uma casa tombada e das formas de expressão integrantes do
patrimônio cultural.
Também formado por bens fruto da criação humana, mas que por exclusão não
integram o patrimônio cultural brasileiro, por lhes carecer valor histórico,
MA artificial
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico ou cientifico que
possam enquadra-los no acervo cultural. Ex.:edificações.
É composto por todos os bens materiais e intangíveis que permitem que as pessoas
MA do trabalho desenvolvam uma atividade laboral remunerada digna e segura, a exemplo das
instalações prediais, das tecnologias de segurança, dos EPIs, etc.

TJ/BA – Juiz de Direito (2019) – CESPE


De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio ambiente inclui as noções de meio ambiente
A artificial, histórico, natural e do trabalho.
B cultural, artificial, natural e do trabalho. (VERDADEIRO)
C natural, histórico e biológico.
D natural, histórico, artificial e do trabalho.
E cultural, natural e biológico.
TJ/CE – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
a) Considera-se meio ambiente cultural o ambiente integrado pelos equipamentos urbanos e edifícios comunitários, como
as bibliotecas, pinacotecas, museus e instalações científicas ou similares (FALSO).
b) Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio ambiente, nele compreendido o meio
ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos do Sistema Único de Saúde (VERDADEIRO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2011):
O meio ambiente pode ser classificado em natural, artificial, cultural, do trabalho e o patrimônio genético (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
O patrimônio histórico, artístico e cultural insere-se no âmbito do ambiente cultural, e os conjuntos urbanos e os sítios de valor
arqueológico e paisagístico, na esfera do ambiente natural (FALSO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2011):
a) O conceito normativo de meio ambiente abrange o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas suas formas, não incluindo o patrimônio edificado
(FALSO).
b) O meio ambiente pode ser classificado em natural, artificial, cultural, do trabalho e o patrimônio genético (VERDADEIRO).
c) O conceito normativo de meio ambiente abrange o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas suas formas, não incluindo o patrimônio edificado
(FALSO).

5.3.1. Patrimônio cultural

 Art. 216 da CF/88:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos
quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear
sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de
sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

Instrumentos para proteção do patrimônio cultural brasileiro:


Inventários Registros Vigilância
Tombamento Desapropriação Outras formas

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Um Município antigo, cujas ruas e casario central possuem relevante valor histórico e cultural, diante do avanço do interesse do
mercado imobiliário sobre a região, com o risco de demolições e perda deste patrimônio, edita lei criando Conselho Municipal de
Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural, para a tomada de providências legais e administrativas visando impedir prejuízos
maiores. Levando em conta o que estabelece a doutrina e as normas jurídicas a esse respeito,
A a lei municipal que trata da matéria será considerada inconstitucional vez que somente a União, Estados e Distrito Federal
podem dispor sobe patrimônio histórico e cultural.
B o tombamento, como único instrumento de proteção ao patrimônio cultural, poderá ser realizado por decisão do Ministro da
Cultura, a pedido da Prefeitura Municipal.
C as normas constitucionais que tratam da matéria definem que a União só pode tombar bens de importância nacional, os
Estados os de interesse estadual e os Municípios os bens de interesse local.
D poderão também a União ou o Estado promoverem o tombamento do casario histórico localizado no Município, uma vez
comprovado o valor histórico e cultural dele, pelos órgãos competentes. (VERDADEIRO)
E a proteção ao patrimônio histórico e cultural poderá ser feita também através de desapropriação pelo Poder Público
Municipal, independente de indenização aos proprietários dos imóveis desapropriados.
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Na CF, constam bens do patrimônio cultural brasileiro e alguns instrumentos para sua proteção, tais como o inventário e a
desapropriação (VERDADEIRO).
DPE/PA – Defensor Público (2015):
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico (VERDADEIRO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
Constituem patrimônio cultural brasileiro somente os bens de natureza material tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico (FALSO).
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
Embora existam outros mecanismos de proteção do patrimônio histórico-cultural brasileiro, previstos na legislação ordinária, o
tombamento foi o único a merecer tratamento constitucional (FALSO).
TJ/RR – Juiz de Direito (2014):
O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação
(VERDADEIRO).
TJ/AP – Juiz de Direito (2014) – FCC:
Segundo a Constituição Federal, são meios de promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro
a) tombamento, registro e descoberta.
b) apenas o tombamento e o registro.
c) inventário, registro, vigilância, tombamento e desapropriação (VERDADEIRO).
d) tombamento, registro e ad corpus.
e) apenas o tombamento e a desapropriação.
PGDF – Procurador do DF (2013) – CESPE:
A promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro é responsabilidade do poder público, com a colaboração da
comunidade, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento
e preservação (VERDADEIRO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
O patrimônio cultural brasileiro é formado somente pelos bens móveis e imóveis tombados (FALSO).

5.3.1.1. A prática de vaquejada é inconstitucional?

1. O Supremo Tribunal Federal considerou a prática de vaquejada inconstitucional.

INF 842 STF


É inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da “vaquejada”. Segundo
decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem tratamento cruel, razão pela
qual esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade provocada pela
“vaquejada” faz com que, mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser
permitida. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos
culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da
observância do disposto no inciso VII do § 1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas
que submetam os animais à crueldade. STF. Plenário. ADI 4983/CE, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 06/10/2016

2. Todavia, em uma reação do Poder Legislativo ao decidido pelo STF, foi aprovada a Lei 13.364/2016 que estabeleceu
que o Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, passam a ser considerados
manifestações da cultura nacional.

3. No mesmo sentido foi aprovada a EC nº 96/2017, que inseriu o art. 225, §7º, da CF.

Art. 225. (...) § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei
específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

IMPORTANTE
EC 96/2017 é um exemplo do que a doutrina constitucionalista
denomina de “efeito backlash”. Em palavras muito simples, efeito
backlash consiste em uma reação conservadora de parcela da
sociedade ou das forças políticas (em geral, do parlamento) diante de
uma decisão liberal do Poder Judiciário em um tema polêmico.
George Marmelstein resume a lógica do efeito backlash ao ativismo
judicial: “(1) Em uma matéria que divide a opinião pública, o Judiciário
profere uma decisão liberal, assumindo uma posição de vanguarda na
defesa dos direitos fundamentais. (2) Como a consciência social ainda
não está bem consolidada, a decisão judicial é bombardeada com
discursos conservadores inflamados, recheados de falácias com forte
apelo emocional. (3) A crítica massiva e politicamente orquestrada à
decisão judicial acarreta uma mudança na opinião pública, capaz de
influenciar as escolhas eleitorais de grande parcela da população. (4)
Com isso, os candidatos que aderem ao discurso conservador
costumam conquistar maior espaço político, sendo, muitas vezes,
campeões de votos. (5) Ao vencer as eleições e assumir o controle do
poder político, o grupo conservador consegue aprovar leis e outras
medidas que correspondam à sua visão de mundo. (6) Como o poder
político também influencia a composição do Judiciário, já que os
membros dos órgãos de cúpula são indicados politicamente, abre-se
um espaço para mudança de entendimento dentro do próprio poder
judicial. (7) Ao fim e ao cabo, pode haver um retrocesso jurídico capaz
de criar uma situação normativa ainda pior do que a que havia antes
da decisão judicial, prejudicando os grupos que, supostamente,
seriam beneficiados com aquela decisão.” (Disponível em:
https://direitosfundamentais.net/2015/09/05/efeito-backlash-da-
jurisdicao-constitucional-reacoes-politicas-a-atuacao-judicial/).

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


D Incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a qualquer crueldade, inclusive quando utilizados para a prática
desportiva ou outras formas de manifestações culturais.(FALSO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
C a Constituição Federal autoriza práticas desportivas em que são utilizados animais, desde que sejam manifestações culturais
registradas como bem de natureza imaterial, devendo ainda ser regulamentadas por lei específica, a fim de evitar a crueldade
contra os animais. (VERDADEIRO)
PGE/SC – Procurador do Estado (2018)
De acordo com a Constituição Federal, as práticas desportivas que utilizem animais:
A são totalmente vedadas, pois submetem os animais a crueldade.
B são vedadas, pois entre proteger o patrimônio cultural brasileiro e o bem-estar dos animais envolvidos, a Constituição Federal,
em favor do meio ambiente, vedou totalmente as práticas desportivas com animais.
C não se consideram cruéis, desde que sejam manifestações culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
(VERDADEIRO)
D não se consideram cruéis, desde que sejam manifestações desportivas, devendo ser regulamentadas por lei complementar
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
E não se consideram cruéis, desde que sejam manifestações desportivas, registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei ordinária que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos.

6. PATRIMÔNIO NACIONAL

É patrimônio nacional segundo a CF/88 Não é patrimônio nacional segundo a CF/88


Dunas Litorâneas
Manguezais
Floresta Amazônica brasileira
Caatinga
Mata Atlântica
Reservas Indígenas
Serra do Mar
Lençóis Maranhenses
Pantanal Mato-Grossense
Bacias Hidrográficas
Zona Costeira
Cerrado
Pampa gaúcho

Importante:
O art. 225, § 4º, da CF/88 conferiu um tratamento especial para esses
biomas, mas o dispositivo não os converteu em bens públicos na
acepção tradicional.

Art. 225 (...)


§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são
patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


B a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense, o Cerrado, a Zona da Mata e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á na forma da lei. (FALSO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
B a Floresta Amazônica brasileira, a Serra do Mar e a Zona Costeira são patrimônio nacional, devendo sua utilização econômica
ser feita dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais,
sendo exigido prévio depósito, nos casos de risco previsível, para fins de reparação. (FALSO)
DPE/ES – Defensor Público (2016) - FCC
(B) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Cerrado, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira configuram-se
como patrimônio nacional. (FALSO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
A Mata Atlântica é considerada, pela Constituição Federal de 1988, patrimônio da União (FALSO).
TJ/RR – Juiz de Direito (2014):
A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são bens da
União, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais (FALSO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, sendo vedada sua utilização para qualquer fim econômico (FALSO).
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
A Mata Atlântica é considerada, pela Constituição Federal de 1988, patrimônio da União (FALSO).
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
Sendo a mata Atlântica e a serra do Mar patrimônio nacional, a CF veda o uso dos seus recursos naturais, com o objetivo de
preservar-se o meio ambiente (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2013):
De acordo com o art. 225, § 4º da Constituição Federal são patrimônio nacional:
a) As Dunas Litorâneas, os Manguezais, a Serra do Mar e a Mata Atlântica.
b) A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
(VERDADEIRO).
c) A Floresta Amazônica brasileira, o Pantanal Mato-Grossense, a Caatinga e as Reservas Indígenas.
d) A Mata Atlântica, o Pantanal Mato-Grossense, os Manguezais, os Lençóis Maranhenses e as Bacias Hidrográficas.
PGE/SP – Procurador do Estado (2012) – FCC:
O artigo 225 da Constituição Federal estabelece que constiuem patrimônio nacional, com utilização prevista na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a pre- servação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais, as
seguintes regiões do Brasil:
a) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Cerrado, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira.
b) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
c) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
(VERDADEIRO).
d) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e o Pampa gaúcho.
e) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pampa gaúcho e a Zona Costeira.
MPE/RR – Promotor de Justiça (2012) – CESPE:
Constituem patrimônio nacional os sítios de valor ecológico, tais como a floresta amazônica, a mata atlântica, a serra do Mar, o
pantanal mato-grossense e a zona costeira (FALSO).

7. TERRAS DEVOLUTAS

 São terras das quais ninguém se apossou, áreas que não foram utilizadas para algum fim público. Não têm localização e
limites claros, por isso necessitam ser demarcadas e separadas das outras propriedades.
 Essa separação pode ser administrativa ou judicial (ação discriminatória). Após essa discriminação, essas terras deixam
de ser devolutas e passam a ser terras públicas.
 Sendo bens dominicais, as terras devolutas podem ser alienadas pelo Poder Público. Porém, são indisponíveis as terras
devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

TJ/AC – Juiz de Direito (2019) – VUNESP


D são disponíveis as terras devolutas, e indisponíveis as arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
No Estado do Acre, são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelo Estado por ações discriminatórias necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais (VERDADEIRO).
PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:
O Estado do Maranhão ofertou à União uma área devoluta para a criação de um assentamento para fins de reforma agrária. O
Ministério Público ajuizou ação civil pública visando à nulidade de tal ato porque, segundo a petição inicial, a área é necessária à
proteção de ecossistemas naturais. Para que o pedido seja julgado improcedente, o Estado deverá alegar e provar a
a) discricionariedade da Administração pública na destinação das terras devolutas.
b) ausência de previsão legal para o pedido, uma vez que as terras devolutas são bens públicos dominiais.
c) ausência de previsão legal para o pedido, uma vez que as terras devolutas são bens públicos de uso comum.
d) ausência de previsão legal para o pedido, uma vez que as terras devolutas são bens públicos de uso especial.
e) irrelevância da área para a proteção dos ecossistemas naturais (VERDADEIRO).
PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC:
A proteção constitucional do meio ambiente
a) estabelece que as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais são indisponíveis (VERDADEIRO).
TJ/BA – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
As terras devolutas necessárias à proteção de ecossistemas naturais deixam de ser indisponíveis após sua arrecadação e
incorporação, mediante ação discriminatória, ao patrimônio público (FALSO).
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
As terras devolutas ou arrecadadas pelos estados por ações discriminatórias são indisponíveis quando necessárias à proteção
dos ecossistemas naturais (VERDADEIRO).

6. TERRAS INDÍGENAS

 Será visto posteriormente.

7. OUTROS DISPOSITIVOS IMPORTANTES

1. Art. 225, § 2º, da CF/88:

Art. 225 (...)


§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


B Aquele que explorar recursos minerais está obrigado a reparar o meio ambiente, devendo reabilitar o solo contaminado e
recuperar integralmente as condições em que se encontrava antes do exercício da atividade, sob pena de imposição de sanções
penais e administrativas. (FALSO)
C A exploração dos recursos minerais está condicionada à reparação do meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. (VERDADEIRO)
TJ/BA – Juiz de Direito (2012) – CESPE:
A fim de minimizar os impactos provocados ao meio ambiente pela mineração, a CF impõe àqueles que exploram recursos
minerais a elaboração e observância de plano de controle ambiental (FALSO).

2. Art. 225, § 6º, da CF/88:

Art. 225 (...)


§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


D A localização de usina que irá operar com reator nuclear deve ser aprovada pelo Poder Executivo do estado onde será
instalada, de acordo com os ditames estabelecidos por lei estadual. (FALSO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
A os Estados e o Distrito Federal estabelecerão, por meio de lei, a localização, em seus territórios, em que poderão ser instaladas
usinas que operem com reator nuclear, excluídas as áreas necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. (FALSO)
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Se o estado do Amazonas pretender abrigar, em seu território, instalações industriais para a produção de energia nuclear, a
referida construção estará subordinada à autorização da Assembleia Legislativa do estado, por meio de lei, que poderá prever
plebiscito para sua ratificação, haja vista atividade nuclear ser assunto da competência concorrente da União e dos estados da
Federação (FALSO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2015) – FCC:
Diante de uma crise energética gerada pela seca prolongada, as usinas que operam com reator nuclear
a) devem ser utilizadas, por imposição legal, após o terceiro ano consecutivo de queda dos níveis dos reservatórios
das usinas hidrelétricas.
b) constituem uma alternativa possível, devendo sua localização ser definida em lei federal (VERDADEIRO).
c) não se apresentam, por ora, como alternativa viável em razão de expressa proibição legal.
d) não se apresentam como alternativa viável em razão de expressa proibição constitucional.
e) constituem uma alternativa possível, devendo sua localização ser definida no estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório (EIA-RIMA), independentemente de lei federal.
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
A localização das usinas nucleares deve ser objeto de lei federal específica, podendo a lei ambiental estadual ou distrital regular
o funcionamento das atividades nucleares (FALSO).
TJ/RR – Juiz de Direito (2014):
Toda atividade nuclear em território nacional somente é admitida para fins pacíficos e mediante aprovação da Presidência da
República (FALSO).
PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC:
A proteção constitucional do meio ambiente
a) determina que as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida pelo licenciamento
ambiental, assegurada a participação popular por meio de audiência pública (FALSO).
TJ/RN – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
Permite-se a instalação, em local previamente fixado por decreto da Presidência da República, de usinas que operem com reator
nuclear, desde que se realizado o devido estudo de impacto ambiental (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2012):
As usinas que operam com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas (VERDADEIRO).
8. OBSERVAÇÕES FINAIS

1. O art. 68 do ADCT estabelece que “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Em 2003, foi
editado o Decreto nº 4.887, com o objetivo de regulamentar o procedimento para identificação, reconhecimento,
delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. O STF
entendeu que este Decreto não invadiu esfera reservada à lei. O objetivo do Decreto foi tão somente o de regular o
comportamento do Estado na implementação do comando constitucional previsto no art. 68 do ADCT. Houve o mero
exercício do poder regulamentar da Administração, nos limites estabelecidos pelo art. 84, VI, da Constituição. O art. 2º,
caput e § 1º do Decreto nº 4.887/2003 prevê como deve ser o critério utilizado pelo Poder Público para a identificação
dos quilombolas. O critério escolhido foi o da autoatribuição (autodefinição). O STF entendeu que a escolha do critério
desse critério não foi arbitrária, não sendo contrária à Constituição. O art. 2º, §§ 2º e 3º, do Decreto preconiza que, na
identificação, medição e demarcação das terras dos quilombolas devem ser levados em consideração critérios de
territorialidade indicados pelos remanescentes das comunidades dos quilombos. O STF afirmou que essa previsão é
constitucional. Isso porque o que o Decreto está garantindo é apenas que as comunidades envolvidas sejam ouvidas,
não significando que a demarcação será feita exclusivamente com base nos critérios indicados pelos quilombolas. O
art. 13 do Decreto, por sua vez, estabelece que o INCRA poderá realizar a desapropriação de determinadas áreas caso
os territórios ocupados por remanescentes das comunidades dos quilombos estejam situados em locais pertencentes a
particulares. O STF reputou válida essa previsão tendo em vista que, em nenhum momento a Constituição afirma que
são nulos ou extintos os títulos eventualmente incidentes sobre as terras ocupadas por remanescentes das
comunidades dos quilombos. Assim, o art. 68 do ADCT, apesar de reconhecer um direito aos quilombolas, não invalida
os títulos de propriedade eventualmente existentes, de modo que, para que haja a regularização do registro em favor
das comunidades quilombolas, exige-se a realização do procedimento de desapropriação. Por fim, o STF não acolheu a
tese de que somente poderiam ser consideradas terras de quilombolas aqueles que estivessem sendo ocupadas por
essas comunidades na data da promulgação da CF/88 (05/10/1988). Em outras palavras, mesmo que, na data da
promulgação da CF/88, a terra não mais estivesse sendo ocupada pelas comunidades quilombolas, é possível, em tese,
que seja garantido o direito previsto no art. 68 do ADCT.STF. Plenário. ADI 3239/DF, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red.p/
o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 8/2/2018 (Info 890).

2. Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou não,
transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do Município. Essa lei municipal invade a
competência da União. O Município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo na área urbana e de expansão urbana de
seu território, transgrediu a competência da União, que já estabeleceu, à exaustão, diretrizes para a política
agropecuária, o que inclui o transporte de animais vivos e sua fiscalização. Além disso, sob a justificativa de criar
mecanismo legislativo de proteção aos animais, o legislador municipal impôs restrição desproporcional. Esta
desproporcionalidade fica evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma série de instrumentos para
garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e, de outro, a existência digna e
a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu abate. STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516
MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018 (Info 919).
TERRAS INDÍGENAS

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. CONSTITUIÇÃO DE 1988

1. Art. 231 da CF/88:

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre
as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em
terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das
terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado
relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

PGM Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:


a)é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe
ou epidemia que ponha em risco sua população ou no interesse da soberania do País. (FALSO)
b) são nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, não gerando a nulidade e a extinção direito qualquer a indenização ou a ações
contra a União. (FALSO)
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
a) Pelo instituto jurídico do indigenato, título congênito conferido ao índio, o ordenamento jurídico brasileiro reconhece o
direito dos índios de terem a sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, bem como os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las bem como proteger e fazer
respeitar todos os seus bens (VERDADEIRO).
b) São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que objetivem a ocupação, o domínio e a posse de terras
indígenas, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé
(VERDADEIRO).
TRF/5R – Juiz Federal (2015) – CESPE:
A pesquisa e a lavra de minerais em terras indígenas dependem de autorização do Congresso Nacional, mesmo que essas
atividades sejam exercidas pelos próprios índios (VERDADEIRO).

2. Art. 232 da CF/88:

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

TRF/5R – Juiz Federal (2015) – CESPE:


Nas causas em que forem discutidos direitos e interesses dos índios, de suas comunidades ou organizações, será obrigatória a
intervenção do MP estadual (FALSO).
PGM Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:
as comunidades de índios não possuem legitimidade para ingressar em juízo em defesa dos direitos e interesses relacionados às
terras que tradicionalmente ocupem, cabendo ao Ministério Público atuar, nesses casos, como substituto processual. (FALSO).

2. QUESTIONAMENTOS IMPORTANTES

2.1. A quem pertencem as terras tradicionalmente ocupadas por índios?

 Pertencem à União (art. 20, XI, da CF/88). No entanto, essas terras destinam-se à posse permanente dos índios,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
 Em suma, são bens da União, mas para serem usadas pelos índios. Por isso, alguns autores classificam essas terras
como sendo bens públicos de uso especial.

2.2. O que são as chamadas “terras tradicionalmente ocupadas pelos índios”?


 Segundo o § 1º do art. 231 da CF/88 são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios:
1. As que eles habitam em caráter permanente.
2. As utilizadas para suas atividades produtivas.
3. As imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar.
4. As necessárias a sua reprodução física e cultural (segundo seus usos, costumes e tradições).

OBS.:
1) Vale ressaltar que se a terra já foi habitada pelos índios, porém quando foi editada a CF/88 o aldeamento já estava
extinto, ela não será considerada terra indígena.

Súmula 650-STF: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto.

2) Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras tradicionalmente ocupadas pelos índios”
aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e, complementarmente, se houver a
efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação). Assim, se, em 05/10/1988, a área em
questão não era ocupada por índios, isso significa que ela não terá a natureza indígena de que trata o art. 231 da CF/88.

2.3. Qual é a proteção conferida às terras tradicionalmente ocupadas por índios?

 A CF/88 garante aos índios os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, exercendo sobre elas o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos.
 Essas terras são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas são imprescritíveis. Para que os índios possam
exercer seus direitos compete à União, por processo administrativo e sem necessidade de autorização do Congresso,
fazer a demarcação dessas terras.

PGM Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:


compete à União, por ato do Presidente da República, mediante autorização do Congresso Nacional, a demarcação das terras
tradicionalmente ocupadas pelos índios. (FALSO)

2.4. É possível a remoção dos grupos indígenas de suas terras?

 Regra
o Em regra, é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras.
 Exceção
o Existem duas exceções em que isso e possível:
1. Em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco a população indígena. Nessa hipótese, os
índios são retirados imediatamente e, depois, essa remoção é submetida à aprovação do
Congresso Nacional, que poderá concordar ou determinar o retorno.
2. Se a remoção for de interesse da soberania do País. Nesse hipótese, os índios somente poderão
ser retirados após deliberação do Congresso Nacional.

2.5. Quais atividades que só podem ser exercidas nas terras indígenas com autorização do CN?

1. O aproveitamento dos recursos hídricos (incluídos os potenciais energéticos). Ex.: hidrelétrica.


2. A pesquisa e a lavra das riquezas minerais. Ex.: petróleo.

Importante:
Nesses dois casos, para que tais atividades sejam desenvolvidas é
necessário que, antes, as comunidades afetadassejam ouvidas e que
haja autorização do Congresso Nacional por meio de decreto
legislativo (art. 49, XVI, da CF/88). Se for autorizada a atividade,
deverá ser assegurada aos índios uma participação nos resultados da
lavra, na forma da lei.

3. JURISPRUDÊNCIA

3.1. Pet 3.388

1. O usufruto das riquezas do solo, dos rios e dos lagos existentes nas terras indígenas (CF, art. 231, § 2º) pode ser
relativizado sempre que houver, como dispõe o art. 231, § 6º, da CF, relevante interesse público da União, na forma de
lei complementar;

2. O usufruto dos índios não abrange o aproveitamento de recursos hídricos e potenciais energéticos, que dependerá
sempre da autorização do Congresso Nacional;

3. O usufruto dos índios não abrange a pesquisa e lavra das riquezas minerais, que dependerá sempre de autorização do
Congresso Nacional, assegurando-se-lhes a participação nos resultados da lavra, na forma da lei;
PGM Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:
o usufruto dos índios não lhes confere o direito ex- clusivo de explorar recursos minerais nas terras que tradicionalmente
ocupem, dependendo de autorização da União, nos termos de lei específica, a exploração da mineração como atividade
econômica. (VERDADEIRO)

4. O usufruto dos índios não abrange a garimpagem nem a faiscação, devendo, se for o caso, ser obtida a permissão da
lavra garimpeira;

5. O usufruto dos índios não se sobrepõe ao interesse da Política de Defesa Nacional; a instalação de bases, unidades e
postos militares e demais intervenções militares, a expansão estratégica da malha viária, a exploração de alternativas
energéticas de cunho estratégico e o resguardo das riquezas de cunho estratégico, a critério dos órgãos competentes
(Ministério da Defesa e Conselho de Defesa Nacional), serão implementadosindependentemente de consulta às
comunidades indígenas envolvidas ou à FUNAI;

6. A atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal na área indígena, no âmbito de suas atribuições, fica assegurada e se
dará independentemente de consulta às comunidades indígenas envolvidas ou à FUNAI;

7. O usufruto dos índios não impede a instalação, pela União Federal, de equipamentos públicos, redes de comunicação,
estradas e vias de transporte, além das construções necessárias à prestação de serviços públicos pela União,
especialmente os de saúde e educação;

8. O usufruto dos índios na área afetada por unidades de conservação fica sob a responsabilidade do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade;

9. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade responderá pela administração da área da unidade de
conservação também afetada pela terra indígena, com a participação das comunidades indígenas, que deverão ser
ouvidas, levando-se em conta os usos, as tradições e os costumes dos indígenas, podendo para tanto contar com a
consultoria da FUNAI;

10. O trânsito de visitantes e pesquisadores não-índios deve ser admitido na área afetada à unidade de conservação nos
horários e condições estipulados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade;

11. Devem ser admitidos o ingresso, o trânsito e a permanência de não-índios no restante da área da terra indígena,
observadas as condições estabelecidas pela FUNAI;

12. O ingresso, o trânsito e a permanência de não-índios não podem ser objeto de cobrança de quaisquer tarifas ou
quantias de qualquer natureza por parte das comunidades indígenas;

13. A cobrança de tarifas ou quantias de qualquer natureza também não poderá incidir ou ser exigida em troca da
utilização das estradas, equipamentos públicos, linhas de transmissão de energia ou de quaisquer outros equipamentos
e instalações colocadas a serviço do público, tenham sido excluídos expressamente da homologação ou não;

14. As terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou negócio jurídico que restrinja o
pleno exercício do usufruto e da posse direta pela comunidade indígena ou pelos índios;

15. É vedada, nas terras indígenas, a qualquer pessoa estranha aos grupos tribais ou comunidades indígenas, a prática da
caça, pesca ou coleta de frutas, assim como de atividade agropecuária extrativa;

16. As terras sob ocupação e posse dos grupos e das comunidades indígenas, o usufruto exclusivo das riquezas naturais e
das utilidades existentes nas terras ocupadas, observado o disposto nos artigos 49, XVI, e 231, § 3º, da Constituição da
República, bem como a renda indígena, gozam de plena imunidade tributária, não cabendo a cobrança de quaisquer
impostos, taxas ou contribuições sobre uns ou outros;

17. É vedada a ampliação da terra indígena já demarcada;

18. Os direitos dos índios relacionados às suas terras são imprescritíveis e estas são inalienáveis e indisponíveis;

19. É assegurada a participação dos entes federados no procedimento administrativo de demarcação das terras indígenas
encravadas em seus territórios, observada a fase em que se encontrar o procedimento.

3.2.Pet 3388 ED

1. Pessoas miscigenadas, ou que vivam maritalmente com índios, podem permanecer na área.

2. Presença de autoridades religiosas e templos: cabe às comunidades indígenas o direito de decidir se, como, e em quais
circunstâncias seria admissível a presença dos missionários e seus templos.
3. Escolas públicas: as entidades federadas devem continuar a prestar serviços públicos nas terras indígenas, desde que
sob a liderança da União (CF, art. 22, XIV).

4. Passagem de não índios pelas rodovias: os índios não exercem poder de polícia e não podem obstar a passagem de
outras pessoas pelas vias públicas que cruzem a área demarcada.

5. Ações individuais: quanto às ações individuais que questionam a boa-fé dos portadores de títulos de propriedade,
proveu-se o recurso para explicitar que ao STF não foram submetidos outros processos a respeito de questões
individuais relacionadas à área, devendo eles ainda serem julgados pelos juízes naturais.

6. Posse das fazendas desocupadas: eventuais disputas do tipo devem ser resolvidas pelas comunidades interessadas,
com a participação da FUNAI e da União, sem prejuízo da intervenção do Ministério Público e do Judiciário.

7. Condições estipuladas na decisão: as condições integram o objeto da decisão e fazem coisa julgada material. Portanto,
tais diretrizes não podem ser objeto de questionamento em outros processos. Isso não significa transformação da coisa
julgada em ato normativo geral e abstrato, vinculante para outros processos que discutam matéria similar. Em outras
palavras, essas condições estipuladas para a Raposa Serra do Sol não vinculam os juízes e tribunais quando forem julgar
questões envolvendo outras terras indígenas. Vale ressaltar, entretanto, que é natural que o entendimento do STF
sobre o tema sirva de força argumentativa para outros casos semelhantes.

3.3. Outros julgados

1. A demarcação de terras indígenas é realizada mediante processo administrativo disciplinado pelo Decreto nº
1.775/96.Este Decreto não exige que eventuais interessados na demarcação (ex: pessoas que possuem títulos de
propriedade da área a ser demarcada) sejam notificados diretamente a respeito da existência do procedimento. Basta
que seja publicado um resumo do relatório circunstanciado nos Diários Oficiais da União e da unidade federada onde se
encontra a área sob demarcação - publicação essa que também deve ser afixada na sede da Prefeitura Municipal da
situação do imóvel (art. 2º, § 7º do Decreto nº 1.775/96). Isso já é suficiente para garantir o contraditório. Vale
ressaltar, no entanto, que nesta publicação deverá constar o nome do interessado ou de sua propriedade rural (ex:
Fazenda Terra Boa). Assim, não há nulidade em processo de remarcação de terras indígenas por ausência de
notificação direta a eventuais interessados, bastando que a publicação do resumo do relatório circunstanciado seja
afixada na sede da Prefeitura Municipal da situação do imóvel. STJ. 1ª Seção. MS 22.816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 13/9/2017 (Info 611).
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. NORMA GERAL SOBRE PROTEÇÃO AMBIENTAL

 A PNMA é uma norma geral sobre proteção ambiental.

2. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA PNMA

1. Princípios:

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e
à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação
ativa na defesa do meio ambiente.

TJ/PR – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Os princípios expressos na Lei n.º 6.938/1981 — Política Nacional do Meio Ambiente — incluem
A o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais.
B a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar e a recuperação de áreas degradadas. (VERDADEIRO)
C o desenvolvimento sustentável e o poluidor pagador.
D o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais.
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
d) A recuperação de áreas degradadas é exigida das mineradoras por previsão constitucional expressa e, sob aspectos gerais, é
prevista na lei como um dos princípios da PNMA. (VERDADEIRO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2017):
d) Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras é um dos princípios da Política Nacional do Meio
Ambiente. (VERDADEIRO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2015):
O objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente divide-se em preservação, melhoramento e recuperação do meio
ambiente, visando compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico (VERDADEIRO).
TJ/CE – Juiz de Direito (2014) – FCC:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar no País
a) o aparelhamento do Estado no controle das atividades poluidoras e degradadoras, principalmente do bioma
amazônico.
b) condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade
da vida humana (VERDADEIRO).
c) a estabilidade agrícola.
d) a permanência de espécies ameaçadas de extinção.
e) a livre concorrência sustentável.

2. Objetivos:

Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico; (princípio do desenvolvimento sustentável)
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma
consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Conceito de “Recursos Ambientais”:


A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora (art. 3º, V, da PNMA).

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


b) Embora não seja classificada como recurso ambiental devido a sua natureza incompatível com a apropriação, a atmosfera é
protegida pelo direito ambiental, assim como a água, o solo e o subsolo. (FALSO)
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
A Política Nacional do meio ambiente visa, entre outros objetivos, favorecer o desenvolvimento de novas tecnologias que
dispensem o uso de recursos naturais, preservando a qualidade do meio ambiente e o equilíbrio ecológico (FALSO).
TJ/SP – Juiz de Direito (2015):
Não é objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):
a) desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional dos recursos ambientais.
b) promoção da proteção do patrimônio cultural local, observada a ação fiscalizadora municipal e estadual
(VERDADEIRO).
c) a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico.
d) definição das áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo
aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
0 estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais
insere-se dentre os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (VERDADEIRO).
PGM/Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo
a) a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental.
b) a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado
dos recursos naturais.
c) assegurar os direitos sociais.
d) o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais
(VERDADEIRO).
e) a redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em relação às suas diferentes fontes.
TJ/AM – Juiz de Direito (2013):
As alternativas a seguir apresentam objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Restaurar os recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, contribuindo
para a manutenção do equilíbrio ecológico
b) Promover o conhecimento ambiental, mediante o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias orientadas para
o uso racional de recursos ambientais.
c) Impor contribuição aos usuários dos recursos ambientais com fins econômicos.
d) Garantir a preponderância da preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico quando em
confronto com os interesses econômicos (VERDADEIRO).
e) Estabelecer critérios, padrões e normas de qualidade e de manejo de recursos ambientais

3. Diretrizes:

Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação
dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da
qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.
Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política
Nacional do Meio Ambiente.

PGE/GO – Procurador do Estado (2013):


As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio
Ambiente (VERDADEIRO).

3. INSTRUMENTOS DE EXECUÇÃO DA PNMA

 Art. 9º da Lei nº 6.938/81:

Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; (ex.: padrões de qualidade das águas)
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais; (estudos ambientais)
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da
qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da
degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando
inexistentes;
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.

PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE


São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente o licenciamento, o zoneamento, a instituição de relatório de qualidade
do meio ambiente e a concessão florestal. (VERDADEIRO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
De acordo com o artigo 9o da Lei nº 6.938/81, NÃO são instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
A O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o zoneamento e a avaliação de impactos ambientais.
B Os órgãos e entidades que constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. (VERDADEIRO)
C Os incentivos à criação de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental e os instrumentos econômicos, como
concessão florestal, servidão ambiental e seguro ambiental.
D O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente e o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de
Defesa Ambiental.
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
c) São metas da PNMA o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e o incentivo à criação de tecnologia voltada para
a melhoria da qualidade ambiental. (FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, originariamente previstos no artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, são, entre
outros: estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; zoneamento ambiental; avaliação de impactos ambientais;
licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; incentivos à produção e instalação de
equipamentos e à criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; cadastro técnico federal
de atividades e instrumentos de defesa ambiental; sistema nacional de informações sobre o meio ambiente (VERDADEIRO).
TJ/MS – Juiz de Direito (2015) - VUNESP:
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são, dentre outros:
a) o Cadastro Técnico Estadual de atividades afetas ao licenciamento ambiental.
b) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras (VERDADEIRO).
c) a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, facultando-se ao Poder Público produzi-las,
quando inexistentes.
d) o relatório de qualidade do Meio Ambiente a ser divulgado trimestralmente pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.
e) o sistema regional de informações sobre o meio ambiente.
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, dentre outros, o zoneamento ambiental, a avaliação de impactos
ambientais e o tarifamento do valor da indenização nos casos de reparação pecuniária decorrente de danos causados a
indivíduos arbóreos ou a áreas com metragem delimitada (FALSO).
PGE/GO – Procurador do Estado (2013):
São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: o zoneamento ambiental; a avaliação de impactos ambientais; o
cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental; os instrumentos econômicos, como concessão
florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros (VERDADEIRO).
AL/PB – Procurador Legislativo (2013) – FCC:
Das alternativas abaixo, é instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente o
a) zoneamento urbano.
b) estabelecimento de padrões de qualidade ambiental (VERDADEIRO).
c) licenciamento de toda e qualquer atividade.
d) instrumento social da concessão florestal.
e) sistema de informações sobre o meio ambiente exclusivo para órgãos governamentais
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
a) Os espaços territoriais especialmente protegidos, totalmente disciplinados na lei que regulamenta o SNUC, não integram
o rol de instrumentos da PNMA (FALSO).
b) O tombamento, instrumento da PNMA, destina-se especificamente à proteção do meio ambiente cultural (FALSO).

3.1. Zoneamento ambiental ou Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)

 Consiste no resultado de estudos conduzidos para o reconhecimento sistematizado de características, fragilidades e


potencialidades do meio, a partir de aspectos ambientais escolhidos em espaço geográfico delimitado.
 Há uma divisão do território em parcelas nas quais se autorizam determinadas atividades ou interdita-se, de modo
absoluto ou relativo, o exercício de outras atividades. É uma limitação administrativa sobre o direito de propriedade.

Importante:
Compete à União elaborar o zoneamento ambiental de âmbito
nacional ou regional e aos Estados o zoneamento de âmbito estadual.
Já no âmbito local, ao Município cabe a elaboração do Plano Diretor,
observando os zoneamentos ambientais.

Art. 2o O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e
atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade
ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


D Considera-se zoneamento ambiental a definição do entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas se
sujeitam a normas e restrições específicas, a fim de que se reduzam os impactos negativos sobre a unidade. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
D O zoneamento ecológico-econômico é o instrumento de organização do espaço urbano, obrigatório na implantação de obras e
atividades públicas, por meio do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes para uso e ocupação do solo.
(FALSO)
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
O zoneamento ambiental, na distribuição das atividades econômicas em determinado território, poderá impor vedações,
restrições e alternativas de exploração a certos empreendimentos e atividades incompatíveis com suas diretrizes (VERDADEIRO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
O zoneamento ambiental, que consiste em limitação do uso do solo, atende ao princípio segundo o qual a propriedade deve
cumprir sua função social e configura aspecto do exercício do poder de polícia (VERDADEIRO).

3.2. Licenciamento e estudos ambientais

 Será visto posteriormente.

3.3. Criação de espaços territoriais especialmente protegidos

 Será visto posteriormente.

3.4. Instrumentos econômicos de proteção ambiental

 Servidão ambiental.
 Seguro ambiental.
 Concessão florestal (Lei nº 11.284/2006).
 Etc.

PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC:


São instrumentos da política nacional do meio ambiente:
a) sistema nacional de informações sobre o meio ambiente, crédito rural e avaliação de impactos ambientais.
b) seguro ambiental, relatório de qualidade do meio ambiente e concessão florestal (VERDADEIRO).
c) zoneamento ambiental, licenciamento e planejamento agrícola.
d) avaliação de impactos ambientais, cooperativismo e zoneamento ambiental.
e) criação de espaços territoriais, associativismo e licenciamento.
TRF/2R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
A concessão florestal, a servidão ambiental, e o seguro ambiental são instrumentos da PNMA (VERDADEIRO).

3.4.1. Servidão ambiental

 O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por
termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de
parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.
 O Código Florestal instituiu a Cota de Reserva Florestal (CRA), título nominativo representativo de área com vegetação
nativa, existente ou em processo de recuperação, sob regime de servidão ambiental. As CRA poderão ser negociadas
com proprietários cujas terras apresentem percentual de vegetação nativa inferior ao mínimo legalmente estabelecido.

Servidão ambiental:

Instrumento público
Instituída por proprietário
Instrumento particular
ou possuidor
Termo administrativo

Pode ser temporária ou perpétua.

Se for por prazo determinado, o


prazo mínimo de vigência é de
Pode ser onerosa ou gratuita.
15 anos.

A servidão ambiental perpétua


equivale à RPPN.

Importante:
As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal,
nos termos do art. 44-A da Lei n o 4.771, de 15 de setembro de 1965,
passam a ser consideradas como de servidão ambiental.

MPE/SP – Promotor de Justiça (2019)


É correto afirmar que a servidão ambiental
C deverá ser perpétua. (FALSO)
PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC
Em relação à servidão ambiental, é correto afirmar:
A Depende de ato do órgão público competente, precedido ou não de requerimento do proprietário ou legítimo possuidor da
propriedade rural. (FALSO)
B Pode ser temporária ou perpétua, mas nunca onerosa. (FALSO)
C O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 10 (dez) anos. (FALSO)
D As áreas instituídas como servidão florestal, nos termos da Medida Provisória n° 2.166/1967, de 2001, precisam de novo ato
concessivo para sua conversão em servidão ambiental. (FALSO)
MPE/PB – Promotor de Justiça (2018)
O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de
A 10 anos.
B 15 anos. (VERDADEIRO)
C 5 anos.
D 2 anos.
E 20 anos.
TJ/PR – Juiz de Direito (2019) – CESPE
Em uma área completamente preservada, com bioma intacto, localizada em sua integralidade no bioma cerrado, existe uma
propriedade particular de 100 ha, dos quais 40 ha constituem reserva legal com a devida averbação na matrícula do imóvel e
com o registro no cadastro ambiental rural (CAR). Nessa situação, o limite máximo de hectares que o proprietário poderá
destinar para fins de instituição de servidão ambiental corresponde a
A 5 ha.
B 25 ha.
C 45 ha.
D 65 ha. (VERDADEIRO)
PGE/SE – Procurador do Estado (2017) – CESPE:
Murilo recebeu como herança um imóvel rural localizado no bioma cerrado. Sem ter como explorá-lo economicamente de forma
direta, buscou uma alternativa temporária para auferir do imóvel alguma renda. Assim, por instrumento particular, delimitou
temporariamente uma área de sua propriedade, sobre cujo uso fez incidirem limitações, com a finalidade de preservar,
conservar e recuperar os recursos naturais ali existentes. Com relação a essa situação hipotética e à política nacional de meio
ambiente, assinale a opção correta.
a) Após um período de dez anos, o poder público terá direito de preempção sobre o bem imóvel referido.
b) A área à qual incidem as limitações de uso deve corresponder a, no máximo, 35% do total da propriedade.
c) Foi instituído, na área delimitada por Murilo, um direito de superfície.
d) Foi instituída, na área delimitada por Murilo, uma servidão ambiental. (VERDADEIRO)
e) Na área delimitada por Murilo, foi instituída uma reserva particular do patrimônio natural.
MPE/PR – Promotor de Justiça (2017):
b) A servidão ambiental não pode ser instituída de forma perpétua. (FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita. As servidões serão temporárias, devendo respeitar o prazo mínimo de 15
anos; todavia, não poderão ser perpétuas, considerando o princípio da solidariedade intergeracional (FALSO).
MPE/AC – Promotor de Justiça (2014) – CESPE:
A criação de espaços territoriais especialmente protegidos e a servidão ambiental poderão ser instituídas de forma onerosa ou
gratuita, temporária ou perpétua, desde que mantido, no mínimo, o mesmo regime da reserva legal (FALSO).
PGE/GO – Procurador do Estado (2013):
O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo
administrativo firmado perante órgão integrante do SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental (VERDADEIRO).

OBS.:
1) A servidão ambiental não se aplica às APA e à Reserva Legal mínima exigida. Além disso, a restrição ao uso ou à
exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva
Legal.

Importante:
Na hipótese de compensação de Reserva Legal, a servidão ambiental
deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos.

MPE/SP – Promotor de Justiça (2019)


É correto afirmar que a servidão ambiental
A é aplicável às áreas de preservação permanente. (FALSO)
D poderá abranger a reserva legal mínima exigida. (FALSO)
TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC
Suponha que determinado proprietário rural deseje instituir servidão ambiental na área de sua propriedade, incidente sobre a
parcela correspondente à reserva legal mínima imposta nos termos do Código Florestal (Lei n° 12.651/2012). Tal pretensão
A será viável se a reserva legal determinada para a região for inferior a vinte por cento da área, devendo a servidão estabelecer
as mesmas limitações e restrições ao uso da área impostas por força da reserva legal.
B somente poderá ser acolhida se a servidão for instituída em caráter perpétuo e gratuito e devidamente averbada na matrícula
do imóvel.
C poderá ser acolhida, a critério do órgão ambiental competente, desde que a propriedade não esteja localizada em área de
proteção permanente.
D afigura-se inviável, eis que a instituição da servidão se dá exclusivamente por ato do poder público, para proibir ou restringir o
uso de parcela da propriedade objetivando a preservação dos recursos naturais nela existentes.
E não encontra amparo legal, eis que a servidão ambiental constitui uma limitação voluntária instituída pelo proprietário da área
que não substitui ou reduz as limitações impostas pela reserva legal mínima. (VERDADEIRO)
PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC
Em relação à servidão ambiental, é correto afirmar:
E Não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida. (VERDADEIRO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2017):
e) A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida
para a Reserva Legal.(VERDADEIRO)
MPE/RR – Promotor de Justiça (2017) – CESPE:
O possuidor de um imóvel rural instituiu servidão ambiental perpétua, gratuitamente, por instrumento particular, limitando o
uso de parte da propriedade, com o objetivo de conservar recursos ambientais existentes. Na situação apresentada, a servidão
instituída consiste em instrumento
a) técnico da PNAMA, mas deveria ter sido instituída pelo prazo determinado de, no mínimo, quinze anos.
b) econômico da PNAMA e não se aplica à área de preservação permanente nem à reserva legal mínima exigida
(VERDADEIRO).
c) técnico da PNAMA, mas deveria ter sido instituída pelo proprietário do imóvel.
d) econômico da PNAMA e não poderia ter sido instituída por instrumento particular.
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
Como forma de recuperar os danos ambientais existentes, o proprietário ou possuidor de imóvel poderá instituir servidão
ambiental por instrumento público, particular ou por termo administrativo, exceto em áreas de preservação permanente e
exceto em relação à reserva legal mínima exigida (VERDADEIRO).
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
A servidão ambiental, que pode ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua, embora constitua um dos instrumentos
econômicos da PNMA, não se aplica às áreas de preservação permanente nem à reserva legal mínima exigida (VERDADEIRO).
2) Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis competente: (a) o instrumento ou termo
de instituição da servidão ambiental; e (b) o contrato de alienação, cessão ou transferência da servidão ambiental.

MPE/SP – Promotor de Justiça (2019)


É correto afirmar que a servidão ambiental
E prescinde de averbação na matrícula do imóvel. (FALSO)

3) É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de
transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel

Importante:
O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou
transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em
caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade
pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim
social.

MPE/SP – Promotor de Justiça (2019)


É correto afirmar que a servidão ambiental
B poderá ser alienada, cedida ou transferida, total ou parcialmente. (VERDADEIRO)
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
O detentor que tenha recebido a servidão ambiental, de forma gratuita, em razão do caráter personalíssimo dessa, não poderá
aliená-la a título oneroso e em caráter definitivo (FALSO).

3.4.2. Concessão florestal

 A concessão florestal:
1. É um contrato de concessão oneroso.
2. Celebrado por entidades políticas com pessoas jurídicas (não poderá ser firmada com pessoas físicas).
3. Consorciadas ou não.
4. Precedido de licitação na modalidade concorrência.
5. Visando a transferir ao concessionário o direito de explorar de maneira sustentável os recursos florestais.
6. Por prazo determinado.

TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:


O instrumento econômico da Política Nacional do Meio Ambiente que envolve a delegação onerosa de direito de praticar
manejo sustentável em uma unidade de manejo, mediante licitação, por prazo determinado, é denominado
a) seguro ambiental.
b) servidão ambiental.
c) concessão florestal. (VERDADEIRO)
d) zoneamento ambiental.
e) terceirização de manejo.

OBS.:
1) A concessão poderá ser feita para uma floresta pública (natural ou plantada, de propriedade da Administração Pública
Direta ou Indireta) ou floresta nacional, distrital, estadual ou municipal (unidade de conservação prevista no art. 17 da
Lei nº 9.985/2000), vedada a subconcessão.

2) A concessão não transferirá a titularidade imobiliária ou direito de preferência na aquisição, o acesso ao patrimônio
genético, o uso dos recursos hídricos ou minerais, a exploração da fauna e a comercialização de créditos decorrentes da
emissão evitada de carbono em florestas naturais.

PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:


Situação hipotética: Determinada pessoa jurídica venceu processo licitatório de concessão florestal, com delegação do direito de
praticar manejo florestal sustentável para exploração de certo produto em uma unidade de manejo. Assertiva: Nessa situação, à
referida pessoa jurídica poderá ser outorgado o direito de comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de
carbono em florestas naturais (FALSO).

3) É vedada a inexigibidade de licitação, assim como, no julgamento das propostas, serão combinados os critérios do
maior preço ofertado como pagamento ao poder concedente e melhor técnica (menor impacto ambiental, etc.). Além
disso, o edital da licitação deverá ser apresentado em audiência pública.

4. COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

4.1. Quadro resumo

ÓRGÃOS COMPOSIÇÃO FUNÇÃO E/OU FINALIDADE


Assessorar o Presidente da República na
Órgão formulação da política nacional e nas diretrizes
Conselho de Governo
superior governamentais para o meio ambiente e os
recursos ambientais.
Órgão Conselho Nacional do Meio 1. Assessorar, estudar e propor ao Conselho de
consultivo e Ambiente (CONAMA) Governo, diretrizes de políticas
deliberativo governamentais para o meio ambiente e os
recursos naturais.
2. Deliberar, no âmbito de sua competência,
sobre normas e padrões compatíveis com o
meio ambiente ecologicamente equilibrado e
essencial à sadia qualidade de vida.
Planejar, coordenar, supervisionar e controlar,
como órgão federal, a política nacional e as
Órgão central Ministério do Meio Ambiente
diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente.
Executar e fazer executar a política e as diretrizes
Órgãos
IBAMA e ICMBio governamentais fixadas para o meio ambiente, de
executores
acordo com as respectivas competências.
Responsáveis pela execução de programas,
Órgãos projetos e pelo controle e fiscalização de
Órgãos ou entidades estaduais
seccionais atividades capazes de provocar a degradação
ambiental.
Responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
Órgãos locais Órgãos ou entidades municipais
atividades, nas suas respectivas jurisdições.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como fundações, instituídas pelo Poder
Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituem o SISNAMA (Sistema Nacional do Meio
Ambiente), que tem a seguinte estrutura, dentre outras:
A órgão superior: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República e o Conselho de Governo, com a função de
assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional para o meio ambiente.
B órgão central: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, que tem por finalidade
assessorar e propor o Conselho de governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais.
C um dos órgãos executores: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, com a
finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as
respectivas competências. (VERDADEIRO)
D órgãos seccionais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas
respectivas jurisdições.
E órgãos locais: os órgãos ou entidades estaduais e municipais responsáveis pelo controle, execução de programas e projetos de
atividades hábeis a gerar degradação ambiental.
TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) é o órgão ambiental da esfera estadual catarinense responsável pela
execução de programas e projetos de proteção ambiental, bem como pelo controle e pela fiscalização de atividades
potencialmente causadoras de degradação ambiental. De acordo com a Lei n.º 6.938/1981, o IMA/SC compõe o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) na qualidade de
A órgão superior.
B órgão supervisor.
C órgão local.
D órgão seccional. (VERDADEIRO)
E órgão consultivo e deliberativo.
Câmara de Goiânia – Procurador Legislativo (2018)
A o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é o órgão central do sistema, com a função de coordenação. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
B O IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade são órgãos que têm por finalidade executar e fazer
executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. (VERDADEIRO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
O IBAMA e o ICMBio são considerados órgãos superiores do SISNAMA. (FALSO)
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
a) A Agência Nacional de Águas − ANA faz parte do SISNAMA (FALSO).
b) O Conselho Nacional do Meio Ambiente − CONAMA é um órgão colegiado consultivo e deliberativo do SISNAMA
(VERDADEIRO).
c) As Secretariais Estaduais de Meio Ambiente são órgãos seccionais do SISNAMA (VERDADEIRO).
TJ/RJ – Juiz de Direito (2016) – VUNESP:
A Lei de Política Nacional instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, formado por um conjunto de órgãos,
dentre eles, o Órgão Central Superior, que seria a Secretaria Especial do Meio Ambiente (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
O órgão superior do SISNAMA é o CONAMA, que tem a função de assessorar o presidente da República na formulação da política
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais (FALSO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
O CONAMA, o IBAMA e o Instituto Chico Mendes são órgãos executores das políticas e diretrizes governamentais fixadas para o
Meio Ambiente, de acordo com as respectivas competências (FALSO).
PGE/GO – Procurador do Estado (2013):
Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pelos programas e projetos, bem como pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental, são órgãos executores do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA (FALSO).

OBS.:
1) O Município estará inserido na estrutura do SISNAMA a partir do momento em que criar, através de Lei, seu Conselho
de Meio Ambiente. Além disso, deverá dispor de profissionais legalmente habilitados.

PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:


Os Municípios fazem parte do SISNAMA e podem exercer atividade fiscalizatória de empreendimento licenciado pela União, nos
casos de iminência de degradação da qualidade ambiental (VERDADEIRO).

2) É inconstitucional, por violar o princípio da separação dos poderes, lei estadual que exige autorização prévia do Poder
Legislativo estadual (Assembleia Legislativa) para que sejam firmados instrumentos de cooperação pelos órgãos
componentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Também é inconstitucional lei estadual que afirme
que Fundação estadual de proteção do meio ambiente só poderá transferir responsabilidades ou atribuições para
outros órgãos componentes do SISNAMA se houver aprovação prévia da Assembleia Legislativa. STF. Plenário. ADI
4348/RR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/10/2018 (Info 919).

TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE


O condicionamento da celebração de termos de cooperação pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente à prévia
aprovação do Poder Legislativo estadual é constitucional. (FALSO)

4.2. CONAMA

4.2.1. Poder regulamentar

 O CONAMA possui uma competência normativa, derivada do poder regulamentar da Administração Pública.

Importante:
As resoluções normativas do Conselho Nacional do Meio Ambiente
vinculam todos os entes federativos diante do Sistema Nacional de
Meio Ambiente.

TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:


As resoluções normativas do Conselho Nacional do Meio Ambiente
a) vinculam a União e possuem caráter sugestivo em relação aos Estados e Municípios.
b) vinculam os entes federativos que optarem por integrar o Sistema Nacional de Meio Ambiente.
c) vinculam todos os entes federativos diante do Sistema Nacional de Meio Ambiente. (VERDADEIRO)
d) estabelecem regramento apenas para o Ministério do Meio Ambiente, uma vez que o Conselho Nacional do Meio Ambiente é
órgão do citado ministério.
e) não possuem caráter cogente.

4.2.2. Outras competências

 As demais competências do CONAMA estão elencadas no art. 8º da Lei 6.938/1981:

Art. 8º Compete ao CONAMA:


I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente
poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de
projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.
III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras
penalidades impostas pelo IBAMA; (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a
proteção ambiental; (VETADO);
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em
caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito;
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao
uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.

PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Compete privativamente ao Conselho Nacional do Meio Ambiente estabelecer normas e padrões nacionais de controle da
poluição ocasionada por veículos automotores. (VERDADEIRO)
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
O Ministério do Meio Ambiente é o órgão do SISNAMA responsável por estabelecer normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos estados e supervisionado pelo IBAMA (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
O estabelecimento de normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações,
mediante audiência dos ministérios competentes, é atribuição privativa do IBAMA (FALSO).
MPE/AC – Promotor de Justiça (2014) – CESPE:
Para o cumprimento dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA deverá estabelecer normas, critérios e
padrões relativos ao controle e à manutenção do meio ambiente, considerando a capacidade de autorregeneração dos corpos
receptores e a necessidade do estabelecimento de parâmetros genéricos mensuráveis (VERDADEIRO).
TRF/2R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
O CONAMA é responsável por supervisionar os licenciamentos concedidos pelos estados para as atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras (FALSO).

4.2.3. Composição

 Plenário.
 Câmara Especial Recursal.
 Comitê de Integração de Políticas Ambientais.
 Câmaras Técnicas.
 Grupos de Trabalho.
 Grupos Assessores.

Importante:
De forma resumida, o CONAMA é integrado por órgãos federais,
estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.

TJ/RJ – Juiz de Direito (2016) – VUNESP:


O Conama é um dos mais atuantes e expressivos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente, na qualidade de órgão
colegiado, composto por representantes federais e estaduais (FALSO).

4.3. IBAMA e ICMBio

4.3.1. IBAMA

1. Autarquia federal de regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

2. Exerce o poder de polícia ambiental.

3. Executa ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licenciamento
ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização,
monitoramento e controle ambiental.

Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do
licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA.
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a
preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores.

PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP


Acerca do licenciamento ambiental, afirma-se corretamente que
B compete à SEMA propor ao CONAMA normas e padrões para implementação, acompanhamento e para sua fiscalização.
(FALSO)

4. Administra o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e o Cadastro Técnico Federal
de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais.

Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA:
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro
obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção,
transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da
fauna e flora.

TJ/BA – Juiz de Direito (2019) – CESPE


• Víctor é doutor em fauna aquática e pretende trabalhar como consultor em estudos para licenciamentos ambientais. • Uma
empresa pretende extrair minérios e, para isso, solicitou o licenciamento ambiental ao órgão estadual competente.
Considerando essas situações hipotéticas, assinale a opção correta, acerca do CTF, previsto na Política Nacional de Meio
Ambiente — Lei n.º 6.938/1981.
A Víctor e a empresa deverão ter CTFs das respectivas atividades para concretizarem suas pretensões. (VERDADEIRO)
B Apenas Víctor deverá ter CTF, pois não se exige esse instrumento de pessoa jurídica.
C Apenas a empresa deverá ter CTF, pois não se exige esse instrumento de pessoa física.
D Nem de Víctor nem da empresa é exigido CTF para concretizarem suas pretensões, mas ambos deverão estar inscritos no
SINIMA.
E Apenas a empresa deverá ter CTF; para Víctor, o CTF poderá ser dispensado e substituído pela inscrição da atividade no
SINIMA.
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Um empreendedor pretende desenvolver atividade que utiliza recursos ambientais e é potencialmente poluidora. Nesse caso, o
órgão de meio ambiente municipal detém a competência para o controle ambiental. Nessa situação,
c) além da licença ambiental, exige-se que o empreendimento tenha registro no cadastro técnico federal de atividades
potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais. (VERDADEIRO)
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
A competência para administrar o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e o Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais é do CONAMA (FALSO).

4.3.2. ICMBio

1. Autarquia federal de regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente

2. Executa as ações ambientais de âmbito federal relacionadas às unidades de conservação da natureza.

Importante:
O IBAMA pode exercer supletivamente o poder de polícia ambiental
nos casos de omissão do ICMBio.

PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:


O Ibama e o Instituto Chico Mendes são órgãos executores do SISNAMA, sendo que o primeiro tem a atribuição de exercer o
licenciamento e a fiscalização, e o segundo tem a atribuição de gerenciar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação −
SNUC (VERDADEIRO).

5. OUTROS PONTOS IMPORTANTES

1. Art. 12 da PNMA:

Art 12 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a
esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo
CONAMA.
Parágrafo único - As entidades e órgãos referidos no " caput " deste artigo deverão fazer constar dos projetos a realização de obras
e aquisição de equipamentos destinados ao controle de degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.

PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP


Acerca do licenciamento ambiental, afirma-se corretamente que
E as entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a
esses benefícios ao licenciamento e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo SEMA. (FALSO)
PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. NATUREZA VINCULADA

Direito Administrativo Direito Ambiental


O poder de polícia, em regra, é O poder de polícia, em regra, é
discricionário. vinculado.

Importante:
Portanto, dentro do Direito Ambiental, inexiste conveniência e
oportunidade na exteriorização do poder de polícia. É dever do poder
público promover a preservação ambiental.

2. COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM

2.1. Noções gerais

 Todas as entidades políticas (diretamente ou por meio de seus integrantes da Administração Pública Indireta) possuem
o dever constitucional de exercer o poder de polícia ambiental, em razão do art. 23, VI, da CF/88.

AgRg no REsp 1417023/PR:


O Poder de Polícia Ambiental pode - e deve - ser exercido por todos os entes da
Federação, pois se trata de competência comum, prevista constitucionalmente.
Portanto, a competência material para o trato das questões ambiental é comum a
todos os entes. Diante de uma infração ambiental, os agentes de fiscalização ambiental
federal, estadual ou municipal terão o dever de agir imediatamente, obstando a
perpetuação da infração (25/08/2015).

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


E foram estabelecidas medidas para atuação coordenada dos entes federativos no exercício de suas competências para ações
administrativas de proteção ao meio ambiente, atribuindo-se aos municípios apenas atuação subsidiária posto que não detêm
competência originária para ações de tal natureza. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
III - A liberdade para o exercício de qualquer atividade econômica lícita, assegurada no art. 170, caput, da Carta Magna, encontra
limites na defesa do meio ambiente, devendo o Estado, como agente normativo e regulador, exercer, na forma da lei, a sua
função fiscalizadora, para assegurar, para as presentes e futuras gerações, o direito ao meio ambiente sadio e ecologicamente
equilibrado. (VERDADEIRO)
AGU – Advogado da União (2015):
a) Dada a competência privativa da União para exercer controle e fiscalização ambiental, é exclusiva da União a
competência para instituir taxa de fiscalização e controle do meio ambiente cujo fundamento seja o exercício regular do
poder de polícia (FALSO).
b) Uma vez que o empreendimento irregular está localizado na zona costeira, patrimônio ambiental nacional e bem da
União, a fiscalização e a aplicação de penalidade administrativa ambiental ao empreendimento compete exclusivamente
ao órgão ambiental federal (FALSO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2011):
Os sítios arqueológicos, por constituírem patrimônio da União, não podem ser alvo de fiscalização ambiental por municípios e
estados-membros (FALSO).

2.2. Questionamentos importantes

2.2.1. A competência para o licenciamento ambiental se confunde com a atribuição para exercer a fiscalização ambiental?

 Não.

REsp 1479316/SE:
Não há falar em competência exclusiva de um ente da federação para promover
medidas protetivas. Impõe-se amplo aparato de fiscalização a ser exercido pelos quatro
entes federados, independentemente do local onde a ameaça ou o dano estejam
ocorrendo, bem como da competência para o licenciamento (01/09/2015).
REsp 1307317/SC:
A competência para licenciar não se confunde com o poder fiscalizatório dos demais
órgãos ambientais integrantes do SISNAMA. Precedente do STJ (23/10/2015).

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


D cada empreendimento ou atividade serão submetidos a licenciamento ambiental de um único ente federativo, o qual terá
competência também para fiscalizar e lavrar autos de infração correlatos à atividade ou empreendimento licenciado.
(VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
a) O ente que não tem competência para licenciar a atividade tampouco poderá aplicar medidas de polícia sobre ela. (FALSO)
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
A competência para o exercício do poder de polícia na área ambiental e para a responsabilização administrativa é exclusiva do
órgão ambiental competente para o licenciamento ambiental da atividade a ser fiscalizada (FALSO).
AGU – Advogado da União (2015) – CESPE:
Uma vez que o empreendimento irregular está localizado na zona costeira, patrimônio ambiental nacional e bem da União, a
fiscalização e a aplicação de penalidade administrativa ambiental ao empreendimento compete exclusivamente ao órgão
ambiental federal (FALSO).
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
Uma empresa brasileira de exploração de gás e petróleo, pretendendo investir na exploração de gás de xisto, obteve autorização
de pesquisa do órgão competente e identificou, no início das primeiras pesquisas exploratórias, um potencial razoável para a
exploração do gás em determinada área federal. Apesar de ainda não dispor de tecnologia que garantisse totalmente a proteção
ambiental da área de exploração, principalmente, no que tange à água subterrânea, a empresa obteve a licença prévia para
proceder à exploração de gás de xisto. Com base nessa situação hipotética, nas normas de proteção ao meio ambiente e na
jurisprudência, julgue os itens seguintes.
a) O município é impedido de fiscalizar as atividades da empresa, dada a competência federal para o licenciamento
ambiental da área (FALSO).

2.2.2. Se diferentes entes federativos lavrarem auto de infração, qual prevalecerá?

 Prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização.

Art. 17, caput, da LC 140/2011 Art. 17, §3º, da LC 140/2011


Compete ao órgão responsável pelo O disposto no caput deste artigo não impede o
licenciamento ou autorização, conforme o caso, exercício pelos entes federativos da atribuição
de um empreendimento ou atividade, lavrar comum de fiscalização da conformidade de
auto de infração ambiental e instaurar processo empreendimentos e atividades efetiva ou
administrativo para a apuração de infrações à potencialmente poluidores ou utilizadores de
legislação ambiental cometidas pelo recursos naturais com a legislação ambiental em
empreendimento ou atividade licenciada ou vigor, prevalecendo o auto de infração
autorizada. ambiental lavrado por órgão que detenha a
atribuição de licenciamento ou autorização a
que se refere o caput.

TJ/PR – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Dentro de um parque municipal que consiste em unidade de conservação criada por decreto municipal, o IBAMA constatou a
existência de habitações particulares licenciadas pelo estado no qual o município se encontra inserido. Tanto o IBAMA quanto a
secretaria de meio ambiente do município lavraram seus respectivos autos de infração. Nessa situação hipotética, no que se
refere à competência para a autuação,
A o auto de infração do IBAMA deve prevalecer sobre o municipal.
B o auto de infração do município deve prevalecer sobre o do IBAMA. (VERDADEIRO)
C nenhum dos autos de infração é válido.
D ambos os autos de infração são válidos e exigíveis.
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
d) Em regra, o ente competente para o licenciamento de uma atividade será competente para aplicar sanções administrativas
ambientais à pessoa responsável pela atividade. (VERDADEIRO)
MPE/GO – Promotor de Justiça (2015):
Prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado pelo primeiro ente federativo que constatar a infração à legislação ambiental,
o qual se sobreporá, inclusive, ao auto do ente que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização do empreendimento,
em razão da atribuição comum de fiscalização (FALSO).

OBS.:
1) Imagine a seguinte situação: o ente federal lavrou auto de infração, mas o ente estadual responsável pelo
licenciamento discordou, entendendo que inexistiria irregularidade. Nesse caso, subsistirá o auto de infração lavrado
pelo ente federal? A despeito da omissão legal, a doutrina (Frederico Amado) entende que sim.

3. ATUAÇÃO

 Preventiva (ex.: licenciamento).


 Repressiva (ex.: multa).

TRF/2R – Juiz Federal (2011) – CESPE:


No exercício do poder de polícia em defesa do ambiente, a administração pública executa ações de natureza unicamente
repressiva (FALSO).

4. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL (TCFA)

4.1. Fato gerador

 Exercício do poder de polícia.

TRF/2R (2013):
A atividade de controle e fiscalização de atividades potencialmente poluidoras não pode gerar a cobrança de taxas dos
fiscalizados porque, como ocorre em benefício de toda a população, deve ser custeada por impostos (FALSO).

4.2. Sujeito ativo


 IBAMA.

Importante:
Os Estados membros e os Municípios também podem criar suas taxas
de controle ambiental. Nesse caso, parte do montante efetivamente
pago pelo empreendedor ao Estado ou ao Município constitui credito
para compensação com o valor devido a título de TCFA (federal).

PGE/AC – Procurador do Estado (2014):


O fato gerador da TCFA é o exercício regular do poder de polícia conferido a todos os órgãos integrantes do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (SISNAMA) para o controle e a fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos
naturais (FALSO).

4.3. Sujeito passivo

 Quem exerce atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais previstas no Anexo VIII da Lei
nº 6.938/1981.

Importante:
1. A TCFA é devida por estabelecimento. Caso o estabelecimento exerça
mais de uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa
relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais elevado.
2. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais,
distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles
que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais.

PGE/AC – Procurador do Estado (2014):


a) É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos
ambientais previstas no anexo VIII da Lei Federal n.º 6.938/1981 (VERDADEIRO).
b) A TCFA é devida em razão de cada atividade individualmente exercida e não por estabelecimento (FALSO).
c) São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades
filantrópicas, as fundações públicas ou privadas, as entidades declaradas de utilidade pública pela União, pelo Distrito
Federal, pelos Estados ou pelos Municípios, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais
(FALSO).

4.4. Outras informações

1. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem
atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA

TJ/RS – Juiz de Direito (2016):


O Conselho Nacional do Meio Ambiente é autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal
para que desempenhem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a Taxa de
Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) (FALSO).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

1.1. Conceito

 O licenciamento ambiental é:
1. Procedimento administrativo.
2. Pelo qual o órgão ambiental competente licencia.
3. A localização, instalação, ampliação e a operação.
4. De empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais.
5. Consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
6. Ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


C É o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. (VERDADEIRO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
D Depende de prévio licenciamento ambiental a ampliação de estabelecimentos que utilizam recursos ambientais efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação ambiental. (VERDADEIRO)
PGE/MT – Procurador do Estado (2016) – FCC:
Uma Usina produtora de etanol e açúcar localizada no Estado do Mato Grosso pretende ampliar sua produção em 150 mil
toneladas/ano de moagem de cana-de-açúcar. Para tanto, sob o ponto de vista ambiental,
a) deverá submeter a ampliação pretendida ao licenciamento ambiental conduzido por um Plano de Colheita
elaborado com observância da legislação ambiental.
b) está dispensada de novo licenciamento ambiental, bastando comunicar a ampliação para anotação na licença de
operação existente.
c) deverá submeter a ampliação pretendida ao licenciamento ambiental conduzido por um Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA-RIMA).
d) deverá submeter a ampliação pretendida ao licenciamento ambiental (VERDADEIRO).
e) está dispensada de novo licenciamento ambiental, sendo que a ampliação será considerada por ocasião da
renovação da licença de operação.
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
A licença ambiental é exigência prévia para a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, desde que potencialmente causadores de significativa degradação do meio
ambiente (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
Não é permitido ao órgão ambiental licenciar empreendimento cujo estudo de impacto ambiental comprove que a atividade
causará significativa degradação do meio ambiente (FALSO).
MPE/RO (2013):
Tendo sido concedido o licenciamento ambiental quando da instalação de estabelecimento potencialmente poluidor, dispensa-
se novo licenciamento para a ampliação do estabelecimento (FALSO).

1.1.1. É processo administrativo ou ato administrativo?

 O licenciamento tem natureza de processo administrativo.

Importante:
Após a conclusão de todas as etapas do licenciamento ambiental
(procedimento administrativo), a Administração Pública expedirá
Licença Ambiental, ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor.
Portanto, não confundir “licenciamento ambiental” (procedimento
administrativo) com “licença ambiental” (ato administrativo).

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


B De acordo com a Lei Complementar nº 140/2011 e com a Lei nº 6.938/81, o licenciamento ambiental abrange o estudo de
impacto ambiental e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. (FALSO)
TRF/5R (2013):
O licenciamento ambiental é um instrumento autônomo em relação ao estudo prévio de impacto ambiental (VERDADEIRO).

1.2. Características gerais

 Condição prévia para o exercício de atividades econômicas poluidoras.


 Condição para a concessão de benefícios pelas entidades e órgãos de financiamento e incentivos do governo.

Importante:
Embora o licenciamento ambiental preventivo seja a regra, é
importante registrar que também existe o licenciamento corretivo,
voltado para regularização de empreendimentos que operam sem
licença.

MPE/AC – Promotor de Justiça (2014) – CESPE:


a) Em se tratando de empreendimentos potencialmente causadores de poluição ambiental que já tenham sido implantados
irregularmente, dispensa-se o procedimento de licenciamento ambiental normalmente exigido para o seu
funcionamento, exigindo-se em contrapartida indenização civil ambiental pelos danos causados (FALSO).
b) Para a aprovação de projetos habilitados a financiamento e incentivo governamentais, é facultado ao poder público exigir
o licenciamento ambiental e o cumprimento das normas, critérios e padrões ambientais determinados pelo CONAMA
(FALSO).
PGE/GO – Procurador do Estado (2013):
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses
benefícios ao licenciamento ambiental e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente-CONAMA (VERDADEIRO).

1.2.1. Sempre é necessário o prévio licenciamento?

 Não. O novo Código Florestal dispensou a autorização do órgão ambiental competente:


1. Para a execução, em caráter de urgência,
2. De atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil
3. Destinadas à prevenção e mitigação de acidades em áreas urbanas situadas em APP.

1.2.2. É possível a revisão judicial do licenciamento?

 O Poder Judiciário não poderá analisar a viabilidade ambiental de determinado empreendimento poluidor, sendo
atribuição do Poder Executivo, cujo licenciamento apenas poderá ser revisto se constatada alguma ilegalidade.

TJ/SC – Juiz de Direito (2015) - FCC:


A Defensoria Pública, preocupada com uma população carente que reside nas cercanias do novo empreendimento, ajuizou uma
ação civil pública pretendendo a declaração de nulidade do licenciamento de uma Indústria conduzido pelo Estado Y, em razão
de que, mediante convênio, o Estado Y delegou a execução de ações administrativas relacionadas ao licenciamento para o
Município X, o qual dispõe de órgão ambiental capacitado para executar as ações delegadas e de conselho de meio ambiente. A
ação deverá ser julgada
a) improcedente (VERDADEIRO).
b) extinta, sem resolução de mérito, por ilegitimidade de parte no polo ativo.
c) procedente.
d) extinta, sem resolução de mérito, por ilegitimidade de parte no polo passivo, que é ocupado pelo Estado Y e pelo
Município X.
e) parcialmente procedente apenas para condicionar o licenciamento à previa autorização da União.

1.2.3. Atribuição de competência para que assembleia legislativa estadual autorize previamente o licenciamento ambiental de
atividade potencialmente poluidora é constitucional?

 Não. O condicionamento da atuação tipicamente administrativa ao crivo do Poder Legislativo é medida excepcional,
que deve ter esteio direto nas hipóteses previstas no texto constitucional, sob pena de subversão da modelagem de
freios e contrapesos desenhada pelo texto constitucional. Nesse caso, a submissão da atividade administrativa de
licenciamento ambiental à prévia autorização legislativa ofende o princípio da separação de poderes (STF, ADI 4272 /
MA).

TJ/SC – Juiz de Direito (2019) – CESPE


C Atribuição de competência para que assembleia legislativa estadual autorize previamente o licenciamento ambiental de
atividade potencialmente poluidora é constitucional. (FALSO)

1.2.4. O rol de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental (anexo I da Resolução CONAMA 237/97) é taxativo?

 Não. É exemplificativo.

Exemplos:
1. Rodovias, ferrovias e hidrovias.
2. Transposição de bacias hidrográficas

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


D atividades de manejo de fauna exótica ou que envolvam introdução de espécies exóticas estão dispensadas do licenciamento
ambiental, salvo se flagrante o risco de degradação ambiental. (FALSO)
PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP
E o licenciamento e a revisão de atividades potencialmente poluidoras ocorrerão quando obedecidos os requisitos constantes
em rol taxativo previsto em resolução do CONAMA. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Um empreendedor pretende desenvolver atividade que utiliza recursos ambientais e é potencialmente poluidora. Nesse caso, o
órgão de meio ambiente municipal detém a competência para o controle ambiental. Nessa situação,
b) poderá dispensar-se o procedimento de licenciamento ambiental se o responsável pelo empreendimento assinar termo
comprometendo-se a atender a legislação ambiental, em especial as normas de qualidade ambiental. (FALSO)

1.2.5. Quais as regras importantes sobre a publicidade do licenciamento?

1. Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às informações


ambientais mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para
fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim como de citar as
fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados (art. 2º, §1º, da Lei nº 10.650/2003).

2. É assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro sigilo protegido por lei, bem como o relativo às
comunicações internas dos órgãos e entidades governamentais (art. 2º, § 2º, da Lei nº 10.650/2003).

3. Deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de fácil acesso ao público,
listagens e relações contendo os dados referentes aos seguintes assuntos: I - pedidos de licenciamento, sua renovação
e a respectiva concessão. As relações contendo os dados referidos neste artigo deverão estar disponíveis para o público
trinta dias após a publicação dos atos a que se referem (art. 4º da Lei nº 10.650/2003).

4. Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em
periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental
competente (art. 10, § 1º, da PNMA).

PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP


Acerca do licenciamento ambiental, afirma-se corretamente que
A o seu pedido, sua renovação e sua respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado. (FALSO)
MPE/RO (2013):
No procedimento de licenciamento ambiental, para o atendimento da obrigação legal de publicidade, os pedidos de
licenciamento, sua renovação e respectiva concessão devem ser publicados em jornal oficial, bem como em periódico regional
ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental licenciador (VERDADEIRO).

1.3. Competência

Lei Complementar nº 140/2011:


União Art. 7º, XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União,
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do
Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor
material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer
de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;
Estados Art. 8º, XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º; XV - promover o
licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em
unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
Municípios Art. 9º, XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


C Considera-se Impacto Ambiental Regional todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (a área de influência
direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Municípios. (FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
A Conforme a Lei Complementar nº 140/2011, os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados,
ambientalmente, apenas pela União, Estados ou Distrito Federal de forma concorrente, tendo em vista a competência prevista
no artigo 24 da Constituição Federal. (FALSO)
PGE/TO – Procurador do Estado (2018) – FCC
De acordo com o disposto na Lei Complementar no 140/2011, a atividade de licenciamento é realizada pelos entes federados
A observando-se a competência primária dos Municípios, pelo critério do interesse local, delegando-se aos Estados as atividades
que aqueles entes não consideram de sua competência e, em caráter excepcional, à União somente os casos em que o
empreendimento exceder o território nacional.
B de forma concorrente, fixando-se a competência de acordo com o requerimento formulado pelo empreendedor,
independentemente da natureza ou finalidade de seu projeto.
C observada a hierarquia entre os entes federados, de modo que o Município é competente para licenciar as atividades que a
União e Estados, nessa ordem, permitirem.
D com base na definição das atividades expressamente atribuídas a cada ente federado em decreto federal.
E considerando-se, entre outros aspectos, a inserção em unidades de conservação instituídas por União, Estados e Municípios e
a natureza da atividade, conforme definição dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. (VERDADEIRO)
PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP
Acerca do licenciamento ambiental, afirma-se corretamente que
C caberá a sua concessão exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os governos estadual e municipal interessados no
licenciamento ambiental. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Compete ao órgão ambiental federal expedir licença de operação para exploração sob o regime de manejo florestal sustentável
em área situada no raio de 10Km no entorno de área indígena (FALSO).
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
b) Atividades localizadas em faixa de até 50 km da fronteira serão sempre licenciadas pela União. (FALSO)
c) Atividades que captem água de rios federais serão sempre licenciadas pela União. (FALSO)
e) O licenciamento ambiental de qualquer atividade conduzida por concessionária de serviço público federal será de
competência da União. (FALSO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2017):
O licenciamento ambiental de atividade de produção de petróleo compete:
a) À União, ao Estado e ao município onde estiver localizada a atividade, pois, pelo art. 23, VI, da Constituição Federal, a
competência para proteção do meio ambiente é comum e o múltiplo licenciamento é mais apto a proteger o bioma.
b) Exclusivamente à União, pois se trata de atividade sujeita constitucionalmente a monopólio federal.
c) A resposta depende da localização da atividade. Assim, por exemplo, se a atividade estiver localizada no mar, a competência
será sempre da União, se estiver localizada em terra, a competência será sempre do Estado.
d) A resposta depende da localização e da natureza exata da atividade. Assim, por exemplo, se a atividade estiver localizada no
mar territorial, a competência será da União. Se a atividade estiver localizada no continente, fora de terras indígenas, parques
nacionais, divisas com outros estados ou fronteiras internacionais e não se tratar de unidade de produção de recurso não
convencional de petróleo, a competência será do Estado. (VERDADEIRO)
e) À União e ao Estado onde estiver localizada a atividade, por força do artigo 10 da Lei 6.938/8 I (Lei da Política Nacional do
Meio Ambiente).
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
O Município é competente para definir a tipologia das atividades ou empreendimentos que importem em impacto local para fins
de licenciamento ambiental por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (FALSO).
TRF/2R – Juiz (2014):
Em relação à atribuição para promover o licenciamento ambiental dos empreendimentos localizados na zona costeira é correto
afirmar que:
a) Desde que seus impactos se limitem ao território de um município e não inclua a zona econômica exclusiva serão
sempre de atribuição municipal.
b) Serão sempre de atribuição federal, já que a zona costeira é considerada patrimônio nacional.
c) Se o empreendimento se localizar no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva, a
atribuição será da União. A atribuição também será da União se o empreendimento incluir áreas das faixas
terrestre e marítima da zona costeira, nos casos previstos em tipologia estabelecida a partir de proposição de
Comissão Tripartite Nacional (VERDADEIRO).
d) Quando situado em zona urbana a atribuição será do município, e do Estado quando situado na zona rural.
e) Se a localização do empreendimento incluir apenas área da faixa terrestre da zona costeira, a atribuição será do
Estado, se incluir área da faixa marítima a atribuição será sempre da União.
TRF/5R (2013):
A competência para legislar sobre a proteção ao meio ambiente é comum à União, aos estados, ao DF e aos municípios, havendo
ações administrativas que competem a cada um desses entes de maneira exclusiva. De acordo com a Lei Complementar n.º
140/2011, compete exclusivamente à União
a) promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos em áreas de
proteção ambiental.
b) aprovar o manejo e a supressão de vegetação, florestas e formações sucessoras em atividades ou
empreendimentos licenciados ou autorizados ambientalmente pelo estado.
c) aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre.
d) promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
proteção do meio ambiente.
e) promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos em terras
indígenas (VERDADEIRO).
TJ/PA (2012):
As obras para a construção de uma usina hidrelétrica na região amazônica, financiadas por entidades governamentais brasileiras,
afetarão mais três estados-membros da Federação, dado o alagamento de uma área superior a dois mil hectares na Amazônia
Legal, onde se localizam imóveis rurais particulares. Considerando a situação hipotética acima e o disposto na Política Nacional
de Meio Ambiente e nas Resoluções n.º 1, n.º 237e n.º 378 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), assinale a
opção correta.
a) Conforme determinação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) expressa na Lei da Política Nacional
do Meio Ambiente, o licenciamento ambiental cabe aos órgãos ambientais competentes dos três estados
afetados.
b) O empreendimento não está sujeito a licenciamento ambiental, por serem as hidrelétricas fontes de energia
renovável, não incluídas, portanto, entre as atividades utilizadoras de recursos naturais consideradas poluentes.
c) Compete ao IBAMA o licenciamento ambiental do empreendimento, já que o impacto ambiental, nesse caso, é
regional (VERDADEIRO).
d) O licenciamento ambiental deverá ser feito pelo órgão ambiental competente de apenas um dos estados-
membros afetados pelo empreendimento.
e) Poderá ser dispensado o estudo de impacto ambiental da obras e a energia a ser gerada pela usina for
indispensável para a economia do país.
TJ/PB (2011):
Os municípios não têm competência para exigir o EIA, que está na esfera de atribuição do órgão ambiental federal e dos
estaduais (FALSO).

OBS.:
1) O art. 13 da LC 140/2011 traz algumas informações importantes relacionadas:

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em
conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira
não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.
§ 2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador.
§ 3ºo Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade
com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo.

PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):


A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador (VERDADEIRO).
MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):
A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador
(VERDADEIRO).
MPE/GO – Promotor de Justiça (2015):
Os empreendimentos e atividades poderão ser licenciados ou autorizados, ambientalmente, por mais de um ente federativo,
como no caso de os impactos ambientais atingirem recursos ambientais múltiplos (FALSO).

1.3.1. Manejo e supressão de vegetação

Competência da União Competência dos Estados Competência dos Municípios


Aprovar o manejo e a supressão de Aprovar o manejo e a supressão de Observadas as atribuições dos
vegetação, de florestas e formações vegetação, de florestas e formações demais entes federativos,
sucessoras em: sucessoras em: Aprovar manejo e a supressão de
vegetação, de florestas e formações
sucessoras em:
 Florestas públicas federais,  Florestas públicas estaduais ou  Florestas públicas municipais e
 Terras devolutas federais ou  Unidades de conservação do  Unidades de conservação
 Unidades de conservação Estado, exceto em Áreas de instituídas pelo Município,
instituídas pela União, exceto Proteção Ambiental (APAs); exceto em Áreas de Proteção
em APAs; e Ambiental (APAs);
Imóveis rurais, observadas as
atribuições da União;
Atividades ou empreendimentos Atividades ou empreendimentos Empreendimentos licenciados ou
licenciados ou autorizados, licenciados ou autorizados, autorizados, ambientalmente, pelo
ambientalmente, pela União. ambientalmente, pelo Estado. Município.

Art. 1o Para fins do disposto no inciso III, §1o , art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, com redação dada pelo art. 83
da Lei no 11.284, de 2 de março de 2006, compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-
IBAMA a aprovação dos seguintes empreendimentos:
I - exploração de florestas e formações sucessoras que envolvam manejo ou supressão de espécies enquadradas no Anexo II da
Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção-CITES, promulgada pelo
Decreto no 76.623, de 17 de novembro de 1975, com texto aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 24 de junho de 1975;
II - exploração de florestas e formações sucessoras que envolvam manejo ou supressão de florestas e formações sucessoras em
imóveis rurais que abranjam dois ou mais Estados;
III - supressão de florestas e outras formas de vegetação nativa em área maior que:
a) dois mil hectares em imóveis rurais localizados na Amazônia Legal;
b) mil hectares em imóveis rurais localizados nas demais regiões do país;
IV - supressão de florestas e formações sucessoras em obras ou atividades potencialmente poluidoras licenciadas pelo IBAMA;
V - manejo florestal em área superior a cinqüenta mil hectares.
Parágrafo único. A exploração de florestas e formações sucessoras deverá respeitar as regras e limites dispostos em normas
específicas para o bioma.

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


A na hipótese de o empreendimento demandar, adicionalmente, a supressão de vegetação nativa, a competência do Estado
para o licenciamento é deslocada para a União, a quem cabe, privativamente, o estabelecimento das medidas de mitigação e
compensação. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
B No que se refere ao licenciamento ambiental, compete aos municípios aprovar o manejo e a supressão de vegetação e de
florestas em imóveis rurais. (FALSO)
PGE/SP – Procurador do Município (2018) – VUNESP
A Compete aos Municípios, dentre outras atribuições, aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações
sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental. (VERDADEIRO)
B A aprovação da supressão de vegetação em unidade de conservação será sempre do ente instituidor da unidade, exceto para
Áreas de Proteção Ambiental, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Reserva de Desenvolvimento Sustentável, cuja
competência será da União. (FALSO)
C A Lei complementar n° 140/2011, buscando solucionar conflitos de competência, previu que as autorizações para supressão
de vegetação serão sempre concedidas pelo ente federativo licenciador, vedando, em qualquer hipótese, o estabelecimento de
regras próprias e diferenciadas para atribuições relativas à autorização de manejo e supressão de vegetação. (FALSO)
D A Lei n° 11.428/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma mata atlântica, confere
competência para concessão de autorização para supressão de vegetação no bioma mata atlântica indistintamente aos Estados,
cabendo oitiva prévia do órgão municipal quando a vegetação estiver localizada em área urbana. (FALSO)
E A Lei complementar n° 140/2011, buscando solucionar conflitos de competência, previu que as autorizações para supressão
de vegetação serão sempre concedidas pelo ente federativo licenciador, entretanto, previu exceção para supressão de
vegetação em situações específicas, conforme ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente, após oitiva da Comissão Tripartite
Nacional.(FALSO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
Empreendimentos que envolvam o manejo florestal em área superior à definida como limite pelo CONAMA devem ser
aprovados pelo IBAMA, mesmo que o empreendimento esteja situado em um único estado. (VERDADEIRO)
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2018) – CESPE
Roberto adquiriu, neste ano, uma propriedade de 10.000 hectares, localizada em área rural de vegetação de floresta tropical em
João Pessoa. Sabendo que a utilização do seu imóvel deverá respeitar os limites do plano de manejo do local, por estar o bem
situado dentro da Área de Preservação Ambiental Federal da Onça Bonita, e observando a legislação pertinente, ele pretende
suprimir parte da vegetação de sua propriedade para atividade agropecuária. Nessa situação hipotética, Roberto deverá pedir a
autorização de supressão de vegetação de sua propriedade
A ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
B ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
C ao Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente (SFB/MMA).
D ao órgão estadual da Paraíba de meio ambiente. (VERDADEIRO)
E ao órgão municipal de João Pessoa de meio ambiente.
MPE/GO – Promotor de Justiça (2015):
O Município poderá aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos
por ele licenciados ou autorizados, ambientalmente (VERDADEIRO).

1.3.2. Atuação supletiva e atuação subsidiária

Atuação supletiva Atuação subsidiária


Ação do ente da Federação que se substitui Ação do ente da Federação que visa a
ao ente federativo originariamente detentor auxiliar no desempenho das atribuições
das atribuições decorrentes das competências comuns,
quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições
A ação administrativa subsidiária dos entes
federativos dar-se-á por meio de apoio
técnico, científico, administrativo ou
financeiro, sem prejuízo de outras formas
de cooperação. A ação subsidiária deve ser
solicitada pelo ente originariamente
detentor da atribuição.

Hipóteses de atuação supletiva:


Inexistindo órgão ambiental Inexistindo órgão ambiental Inexistindo órgão ambiental
capacitado ou conselho de meio capacitado ou conselho de meio capacitado ou conselho de meio
ambiente, ambiente, ambiente
no Estado ou no DF no Estado e no Município, no Município
a União deve desempenhar as a União deve desempenhar as o Estado deve desempenhar as
ações administrativas estaduais ações administrativas até a sua ações administrativas municipais
ou distritais até a sua criação. criação em um daqueles entes até a sua criação.
federativos.

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


C admite-se a cooperação entre diferentes órgãos licenciadores, exclusivamente para fiscalização e aplicação de multas, cujo
produto deverá reverter integralmente para o órgão incumbido da fiscalização direta. (FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
a) Inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, a União deve desempenhar as
ações administrativas até sua criação (FALSO).
b) Inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve
desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até sua criação (VERDADEIRO).
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
Considere que está em processo de licenciamento a construção de uma estrada ligando Manaus a Macapá. Além dos atributos
naturais da área, existem nesta região duas importantes APAs − Área de Proteção Ambiental criadas, uma pelo Estado do
Amazonas e outra pelo Estado do Amapá. É correto afirmar que:
a) a definição da entidade federativa licenciadora dependerá de análise do caso concreto, a partir dos parâmetros
de tipologia criada pelo Poder Executivo Federal.
b) os Estados do Amazonas e do Amapá terão atuação subsidiária no licenciamento, se solicitado pela União
(VERDADEIRO).
c) como haverá corte de vegetação, com supressão de Áreas de Preservação Permanente, a fiscalização da obra
caberá originalmente aos Municípios atingidos.
d) a atuação dos Estados do Amazonas e do Amapá no licenciamento será supletiva, independentemente de
solicitação da União.
e) serão emitidas três licenças, uma pela União, outra pelo Estado do Amapá e outra pelo Estado do Amazonas.
TRF/5R (2013):
O licenciamento ambiental deve ser requerido ao órgão estadual competente e, em caráter supletivo, ao Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (FALSO).

1.3.3. Competência para licenciamento em unidades de conservação

REGRA EXCEÇÃO
A competência seguirá o critério do ente federativo No caso das APAs, a competência seguirá os critérios
instituidor da unidade de conservação (art. 12, caput, previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso
da LC 140/2011). XIV do art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na alínea “a”
do inciso XIV do art. 9º (art. 12, pú, da LC 140/2011).

Lei Complementar nº 140/2011:


União Art. 7º, XIV:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do
Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;
Estados Art. 8º, XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;
Municípios Art. 9º, XIV:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou

MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE


Uma empresa que utiliza recursos ambientais efetivamente poluidores pretende construir um empreendimento em uma
unidade de conservação do tipo área de proteção ambiental, criada por decreto estadual e localizada no mar territorial. Nessa
situação, para o desenvolvimento de suas atividades, a empresa deverá requerer o licenciamento ambiental
A no IBAMA. (VERDADEIRO)
B na Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
C na Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
D no Ministério do Meio Ambiente.
E no Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.
TRF/2R – Juiz de Direito (2016):
a) O licenciamento de atividade desenvolvida em área de proteção ambiental federal é sempre de competência da União.
(FALSO)
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
O licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados em Áreas de Proteção Ambiental deverá ser
conduzido pelo ente federativo que tiver instituído a referida Unidade de Conservação (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014):
Caso os estados do Piauí e do Ceará pretendam construir 250 km de rodovia pavimentada que venha a cortar uma área de
proteção ambiental (APA) instituída pela União e incluída no território de ambos os estados, mas com a maior área localizada no
Piauí, a competência para o licenciamento ambiental será
a) dos dois estados, que deverão atuar de forma conjunta.
b) da União, de acordo com o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação.
c) do estado do Piauí, que contém a maior área ocupada pela APA.
d) da União, uma vez que o empreendimento será localizado em mais de um estado (VERDADEIRO).
e) dos municípios em cujos territórios esteja localizada a APA, uma vez que o licenciamento ambiental de atividades
e empreendimentos potencialmente causadores de danos ambientais está incluído entre as competências
municipais.

1.3.4. Possibilidade de delegação mediante convênio

 Art. 5º da LC 140/2011:

Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei
Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações
administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos
próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem
delegadas.

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


B restou expressamente vedada a delegação de atribuições fixadas pela lei para as diferentes esferas de governo, admitindo-se a
atuação de órgão de outro ente federativo apenas em caráter supletivo para apoio técnico. (FALSO)
ALERJ – Procurador (2017):
Um projeto de lei é apresentado na Câmara de Vereadores do Município XYZ, delegando ao Estado competência para promover
licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município
XYZ, inclusive em áreas de preservação ambiental. É correto afirmar que esse projeto de lei:
a) não é válido, uma vez que a atividade de licenciamento ambiental de competência do Município XYZ somente pode ser
delegada ao Estado mediante convênio; (VERDADEIRO)
b) não é válido, uma vez que o Município XYZ não tem competência para promover licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos localizados em unidades de conservação, mesmo que instituídas pelo próprio Município XYZ e,
consequentemente, não pode delegar tal competência;
c) não é válido, uma vez que o Município XYZ não pode delegar competência para promover licenciamento ambiental, atividade
típica de poder de polícia constitucionalmente atribuída, sob pena de violação ao princípio federativo;
d) é válido, desde que mantida a competência do Município XYZ para promover atos de fiscalização ambiental, bem como haja a
limitação temporal de 2 (dois) anos na delegação de competência ao Estado;
e) é válido, devendo o Município XYZ, porém, oferecer apoio administrativo e financeiro ao Estado, nos termos definidos em
convênio a ser celebrado entre os entes.

1.4. Etapas do procedimento de licenciamento ambiental


1. Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e
estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida.

2. Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos
ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade.

3. Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais
apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias.

4. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma
única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber,
podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido
satisfatórios.

5. Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente.

6. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências


públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não
tenham sido satisfatórios.

7. Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico.

8. Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

TJ/ES (2011):
A Resolução n.º 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente estabeleceu roteiro mínimo a ser observado nos processos
de licenciamento ambiental, composto de oito etapas, entre as quais se inclui a
a) apresentação da proposta de plano de monitoramento ambiental da emissão de efluentes.
b) apresentação da proposta de plano de manejo da área vizinha ao empreendimento.
c) emissão de parecer técnico conclusivo e, conforme o caso, de parecer jurídico (VERDADEIRO).
d) assinatura de termo de ajuste de conduta proposto em audiência pública.
e) redação do termo de referência circunstanciado, acompanhado de laudo pericial, se for o caso.

1.4.1. Há alguma participação da Prefeitura Municipal no procedimento de licenciamento?

 Sim. No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura


Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação
aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o
uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.

PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2018) – CESPE


Foi requerido ao órgão ambiental do estado da Paraíba o licenciamento de um empreendimento de mineração que envolve as
cidades de João Pessoa e de Cabedelo. Na fase dos estudos ambientais, percebeu-se que o plano diretor da cidade de João
Pessoa não permitia a instalação de empreendimentos desse porte para explorar mineração. Diante da importância econômica
do empreendimento para o estado, a Assembleia Legislativa da Paraíba estuda a viabilidade de editar uma lei que autorize a
mineração na área, independentemente do porte do empreendimento. Considerando-se essa situação hipotética, é correto
afirmar que, com a edição da lei estadual, o empreendimento
A poderá tornar-se viável, não havendo impedimentos para a expedição de licença de instalação.
B poderá vir a ser viável, não existindo óbices para a expedição de licença prévia.
C poderá ser viável, não restando empecilhos para a expedição da licença de operação.
D poderá ser inviabilizado, pois somente a edição de uma lei federal que alterasse o plano diretor de João Pessoa superaria a
dificuldade legal.
E poderá permanecer inviável, pois somente a edição de uma lei municipal que alterasse o plano diretor de João Pessoa poderia
superar o óbice. (VERDADEIRO)

1.4.2.O arquivamento do processo de licenciamento impedirá a apresentação de novo requerimento de licença?

 Não.

Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença, que deverá
obedecer aos procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo de análise.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


D O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença, ficando isento
de novo pagamento de custo de análise. (FALSO)

1.5. Princípio do usuário-pagador e compensação ambiental do art. 36 da Lei nº 9.985/2000

 De acordo com o art. 36, o empreendedor de atividades significativo impacto ambiental deverá destinar recursos
financeiros para a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de “Proteção integral” (caput) ou
de “Uso Sustentável” (§3º). Trata-se de uma aplicação do princípio do usuário-pagador.

Importante:
O tema será visto com detalhes posteriormente, dentro do material
sobre Unidades de Conservação.

2. LICENÇAS AMBIENTAIS

2.1. Conceito

 A licença ambiental é:
1. Ato administrativo.
2. Pelo qual o órgão ambiental competente estabelece.
3. As condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas.
4. Pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica.
5. Para localizar, instalar, ampliar e operar.
6. Empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais.
7. Consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
8. Ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

2.2. Natureza jurídica

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO AMBIENTAL


Ato administrativo vinculado Ato administrativo discricionário

REsp 1307317/SC:
As licenças ambientais concedidas por órgão estadual, enquanto atos administrativos,
revestem-se de presunção relativa, ou juris tantum, admitindo prova em contrário
(23/10/2013).

TRF/5R (2013):
As regras relativas à licença estabelecida no âmbito do direito administrativo aplicam-se ao licenciamento ambiental (FALSO).

2.3. Espécies de licenças ambientais

Licença Prévia (LP) Licença de Instalação (LI) Licença de Operação (LO)


Concedida na fase preliminar do
planejamento do
empreendimento ou atividade
 Aprovando sua localização e  Autoriza a instalação do  Autoriza a operação da
concepção, empreendimento ou atividade ou
 Atestando a viabilidade atividade de acordo com as empreendimento,
ambiental e especificações constantes  Após a verificação do efetivo
 Estabelecendo os requisitos dos planos, programas e cumprimento do que consta
básicos e condicionantes a projetos aprovados, das licenças anteriores,
serem atendidos nas  Incluindo as medidas de  Com as medidas de controle
próximas fases de sua controle ambiental e ambiental e condicionantes
implementação. demais condicionantes, da determinados para a
qual constituem motivo operação.
determinante.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente previu, dentre seus instrumentos, o licenciamento ambiental, que se fundamenta
na primazia do interesse público sobre o interesse particular. No transcurso do procedimento serão concedidas licenças, como:
A Licença prévia (LP) – será concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua
localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental; o prazo de validade não poderá ser superior a 2 (dois) anos.
B Licença de instalação (LI) – autoriza a instalação e operação de algumas atividades do empreendimento, de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e demais
condicionantes; o prazo de validade não poderá ser superior a 5 (cinco) anos.
C Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento
do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação; o
prazo de validade será renovado a cada 4 (quatro) anos.
D Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes
dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual
constituem motivo determinante; o prazo de validade deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. (VERDADEIRO)
E Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua
localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem
atendidos nas próximas fases de sua implementação, no prazo de validade não superior a 4 (quatro) anos.
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento, a licença de instalação atesta a viabilidade ambiental e
estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de implementação do projeto. (FALSO)
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
Existindo licença de construir concedida pelo Município, não há que se cogitar de limitações ambientais ao direito de construir
em área urbana (FALSO).
TJ/RR – Juiz (2015):
A licença prévia,
a) autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual
constituem motivo determinante.
b) autoriza a operação da atividade ou empreendimento com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinadas para a operação.
c) autoriza a instalação do empreendimento ou atividade e a respectiva operação.
d) é concedida na fase de planejamento do empreendimento ou atividade, restringindo-se a aprovar a respectiva
localização.
e) é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e
concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem
atendidos nas próximas fases de sua implementação (VERDADEIRO).
TJ/MA (2013):
Autores populares requereram a anulação de licenças concedidas por ente público estadual para a construção de aterro
sanitário em certa área de proteção ambiental (APA). Alegando risco de o chorume produzido pelo aterro atingir manancial
subterrâneo, formularam pedido liminar para a suspensão das obras de engenharia já iniciadas e, como provimento final, a
recomposição da área ao status quo ante.Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) O risco ambiental alegado pelos autores relaciona-se diretamente à licença de operação, ao passo que o pedido
de liminar está relacionado ao objeto da licença de instalação (VERDADEIRO).
b) As firmas de engenharia encarregadas da obra são ilegítimas para figurar no polo passivo da ação popular,
destinada à anulação de atos administrativos, emanados de entes públicos.
c) Como o licenciamento ambiental está sendo conduzido por ente público estadual, depreende-se que a APA foi
instituída pelo estado.
d) Como as águas subterrâneas são bens da União, é imprescindível a intimação desta para manifestar eventual
interesse no feito; em caso de resposta positiva, a competência será da justiça federal.

OBS.:
1) As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e
fase do empreendimento ou atividade.

2) Caso a atividade não traga considerável impacto ambiental, poder-se-á dispensar o procedimento trifásico (LP, LI e LO)
e adotar licenciamento unifásico.

2.3.1. Existe algum caso específico em que é dispensada a licença de instalação?

 Sim. O processo de licenciamento ambiental para uso sustentável da unidade de manejo compreende a licença prévia e
a licença de operação, não se lhe aplicando a exigência de licença de instalação (art. 18, § 6º, da Lei nº 11.284/2006).

PGE/PI – Procurador do Estado (2014):


Nos casos de licenciamento para uso sustentável de unidade de manejo não é exigida a licença de instalação (VERDADEIRO).

2.4. Prazos

2.4.1. Prazo de análise para a concessão das licenças ambientais

 O órgão ambiental competente poderá estabelecer:


1. Prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades
da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares,
2. Desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até
seu deferimento ou indeferimento,
3. Ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12
(doze) meses

Prazos máximos de análise:


Regra Exceção
No máximo 12 meses, se
houver:
No máximo 6 meses
 EIA/RIMA e (ou)
 Audiência pública.

OBS.:
1) O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a
prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva, assim considerada a ação do ente
da federação que se substitui ao ente federativo originalmente detentor das atribuições.

Decurso dos prazos de licenciamento:


1. Não implica emissão tácita do licenciamento
2. Não autoriza a prática de ato que dependa ou decorra do licenciamento
3. Instaura a competência supletiva.

PGE/SE – Procurador do Estado (2017) – CESPE:


Caio deseja iniciar uma criação de pacas (Cuniculus paca), com um plantel de quatro animais, para o fornecimento de carnes a
um mercado consumidor desejoso de novidades. Para tanto, Caio apresentou ao órgão ambiental competente um pedido de
licenciamento ambiental. Nesse caso, Caio poderá iniciar a atividade
a) automaticamente após apresentar aos órgãos responsáveis o estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto
ambiental.
b) imediatamente após a concessão do licenciamento ambiental por ele requerido. (VERDADEIRO)
c) imediatamente após protocolar o pedido de licenciamento ambiental no órgão competente.
d) automaticamente, após o prazo de cento e vinte dias, caso o órgão ambiental se mantenha omisso na apreciação do pedido
apresentado por ele.
e) imediatamente após protocolar novo pedido, a outro órgão ambiental, caso ocorra demora na análise do pedido apresentado
originalmente.
TRF/5R (2013):
O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, implica autorização para a obra ou atividade,
vigendo até que o órgão licenciador emita decisão definitiva sobre o caso (FALSO).

2) As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade devem ser comunicadas pela
autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos. As
exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela autoridade licenciadora
suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo empreendedor.

Importante:
O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente,
dentro do prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar do
recebimento da respectiva notificação. Esse prazo poderá ser
prorrogado, desde que justificado e com a concordância do
empreendedor e do órgão ambiental competente.

TRF/3R (2011):
No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao EIA, verificada a necessidade de complementação dos esclarecimentos
prestados, o órgão ambiental competente poderá, de modo unilateral, independentemente da participação do empreendedor,
exigir providências suplementares, cujo descumprimento implica o indeferimento sumário do pedido de licença (FALSO).

2.4.2. Prazos de validade das licenças ambientais

Licença Prévia (LP) Licença de Instalação (LI) Licença de Operação (LO)


O prazo de validade da Licença O prazo de validade da Licença O prazo de validade da Licença
Prévia (LP) deverá ser, no de Instalação (LI) deverá ser, no de Operação (LO) deverá
mínimo, o estabelecido pelo mínimo, o estabelecido pelo considerar os planos de controle
cronograma de elaboração dos cronograma de instalação do ambiental e será de, no mínimo,
planos, programas e projetos empreendimento ou atividade, 4 anos e, no máximo, 10 anos.
relativos ao empreendimento ou não podendo ser superior a 6
atividade, não podendo ser anos.
superior a 5 anos.
A Licença Prévia (LP) poderá ter A Licença de Instalação (LI) O órgão ambiental competente
os prazos de validade poderá ter os prazos de validade poderá estabelecer prazos de
prorrogados, desde que não prorrogados, desde que não validade específicos para a
ultrapassem os prazos máximos ultrapassem os prazos máximos Licença de Operação (LO) de
indicados acima indicados acima empreendimentos ou atividades
que, por sua natureza e
peculiaridades, estejam sujeitos a
encerramento ou modificação
em prazos inferiores.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


A O prazo de validade da Licença Prévia (LP) não pode ser superior a 3 (três) anos. (FALSO)
E O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento
ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.(FALSO)
TJ/RJ – Juiz de Direito (2016) – VUNESP:
A licença de operação (LO) autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do
que consta das licenças Prévia e de Instalação. A decisão será motivada sem prazo mínimo e máximo de vigência (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014):
A licença ambiental é conferida por prazo determinado ou indeterminado, submetendo-se, no primeiro caso, à possibilidade de
renovação (FALSO).

OBS.: Sobre a renovação da Licença de Operação (LO), ficar atento para os seguintes detalhes:

Renovação da Licença de Operação (LO):


1. Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão
ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu
prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou
empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos acima.
2. A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser
requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade,
fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação
definitiva do órgão ambiental competente.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


B A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência
mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença. (VERDADEIRO)
2.5. Modificação, suspensão e cancelamento da licença ambiental

 As hipóteses de modificação, suspensão e cancelamento da licença ambiental estão fixadas no art. 19 da Resolução
CONAMA 237/97:

Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de
controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:


Expedida a Licença de Operação, o órgão ambiental
a) poderá suspendê-la somente quando houver violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas
legais.
b) não poderá alterá-la.
c) poderá modificar suas condicionantes, desde que ocorra alguma das situações previstas em Resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) (VERDADEIRO).
d) não poderá cancelá-la.
e) poderá acrescer mais cinco anos a seu prazo de validade, passando a valer por quinze anos, desde que ocorra
algumas das situações previstas em Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
AGU – Advogado da União (2015):
A emissão de licença de operação para o funcionamento do empreendimento construído irregularmente e que se encontra
consolidado será inexigível caso a reparação civil dos danos ambientais causados seja cumprida integralmente (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014):
Um empreendedor, de posse da licença ambiental prévia, mas antes de obter a licença de instalação, deu início à implantação de
uma indústria de produtos químicos. Após a implantação do complexo industrial, sobreveio lei, baseada em estudos ambientais
que indicaram grave risco de contaminação do sistema hídrico da região, que alterou o zoneamento ambiental da área e proibiu
qualquer atividade industrial no local. Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A licença prévia poderá ser revogada por motivo de interesse público e, nesse caso, o empreendedor deverá ser
ressarcido pelo Estado dos gastos com as obras de implantação do complexo industrial.
b) A licença prévia não poderá ser revogada antes do término do prazo de sua validade, ainda que se comprove o
interesse público relevante.
c) O Estado deverá revogar a licença prévia, caso contrário, responderá solidariamente pelo dano ambiental causado
(VERDADEIRO).
d) A lei nova não poderia alterar o zoneamento ambiental da área, uma vez que vige, no direito ambiental, o
princípio de vedação ao retrocesso.
e) O empreendedor tem o direito adquirido de manter a sua indústria no local, uma vez que a implantação do
complexo industrial já foi concluída.
PGE/PI – Procurador do Estado (2014):
a) A licença ambiental possui natureza jurídica de licença, de forma que, depois de concedida, não pode ser revista pela
administração (FALSO).
b) A licença ambiental possui natureza jurídica de autorização, de sorte que a edição de lei nova incide automaticamente
nas licenças já expedidas, modificando as condicionantes dessas licenças, para adequá-las aos novos padrões ambientais
(FALSO).
TRF/5R (2013):
Depois de concedida a licença, esta só pode ser revista pelo poder público se identificada irregularidade no procedimento que a
antecedeu (FALSO).
ESTUDOS AMBIENTAIS

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1.CONCEITO

 Os estudos ambientais são:


1. Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais
2. Relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento.
3. Apresentado como subsídio para a análise da licença requerida.

 O RIMA é:
1. O documento que conterá as conclusões do EIA.
2. Devendo ser apresentado em linguagem objetiva e adequada à sua compreensão pela população.
3. Inclusive podendo ter ilustrações.
4. Sendo de acessibilidade pública, ressalvado o sigilo industrial.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


Como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental
E se insere como ferramenta do licenciamento ambiental e as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental darão origem ao
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que deverá ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão.
(VERDADEIRO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
O estudo prévio de impacto ambiental
E é exclusivo e dispensa o relatório de impacto ao meio ambiente. (FALSO)
PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP
C o RIMA consiste no estudo de impacto prévio ambiental elaborado e custeado pelo empreendedor e que envolve atividades
técnicas. (FALSO)
TJ/PB (2011):
Como parte integrante do EIA, o RIMA deve ser amplamente divulgado e colocado à disposição da população, vedada qualquer
imposição de sigilo ao documento (FALSO).

2. ESPÉCIES

 Estudo do impacto ambiental/Relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA).


 Relatório ambiental.
 Plano e projeto de controle ambiental.
 Relatório ambiental preliminar.
 Diagnóstico ambiental.
 Plano de manejo.
 Plano de recuperação de área degradada.
 Análise preliminar de risco.

3. EIA/RIMA

3.1. Previsão na Constituição

 Art. 225, §1º, IV:

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE


O estudo prévio de impacto ambiental
A é previsto expressamente na Constituição Federal de 1988. (VERDADEIRO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
D é dever do Poder Público exigir, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, cabendo ao órgão ambiental responsável pela análise a guarda dos
documentos, a fim de que seja preservado o sigilo das informações. (FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
O artigo 225 da Constituição Federal impõe ao Poder Público diversas incumbências destinadas a assegurar a efetividade do
direito de todos a um meio ambiente sadio. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
B exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. (VERDADEIRO)
DPE/ES – Defensor Público (2016) - FCC
(E) incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, dispensando-se a publicidade a critério do
órgão ambiental competente. (FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
É dever do órgão ambiental licenciador exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (VERDADEIRO).
3.2. Características gerais

 Caráter público.
 Não pode ser objeto de reforma judicial.
 Exigido no meio rural e urbano.
 A exigência do EIA deriva do poder vinculado.
 O Poder Público também está submetido ao EIA.
 O órgão ambiental não está vinculado às conclusões do EIA.

PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP


B o EIA tem caráter vinculante, eis que representa um parecer técnico essencial para a concessão da licença ambiental. (FALSO)

3.2.1. Uma lei estadual (ou municipal) pode dispensar o estudo prévio de impacto ambiental?

 Não (RE 739998 AgR/RN).

PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):


Uma lei municipal poderá dispensar a exigência de EIA/RIMA nas hipóteses em que a área a ser objeto do empreendimento
contar com regime urbanístico diferenciado, após a oitiva do Conselho do Plano Diretor (FALSO).

3.3. Natureza prévia

REGRA EXCEÇÃO
O EIA deve ser apresentado antes da concessão da Após a concessão de licença, nada impede que o órgão
licença prévia. Não deve ser admitido estudo ambiental competente exija um novo estudo de
“póstumo” de impacto ambiental. impacto ambiental, diante de uma nova situação
preocupante com relação a impactos ao meio
ambiente.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


Como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental
B é um instrumento da PNMA que atende, de forma exemplar, o princípio da prevenção, devendo ser realizado antes da
concessão de licenças ambientais, o que impede, após a concessão de licença, que seja exigido pelo órgão ambiental
competente um estudo de impacto ambiental, diante de uma nova situação preocupante com relação a impactos ao meio
ambiente. (FALSO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
O estudo prévio de impacto ambiental
C deve ser apresentado somente depois de concedida a licença de instalação. (FALSO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
C O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) não podem ser exigidos na fase de
licenciamento ambiental, uma vez que ainda não é possível dimensionar o aspecto danoso da atividade a ser desenvolvida.
(FALSO)
TRF/5R (2013):
A elaboração de estudo prévio de impacto ambiental, expressamente exigida na CF,
a) pode ser substituída pela realização de relatório de viabilidade ambiental.
b) pode ser dispensada mediante disposição expressa em Constituição estadual.
c) deve anteceder, necessariamente, a implantação da obra ou a realização da atividade (VERDADEIRO).
d) deve ser feita concomitantemente à implantação da obra ou à realização da atividade.
e) pode ser dispensada mediante disposição expressa em lei federal.

3.4. Degradação ambiental significativa

 O EIA só será exigível se for significativa (efetiva ou potencialmente) a degradação ambiental esperada.
 A Resolução CONAMA 237 presume a existência de significativa degradação ambiental (rol exemplificativo).

Importante:
Prevalece no âmbito doutrinário que essa presunção de significativa
degradação ambiental é absoluta (Paulo Affonso Leme Machado).

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


Como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental
C é exigido, na forma da lei, para instalação de obra ou qualquer atividade potencialmente causadora de qualquer tipo de
degradação do meio ambiente, a que se dará a devida publicidade. (FALSO)
PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE
O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental são documentos ambientais obrigatórios para a realização do
procedimento administrativo de licenciamento ambiental. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
A Apenas empreendimentos com área superior a cinquenta hectares estão obrigados a apresentar estudo prévio de impacto
ambiental e relatório de impacto ambiental. (FALSO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
O estudo prévio de impacto ambiental
B é exigível em todos os procedimentos de licenciamento ambiental. (FALSO)
DPE/PA – Defensor Público (2015):
Para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao Poder Público exigir, para
instalação de todas as obras ou atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental, estudo prévio de impacto
ambiental, ao qual se dará publicidade (FALSO).
AL-GO – Procurador (2015):
A licença ambiental é exigência prévia para a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, desde que potencialmente causadores de significativa degradação do meio
ambiente (FALSO).
TJ/PE – Juiz de Direito (2015) - FCC:
Analisando o pedido de licenciamento ambiental de um empreendimento imobiliário, o órgão ambiental competente exigiu um
estudo ambiental simplificado (EAS) por não haver potencial de significativa degradação do meio ambiente. Tal exigência é
a) legal, uma vez que todo o licenciamento ambiental de empreendimento imobiliário é conduzido por meio de um
estudo ambiental simplificado.
b) ilegal, pois o estudo ambiental simplificado não pode ser exigido pelo órgão ambiental no licenciamento.
c) ilegal, uma vez que o estudo de impacto ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA) é exigido pelo ordenamento
jurídico para a construção de qualquer empreendimento imobiliário.
d) ilegal, pois todas as atividades que gerem qualquer impacto negativo ao meio ambiente devem ter o respectivo
licenciamento ambiental conduzido a partir de um estudo de impacto ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA).
e) legal, diante da ausência de potencial para significativa degradação do meio ambiente (VERDADEIRO).
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
Não é permitido ao órgão ambiental licenciar empreendimento cujo estudo de impacto ambiental comprove que a atividade
causará significativa degradação do meio ambiente (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014):
Embora o EIA seja obrigatório em todos os processos de licenciamento, o RIMA poderá ser dispensado quando o órgão
ambiental competente verificar que a atividade não causará impactos significativos ao ambiente (FALSO).
TRF/2R – Juiz Federal (2013):
A resolução do CONAMA que regulamenta a realização de EIA enumera exaustivamente as atividades obrigatoriamente sujeitas
a esse tipo de estudo (FALSO).
TRF/3R- Juiz Federal (2011):
O elenco de atividades que dependem do EIA e respectivo RIMA consta exemplificativamente da lei, podendo o órgão ambiental
competente, a seu critério, exigir a apresentação do EIA/RIMA em outras hipóteses que julgar relevantes (FALSO).
AGU – Procurador Federal (2010):
Os estudos de impacto ambiental são exigidos, na forma da lei, nos casos de significativa degradação ambiental (VERDADEIRO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) – CESPE:
O licenciamento ambiental é exigido tanto para atividades efetivamente poluidoras como para aquelas que apenas
potencialmente o são, sendo a realização de estado de impacto ambiental (EIA/RIMA) uma de suas etapas obrigatórias (FALSO).

3.5. Diretrizes gerais

1. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não
execução do projeto.

2. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da
atividade.

3. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.

4. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua
compatibilidade.

Importante:
Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA
deverão compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas
de planejamento e implantação das atividades modificadoras do meio
Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes estabelecidos por esta
Resolução e tendo por base a natureza o porte e as peculiaridades de
cada atividade.

3.6. Conteúdo mínimo

1. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto,
considerando: a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; b) o
meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) o
meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local,
os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

TRF/3R (2011):
No EIA, deve ser desenvolvido diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, considerados o meio físico, o biológico e
os ecossistemas naturais, sendo de responsabilidade do RIMA a análise do meio socioeconômico e das relações de dependência
entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos (FALSO).

2. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau
de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
3. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de
tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.

4. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os


fatores e parâmetros a serem considerados.

3.7. Elaboração do EIA/RIMA

Quem elabora? Equipe técnica multidisciplinar


Quem arca com os custos de confecção? Proponente
Responsabilidade? A equipe técnica pode ser responsabilizada solidariamente.

Importante:
Hoje não vigora mais a vedação de dependência direta ou indireta da
equipe multidisciplinar ao proponente, ante a revogação do art. 7º da
Resolução CONAMA 01/1986, o que se afigura um retrocesso
lamentável, pois certamente profissionais que mantenham vinculo
empregatícios (que pressupõe subordinação) com o empreendedor
não terão a devida independência funcional.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


Como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental
D será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que
será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Um empreendedor pretende desenvolver atividade que utiliza recursos ambientais e é potencialmente poluidora. Nesse caso, o
órgão de meio ambiente municipal detém a competência para o controle ambiental. Nessa situação,
a) cabem ao órgão ambiental municipal os estudos ambientais prévios necessários para a emissão de licença ambiental. (FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
) Os responsáveis pela elaboração e pela aprovação do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental são, respectivamente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (FALSO).
TJ/PB (2011):
a) O empreendedor e os profissionais que subscrevam os estudos necessários ao processo de licenciamento ambiental
serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais em caso de
estudos que apresentem dados falsos ou incorretos (VERDADEIRO).
b) O EIA deve ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada e não dependente direta ou indiretamente do proponente
do projeto, a qual assumirá a responsabilidade técnica pelos resultados apresentados (FALSO).
TRF/3R (2011):
Pertence ao empreendedor que pretenda a liberação ambiental de seus projetos o dever de pagar as custas do EIA, sujeitando-
se, ele e os profissionais que subscrevam os estudos, à responsabilidade nas instâncias administrativa, civil e penal pelas
informações apresentadas (VERDADEIRO).

3.8. Audiência pública

 Quando será realizada audiência pública o EIA/RIMA?


1. A critério do órgão licenciador.
2. Quando solicitado por:
a) entidade civil
b) pelo MP ou
c) por, no mínimo, 50 cidadãos.

MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE


O estudo prévio de impacto ambiental
D deve ser dispensado sempre que ocorrer uma audiência pública sobre o empreendimento. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
Como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental
A deve atender ao princípio da publicidade e da informação, garantindo a realização de audiências públicas, que serão realizadas
sempre que o órgão licenciador julgar necessário, ou quando solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por, no
mínimo, 100 pessoas. (FALSO)
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
A realização de audiência pública durante o procedimento de licenciamento ambiental é obrigatória caso haja solicitação de
cinquenta ou mais cidadãos (VERDADEIRO).
TRF/2R - Juiz (2013):
A CF prestigia os princípios da informação e participação ao determinar expressamente a realização de audiências públicas para
dar publicidade aos estudos prévios de impacto ambiental (FALSO).
TJ/PB (2011):
Ao determinar a execução do EIA, o órgão estadual competente ou o IBAMA deverão obrigatoriamente convocar, de ofício,
audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais (FALSO).
TRF/3R (2011):
A audiência pública não é etapa que deva preceder obrigatoriamente a realização do EIA, sendo necessária apenas quando
solicitada pelo órgão ambiental responsável pela concessão do licenciamento, o único que dispõe de legitimidade para requerê-
la (FALSO).

OBS.:
1) De acordo com a complexidade do empreendimento e de questões geográficas, é possível a realização de mais de uma
audiência pública sobre o mesmo projeto, a critério do órgão licenciador.
2) Caso não ocorra a audiência pública nas hipóteses acima, a eventual licença concedida será inválida, sendo condição
indispensável de validade da licença ambiental, quando obrigatória.

3) As observações e críticas colhidas no âmbito da audiência pública não vincularão a decisão do órgão ambiental
licenciador no deferimento ou não da licença ambiental.

TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:


Os apontamentos levantados em audiência pública
a) não vinculam o órgão licenciador, que tem o dever, por outro lado, de justificar tecnicamente o não acolhimento das
sugestões. (VERDADEIRO)
b) vinculam o órgão licenciador, que tem o dever, portanto, de acolher as sugestões.
c) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem maioria simples.
d) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem maioria absoluta.
e) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem quórum de 2/3.

3.9. Informações importantes

1. Dispositivo de constituição estadual que submeta o RIMA ao crivo da Assembleia Legislativa viola o Princípio da
Separação dos Poderes (ADI 1505).

2. Não é possível que uma constituição estadual crie exceção à obrigatoriedade do EIA/RIMA (ADI 1086).
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. INTRODUÇÃO

1. Em caso de dano ao meio ambiente, há possibilidade de responsabilidade simultânea nas esferas civil, penal e
administrativa, em relação a um mesmo evento danoso (princípio da independência das instâncias).

DPE/ES – Defensor Público (2016) - FCC


(D) é reconhecida expressamente a tríplice responsabilidade (civil, administrativa e penal) do poluidor pelo dano ambiental.
(VERDADEIRO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
A cláusula contida no § 3º do artigo 225 da Constituição Federal consagra o regime da tríplice responsabilização do poluidor,
deixando patente o amplo feixe de imputações a que se sujeita o causador do agravo ambiental (VERDADEIRO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2013):
De acordo com o princípio do poluidor-pagador, é correto afirmar:
a) O poluidor que indeniza as vítimas do dano causado se exime de responsabilidade nas esferas administrativa e
civil (FALSO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
Não há intercomunicação entre as esferas criminal, administrativa e cível para fins de responsabilização por danos ambientais
(FALSO).
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
a) A responsabilidade penal das pessoas jurídicas, embora prevista na Lei n. 9.605/98, não encontra respaldo na
Constituição Federal de 1988 (FALSO).
b) Em caso de infração às normas ambientais, a Constituição Federal assegura a possibilidade de tripla responsabilização:
penal, civil e administrativa (VERDADEIRO).

2. Deve-se priorizar a inibição do dano ambiental, mediante as tutelas de prevenção, haja vista normalmente não ser
possível se restaurar in natura o estado anterior do bem ambiental degradado.

REsp 1115555/MG:
O direito ambiental atua de forma a considerar, em primeiro plano, a prevenção,
seguida da recuperação e, por fim, o ressarcimento (23/02/2011).

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


II. A reparação do dano ambiental deve ocorrer, preferencialmente, de forma indireta, com o pagamento de indenização e
aplicação de sanções pecuniárias de cunho inibitório. (FALSO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2018)
No âmbito do Direito Ambiental, é correto afirmar que:
E a estabilidade das relações sociais não autoriza o retomo da situação fática ao status quo ante, em havendo construções em
área de preservação permanente. (FALSO)
PGE/PA – Procurador do Estado (2012):
O direito ambiental atua de forma a considerar, no mesmo plano, a prevenção, a recuperação e o ressarcimento (FALSO).

2. PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO

1. Art. 225, §2º, da CF:

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

2. Art. 225, §3º, da CF:

Art. 225, § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


A Cabe ao Poder Público o controle e a fiscalização da atividade mineradora, especialmente sobre a poluição causada, havendo
discricionariedade quanto à aplicação de penalidades administrativas e penais, quando houver a integral reparação do dano pelo
poluidor. (FALSO)

3. Art. 21, XXIII, “d”, da CF:

Art. 21, XXIII, “d” A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

TJ/MA – Juiz de Direito (2013) - CESPE:


A responsabilidade civil objetiva por danos ambientais está consagrada genericamente na legislação ambiental esparsa e, em
relação aos danos nucleares, é objeto de expressa disposição constitucional (VERDADEIRO).

4. Art. 4º, VII, da Lei nº 6.938/81:


Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

5. Art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/81:

Art. 14, § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos
causados ao meio ambiente.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


D A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente obriga a reparação dos danos causados pelo poluidor à fauna, à flora e ao meio
ambiente, devendo ser demonstrada a culpa em sua conduta, exceto em caso de prejuízo causado pela atividade
nuclear.(FALSO)
TRF/1R – Juiz Federal (2011) - CESPE:
Ao impor a obrigação de reparação ao poluidor, o legislador sugere a demonstração da culpa em razão de as atividades
poluidoras causarem danos ao meio ambiente ou a terceiros (FALSO).

3. FUNDAMENTO

 Princípio do poluidor-pagador.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


A o princípio de direito ambiental que determina o dever da empresa de transporte de arcar com as consequências econômicas
da atividade descrita é o princípio do usuário pagador. (FALSO)
TJ/MG – Juiz de Direito (2014):
O princípio da reparação tem por fundamento a responsabilidade subjetiva do agente. Logo, se afastada a ilicitude
administrativa de um ato lesivo ao meio ambiente, não haverá a correspondente responsabilidade civil pelos danos causados
(FALSO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
O princípio do poluidor-pagador determina a incidência do regime jurídico da responsabilidade civil objetiva por danos
ambientais (VERDADEIRO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2013):
De acordo com o princípio do poluidor-pagador, é correto afirmar:
a) Assegura o direito à indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012) - CESPE:
Em decorrência do princípio do poluidor-pagador, segundo a lei que dispõe acerca da PNMA, aquele que agrida o ambiente deve
ser responsabilizado pelo prejuízo causado a este e a terceiros, na medida de sua culpa e participação no dano (FALSO).
TJ/PB – Juiz de Direito (2011) - CESPE:
Na órbita repressiva do princípio do poluidor-pagador, incide a responsabilidade subjetiva caso a sanção resultante da poluição
tenha caráter civil, penal ou administrativo (FALSO).

4. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

 É competência concorrente entre a União, os estados e o DF legislar sobre responsabilidade por dano ao meio
ambiente (art. 24, VIII, CF), inclusive os municípios, que poderão legislar sobre o tema de acordo com o interesse local,
bem como suplementar a legislação federal e estadual no que couber (art. 30, I e II, CF).

5. TEORIA ADOTADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

5.1. Noções gerais

 Responsabilidade objetiva.
o Não é necessária a prova da culpa ou do dolo.
 Risco integral.
o Não admite a existência de excludentes do nexo causal.

AgRg no AREsp 533786/RJ:


Tratando-se de ação indenizatória por dano ambiental, a responsabilidade pelos danos
causados é objetiva, pois fundada na teoria do risco integral (29/09/2015).

TJ/BA – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar acidentalmente parte de seu insumo em um
rio, o que causou a morte de 5 t de peixes. Nessa situação hipotética, relativamente à responsabilidade civil ambiental, a
empresa
B não responderá pelo dano, visto que não houve dolo na morte dos peixes. (FALSO)
C responderá pelo dano, uma vez que a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco administrativo,
não sendo admitida a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano. (FALSO)
D responderá pelo dano, porque a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco integral.
(VERDADEIRO)
E responderá pelo dano, pois a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco administrativo,
admitindo-se, ainda, a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
E a responsabilidade civil ambiental é subjetiva, integral e solidária, pois todos aqueles que concorrem para o dano, de forma
direta ou indireta, são responsáveis pela reparação. (FALSO)
TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC
I. A responsabilidade civil em caso de dano ambiental causado em decorrência do exercício de atividade com potencial de
degradação ambiental é de natureza objetiva e independe, portanto, de comprovação de dolo ou culpa. (VERDADEIRO)
PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC
B para exonerar-se da responsabilidade de arcar com os danos ambientais, o poluidor poderá alegar em sua defesa que o
acidente ocorreu por fato de terceiro, o que exclui o dever de indenizar. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
A a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo possível seu
afastamento em razão de excludentes de responsabilidade civil. (FALSO)
C a responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva, fundada na teoria do risco administrativo, com a possibilidade da sua
descaracterização quando houver excludente de responsabilidade civil. (FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
Sobre a responsabilidade civil ambiental, tem-se que:
B o poluidor é obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente, dependendo da ocorrência de
comprovação da conduta culposa. (FALSO)
D o caso fortuito e a força maior são fatos que excluem a responsabilidade do autor de um dano ambiental, devendo a análise
ser feita à luz do ordenamento jurídico civil. (FALSO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
De acordo com o STJ, a responsabilidade por dano ambiental é objetiva e regida pela teoria do risco integral. (VERDADEIRO)
MPE/MG – Juiz de Direito (2017):
a) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator
aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (VERDADEIRO)
b) A alegação de culpa exclusiva de terceiro pelo acidente, como excludente de responsabilidade, deve ser afastada, ante a
incidência da teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva ínsita ao dano ambiental, responsabilizando-se o degradador
em decorrência do princípio do poluidor-pagador. (VERDADEIRO)
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
A responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva (VERDADEIRO).
TJ/DF – Juiz de Direito (2015) - CESPE:
Antônio depositou, a céu aberto, resíduos tóxicos em terreno de sua propriedade. Embora a área fosse cercada e houvesse
placas de sinalização informando a presença de material tóxico, o acesso ao terreno era fácil, consentido e costumeiro. Joaquim,
um morador que não conhecia bem a vizinhança, passou pelo local e sofreu, por conduta não dolosa, graves queimaduras
decorrentes do contato com os resíduos tóxicos, pois, ao ver esse material, ficou curioso, se aproximou e o tocou. Acerca dessa
situação hipotética, assinale a opção correta à luz do entendimento do STJ.
a) Aplica-se ao caso a teoria do risco integral, de modo que Antônio deverá responder pelos danos sofridos por
Joaquim, a menos que fique comprovada a culpa exclusiva da vítima ou a ocorrência de caso fortuito ou força
maior.
b) Não é aplicável ao caso a teoria do risco integral, uma vez que Joaquim era um estranho que não tinha qualquer
relação jurídico-contratual com Antônio, a lesão foi cometida a indivíduo e não ao meio ambiente e foram
colocadas placas de sinalização indicando a presença de material tóxico.
c) Caso Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade estatal e não como particular, sua
provável responsabilidade obedeceria ao regime do risco administrativo.
d) A conduta de Antônio enquadra-se no conceito de dano ambiental e a ela devem ser aplicados o princípio do
poluidor-pagador e a responsabilidade objetiva por risco integral (VERDADEIRO).
e) Se Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade estatal, sua responsabilidade seria
de natureza subjetiva, sendo necessário provar culpa lato sensu para que o Estado respondesse por condutas
omissivas causadoras de dano ao meio ambiente.
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
Embora no âmbito da responsabilidade administrativa seja dispensável a apuração da culpa na infração ambiental, à
responsabilidade civil decorrente de danos ambientais aplica-se, como regra, a denominada teoria subjetivista (FALSO).
TJ/AL – Juiz de Direito (2015) - FCC:
A responsabilidade civil pelo dano ambiental é
a) subjetiva para pessoa física e objetiva para pessoa jurídica.
b) subjetiva, devendo haver comprovação de dolo ou culpa.
c) objetiva, bastando a comprovação de ação ou omissão, resultado e nexo de causalidade (VERDADEIRO).
d) subjetiva, devendo haver comprovação apenas do dolo.
e) mista, a depender da espécie de lesão causada ao meio ambiente.
MPE/SC – Promotor de Justiça (2014):
Para a responsabilização civil em caso de dano ambiental, é dispensável a comprovação da existência de dolo, sendo necessária,
no entanto, a demonstração da culpa, em qualquer uma de suas três modalidades (FALSO).
TJ/DF – Juiz de Direito (2014) - CESPE:
A responsabilidade civil por dano ambiental no Brasil é objetiva, não se admitindo, consoante a jurisprudência ao STJ, a aplicação
da teoria do risco integral, sendo, portanto, aceitáveis, nesse tipo de dano, algumas excludentes de responsabilidade (FALSO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013) - CESPE:
A força maior e o caso fortuito, excludentes de responsabilidade ligadas, respectivamente, à força da natureza e obra do acaso,
afastam a obrigação de reparar os danos ambientais (FALSO).
DPE/MA – Defensor Público (2011) – CESPE:
Além da comprovação do nexo causal, deve-se, para fins de reparação do dano ambiental, aferir se o poluidor agiu com dolo ou
culpa (FALSO).

5.2. Requisitos

 Conduta.
 Dano.
 Nexo causal.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


B Pela teoria do risco integral é suficiente a demonstração do nexo causal e do dano para que exista o dever de repará-lo, exceto
em caso de ações de particulares praticadas de forma clandestina. (FALSO)

5.3. Questionamentos importantes

5.3.1. A responsabilidade civil ambiental por ofensa a direitos individuais é objetiva fundada no risco integral?

 Sim.

REsp 1373788/SP:
A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente
propriamente dito (dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais (dano
ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria do risco integral, em face do disposto
no art. 14, § 10º, da Lei n. 6.938/81. Irrelevância da eventual culpa exclusiva ou
concorrente da vítima (20/05/2014).
REsp 1175907/MG
É jurisprudência pacífica desta Corte o entendimento de que um mesmo dano
ambiental pode atingir tanto a esfera moral individual como a esfera coletiva,
acarretando a responsabilização do poluidor em ambas, até porque a reparação
ambiental deve ser feita da forma mais completa possível

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


III. O dano ambiental é de caráter coletivo ou difuso, podendo, contudo, impactar também direitos individuais, materializando-se
assim o denominado efeito ricochete na forma de dano reflexo. (VERDADEIRO)

5.3.2. A responsabilidade civil objetiva por dano ambiental exclui a necessidade comprovação da efetiva ocorrência de dano e
do nexo de causalidade com a conduta do agente?

 Não.

REsp 1378705/SC:
A responsabilidade civil objetiva por dano ambiental não exclui a comprovação da
efetiva ocorrência de dano e do nexo de causalidade com a conduta do agente, pois
estes são elementos essenciais ao reconhecimento do direito de reparação
(14/10/2013).

TJ/PR – Juiz de Direito (2014):


Nos termos do art. 927, § único do Código Civil, quando a atividade normalmente desenvolvida implicar em risco, a
responsabilidade pelo dano ambiental não exige prova da culpa e do nexo de causalidade (FALSO).

5.3.3. Existe algum caso específico que o STJ dispensa a comprovação do nexo de causalidade?

 Sim. O STJ já dispensou a necessidade de prova do nexo causal, no caso específico de responsabilidade no novo
adquirente de imóvel já danificado (natureza propter rem), ainda que tenha adquirido com boa-fé.
 A obrigação de reparação ambiental é propter rem, podendo, assim, ser exigível do atual proprietário independente de
qualquer indagação acerca da boa-fé do adquirente ou de nexo causal (INF 430 STJ).

AgRg no REsp 1367968/SP:


A jurisprudência desta Corte está firmada no sentido de que os deveres associados às
APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem, isto é, aderem ao título
de domínio ou posse, independente do fato de ter sido ou não o proprietário o autor da
degradação ambiental. Casos em que não há falar em culpa ou nexo causal como
determinantes do dever de recuperar a área de preservação permanente. Assim, a
obrigação de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal nas propriedades
rurais configura dever jurídico (obrigação ex lege) que se transfere automaticamente
com a mudança do domínio, podendo, em consequência, ser imediatamente exigível do
proprietário atual (12/03/2014).
REsp 1186130/RJ:
A obrigação de recuperar a degradação ambiental praticada por terceiro ou anterior
titular do domínio abrange aquele que é titular da propriedade do imóvel, mesmo que
não seja de sua autoria a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter
rem (28/02/2012).

Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor
atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.

PGM/Boa Vista – Procurador do Município (2019) - CESPE:


Homero tem, desde 1998, em área urbana central de Boa Vista – RR , um terreno, no qual pretende construir, em 2025, um
hotel. Na área do imóvel, que é de cinco hectares, há duas nascentes do Rio Branco. Considerando essa situação hipotética,
julgue o item a seguir.
a) Na hipótese de Homero arrendar o terreno a uma empresa que construa o hotel, seu ato não excluirá a sua
responsabilidade civil por eventuais danos ambientais causados pela obra. (VERDADEIRO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)
C As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou
dos anteriores, à escolha do credor. (VERDADEIRO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
A as obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou detentor, à escolha do
IBAMA. (FALSO)
C As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou
dos anteriores, à escolha do credor. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
D a obrigação de recuperar a degradação ambiental é do proprietário do bem imóvel, mesmo que não tenha contribuído para a
deflagração do dano, devido à sua natureza propter rem. (VERDADEIRO)
E a obrigação de reparar o dano é exclusiva do titular da propriedade do imóvel na época da sua causação, não se estendendo ao
novo proprietário que não contribuiu para sua ocorrência. (FALSO)
TJ/SP – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
A descontaminação de um terreno de propriedade particular é de responsabilidade
A solidária entre o poder público e o causador do dano ambiental, ainda que não mais seja o proprietário do imóvel.
B exclusiva do poder público.
C exclusiva do causador do dano ambiental, ainda que não mais seja o proprietário do imóvel.
D do atual proprietário do imóvel. (VERDADEIRO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
Sobre a responsabilidade civil ambiental, tem-se que:
E o adquirente do imóvel não é responsabilizado pelos danos ambientais causados na propriedade independentemente de ter
sido ele ou o dono anterior o réu causador dos estragos. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
c) Por falta de nexo de causalidade, não se pode impor a obrigação de recuperar a degradação ambiental ao atual proprietário
do imóvel, quando ele não a causou. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Em determinado município, há resíduos de construção civil e ocupações nas faixas marginais situadas a menos de trinta metros
das bordas das calhas dos leitos de estreitos cursos d’água, perenes e intermitentes, que, em conjunto, abastecem a Lagoa da
Prata. Tais resíduos estão provocando, nas últimas décadas, o assoreamento das margens e, por consequência, severos danos
ambientais à bacia hidrográfica. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
b) Mesmo que intervenção irregular em uma das citadas faixas marginais tenha sido realizada por ação de proprietário anterior
de determinado imóvel, será admitida a responsabilização civil de seu atual proprietário, que será responsável pela
recomposição ambiental. (VERDADEIRO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
O proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de
Preservação Permanente, é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta
Lei, vedada a transmissão da obrigação ao seu sucessor (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
O MP ajuizou ACP por dano ambiental contra um cidadão, por ter sido constatada edificação em área de preservação
permanente dentro de sua propriedade. O órgão pediu a condenação na forma de obrigação de fazer a reparação in natura e de
pagamento de indenização em pecúnia. Em sua defesa, o réu alegou que a edificação foi feita pelo proprietário anterior, que a
área era previamente desmatada e que comprou o imóvel desconhecendo a condição de APP daquele local. Nessa situação
hipotética,
a) as obrigações do réu em relação à APP têm natureza propter rem. (VERDADEIRO)
b) não haverá responsabilização se for comprovado que a APP estava desmatada antes da edificação.
c) por se tratar de APP, é correto concluir que o imóvel estava situado em zona rural.
d) eventual condenação terá de abranger ou o pedido de reparação in natura ou o de reparação em pecúnia, sob pena de bis in
idem.
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
De acordo com o entendimento do STJ, não se considera o novo proprietário de área degradada parte legítima para responder
ação por dano ambiental, independentemente da existência ou não de culpa. (FALSO)
AGU – Advogado da União (2015) - CESPE:
Conforme jurisprudência do STJ, ao contrário da responsabilidade administrativa ambiental, em que se exige pessoalidade da
conduta, a responsabilidade civil ambiental pode ser exigida do novo proprietário do empreendimento, que deverá promover a
recomposição da área de preservação permanente ilegalmente ocupada (VERDADEIRO).
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) - CESPE:
Para que novo adquirente de propriedade seja responsabilizado por danos causados nessa propriedade pelo antigo proprietário,
é necessário que se demonstre o nexo de causalidade entre o causador do dano e o dano em si (FALSO).
TJ/SP – Juiz de Direito (2014) - VUNESP:
Anos após adquirir a propriedade de um pequeno sítio, localizado em área de preservação ambiental, “A” é notificado pela
fiscalização da autoridade ambiental competente, no sentido de que tal área apresentaria sinais de degradação. Ao adquirir o
imóvel, “A” estava ciente da referida restrição, bem como da mencionada degradação, que era preexistente. A partir dessa
premissa, assinale a opção correta:
a) Tanto “A” quanto seu antecessor são responsáveis, em litisconsórcio passivo necessário.
b) “A” é responsável, ainda que não tenha sido quem causou a degradação da área, na medida em que a
responsabilidade, in casu, deriva de obrigação propter rem (VERDADEIRO).
c) “A” não é responsável por qualquer dano ao meio ambiente, na medida em que a degradação já existia quando o
imóvel foi adquirido. Assim, a responsabilidade, in casu, deve recair sobre o proprietário anterior.
d) “A” é responsável, em virtude da aplicação in concreto do princípio do poluidor-pagador e da responsabilidade de
caráter objetivo que o cerca.
TJ/DF – Juiz de Direito (2014) - CESPE:
João instalou, em terreno de sua propriedade, situado na região industrial de Brasília – DF, um depósito de determinado produto
químico. Por descuido de um de seus funcionários, um galão do produto foi derramado no solo da propriedade. O funcionário
decidiu não relatar o episódio aos seus superiores. Após quatro meses do ocorrido, em razão de dívidas contraídas com o
investimento, João decidiu vender a propriedade e contratou uma empresa de auditoria ambiental para analisar se havia algum
dano na propriedade. Os auditores afirmaram que havia risco de o produto atingir o lençol freático, o que ainda não ocorrera. O
novo comprador, Pedro, por descuido na análise dos documentos referentes ao imóvel, não observou o laudo técnico, que
apontava risco de contaminação do lençol freático, e continuou a desenvolver a mesma atividade que João. Após um ano da
compra do imóvel, Pedro recebeu a visita de fiscais do órgão ambiental fiscalizador, que analisavam o solo da região. Após
análise da qualidade do solo, foi constatado que o lençol freático que abastecia a região havia sido contaminado por
derramamento de produto químico no solo. Pedro foi autuado por contaminação do lençol freático, conforme previsão das
normas aplicáveis. Em face dessa situação hipotética e considerando as normas e a jurisprudência aplicáveis, assinale a opção
correta.
a) Pedro pode ser responsabilizado civilmente, pois a responsabilidade de reparar o dano pode ser atribuída ao novo
proprietário, ainda que este não tenha dado diretamente causa ao dano (VERDADEIRO).
b) Pedro é responsável pela infração administrativa, mas não poderá ser responsabilizado a reparar civilmente o
dano ambiental.
c) O simples risco da ocorrência de dano ambiental não poderia justificar a aplicação de medidas preventivas pela
administração pública.
d) João pode mencionar o princípio da precaução como argumento para livrar-se da responsabilidade administrativa,
civil e penal, visto que providenciou a auditoria ambiental antes de vender o imóvel.
e) João não pode ser, ao órgão competente, responsabilizado pela infração administrativa ocorrida, pois não é mais
o proprietário do imóvel.
TJ/DF – Juiz de Direito (2014) - CESPE:
De acordo com entendimento do STJ, no âmbito da responsabilidade civil ambiental, o adquirente de propriedade rural está
desobrigado de promover a recomposição ou regeneração de vegetação em área de reserva legal irregularmente desmatada, se
comprovada a sua boa-fé no momento da aquisição em relação a ato ilícito cometido pelo proprietário anterior (FALSO).
TRF/2R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
Segundo o princípio do poluidor-pagador, os custos de reparação de área degradada devem ser impostos a quem a danificou,
vedada a imposição de tal ônus a novo adquirente (FALSO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A obrigação de recomposição da vegetação suprimida em área de preservação permanente é exclusiva do proprietário registral,
pois tem natureza real, transmitindo-se ao sucessor no caso de transferência de domínio (FALSO).

OBS.:
1) O Código Florestal (art. 2º, § 1º) positivou essa jurisprudência: “As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e
são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural”.

2) Da mesma forma, o art. 7º, § 1º: “Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação
Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da
vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei”.

5.3.4. A atividade geradora de risco ambiental potencial (e não concreto) poderá ensejar a responsabilização do agente?

 Sim.

AgInt no REsp 1618579 / SC:


Os princípios do desenvolvimento sustentável e da prevenção, previstos no art. 225, da
Constituição da República, devem orientar a interpretação das leis, tanto no direito
ambiental, no que tange à matéria administrativa, quanto no direito penal, porquanto o
meio ambiente é um patrimônio para essa geração e para as futuras, bem como direito
fundamental, ensejando a adoção de condutas cautelosas, que evitem ao máximo
possível o risco de dano, ainda que potencial, ao meio ambiente (19/03/2019).

PGM-Curitiba (2015):
A simples atividade geradora de risco ambiental potencial, e não concreto, não tem o condão de suscitar a responsabilização do
agente e obrigá-lo a cessar a atividade nociva (FALSO).

5.3.5. Há bis in idem na cobrança de indenização por dano ambiental e a compensação ambiental do art. 36 da Lei nº 9985?

 Não (REsp 896863/DF).

Compensação ambiental Indenização por dano ambiental


O artigo 36 da Lei n.º 9.985/2000 prevê o A indenização por dano ambiental, por seu
instituto de compensação ambiental com base turno, tem assento no artigo 225, § 3º, da Carta
em conclusão de EIA/RIMA, de que o da República, que cuida de hipótese de dano já
empreendimento teria significativo impacto ocorrido em que o autor terá obrigação de
ambiental e mensuração do dano previsível e repará-lo ou indenizar a coletividade.
indispensável a sua realização.
Não há como se incluir nesse contexto aquele
A compensação tem conteúdo reparatório, em foi previsto e autorizado pelos órgãos
que o empreendedor destina parte considerável ambientais já devidamente compensado.
de seus esforços em ações que sirvam para
contrabalançar o uso de recursos naturais
indispensáveis à realização do empreendimento
previsto no estudo de impacto ambiental e
devidamente autorizados pelo órgão
competente.

O montante da compensação deve ater-se


àqueles danos inevitáveis e imprescindíveis ao
empreendimento previsto no EIA/RIMA, não se
incluindo aqueles que possam ser objeto de
medidas mitigadoras ou preventivas.

Conclusão:
Os dois institutos têm natureza distinta, não havendo bis in idem na
cobrança de indenização, desde que nela não se inclua a
compensação anteriormente realizada ainda na fase de implantação
do projeto.

6. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

6.1. Conceito de poluidor

Pessoa física De direito privado


Poluidor
Pessoa jurídica

De direito público
Diretamente
Responsável por atividade causadora
de degradação ambiental
Indiretamente

MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC


C o poluidor será sempre a pessoa física ou jurídica de direito privado, responsável, direta ou indiretamente, pela degradação
ambiental. (FALSO)
D o poluidor será a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental. (VERDADEIRO)
TJ/BA – Juiz de Direito (2019) – CESPE
Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar acidentalmente parte de seu insumo em um
rio, o que causou a morte de 5 t de peixes. Nessa situação hipotética, relativamente à responsabilidade civil ambiental, a
empresa
A não responderá pelo dano ambiental, por ser uma pessoa jurídica. (FALSO)
PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP
B Poluidor, a pessoa física ou jurídica de direito privado, responsável diretamente por ato causador de degradação ambiental
que implique perda da biodiversidade. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2014):
A responsabilidade objetiva aplica-se às pessoas físicas, às pessoas jurídicas de direito privado e às pessoas jurídicas de direito
público (VERDADEIRO).
TJ/SC – Juiz (2013):
As pessoas físicas ou jurídicas produtoras de bens e serviços de grande interesse social estão protegidas da aplicação do princípio
do poluidor-pagador (FALSO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2012):
Como forma de buscar a responsabilização pessoal do agente da degradação ambiental, considera-se poluidor, consoante o
princípio do poluidor-pagador, apenas o autor direto e imediatamente identificável do dano ambiental (FALSO).
TJ/PB – Juiz de Direito (2011) - CESPE:
Considerado o princípio do poluidor-pagador, o conceito do termo poluidor restringe-se ao autor direto do dano ambiental, e
não, àqueles que, de forma indireta, tenham contribuído para a prática do dano (FALSO).

6.1.1. O que se entende por “degradação ambiental”?

 A degradação ambiental é uma expressão com acepção mais ampla que poluição.

Degradação ambiental Poluição


É qualquer alteração adversa das É a degradação da qualidade ambiental
características do meio ambiente. resultante de atividades que, direta ou
indiretamente:
 prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população;
 criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas;
 afetem desfavoravelmente a biota;
 afetem as condições estéticas ou
sanitárias do meio ambiente;
 lancem matérias ou energia em
desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.

MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC


A degradação ambiental e poluição são expressões que se equivalem. (FALSO)
PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE
Poluição é a alteração adversa das características do meio ambiente mediante o lançamento de matérias ou energia em
desacordo com padrões ambientais estabelecidos. (VERDADEIRO)
DPE/MA – Defensor Público (2018) – FCC
Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente, é considerada degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente afetem desfavoravelmente a biota,
A o meio ambiente degradado.
B a servidão ambiental.
C a exploração da vegetação.
D o desequilíbrio ecológico.
E a poluição. (VERDADEIRO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2017):
c) Compõe o conceito de poluição a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que indiretamente criem
condições adversas às atividades econômicas. (VERDADEIRO)
PGM/São José dos Campos – Procurador do Município (2017) – VUNESP
A Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente lancem materiais ou
energia em desacordo com os padrões sanitários estabelecidos pela lei da Política Nacional do Meio Ambiente. (FALSO)
D Degradação do meio ambiente, a alteração propícia dos componentes do meio ambiente. (FALSO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Conforme o disposto na Política Nacional do Meio Ambiente, poluição consiste na degradação da qualidade ambiental resultante
de atividade que crie, ainda que indiretamente, condição desfavorável ao desenvolvimento de atividades econômicas.
(VERDADEIRO)
AGU – Advogado da União (2015) - CESPE:
Os efeitos do empreendimento irregular que prejudicam o bem-estar da comunidade e sua atividade econômica de pesca
enquadram-se na definição de degradação ambiental, de modo a ensejar a responsabilização civil ambiental (VERDADEIRO).
TJ/MS – Juiz de Direito (2015) - VUNESP:
Segundo estabelecido na Política Nacional do Meio Ambiente, entende-se por poluição a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que, direta ou indiretamente,
a) lancem matérias em dissonância com a qualidade tecnológica fixada pelas normas da ABNT.
b) afetem 70% das interações de ordem física do meio ambiente.
c) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população (VERDADEIRO).
d) afetem as condições sociais ou fitossanitárias da biota.
e) criem condições favoráveis às ações políticas e econômicas.
TRF/2R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
Poluidor é aquele que gera poluição, não estando abrangidos por esse conceito aqueles cuja atividade provoque mera alteração
adversa no meio ambiente, já que esta decorre de toda atividade humana (FALSO).

6.1.2. A poluição amparada em regular licenciamento/autorização desonerará o poluidor de reparar os danos ambientais?

 Não. A poluição poderá ser lícita ou ilícita. Se uma pessoa desmata parte da vegetação de sua fazenda amparada por
regular licenciamento ambiental, haverá uma poluição lícita, pois realizada dentro dos padrões de tolerância da
legislação ambiental e com base em licença, o que exclui qualquer responsabilidade administrativa ou criminal do
poluidor. Contudo, mesmo a poluição licenciada não exclui a responsabilidade civil do poluidor, na hipótese de geração
de danos ambientais, pois esta não é sancionatória, e sim reparatória

REsp 1394025/MS:
Em tema de direito ambiental, não se cogita em direito adquirido à devastação, nem se
admite a incidência da teoria do fato consumado (precedentes do STJ e STF). Em que
pese ao loteamento em questão haver sido concedido licenciamento ambiental, tal
fato, por si só, não elide a responsabilidade pela reparação do dano causado ao meio
ambiente, uma vez afastada a legalidade da autorização administrativa (18/10/2013).

Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. STJ. 1ª Seção. Aprovada
em 09/05/2018, DJe 14/05/2018.

MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC


E a poluição será sempre ilícita. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
C admite-se a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. (FALSO)
A o empreendedor que licenciou a obra e observa os padrões de qualidade ambiental não poderá ser responsabilizado
civilmente por dano ambiental. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
É admitida a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. (FALSO)
PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP
Uma empresa privada, localizada no Estado de São Paulo, contratou outra empresa privada especializada para o transporte e a
destinação adequada de resíduos sólidos tóxicos, decorrentes de processos produtivos da atividade industrial da primeira, que
apresentavam significativo risco ao meio ambiente e assim foram qualificados em norma técnica. O transporte ocorreria dentro
do Estado de São Paulo. Tendo em vista essa situação, considere as seguintes afirmações, assinalando a correta.
A Em eventual acidente que acarrete dano ao meio ambiente, ocorrido durante o transporte, cuja culpa seja do transportador,
estando ele regular perante os órgãos ambientais, o gerador sempre será isento de responsabilidade. (FALSO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2018)
No âmbito do Direito Ambiental, é correto afirmar que:
B a licença ambiental, por si só, afasta a responsabilidade pela reparação do dano causado em área de preservação permanente
devido à edificação na região. (FALSO)
C é admitida a teoria do fato consumado em caso de residências familiares em área de proteção ambiental. (FALSO)
D não se admite a aplicação da teoria do fato consumado. (VERDADEIRO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
Sobre a responsabilidade civil ambiental, tem-se que:
C em matéria ambiental, o dano pode decorrer de atividade lícita, pois o empreendedor, ainda que em situação regular, é
responsável em caso de dano provocado por sua atividade. (VERDADEIRO)
PGE/BA – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
Uma empresa brasileira de exploração de gás e petróleo, pretendendo investir na exploração de gás de xisto, obteve autorização
de pesquisa do órgão competente e identificou, no início das primeiras pesquisas exploratórias, um potencial razoável para a
exploração do gás em determinada área federal. Apesar de ainda não dispor de tecnologia que garantisse totalmente a proteção
ambiental da área de exploração, principalmente, no que tange à água subterrânea, a empresa obteve a licença prévia para
proceder à exploração de gás de xisto. Com base nessa situação hipotética, nas normas de proteção ao meio ambiente e na
jurisprudência, julgue os itens seguintes.
a) A responsabilização civil da empresa poderá ser objeto de ação civil pública ajuizada pelo MP caso ocorra dano
superveniente da exploração do gás de xisto, a despeito da licença obtida pela empresa para operar
(VERDADEIRO).
MPE/PI – Promotor de Justiça (2012):
Uma empresa devidamente licenciada com outorga para lançar efluentes tratados em curso de água está isenta de responder
civilmente caso seja constatado, em exame laboratorial, que a água contenha padrão de qualidade inferior ao desejado (FALSO).

OBS.:
1) Nesse caso, o poluidor poderia ser responsabilizado civilmente em razão da ocorrência do dano, mas por ter cumprido
as regras administrativas do licenciamento ambiental, não seria responsabilizado administrativamente.

6.1.3. Quem pode ser considerado poluidor indireto?

 Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental, equiparam-se:


1. Quem faz
2. Quem não faz quando deveria fazer
3. Quem deixa fazer
4. Quem não se importa que façam
5. Quem financia para que façam
6. Quem se beneficia quando outros fazem (REsp 1381211/TO).

6.2. Teoria do Punitive Damages

 É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é
função que incumbe ao direito penal e administrativo.

INF 538 STJ:


É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter
punitivo imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e
administrativo. (...) A doutrina realça que, no caso da compensação de danos morais
decorrentes de dano ambiental, a função preventiva essencial da responsabilidade civil
é a eliminação de fatores capazes de produzir riscos intoleráveis, visto que a função
punitiva cabe ao direito penal e administrativo, propugnando que os principais critérios
para arbitramento da compensação devem ser a intensidade do risco criado e a
gravidade do dano, devendo o juiz considerar o tempo durante o qual a degradação
persistirá, avaliando se o dano é ou não reversível, sendo relevante analisar o grau de
proteção jurídica atribuído ao bem ambiental lesado. Assim, não há falar em caráter de
punição à luz do ordenamento jurídico brasileiro - que não consagra o instituto de
direito comparado dos danos punitivos (punitive damages) -, haja vista que a
responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa e que, revestir a
compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem (pois, como firmado, a
punição imediata é tarefa específica do direito administrativo e penal). (REsp 1.354.536-
SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/3/2014.)

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


O MP ajuizou ACP por dano ambiental contra um estado federado que permitiu a uma empresa agrícola reflorestar uma grande
área degradada com mudas de árvores transgênicas. O MP alegou que, quando crescessem, tais árvores poderiam ter impacto
na hidrologia da região, entre outras repercussões desconhecidas, por serem mudas modificadas. Na defesa, o réu alegou que a
empresa agrícola tinha de ser citada em litisconsórcio necessário; que o MP não se desincumbiu do ônus de provar o dano à
hidrologia do terreno; que a utilização das mudas transgênicas decorreu de força maior, por terem as nativas sido destruídas em
um incêndio pouco antes da época própria para o plantio. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ,
b) o valor a ser arbitrado para a reparação civil dos danos ambientais deverá ser alto o suficiente para caracterizar punição ao
infrator. (FALSO)

6.3. Dano moral

6.3.1. É possível a condenação em dano moral, inclusive coletivo, em razão de dano ambiental?

 Sim. Como a reparação ambiental deve ser plena, a condenação a recuperar a área danificada não afasta o dever de
indenizar, alcançando o dano moral coletivo e o dano residual (REsp 1410698/MG).

REsp 1269494/MG:
O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo
massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a
repulsa, a indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado (01/10/2013).

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


IV. Inexiste a figura do dano moral ambiental, havendo a obrigação de reparar apenas danos patrimoniais, ainda que causados a
bens imateriais (ou incorpóreos), como o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da população. (FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
Sobre a responsabilidade civil ambiental, tem-se que:
A é incabível a possibilidade de reparação de danos ambientais extrapatrimoniais individuais ou coletivos. (FALSO)
PGM/Curitiba – Procurador do Município (2015):
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não admite a reparação por dano moral ambiental, uma vez que tal dimensão não se
encontra abrangida na ideia de reparação integral dos danos ambientais (FALSO).

6.3.2. Quais os parâmetros para fixação da indenização por danos morais?

 Grau de culpa.
 Nível socioeconômico do autor.
 Porte da empresa.
 Realidade da vida e peculiaridades de cada caso.

REsp 1374284/MG:
Na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o arbitramento seja
feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível
socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos
critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua
experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso,
de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de quem recebe a
indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados
por aquele que fora lesado (05/09/2014).

6.3.3. Jurisprudência

1. A privação das condições de trabalho em decorrência de dano ambiental configura dano moral. Estando o trabalhador
impossibilitado de trabalhar, revela-se patente seu sofrimento, angústia e aflição. O ócio indesejado imposto pelo
acidente ambiental gera a incerteza quanto à viabilidade futura de sua atividade profissional e manutenção própria e
de sua família. Precedente citado: REsp 1.114.398-PR, DJe 16/2/2012 (REPETITIVO). REsp 1.346.430-PR, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 18/10/2012.

6.4. Desconsideração da personalidade jurídica

 Outro instrumento importante para garantir a reparação dos danos ambientais é a desconsideração da personalidade
jurídica, que na esfera ambiental é informada pela Teoria Menor, pois não exige o abuso da personalidade jurídica para
a sua concretização (art. 4º da Lei nº 9.605/98).

AGU – Advogado da União (2012) - CESPE:


Tratando-se de matéria ambiental, admite-se a desconsideração da pessoa jurídica sempre que sua personalidade seja
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente (VERDADEIRO).

7. ASPECTOS PROCESSUAIS

7.1. Solidariedade

 A responsabilidade civil ambiental é solidária, ou seja, todos os responsáveis diretos ou indiretos pelo dano causado
responderão solidariamente pelos danos ao meio ambiente (AgRg no AREsp 432409/RJ).

REsp 880160/RJ
Também é remansosa a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pela
impossibilidade de que qualquer dos envolvidos alegue, como forma de se isentar do
dever de reparação, a não-contribuição direta e própria para o dano ambiental,
considerando justamente que a degradação ambiental impõe, entre aqueles que para
ela concorrem, a solidariedade da reparação integral do dano.

TRF/2R – Juiz Federal (2018)


B os responsáveis civis pela degradação ambiental têm obrigação divisível e não solidária e, por isso, devem integrar o
litisconsórcio passivo necessário na ação civil pública. (FALSO)
PGM/Campinas – Procurador do Município (2016) - FCC:
O Poder Público adquiriu, por meio de venda e compra, um terreno pertencente a uma fábrica de fertilizantes desativada, para
reforma e instalação de uma unidade produtora de vacinas, a cargo de um ente da Administração indireta. Durante a execução
das obras, foi identificado um foco de contaminação no solo, situação que não fora identificada durante as providências e
análises prévias à aquisição. Diante da divulgação da notícia, o Ministério Público instaurou inquérito civil para investigação do
ocorrido e apuração de eventuais danos ambientais. Diante desse cenário, o Poder público
a) pode estar sujeito à recuperação dos danos ambientais, sem prejuízo da possibilidade do antigo proprietário ser
solidariamente responsabilizado pelos danos ambientais que tiver causado (VERDADEIRO).
b) deve pagar os custos da recuperação ambiental, na qualidade de usuário-pagador e principal responsável, em
razão da titularidade do domínio, podendo mover ação de indenização em face do antigo proprietário, na qual
caberá demonstrar a culpa pelos danos.
c) não pode ser responsabilizado, salvo por modalidade subjetiva, tendo em vista que o princípio do poluidor-
pagador exige que o real causador seja instado a sanar os danos ambientais.
d) tem responsabilidade exclusiva e integral pela recuperação ambiental da área, em razão da sucessão dominial
operada, salvo se o contrato de venda e compra possuísse alguma disposição em sentido diverso.
e) deve aderir ao polo ativo de eventual ação de indenização para busca do real causador dos danos ambientais e da
proporcional reparação.
TJ/AM – Juiz de Direito (2013):
a) A obrigação de reparação do dano ambiental é propter rem, sem prejuízo da solidariedade entre os vários causadores do
dano (VERDADEIRO).
b) A solidariedade existente entre os vários causadores do dano ambiental, por atender ao princípio da reparação integral
do dano, deixa o proprietário imobiliário, adquirente de boa-fé, a salvo da obrigação de reparar o dano ambiental
(FALSO).
AGU – Procurador Federal (2010) - CESPE:
De acordo com entendimento do STJ, a responsabilidade por danos ambientais é subsidiária entre o poluidor direto e o indireto
(FALSO).

7.2. Litisconsórcio facultativo

 No dano ambiental, a regra geral é a do litisconsórcio facultativo. Logo, mesmo havendo múltiplos agentes poluidores,
não existe obrigatoriedade na formação do litisconsórcio, abrindo-se ao autor a possibilidade de demandar de qualquer
um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo (AgRg no AREsp 432409/RJ).

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


O MP ajuizou ACP por dano ambiental contra um estado federado que permitiu a uma empresa agrícola reflorestar uma grande
área degradada com mudas de árvores transgênicas. O MP alegou que, quando crescessem, tais árvores poderiam ter impacto
na hidrologia da região, entre outras repercussões desconhecidas, por serem mudas modificadas. Na defesa, o réu alegou que a
empresa agrícola tinha de ser citada em litisconsórcio necessário; que o MP não se desincumbiu do ônus de provar o dano à
hidrologia do terreno; que a utilização das mudas transgênicas decorreu de força maior, por terem as nativas sido destruídas em
um incêndio pouco antes da época própria para o plantio. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ,
d) procede o argumento de que a empresa privada deve ser incluída no polo passivo, por se tratar de litisconsórcio necessário.
(FALSO)
MPE/MG – Juiz de Direito (2017):
c) A responsabilidade por danos ambientais é solidária entre o poluidor direto e o indireto, o que permite que a ação seja
ajuizada contra qualquer um deles, sendo facultativo o litisconsórcio. (VERDADEIRO)

7.3. Inversão do ônus da prova

 Utilizando-se do princípio da precaução, a jurisprudência do STJ tem admitido a inversão do ônus da prova, impondo ao
autor potencial provar, com anterioridade, que sua ação não causará danos ao meio ambiente.

REsp 1237893/SP:
Em ação ambiental, impõe-se a inversão do ônus da prova, cabendo ao empreendedor,
no caso concreto o próprio Estado, responder pelo potencial perigo que causa ao meio
ambiente, em respeito ao princípio da precaução (01/10/2013).

Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. STJ. Corte Especial. Aprovada em
24/10/2018, DJe 30/10/2018.

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


D A inversão do ônus da prova não se aplica às ações de degradação ambiental. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
B A inversão do ônus da prova não se aplica às ações de degradação ambiental. (FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
C Diante da impossibilidade da produção de prova negativa, segundo o Superior Tribunal de Justiça, não é possível se exigir de
quem supostamente promoveu o dano ambiental que comprove que não o causou ou que a substância lançada ao meio
ambiente não lhe é potencialmente lesiva. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A inversão do ônus da prova nas ações civis públicas ambientais é um dos corolários do princípio da precaução, o qual incide
somente na lesividade ambiental derivada do uso e manipulação de produtos químicos (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
O MP ajuizou ACP por dano ambiental contra um estado federado que permitiu a uma empresa agrícola reflorestar uma grande
área degradada com mudas de árvores transgênicas. O MP alegou que, quando crescessem, tais árvores poderiam ter impacto
na hidrologia da região, entre outras repercussões desconhecidas, por serem mudas modificadas. Na defesa, o réu alegou que a
empresa agrícola tinha de ser citada em litisconsórcio necessário; que o MP não se desincumbiu do ônus de provar o dano à
hidrologia do terreno; que a utilização das mudas transgênicas decorreu de força maior, por terem as nativas sido destruídas em
um incêndio pouco antes da época própria para o plantio. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ,
c) é aplicável o princípio da precaução, impondo-se a inversão do ônus probatório. (VERDADEIRO)
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
Em conformidade ao princípio da precaução, para que sejam adotadas medidas precaucionais, a falta de certeza científica
absoluta exige a demonstração do risco atual e iminente de danos que podem sobrevir pelo desempenho de determinada
atividade econômica (FALSO).
TJ/MA – Juiz de Direito (2013):
Uma aplicação estrita do princípio da prevenção inverte o ônus da prova e impõe ao poluidor provar, com anterioridade, que sua
ação não causará degradação ambiental (FALSO).
TJ/RJ – Juiz de Direito (2013):
O princípio da precaução, no tocante às questões de Direito Ambiental, pressupõe e gera como possibilidade, respectivamente:
a) ausência de certeza científica e inversão do ônus da prova (VERDADEIRO).
b) certeza científica e condenação por dano hipotético.
c) risco provado e condenação ao pagamento de indenização fixada por arbitramento.
d) risco eventual e condenação ao pagamento de indenização obrigatória.
TRF/2R – Juiz Federal (2013):
Segundo a jurisprudência do STJ, nos casos em que a concessionária de serviço público, quando da realização de uma obra, for
suspeita de ter provocado abalos no meio ambiente, o princípio da precaução autorizará a inversão do ônus da prova, impondo,
assim, à concessionária responsável, a obrigação de demonstrar que a obra não causou impactos ambientais (VERDADEIRO).
MPE/RO – Promotor de Justiça (2011):
O princípio da precaução pode ser invocado para inverter o ônus da prova em procedimento ambiental (VERDADEIRO).

7.4. Imprescritibilidade

 A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que as infrações ao meio ambiente são de caráter continuado,
motivo pelo qual as ações de pretensão de cessação dos danos ambientais são imprescritíveis (AgRg no REsp
1421163/SP).

Importante:
Não confundir o pedido de reparação do dano ambiental (direito
indisponível) com a ação de indenização promovida por particular em
razão de danos ambientais (direito disponível). Apenas o primeiro
pleito é imprescritível.

AgInt no REsp 1505047 / RS:


O termo a quo do prazo prescricional para a propositura da ação de indenização por
dano pessoal em razão do desenvolvimento de doença grave decorrente de
contaminação do solo e das águas subterrâneas é a data da ciência inequívoca dos
efeitos danosos à saúde, e não a do acidente ambiental (julgado em 17/08/2017).
MPE/MG – Juiz de Direito (2017):
d) O termo inicial da contagem do prazo prescricional, para ajuizamento de ação de reparação de dano decorrente de prejuízos à
saúde advindos do acidente ambiental, é a data da notificação pública da poluição ambiental. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Segundo remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as ações civis públicas para reparação dos danos ao meio
ambiente são imprescritíveis (VERDADEIRO).
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
O Ministério Público ajuizou ações na esfera cível e criminal contra empresa exploradora de petróleo, alegando prejuízos
decorrentes de vazamento de óleo combustível em águas marinhas. O vazamento de óleo resultou na mortandade da fauna
aquática e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) determinou, então, a imediata
proibição de pesca na região, por seis meses. Na fase de provas, foram provadas a regularidade das instalações da empresa, que
contava com as melhores tecnologias disponíveis, e a idoneidade dos esforços para a reparação do problema, tendo o prejuízo
ocorrido por motivo de força maior. Determinado pescador profissional ajuizou ação indenizatória individual pelos mesmos
fatos, requerendo danos materiais e morais. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A pretensão indenizatória na ação civil pública pelo dano ambiental difuso é imprescritível. (VERDADEIRO)
b) A pretensão do pescador é imprescritível
c) A responsabilidade da empresa pela poluição gerada é objetiva em todas as ações.
d) Se reconhecida processualmente, a força maior afastará a obrigação de indenizar.
e) O reconhecimento da força maior como determinante do dano não tem repercussão na ação criminal.
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
Prescreve em 5 anos a ação da administração objetivando apurar a prática de infração continuada contra o meio ambiente,
contada da data do início da prática do ato lesivo (FALSO).
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
Ações de pretensão de cessação dos danos ambientais, em virtude do seu caráter continuado, estão sujeitas ao prazo
prescricional legal (FALSO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2012):
O dever de reparar o dano ambiental está sujeito ao prazo prescricional de vinte anos, independente da natureza da área
afetada (FALSO).

7.5. Possibilidade de cumulação de pedidos

 Em ação civil pública ambiental, é admitida a possibilidade de condenação do réu à obrigação de fazer ou não fazer
cumulada com a de indenizar. Tal orientação fundamenta-se na eventual possibilidade de que a restauração in natura
não se mostre suficiente à recomposição integral do dano causado (AgRg no REsp 1415062/CE).

Obrigação de fazer Obrigação de não fazer Obrigação de pagar


Restauração natural. Abstenção de uso e de nova Compensação ambiental e
lesão. indenização em dinheiro.

AgInt no REsp 1581257 / SC


Tratando-se de casos de danos ambientais, é perfeitamente possível a cumulação
de indenização em conjunto com obrigação de fazer, entretanto isso não é
obrigatório, e está adstrito à possibilidade ou não de recuperação total da área
degradada (07/02/2019).

Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada
com a de indenizar. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


D Quanto ao dano ambiental, não é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de
indenizar, devendo ser requerida em ações separadas. (FALSO)
PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP
B quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de
indenizar. (VERDADEIRO)
PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC
E o causador do dano deverá ser condenado à reparação pecuniária do dano e, subsidiariamente, à obrigação de recompor o
meio ambiente lesado para restituição do status quo ante. (FALSO)
MPE/GO – Promotor de Justiça (2016):
O princípio da reparação integral do dano ambiental determina a responsabilização do agente por todos os efeitos decorrentes
da conduta lesiva, mas não permite a cumulação de pedidos para condenação nos deveres de recuperação in natura do bem
degradado, de compensação ambiental e indenização em dinheiro, posto que o primeiro é excludente dos demais (FALSO).
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
Em ação civil pública, a necessidade de reparação integral da lesão causada ao meio ambiente permite a cumulação de
obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar (VERDADEIRO).
MPE/MT – Promotor de Justiça (2014):
a) Os pedidos de condenação em obrigações de fazer e de indenização por dano ambiental podem ser cumulados,
inexistindo bis in idem, pois o fundamento para cada um deles é diverso. O pedido de obrigação de fazer cuida da
reparação in natura do dano ecológico puro e a indenização visa ressarcir os danos materiais irreversíveis e os danos
extrapatrimoniais (VERDADEIRO).
b) A responsabilização civil tem por objetivo a reparação do dano ambiental, que pode compreender a indenização pela
perda da qualidade ambiental, a restauração natural, a recuperação do dano, ou ainda, sua compensação, in natura, ou
pecuniária, esta, mediante a atribuição de um equivalente econômico (VERDADEIRO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
É possível a cumulação da obrigação de recuperar área degradada com a obrigação de indenizar os danos não passíveis de
recuperação “in natura” (VERDADEIRO).
DPE/RR – Defensor Público (2013):
Nas demandas ambientais, não pode o juiz condenar a parte ré, simultânea e cumulativamente, na obrigação de fazer, não fazer
e indenizar, por força da vedação ao bis in idem (FALSO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2012):
A jurisprudência do STJ está firmada no sentido de que a necessidade de reparação integral da lesão causada ao meio ambiente
permite a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar (VERDADEIRO).

7.5.1. A condenação a recuperar a área danificada afasta o dever de indenizar?


 Não.

AgInt no REsp 1532643 / SC:


A restauração in natura nem sempre é suficiente para reverter ou recompor
integralmente, no terreno da responsabilidade civil, o dano ambiental causado, daí não
exaurir o universo dos deveres associados aos princípios do poluidor-pagador e
da reparação in integrum. A reparação ambiental deve ser feita da forma mais
completa possível, de modo que a condenação a recuperar a área lesionada não
exclui o dever de indenizar, sobretudo pelo dano que permanece entre a sua
ocorrência e o pleno restabelecimento do meio ambiente afetado (= dano interino ou
intermediário), bem como pelo dano moral coletivo e pelo dano residual (=
degradação ambiental que subsiste, não obstante todos os esforços de restauração)
(10/10/2017).

TJ/PR – Juiz de Direito (2014):


A reparação integral dos danos causados a terceiros exime o poluidor de reparar o dano ao meio ambiente (FALSO).
PGE/PA – Procurador do Estado (2012):
a) A restauração in natura é suficiente para reverter ou recompor integralmente, no terreno da responsabilidade civil, o
dano ambiental causado (FALSO).
b) A reparação ambiental deve ser feita da forma mais completa possível, de modo que a condenação a recuperar a área
lesionada não exclui o dever de indenizar, mas, iniciadas as medidas para sua recuperação, não há que se falar em dano
residual (FALSO).

7.5.2. Se o poluidor promover a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, a indenização ainda assim
será devida?

 Não.

REsp 1198727/MG:
Se o bem ambiental lesado for imediata e completamente restaurado ao status quo
ante (reductio ad pristinumstatum, isto é, restabelecimento à condição original), não
há falar, ordinariamente, em indenização. Contudo, a possibilidade técnica, no futuro
(= prestação jurisdicional prospectiva), de restauração in natura nem sempre se mostra
suficiente para reverter ou recompor integralmente, no terreno da responsabilidade
civil, as várias dimensões do dano ambiental causado; por isso não exaure os deveres
associados aos princípios do poluidor-pagador e da reparação in integrum
(09/05/2013).
AgRg no REsp 1486195/SC:
No que tange às ações civis públicas que tratam de danos ao meio ambiente, o Superior
Tribunal de Justiça tem externado o entendimento de que as ações de obrigação de
fazer podem ser cumuladas com as indenizatórias e de que nem sempre a
recomposição da área degradada ou o saneamento do dano provocado ilide a
necessidade de indenização. Todavia, esse entendimento não implica a conclusão de
que, sempre, será devida a indenização, pois, quando é possível a completa
restauração, sem que se verifique ter havido dano remanescente ou reflexo, não há
falar em indenização (11/03/2016).

TRF/4R – Juiz Federal (2016):


Segundo a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de Justiça, embora seja possível, em tese, a cumulação da obrigação
de reparar o dano ambiental (obrigação de fazer) com a de indenizar, esta última não será devida se houver restauração
completa do bem lesado (VERDADEIRO).

7.6. Denunciação da lide

 É pacífico o entendimento desta Corte Superior a respeito da impossibilidade de denunciação à lide quando a relação
processual entre o autor e o denunciante é fundada em causa de pedir diversa da relação passível de instauração entre
o denunciante e o denunciado, à luz dos princípios da economia e celeridade processuais. Na espécie, a
responsabilidade por danos ao meio ambiente é objetiva e a responsabilidade existente entre os pretensos
denunciante e denunciado é do tipo subjetiva, razão pela qual inviável a incidência do art. 70, inc. III, do CPC (AgRg no
Ag 1213458).

MPE/PI – Promotor de Justiça (2012):


Com vistas à celeridade processual e à viabilidade da reparação, são vedados, nos processos de reparação por danos ambientais,
a denunciação à lide ou o chamamento ao processo, havendo orientação de que seja ajuizada ação própria contra os
codevedores ou responsáveis subsidiários (VERDADEIRO).

7.7. Correção monetária

 A indenização por dano material (ambiental) oriunda de responsabilidade civil objetiva extracontratual, tem, como
termo inicial da correção monetária, a data do evento danoso, nos termos da Súmula 43 do STJ (AgInt nos EDcl nos
EREsp 1312355 / MS, julgado em 05/10/2016).
MPE/MG – Promotor de Justiça (2017):
No caso de dano ambiental, é CORRETO afirmar:
a) Incide a correção monetária a partir do ato ilícito. (VERDADEIRO)
b) Não incide a correção monetária.
c) Incide a correção monetária a partir da data da sentença.
d) Incide a correção monetária a partir da data do acórdão.

8. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR DANOS AMBIENTAIS

8.1. Noções gerais

 Com base no conceito de “poluidor” (explicado acima), verifica-se que as pessoas jurídicas de direito público poderão
ser consideradas poluidoras, por atos comissivos ou omissivos.

Exemplos:
1. Quando explora diretamente atividade econômica, a exemplo do ramo petrolífero,
através de empresa estatal, a Administração Pública poderá se enquadrar como
poluidora direta.
2. A concessão de uma licença ambiental irregular por um órgão ambiental que
culmine em degradação ambiental, colocará o Poder Público na condição de
poluidor indireto.

INF 427 STJ:


A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a legitimidade passiva de
pessoa jurídica de direito público (no caso, estado-membro) na ação que busca a
responsabilidade pela degradação do meio ambiente, em razão da conduta omissiva
quanto a seu dever de fiscalizá-lo. Essa orientação coaduna-se com o art. 23, VI, da
CF/1988, que firma ser competência comum da União, estados, Distrito Federal e
municípios a proteção do meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas
formas. Anote-se que o art. 225, caput, da CF/1988 prevê o direito de todos a um meio
ambiente ecologicamente equilibrado, além de impor ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo em benefício das presentes e futuras gerações.
AgRg no REsp 958.766-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/3/2010.

MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC


B como cabe ao Poder Público o dever de defender o meio ambiente, jamais poderá ser responsabilizado por sua degradação.
(FALSO)
PGM/Curitiba – Procurador do Município (2015):
A responsabilidade civil por danos ambientais pode ser imputada a pessoas jurídicas, excluindo-se o Estado (FALSO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
A obrigação de reparar os danos ambientais é limitada aos danos decorrentes de atividades privadas (FALSO).
DPE/RR – Defensor Público (2013) - CESPE:
Em matéria de proteção ambiental, o Estado não pode ser responsabilizado, mesmo quando a omissão de cumprimento
adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado pelo seu
causador direto (FALSO).
TRF/1R – Juiz Federal (2011) - CESPE:
No Brasil, vigora, nas situações peculiares de tragédias, a teoria da irresponsabilidade do Estado em matéria ambiental (FALSO).

8.2. Questionamentos importantes

8.2.1. Qual a teoria adotada?

 Teoria objetiva, mesmo no caso de omissão na fiscalização ambiental.

AgRg no REsp 1417023/PR:


Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, a responsabilidade por dano ambiental
é objetiva, logo responderá pelos danos ambientais causados aquele que tenha
contribuído apenas que indiretamente para a ocorrência da lesão (25/08/2015).

Trecho do voto do relator:


“No caso dos autos, o IBAMA concorreu para a ocorrência do dano
ambiental, em decorrência da omissão no cumprimento do dever
fiscalizatório que lhe incumbe. O ora recorrente tem o dever
constitucional e legal de zelar pela defesa e preservação do meio
ambiente, assim não fazendo, resta caracterizada a sua
responsabilidade”.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


C tratando-se de atividade sujeita ao licenciamento ambiental, se o Poder Público não exerceu o seu poder de fiscalização, ainda
que a empresa possuísse a devida licença, responderão objetivamente pelos danos causados, tanto o empresário como o Estado.
(VERDADEIRO)
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
A responsabilidade civil do Município por omissão quanto ao seu dever de fiscalização de atividades poluidoras é objetiva, de
imputação solidária e de execução subsidiária (VERDADEIRO).
TRF/1R – Juiz Federal (2011) - CESPE:
Em matéria ambiental, a administração responde civilmente por ato de terceiros, por culpa in omittendo proveniente de
medidas de polícia (FALSO).
MPE/PR – Promotor de Justiça (2013):
Órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com a lei, deverá embargar a obra ou
atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano
ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada (VERDADEIRO).

OBS.: No espelho da prova subjetiva da PGE/BA, o Cespe destacou que a responsabilidade do Estado é objetiva em caso de
omissão do órgão ambiental competente.

8.2.2. Caso o Estado se enquadre como poluidor indireto, após a reparação poderá regressar contra o poluidor direto?

 Sim, é assegurado o direito de regresso previsto no art. 934 do CC (AgRg no REsp 1001780/PR).

TRF/2R – Juiz de Direito (2017):


a) A responsabilidade civil ambiental é informada pela doutrina do risco integral e não admite ação de regresso. (FALSO)

8.2.3. Caso o Estado se enquadre como poluidor indireto, a sua responsabilidade civil será solidária?

 Apesar de ser solidária, a responsabilidade civil do Poder Público é de execução subsidiária, na hipótese de omissão de
cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar que foi determinante para a concretização ou o agravamento do
dano causado pelo seu causador direto.

AgInt no REsp 1326903 / DF:


A responsabilidade do Estado por dano ao meio ambiente decorrente de sua omissão
no dever de fiscalização é de caráter solidário, mas de execução subsidiária, na
condição de devedor-reserva. Há responsabilidade do Estado ainda que, por meios
apenas indiretos, contribua para a consolidação, agravamento ou perpetuação dos
danos experimentados pela sociedade. Hipótese que não se confunde com a situação
de garantidor universal. O reconhecimento da responsabilização solidária de execução
subsidiária enseja que o Estado somente seja acionado para cumprimento da obrigação
de demolição das construções irregulares após a devida demonstração de absoluta
impossibilidade ou incapacidade de cumprimento da medida pelos demais réus,
diretamente causadores dos danos, e, ainda, sem prejuízo de ação regressiva contra os
agentes públicos ou particulares responsáveis (julgado em 24/04/2018).
AgInt no REsp 1362234 / MS
A responsabilidade do Estado por dano ao meio ambiente decorrente de sua omissão
no dever de fiscalização é de caráter solidário, mas de execução subsidiária, na
condição de devedor-reserva (05/11/2019).

9. JURISPRUDÊNCIA

2. Determinada empresa de mineração deixou vazar resíduos de lama tóxica (bauxita), material que atingiu quilômetros
de extensão e se espalhou por cidades dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, deixando inúmeras famílias
desabrigadas e sem seus bens móveis e imóveis. O STJ, ao julgar a responsabilidade civil decorrente desses danos
ambientais, fixou as seguintes teses em sede de recurso repetitivo: a) a responsabilidade por dano ambiental é
objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o
risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de
excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; b) em decorrência do acidente, a
empresa deve recompor os danos materiais e morais causados e c) na fixação da indenização por danos morais,
recomendável que o arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao
nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela
doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e
às peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de quem recebe a
indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados por aquele que fora lesado. STJ.
2ª Seção. REsp 1.374.284-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/8/2014 (Info 545).

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


Supondo-se que um grande navio com cargas explodiu em um porto brasileiro, despejando milhões de litros de óleo e metanol
que causou a degradação do meio ambiente marinho, inviabilizando a pesca pelos moradores próximos ao local, pois o Poder
Público estabeleceu uma proibição temporária da pesca em razão da poluição ambiental. Em razão disso, os pescadores
prejudicados ingressaram com ação judicial, calcado em responsabilidade civil. De acordo com a jurisprudência dominante do
STJ, assinale a alternativa correta.
A Os proprietários do navio e as empresas adquirentes das cargas transportadas pelo navio que explodiu respondem
solidariamente pelos danos morais e materiais suportados pelos pescadores prejudicados.
B Para demonstração da legitimidade para vindicar indenização por dano ambiental que resultou na redução da pesca na área
atingida, basta que o autor tenha o registro de pescador profissional.
C A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator
aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (VERDADEIRO)
D Não será devida indenização aos pescadores se restar comprovada pela empresa responsável pela carga que o acidente foi
decorrente de caso fortuito ou força maior.
E É devida a indenização por lucros cessantes ainda que o período de proibição da pesca em razão do acidente ambiental
coincida com o período de “defeso”, em que por lei seja vedada a atividade pesqueira.
PGE/PE – Procurador do Estado (2018) – CESPE
Determinada atividade poluiu parte de um rio no interior do estado de Pernambuco, o que comprometeu a pesca de
subsistência no local. Diante dessa situação, um dos afetados pelos danos causados ajuizou ação indenizatória contra o
responsável. Nessa situação hipotética, a ação poderá ser julgada
A improcedente, se for comprovado que o poluidor observou os limites da emissão de poluentes, haja vista a sua
responsabilidade ser subjetiva.
B improcedente, se o dano perseguido for de cunho moral, uma vez que os danos extrapatrimoniais não são alcançáveis em
demandas com fundo de direito ambiental.
C improcedente, se for comprovado que a atividade que causou o dano era lícita, o que, por si só, caracteriza uma excludente da
responsabilidade.
D procedente, independentemente do nexo causal entre a conduta e o dano, uma vez que a responsabilidade do poluidor é
objetiva.
E procedente, independentemente da licitude da atividade e da observância dos limites de emissão de poluentes, uma vez que a
responsabilidade do poluidor é objetiva. (VERDADEIRO)

3. O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde, apesar da
existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de outros
particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por
conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com os
resíduos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014 (Info 544).

4. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: a) para demonstração da legitimidade para vindicar indenização por
dano ambiental que resultou na redução da pesca na área atingida, o registro de pescador profissional e a habilitação
ao benefício do seguro-desemprego, durante o período de defeso, somados a outros elementos de prova que
permitam o convencimento do magistrado acerca do exercício dessa atividade, são idôneos à sua comprovação; b) a
responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o
fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa
responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar; c)
é inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é
função que incumbe ao direito penal e administrativo; d) em vista das circunstâncias específicas e homogeneidade dos
efeitos do dano ambiental verificado no ecossistema do rio Sergipe - afetando significativamente, por cerca de seis
meses, o volume pescado e a renda dos pescadores na região afetada -, sem que tenha sido dado amparo pela
poluidora para mitigação dos danos morais experimentados e demonstrados por aqueles que extraem o sustento da
pesca profissional, não se justifica, em sede de recurso especial, a revisão do quantum arbitrado, a título de
compensação por danos morais, em R$ 3.000,00 (três mil reais); e) o dano material somente é indenizável mediante
prova efetiva de sua ocorrência, não havendo falar em indenização por lucros cessantes dissociada do dano
efetivamente demonstrado nos autos; assim, se durante o interregno em que foram experimentados os efeitos do
dano ambiental houve o período de "defeso" - incidindo a proibição sobre toda atividade de pesca do lesado -, não há
cogitar em indenização por lucros cessantes durante essa vedação; f) no caso concreto, os honorários advocatícios,
fixados em 20% (vinte por cento) do valor da condenação arbitrada para o acidente - em atenção às características
específicas da demanda e à ampla dilação probatória -, mostram-se adequados, não se justificando a revisão, em sede
de recurso especial (REsp 1354536/SE).

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Uma companhia de transporte fluvial, que trabalhava na estrita legalidade, com as licenças ambientais em dia, sofreu a colisão
de outra embarcação desgovernada, no momento em que realizava o abastecimento dos produtos químicos destinados a uma
indústria têxtil. A embarcação que causou o acidente navegava de forma irregular e sem qualquer licença ambiental. Na ocasião,
houve vazamento dos produtos carregados e uma explosão de grande dimensão, gerando contaminação dos corpos hídricos da
região, além de danos aos pescadores, eis que por um período de 3 meses a associação de pescadores locais, composta por 100
pescadores, ficou impossibilitada de exercer a sua atividade econômica. O vazamento causou ainda a morte de diversas espécies
de pássaros e peixes, e foi responsável pela interdição de vários balneários. Diante da situação hipotética acima e considerando
os princípios de direito ambiental e a doutrina da responsabilidade civil por dano ambiental:
D poder-se-á falar em reparação do dano material sofrido pelos pescadores, o que abrange o prejuízo apurável e exclui os
ganhos futuros, por tratar-se de atividade incerta. (FALSO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE – Prova Subjetiva:
Durante a construção de uma barragem por determinada usina hidrelétrica, houve considerável diminuição da pesca artesanal
na localidade, fazendo que a renda dos pescadores fosse reduzida drasticamente no período de um ano, o que prejudicou o
sustento próprio deles e de suas famílias. Além disso, durante três meses, foi proibida a pesca na região em razão do período de
defeso. Embora envidados esforços durante a ação judicial, o dano não foi mitigado pela usina, que afirmou não ter sido provado
que ela foi causadora do dano e, também, que este seria decorrente de culpa exclusiva de terceiro. A propósito da situação
hipotética acima descrita, responda, com fundamento na legislação e no entendimento do STJ, aos seguintes questionamentos.
1 Os pescadores têm direito a indenização por dano moral a partir do dano ambiental verificado e, também, por lucros cessantes
no período em que foi proibida a pesca? [valor: 5,25 pontos]2 Eventual culpa exclusiva de terceiro excluiria a responsabilidade
ambiental da usina hidrelétrica? [valor: 5,25 pontos] 3 Em qual circunstância seria possível transferir para a usina o encargo de
provar que sua conduta não ensejou riscos para o meio ambiente? [valor: 3,75 pontos]

5. Relativamente ao acidente ocorrido no dia 5 de outubro de 2008, quando a indústria Fertilizantes Nitrogenados de
Sergipe (Fafen), subsidiária da Petrobras, deixou vazar para as águas do rio Sergipe cerca de 43 mil litros de amônia,
que resultou em dano ambiental provocando a morte de peixes, camarões, mariscos, crustáceos e moluscos e
consequente quebra da cadeia alimentar do ecossistema fluvial local: é inadequado pretender conferir à reparação civil
dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e
administrativo. O art. 225, § 3º, da CF estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, e que "as condutas e atividades consideradas lesivas
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados". Nesse passo, no REsp 1.114.398/PR, (julgado sob o
rito do art. 543-C do CPC, DJe 16/2/2012) foi consignado ser patente o sofrimento intenso de pescador profissional
artesanal, causado pela privação das condições de trabalho, em consequência do dano ambiental, sendo devida
compensação por dano moral, fixada, por equidade. A doutrina realça que, no caso da compensação de danos morais
decorrentes de dano ambiental, a função preventiva essencial da responsabilidade civil é a eliminação de fatores
capazes de produzir riscos intoleráveis, visto que a função punitiva cabe ao direito penal e administrativo, propugnando
que os principais critérios para arbitramento da compensação devem ser a intensidade do risco criado e a gravidade do
dano, devendo o juiz considerar o tempo durante o qual a degradação persistirá, avaliando se o dano é ou não
reversível, sendo relevante analisar o grau de proteção jurídica atribuído ao bem ambiental lesado. Assim, não há falar
em caráter de punição à luz do ordenamento jurídico brasileiro - que não consagra o instituto de direito comparado
dos danos punitivos (punitivedamages) -, haja vista que a responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa
e que, revestir a compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem (pois, como firmado, a punição imediata é
tarefa específica do direito administrativo e penal). Dessa forma, conforme consignado no REsp 214.053-SP, para "se
estipular o valor do dano moral devem ser consideradas as condições pessoais dos envolvidos, evitando-se que sejam
desbordados os limites dos bons princípios e da igualdade que regem as relações de direito, para que não importe em
um prêmio indevido ao ofendido, indo muito além da recompensa ao desconforto, ao desagrado, aos efeitos do
gravame suportado" (Quarta Turma, DJ 19/3/2001). Com efeito, na fixação da indenização por danos morais,
recomendável que o arbitramento seja feito com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível
socioeconômico dos autores e, ainda, ao porte da empresa recorrida, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela
doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à realidade da vida
e às peculiaridades de cada caso. Assim, é preciso ponderar diversos fatores para se alcançar um valor adequado ao
caso concreto, para que, de um lado, não haja nem enriquecimento sem causa de quem recebe a indenização e, de
outro lado, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados por aquele que fora lesado.(INF 538
STJ/REsp 1.354.536-SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/3/2014.)

6. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva e pautada no risco integral, não se admitindo a aplicação de
excludentes de responsabilidade. Conforme a previsão do art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981, recepcionado pelo art.
225, §§ 2º e 3º, da CF, a responsabilidade por dano ambiental, fundamentada na teoria do risco integral, pressupõe a
existência de uma atividade que implique riscos para a saúde e para o meio ambiente, impondo-se ao empreendedor a
obrigação de prevenir tais riscos (princípio da prevenção) e de internalizá-los em seu processo produtivo (princípio do
poluidor-pagador). Pressupõe, ainda, o dano ou risco de dano e o nexo de causalidade entre a atividade e o resultado,
efetivo ou potencial, não cabendo invocar a aplicação de excludentes de responsabilidade (INF 507 STJ).

7. Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença condenatória
imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia
em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo (INF 526 STJ).
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA POR DANOS AMBIENTAIS

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. INTRODUÇÃO

 O art. 225, § 3º, da CF consagrou o princípio da independência das instâncias.

Art. 225 (...)


§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


A A cominação de multa pelo juiz em sentença que julga procedente uma ação penal por crime ambiental não interfere no poder
da administração de aplicar sanção pecuniária em razão deste mesmo fato submetido à apreciação do juízo penal.
(VERDADEIRO)
TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:
Lavrado Auto de Infração Ambiental por supressão ilegal de vegetação nativa em área de preservação permanente, aplicou-se
pena de multa, que foi adimplida pelo autuado. A Administração Pública, neste caso, deverá
a) arquivar o processo administrativo diante do pagamento integral da multa imposta.
b) noticiar o fato aos órgãos competentes (Ministério Público e Polícia Civil) para verificar eventual prática de crime ambiental e
buscar, administrativamente ou por meio do Poder Judiciário, a reparação do dano ambiental. (VERDADEIRO)
c) noticiar o fato aos órgãos competentes (Ministério Público e Polícia Civil) para verificar eventual prática de crime ambiental e
arquivar o processo administrativo.
d) noticiar o fato aos órgãos competentes (Ministério Público e Polícia Civil) para verificar eventual prática de crime ambiental e
buscar administrativamente a reparação do dano ambiental, visto que não tem legitimidade para ingressar em juízo.
e) ingressar em juízo para buscar a reparação do dano ambiental e a condenação do autuado pela prática de crime ambiental.
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
d) Sendo a conduta definida como infração administrativa ambiental e também como crime, o pagamento da multa ao órgão
ambiental substitui a multa determinada judicialmente em ação penal ambiental.(FALSO)

OBS.:
1) Cada entidade política terá a atribuição de instituir as suas próprias infrações administrativas por lei.
2) A competência para o licenciamento ambiental não se confunde com a atribuição para exercer a fiscalização ambiental.

2. INFRAÇÃO AMBIENTAL DO ART. 70 DA LEI Nº 9.605/98 E SUA REGULAMENTAÇÃO

 No âmbito federal, a infração administrativa ambiental é tratada genericamente pela Lei nº 9.605/98, regulamentada
pelo Decreto nº 6.514/08.

Importante:
Não viola o princípio da legalidade a instituição de um tipo genérico
por lei, a ser regulamentado via decreto, como ocorre com a Lei nº
9.605/98 e o Decreto nº 6.514/08.

AgRg no REsp 1290827 / MG:


Em respeito ao Princípio da Legalidade, não é cabível a aplicação de multa ambiental
sem a expressa previsão em lei strictu sensu, de modo que não se admite a motivação
exclusivamente em Decretos Regulamentares ou Portarias (julgado em 27/10/2016).
AgRg no AREsp 557714 / MG
A jurisprudência desta Corte Superior fixou entendimento de que não é cabível a
aplicação de multa ambiental sem a expressa previsão legal em respeito ao princípio da
legalidade (28/03/2019).

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


b) O IBAMA pode, mediante portaria, vedar a prática de conduta nociva ao meio ambiente e fixar pena de multa para infratores.
(FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2014):
Em razão do princípio da legalidade estrita, mesmo que determinada conduta seja tipificada como crime ambiental, esta não
ensejará a aplicação de sanções administrativas se não estiver, individual e especificadamente, definida pela lei como infração
administrativa ambiental (FALSO).

2.1. Previsão legal

 Art. 70 da Lei nº 9.605/98.

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o
contraditório, observadas as disposições desta Lei.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


O órgão ambiental estadual pode impor sanção administrativa com base no tipo penal previsto na Lei n° 9.605/98 (FALSO).

2.2.1. Quem são autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo?

1. Os funcionários de órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização.


2. Os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.

Art. 70 (...)
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização,
bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo
anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.

PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2018) – CESPE


O governo da Paraíba editou uma lista de peixes em extinção diferente da estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente. Para
tanto, pautou-se em estudo técnico sobre o estoque de peixes no estado e os impactos da exploração desses animais. Uma
semana após a edição da lista estadual paraibana, fiscais da Secretaria de Meio Ambiente Municipal de João Pessoa abordaram
um enorme barco pesqueiro com 16 toneladas de um dos peixes constantes da lista editada, no Porto de Cabedelo, prestes a
partir para outro país. Nessa situação hipotética, os fiscais da Secretaria de Meio Ambiente Municipal de João Pessoa
A não devem atuar administrativamente, pois o estado não detém competência para editar lista de espécies de peixes em
extinção de modo a viabilizar uma operação fiscalizadora.
B devem atuar no âmbito administrativo com base no poder de polícia, tendo em vista que a competência ambiental
administrativa é concorrente entre os entes federados.
C devem atuar no âmbito administrativo com base no poder de polícia, tendo em vista que a competência ambiental
administrativa é comum entre os entes federados. (VERDADEIRO)
D não devem atuar administrativamente, porque a competência deve ser do órgão de fiscalização estadual, por ter sido este o
ente responsável pela edição da lista de espécies de peixes em extinção.
E não devem atuar administrativamente, porque a competência deve ser do órgão de fiscalização federal, em razão da
quantidade de pescados apreendida.
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
a) Independentemente de designação prévia para a atividade de fiscalização, servidor do órgão ambiental que constatar infração
administrativa ambiental é competente para, no exercício do poder de polícia, lavrar o respectivo auto de infração. (FALSO)
DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:
Um agricultor autuado por infração ambiental solicitou auxílio da DP. No auto de infração, constam: a conduta de impedir a
regeneração natural de floresta localizada em APP, por manter a área como pasto; a indicação da pena de multa em razão da
ilegalidade. Segundo o agricultor, na verificação, os agentes públicos federais afirmaram ser possível a responsabilização nas
esferas administrativa, criminal e civil. Ele argumentou, por fim, que comprou a propriedade já no estado atual e que
desconhecia as supostas ilegalidades. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
a) O auto de infração em apreço só terá legalidade se tiver sido lavrado por autoridade policial e contiver o valor da multa, cujo
pagamento, entretanto, só deverá ser feito após o julgamento administrativo, já que depende de confirmação de incidência.
(FALSO)

2.2. Desnecessidade de dano

 A ocorrência de dano ambiental não é exigida para a consumação do citado tipo administrativo, em consonância com o
princípio da prevenção, sendo bastante que o agente, por ação ou omissão, infrinja a legislação administrativa
ambiental, existindo infrações de dano e de perigo.

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Um empreendedor pretende desenvolver atividade que utiliza recursos ambientais e é potencialmente poluidora. Nesse caso, o
órgão de meio ambiente municipal detém a competência para o controle ambiental. Nessa situação,
d) se a atividade for exercida em desacordo com a licença ambiental emitida, será necessária, para a aplicação de multa, a
comprovação de que foram causados danos ambientais significativos. (FALSO)

2.3. Sujeito ativo

 Pessoa física.
 Pessoa jurídica.

Importante:
No caso de pessoa jurídica, exige-se que o ato tenha sido praticado
por seu representante legal ou contratual, no interesse ou benefício
da entidade moral.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


A pessoa jurídica de direito público não pode ser alvo de aplicação de sanção administrativa derivada da prática de infração
ambiental (FALSO).

2.4. Depende de culpa

 Apesar de existência de decisões em sentido contrário (REsp 1318051/RJ), o STJ possui jurisprudência adotando a
responsabilidade subjetiva administrativa.
REsp 1401500/PR:
Sendo assim, o STJ possui jurisprudência no sentido de que, "tratando-se de
responsabilidade administrativa ambiental, o terceiro, proprietário da carga, por não
ser o efetivo causador do dano ambiental, responde subjetivamente pela degradação
ambiental causada pelo transportador" (AgRg no AREsp 62.584/RJ, Rel. Ministro Sérgio
Kukina, Rel. p/ acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 7.10.2015).
6. "Isso porque a aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da
responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados), mas
deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser
cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e
com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano". (REsp 1.251.697/PR, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17.4.2012) (13/09/2016).
REsp 1640243/SC:
Nos termos da jurisprudência do STJ, como regra a responsabilidade administrativa
ambiental apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou culpa para sua configuração
(27/04/2017).
INF 650 STJ
A aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da responsabilidade
objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados), mas deve obedecer à
sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo
alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com
demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano. Assim, a responsabilidade CIVIL
ambiental é objetiva; porém, tratando-se de responsabilidade administrativa ambiental,
a responsabilidade é SUBJETIVA. STJ. 1ª Seção. EREsp 1318051/RJ, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 08/05/2019 (Info 650).

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


C a natureza da responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, segundo atual entendimento consolidado no STJ.
(VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
Sobre a temática da infração administrativa ambiental e as sanções cominadas na Lei n. 9.605/98, assinale a opção correta:
A A multa administrativa é de natureza subjetiva, independentemente de culpa ou dolo. (FALSO)
B A multa diária será aplicada somente quando for comprovado o dolo. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Tanto para imputação penal quanto para imposição da sanção decorrente de infração administrativa é imprescindível a prova do
dolo do poluidor (FALSO).
PGE/PR – Procurador do Estado (2015):
Embora no âmbito da responsabilidade administrativa seja dispensável a apuração da culpa na infração ambiental, à
responsabilidade civil decorrente de danos ambientais aplica-se, como regra, a denominada teoria subjetivista (FALSO).
TJ/SP – Juiz de Direito (2014):
No tocante à responsabilidade pelo dano ambiental, pode-se afirmar, quanto à natureza das responsabilidades civil,
administrativa e penal.
a) Respectivamente, responsabilidade subjetiva, objetiva e subjetiva.
b) Respectivamente, responsabilidade objetiva, subjetiva e subjetiva.
c) Todas elas são de responsabilidade subjetiva.
d) Respectivamente, responsabilidade objetiva, objetiva e subjetiva (VERDADEIRO).

2.5. Pessoalidade

 A aplicação e a execução de penalidade administrativa se limita ao transgressor, ou seja, não se admite que terceiros
respondam por ofensa ambientais praticadas por outrem (REsp 1251697/PR).

REsp 1251697/PR:
6. O ponto controverso nestes autos, contudo, é outro. Discute-se, aqui, a possibilidade
de que terceiro responda por sanção aplicada por infração ambiental. 7. A questão,
portanto, não se cinge ao plano da responsabilidade civil, mas da responsabilidade
administrativa por dano ambiental. 8. Pelo princípio da intranscendência das penas (art.
5º, inc. XLV, CR88), aplicável não só ao âmbito penal, mas também a todo o Direito
Sancionador, não é possível ajuizar execução fiscal em face do recorrente para cobrar
multa aplicada em face de condutas imputáveis a seu pai. 9. Isso porque a aplicação de
penalidades administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da
esfera cível (para reparação dos danos causados), mas deve obedecer à sistemática da
teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado
transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com demonstração do
nexo causal entre a conduta e o dano. 10. A diferença entre os dois âmbitos de punição
e suas consequências fica bem estampada da leitura do art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/81,
segundo o qual "[s]em obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo [entre
elas, frise-se, a multa], é o poluidor obrigado, independentemente da existência de
culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade". 11. O art. 14, caput, também é claro: "[s]em prejuízo das
penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos
causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: [...]". 12.
Em resumo: a aplicação e a execução das penas limitam-se aos transgressores; a
reparação ambiental, de cunho civil, a seu turno, pode abranger todos os poluidores, a
quem a própria legislação define como "a pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação
ambiental" (art. 3º, inc. V, do mesmo diploma normativo). 13. Note-se que nem seria
necessária toda a construção doutrinária e jurisprudencial no sentido de que a
obrigação civil de reparar o dano ambiental é do tipo propter rem, porque, na verdade,
a própria lei já define como poluidor todo aquele que seja responsável pela degradação
ambiental - e aquele que, adquirindo a propriedade, não reverte o dano ambiental,
ainda que não causado por ele, já seria um responsável indireto por degradação
ambiental (poluidor, pois). 14. Mas fato é que o uso do vocábulo "transgressores" no
caput do art. 14, comparado à utilização da palavra "poluidor" no § 1º do mesmo
dispositivo, deixa a entender aquilo que já se podia inferir da vigência do princípio da
intranscendência das penas: a responsabilidade civil por dano ambiental é
subjetivamente mais abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal,
não admitindo estas últimas que terceiros respondam a título objetivo por ofensa
ambientais praticadas por outrem.

2.5.1. Diferenciação: responsabilidade administrativa ambiental x responsabilidade civil ambiental

Responsabilidade administrativa Responsabilidade civil


Subjetiva Objetiva
Pessoal “Propter rem”

AGU – Advogado da União (2015) - CESPE:


Conforme jurisprudência do STJ, ao contrário da responsabilidade administrativa ambiental, em que se exige pessoalidade da
conduta, a responsabilidade civil ambiental pode ser exigida do novo proprietário do empreendimento, que deverá promover a
recomposição da área de preservação permanente ilegalmente ocupada (VERDADEIRO).

2.6. Prescrição no procedimento administrativo

Durante o processo administrativo


Antes do processo administrativo Depois do processo administrativo
(intercorrente)
Prescreve em 5 anos a ação da É prevista a prescrição Prescreve em 5 anos, contados do
administração objetivando apurar a intercorrente, incidente no término do processo
prática de infrações contra o meio procedimento administrativo administrativo, a pretensão da
ambiente, contada da data da paralisado por mais de 3 anos. Administração Pública de promover
prática do ato, ou, no caso de a execução da multa por infração
infração permanente ou ambiental (Súmula 467/STJ).
continuada, do dia em que esta
tiver cessado.

PGM/Ribeirão Preto – Procurador do Município (2019) – VUNESP


E prescreve em 2 anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a
execução da multa por infração ambiental. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
Em matéria de prescrição da pretensão da Administração Pública em promover a execução de multa por infração administrativa
no Direito Ambiental, assinale a alternativa correta:
A o prazo é de cinco anos, a contar da notificação no processo administrativo.
B o prazo é de três anos, iniciando-se do término do processo administrativo.
C o prazo é de três anos, a contar da notificação no processo judicial.
D o prazo é de três anos, contados da portaria de instauração do processo administrativo.
E o prazo é de cinco anos, contados do encerramento do processo administrativo. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2017):
b) Em regra, a cobrança de multa administrativa oriunda de responsabilidade ambiental não prescreve. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
c) O prazo de prescrição para a cobrança de multa administrativa por infração ambiental é de cinco anos a partir da violação.
(FALSO)
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
Em um processo administrativo sancionador no âmbito do IBAMA, foi proferida decisão — ainda sujeita a recurso — aplicando
multa ao autor de infração administrativa ambiental. A respeito dessa situação hipotética, é correto inferir que
a) a infração administrativa sob análise está tipificada também como contravenção penal.
b) a aplicação de multa foi antecedida pela aplicação da pena de advertência em processo anterior.
c) a multa aplicada é prevista em portaria do IBAMA.
e) ainda não está em curso o prazo prescricional para a cobrança da multa. (VERDADEIRO)
PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:
Segundo o Decreto Federal nº 6.514/2008, que trata das infrações administrativas ambientais,
a) as infrações ambientais são imprescritíveis. (FALSO)
b) as infrações ambientais prescrevem em três anos. (FALSO)
c) incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração ambiental paralisado por mais de três anos
(VERDADEIRO).

OBS.:
1) SV 21/STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade
de recurso administrativo.
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
d) É legal a exigência de depósito prévio da multa ambiental como condição para o exercício da defesa administrativa.(FALSO)
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
Em um processo administrativo sancionador no âmbito do IBAMA, foi proferida decisão — ainda sujeita a recurso — aplicando
multa ao autor de infração administrativa ambiental. A respeito dessa situação hipotética, é correto inferir que
d) a admissibilidade de recurso administrativo está condicionada ao prévio depósito do valor da multa. (FALSO)

2) Quando o fato objeto da infração também constituir crime, a prescrição de que trata o caput reger-se-á pelo prazo
previsto na lei penal.

PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:


Segundo o Decreto Federal nº 6.514/2008, que trata das infrações administrativas ambientais,
a) quando o fato objeto da infração também constituir crime, a prescrição ocorrerá em dez anos. (FALSO)

3) Com fundamento no princípio da independência das instâncias, a prescrição da pretensão punitiva da administração
não elide a obrigação de reparar o dano ambiental.

PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:


Segundo o Decreto Federal nº 6.514/2008, que trata das infrações administrativas ambientais,
a) a prescrição da pretensão punitiva da Administração pública elide a obrigação de reparar o dano ambiental.
(FALSO)

2.8. Prazos

 O art. 71 da Lei nº 9.605/98 fixa alguns importantes prazos:

20 dias Prazo de defesa contra o auto de infração.


30 dias Prazo para a autoridade julgar o auto de infração.
20 dias Prazo para recurso.
5 dias Prazo para pagamento da multa.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a
defesa ou impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

PGE/PR – Procurador do Estado (2015):


O autuado por infração administrativa ambiental poderá, no prazo de quinze dias, contados da data da ciência da autuação,
oferecer defesa contra o auto de infração (FALSO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2014):
O prazo prescricional para apuração de infrações ambientais é de cinco anos, contados da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que houver cessado a infração. No entanto, se o fato objeto da infração também
constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal (VERDADEIRO).

2.7. Rol de sanções administrativas

 O art. 72 da Lei nº 9.605/98 estabeleceu o rol de sanções administrativas:

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas
cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos
regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do
SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento
não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.

INF 561 STJ:


Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a
necessidade de prévia imposição da pena de advertência (art. 72 da Lei 9.605/98). STJ.
1ª Turma. REsp 1.318.051-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/3/2015 (Info
561).

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


A Indivíduo que comete, simultaneamente, duas ou mais infrações administrativas ambientais se sujeita às sanções previstas
para cada infração, de forma cumulativa. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2018)
No âmbito do Direito Ambiental, é correto afirmar que:
A o princípio da segurança jurídica impede a demolição de edificação em área de preservação permanente. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
b) É vedada a apreensão, pelo órgão ambiental, de veículo utilizado na prática de infração ambiental, sanção que só é aplicada
no âmbito penal e por determinação judicial. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
a) As penas restritivas de direito aplicam-se tanto aos crimes ambientais quanto às infrações administrativas ambientais.
(VERDADEIRO)
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
A demolição de obra realizada sem o devido licenciamento ambiental pode ser determinada no âmbito administrativo
(VERDADEIRO).
AGU – Advogado da União (2015) - CESPE:
A legislação veda a aplicação de multa no caso de responsabilização administrativa do empreendimento por não elaborar o
prévio licenciamento ambiental, devendo ser aplicada advertência com a indicação de prazo para a regularização do
licenciamento junto ao órgão competente (FALSO).

OBS.:
1) A autoridade ambiental que se omitir na apuração do ilícito ambiental terá corresponsabilidade pela infração, se dele
tiver conhecimento e puder agir.

2.7.1. A demolição de obra irregular é autoexecutória?

 Em regra, sim.

REsp 1217234/PB:
Os atos de polícia são executados pela própria autoridade administrativa,
independentemente de autorização judicial. Se, todavia, o ato de polícia tiver como
objeto a demolição de uma casa habitada, a respectiva execução deve ser autorizada
judicialmente e acompanhada por oficiais de justiça (14/08/2013).
REsp 1246443 / PR
Mesmo que a Lei n. 9.605/98 autorize a demolição de obra como sanção às infrações
administrativas de cunho ambiental, a verdade é que existe forte controvérsia acerca
de sua auto-executoriedade (da demolição de obra). Em verdade, revestida ou não a
sanção do referido atributo, a qualquer das partes (Poder Público e particular) é dado
recorrer à tutela jurisdicional (3/04/2012).

TJ/PR – Juiz de Direito (2014):


A demolição de obras é sanção administrativa dotada de auto-executoriedade, razão pela qual a demolição de edificações
residenciais poderá ser feita pelo próprio agente autuante, após o contraditório e a ampla defesa (FALSO).

2.7.2. A Administração Pública deve advertir para somente depois aplicar a multa?

 Não. O art. 72 da Lei 9.605/1998 prevê as diferentes modalidades de sanções aplicáveis como resposta à infração
ambiental, sem, contudo, estabelecer a obrigatoriedade da observância de qualquer sequência dessas modalidades no
momento de sua cominação.
 Não constitui dever da Administração Pública primeiramente advertir para somente depois aplicar a multa simples. A
escolha do tipo de sanção para o caso concreto é verificada de acordo com o grau de gravidade da conduta infracional,
os antecedentes do infrator e a situação econômica, conforme art. 6º da Lei 9.605/1998 (REsp 1710683/MG).

2.7.3. A pluralidade de multas pelo mesmo fato


 O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na
mesma hipótese de incidência (art. 76).

Importante:
Se a multa federal for maior, a substituição será parcial, bem como
será condicionada ao efetivo pagamento ao Poder Público local (art.
12 do Decreto nº 6.514/08).

Art. 12. O pagamento de multa por infração ambiental imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a
aplicação de penalidade pecuniária pelo órgão federal, em decorrência do mesmo fato, respeitados os limites estabelecidos neste
Decreto.
Parágrafo único. Somente o efetivo pagamento da multa será considerado para efeito da substituição de que trata o caput, não
sendo admitida para esta finalidade a celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta ou outra forma de
compromisso de regularização da infração ou composição de dano, salvo se deste também participar o órgão ambiental federal.

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


D O pagamento de multa aplicada por determinado estado ou município não exime o condenado da obrigação de pagamento de
multa federal relativa à mesma hipótese de incidência. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
Sobre a temática da infração administrativa ambiental e as sanções cominadas na Lei n. 9.605/98, assinale a opção correta:
C O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma
hipótese de incidência. (VERDADEIRO)
PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP
A Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo lavrou auto de infração ambiental em face de infrator, por suprimir vegetação
sem autorização do órgão competente, em um imóvel rural particular não inserido em área qualificada como Unidade de
Conservação. Ato contínuo, enquanto o infrator se preparava para sair do local, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA lavraram auto de infração em razão dos mesmos fatos. A sanção cominada, por
ambos os entes, foi exclusivamente a de multa. Diante dessa situação, assinale a alternativa correta.
A Os dois autos de infração ambiental são inválidos, pois a competência para lavratura é municipal, tratando-se de vício sanável.
B Deve prevalecer o auto de infração ambiental lavrado pelo Estado. (VERDADEIRO)
C Os dois autos de infração devem ser mantidos, inclusive com as sanções daí decorrentes, que serão concorrentes e admitirão a
futura cobrança das multas respectivas.
D Deve prevalecer o auto de infração ambiental lavrado pelo IBAMA.
E Os dois autos de infração ambiental são inválidos, pois a competência para lavratura é municipal, tratando-se de vício
insanável.
TJ/PR – Juiz de Direito (2014):
Caso haja aplicação de multa ambiental tanto pela União quanto pelo Estado do Paraná em razão da mesma hipótese de
incidência, a celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta com o órgão estadual substitui a multa federal,
ainda que não haja participação do órgão federal no compromisso de ajustamento (FALSO).

OBS.:
1) No caso de aplicação de multa diária (art. 10 do Decreto nº 6514), a celebração de termo de compromisso de
reparação ou cessação dos danos encerrará a contagem da multa diária.

TRF/2R – Juiz Federal (2018)


Sobre a temática da infração administrativa ambiental e as sanções cominadas na Lei n. 9.605/98, assinale a opção correta:
D A celebração do termo de compromisso de reparação ou cessação de danos não encerra a multa diária. (FALSO)

2.7.4. Conversão de multa para reparação de danos

Decreto nº 9.179/2017:
Antes Depois
Art. 141. Não será concedida a conversão de multa Art. 141. Não caberá conversão de multa para
para reparação de danos de que trata o inciso I do reparação de danos decorrentes das próprias
art. 140, quando: infrações.
I - não se caracterizar dano direto ao meio
ambiente; e
II - a recuperação da área degradada puder ser
realizada pela simples regeneração natural.
Parágrafo único. Na hipótese do caput, a multa
poderá ser convertida nos serviços descritos nos
incisos II, III e IV do art. 140, sem prejuízo da
reparação dos danos praticados pelo infrator.

Importante:
O CESPE, no concurso da DPU, exigiu o conhecimento desse tema.
Apesar de a questão estar desatualizada, vale o alerta, considerando a
possibilidade de exigirem novamente.

DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:


Um agricultor autuado por infração ambiental solicitou auxílio da DP. No auto de infração, constam: a conduta de impedir a
regeneração natural de floresta localizada em APP, por manter a área como pasto; a indicação da pena de multa em razão da
ilegalidade. Segundo o agricultor, na verificação, os agentes públicos federais afirmaram ser possível a responsabilização nas
esferas administrativa, criminal e civil. Ele argumentou, por fim, que comprou a propriedade já no estado atual e que
desconhecia as supostas ilegalidades. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
B) Se ficar constatado que a área degradada pode ser recuperada por simples regeneração natural, a pena de multa indicada no
auto de infração não poderá ser convertida em reparação de danos.

2.7.5. Valor da multa

 A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal. Se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor
máximo, poderá ser aumentada até 3x, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida (art. 18).

TRF/2R – Juiz Federal (2018)


Sobre a temática da infração administrativa ambiental e as sanções cominadas na Lei n. 9.605/98, assinale a opção correta:
E A multa será fixada com base na diferença entre o maior e o menor salário mínimo vigente.(FALSO)

2.8. O Ministério Público deve ser manifestar em causa em que se discute a nulidade de auto de infração ambiental?

 Sim. O interesse envolvido transcende o meramente patrimonial (INF 487 STJ).

3. HIPÓTESES DE SUSPENSÃO E CONVERSÃO DA PUNIBILIDADE ADMINISTRATIVA NO NOVO CÓDIGO FLORESTAL

1. Art. 14, §2º:

Art. 14 (...)
§ 2o Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário ou possuidor
rural não poderá ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão ambiental competente
integrante do Sisnama, em razão da não formalização da área de Reserva Legal.

2. Art. 59, §§ 4º e 5º:

Art. 59 (...)
§ 4o No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, bem como após a
adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não
poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas
de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.
§ 5o A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações mencionadas no § 4o
deste artigo e, cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental das
exigências desta Lei, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas referidas neste artigo serão consideradas como
convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas
rurais consolidadas conforme definido no PRA.

4. JURISPRUDÊNCIA

1. É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os proprietários de
veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. O Município tem competência
para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de interesse local. STF. Plenário. RE
194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870).

5. OBSERVAÇÕES FINAIS

1. Art. 24 do Decreto nº 6.514/08:

Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de:
I - R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção;
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção
constante ou não da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES.
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção,
inclusive da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES. (Redação
dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 1o As multas serão aplicadas em dobro se a infração for praticada com finalidade de obter vantagem pecuniária.
§ 2o Na impossibilidade de aplicação do critério de unidade por espécime para a fixação da multa, aplicar-se-á o valor de R$
500,00 (quinhentos reais) por quilograma ou fração.
§ 3o Incorre nas mesmas multas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; ou
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou
espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de
criadouros não autorizados, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade ambiental competente ou em
desacordo com a obtida.
§ 4o No caso de guarda doméstica de espécime silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode a autoridade competente,
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a multa, em analogia ao disposto no § 2o do art. 29 da Lei no 9.605, de 1998.
§ 5o No caso de guarda de espécime silvestre, deve a autoridade competente deixar de aplicar as sanções previstas neste Decreto,
quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente.
§ 6o Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade
ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização.
§ 7o São espécimes da fauna silvestre, para os efeitos deste Decreto, todos os organismos incluídos no reino animal, pertencentes
às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras não exóticas, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo
original de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou em águas jurisdicionais brasileiras. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 8o A coleta de material destinado a fins científicos somente é considerada infração, nos termos deste artigo, quando se
caracterizar, pelo seu resultado, como danosa ao meio ambiente. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).
§ 9o A autoridade julgadora poderá, considerando a natureza dos animais, em razão de seu pequeno porte, aplicar multa de R$
500,00 (quinhentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais) quando a contagem individual for de difícil execução ou quando, nesta
situação, ocorrendo a contagem individual, a multa final restar desproporcional em relação à gravidade da infração e a capacidade
econômica do infrator. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Importante:
Infelizmente, o CESPE exigiu o conhecimento das infrações
administrativas em espécie, no concurso da PGM/Fortaleza. Assim,
recomenda-se da Seção III do Decreto nº 6.514/08.

PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Situação hipotética: Rafael resolveu entregar, espontaneamente, ao órgão ambiental competente uma ave migratória nativa da
floresta amazônica que possuía em casa sem a devida anuência da autoridade competente. Assertiva: Nessa situação, Rafael está
sujeito ao pagamento de multa, e seu ato será considerado atenuante na aplicação da penalidade. (FALSO)

2. Art. 13 do Decreto nº 7.830/2012:

Art. 13. A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações mencionadas no
art. 12, e cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental das
exigências previstas na Lei nº 12.651, de 2012, nos prazos e condições neles estabelecidos.
Parágrafo único. As multas decorrentes das infrações referidas no caput serão consideradas como convertidas em serviços de
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme
definido no PRA.

TJ/BA – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Em 2006, um imóvel rural localizado no bioma caatinga e fora da Amazônia Legal foi completamente desmatado por seu
proprietário, que, em decorrência disso, foi autuado, no mesmo ano, pelo órgão ambiental federal competente e penalizado
com multa. Nessa situação hipotética, para eximir-se do pagamento da multa, basta ao proprietário
A aderir ao Programa de Regularização Ambiental e assinar termo de compromisso de reparação integral do dano.
B inscrever o imóvel no Cadastro Ambiental Rural, aderir ao Programa de Regularização Ambiental e adquirir cotas de reserva
ambiental para reparar 80% do dano.
C inscrever o imóvel no Cadastro Ambiental Rural, aderir ao Programa de Regularização Ambiental, assinar termo de
compromisso e reparar 50% do dano.
D inscrever o imóvel no Cadastro Ambiental Rural, aderir ao Programa de Regularização Ambiental, assinar termo de
compromisso e reparar integralmente o dano. (VERDADEIRO)
E inscrever o imóvel no Cadastro Ambiental Rural, adquirir cotas de reserva ambiental e se comprometer a recuperar 50% da
área degradada.

3. O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto nº 3.179/1999 (redação original), quando permite a liberação de veículos e
embarcações mediante pagamento de multa, não é compatível com o que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n. 9.605/1998;
entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo regulamentar admite a instituição do depositário fiel na
figura do proprietário do bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é apresentada defesa
administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do veículo, mas a devolução com a
instituição de depósito (e os consectários legais que daí advêm), observado, entretanto, que a liberação só poderá
ocorrer caso o veículo ou a embarcação estejam regulares na forma das legislações de regência (Código de Trânsito
Brasileiro, p. ex.). STJ. 1ª Seção. REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/04/2018
(recurso repetitivo) (Info 625).

4. A empresa “Alta Vista Ltda.” estava transportando toras de madeira quando foi parada em uma fiscalização do IBAMA.
Os servidores da autarquia ambiental constataram que a empresa estava transportando madeiras serradas em
desacordo com a nota fiscal e com a licença de transporte que possuía. A empresa estava transportando 4.000 m3 de
madeira a mais do que estava autorizada. Isso significa que ela estava transportando cerca de 10% a mais da carga que
poderia. A legislação ambiental prevê a lavratura de auto de infração e a apreensão da carga. Indaga-se: deverá ser
apreendida a carga toda (todas as madeiras) ou apenas aquelas que excederam a autorização prevista na guia de
transporte? A carga inteira. A gravidade da conduta de quem transporta madeira em descompasso com a respectiva
guia de autorização não se calcula com base apenas no quantitativo em excesso. Essa infração compromete a eficácia
de todo o sistema de proteção ambiental. Logo, a medida de apreensão deve compreender a totalidade da mercadoria
transportada. STJ. 2ª Turma. REsp 1.784.755-MT, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 17/09/2019 (Info 658).

5. Para que haja a apreensão de veículo utilizado na prática de infração ambiental não é necessário que se comprove que
o bem era utilizado de forma reiterada ou rotineiramente na prática de ilícitos ambientais. Exigir que a autoridade
ambiental comprove que o veículo era utilizado específica, exclusiva, reiterada ou rotineiramente para a prática de
delito ambiental caracteriza verdadeira prova diabólica, o que tornaria letra morta a legislação que ampara a atividade
fiscalizatória. STJ. 2ª Turma. AREsp 1.084.396-RO, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 19/09/2019 (Info 659).

6. As autoridades ambientais podem apreender veículo utilizado para a prática de infração ambiental mesmo que este
bem seja alugado e quem tenha cometido o ilícito tenha sido o locatário. Ainda que se trate de bem locado ao real
infrator, a apreensão do bem é possível. Não se pode dizer que houve uma injusta restrição ao proprietário (que não
deu causa à infração ambiental). Ao alugar o veículo, o locador assume o risco decorrente da exploração da atividade
econômica por ele exercida. Além disso, seja em razão do conceito legal de poluidor, seja em função do princípio da
solidariedade que rege o direito ambiental, a responsabilidade administrativa pelo ilícito recai sobre quem, de qualquer
forma, contribuiu para a prática da infração ambiental, por ação ou omissão. Ademais, aquele que realiza a atividade
de locação de veículos deve adotar garantias para a prevenção e o ressarcimento dos danos causados pelo locatário.
Não é possível admitir que o Judiciário comprometa a eficácia da legislação ambiental e impeça a apreensão do veículo
tão somente porque o instrumento utilizado no ilícito originou-se de um contrato de locação, cessão ou de qualquer
outro meio juridicamente previsto.STJ. 2ª Turma. AREsp 1.084.396-RO, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 19/09/2019
(Info 659).

7. O locador (proprietário) do bem apreendido tem o direito de se defender administrativamente. Após a medida de
apreensão, a autoridade administrativa deverá notificar o proprietário do veículo locado para dar a ele a oportunidade
de comprovar a sua boa-fé antes de decidir sobre a destinação do bem apreendido pela prática de infração ambiental.
Cabe ao proprietário do veículo comprovar sua boa-fé, demonstrando que, pelas circunstâncias da prática envolvida e
apesar de ter tomado as precauções necessárias, não tinha condições de prever a utilização do bem no ilícito
ambiental. A autoridade administrativa deve notificar o proprietário do veículo locado para oportunizar que comprove
a sua boa-fé antes de decidir sobre a destinação do bem apreendido pela prática de infração ambientalSTJ. 2ª Turma.
AREsp 1.084.396-RO, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 19/09/2019 (Info 659).
CÓDIGO FLORESTAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. INTRODUÇÃO

1.1. Regulamentação

 Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

INF 643 STJ


A legislação municipal não pode reduzir o patamar mínimo de proteção marginal dos
cursos d'água, em toda sua extensão, fixado pelo Código Florestal. A norma federal
conferiu uma proteção mínima, cabendo à legislação municipal apenas intensificar o
grau de proteção às margens dos cursos d'água, ou quando muito, manter o patamar
de proteção (jamais reduzir a proteção ambiental). STJ. 2ª Turma. AREsp 1.312.435-RJ,
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 07/02/2019 (Info 643).

1.1.1. Princípios informadores do Código Florestal

 Art. 1º-A, parágrafo único, da Lei nº 12.651/2012:

Art. 1º-A (...)


Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princípios:
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem
como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações
presentes e futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de
vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na
presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e
harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de
políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a
preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para
promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

1.1.2. A Constitucionalidade do Novo Código Florestal

 O STF analisou a constitucionalidade do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e decidiu:


1. Declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização
de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, contidas no art. 3º, VIII, b, da Lei nº
12.651/2012;
2. Dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se condicionar a
intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa
técnica e/ou locacional à atividade proposta;
3. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a interpretação
de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área de preservação
permanente;
4. Declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art. 3º, parágrafo
único;
5. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas
entre áreas com identidade ecológica;
6. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar, no decurso da
execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, o risco de
decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes de 22.7.2008, seja das sanções deles
decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual
“a prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”.
7. Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais. STF. Plenário. ADC 42/DF, ADI
4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018 (Info 892).

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


Recentemente o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento das Ações Diretas de Constitucionalidade 4901, 4902, 4903,
4937 e da Ação Declaratória de Constitucionalidade 42, as quais tratavam de diversos dispositivos da Lei nº 12.651/2012,
denominada Código Florestal. De acordo com referido julgamento, é CORRETO afirmar que:
A O Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da anistia concedida a todo aquele que tenha praticado a
supressão de vegetação em área de preservação permanente, reserva legal ou de uso restrito anteriores a 22 de julho de 2008,
nos termos do artigo 59 da Lei nº 12.651/2012.
B Ao declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização de
competições esportivas”, contidas no artigo 3º, VIII, alínea b, da Lei nº 12.651/2012, o Supremo Tribunal Federal reduziu as
hipóteses em que se permite o desmatamento de área de preservação permanente por motivo de utilidade pública.
(VERDADEIRO)
C O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional o mecanismo da Cota de Reserva Ambiental (CRA) que permite a
compensação da Reserva Legal de imóvel rural, afastando, porém, a exigência prevista no Código Florestal de que referida
compensação somente poderia ser realizada em áreas pertencentes ao mesmo bioma e que mantivessem identidade ecológica.
D Embora tenha reconhecido a constitucionalidade da maior parte dos dispositivos do Código Florestal, o Supremo Tribunal
Federal também admitiu que a redução da área de reserva legal prevista na norma estabeleceu um padrão de proteção
ambiental inferior ao que existia antes de sua vigência, em afronta ao princípio da vedação ao retrocesso e em contrariedade ao
artigo 225 da Constituição Federal.
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou no dia 28 de fevereiro de 2018, um dos mais importantes julgamentos
ambientais da história do Direito Ambiental brasileiro. Quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade questionavam a
constitucionalidade de diversos dispositivos novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), sendo três ações ajuizadas pela
Procuradoria-Geral da República (ADIs 4901, 4902 e 4903) e uma pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL - ADI 4937). Já a
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 42) foi ajuizada pelo Partido Progressista (PP) e, ao contrário das ADIs, defendia a
constitucionalidade da Lei nº 12.651/2012. Sobre o resultado deste julgamento, analise as assertivas abaixo registradas:
I - O cômputo da Área de Preservação Permanente (APP) nas faixas marginais a partir do leito regular, compreendido este como
sendo “a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano (art.3º, inc. XIX)”, foi reconhecido pelo
STF como CONSTITUCIONAL.
II - De acordo com a decisão do STF, devem ser preservadas como Área de Preservação Permanente em zonas rurais e urbanas,
para efeito da Lei nº 12.651/2012 e em limites que define, as áreas no entorno de todas as nascentes e dos olhos d’água,
independentemente de serem perenes ou intermitentes, sendo INCONSTITUCIONAL a diferenciação de tratamento entre estas.
III - O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior
aos limites estabelecido pela Lei, somente poderá recompor a área com espécies nativas, sendo declarada INCONSTITUCIONAL a
previsão da Lei nº 12.651/2012 que admitia e previa parâmetros para a recomposição da Reserva Legal mediante o plantio
intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal.
IV - A previsão da Lei nº 12.651/2012 em permitir a prática da aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada,
em Áreas de Preservação Permanente (APPs) nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, sob condições que previa,
foi declarada INCONSTITUCIONAL.
V - De acordo com a decisão do STF, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de
julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso
restrito, no período compreendido entre a publicação da Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, bem
como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso. A regra foi
considerada CONSTITUCIONAL.
A alternativa que contém a sequência correta, considerando V para verdadeiro e F para falso, é:
A F-V-F-V-F
B F-V-V-F-F.
C V-V-F-F-V. (VERDADEIRO)
D V-F-F-F-V.
E Nenhuma das anteriores.

1.2. Espaços territoriais especialmente protegidos

 Áreas de proteção permanente.


 Áreas de reserva legal.
 Unidades de conservação da natureza.
 Etc.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;

DPE/PA – Defensor Público (2015):


Compete ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente mediante lei ou Resolução do CONAMA, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (FALSO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas através de lei, decreto ou resolução do CONAMA, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (FALSO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
As áreas de preservação permanente são espécies do gênero espaços territoriais protegidos (VERDADEIRO).

1.3. Criação, ampliação, alteração e supressão

 Instituição: por lei ou decreto.


 Diminuição, redução ou extinção: só por lei.

MS 26064/DF:
A delimitação dos espaços territoriais protegidos pode ser feita por decreto ou por lei,
sendo esta imprescindível apenas quando se trate de alteração ou supressão desses
espaços.

PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE


Compete ao poder público definir espaços territoriais ambientalmente protegidos, sendo a sua supressão permitida somente
através de lei. (VERDADEIRO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
B A alteração e a supressão de espaços territoriais devem ser feitas por ato administrativo dos órgãos da administração pública
responsáveis pela gestão e pelo controle das áreas de preservação permanente e de reserva legal. (FALSO)
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
c) Será inválida a criação de espaços territoriais ambientalmente protegidos por ato diverso da lei em sentido estrito. (FALSO)
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Caso pretenda delimitar um espaço protegido em seu território, o estado do Amazonas poderá fazê-lo mediante decreto, mas
somente por lei poderá reduzi-lo ou suprimi-lo (VERDADEIRO).

1.4. Outros pontos importantes

1.4.1. Cadastro Ambiental Rural (CAR)

1. Art. 29:

Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA,
registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as
informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento
ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
§ 1o A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos
termos do regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor rural:
I - identificação do proprietário ou possuidor rural;
II - comprovação da propriedade ou posse;
III - identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo
menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das
Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da
Reserva Legal.
§ 2o O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco
elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2o da Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001.
§ 3º A inscrição no CAR é obrigatória e por prazo indeterminado para todas as propriedades e posses rurais. (Redação dada
pela Lei nº 13.887,de 2019)
§ 4º Os proprietários e possuidores dos imóveis rurais que os inscreverem no CAR até o dia 31 de dezembro de 2020 terão direito à
adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), de que trata o art. 59 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.887,de 2019)

MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):


Sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Lei n. 12.651/12 estabelece que a inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita,
preferencialmente, no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que, nos termos do
regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor rural, entre outras questões, a identificação do proprietário ou possuidor rural
e a comprovação da propriedade ou posse (FALSO).
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
É dever do proprietário ou do possuidor rural dirigir-se a um cartório de registro de imóveis para inscrever seu imóvel no
cadastro ambiental rural (FALSO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
a) O CAR é um registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais (VERDADEIRO).
b) O cadastramento no CAR será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, desde que
relativo à pequena propriedade ou à posse rural familiar (FALSO).
c) A inscrição no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental federal (FALSO).
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2012) – FCC
NÃO é consequência da inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR:
D o reconhecimento da titularidade da propriedade do imóvel. (VERDADEIRO)
E a prestação de informações de caráter ambiental das propriedades e posses rurais. (FALSO)

2. Art. 30:

Art. 30. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na matrícula do imóvel e em que essa averbação identifique o
perímetro e a localização da reserva, o proprietário não será obrigado a fornecer ao órgão ambiental as informações relativas à
Reserva Legal previstas no inciso III do § 1o do art. 29.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos do caput, deverá apresentar ao órgão ambiental competente a
certidão de registro de imóveis onde conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso já firmado nos casos de posse.

MPE/ES – Promotor de Justiça (2018)


III. O proprietário rural que tenha imóvel com reserva legal averbada na matrícula do imóvel sem identificação de perímetro e
localização não é obrigado a fornecer seu memorial descritivo quando da inscrição no Cadastro Ambiental Rural, bastando para
tanto apresentar ao órgão ambiental competente a certidão de registro de imóveis onde conste tal averbação. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
Será obrigatória a indicação da reserva legal quanto da inscrição do imóvel no CAR, mesmo nos casos em que esta já tenha sido
averbada na matrícula do imóvel com identificação do seu perímetro e da sua localização (FALSO).

3. Art. 55:
Art. 55. A inscrição no CAR dos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3o observará procedimento simplificado no qual será
obrigatória apenas a apresentação dos documentos mencionados nos incisos I e II do § 1o do art. 29 e de croqui indicando o
perímetro do imóvel, as Áreas de Preservação Permanente e os remanescentes que formam a Reserva Legal.

1.4.3. Cota de Reserva Ambiental (CRA)

1. Art. 44:

Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente
ou em processo de recuperação:
I - sob regime de servidão ambiental, instituída na forma do art. 9o-A da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;
II - correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais exigidos no
art. 12 desta Lei;
III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, nos termos do art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho
de 2000;
IV - existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público que ainda não tenha sido
desapropriada.
§ 1o A emissão de CRA será feita mediante requerimento do proprietário, após inclusão do imóvel no CAR e laudo comprobatório
emitido pelo próprio órgão ambiental ou por entidade credenciada, assegurado o controle do órgão federal competente do
Sisnama, na forma de ato do Chefe do Poder Executivo.
§ 2o A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva
Legal do imóvel.
§ 3o A Cota de Reserva Florestal - CRF emitida nos termos do art. 44-B da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passa a ser
considerada, pelo efeito desta Lei, como Cota de Reserva Ambiental.
§ 4o Poderá ser instituída CRA da vegetação nativa que integra a Reserva Legal dos imóveis a que se refere o inciso V do art.
3o desta Lei.

TJ/PB – Juiz de Direito (2015) – CESPE:


A referida lei criou a cota de reserva ambiental — título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou
em processo de recuperação — sob regime de servidão ambiental, instituída de acordo com a lei que implantou a PNMA
(VERDADEIRO).

2. Art. 45:

Art. 45. A CRA será emitida pelo órgão competente do Sisnama em favor de proprietário de imóvel incluído no CAR que mantenha
área nas condições previstas no art. 44.
§ 1o O proprietário interessado na emissão da CRA deve apresentar ao órgão referido no caput proposta acompanhada de:
I - certidão atualizada da matrícula do imóvel expedida pelo registro de imóveis competente;
II - cédula de identidade do proprietário, quando se tratar de pessoa física;
III - ato de designação de responsável, quando se tratar de pessoa jurídica;
IV - certidão negativa de débitos do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR;
V - memorial descritivo do imóvel, com a indicação da área a ser vinculada ao título, contendo pelo menos um ponto de amarração
georreferenciado relativo ao perímetro do imóvel e um ponto de amarração georreferenciado relativo à Reserva Legal.
§ 2o Aprovada a proposta, o órgão referido no caput emitirá a CRA correspondente, identificando:
I - o número da CRA no sistema único de controle;
II - o nome do proprietário rural da área vinculada ao título;
III - a dimensão e a localização exata da área vinculada ao título, com memorial descritivo contendo pelo menos um ponto de
amarração georreferenciado;
IV - o bioma correspondente à área vinculada ao título;
V - a classificação da área em uma das condições previstas no art. 46.
§ 3o O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo imóvel no registro de imóveis competente.
§ 4o O órgão federal referido no caput pode delegar ao órgão estadual competente atribuições para emissão, cancelamento e
transferência da CRA, assegurada a implementação de sistema único de controle.

3. Art. 46:

Art. 46. Cada CRA corresponderá a 1 (um) hectare:


I - de área com vegetação nativa primária ou com vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração ou recomposição;
II - de áreas de recomposição mediante reflorestamento com espécies nativas.
§ 1o O estágio sucessional ou o tempo de recomposição ou regeneração da vegetação nativa será avaliado pelo órgão ambiental
estadual competente com base em declaração do proprietário e vistoria de campo.
§ 2o A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quando a regeneração ou recomposição da área forem
improváveis ou inviáveis.

4. Art. 47:

Art. 47. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão emitente, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sua emissão, em
bolsas de mercadorias de âmbito nacional ou em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco
Central do Brasil.
5. Art. 48:

Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito público ou privado,
mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente.
§ 1o A transferência da CRA só produz efeito uma vez registrado o termo previsto no caput no sistema único de controle.
§ 2o A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da área à qual o título
está vinculado.
§ 3o A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva Legal se respeitados os requisitos estabelecidos no § 6o do
art. 66.
§ 4o A utilização de CRA para compensação da Reserva Legal será averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a área
vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da compensação.

MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):


Segundo a Lei n. 12.651/12, a Cota de Reserva Ambiental (CRA): pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física
ou a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente; a
transferência da CRA só produz efeito uma vez registrado o aludido termo no sistema único de controle (VERDADEIRO).

6. Art. 49:

Art. 49. Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área vinculada à CRA a responsabilidade plena pela manutenção
das condições de conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título.
§ 1o A área vinculada à emissão da CRA com base nos incisos I, II e III do art. 44 desta Lei poderá ser utilizada conforme PMFS.
§ 2o A transmissão inter vivos ou causa mortis do imóvel não elimina nem altera o vínculo de área contida no imóvel à CRA.

7. Art. 50:

Art. 50. A CRA somente poderá ser cancelada nos seguintes casos:
I - por solicitação do proprietário rural, em caso de desistência de manter áreas nas condições previstas nos incisos I e II do art. 44;
II - automaticamente, em razão de término do prazo da servidão ambiental;
III - por decisão do órgão competente do Sisnama, no caso de degradação da vegetação nativa da área vinculada à CRA cujos
custos e prazo de recuperação ambiental inviabilizem a continuidade do vínculo entre a área e o título.
§ 1o O cancelamento da CRA utilizada para fins de compensação de Reserva Legal só pode ser efetivado se assegurada Reserva
Legal para o imóvel no qual a compensação foi aplicada.
§ 2o O cancelamento da CRA nos termos do inciso III do caput independe da aplicação das devidas sanções administrativas e
penais decorrentes de infração à legislação ambiental, nos termos da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
§ 3o O cancelamento da CRA deve ser averbado na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao título e do imóvel no
qual a compensação foi aplicada.

2. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)

 Será visto posteriormente.

3. RESERVA LEGAL

 Será visto posteriormente.

4. INFORMAÇÕES FINAIS

4.1. Conceitos importantes

 Cuidado com os conceitos do art. 3º do Código Florestal. Recomendamos uma leitura atenta do artigo, por já ter sido
exigido em provas de concurso.

DPE/AM – Defensor Público (2018) – FCC


B várzea de inundação ou planície de inundação: expressão usada para designar área caracterizada por movimentações do
terreno que geram depressões após inundação. (FALSO) – conceito de “relevo ondulado”
C pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, por no máximo dois anos, para possibilitar a
recuperação da capacidade de uso do solo. (FALSO)
D faixa de passagem de inundação: área de várzea ou planície de inundação adjacente a cursos d´água que permite o
escoamento da enchente. (VERDADEIRO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
C Os projetos de reforma agrária não estão contemplados no conceito de pequena propriedade rural familiar, caracterizada pela
exploração da terra mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar. (FALSO)
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
Áreas cuja vegetação nativa integre reserva legal de pequenas propriedades, isto é, propriedades exploradas mediante trabalho
assalariado, podem receber cota de reserva ambiental (FALSO).

4.2. Uso alternativo do solo

1. Art. 3º, VI:


Art. 3º (...)
VI - uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como
atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos
ou outras formas de ocupação humana;

DPE/AM – Defensor Público (2018) – FCC


E uso alternativo do solo: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais,
respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. (FALSO) – conceito de “manejo sustentável”

2. Art. 26:

Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado,
dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual competente do
Sisnama.
§ 1o (VETADO).
§ 2o (VETADO).
§ 3o No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo
bioma onde ocorreu a supressão.
§ 4o O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput conterá, no mínimo, as seguintes informações:
I - a localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso restrito, por coordenada
geográfica, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel;
II - a reposição ou compensação florestal, nos termos do § 4o do art. 33;
III - a utilização efetiva e sustentável das áreas já convertidas; IV - o uso alternativo da área a ser desmatada.

TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:


A supressão de vegetação nativa fora de área de preservação permanente (APP)
b) poderá ser realizada pelo proprietário rural independentemente de autorização prévia, conforme as finalidades econômicas
da propriedade. (FALSO)
c) depende de prévia autorização do órgão ambiental competente, qualquer que seja sua localização. (VERDADEIRO)
d) depende de prévia autorização do órgão ambiental competente apenas se integrar reserva legal ou unidade de conservação.
(FALSO)

3. Art. 27:

Art. 27. Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão de vegetação que abrigue espécie da flora ou da fauna
ameaçada de extinção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal do Sisnama, ou espécies
migratórias, dependerá da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão de vegetação que abrigue espécie da flora ou da fauna ameaçada de
extinção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal do SISNAMA, ou espécies migratórias,
dependerá da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie (VERDADEIRO).
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
A supressão de vegetação nativa fora de área de preservação permanente (APP)
a) poderá ser autorizada caso a vegetação abrigue espécie da flora ameaçada de extinção, segundo lista oficial,
independentemente da adoção de medidas compensatórias. (FALSO)

4. Art. 28:

Art. 28. Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir área
abandonada.

Importante:
O objetivo da norma é evitar a supressão da vegetação ainda intacta
em propriedade rural que já possua área abandonada. Assim, busca-se
incentivar o (re) aproveitamento e a recuperação ambiental do
terreno mal utilizado e a preservação da vegetação nativa ainda
existente.

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019):


C Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir área abandonada.
(VERDADEIRO)
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
A supressão de vegetação nativa fora de área de preservação permanente (APP)
e) poderá ser autorizada ao proprietário rural cujo imóvel tenha registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR), ainda que haja
áreas abandonadas na propriedade.(FALSO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):
É possível a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir área abandonada (FALSO);
AGU – Procurador Federal (2013) – CESPE:
Na hipótese de supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, em áreas públicas ou privadas, fica dispensada a
autorização do órgão ambiental competente, desde que o imóvel esteja registrado no Cadastro Ambiental Rural (FALSO).

5. Art. 35, § 3º:

Art. 35 (...)
§ 3º O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo serão permitidos
independentemente de autorização prévia, devendo o plantio ou reflorestamento estar previamente cadastrado no órgão
ambiental competente e a exploração ser previamente declarada nele para fins de controle de origem.

Art. 26: Art. 35, § 3º:


Supressão Corte ou exploração
Vegetação nativa Espécies nativas plantadas
Para uso alternativo do solo Em área de uso alternativo do solo
Depende de autorização prévia e CAR Não depende de autorização prévia

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019):


A O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo dependem de autorização prévia.

4.3. Proibição do uso do fogo

1. Art. 38:

Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia
aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que
estabelecerá os critérios de monitoramento e controle;
II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante
prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas
características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;
III - atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada
por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama.
§ 1o Na situação prevista no inciso I, o órgão estadual ambiental competente do Sisnama exigirá que os estudos demandados para
o licenciamento da atividade rural contenham planejamento específico sobre o emprego do fogo e o controle dos incêndios.
§ 2o Excetuam-se da proibição constante no caput as práticas de prevenção e combate aos incêndios e as de agricultura de
subsistência exercidas pelas populações tradicionais e indígenas.
§ 3o Na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares, a autoridade competente para
fiscalização e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano
efetivamente causado.
§ 4o É necessário o estabelecimento de nexo causal na verificação das responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em
terras públicas ou particulares.

INF 776 STF:


O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a
União e o Estado-membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse
regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados
(art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88). O STF julgou inconstitucional lei municipal que
proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de limpeza e preparo do solo
no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-
açúcar e de outras culturas. Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a
proteção do meio ambiente obtida com a proibição imediata da queima da cana e, de
outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem neste setor. No caso,
o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores
canavieiros, que merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da
respectiva mecanização, ambos trazidos pela pretensão de proibição imediata da
colheita da cana mediante uso de fogo. Além disso, as normas federais que tratam
sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um planejamento com o
intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e
facilitador para o corte da cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto
2.661/98. STF. Plenário. RE 586224/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015
(repercussão geral) (Info 776).
INF 531 STJ:
Não gera dano moral a conduta do IBAMA de, após alguns anos concedendo
autorizações para desmatamento e queimada em determinado terreno com a
finalidade de preparar o solo para atividade agrícola, deixar de fazê-lo ao constatar que
o referido terreno integra área de preservação ambiental. STJ. 2ª Turma. REsp
1.287.068-RR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/9/2013.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


B a responsabilidade por infração pelo uso irregular de fogo em terras públicas ou particulares independe de estabelecimento de
nexo causal. (FALSO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
É vedado qualquer tipo de queima de vegetação no interior de unidades de conservação. (FALSO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):
É despiciendo o estabelecimento de nexo causal na verificação das responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em
terras públicas ou particulares (FALSO);

2. Art. 39:

Art. 39. Os órgãos ambientais do Sisnama, bem como todo e qualquer órgão público ou privado responsável pela gestão de áreas
com vegetação nativa ou plantios florestais, deverão elaborar, atualizar e implantar planos de contingência para o combate aos
incêndios florestais.

3. Art. 40:

Art. 40. O Governo Federal deverá estabelecer uma Política Nacional de Manejo e Controle de Queimadas, Prevenção e Combate
aos Incêndios Florestais, que promova a articulação institucional com vistas na substituição do uso do fogo no meio rural, no
controle de queimadas, na prevenção e no combate aos incêndios florestais e no manejo do fogo em áreas naturais protegidas.
§ 1o A Política mencionada neste artigo deverá prever instrumentos para a análise dos impactos das queimadas sobre mudanças
climáticas e mudanças no uso da terra, conservação dos ecossistemas, saúde pública e fauna, para subsidiar planos estratégicos de
prevenção de incêndios florestais.
§ 2o A Política mencionada neste artigo deverá observar cenários de mudanças climáticas e potenciais aumentos de risco de
ocorrência de incêndios florestais.

4.4. Pagamento por serviços ambientais

 Art. 41 do Código Florestal:

Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, programa de
apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a
produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento
ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de
ação:
I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos
ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente:
a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono;
b) a conservação da beleza cênica natural;
c) a conservação da biodiversidade;
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;
e) a regulação do clima;
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico;
g) a conservação e o melhoramento do solo;
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito;

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) - VUNESP


Sobre pagamento por serviços ambientais (PSA), é correto afirmar:
A considerada sua natureza contratual, foi instituído no Estado de São Paulo como um Programa, diretamente pela Secretaria do
Meio Ambiente, por Resolução do Secretário, com base em autorização expressa contida na Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente (Lei n° 6.938/1981).
B é imposição, ao poluidor, da obrigação de indenizar pelos danos causados ao meio ambiente.
C trata-se de transação voluntária por meio da qual uma atividade desenvolvida por um provedor de serviços ambientais, que
conserve ou recupere um serviço ambiental previamente definido, é remunerada por um pagador de serviços ambientais,
mediante a comprovação do atendimento das disposições previamente contratadas, nos termos da legislação vigente.
(VERDADEIRO)
D trata-se de prestação obrigatória, instituída por lei, com natureza de tributo, prevista como um instrumento da Política
Nacional do Meio Ambiente.
E como corolário do princípio poluidor-pagador, possibilita ao poder público cobrar do usuário pela utilização dos recursos
naturais.

4.5. Embargo da obra ou da atividade

 Art. 51:

Art. 51. O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com o disposto nesta Lei, deverá
embargar a obra ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a
continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada.
§ 1o O embargo restringe-se aos locais onde efetivamente ocorreu o desmatamento ilegal, não alcançando as atividades de
subsistência ou as demais atividades realizadas no imóvel não relacionadas com a infração.
§ 2o O órgão ambiental responsável deverá disponibilizar publicamente as informações sobre o imóvel embargado, inclusive por
meio da rede mundial de computadores, resguardados os dados protegidos por legislação específica, caracterizando o exato local
da área embargada e informando em que estágio se encontra o respectivo procedimento administrativo.
§ 3o A pedido do interessado, o órgão ambiental responsável emitirá certidão em que conste a atividade, a obra e a parte da área
do imóvel que são objetos do embargo, conforme o caso.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


E ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com a Lei, o órgão ambiental deverá embargar a obra ou atividade
que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida punitiva que alcança as demais atividades realizadas no imóvel, mesmo
que não relacionadas com a infração.(FALSO)

4.4. Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas

 Art. 25:

Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de
10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação de
infraestrutura; e
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.

AL/GO – Procurador Legislativo (2013) – FCC


Segundo a Lei Federal no 12.651/2012 (Código Florestal),
E para o estabelecimento de áreas verdes urbanas, o poder público estadual contará, dentre outros instrumentos, com o
exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes. (FALSO)
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. CONCEITO

 APP é uma:
1. Área protegida.
2. Coberta ou não por vegetação nativa.
3. Com a função ambiental de.
4. Preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade.
5. Facilitar o fluxo gênico de fauna e flora.
6. Proteger o solo.
7. E assegurar o bem-estar das populações humanas.

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


H Lei Federal n. 12.651/2012, conhecida como Código Florestal, define como área de preservação permanente somente a
coberta por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
(FALSO)
PGM/Sorocaba – Procurador do Município (2018) – VUNESP
B Entende-se por APP (área de preservação permanente) a que se localiza no interior de uma propriedade ou posse rural,
definida por lei, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar
a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
A Para que uma área protegida seja considerada área de preservação permanente é necessário que ela seja totalmente coberta
de vegetação nativa e que esteja localizada no interior de uma propriedade ou de uma posse rural. (FALSO)
PGE/SE – Procurador do Estado (2017) – CESPE:
A área protegida possuidora ou não de vegetação nativa com o intuito de, além de garantir o bem-estar da população humana,
preservar também a biodiversidade, a paisagem, os recursos hídricos e a estabilidade geológica, bem como assegurar a proteção
do solo e facilitar o fluxo gênico da fauna e da flora, é denominada
a) reserva biológica.
b) reserva particular do patrimônio nacional.
c) área de preservação permanente. (VERDADEIRO)
d) reserva legal.
e) área de proteção ambiental.
MPE/PA – Promotor de Justiça (2014) – FCC
Sobre áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei nº 12.651/2012 (Novo Código Florestal) está correto o que se
afirma APENAS em
III. Define-se como área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas. (VERDADEIRO)
PGE/PI – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
De acordo com o novo Código Florestal, são consideradas APPs as áreas protegidas, previstas na lei, cobertas ou não por
vegetação nativa (VERDADEIRO).

2. NATUREZA JURÍDICA

 Limitação restritiva (ou seja, não supressiva – desapropriação) calcada no princípio constitucional da função
socioambiental da propriedade.

REsp 1241630 / PR:


Restrição de uso decorrente da legislação ambiental é simples limitação administrativa,
e não se confunde com o desapossamento típico da desapropriação indireta. Dessa
forma não enseja ao proprietário direito à indenização, mais ainda quando o imóvel foi
adquirido após a entrada em vigência da norma de proteção do meio ambiente, o que
afasta qualquer pretensão de boa-fé objetiva do atual titular do domínio (publicado em
19/04/2017).

PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Para o STJ, se parte de um imóvel urbano for declarada pelo poder público área de preservação permanente, ficará afastada a
titularidade do proprietário em relação a essa porção do imóvel. Uma vez transformada em área de preservação permanente, a
porção é retirada do domínio privado e passa a ser considerada bem público para todos os efeitos, incluindo-se os tributários
(FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
A incidência de limitações administrativas sobre áreas localizadas em APPs ensejam, via de regra, indenização por
desapropriação indireta (FALSO).

3. FORMAS DE INSTITUIÇÃO

 Por lei (art. 4º).


 Por ato declaratório do Poder Executivo (art. 6º).
3.1. APP criadas por lei

REGRA EXCEÇÃO
As áreas descritas no art. 4º têm incidência ex lege, pois Por exceção, podem existir hipóteses dentro do art. 4º
instituídas diretamente pelo Código Florestal, que dependam de um ato do Poder Público para
independentemente da adoção de alguma providência delimitar a APP, como ocorre com os reservatórios
de demarcação pela Administração Pública. d´água artificiais, cuja APP será fixada na licença
ambiental.

Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

PGM/Poá – Procurador do Município (2019) - VUNESP:


Assinale a alternativa que traz um exemplo de área de preservação permanente, nos termos da Lei n° 12.651/12.
A Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura.
(VERDADEIRO)
B Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do
leito regular, em largura mínima de 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 100 (cem) a 300 (trezentos) metros
de largura. (FALSO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
De acordo com o Código Florestal, considera-se área de preservação permanente
A a faixa marginal de curso d’água efêmero, desde a borda da calha do leito maior, em largura mínima de 30 metros, para os
cursos d’água de menos de 10 metros de largura. (FALSO)
B a faixa marginal de curso d’água perene, desde a borda da calha do leito maior, em largura mínima de 10 metros, para os
cursos d’água de menos de 30 metros de largura. (FALSO)
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
I. Compete ao Município definir em seu Plano Diretor a metragem da faixa ao longo de cursos d’água a ser preservada como APP
em áreas urbanas em que há ocupações consolidadas de interesse social (FALSO).
MPE/PA – Promotor de Justiça (2014) – FCC
Sobre áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei nº 12.651/2012 (Novo Código Florestal) está correto o que se
afirma APENAS em
IV. Assim são consideradas, em zonas rurais ou urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e
intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima entre 30 e 500 metros,
dependendo esta da respectiva largura do curso d´água. (VERDADEIRO)

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal
será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de
proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão
ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

PGM/Poá – Procurador do Município (2019) - VUNESP:


Assinale a alternativa que traz um exemplo de área de preservação permanente, nos termos da Lei n° 12.651/12.
C As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 40 (quarenta) metros, em zonas urbanas.
(FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
São consideradas áreas de preservação permanente
a) áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, em zonas
urbanas. (FALSO)

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água
naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de
proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão
ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019):


D Não será exigida área de preservação permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de
barramento ou represamento de cursos d'água naturais. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A metragem da faixa de área de preservação permanente situada no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, será aquela definida na licença ambiental do empreendimento
(VERDADEIRO).

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de
50 (cinquenta) metros;

INF 892 STF


Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para
fixar a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água
intermitentes configuram área de preservação permanente. STF. Plenário. ADC 42/DF,
ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em
28/2/2018 (Info 892)

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


G De acordo com decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n. 4.903, foi reconhecida a
caracterização das nascentes e olhos d'água intermitentes como áreas de preservação permanente, de modo que, atualmente, a
proteção do entorno destas áreas abrange o raio mínimo de 50 (cinquenta) metros no entorno das nascentes e dos olhos d’água
perenes e intermitentes, nos termos do art. 4º, IV, da Lei Federal n. 12.651/2012. (VERDADEIRO)
PGM/Poá – Procurador do Município (2019) - VUNESP:
Assinale a alternativa que traz um exemplo de área de preservação permanente, nos termos da Lei n° 12.651/12.
D As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de
100 (cem) metros. (FALSO)
PGM/Boa Vista – Procurador do Município (2019) - CESPE:
Homero tem, desde 1998, em área urbana central de Boa Vista – RR , um terreno, no qual pretende construir, em 2025, um
hotel. Na área do imóvel, que é de cinco hectares, há duas nascentes do Rio Branco. Considerando essa situação hipotética,
julgue o item a seguir.
a) As áreas no entorno das nascentes localizadas no terreno de Homero são legalmente caracterizadas como áreas
de preservação permanente. (VERDADEIRO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
De acordo com o Código Florestal, considera-se área de preservação permanente
D a área no entorno das nascentes, intermitentes ou perenes, qualquer que seja a sua situação topográfica, em um raio mínimo
de 50 metros. (VERDADEIRO)
MPE/ES – Promotor de Justiça (2018)
IV. São consideradas áreas de preservação permanente aquelas no entorno de nascentes e de olhos d´água perenes ou
intermitentes, com raio mínimo de 50 (cinquenta) metros. (VERDADEIRO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
São consideradas áreas de preservação permanente
a) as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio
minimo de 50 (cinquenta) metros (VERDADEIRO).
MPE/SP – Promotor de Justiça (2017):
a) São consideradas Área de Preservação Permanente as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene, intermitente
ou efêmero, na largura mínima estabelecida em lei. (FALSO)

V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


São consideradas áreas de preservação permanente
a) as encostas ou partes destas com declividade superior a 30°, equivalente a 50% na linha de maior declive. (FALSO)
DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:
A DP realizou mutirão com famílias que ocupam um imóvel público urbano situado na encosta de um morro. O objetivo era
verificar quais diligências poderiam ser feitas em favor daquela comunidade, tendo em vista a intensa fiscalização ambiental e
urbanística no local. Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
b) Para anular eventual intimação demolitória, a DP deverá provar que as encostas de morro já eram destituídas de vegetação
nativa antes da construção de moradias no local e, dessa forma, será afastada a caracterização de tais encostas como APPs.
(FALSO)

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

Câmara Municipal de Mauá – Procurador do Município (2019) – VUNESP


A As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, são consideradas Área de Preservação Permanente.
(VERDADEIRO)
PGE/SC – Procurador do Estado (2018)
Considera-se Área de Preservação Permanente, segundo o Código Florestal, Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012:
A as restingas, em toda a sua extensão. (FALSO)
B as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. (VERDADEIRO)

VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE


De acordo com o Código Florestal, considera-se área de preservação permanente
C os manguezais, até o limite de 200 metros, contados da borda da calha do leito maior do curso d’água. (FALSO)
PGE/SC – Procurador do Estado (2018)
Considera-se Área de Preservação Permanente, segundo o Código Florestal, Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012:
C os manguezais, nas áreas alagadas. (FALSO)
D os manguezais, como fixadores de dunas ou quando estabilizadores de vegetação marítima. (FALSO)

VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em
projeções horizontais;

PGM/Poá – Procurador do Município (2019) - VUNESP:


Assinale a alternativa que traz um exemplo de área de preservação permanente, nos termos da Lei n° 12.651/12.
E As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 50 (cinquenta) metros em
projeções horizontais. (FALSO)
MPE/PI – Promotor de Justiça (2019) – CESPE
De acordo com o Código Florestal, considera-se área de preservação permanente
E as bordas dos tabuleiros ou chapadas, em toda a sua extensão. (FALSO)

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as
áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à
base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados,
pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


São consideradas áreas de preservação permanente
1. as áreas em altitude superior a 500 (quinhentos) metros, compostas de vegetação nativa. (FALSO)

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço
permanentemente brejoso e encharcado.

PGE/SC – Procurador do Estado (2018)


Considera-se Área de Preservação Permanente, segundo o Código Florestal, Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012:
E as veredas, em faixa marginal com largura mínima de 100 metros, a partir do espaço de cursos d’água naturais. (FALSO)

OBS.:
1) As definições de APP nem são sempre as mesmas para as zonas rurais e urbanas. Como exemplo, cita-se a situação
indicada abaixo:

As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais:


Em zonas rurais Em zonas urbanas
100 metros, exceto para o corpo d’água 30 metros
com até 20 hectares de superfície, cuja
faixa marginal será de 50 metros.

Importante:
Destaca-se que não há qualquer diferenciação no caso de curso
d’água natural perene e intermitente. Só há nas áreas no entorno dos
lagos e lagoas naturais.

TRF/4R – Juiz Federal (2016):


As áreas de preservação permanente:
a) Podem-se situar tanto em zonas rurais quanto em urbanas (VERDADEIRO).
TJ/AL – Juiz de Direito (2015) – FCC:
Determinado curso d’água natural, perene e intermitente, com 8 metros de largura, possui como área de preservação
permanente suas faixas marginais com 30 metros de largura. Ao ingressar na zona urbana do Município, esta área de
preservação permanente
a) poderá ter sua largura reduzida por ato do chefe do poder executivo municipal.
b) poderá ou não existir, de acordo com o plano diretor do Município.
c) não sofrerá alteração (VERDADEIRO).
d) sofrerá uma redução de 50%, passando a ter 15 metros de largura.
e) deixará de existir.
TRF/5R – Juiz Federal (2015) – CESPE:
Ao constatar a existência de um condomínio de casas de veraneio em APP às margens de um grande rio que banha dois estados,
o IBAMA lavrou autos de intimação demolitória. Registrou, ainda, que houve desmatamento de área de reserva legal. Na defesa
administrativa, foi provado que houve licenciamento ambiental pelo ente estadual competente e que o empreendimento estava
em área previamente degradada em zona urbana, conforme o PDOT. Rejeitada a defesa administrativa, os particulares
ingressaram com ações anulatórias dos autos de infração em que sustentavam incompetência do IBAMA, entre outras alegações
de nulidade. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta
a) A existência de prévio licenciamento ambiental e a prévia degradação da APP impedem a cominação da pena mais
gravosa de demolição.
b) Na situação, é irrelevante a alegação de que a APP se localiza em área urbana, uma vez que as APPs e as reservas
legais afetam propriedades públicas e privadas, em perímetro rural ou urbano.
c) O IBAMA é competente para a fiscalização, haja vista que qualquer rio que banha dois estados caracteriza-se
como bem da União.
d) O IBAMA é incompetente para exercer o poder de polícia em relação a empreendimento cujo licenciamento
ambiental é de competência local.
e) A largura da APP, em razão de se tratar de área marginal de rio perene, não se altera, esteja o rio em zona urbana
ou rural (VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
Em razão de expressa determinação contida no artigo 4º da Lei Federal n.º 12.650/2012, as definições de área de preservação
permanente, inclusive no que tange à extensão das suas faixas, são sempre as mesmas para as zonas rurais e urbanas (FALSO).

2) Infelizmente, as bancas estão cobrando os detalhes do art. 4º, como por exemplo as metragens as matas ciliares. É
necessário decorar.

30m Curso de água < 10m de largura


50m Curso de água: 10 – 50 m de largura
100m Curso de água: 50 – 200 m de largura
200m Curso de água: 200 – 600 m de largura
500m Curso de água > 600m

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Em determinado município, há resíduos de construção civil e ocupações nas faixas marginais situadas a menos de trinta metros
das bordas das calhas dos leitos de estreitos cursos d’água, perenes e intermitentes, que, em conjunto, abastecem a Lagoa da
Prata. Tais resíduos estão provocando, nas últimas décadas, o assoreamento das margens e, por consequência, severos danos
ambientais à bacia hidrográfica. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
c) Para a preservação das citadas faixas marginais, é necessária a edição de lei municipal que as declare áreas de proteção
ambiental e que proíba ocupações e depósitos de resíduos na largura de trinta metros. (FALSO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):
Segundo a Lei n. 12.651/12, considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta
Lei, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha
do leito regular, em largura mínima de: trinta metros, para os cursos d’água de menos de dez metros de largura; sessenta
metros, para os cursos d’água que tenham de dez a cinquenta metros de largura (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
As matas ciliares existentes em APAs estão excluídas das APPs (FALSO).

3.2. APP criada por ato declaratório do Poder Executivo

 Existem ainda as APPs decorrentes de ato do Chefe do PE (decreto):

Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder
Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
III - proteger várzeas;
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
VII - assegurar condições de bem-estar público; VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares.
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


E Uma área coberta de florestas e que exerce a função de proteger várzeas pode ser considerada de preservação permanente se
declarada de interesse social por ato do chefe do Poder Executivo. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Consideram-se de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as
áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas simultaneamente a conter a erosão do solo, mitigar
riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha e proteger as restingas (FALSO).

4. A REGRA DA INTOCABILIDADE E SUAS EXCEÇÕES

Em regra, não será possível a supressão de vegetação em APP, justamente em razão das suas
REGRA
importantes funções ecológicas
Hipóteses:
1. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses
de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei
(art. 8º).
EXCEÇÃO 2. É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de
urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil
destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas (art. 8º, § 3º).
3. É permitido o acesso de pessoas e animais às APP para obtenção de água e para realização
de atividades de baixo impacto ambiental (art. 9º).

INF 916 STF


É inconstitucional lei estadual prevendo que é possível a supressão de vegetal em Área
de Preservação Permanente (APP) para a realização de “pequenas construções com
área máxima de 190 metros quadrados, utilizadas exclusivamente para lazer”. Essa lei
possui vícios de inconstitucionalidade formal e material. Há inconstitucionalidade
formal porque o Código Florestal (lei federal que prevê as normas gerais sobre o tema,
nos termos do art. 24, § 1º, da CF/88) não permite a instalação em APP de qualquer
tipo de edificação com finalidade meramente recreativa. Existe também
inconstitucionalidade material porque houve um excesso e abuso da lei estadual ao
relativizar a proteção constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
cujo titular é a coletividade, em face do direito de lazer individual. STF. Plenário. ADI
4988/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/9/2018 (Info 916).
INF 892
Dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se
condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública,
à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta. STF. Plenário.
ADC 42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgados em 28/2/2018 (Info 892).

Art. 8o (...)
§ 1o A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de
utilidade pública.
§ 2o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e VII do
caput do art. 4o poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida,
para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em
áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
§ 4o Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou supressões de vegetação nativa, além
das previstas nesta Lei.

Câmara Municipal de Mauá – Procurador do Município (2019) – VUNESP


B É vedada a intervenção ou a supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente, ainda que nas hipóteses de
interesse social ou de baixo impacto ambiental. (FALSO)
C É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução regular de atividade de segurança nacional e
obras de interesse da defesa civil. (FALSO)
PGM/Boa Vista – Procurador do Município (2019) - CESPE:
Homero tem, desde 1998, em área urbana central de Boa Vista – RR , um terreno, no qual pretende construir, em 2025, um
hotel. Na área do imóvel, que é de cinco hectares, há duas nascentes do Rio Branco. Considerando essa situação hipotética,
julgue o item a seguir.
a) Com a aprovação da autoridade competente, Homero poderá construir o hotel seguindo um projeto arquitetônico
que utilize as nascentes do Rio Branco, uma vez que elas são passíveis de exploração por interesse social. (FALSO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)
F Como regra geral, a Lei Federal n. 12.651/2012 somente admite a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de
Preservação Permanente nas hipóteses de utilidade pública e de baixo impacto ambiental por esta previstas. (FALSO)
PGM/Sorocaba – Procurador do Município (2018) – VUNESP
E A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas não será autorizada, mesmo em caso de utilidade
pública.(FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
A A poderá ser autorizada a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas nas hipóteses de utilidade
pública ou de interesse social. (FALSO)
D não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou supressões de vegetação nativa, além
das previstas na Lei no 12.651/2012. (VERDADEIRO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
a) É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para realização
de atividades de baixo impacto ambiental (VERDADEIRO).
b) A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses
de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei (VERDADEIRO).
c) A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de
utilidade pública (VERDADEIRO).
d) A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e VII
do caput do artigo 4o da Lei poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal
esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização
fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda (VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
E dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança
nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas, desde que não
recaiam sobre áreas de preservação permanente (FALSO).
PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Em determinado município, há resíduos de construção civil e ocupações nas faixas marginais situadas a menos de trinta metros
das bordas das calhas dos leitos de estreitos cursos d’água, perenes e intermitentes, que, em conjunto, abastecem a Lagoa da
Prata. Tais resíduos estão provocando, nas últimas décadas, o assoreamento das margens e, por consequência, severos danos
ambientais à bacia hidrográfica. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Será admitida a ocupação das referidas faixas marginais para a realização urgente de atividades de segurança nacional e obras
de interesse da defesa civil que visem prevenir acidentes, desde que devidamente autorizadas pelo órgão ambiental
competente. (FALSO)
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
As áreas de preservação permanente:
a) Permitem o acesso de pessoas e de animais para a obtenção de água e para a realização de atividades de baixo
impacto ambiental (VERDADEIRO).
MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):
É permitido o acesso de pessoas às Áreas de Preservação Permanente para realização de atividades de baixo impacto ambiental
(VERDADEIRO).
TJ/CE – Juiz de Direito (2015) – FCC
A empresa QTC Empreendimentos Imobiliários apresentou projeto para a construção de duas torres residenciais e uma torre
comercial em área de depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma alongada, produzido por processos de sedimentação,
onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, apresentando,
de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo e arbustivo. A área é caracterizada como fixadora de dunas existentes na
região e está localizada na zona urbana do Município. Neste caso, o empreendimento
A poderá ser autorizado, desde que seja precedido de EIA-RIMA.
B não poderá ser autorizado por estar em área de preservação permanente. (VERDADEIRO)
C não poderá ser autorizado por estar em área de reserva legal.
D poderá ser autorizado por estar na zona urbana do Município.
E poderá ser autorizado, desde que sejam exigidas medidas mitigadoras e compensatórias.
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso
de utilidade pública (FALSO).
PGE/PI – Procurador do Estado (2014) – CESPE:
Nas APPs, são proibidos a realização de qualquer atividade humana e o acesso de animais (FALSO).
TJ/PE – Juiz de Direito (2013) – FCC:
Suponha a existência de determinada lei ordinária que permita o exercício de determinadas atividades econômicas em áreas de
preservação permanente, sob o fundamento de interesse público ou de indispensabilidade à segurança nacional. Esta lei ainda
confere à autoridade ambiental a competência para permitir, em cada caso concreto, o exercício dessas atividades econômicas
sempre que o permissivo legal estiver configurado. Tendo em vista a disciplina constitucional sobre a matéria, semelhante lei,
em tese, seria
a) constitucional, porque a Constituição é omissa com relação às áreas de preservação permanente, delegando ao
legislador ordinário a possibilidade de regular o instituto na íntegra.
b) constitucional, desde que as atividades econômicas permitidas na área de preservação permanente não
comprometam a integridade dos atributos que justificaram a sua proteção especial (VERDADEIRO).
c) inconstitucional, uma vez que a supressão dos espaços naturais especialmente protegidos é matéria reservada à
lei formal e não poderia ser delegada à autoridade ambiental.
d) inconstitucional, por aplicação do princípio da proibição do retrocesso em sede ambiental.
e) inconstitucional, porque as áreas de preservação permanente sempre terão proteção integral, não se admitindo
qualquer espécie de exceção.
AL/GO – Procurador Legislativo (2013) – FCC
Segundo a Lei Federal no 12.651/2012 (Código Florestal),
C será permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanente apenas para obtenção de água. (FALSO)
DPE/AM – Defensor Público (2013) – FCC
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente
A poderá ser autorizada, excepcionalmente, nas restingas estabilizadoras de mangues e nos manguezais, em locais onde a
função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em
projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
(VERDADEIRO)
B não será autorizada.
C somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública e de interesse social.
D protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de interesse social.
E poderá ser autorizada desde que haja solicitação tecnicamente fundamentada do proprietário ou possuidor do imóvel.

OBS.:
1) O Código Florestal definiu no que consiste utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental:

 As atividades de segurança nacional e proteção sanitária;


 as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de
transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano
aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos , energia,
telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições
Utilidade esportivas estaduais, nacionais ou internacionais , bem como mineração, exceto, neste
pública: último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; (Info 892 STF)
 Atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções
ambientais referidas no inciso II deste artigo;
 Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
 As atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas;
 A exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a
cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
 A implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades
educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas
as condições estabelecidas nesta Lei;
Interesse  A regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por
social população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições
estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;
 Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da
atividade;
 As atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela
autoridade competente;
 Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade
proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
 Abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando
necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a
obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo
agroflorestal sustentável;
 Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes
tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;
 Implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
 Construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
 Construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades
Atividades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o
eventuais abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;
ou de  Construção e manutenção de cercas na propriedade;
baixo  Pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos
impacto na legislação aplicável;
ambiental  Coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas,
como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a
recursos genéticos;
 Plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos
vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a
função ambiental da área;
 Exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo
a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a
cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área;
 Outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos
Estaduais de Meio Ambiente;

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019):


B Entende-se por interesse social as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela
autoridade competente. (VERDADEIRO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)
E A implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo, a construção e manutenção de cercas na propriedade e a
construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro, são algumas das hipóteses de atividades eventuais ou
de baixo impacto ambiental definidas nas alíneas do inciso X do art. 3º da Lei Federal n. 12.651/2012. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
a) A exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e
comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função
ambiental da área, é considerada atividade de baixo impacto para o fim de justificar intervenções em áreas de
preservação permanente, segundo a Lei Federal n° 12.651/12 (VERDADEIRO).
b) A coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos
não pode, em hipótese alguma, ocorrer em áreas de preservação permanente (FALSO).
PGE/MT – Procurador do Estado (2016) – FCC:
Para viabilizar a construção de um local necessário à realização de competições esportivas estaduais, segundo a Lei Federal no
12.651/2012,
a) poderá haver intervenção em área de preservação permanente, desde que não haja supressão de vegetação
nativa.
b) não poderá haver intervenção ou supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente.
c) poderá haver supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente, exceto vegetação nativa
protetora de nascente, duna ou restinga.
d) poderá haver supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente, exceto vegetação nativa
protetora de nascente.
e) poderá haver intervenção ou supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente (VERDADEIRO).

2) Cuidado com a previsão do art. 4º, § 5º:

Art. 4º (...)
§ 5o É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3 o desta Lei, o plantio de
culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou
lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja
protegida a fauna silvestre.

3) Atenção também com o art. 4º, § 6º:

Art. 4º (...)
§ 6o Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II do caput deste
artigo, a prática da aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que:
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade,
de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos;
III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente;
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.
V - não implique novas supressões de vegetação nativa.

PGM/Belo Horizonte – Procurador do Município (2017) – CESPE:


Em determinado município, há resíduos de construção civil e ocupações nas faixas marginais situadas a menos de trinta metros
das bordas das calhas dos leitos de estreitos cursos d’água, perenes e intermitentes, que, em conjunto, abastecem a Lagoa da
Prata. Tais resíduos estão provocando, nas últimas décadas, o assoreamento das margens e, por consequência, severos danos
ambientais à bacia hidrográfica. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
d) Por força de mandamento constitucional, para a preservação das faixas marginais de recursos hídricos, não se admite
intervenção nem ocupação por particulares, nem mesmo em caráter excepcional.(FALSO)
MPE/RR – Promotor de Justiça (2017):
A prática da aquicultura em lagoa natural, bem como a instalação da infraestrutura física associada no entorno da lagoa e em
faixa com largura mínima de cem metros, será admitida desde que
a) seja a supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão ambiental competente, conforme os módulos fiscais
do imóvel.
b) esteja em conformidade com os planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos, independentemente
dos módulos fiscais do imóvel.
c) seja realizado o licenciamento por órgão ambiental competente, conforme os módulos fiscais do imóvel
(VERDADEIRO).
d) esteja o imóvel inscrito no cadastro ambiental rural, independentemente dos módulos fiscais do imóvel.

5. OUTROS PONTOS IMPORTANTES

1. Art. 61-A:

Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris,
de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008.
§ 1o Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 5 (cinco)
metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água.
§ 2o Para os imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais que possuam áreas
consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das
respectivas faixas marginais em 8 (oito) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do
curso d´água.
§ 3o Para os imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais que possuam áreas
consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das
respectivas faixas marginais em 15 (quinze) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura
do curso d’água.
§ 4o Para os imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais:
I - (VETADO); e
II - nos demais casos, conforme determinação do PRA, observado o mínimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros,
contados da borda da calha do leito regular.
§ 5o Nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no entorno de nascentes e olhos d’água
perenes, será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória a
recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) metros.
§ 6o Para os imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no entorno de lagos e lagoas
naturais, será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória a
recomposição de faixa marginal com largura mínima de:
I - 5 (cinco) metros, para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal;
II - 8 (oito) metros, para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais;
III - 15 (quinze) metros, para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais; e
IV - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 7o Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas, será obrigatória a recomposição das faixas marginais, em projeção
horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de:
I - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos fiscais; e
II - 50 (cinquenta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 8o Será considerada, para os fins do disposto no caput e nos §§ 1o a 7o, a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de 2008.
§ 9o A existência das situações previstas no caput deverá ser informada no CAR para fins de monitoramento, sendo exigida, nesses
casos, a adoção de técnicas de conservação do solo e da água que visem à mitigação dos eventuais impactos.
§ 10. Antes mesmo da disponibilização do CAR, no caso das intervenções já existentes, é o proprietário ou possuidor rural
responsável pela conservação do solo e da água, por meio de adoção de boas práticas agronômicas.
§ 11. A realização das atividades previstas no caput observará critérios técnicos de conservação do solo e da água indicados no
PRA previsto nesta Lei, sendo vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo nesses locais.
§ 12. Será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de
turismo rural, inclusive o acesso a essas atividades, independentemente das determinações contidas no caput e nos §§ 1o a 7o,
desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas.
§ 13. A recomposição de que trata este artigo poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes métodos:
I - condução de regeneração natural de espécies nativas;
II - plantio de espécies nativas;
III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas;
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50%
(cinquenta por cento) da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se refere o inciso V do caput do art. 3o;
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
V - (VETADO).
§ 14. Em todos os casos previstos neste artigo, o poder público, verificada a existência de risco de agravamento de processos
erosivos ou de inundações, determinará a adoção de medidas mitigadoras que garantam a estabilidade das margens e a qualidade
da água, após deliberação do Conselho Estadual de Meio Ambiente ou de órgão colegiado estadual equivalente.
§ 15. A partir da data da publicação desta Lei e até o término do prazo de adesão ao PRA de que trata o § 2o do art. 59, é
autorizada a continuidade das atividades desenvolvidas nas áreas de que trata o caput, as quais deverão ser informadas no CAR
para fins de monitoramento, sendo exigida a adoção de medidas de conservação do solo e da água.
§ 16. As Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos nos limites de Unidades de Conservação de Proteção
Integral criadas por ato do poder público até a data de publicação desta Lei não são passíveis de ter quaisquer atividades
consideradas como consolidadas nos termos do caput e dos §§ 1o a 15, ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo elaborado e
aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão competente do Sisnama, nos termos do que dispuser regulamento do
Chefe do Poder Executivo, devendo o proprietário, possuidor rural ou ocupante a qualquer título adotar todas as medidas
indicadas.
§ 17. Em bacias hidrográficas consideradas críticas, conforme previsto em legislação específica, o Chefe do Poder Executivo
poderá, em ato próprio, estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação nativa superiores às definidas
no caput e nos §§ 1o a 7o, como projeto prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o Conselho Estadual de Meio
Ambiente.
§ 18. (VETADO).

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


Sobre a recomposição nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), é correto afirmar:
A para os imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, é facultada a manutenção das atividades, independentemente de qualquer
recomposição, desde que o proprietário invista na recuperação de outras áreas de relevante interesse ambiental, observados
critérios e valores fixados pelo órgão ambiental competente, após o registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
B o proprietário de áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, cuja área da propriedade seja inferior a 1 (um) módulo
fiscal, foi anistiado pela Lei n° 12.651/2012 (Código Florestal), não sendo necessária a recomposição em nenhuma hipótese.
C no caso de pequena propriedade ou posse rural familiar, poderá ser realizado o plantio intercalado de espécies exóticas com
nativas, em até um terço da área total a ser recomposta, admitida a utilização de árvores frutíferas, vedado o plantio de espécies
lenhosas.
D para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 5 (cinco)
metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água. (VERDADEIRO)
E como método de recomposição é vedada a realização de plantio intercalado de espécies exóticas com nativas, devendo ser
executado o plantio exclusivo de espécies nativas ou condução de regeneração natural de espécies nativas, independentemente
do tamanho ou qualificação do imóvel rural.
TJ/PB – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
É permitida a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em imóveis rurais que estejam
localizados em área de preservação permanente, sem que seja necessária a recomposição das suas faixas marginais (FALSO).
PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC
Pedro é proprietário de imóvel rural com 3 módulos fiscais, no qual a atividade desenvolvida desde 1980 é o plantio de cana de
açúcar, que ocupa a área total do imóvel, inclusive as margens de curso d’ água de 40 metros de largura que corta a propriedade.
De acordo com a Lei Federal nº 12.651/2012, novo Código Florestal, Pedro
A poderá continuar com sua atividade econômica, mas terá a obrigação de recompor a área de preservação permanente de 40
metros de largura contados de cada margem do curso d’ água que corta sua propriedade.
B poderá continuar com sua atividade econômica, mas terá a obrigação de recompor a área de preservação permanente de 15
metros de largura contados da borda da calha do leito regular do curso d’ água que corta sua propriedade. (VERDADEIRO)
C terá de cessar a sua atividade econômica na área de preservação permanente, que, neste caso, é de 50 metros de largura
contados da borda da calha do leito regular do curso d’ água que corta sua propriedade, permitindo sua regeneração natural.
D terá de cessar a sua atividade econômica na área de preservação permanente, que, neste caso, é de 50 metros de largura
contados da borda da calha do leito regular do curso d’ água que corta sua propriedade, e promover a sua recomposição por
meio de plantio.
E terá de cessar a sua atividade econômica na área de preservação permanente, que, neste caso, é de 30 metros de largura
contados da borda da calha do leito regular do curso d’ água que corta sua propriedade, permitindo sua regeneração natural.

2. A Lei nº 13.465/2017 alterou os arts. 64 e 65 do Código Florestal, que tratam da Regularização Fundiária Urbana
(Reurb-S) por interesse social de núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de Preservação Permanente.

TRF/4R – Juiz Federal (2016):


As áreas de preservação permanente:
a) Admitem a regularização fundiária de interesse social (VERDADEIRO).

3. São indevidos juros compensatórios quando a propriedade se mostrar impassível de qualquer espécie de exploração
econômica, seja atual ou futura, em decorrência de limitações legais ou da situação geográfica ou topográfica do local
onde se situa, nos termos do entendimento sedimentado na Primeira Seção desta Corte, nos autos dos EREsp
519.365/SP, de relatoria do Exmo. Senhor Ministro Teori Albino Zavascki. Tratando-se de Área de Preservação
Permanente, as restrições legais e administrativas impostas impedem o exercício de atividade produtiva. Inserir, no
cálculo da indenização, os referidos juros seria atentar contra o art. 5º, XXIV, da CF/88, que prescreve a justa
indenização (EREsp 1350914/MS).

AI 653062 AgR/SP:
O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que as áreas referentes à
cobertura vegetal e à preservação permanente devem ser indenizadas, não obstante a
incidência de restrição ao direito de propriedade que possa incidir sobre todo o imóvel
que venha a ser incluído em área de proteção ambiental.
RESERVA LEGAL

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. CONCEITO

1.1. Conceito

 A reserva legal é:
1. Uma área (uma porção de terra).
2. Localizada no interior de um imóvel rural.
3. E dentro da qual o proprietário ou possuidor fica.
4. Por força de lei (Lei n. 12.651/2012).
5. Obrigado a manter a cobertura de vegetação nativa.
6. Com a função de:
6.1 Assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural.
6.2 Auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos.
6.3 Promover a conservação da biodiversidade e.
6.4 Assegurar abrigo e proteção da fauna silvestre e da flora nativa.

APP Reserva legal


Presente em áreas urbanas ou Presente apenas em áreas rurais.
rurais

DPE/AM – Defensor Público (2018) – FCC


A área de preservação permanente: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural que exige conservação, com o
fim de auxiliar na reabilitação dos processos ecológicos e da biodiversidade. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
B A exploração econômica de recursos naturais em área de reserva legal é expressamente proibida. (FALSO)
DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:
A DP realizou mutirão com famílias que ocupam um imóvel público urbano situado na encosta de um morro. O objetivo era
verificar quais diligências poderiam ser feitas em favor daquela comunidade, tendo em vista a intensa fiscalização ambiental e
urbanística no local. Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
a) Em razão do local da ocupação em apreço, a DP tem fundamento jurídico para impugnar autos de infração que indiquem
proteção a área de reserva legal. (VERDADEIRO)
AGU – Advogado da União (2015):
A reserva legal de propriedade ou posse rural define-se como área protegida com a principal função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem e a estabilidade geológica no imóvel (FALSO).
MPE/PA – Promotor de Justiça (2014) – FCC
Sobre áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei nº 12.651/2012 (Novo Código Florestal) está correto o que se
afirma APENAS em
V. Trata-se de área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e
promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. (FALSO)

2.2. Pontos importantes

2.2.1. Inserção do imóvel rural em perímetro urbano (art. 19)

 A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou
posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do
parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano
diretor de que trata o § 1o do art. 182 da CF.

Inserção do imóvel rural em perímetro urbano


Manutenção da Reserva Legal Extinção da Reserva Legal
A simples inserção do imóvel rural em A Reserva Legal será extinta no momento
perímetro urbano não desobriga o do registro do parcelamento do solo para
proprietário ou posseiro da manutenção fins urbanos.
da área de Reserva Legal.

MPE/MG – Promotor de Justiça (2019)


D A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da
manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins
urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor. (VERDADEIRO)
Câmara Municipal de Mauá – Procurador do Município (2019) – VUNESP
D A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal desobriga o proprietário ou posseiro da
manutenção da área de Reserva Legal. (FALSO)
PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC
Um imóvel rural situado em área de floresta na Amazônia legal foi adquirido por determinado proprietário, o qual verificou que
o proprietário anterior não mantivera corretamente área de vegetação nativa a título de Reserva Legal no imóvel. Diante deste
caso hipotético e com base no que dispõe a Lei Federal nº12.651/12, é correto afirmar que,
A se o imóvel rural passar ao perímetro urbano, mediante lei municipal, não estará o proprietário desobrigado de manter área
de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos, consoante as
diretrizes do plano diretor. (VERDADEIRO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):
De acordo com a Lei n. 12.651/12 (Código Florestal), o registro da Reserva Legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR) desobriga a
averbação no Cartório de Registro de Imóveis. Também prevê a referida lei que a inserção do imóvel rural em perímetro urbano
definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será
extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e
consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal (VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal desobriga o proprietário ou posseiro da
manutenção da área de reserva legal (FALSO).
PGM/Recife – Procurador do Município (2014) – FCC
O proprietário de imóvel rural com 50 hectares, sendo 10 hectares de reserva legal averbada no Cartório de Registro de Imóveis,
inserido por lei no perímetro urbano do Município do Recife, registrou parcelamento do solo para fins urbanos devidamente
aprovado. Neste caso, a área de reserva legal
A sofrerá redução de 50%.
B permanecerá intacta.
C será extinta. (VERDADEIRO)
D será convertida em área de preservação permanente - APP.
E sofrerá redução de 70%.

2.2.2. Obrigação de registro da Reserva Legal no CAR

 Com o Novo Código Florestal (art. 18), foi instituído o dever do proprietário de registrar a Reserva Legal no Cadastro
Ambiental Rural – CAR.

REsp 1276114 / MG:


De acordo com a jurisprudência do STJ, a obrigação de demarcar, averbar e restaurar a
área de reserva legal constitui-se uma obrigação propter rem, que se transfere
automaticamente ao adquirente ou ao possuidor do imóvel rural. Esse dever jurídico
independe da existência de floresta ou outras formas de vegetação nativa na gleba,
cumprindo-lhes, caso necessário, a adoção das providências essenciais à restauração ou
à recuperação das mesmas, a fim de readequar-se aos limites percentuais previstos na
lei de regência.
INF 561 STJ:
João é posseiro de um imóvel rural há muitos anos e propôs ação de usucapião a fim de
se tornar o proprietário do terreno. A sentença foi julgada procedente, declarando que
João adquiriu a propriedade. Vale lembrar que a sentença de usucapião deve ser
registrada no Cartório de Registro de Imóveis para que nele fique consignado que o
novo proprietário é aquela pessoa que teve em seu favor a sentença de usucapião. Em
outras palavras, João deverá averbar a sentença de usucapião no Cartório de Registro
de Imóveis para ser considerado proprietário. Ocorre que o juiz que sentenciou a ação
de usucapião condicionou o registro da sentença no Cartório do Registro de Imóveis ao
prévio registro da Área Legal no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Em outras palavras, o
juiz afirmou que a usucapião só poderia ser averbada se, antes, o autor inscrevesse a
Área de Reserva Legal no CAR. Agiu corretamente o magistrado? Ele poderia ter feito
essa exigência? SIM. Para que a sentença declaratória de usucapião de imóvel rural sem
matrícula seja registrada no Cartório de Registro de Imóveis, é necessário o prévio
registro da reserva legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR). STJ. 3ª Turma. REsp
1.356.207-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 28/4/2015 (Info 561).

Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR de que trata
o art. 29, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com
as exceções previstas nesta Lei.
§ 1o A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a
indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe do Poder Executivo.
§ 2o Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de compromisso firmado pelo possuidor com o órgão competente
do Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as
obrigações assumidas pelo possuidor por força do previsto nesta Lei.
§ 3o A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assumidas no termo de compromisso de que trata o § 2o.
§ 4o O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a
data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à
gratuidade deste ato.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Um imóvel rural situado em área de floresta na Amazônia legal foi adquirido por determinado proprietário, o qual verificou que
o proprietário anterior não mantivera corretamente área de vegetação nativa a título de Reserva Legal no imóvel. Diante deste
caso hipotético e com base no que dispõe a Lei Federal nº12.651/12, é correto afirmar que,
D sendo a obrigação de manter a Reserva Legal de natureza pessoal, a mesma não será transmitida ao adquirente do imóvel.
(FALSO)
Câmara de Campo Limpo Paulista – Procurador Legislativo (2018) – VUNESP
C A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação
das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe do Poder Executivo.
(VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A área de reserva legal deverá ser averbada na matrícula do imóvel, no Registro de Imóveis respectivo, sendo vedada a alteração
da sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento (FALSO).
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2012) – FCC
NÃO é consequência da inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR:
A a dispensa da averbação da reserva legal no registro de imóveis. (FALSO)

2. NATUREZA JURÍDICA

 Assim como a APP, a Reserva Legal consiste em limitação restritiva ao direito de propriedade, calcada no princípio
constitucional da função socioambiental da propriedade.

3. PERCENTUAIS MÍNIMOS

3.1. Noções gerais

 Ao contrário das APP, as de Reserva Legal já tem percentuais mínimos definidos no art. 12:

Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da
aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área
do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
§ 1o Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para assentamentos pelo Programa de Reforma
Agrária, será considerada, para fins do disposto do caput, a área do imóvel antes do fracionamento.
§ 2o O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de formações florestais, de cerrado ou de campos gerais na
Amazônia Legal será definido considerando separadamente os índices contidos nas alíneas a, b e c do inciso I do caput.
§ 3o Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou outras formas de vegetação nativa apenas será
autorizada pelo órgão ambiental estadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado cadastro, ressalvado
o previsto no art. 30.

Florestas 80%
Imóvel na
Cerrado 35%
Reserva Amazônia Legal
Campos gerais 20%
Legal
Imóveis nas
- 20%
demais regiões

TJ/PA – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Rafael é proprietário de um imóvel rural com vegetação de floresta no estado do Pará. Esse imóvel deixou de ter área de reserva
legal porque o proprietário anterior a suprimiu. Nessa situação, Rafael
A não tem obrigação de reflorestar a referida área, porque não foi ele quem causou a degradação.
B deve reflorestar 50% de sua propriedade.
C deve reflorestar 30% de sua propriedade.
D deve reflorestar 80% de sua propriedade. (VERDADEIRO)
E deve reflorestar 20% de sua propriedade.
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
D Todo imóvel rural localizado na Amazônia Legal deve manter área correspondente a 80% da extensão total do imóvel, com
cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal. (FALSO)
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2018) – CESPE
Carmen tem um imóvel de 10.000 hectares localizado na área rural de João Pessoa, com vegetação caatinga e margem de um rio
dentro da propriedade. Quando Carmen comprou o terreno, em 2016, estava totalmente desmatada a vegetação da margem do
rio situado em seu imóvel, e, agora, ela pretende construir uma grande casa nesse local. O restante da propriedade é um pomar,
não havendo mais nenhuma área de vegetação nativa no imóvel. Considerando-se essa situação hipotética e a legislação
pertinente, é correto afirmar que a construção da casa de Carmen
A poderá ser legalmente aprovada sem óbice nenhum, porque a área do imóvel está localizada fora da Amazônia Legal.
B não poderá ser legalmente aprovada, visto que 50% da extensão do imóvel deve ser mantida como área de preservação
permanente e reserva legal.
C poderá ser legalmente aprovada, pois seriam exigidas de Carmen a recomposição da área de preservação permanente e a
reserva legal equivalente a 35% do imóvel.
D não poderá ser legalmente aprovada, porque 20% da extensão do imóvel deve ser mantida como área de reserva legal e a
margem de rio é área de preservação permanente a ser recomposta. (VERDADEIRO)
E poderá ser legalmente aprovada, porque a supressão da vegetação da área de preservação permanente e da reserva legal foi
realizada pelo proprietário anterior, e não por Carmen.
MPE/SP – Promotor de Justiça (2017):
e) A Reserva Legal é área protegida ambientalmente, localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, e corresponde,
em todo o país, a 20% (vinte por cento) do imóvel.(FALSO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
A supressão de novas áreas de floresta ou outras formas de vegetação nativa, após a implantação do Cadastro Ambiental Rural –
CAR, apenas será autorizada pelo órgão ambiental estadual integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) se o
imóvel estiver inserido no mencionado cadastro, ressalvado o previsto no artigo 30 da Lei Federal n. 12.651/2012 (VERDADEIRO).
TRF/3R – Juiz Federal (2016):
a) Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da
aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em
relação à área do imóvel caso os imóveis estejam situados na Amazônia Legal, excetuados os casos previstos no art. 68 da
referida Lei: 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel
situado em área de cerrado; 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais. Para os imóveis situados
nas demais regiões do país, o percentual é de 20% (vinte por cento) (VERDADEIRO).
b) Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para assentamentos pelo Programa de Reforma
Agrária, será considerada, para fins do disposto do caput, a área do imóvel antes do fracionamento (VERDADEIRO).
TJ/GO – Juiz de Direito (2015) – FCC
Alexandre adquiriu, no corrente ano, um imóvel rural na região centro-oeste brasileira com 200 hectares cobertos integralmente
por vegetação nativa. Pretende converter a área de vegetação nativa em área agricultável. Segundo a Lei Federal no
12.651/2012 (Novo Código Florestal), Alexandre poderá suprimir
A a vegetação nativa existente no imóvel, salvo aquela considerada de preservação permanente e a considerada como Reserva
Legal, podendo incluir no cálculo da Reserva Legal o cômputo das áreas de preservação permanente.
B toda a vegetação nativa existente no imóvel, podendo compensar em outra área a falta de sua Reserva Legal.
C toda a vegetação nativa existente no imóvel, salvo aquela considerada de preservação permanente.
D a vegetação nativa existente no imóvel que não seja considerada de preservação permanente e não esteja cobrindo 20% da
área total da propriedade. (VERDADEIRO)
E apenas 20% da área total do imóvel rural.
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2012) – FCC
NÃO é consequência da inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR:
B a possibilidade de obtenção de autorização para supressão de vegetação nativa. (FALSO)

OBS.:
1) Para cumprimento da manutenção da área de reserva legal no caso de pequena propriedade ou posse rural, poderão
ser computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas,
cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da região em sistemas agroflorestais (art. 54).

Importante:
O poder público estadual deverá prestar apoio técnico para a
recomposição da vegetação da Reserva Legal na pequena propriedade
ou posse rural familiar (art. 54, parágrafo único).

TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:


Em pequena propriedade ou posse rural familiar
a) o poder público federal deverá prestar apoio técnico para a recomposição da vegetação da reserva legal.
b) o poder público municipal deverá prestar apoio técnico para a recomposição da vegetação da reserva legal.
c) a recomposição da reserva legal será feita exclusivamente com vegetação nativa, sendo as mudas subsidiadas pelo poder
público federal, que também garantirá, como incentivo financeiro, a compra de subprodutos vindos de tal área.
d) a área de preservação permanente será considerada como reserva legal, recaindo sobre ela o regramento mais permissivo da
reserva legal.
e) para cumprimento da manutenção da área de reserva legal poderão ser computados os plantios de árvores frutíferas,
ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies
nativas da região em sistemas agroflorestais. (VERDADEIRO)
AGU – Procurador Federal (2013) – CESPE:
Nos casos de imóveis rurais de até quatro módulos fiscais, excepcionalmente, a regularização da área de reserva legal poderá
deixar de contar com a cobertura integral de vegetação nativa, se forem computados os plantios de árvores frutíferas,
ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies
nativas da região em sistemas agroflorestais (FALSO).

3.2. Hipóteses legais excepcionas em que é permitida a redução dos percentuais mínimos

1. Art. 12, § 4º:

Art. 12 (...)
§ 4o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), para fins
de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada por unidades de conservação da
natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas.

TRF/3R – Juiz Federal (2016):


Nos casos de imóvel situado em área de florestas na Amazônia Legal, o poder público poderá reduzir a Reserva Legal para até
50% (cinquenta por cento), para fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 80% (oitenta por cento) da área
ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas. Nas mesmas
hipóteses o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até 50%
(cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 75% (setenta e cinco por
cento) do seu território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público, devidamente regularizadas, e por
terras indígenas homologadas (FALSO).

2. Art. 12, § 4º:

Art. 12 (...)
§ 5o Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a
Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de
65% (sessenta e cinco por cento) do seu território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público,
devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.

MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):


O poder público estadual poderá, nos casos da alínea b (35%, no imóvel situado em área de cerrado) do inciso I do artigo 12 da
Lei Federal n. 12.651/2012, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por
cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu
território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio público, devidamente regularizadas, e por terras
indígenas homologadas (FALSO).

3. Art. 13:
Art. 13. Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder
público federal poderá:
I - reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de
imóveis com área rural consolidada, situados em área de floresta localizada na Amazônia Legal, para até 50% (cinquenta por
cento) da propriedade, excluídas as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e os corredores
ecológicos;
II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta Lei, para cumprimento de
metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito estufa.
§ 1o No caso previsto no inciso I do caput, o proprietário ou possuidor de imóvel rural que mantiver Reserva Legal conservada e
averbada em área superior aos percentuais exigidos no referido inciso poderá instituir servidão ambiental sobre a área excedente,
nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e Cota de Reserva Ambiental.
§ 2o Os Estados que não possuem seus Zoneamentos Ecológico-Econômicos - ZEEs segundo a metodologia unificada, estabelecida
em norma federal, terão o prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data da publicação desta Lei, para a sua elaboração e aprovação.

PGM/Valinhos – Procurador do Município (2019) – VUNESP


E quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder
público federal poderá reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante recomposição, regeneração ou
compensação da Reserva Legal de imóveis com área rural consolidada, situados em área de floresta localizada na Amazônia
Legal, para até 40% (quarenta por cento) da propriedade. (FALSO)

3.3. Não sujeição à constituição de Reserva Legal

1. Art. 12, § 6º:

§ 6o Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva
Legal.

PGM/Valinhos – Procurador do Município (2019) – VUNESP


A os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva
Legal. (VERDADEIRO)
Câmara de Campo Limpo Paulista – Procurador Legislativo (2018) – VUNESP
A Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto estão sujeitos à constituição de Reserva
Legal. (FALSO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva
Legal (VERDADEIRO).

2. Art. 12, § 7º

§ 7o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou
autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia
elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Um imóvel rural situado em área de floresta na Amazônia legal foi adquirido por determinado proprietário, o qual verificou que
o proprietário anterior não mantivera corretamente área de vegetação nativa a título de Reserva Legal no imóvel. Diante deste
caso hipotético e com base no que dispõe a Lei Federal nº12.651/12, é correto afirmar que,
C se o imóvel vier a ser adquirido para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de
geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão de energia elétrica, deverá o proprietário
manter área com cobertura de vegetação nativa em percentual mínimo de cinquenta por cento, em relação à área do imóvel.
(FALSO)
PGM/Valinhos – Procurador do Município (2019) – VUNESP
B será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização
para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica,
subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. (FALSO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou
autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia
elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica (VERDADEIRO).
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
A manutenção de área com cobertura vegetal nativa, a título de reserva legal, não é obrigatória para imóveis rurais
desapropriados com a finalidade de exploração de potencial de energia hidráulica (geração de energia elétrica) e de ampliação
de capacidade de rodovias (VERDADEIRO).

3. Art. 12, § 8º

§ 8o Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Um imóvel rural situado em área de floresta na Amazônia legal foi adquirido por determinado proprietário, o qual verificou que
o proprietário anterior não mantivera corretamente área de vegetação nativa a título de Reserva Legal no imóvel. Diante deste
caso hipotético e com base no que dispõe a Lei Federal nº12.651/12, é correto afirmar que,
B se o imóvel vier a ser desapropriado pelo Poder Público para fins de instalação ou ampliação de rodovia ou ferrovia no imóvel,
a exigência da Reserva Legal reduz-se à metade da exigência feita ao proprietário particular. (FALSO)
PGM/Valinhos – Procurador do Município (2019) – VUNESP
C será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias. (FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2016):
Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva
Legal. Também não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão,
permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração
de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. Também não
será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias (VERDADEIRO).
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017):
Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias (VERDADEIRO).

3.4. Possibilidade de cômputo das APP no cálculo do percentual da RL

 O Código Florestal inova ao prever, em seu art. 15, que para se chegar ao percentual da área de Reserva Legal pode ser
computada a APP, desde que observados alguns requisitos:

Importante:
Nesses casos, o regime de proteção da APP não se altera, ou seja, nas
APPs computadas para o cálculo da Reserva Legal não é permitido o
manejo florestal sustentável.

Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel,
desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão
estadual integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
§ 1o O regime de proteção da Área de Preservação Permanente não se altera na hipótese prevista neste artigo.
§ 2o O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada e inscrita no Cadastro Ambiental Rural - CAR de que
trata o art. 29, cuja área ultrapasse o mínimo exigido por esta Lei, poderá utilizar a área excedente para fins de constituição de
servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.
§ 3o O cômputo de que trata o caput aplica-se a todas as modalidades de cumprimento da Reserva Legal, abrangendo a
regeneração, a recomposição e a compensação.
§ 4o É dispensada a aplicação do inciso I do caput deste artigo, quando as Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em
processo de recuperação, somadas às demais florestas e outras formas de vegetação nativa existentes em imóvel, ultrapassarem:
I - 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localizado em áreas de floresta na Amazônia Legal; e
II - (VETADO).

PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE


A inclusão de uma APP no cômputo da área de reserva legal de um imóvel rural não altera o regime de proteção dessa APP.
(VERDADEIRO)
MPE/ES – Promotor de Justiça (2018)
V. No Estado de Mato Grosso do Sul, um imóvel que tenha 20% de vegetação nativa averbada como Reserva Legal e mais 10% de
área de preservação permanente, na data de entrada em vigor da Lei Federal n. 12.651/2012, poderá computar a área de
preservação permanente no montante da área da reserva legal, abrindo-se assim novas áreas para uso alternativo do solo.
(FALSO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):
De acordo com a Lei n. 12.651/12, será admitido o cômputo da Reserva Legal do imóvel no cálculo do percentual da Área de
Preservação Permanente, desde que: o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para o uso
alternativo do solo; a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme comprovação do
proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no
Cadastro Ambiental Rural (CAR), nos termos da referida Lei (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
É vedado o cômputo das áreas de preservação permanente no cálculo do percentual da reserva legal do imóvel (FALSO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2013) – FCC
Segundo a Lei Federal no 12.651/2012 (Código Florestal),
B será admitido o cômputo das áreas de preservação permanente no cálculo do percentual da reserva legal do imóvel, desde
que preenchidos certos requisitos previstos em lei. (VERDADEIRO)
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2012) – FCC
NÃO é consequência da inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR:
C a permissão de cômputo das áreas de preservação permanente no percentual de reserva legal. (FALSO)

3.5. Reserva legal condominial ou coletiva

 O Código Florestal apresenta às propriedades rurais instrumentos compensatórios em caso de áreas de Reserva Legal
com percentual inferior ao mínimo exigido em lei.
 Um deles, nos casos de propriedade rurais contiguas, é a denominada Reserva legal condominial (ou coletiva), prevista
no art. 16.

Requisitos:
1. Que as propriedades sejam continuas.
2. Que o percentual legal em relação a cada imóvel seja respeitado.

Importante:
Há previsão de Reserva Legal condominial também para os casos de
parcelamento de imóveis rurais (art. 16, parágrafo único).
Art. 16. Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou coletiva entre propriedades rurais, respeitado o
percentual previsto no art. 12 em relação a cada imóvel.
Parágrafo único. No parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva Legal poderá ser agrupada em regime de condomínio entre
os adquirentes.

PGM/Valinhos – Procurador do Município (2019) – VUNESP


D no parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva Legal não poderá ser agrupada em regime de condomínio entre os
adquirentes. (FALSO)

4.LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL

 A localização da área de Reserva Legal dentro da propriedade ou posse rural não é de livre escolha do proprietário ou
do possuidor do imóvel.
 A definição da localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os critérios
estabelecidos no art. 14.

Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios:
I - o plano de bacia hidrográfica;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com Unidade de
Conservação ou com outra área legalmente protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.

OBS.:
1) O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização da Reserva Legal
após a inclusão do imóvel no CAR (art. 14, § 1º).

2) Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário ou
possuidor rural não poderá ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão
ambiental competente integrante do Sisnama, em razão da não formalização da área de Reserva Legal (art. 14, § 2º).

5. EXPLORAÇÃO ECONÔMICA E MANEJO SUSTENTÁVEL

5.1. Noções gerais

 Diferentemente da APP, onde a regra geral é a intocabilidade e vedação de uso econômico direto, na Reserva Legal
permite-se o manejo florestal sustentável, ou seja, a utilização da área sem descaracterizar ecologicamente os recursos
florestais e os ecossistemas.

Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou
ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
§ 1o Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão
competente do Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no art. 20.
§ 2o Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama
deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação de tais planos de manejo.
§ 3o É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de
2008.
§ 4o Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado, nas áreas de que trata o § 3 o deste
artigo, o processo de recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois) anos contados a partir da data da publicação desta Lei,
devendo tal processo ser concluído nos prazos estabelecidos pelo Programa de Regularização Ambiental - PRA, de que trata o art.
59.

Art. 21. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar:
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver;
II - a época de maturação dos frutos e sementes;
III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas,
cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes.

Câmara de Campo Limpo Paulista – Procurador Legislativo (2018) – VUNESP


B Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, independentemente de qualquer
aprovação pelo Sisnama. (FALSO)
E É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, sem qualquer tipo de
observação. (FALSO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Conforme o Código Florestal, todo proprietário de imóvel rural deve, a título de reserva legal, manter área com cobertura de
vegetação nativa, a qual só poderá ser explorada economicamente em caso de manejo sustentável (VERDADEIRO).
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
Nos termos da Lei nº 12.651/2012 (Lei Florestal),
a) é permitido o manejo sustentável, com fins comerciais, da vegetação florestal apenas nas APPs − Áreas de
Preservação Permanente criadas até 22 de julho de 2008.
b) não é permitido o manejo sustentável, com fins comerciais, da vegetação florestal nas APPs − Áreas de
Preservação Permanente e nas Reservas Legais.
c) é permitido o manejo sustentável, com fins comerciais, da vegetação florestal nas APPs − Áreas de Preservação
Permanente.
d) é permitido o manejo sustentável, com fins comerciais, da vegetação florestal nas Reservas Legais (VERDADEIRO).
e) é permitido o manejo sustentável, com fins comerciais, da vegetação florestal nas APPs − Áreas de Preservação
Florestal e nas Reservas Legais
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
É permitida a exploração florestal com propósito comercial em áreas de reserva legal, mediante manejo sustentável aprovado
por órgão ambiental (VERDADEIRO).
AGU – Advogado da União (2015):
A regularidade da reserva legal envolve a conservação de sua vegetação nativa, de modo que a exploração econômica dessa área
deve ser feita mediante plano de manejo sustentável previamente aprovado pelo órgão ambiental competente do SISNAMA,
sem prejuízo da observância das demais normas ambientais pertinentes (VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
a) A reserva legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou
ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado (VERDADEIRO).
b) Para fins de manejo de reserva legal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e
aprovação de tais planos de manejo (VERDADEIRO).

5.2. Manejo sustentável com e sem propósito comercial

 O manejo sustentável consiste na administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos,
sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-
se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e
subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços (art. 3º, VII).

Sem propósito comercial, para consumo no


Com propósito comercial (art. 21)
próprio imóvel (art. 22)
São adotadas práticas de exploração seletiva (art. São adotadas práticas de exploração seletiva (art.
20) 20)
Depende de autorização do órgão competente Independe de autorização dos órgãos competentes,

Diretrizes e orientações: Deve apenas ser declarado previamente ao órgão


 não descaracterizar a cobertura vegetal e não ambiental a motivação da exploração e o volume
prejudicar a conservação da vegetação nativa explorado, limitada a exploração anual a 20 (vinte)
da área; metros cúbicos
 assegurar a manutenção da diversidade das
espécies;
 conduzir o manejo de espécies exóticas com a
adoção de medidas que favoreçam a
regeneração de espécies nativas.

Importante:
Art. 24. No manejo florestal nas áreas fora de Reserva Legal, aplica-se
igualmente o disposto nos arts. 21, 22 e 23.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


Um imóvel rural situado em área de floresta na Amazônia legal foi adquirido por determinado proprietário, o qual verificou que
o proprietário anterior não mantivera corretamente área de vegetação nativa a título de Reserva Legal no imóvel. Diante deste
caso hipotético e com base no que dispõe a Lei Federal nº12.651/12, é correto afirmar que,
E no manejo sustentável da vegetação florestal da Reserva Legal, é vedada a adoção de quaisquer práticas de exploração seletiva
nas modalidades de manejo sustentável. (FALSO)
Câmara Municipal de Mauá – Procurador do Município (2019) – VUNESP
E O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito comercial independe de autorização do órgão
competente. (FALSO)
Câmara de Campo Limpo Paulista – Procurador Legislativo (2018) – VUNESP
D No manejo sustentável da vegetação florestal da Reserva Legal, serão adotadas práticas de exploração seletiva, nas
modalidades de manejo sustentável com propósito comercial para consumo na propriedade e manejo sustentável para
exploração florestal sem propósito comercial. (FALSO)
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
O manejo sustentável para exploração florestal eventual, limitada a vinte metros cúbicos, sem propósito comercial e para
consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes (VERDADEIRO).

6. OUTROS PONTOS IMPORTANTES

1. A disciplina de transição das explorações consolidadas em área de Reserva Legal é regulada pelos arts. 66-68 e
seguintes, tendo sido tomado o marco divisor do regime jurídico o dia 23/07/2008.

Art. 66. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão
inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes
alternativas, isolada ou conjuntamente:
I - recompor a Reserva Legal;
II - permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
III - compensar a Reserva Legal.
§ 1o A obrigação prevista no caput tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do
imóvel rural.
§ 2o A recomposição de que trata o inciso I do caput deverá atender os critérios estipulados pelo órgão competente do Sisnama e
ser concluída em até 20 (vinte) anos, abrangendo, a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua
complementação.
§ 3o A recomposição de que trata o inciso I do caput poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies nativas com
exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
I - o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência regional;
II - a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.
§ 4o Os proprietários ou possuidores do imóvel que optarem por recompor a Reserva Legal na forma dos §§ 2o e 3o terão direito à
sua exploração econômica, nos termos desta Lei.
§ 5o A compensação de que trata o inciso III do caput deverá ser precedida pela inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita
mediante:
I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
II - arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva Legal;
III - doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público pendente de
regularização fundiária;
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em
imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
§ 6o As áreas a serem utilizadas para compensação na forma do § 5o deverão:
I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada;
II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada;
III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados.
§ 7o A definição de áreas prioritárias de que trata o § 6 o buscará favorecer, entre outros, a recuperação de bacias hidrográficas
excessivamente desmatadas, a criação de corredores ecológicos, a conservação de grandes áreas protegidas e a conservação ou
recuperação de ecossistemas ou espécies ameaçados.
§ 8o Quando se tratar de imóveis públicos, a compensação de que trata o inciso III do caput poderá ser feita mediante concessão
de direito real de uso ou doação, por parte da pessoa jurídica de direito público proprietária de imóvel rural que não detém Reserva
Legal em extensão suficiente, ao órgão público responsável pela Unidade de Conservação de área localizada no interior de Unidade
de Conservação de domínio público, a ser criada ou pendente de regularização fundiária.
§ 9o As medidas de compensação previstas neste artigo não poderão ser utilizadas como forma de viabilizar a conversão de novas
áreas para uso alternativo do solo.

TRF/2R – Juiz Federal (2018)


O Direito Ambiental revela mecanismos compensatórios que buscam a substituição de um bem ambiental por outro de valor
equivalente e, em tal dimensão, é possível cogitar de uma compensação ambiental lato sensu. Dentre as espécies de
compensação ambiental admitidas no Direito brasileiro há a compensação de Reserva Legal que consiste:
A na supressão da vegetação em área de preservação permanente, autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse
social, quando não houver alternativa técnica ao empreendimento proposto.
B na compensação da reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e extensão, pertencente ao mesmo
ecossistema e localizada na mesma microbacia em conformidade com os critérios previstos em regulamento. (VERDADEIRO)
C na restauração natural do dano ambiental em área distinta da área degradada, com a finalidade de assegurar a conservação
das funções ecológicas equivalentes.
D na destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, na mesma bacia hidrográfica do Bioma Mata Atlântica, em
áreas localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.
E no apoio à implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral como meio de compensar a
instalação de empreendimentos causadores de significativo impacto ambiental.
PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:
A compensação da Reserva Legal
a) poderá ser feita apenas fora do Programa de Regularização Ambiental (PRA).
b) somente é possível se houver adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
c) independe de prévia inscrição da propriedade rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
d) será feita em área equivalente ao dobro da extensão da área a ser compensada.
e) não poderá ser utilizada como forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo
(VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2015) – FCC
A compensação da Reserva Legal
A é possível para os proprietários ou possuidores rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em
extensão inferior ao estabelecido em lei. (VERDADEIRO)
B é possível para todos os proprietários ou possuidores rurais que não tenham os percentuais de Reserva Legal exigidos por lei.
C é possível para todos os proprietários ou possuidores rurais que não tenham os percentuais de Reserva Legal exigidos pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
D será admitida exclusivamente por meio de adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
E independe de prévia inscrição da propriedade rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam
remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será constituída com a área
ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.

Art. 68. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os
percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de promover
a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais exigidos nesta Lei.
§ 1o Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais poderão provar essas situações consolidadas por documentos tais como a
descrição de fatos históricos de ocupação da região, registros de comercialização, dados agropecuários da atividade, contratos e
documentos bancários relativos à produção, e por todos os outros meios de prova em direito admitidos.
§ 2o Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de
Reserva Legal maior que 50% (cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realizaram a supressão da vegetação nos
percentuais previstos pela legislação em vigor à época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal também para fins de
constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.

MPE/SP – Promotor de Justiça (2017):


d) As obrigações decorrentes de supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente têm natureza pessoal. (FALSO)
PGM/Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de
Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são
a) obrigados a permitir a regeneração da Reserva Legal na respectiva propriedade rural para os percentuais exigidos
pela lei Federal n° 12.651/2012 (novo Código Florestal), em razão do caráter propter rem da obrigação ambiental.
b) obrigados a promover a recomposição da Reserva Legal na respectiva propriedade rural para os percentuais
exigidos pela lei Federal no 12.651/2012 (novo Código Florestal), dado tratar-se de obrigação propter rem.
c) dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais exigidos pela Lei
Federal no 12.651/2012 (novo Código Florestal) (VERDADEIRO).
d) obrigados a promover a recomposição da Reserva legal na respectiva propriedade rural para os percentuais
exigidos pela lei Federal no 12.651/2012 (novo Código Florestal) ou a compensar área equivalente em outra
propriedade rural, desde que no mesmo bioma.
e) dispensados de promover a recomposição da Reserva legal na respectiva propriedade rural para os percentuais
exigidos pela Lei Federal no 12.651/2012 (novo Código Florestal), mas obrigados a compensar área equivalente
em outra propriedade rural, desde que no mesmo bioma

2. É livre a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal (art. 35, § 2º).

MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):


b) É livre a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal (VERDADEIRO);

3. O STJ ostenta entendimento uníssono no sentido de que, para ser excluída do cálculo de produtividade do bem, a
reserva legal deve estar averbada no registro imobiliário em tempo anterior à vistoria (REsp 1447203/TO).
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

Dizer o Direito
Leonardo Garcia
Frederico Amado

1. ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

1.1. Rol de espaços territoriais especialmente protegidos

 Áreas de proteção permanente.


 Áreas de reserva legal.
 Unidades de conservação da natureza.
 Etc.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;

DPE/PA – Defensor Público (2015):


Compete ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente mediante lei ou Resolução do CONAMA, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (FALSO).
TJ/MT – Juiz de Direito (2014):
Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas através de lei, decreto ou resolução do CONAMA, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (FALSO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
As áreas de preservação permanente são espécies do gênero espaços territoriais protegidos (VERDADEIRO).

2.2. Questionamentos importantes

2.2.1. No que consiste o sistema da dupla afetação do território?

 A expressão “dupla imputação” é utilizada para designar a destinação de um determinado bem a mais de uma
finalidade de interesse público.
 Na Petição nº 3.388-4 julgada pelo STF, o Tribunal reconheceu o regime de dupla imputação célebre caso da Raposa
Serra do Sol, ou seja, vinculação a um interesse ambiental e a um interesse indígena.

TJ/PI – Juiz de Direito (2015) – FCC:


Sobre um mesmo território, I. foi criada uma unidade de conservação, diante de seus atributos naturais, e II. incide tombamento
federal, em razão da existência de importante sítio arqueológico. Tal situação
a) faz prevalecer o tombamento, ficando a unidade de conservação suspensa até eventual revogação do
tombamento.
b) não é possível, devendo prevalecer o instrumento jurídico que traz maior proteção ao bem: unidade de
conservação ou tombamento.
c) traz a dupla afetação ao território, que será regrado por apenas um diploma normativo.
d) traz a dupla afetação ao território, que será regrado pelas normas decorrentes da unidade de conservação e do
tombamento (VERDADEIRO).
e) faz prevalecer a unidade de conservação, decaindo o tombamento.

2. CONCEITO

 A unidade de conservação é:
1. Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais.
2. Com características naturais relevantes.
3. Legalmente instituído pelo Poder Público.
4. Com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração.
5. Ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

OBS.:
1) O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de
conservação.

Subsolo Espaço aéreo


Art. 6º Os limites da unidade de Art. 7º Os limites da unidade de
conservação, em relação ao subsolo, são conservação, em relação ao espaço aéreo,
estabelecidos: são estabelecidos no Plano de Manejo,
 no ato de sua criação, no caso de embasados em estudos técnicos realizados
Unidade de Conservação de Proteção pelo órgão gestor da unidade de
Integral; e conservação, consultada a autoridade
 no ato de sua criação ou no Plano de aeronáutica competente e de acordo com a
Manejo, no caso de Unidade de legislação vigente.
Conservação de Uso Sustentável.

TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:


O subsolo e o espaço aéreo também integram os limites das unidades de conservação, e se consideram incluídos na proteção
ambiental conferida à unidade, ainda que não constem no ato de criação ou no plano de manejo (FALSO).

3. OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SNUC

1. Objetivos:

Art. 4o O SNUC tem os seguintes objetivos:


I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e
cultural;
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo
ecológico;
XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu
conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

2. Diretrizes:

Art. 5o O SNUC será regido por diretrizes que:


I - assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente
viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o
patrimônio biológico existente;
II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da
política nacional de unidades de conservação;
III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação;
IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações não-governamentais, de organizações privadas e pessoas físicas para o
desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico,
monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação;
V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e administrarem unidades de conservação dentro
do sistema nacional;
VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica das unidades de conservação;
VII - permitam o uso das unidades de conservação para a conservação in situ de populações das variantes genéticas selvagens dos
animais e plantas domesticados e recursos genéticos silvestres;
VIII - assegurem que o processo de criação e a gestão das unidades de conservação sejam feitos de forma integrada com as
políticas de administração das terras e águas circundantes, considerando as condições e necessidades sociais e econômicas locais;
IX - considerem as condições e necessidades das populações locais no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso
sustentável dos recursos naturais;
X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência dependa da utilização de recursos naturais existentes no interior das
unidades de conservação meios de subsistência alternativos ou a justa indenização pelos recursos perdidos;
XI - garantam uma alocação adequada dos recursos financeiros necessários para que, uma vez criadas, as unidades de
conservação possam ser geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos;
XII - busquem conferir às unidades de conservação, nos casos possíveis e respeitadas as conveniências da administração,
autonomia administrativa e financeira; e
XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de unidades de conservação de diferentes categorias,
próximas ou contíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de
preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas.

4. COMPOSIÇÃO NO SNUC

 O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais.
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza é composto pelas Unidades de Conservação Federais, Estaduais e
Municipais (VERDADEIRO).

5. GESTÃO DO SNUC

 CONAMA.
 Ministério do Meio Ambiente.
 ICMBio, IBAMA (caráter supletivo) e órgãos estaduais/municipais.

Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a
implementação do Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema; e
III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função
de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação.
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e
municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser
satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma
clara distinção.

Importante:
O IBAMA pode exercer supletivamente o poder de polícia ambiental
nos casos de omissão do ICMBio.

TRF/4R – Juiz Federal (2016):


O Sistema Nacional de Unidades de Conservação é composto por um órgão consultivo, o Conama; um órgão Central, o Ministério
do Meio Ambiente; e um órgão executivo, que, para as Unidades de Conservação Federais, pode ser o Instituto Chico Mendes ou
o Ibama (VERDADEIRO).
TRF/2R – Juiz Federal (2013) – CESPE:
Embora seja órgão colegiado consultivo e deliberativo da PNMA, O CONAMA não atua junto ao SNUC (FALSO).

6. A CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

6.1. Classificação

Unidades de proteção integral Unidades de uso sustentável


Proteção maior. Proteção menor.
Não interferência humana no ecossistema. Compatibilizar a conservação com o uso sustentável.
Admite apenas o uso indireto dos atributos naturais. Admite a utilização de parcela dos recursos naturais

Importante:
A utilização (exploração) de parcela dos recursos
naturais só é admitida em regime de manejo
sustentável, desde que observado o zoneamento da
área, as limitações legais e o plano de manejo da
respectiva unidade de conservação.

PGE/AC – Procurador do Estado (2018)


1. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de
parcela dos seus recursos naturais. (FALSO)
2. O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus
recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. (FALSO)
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
C As unidades de proteção integral visam à manutenção dos ecossistemas e dos hábitats naturais livres de alterações causadas
por interferência humana, sendo vedado o uso direto ou indireto dos seus atributos naturais. (FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
D O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus
recursos naturais. (FALSO)
PGE/TO – Procurador do Estado (2018) – FCC
Uma empresa privada que atua no setor imobiliário adquiriu uma gleba de terras em região que seus estudos apontavam como
promissora para expansão de empreendimentos habitacionais. Quando da submissão do projeto do empreendimento às
aprovações e licenciamentos cabíveis, a empresa foi surpreendida com o indeferimento, fundamentado no fato da área objeto
do mesmo ser uma unidade de conservação de proteção integral. No presente caso,
A será necessário identificar no plano de manejo da unidade de conservação as diretrizes e especificações para aproveitamento
da área para fins de parcelamento do solo.
B o indeferimento não tem fundamento jurídico, tendo em vista que o novo proprietário tem direito a utilização do imóvel para
os fins pretendidos, diante do desconhecimento prévio do fato da área estar inserida em unidade de conservação.
C o indeferimento do projeto está fundado no poder de polícia da municipalidade, de cunho discricionário, o que obsta qualquer
questionamento por parte do proprietário.
D assiste direito ao proprietário de ver implementado seu projeto habitacional caso ainda não tenha sido editado plano de
manejo para a unidade de conservação em questão.
E o proprietário não poderá ver implementado seu projeto habitacional, não havendo fundamento para deduzir qualquer
prejuízo do ente público que criou a unidade de conservação em razão do desconhecimento do fato, porque este é anterior e
público. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz de Direito (2017):
d) Nas unidades de conservação de proteção integral não são permitidas atividades com finalidades lucrativas. (FALSO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
Nos termos da Lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, as Unidades de Uso Sustentável
visam à manutenção dos ecossistemas livres das alterações causadas por interferência humana, admitindo o uso indireto dos
seus atributos naturais, comportando categorias como a reserva de desenvolvimento sustentável, a reserva particular do
patrimônio natural e a reserva extrativista (FALSO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
As Unidades de Proteção Integral têm por objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela
dos recursos naturais (FALSO).

6.1.1. No que consiste o uso indireto dos atributos naturais?

 É aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais (art. 2º, IX).

DPE/PA – Defensor Público (2015):


Caracteriza-se como uso indireto da unidade de conservação aquele que envolve somente uso comercial dos recursos naturais
nela abrangidos (FALSO).

6.2. Subclassificação

UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL


RESERVA Extrativista
RESERVA de Fauna
RESERVA Biológica
RESERVA de Desenvolvimento Sustentável
RESERVA Particular do Patrimônio Natural
ÁREA de Proteção Ambiental
ÁREA de Relevante Interesse Ecológico
Estação Ecológica
Parque Nacional
Floresta Nacional
Monumento Natural
Refúgio da Vida Silvestre

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019)


D As unidades de conservação da Reserva Biológica, da Floresta Nacional e do Parque Nacional integram as Unidades de
Proteção Integral. (FALSO)
SANASA/Campinas – Procurador (2019) – FCC
Segundo a legislação federal vigente, as unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza dividem-se em dois grupos com características específicas. Um desses grupos é composto por Unidades de
A Regeneração de Ecossistema, na qual se incluem o Refúgio de Vida Silvestre, a Reserva Particular do Patrimônio Natural e o
Parque Nacional.
B Proteção da Biodiversidade, no qual se incluem o Monumento Natural, o Refúgio de Vida Silvestre e a Reserva de Fauna.
C Proteção Integral, no qual se incluem a Estação Ecológica, a Reserva Particular do Patrimônio Natural e o Santuário Ecológico.
D Uso Sustentável, no qual se incluem a Floresta Nacional, a Reserva de Fauna e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
(VERDADEIRO)
E Manejo Restrito, no qual se incluem a Área de Proteção Ambiental, a Área de Relevante Interesse Ecológico e a Reserva
Extrativista.
MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)
B As unidades de conservação de proteção integral, da categoria Parque Nacional, quando criadas pelo Estado ou Município,
serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. (VERDADEIRO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
A reserva de desenvolvimento sustentável é um exemplo de unidade de conservação de proteção integral. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2018)
3. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação: Estação
Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. (VERDADEIRO)
Câmara de Goiânia – Procurador Legislativo (2018)
B o grupo das Unidades de Uso Sustentável é composto de categorias de unidade de conservação: Estação Ecológica, Reserva
Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. (FALSO)
C o grupo das Unidades de Proteção Integral é composto de categorias de unidade de conservação: Área de Proteção Ambiental,
Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento
Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
Com base na Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o SNUC, assinale a opção correta, acerca do Parque Nacional do Iguaçu, unidade
de conservação localizada no extremo oeste do estado do Paraná.
c) O parque em apreço classifica-se como unidade de uso sustentável. (FALSO)
MPE/SP – Promotor de Justiça (2017):
c) A Área de Proteção Ambiental constitui categoria de Unidade de Proteção Integral. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
As reservas extrativistas, embora não sejam consideradas unidades de conservação, são espécies do gênero espaços territoriais
protegidos (FALSO).
PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:
A Floresta Estadual
a) pode ser constituída por propriedades privadas, que terão sua função social adequada aos objetivos do território
especialmente protegido.
b) não é uma unidade de conservação pertencente ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC).
c) é uma unidade de conservação do grupo das Unidades de Proteção Integral.
d) é uma unidade de conservação do grupo das Unidades de Uso Sustentável (VERDADEIRO).
e) é um imóvel rural de propriedade do Estado sem qualquer relação com a defesa do meio ambiente.
MPE/SC – Promotor de Justiça (2016):
Estação Ecológica, Reserva Biológica, Floresta Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre são todas as categorias
de unidade de conservação que compõem o grupo das Unidades de Proteção Integral, de acordo com o art. 8º da Lei n. 9.985/00
(Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
O parque nacional, a reserva de fauna, a estação ecológica e o refúgio de vida silvestre constituem exemplos, nos termos da lei,
de unidades de proteção integral (FALSO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
A Floresta Amazônica é patrimônio nacional e unidade de conservação de proteção integral (FALSO).
MPE/MS – Promotor de Justiça (2015):
Nos termos do art. 8º, da Lei 9.985/2000 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação), o Grupo das Unidades de
Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação, exceto:
a) Estação Ecológica.
b) Reserva Biológica.
c) Parque Nacional.
d) Floresta Nacional (VERDADEIRO).
e) Monumento Natural.

6.2.1. No que consiste uma zona de amortecimento?

 É o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições
específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade (art. 2º, XVIII).

Importante:
As atividades de significativo impacto ambiental que possam afetar
uma UC ou seu entorno já previamente definido (ZA) só poderão ser
licenciadas após autorização do órgão responsável pela administração
da UC. A mesma regra se aplica àqueles empreendimentos de
significativo impacto ambiental localizados numa faixa de três mil
metros a partir do limite da UC cuja ZA não esteja ainda estabelecida
(art. 1º, § 2º, da Resolução CONAMA nº 428/2010).

DPE/PA – Defensor Público (2015):


Zona de amortecimento é conceituada como o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade (VERDADEIRO).

6.2.2. O que acontecerá se a UC pressupor uma desapropriação e o Poder Público não desapropriar os imóveis?

 Os proprietários poderão ajuizar ações de desapropriação indireta.

PGM/Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:


O Município criou por decreto uma Reserva Extrativista em áreas particulares sem ajuizar as ações de desapropriação dos
imóveis abrangidos. Neste caso, os proprietários
a) continuarão titulares de domínio, mas serão indenizados apenas pelas restrições impostas às respectivas
propriedades.
b) continuarão titulares de domínio, pois a Reserva Extrativista é uma unidade de conservação de uso sustentável.
c) poderão ajuizar ações de desapropriação indireta, diante da inércia do Município, sendo possível discutir apenas o
valor das indenizações (VERDADEIRO).
d) poderão ajuizar ações declaratórias de nulidade do ato administrativo do Chefe do Executivo Municipal,
porquanto não ser possível a criação de unidade de conservação por Decreto.
e) continuarão titulares de domínio, mas terão restrições impostas às respectivas propriedades sem direito à
indenização, diante do princípio da função social da propriedade.

6.2.3. Características importantes

1. Necessidade de desapropriação:
 Reserva Biológica.
 Estação Ecológica.
 Parque Nacional.
 Reserva Extrativista.
 Reserva de Fauna.
 Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
 Floresta Nacional.

MPE/SC – Promotor de Justiça (2019)


A A categoria de unidade de conservação de proteção integral, denominada Monumento Natural, não pode ser constituída por
áreas particulares. (FALSO)
PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC
Determinado proprietário de área rural com remanescente de mata nativa realizou a extração ilegal de madeira dentro de sua
propriedade. Responsabilizado pelo Poder Público, o proprietário comprometeu-se a proceder a recomposição dos danos a essa
mata e a convertê-la em unidade de conservação, que ficaria sob seu domínio e responsabilidade, sem transferência ao poder
público. A Unidade de Conservação prevista na legislação aplicável que melhor atenderá aos requisitos mencionados é a
A Reserva Biológica.
B Área de Proteção Ambiental. (VERDADEIRO)
C Estação Ecológica.
D Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
E Reserva Extrativista.
TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE
E Um parque nacional pode ser constituído por áreas particulares, caso em que a utilização da terra pelos proprietários deve ser
compatibilizada com os recursos naturais da unidade. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
Com base na Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o SNUC, assinale a opção correta, acerca do Parque Nacional do Iguaçu, unidade
de conservação localizada no extremo oeste do estado do Paraná.
d) Áreas particulares dentro do perímetro do parque em consideração podem ser exploradas economicamente, desde que se
observe o plano de manejo da unidade.(FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A Reserva Extrativista convive com a propriedade privada, dispensando qualquer desapropriação (FALSO).
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
As Unidades de Conservação podem ser divididas entre Proteção Integral e de Uso Sustentável, e, em todas as situações, haverá
a transferência do título de propriedade ao ente federativo que a instituiu (FALSO).
MPE/AM – Promotor de Justiça (2015):
As unidades de conservação da tipologia “reserva biológica” admitem posse e domínio público e privado (FALSO).
PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2012) – FCC
Segundo a Lei Federal no 9.985/2000, a criação de um Parque Natural pelo Município, em sua zona rural, ensejará
A a desapropriação dos imóveis compreendidos nos seus limites, vez que a propriedade privada é incompatível com esta
modalidade de unidade de conservação. (VERDADEIRO)
B a imposição de condições para o uso e exploração dos imóveis privados em seus limites e na zona de amortecimento,
compatíveis com a implantação da unidade de conservação.
C restrições apenas para os imóveis compreendidos nos seus limites, sem consequências para aqueles situados na zona de
amortecimento.
D a automática incorporação da área no perímetro urbano, com a sua consequente sujeição às regras de uso e ocupação do solo.
E a transferência de sua administração ao Estado- membro, visto que o Município apenas poderá administrar unidades de
conservação em áreas urbanas.

2. Não possui zona de amortecimento:


 Reserva Particular do Patrimônio Natural.
 Área de Proteção Ambiental.

Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem
possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.
§ 1o O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos
recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de conservação.
§ 2o Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as respectivas normas de que trata o § 1o poderão ser
definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente.

TRF/2R – Juiz de Direito (2017):


c) A zona de amortecimento de uma unidade de conservação deve ter seus limites definidos, seja no ato de criação da unidade
ou posteriormente. (VERDADEIRO)
TRF/4R – Juiz Federal (2016):
Todas as unidades de conservação instituídas legalmente possuem zona de amortecimento, que tem como objetivo minimizar os
impactos negativos da atividade humana sobre a unidade (FALSO).
DPE/PA – Defensor Público (2015):
Entre todas as modalidades de unidades de conservação, somente as áreas de proteção ambiental (APAs) não necessitam de
zona de amortecimento (FALSO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
As Áreas de Proteção Ambiental e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural devem possuir uma zona de amortecimento e,
quando conveniente, corredores ecológicos (FALSO).

3. Quadro resumo:
6.2.4. Outras características

1. Em regra, a visitação pública é proibida na Estação Ecológica e na Reserva Biológica.

Importante:
Geralmente existem condicionantes quando a visitação pública não é
vedada.

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019)


C Na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento, somente serão permitidas a pesquisa
científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. (VERDADEIRO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
O senhor João de Deus possui uma pequena propriedade localizada na Zona Rural do Município fictício de Águas Claras. A
totalidade da poligonal dessa propriedade passou a ser parte integrante de uma unidade de conservação, que tem como
objetivo “proteger ambientes naturais onde se assegurem condições para a existência ou reprodução de espécies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória” (BRASIL, 2000, p.5). Dentre outras informações repassadas pelo
órgão ambiental, consta que a visitação pública nessa unidade de conservação está sujeita a normas e restrições estabelecidas
no Plano de Manejo, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em
regulamento. Com base na situação acima apresentada, e de acordo com a Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), é correto afirmar que
A a unidade de conservação constituída sobre a propriedade de seu João de Deus é uma Área de Proteção Ambiental, sendo uma
unidade de conservação do grupo de Uso Sustentável. Por essa razão, não há óbices a que o senhor João de Deus permaneça na
área, podendo ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de sua propriedade privada.
B a unidade de conservação constituída sobre a propriedade de seu João de Deus é uma Área de Relevante Interesse Ecológico,
sendo uma unidade de conservação do grupo de Uso Sustentável. Nesse caso, o senhor João de Deus poderá permanecer na
área, mas podem ser estabelecidas regras, como forma de compatibilizar os objetivos da unidade de conservação, com a
utilização da terra e dos recursos naturais pelo proprietário.
C a Unidade de Conservação constituída é um Refúgio da Vida Silvestre, sendo uma Unidade de Conservação do grupo de
Proteção Integral. Nesse caso, o senhor João de Deus poderá permanecer na área, desde que seja possível compatibilizar os
objetivos da unidade de conservação com sua utilização da terra e dos recursos naturais. (VERDADEIRO)
D a Unidade de Conservação constituída é um parque, sendo uma Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral.
Nesse caso, a posse e o domínio são públicos, sendo que a área do senhor João de Deus, incluída em seus limites, será
desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei.
E a Unidade de Conservação constituída é uma Estação Ecológica, sendo esta uma Unidade de Conservação do Grupo de
Proteção Integral. Nesse caso, a posse e o domínio são públicos, sendo que a área do senhor João de Deus, incluída em seus
limites, será desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei.
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Na Reserva Extrativista, é admissível a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o
disposto no Plano de Manejo da área (VERDADEIRO).
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
A presença de habitantes é inadmissível na floresta nacional, área com cobertura florestal de espécies predominantemente
nativas e de posse e domínio públicos (FALSO).
TRF/2R – Juiz de Direito (2017):
e) Nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável só são admitidas visitas de parentes dos residentes que façam parte da
população tradicional abrigada pela reserva. (FALSO)

2. Permanência das populações tradicionais:


 Florestas Nacionais.
 Reserva Extrativista.
 Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

Importante:
As populações tradicionais residentes em unidades de conservação
nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou
compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas
pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes
(art. 42).

PGM/Campo Grande – Procurador do Município (2019) – CESPE


A As populações tradicionais residentes em unidades de conservação deverão ser, obrigatoriamente, realocadas pelo poder
público e, por conseguinte, indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes no local onde habitavam. (FALSO)
TJ/PR – Juiz de Direito (2019) – CESPE
São unidades de conservação que admitem a habitação ou a permanência de populações tradicionais
A as reservas extrativistas e as reservas de fauna.
B as estações ecológicas e as reservas biológicas.
C as reservas de desenvolvimento sustentável e as florestas nacionais. (VERDADEIRO)
D as reservas de fauna e os parques nacionais.
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo
e, complementarmente, na extração de minerais (FALSO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
A permanência de populações tradicionais que habitam uma floresta nacional, quando de sua criação, é admitida, nos termos do
regulamento e do plano de manejo da unidade (VERDADEIRO).
PGM/Cuiabá – Procurador do Município (2014) – FCC:
Um determinado Município possui um Parque Municipal ocupado parcialmente por populações tradicionais. Segundo o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), essas populações tradicionais
a) serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Município em
local e condições acordados entre as partes (VERDADEIRO).
b) permanecerão residindo no Parque, sem que sofram qualquer interferência.
c) serão realocadas sem direito a indenização.
d) serão indenizadas pelas benfeitorias e realocadas para zona de uso conflitante, segundo zoneamento estabelecido
pelo plano de manejo do Parque.
e) permanecerão residindo no Parque pelo prazo máxi- mo improrrogável de cinco anos.

3. A autorização de pesquisas cientificas dependerá da prévia autorização do gestor da UC, salvo em APA e Reserva
Particular do Patrimônio Natural.

PGE/AC – Procurador do Estado (2017):


A pesquisa científica é livre e independente de qualquer aprovação do órgão administrador da Reserva Extrativista (FALSO).
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
As pesquisas científicas, realizadas em estação ecológica, que gerem impacto superior à simples observação ou à coleta
controlada de componentes dos ecossistemas devem ocorrer em área correspondente a, no máximo, 3% da extensão total da
unidade e até o limite de 1.500 hectares (VERDADEIRO).
AL/GO – Procurador Legislativo (2015):
A Reserva Biológica, de posse e domínio públicos, tem por objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas
científicas (FALSO).

4. Conceito e objetivo de cada UC:

Importante:
Qual o conceito mais exigido? É o de Área de Proteção Ambiental.

Art. 15 A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa,


com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes
para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do
uso dos recursos naturais”.

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019)


A A área de proteção ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2018)
4. A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. (VERDADEIRO)
5. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. (VERDADEIRO)
TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
A A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. (FALSO)
B O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
cênica. (FALSO)
E A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o
uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica. (VERDADEIRO)
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
Uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e que tem como objetivos básicos
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais
é considerada, pela legislação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza,
a) unidade de uso sustentável da categoria área de relevante interesse ecológico.
b) unidade de uso sustentável da categoria reserva de desenvolvimento sustentável.
c) unidade de proteção integral da categoria área de relevante interesse ecológico.
d) unidade de proteção integral da categoria área de proteção ambiental.
e) unidade de uso sustentável da categoria área de proteção ambiental. (VERDADEIRO)
MPE/PR – Promotor de Justiça (2017)
a) A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas (VERDADEIRO).
b) O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e
beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (VERDADEIRO).
c) O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica
(VERDADEIRO).
d) A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de grande extensão, que tem como objetivo manter os
ecossistemas naturais de importância local e regular o uso admissível dessas áreas (FALSO).
e) A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no
extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem
como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos
recursos naturais da unidade (VERDADEIRO).
TJ/PI – Juiz de Direito (2015) – FCC:
O Refúgio de Vida Silvestre é
a) um pequeno espaço territorial, diverso de unidade de conservação, com valor ambiental, protegido nas
propriedades rurais.
b) uma unidade de conservação de proteção integral que tem por objetivo proteger ambientes naturais onde se
asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
residente ou migratória (VERDADEIRO).
c) um espaço territorial, diverso de unidade de conservação, com valor ambiental, protegido, que pode ocupar até
50% de uma propriedade rural.
d) uma unidade de conservação de uso sustentável que tem por objetivo proteger ambientes naturais onde se
asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
residente ou migratória.
e) uma área no zoneamento ecológico econômico que tem por objetivo proteger ambientes naturais onde se
asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna
residente ou migratória.
TJ/AL – Juiz de Direito (2015) – FCC:
A Área de Proteção Ambiental − APA é
a) um espaço territorial delimitado no interior das propriedades rurais destinado à proteção das nascentes.
b) uma Unidade de Conservação de Proteção Integral formada por uma pequena área dotada de notável valor
paisagístico.
c) uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável formada por uma pequena área dotada de notável valor
paisagístico.
d) uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável formada por uma área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos ambientais relevantes (VERDADEIRO).
e) uma Unidade de Conservação de Proteção Integral formada por uma área em geral extensa, com um certo grau
de ocupação humana, dotada de atributos ambientais relevantes.
MPE/PA – Promotor de Justiça (2014) – FCC
Sobre áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei nº 12.651/2012 (Novo Código Florestal) está correto o que se
afirma APENAS em
II. É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais
extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local. (FALSO)

5. Outras características:

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


C Na Estação Ecológica não podem ser permitidas alterações dos ecossistemas. (FALSO)
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
Nos parques nacionais, que são unidades de proteção integral, é permitida a realização de atividades educacionais e de
recreação bem como o turismo ecológico. (VERDADEIRO)
DPE/PA – Defensor Público (2015):
Nos parques estaduais e nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) podem ser criados animais domésticos e
cultivadas plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade (FALSO).

Importante:
Percebe-se que é necessário decorar alguns conceitos, características
e objetivos específicos das UC. Então, recomenda-se a leitura dessa
parte da Lei nº 9.985/00.

6.3. Reserva da Biosfera

 É uma categoria sui generis de unidade de conservação, não incluída pela lei do SNUC nem como unidade de proteção
integral, nem como unidade de uso sustentável.

Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos
recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa,
o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das
populações.
§ 1o A Reserva da Biosfera é constituída por:
I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza;
II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e
III - uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são
planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis.
§ 2o A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado.
§ 3o A Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas
legais que disciplinam o manejo de cada categoria específica.
§ 4o A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições públicas, de
organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato de constituição da
unidade.
§ 5o A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB", estabelecido pela
Unesco, organização da qual o Brasil é membro.

TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:


Com base na Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o SNUC, assinale a opção correta, acerca do Parque Nacional do Iguaçu, unidade
de conservação localizada no extremo oeste do estado do Paraná.
b) Por ser unidade de conservação já constituída como parque nacional por ato do poder público, o parque em apreço não pode
integrar reserva da biosfera. (FALSO)
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Segundo o SNUC, a reserva da biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado (VERDADEIRO).
TJDFT – Juiz de Direito (2015) – CESPE:
A reserva de biosfera não está prevista expressamente na lei que instituiu o SNUC, embora seja um modelo adotado
internacionalmente (FALSO).

7. A CRIAÇÃO, A ALTERAÇÃO E A SUPRESSÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

7.1. Noções gerais

Criação ou ampliação de UC Desafetação ou redução de UC


Ato do Poder Público - art. 22
Lei específica – art. 22, § 7º
(ex.: decreto e lei)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
E compete privativamente à União definir os espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei.(FALSO)
TJ/MT – Juiz de Direito (2018) – VUNESP
O artigo 225 da Constituição Federal impõe ao Poder Público diversas incumbências destinadas a assegurar a efetividade do
direito de todos a um meio ambiente sadio. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
A definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo
a alteração e a supressão permitidas segundo regras do Conama, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção. (FALSO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
A redução dos limites de uma Reserva Extrativista pode ser feita por qualquer ato normativo oriundo do mesmo ente político
que a criou (FALSO).
MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):
A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica (VERDADEIRO).
TJ/PR – Juiz de Direito (2017) – CESPE:
Com base na Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o SNUC, assinale a opção correta, acerca do Parque Nacional do Iguaçu, unidade
de conservação localizada no extremo oeste do estado do Paraná.
a) Eventual redução dos limites originais do referido parque só poderá ser feita mediante lei específica. (VERDADEIRO)
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Caso pretenda delimitar um espaço protegido em seu território, o estado do Amazonas poderá fazê-lo mediante decreto, mas
somente por lei poderá reduzi-lo ou suprimi-lo (VERDADEIRO).
TJ/GO – Juiz de Direito (2015) – FCC:
O Estado X criou por Decreto um Parque Estadual, unidade de conservação da natureza de proteção integral segundo a Lei
Federal no 9.985/2000. Passados 5 anos, editou-se um novo Decreto para desafetar parte da área deste Parque Estadual,
reduzindo-se, assim, sua extensão territorial. O novo Decreto é
a) válido, pois não há impedimento legal para que o Ente Federativo que criou uma unidade de conservação possa
alterar seus limites por meio de Decreto.
b) válido, uma vez que a desafetação foi realizada pelo mesmo tipo de ato normativo que criou o Parque Estadual.
c) nulo, porque há expressa proibição legal para desafetar ou reduzir limites de qualquer unidade de conservação.
d) nulo, salvo se o Decreto contiver exposição de motivos.
e) nulo, uma vez que a desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita
mediante lei específica (VERDADEIRO).
TJ/AP – Juiz de Direito (2015) – FCC:
Na Fazenda Santa Rita está regularmente constituída uma Reserva Particular do Patrimônio Natural. O imóvel foi adquirido por
um grupo empresarial que pretende desconstituir a citada reserva para explorar comercialmente sua área. Isto
a) é permitido, desde que haja compensação ambiental no mesmo bioma.
b) é permitido, desde que haja compensação ambiental.
c) não é permitido, diante da impossibilidade de compensação ambiental.
d) somente será permitido até 2 anos da data de constituição da Reserva Particular do Patrimônio Natural e desde
que haja compensação ambiental.
e) não é permitido, diante do caráter de perpetuidade da Reserva Particular do Patrimônio Natural (VERDADEIRO).

7.2. Questionamentos importantes

7.2.1. Quais os pressupostos para criação de uma UC?

 Estudos técnicos.
 Consulta pública (salvo na criação de Estação Ecológica e Reserva Biológica).

Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.
§ 1o (VETADO)
§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam
identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à
população local e a outras partes interessadas.
§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo.

Importante:
Vale salientar que a consulta pública prevista no decreto tem caráter
consultivo, não determinante (não vinculante) para criação de
unidade de conservação.

TJ/PR – Juiz de Direito (2019) – CESPE


Conforme a Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), os requisitos
necessários à criação de uma unidade de conservação, exceto no caso de estação ecológica ou reserva biológica, são
A a publicação de lei autorizadora, a realização de estudos técnicos para identificação da localização, da dimensão e dos limites
adequados da unidade, e a elaboração de licenciamento ambiental.
B a edição de ato autorizador do Poder Executivo e a realização de estudos técnicos e de consulta pública para a identificação da
localização, da dimensão e dos limites adequados da unidade. (VERDADEIRO)
C a edição de ato autorizador do Poder Executivo, a elaboração de licenciamento ambiental, a realização de consulta pública e a
verificação da existência de população tradicional residente no local.
D a publicação de lei autorizadora, a elaboração de licenciamento ambiental, a identificação da dimensão e dos limites da
unidade e a verificação da existência de população tradicional residente no local.
TRF/2R – Juiz de Direito (2017):
b) O resultado das consultas públicas prévias à criação de unidades de conservação só vincula o Poder Executivo quando houver
participação da maioria da população diretamente interessada e desde que a consulta seja feita com acompanhamento do
Tribunal Regional Eleitoral.(FALSO)
MPE/RR – Promotor de Justiça (2017) – CESPE:
Em 2008, o governo de determinado estado da Federação criou, por lei, uma estação ecológica e, por decreto, uma reserva
biológica. Em ambos os casos, os estudos técnicos foram previamente realizados, mas não houve consulta pública. Anos depois,
por lei específica, o governo reduziu os limites das unidades criadas. Considerando essa situação, assinale a opção correta.
a) Tanto a criação quanto a redução dos limites da reserva biológica poderiam ter sido feitas por decreto.
b) Para a criação de ambas as unidades, os estudos técnicos eram, de fato, necessários (VERDADEIRO).
c) Tanto a criação quanto a redução dos limites da estação ecológica poderiam ter sido feitas por decreto.
d) Para a criação de ambas as unidades, a consulta pública era indispensável.
MPE/SP – Promotor de Justiça (2017):
b) A criação, pelo Poder Público, de Parque Nacional deve ser precedida de estudos técnicos, sendo indispensável a consulta
pública. (VERDADEIRO)
PGE/MA – Procurador do Estado (2016) – FCC:
No processo de criação de uma Estação Ecológica
a) a consulta pública supre a eventual ausência de estudo técnico quando houver notório conhecimento acerca da
relevância ambiental do território.
b) devem haver estudos técnicos e consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites
mais adequados para a unidade.
c) o ato final será uma lei, pois Estação Ecológica somente pode ser criada por lei.
d) não é obrigatória a consulta pública (VERDADEIRO).
e) o ato final será um decreto, pois Estação Ecológica somente pode ser criada por decreto.
PGM/São Luís – Procurador do Município (2016) – FCC:
NÃO é obrigatória a realização de consulta pública para criação de Unidade de Conservação/categoria:
a) Estação Ecológica (VERDADEIRO).
b) Reserva Particular do Patrimônio Natural.
c) Área de Preservação Permanente
d) Parque Nacional.
e) Reserva Extrativista.

OBS.:
1) Não há impedimento algum para a criação de mais de uma UC através de um único procedimento administrativo,
desde respeitados todos os requisitos legais para a sua instituição.

2) O processo de criação e ampliação das UCs deve ser precedido da regulamentação da lei, de estudos técnicos e de
consulta pública. O parecer emitido pelo Conselho Consultivo do Parque não pode substituir a consulta (MS 24.184).

3) O §2º do art. 22 da Lei nº 9.985/2000 não exige que os estudos técnicos estejam concluídos por ocasião das consultas
públicas, mas, tão somente, por ocasião da criação da própria UC (MS 26.189 AgR).

7.2.2. Como pode ser feita a ampliação dos limites de uma UC?

 Como visto, pode ser feita por lei ou por decreto. Contudo, a ampliação dos limites de uma UC por decreto só é
admitida quando há estrita manutenção de sua delimitação originária. Isso porque pode ocorrer situação em que haja
ampliação da área total de uma UC via supressão de parcela de sua originária e “compensação” da parte suprimida com
a nova área acrescida.

Art. 22 (...)
§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo
proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os
procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.

7.2.3. É constitucional a redução de unidade de conservação por meio de MP?

 É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso das
unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88. Assim, a redução ou
supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal. A medida provisória possui
força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito. A proteção ao meio ambiente é um limite
material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das limitações
previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info
896).

7.2.4. É possível a transformação de uma UC em outra?

 Sim. A transformação de uma UC de uso sustentável em proteção integral poderá ser feita pelo mesmo instrumento de
criação (lei ou decreto) mas a recíproca só poderá se dar por lei, uma vez realizada a consulta pública.

Transformação Proteção Ato Normativo


De UC de proteção integral Há uma diminuição de
Somente por meio de lei
para UC de uso sustentável proteção ambiental
De UC de uso sustentável para Há um aumento da proteção
Por lei ou decreto
UC de proteção integral ambiental

8. PLANO DE MANEJO

8.1. Conceito
 É o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se
estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive
a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade (art. 2º, XVII) – “lei interna da UC”.

8.2. Prazo para aprovação

 Até 5 anos após a criação da UC.

8.3. Abrangência

 Área da UC.
 Zona de amortecimento.
 Corredores ecológicos.

8.4. Proibições

 O art. 28 elenca as proibições decorrentes do plano de manejo.

Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo
com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos.
Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano de Manejo, todas as atividades e obras desenvolvidas nas unidades de
conservação de proteção integral devem se limitar àquelas destinadas a garantir a integridade dos recursos que a unidade objetiva
proteger, assegurando-se às populações tradicionais porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a
satisfação de suas necessidades materiais, sociais e culturais.

9. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

9.1. Noções gerais

 De acordo com o art. 36:


1. O empreendedor de atividades significativo impacto ambiental
2. Deverá destinar recursos financeiros para a implantação e manutenção
3. De UC do grupo de “Proteção integral” (caput) ou de “Uso Sustentável” (§ 3º e 4º).
4. Trata-se de uma aplicação do princípio do usuário-pagador, de acordo com a posição que prevaleceu no STF.

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo
órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de
acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos
custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de
acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº 3.378-6, de 2008)
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas
apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de
conservação.
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que
se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a
unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação
definida neste artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em unidades de
conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal. (Incluído
pela Lei nº 13.668, de 2018)

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


I - O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da
legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservação da
natureza. (VERDADEIRO)
II - A decisão do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3.378-6-DF, estabelece que o art. 36 da Lei nº 9.985/2000
densifica o princípio usuário-pagador, implicando em um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos
custos ambientais derivados da atividade econômica, afastando a natureza tributária e ressarcitória/reparadora da compensação
ambiental da Lei do SNUC. (VERDADEIRO)
TJ/SC – Juiz de Direito (2017) – FCC:
O proprietário de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural − RPPN
a) não pode receber recursos advindos da compensação ambiental.
b) pode receber recursos advindos da compensação ambiental desde que em conjunto com o Município.
c) pode receber recursos advindos da compensação ambiental desde que o proprietário seja fiscalizado pelo Município.
d) pode receber recursos advindos da compensação ambiental, visto que a Reserva Particular do Patrimônio Natural − RPPN é
uma unidade de conservação da natureza de proteção integral.
e) pode receber recursos advindos da compensação ambiental desde que sua unidade de conservação tenha sido afetada por
um empreendimento de significativo impacto ambiental. (VERDADEIRO)
TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:
A Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n.º 9.985/2000), em seu art. 36, estabelece a
seguinte modalidade de compensação ambiental: nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo
impacto ambiental, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e a manutenção de unidade de conservação do grupo de
proteção integral. Considerando essa informação, assinale a opção que apresenta o princípio que embasa tal previsão legal,
conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
a) função social da propriedade
b) usuário-pagador (VERDADEIRO)
c) preponderância do interesse público
d) solidariedade intergeracional
e) precaução
PGM/Porto Alegre – Procurador do Município (2016):
Nos casos de obras e atividades capazes de causar significativa degradação ambiental, sujeitas à elaboração de EIA/RIMA, o
órgão licenciador deverá exigir compensação ambiental do empreendedor, a ser revertida para o Fundo de Recuperação de Bens
Lesados (FALSO).
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
O art. 36 da Lei n.º 9.985/2000 dispõe que “Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto
ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório — EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação
do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.” Segundo o STF, esse artigo
materializa o princípio do usuário-pagador, instituindo um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos
custos ambientais derivados da atividade econômica (VERDADEIRO).

OBS.:
1) Para o Ministro Celso de Mello (ADI 3378DF), acompanhado por outros renomados juristas, trata-se da aplicação do
princípio do poluidor-pagador.

PGE/PI – Procurador do Estado (2014):


O artigo 36, caput e parágrafos, da Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza, foi objeto de ação direta de inconstitucionalidade junto ao STF, julgada parcialmente procedente em acórdão ainda
não transitado em julgado. O caput do referido dispositivo legal assim dispõe: “Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de
empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento
em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório — EIA/RIMA —, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e
manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no
regulamento desta Lei.” A partir desse dispositivo, assinale a opção correta relativa a dano ambiental.
a) A aplicação do princípio do poluidor-pagador prescinde da verificação da ilicitude da conduta (VERDADEIRO).
b) A referida norma legal privilegia o princípio do poluidor- pagador, segundo o qual a indenização prévia pelos
danos ambientais causados afasta a responsabilidade do poluidor.
c) A norma em tela possui caráter indenizatório, uma vez que seu objetivo é obrigar o empreendedor a reparar os
danos ambientais causados.
d) A norma em questão objetiva proteger o meio ambiente contra danos efetivamente causados, uma vez que o
simples impacto ambiental do empreendimento não pode ser avaliado.
e) O princípio do poluidor-pagador não pode ser aplicado nos casos em que o dano ambiental já tenha ocorrido, uma
vez que seu alcance restringe-se à órbita preventiva.

9.2. A ADI 3378-DF

 O STF declarou a inconstitucionalidade, com redução do texto, das expressões “não pode ser inferior a meio por cento
dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento” e “o percentual”, constantes no § 1º do art. 36.
 Dessa forma, o órgão ambiental competente é que deve fixar o montante compatível e proporcional ao grão de
impacto ambiental do empreendimento analisado.
 Destaca-se que o STF entendeu constitucional o instrumento da compensação ambiental, mas considerou
inconstitucionais as expressões que fixavam o percentual mínimo.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


D O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a prefixação de um piso para a compensação ambiental devida pela
implantação de empreendimento de significativo impacto ambiental, devendo os valores serem fixados proporcionalmente ao
impacto ambiental, a partir do mínimo previsto na Lei n° 9.985/2000 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação).
(FALSO)
MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)
III - Competirá ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser
dimensionado no EIA/RIMA, não podendo o valor compensatório ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a
implantação do empreendimento, nos termos do § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. (FALSO)
IV - O valor da compensação-compartilhamento há de ser fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que
se assegurem o contraditório e a ampla defesa, sendo prescindível a utilização pelo órgão ambiental, de metodologia pautada
no custo total para a implantação do empreendimento, como referência para o cálculo do valor a ser despendido pelo
empreendedor. (VERDADEIRO)
V - A decisão do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3.378-6-DF, estabelece que o valor da compensação-
compartilhamento necessariamente deve considerar para o cálculo do valor da Compensação Ambiental (CA), a metodologia de
fixação de percentual (GI – Grau de Impacto) sobre os custos do empreendimento (VR – Valor de Referência), como garantias
mínimas de segurança jurídica e previsibilidade de custos aos empreendedores. (FALSO)

9.3. Questionamentos importantes

9.3.1. A compensação financeira pressupõe a existência de dano ambiental?

 Não. Os recursos naturais são bens da coletividade e o seu uso garante uma compensação financeira pela utilização de
recursos naturais (bens de uso comum), independentemente da existência de dano ao meio ambiente. Aqui, o
indivíduo está pagando pela utilização de recursos naturais escassos, e não necessariamente pelo dano causado ao
meio ambiente.
PGE/BA – Procurador do Estado (2014):
De acordo com o princípio do usuário-pagador, deve-se proceder à quantificação econômica dos recursos ambientais, de modo a
garantir reparação por todo o dano ambiental causado (FALSO).
TJ/AC - Juiz (2012):
O princípio do usuário-pagador, desenvolvido por John Rawls na obra Uma Teoria da Justiça, fundamenta-se na ideia da
maximização do mínimo, segundo a qual cabe àqueles que alcançam um maior nível de consumo a responsabilidade sobre os
custos socioambientais da produção capitalista (FALSO).

9.3.3. É possível a cumulação da compensação ambiental com indenização por danos ambientais?

 Sim. O valor devido pelo empreendedor a título de compensação ambiental não o exime do pagamento de indenização
por danos ambientais que eventualmente se verifiquem no decorrer das atividades do empreendimento.
 A cumulação é viável em decorrência da natureza jurídica diversa dos referidos institutos. A compensação tem como
intuito compensar o meio ambiente pela utilização dos recursos naturais e a indenização tem conteúdo reparatório.

10. OUTROS PONTOS IMPORTANTES

1. Contrato de concessão de direito real de uso:

Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e Reservas de
Desenvolvimento Sustentável serão regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
§ 1o As populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da preservação, recuperação, defesa e manutenção da
unidade de conservação.
§ 2o O uso dos recursos naturais pelas populações de que trata este artigo obedecerá às seguintes normas:
I - proibição do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de práticas que danifiquem os seus habitats;
II - proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natural dos ecossistemas;
III - demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da unidade de conservação e no contrato de concessão de
direito real de uso.

PGE/RN – Procurador do Estado (2014) – FCC:


A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento
Sustentável serão regulados por contrato, sendo que o uso dos recursos naturais por tais populações obedecerá às seguintes
normas:
a) proibição de colheita de sementes de vegetação exótica.
b) autorização para o uso de espécies localmente ameaçadas de extinção para manter rituais religiosos.
c) autorização de práticas que danifiquem o habitat da flora local ameaçada de extinção para manutenção da
tradicionalidade.
d) autorização de práticas que danifiquem os habitats da fauna local ameaçada de extinção para manutenção da
tradicionalidade.
e) proibição de práticas ou atividades que impeçam a regeneração natural dos ecossistemas (VERDADEIRO).

2. Corredor ecológico:

Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:


XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam
entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas,
bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das
unidades individuais.

3. Mosaico:

Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou
sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de
forma integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença
da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional.
Parágrafo único. O regulamento desta Lei disporá sobre a forma de gestão integrada do conjunto das unidades.

4. Espécies não autóctones:

Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas de Proteção Ambiental, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas e as
Reservas de Desenvolvimento Sustentável, bem como os animais e plantas necessários à administração e às atividades das demais
categorias de unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
§ 2o Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser criados animais
domésticos e cultivadas plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o que dispuser o seu
Plano de Manejo.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


B é proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones, exceto no tocante às Áreas de Proteção
Ambiental, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável, sendo admitidos, ainda, a
inserção de animais e plantas necessários à administração e às atividades das demais categorias de unidades de conservação, de
acordo com o que se dispuser em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. (VERDADEIRO)
TJDFT – Juiz de Direito (2016) – CESPE:
Pode haver área particular localizada em unidade de conservação designada como Monumento Natural; nessas áreas, no
entanto, não pode haver criação de animais domésticos nem plantio de qualquer espécie, sendo vedada essa autorização, se
houver, no plano de manejo (FALSO).

5. Limitações administrativas provisórias:

Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras
públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos
efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de
Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes.
§ 1o Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a limitações administrativas, não
serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa.
§ 2o A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo
o qual fica extinta a limitação administrativa.

Câmara de Goiânia – Procurador Legislativo (2018)


D o Poder Público poderá, ressalvadas as vedações legais, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de
atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos
com vistas à criação de unidade de conservação. (VERDADEIRO)

6. Art. 24 do Decreto nº 4.320/02:

Art. 27. O uso de imagens de unidade de conservação com finalidade comercial será cobrado conforme estabelecido em ato
administrativo pelo órgão executor.

MPE/PR – Promotor de Justiça (2016):


O uso de imagens de unidade de conservação com finalidade comercial será cobrado conforme estabelecido em ato
administrativo pelo órgão executor (VERDADEIRO).

7. As UC podem ser geridas por OSCIP (art. 30).

MPE/GO – Promotor de Justiça (2019)


B As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins
aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão (VERDADEIRO)
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema


Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o
inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº
8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de
dezembro de 1989.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
comunidades.

TRF/2R – Juiz Federal (2017):


b) Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos deve ser destinado ao consumo humano e à dessedenlação
de animais e, em seguida, às prioridades de uso estabelecidas no Plano de Recursos Hídricos aplicável a cada corpo hídrico.
(VERDADEIRO)
d) A outorga deverá observar o uso específico para o qual o corpo hídrico tiver sido destinado, vedado o seu uso múltiplo.
(FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
A água é um recurso natural limitado, não dotado de valor econômico (FALSO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos, a bacia hidrográfica é a unidade de planejamento de gestão
(VERDADEIRO).
PGM/Fortaleza – Procurador do Município (2017) – CESPE:
De acordo com a Lei n.º 9.433/1997, a unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos é a
bacia hidrográfica, cuja gestão é centralizada e de responsabilidade dos entes da Federação por ela abrangidos (FALSO).
PGE/AM – Procurador do Estado (2016) – CESPE:
Conforme os fundamentos da PNRH, a gestão de tais recursos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas
(VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
Consoante os fundamentos em que se baseia a Política Nacional de Recursos Hídricos a água é um bem de domínio público,
constituindo-se em recurso natural limitado e dotado de valor econômico (VERDADEIRO).
MPE/RR (2012):
No que diz respeito à proteção dos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) A proteção das pessoas e do meio ambiente contra os eventos hidrológicos críticos é um dos fundamentos da
PNRH, sendo competência comum da União, dos estados e municípios planejar e promover a defesa permanente
contra secas e inundações (FALSO).
TRF/3R (2011):
Com relação aos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos, em situações de escassez, o uso dos recursos hídricos
deve restringir-se ao consumo humano, vedada sua utilização para qualquer outra finalidade (FALSO).
b) A gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada, cabendo ao Ministério do Meio Ambiente promover a
articulação do planejamento de recursos hídricos no âmbito nacional, regional e estadual, bem como com seus
usuários diretos (FALSO).
PGE/AC (2012):
a) Para os fins da Política Nacional de Recursos Hídricos, em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o
consumo humano e a dessedentação de animais (VERDADEIRO).
b) Bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (VERDADEIRO).
c) A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
comunidades (VERDADEIRO).
MPE/SC (2012):
Segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos, a água é um bem de domínio público, um recurso natural limitado, dotado de
valor econômico (VERDADEIRO).
TJ/ES (2011):
a) Sendo a água bem de domínio público e recurso natural limitado, dotado de valor econômico, o uso prioritário dos
recursos hídricos, em situações de escassez, consiste no consumo humano e na dessedentação de animais (VERDADEIRO).
b) A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, sendo o município a unidade
territorial escolhida para a implementação da PNRH e atuação do SNGRH (FALSO).
c) A gestão dos recursos hídricos deve ser centralizada, para melhor gerenciamento, cabendo à União viabilizar a
participação dos usuários e das comunidades no processo de tomada de decisões quanto aos usos múltiplos da água
(FALSO).
TJ/CE (2012):
Sendo o consumo humano, em qualquer situação, o uso prioritário dos recursos hídricos, deve a gestão desses recursos evitar,
sempre que possível, o uso múltiplo das águas e seu consequente desperdício (FALSO).
TRF/5R (2009):
a) Como um dos elementos do meio ambiente, a água é um bem dominical que integra o patrimônio privado do poder
público (FALSO).
b) Na medida em que a água é um recurso natural limitado, a gestão dos recursos hídricos deve-se dar de forma centralizada
pelo poder público, privilegiando seu uso racional e limitado. Assim, em situações de escassez, o uso prioritário refere-se
ao aproveitamento de potenciais hidrelétricos (FALSO).
MPE/RN (2009):
A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se, entre outros fundamentos, no de que a bacia hidrográfica é a unidade
territorial para implementação dessa política e para atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(VERDADEIRO).
PGE/SP (2009):
De acordo com a Lei Federal no 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, é correto afirmar que
a) os Municípios são a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos (FALSO).
b) a gestão dos recursos hídricos deve ser implementada de forma centralizada (FALSO).

AgREsp 2008.01.01.251-7:
A água fornecida à população, após ser tratada pelas empresas concessionárias,
permissionárias ou autorizadas, não caracteriza mercadoria, razão pela qual é
insuscetível de cobrança de ICMS (STJ, 2009).

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:


I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos
respectivos usos; (PRINCÍPIO DA EQUIDADE INTERGERACIONAL)
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento
sustentável; (PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais. (PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO/PRECAUÇÃO)
IV - incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. (Incluído pela Lei nº 13.501, de 2017)
CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO

Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das
diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e
nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.

Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS

Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:


I - os Planos de Recursos Hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

TJ/AL – Juiz de Direito (2019) – FCC


A política nacional de recursos hídricos instituída pela Lei n° 9.433/1997, estabelece, como um de seus instrumentos,
A a possibilidade de cobrança pelo uso de recursos hídricos sujeitos a outorga, o que não se confunde com taxa ou tarifa
cobrada pelo fornecimento domiciliar de água tratada e coleta de esgoto. (VERDADEIRO)
B a outorga onerosa dos direitos de uso dos recursos hídricos, conferida exclusivamente para geração de energia por pequenas
centrais hidrelétricas, com potencial de geração de até 30 MW.
C os planos de recursos hídricos, elaborados de forma centralizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e de aplicação
compulsória pelos Estados e Municípios que integrem a correspondente Bacia Hidrográfica.
D o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, órgão do Ministério de Minas e Energia responsável pelo
licenciamento ambiental de hidrelétricas e outros empreendimentos que impactem de forma relevante as reservas hídricas
disponíveis.
E a classificação indicativa de cursos de água, com o enquadramento dos rios e afluentes de todo o território nacional nas
categorias “A”, “B” ou “C”, conforme a prioridade, respectivamente, para consumo humano, dessedentação de animais ou
geração de energia elétrica.
TRF/2R – Juiz Federal (2018)
De acordo a Lei n. 9.433/97, são instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
A a compensação a Estados membros da Federação.
B a outorga dos direitos de disposição de recursos hídricos.
C a cessão gratuita pelo uso de recursos hídricos.
D a gestão centralizada dos recursos hídricos.
E os Planos de Recursos Hídricos. (VERDADEIRO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, entre outros: os Planos de Recursos Hídricos, a outorga dos direitos
de uso de recursos hídricos e a cobrança pelo uso de recursos hídricos (VERDADEIRO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
O seguro ambiental e a cobrança pelo uso da água são instrumentos econômicos integrantes da Política Nacional de Recursos
Hídricos (FALSO).
TJ/RS – Juiz de Direito (2016):
No que tange à proteção das águas, somente a partir da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), mediante alterações
introduzidas na Lei nº 9.433/97, foi determinada a instituição do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, fundado nos
seguintes princípios: descentralização da obtenção e produção de dados e informações, coordenação unificada do sistema e
garantia de acesso aos dados e informações (FALSO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
A cobrança pelo uso dos recursos hídricos, não obstante integre as diretrizes gerais de ação da Política Nacional dos Recursos
Hídricos, não está incluída no rol dos seus instrumentos (FALSO).
MPE/PI (2012):
Discorrendo sobre a regulamentação do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o
direito à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a devida contraprestação”.
Acerca desse tema, assinale a opção correta.
a) Entre os instrumentos previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos incluem-se os planos diretores, de
âmbito nacional, empregados para fundamentar e orientar o gerenciamento da referida política (FALSO).
TRF/3R (2011):
Com relação aos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) O poder público é apenas o gestor dos recursos hídricos, não lhe sendo facultado cobrar por sua utilização, visto
que a água, elemento que compõe o meio ambiente, não é considerada bem econômico (FALSO).
TJ/CE (2012):
A outorga de direito de uso de recursos hídricos é ato administrativo mediante o qual a autoridade outorgante faculta o direito
de uso desses recursos, o que não implica, porém, alienação total ou parcial das águas, que são inalienáveis, nos termos da lei
(VERDADEIRO).
MPE/SC (2012):
São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos (VERDADEIRO).

Importante:
Súmula 407 STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de
acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.

SEÇÃO I
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.

Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de
implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo:
I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de
ocupação do solo;
III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de
conflitos potenciais;
IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;
V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas
previstas;
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.

MPE/SC (2012):
Segundo a Lei n. 9.433/ 97, os Planos de Recursos Hídricos são planos de médio prazo, com planejamento compatível com o
período de implantação de seus programas e projetos (FALSO).
MPE/RN (2009):
Os planos de recursos hídricos são planos de curto prazo (FALSO).

Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


B Os planos de Recursos Hídricos são elaborados por bacia hidrográfica, por Município e por Estado. (FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados, apenas, por bacia hidrográfica de cunho regional (FALSO).
DPE/TO (2013):
Considerando os instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos na Lei n.º 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assinale a opção correta.
a) Constituindo-se em um dos instrumentos da política nacional de recursos hídricos, os planos de recursos hídricos
devem ser elaborados por bacia hidrográfica, por estado e para o país (VERDADEIRO).

SEÇÃO II
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA

Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.

PGE/AC – Procurador do Estado (2014):


O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os seus usos preponderantes, visa a assegurar-lhes qualidade
compatível com os usos a que normalmente são destinados, a diminuir os custos de combate à sua poluição e a criar áreas
sujeitas a restrições de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos (FALSO).

Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.

SEÇÃO III
DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS

A outorga de recursos hídricos compete à União, nos termos do art. 21, XIX, CRFB.
Tem natureza de ato administrativo discricionário (IN nº 4/2000, do MMA).

MPE/PI (2012):
Discorrendo sobre a regulamentação do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o
direito à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a devida contraprestação”.
Acerca desse tema, assinale a opção correta.
a) A outorga de direito de uso da água constitui ato precário, tendo o seu pagamento natureza tributária (FALSO).

Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e
qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

Objetivos do regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos:


1. Assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água.
2. Assegurar o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

PGE/PR (2011):
O órgão gestor deve conceder outorga de direito de uso de recursos hídricos para qualquer finalidade, na medida em que deve
sempre proporcionar todos os usos possíveis em determinado corpo d’água (FALSO).

Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento público,
ou insumo de processo produtivo;
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,
transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.

PGE/MT – Procurador do Estado (2016) – FCC:


Independem de outorga pelo Poder Público o lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,
mesmo se tratados, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final (FALSO).
DPE/TO (2013):
Considerando os instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos na Lei n.º 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assinale a opção correta.
a) A extração de água de aquífero subterrâneo para insumo de processo produtivo está condicionada à outorga pelo
poder público; a captação de parcela da água existente em um corpo de água para abastecimento público
independe de outorga (FALSO).
MPE/PI (2012):
Discorrendo sobre a regulamentação do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o
direito à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a devida contraprestação”.
Acerca desse tema, assinale a opção correta.
b) De acordo com a legislação atual, a extração, para consumo final ou para insumo de processo produtivo, de água
de aquífero subterrâneo não se inclui entre os recursos hídricos sujeitos a outorga (FALSO).
TRF/2R (2013):
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção correta.
a) A apropriação de águas subterrâneas por meio de poços é permitida aos proprietários de terrenos rurais, desde
que para consumo final (FALSO).
b) As águas públicas podem ser de uso comum ou dominicais, sendo que apenas as últimas podem ser objeto de
outorga (FALSO).
TJ/CE (2012):
A outorga de direito de uso de recursos hídricos não abrange águas subterrâneas, mas apenas águas superficiais (FALSO).
PGE/PR (2011):
Apesar de o princípio do uso múltiplo ser um dos fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, somente os usos mais
restritivos devem ser outorgados, não sendo passível de outorga, por exemplo, o lançamento de esgoto (FALSO).

§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:


I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


A Lei federal n° 9.433/1997, que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos, quando trata da exploração econômica e
outorga dos recursos hídricos, prevê
D que independe de outorga pelo Poder Público o uso de recursos hídricos destinado à satisfação das necessidades de pequenos
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural, nos termos do regulamento. (VERDADEIRO)
PGE/AC – Procurador do Estado (2017):
Independe de outorga, de acordo com o regulamento, o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de
pequenos núcleos habitacionais assentados no meio rural (VERDADEIRO).
PGE/MT – Procurador do Estado (2016) – FCC:
Depende de outorga do Poder Público o uso de córregos, rios e aquíferos subterrâneos para suprimento de necessidade de
pequenos núcleos populacionais em meio rural e acumulações de água consideradas insignificantes (FALSO).
PGE/AC – Procurador do Estado (2014):
Dentre as atividades abaixo elencadas que envolvem o uso de recursos hídricos, diante do que dispõe a Lei Federal n.º
9.433/1997, qual delas não está sujeita à outorga pelo Poder Público?
a) Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
b) Uso de recurso hídrico para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos em
meio rural (VERDADEIRO).
c) Captação de parcela de água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento
público.
d) Extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo.
MPE/RR (2012):
No que diz respeito à proteção dos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) Independe de outorga pelo poder público, conforme disposto na lei que regula a PNRH, o uso de recursos
hídricos para abastecimento de pequenos núcleos rurais e para aproveitamentos considerados insignificantes
(VERDADEIRO).
TRF/3R (2011):
Com relação aos recursos hídricos, assinale a opção correta.
b) A água é bem de domínio público, portanto, todo e qualquer uso dos recursos hídricos está sujeito a outorga pelo
poder público (FALSO).
MPE/SC (2012):
Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos usos de recursos hídricos, para a satisfação das necessidades de
pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural (FALSO).
PGE/PR (2011):
O princípio do uso múltiplo dos recursos hídricos significa que todos os usos requeridos para determinado curso d’água deverão
ser outorgados, desde que por prazo não superior a 35 anos, estando as outorgas sujeitas a suspensão parcial ou definitiva
(FALSO).
AL/SP (2010):
Em relação à Política Nacional de Recursos Hídricos, é correto afirmar que independe de outorga do Poder Público, conforme
definido em regulamento,
a) a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo.
b) a derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo.
c) o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no
meio rural (VERDADEIRO).
d) o lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de
sua diluição, transporte ou disposição final.
e) o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
MPE/RN (2009):
Depende de outorga do poder público o uso de recursos hídricos para a satisfação de necessidades de pequenos núcleos
populacionais distribuídos no meio rural (FALSO).

§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de
Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial
específica.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


A Lei federal n° 9.433/1997, que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos, quando trata da exploração econômica e
outorga dos recursos hídricos, prevê
E a exploração dos recursos hídricos e a consequente outorga para fins de geração de energia elétrica prescindem de
observância ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, bastando seguir as diretrizes da legislação setorial específica. (FALSO)
TRF/2R (2013):
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção correta.
c) A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estarão subordinadas ao
Plano Nacional de Recursos Hídricos (VERDADEIRO).

Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar
a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando
for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.

TRF/2R – Juiz Federal (2017):


e) Desde que respeite a classe em que o corpo de água estiver enquadrado, a outorga não fica condicionada às prioridades de
uso. (FALSO)
PGE/PR (2011):
A outorga de direito de uso de recursos hídricos, pautada pelo princípio do uso múltiplo, deve considerar as prioridades
estabelecidas nos planos de recursos hídricos, o respectivo enquadramento do corpo d’água e a manutenção de condições
adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso, o que acaba limitando, em certa medida, os usos passíveis de outorga
(VERDADEIRO).

Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de
uso de recurso hídrico de domínio da União.
§ 2º (VETADO)

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


A Lei federal n° 9.433/1997, que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos, quando trata da exploração econômica e
outorga dos recursos hídricos, prevê
A a vedação ao Poder Executivo Federal para delegação de competência para conceder outorga de direito de uso de recursos
hídricos da União aos Estados e Distrito Federal. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
a) A outorga é de competência exclusiva da Agência Nacional de Águas. (FALSO)
TRF/1R (2011):
Assinale a opção correta com referência ao ordenamento jurídico brasileiro sobre a proteção dos recursos hídricos.
a) A lei de gestão de recursos hídricos permite ao Poder Executivo federal delegar aos estados e ao DF competência
para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União (VERDADEIRO).
MPE/RN (2009):
A competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União é do Poder Executivo federal,
não podendo ser delegada (FALSO).
PGE/SP (2009):
De acordo com a Lei Federal no 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, é correto afirmar que
a) é vedada a delegação de outorga de direito de uso de recurso hídrico da União para os Estados e Distrito Federal
(FALSO).

Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo
determinado, nas seguintes circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas
adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


A Lei federal n° 9.433/1997, que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos, quando trata da exploração econômica e
outorga dos recursos hídricos, prevê
B a possibilidade de suspensão total ou parcial da outorga quando deixar o outorgado de utilizar o recurso hídrico por 2 (dois)
anos consecutivos. (FALSO)
TRF/2R – Juiz Federal (2017):
c) A outorga só será suspensa nos casos de não cumprimento, pelo outorgado, dos termos estabelecidos ou de necessidade
premente de água para atender a situações de calamidade, sempre mediante processo administrativo em que se assegure
ampla defesa. (FALSO)
PGE/PR (2011):
a) O órgão gestor, em razão do princípio do uso múltiplo, deverá sempre conceder a outorga de direito de uso de recursos
hídricos requerida, exceto em situações de escassez, quando deverá ser privilegiado o consumo humano e a
dessedentação de animais (FALSO).
b) O órgão gestor deve conceder outorga de direito de uso de recursos hídricos para qualquer finalidade, na medida em que
deve sempre proporcionar todos os usos possíveis em determinado corpo d’água (FALSO).

Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


A Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não inferior a vinte e cinco anos, renovável. (FALSO)

Art. 17. (VETADO)

Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


A Lei federal n° 9.433/1997, que institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos, quando trata da exploração econômica e
outorga dos recursos hídricos, prevê
C a alienação parcial das águas, no período concedido ao outorgado, pelo ente político competente para a concessão da
outorga. (FALSO)
MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):
A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos implica alienação parcial das águas (FALSO).
DPE/TO (2013):
Considerando os instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos na Lei n.º 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assinale a opção correta.
a) A outorga de direito de uso de recursos hídricos implica a alienação parcial das águas, não sua alienação total
(FALSO).
MPE/PI (2012):
Discorrendo sobre a regulamentação do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o
direito à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a devida contraprestação”.
Acerca desse tema, assinale a opção correta.
c) O fato de a água ser considerada bem inalienável reflete-se no pagamento da conta de água, o que constitui
exemplo da aplicação do princípio do usuário-pagador (VERDADEIRO).
TRF/3R (2011):
Com relação aos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) A outorga de direito de uso de recursos hídricos não implica a alienação das águas, que são inalienáveis, mas o
simples direito de seu uso (VERDADEIRO).
TRF/2R (2013):
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção correta.
a) A lei que regulamenta a Política Nacional de Recursos Hídricos instituiu o direito de venda das águas como forma
de conscientizar a coletividade acerca da importância de sua preservação (FALSO).
PGE/AL (2006):
O governo federal e os governos estaduais podem, livremente, comercializar suas águas (FALSO).

SEÇÃO IV
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:


I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos
hídricos.

TRF/2R (2009):
A cobrança pelo uso de recursos hídricos visa
a) instituir a água como bem econômico e impor ao usuário medidas restritivas de direitos quanto à outorga e à
fruição dos recursos hídricos.
b) incentivar a privatização dos mecanismos de distribuição da água, bem como das estações de tratamento.
c) incentivar o reúso das águas servidas na produção de ração animal.
d) estabelecer limites diários para a captação das águas superficiais.
e) obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e das intervenções contempladas nos planos de
recursos hídricos (VERDADEIRO).

Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.
Parágrafo único. (VETADO)

TRF/1R (2011):
Assinale a opção correta com referência ao ordenamento jurídico brasileiro sobre a proteção dos recursos hídricos.
a) A atual legislação de gestão de recursos hídricos autoriza os estados a, de forma unilateral, organizar a cobrança
pelo uso dos recursos hídricos (FALSO).

Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados, dentre outros:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as
características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.

PGE/SP (2009):
De acordo com a Lei Federal no 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, é correto afirmar que
a) na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos nos lançamentos de esgotos não devem
ser observadas as características de toxidade do afluente (FALSO).

Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia
hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.

TJ/RS – Juiz de Direito (2018) – VUNESP


D Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados exclusivamente na bacia hidrográfica em
que foram gerados. (FALSO)
PGM/Manaus – Procurador do Município (2018) – CESPE
Valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos podem ser aplicados em bacia hidrográfica distinta daquela
em que forem gerados tais valores. (FALSO)
DPE/TO (2013):
Considerando os instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos na Lei n.º 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assinale a opção correta.
a) Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos devem ser aplicados na bacia hidrográfica
correspondente, vedada sua destinação ao pagamento de despesas de custeio administrativo de qualquer
natureza (FALSO).

§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem, de modo
considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)

Art. 23. (VETADO)

SEÇÃO V
DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS

Art. 24. (VETADO)

SEÇÃO VI
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II - coordenação unificada do sistema;
III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.

DPE/TO (2013):
Considerando os instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos na Lei n.º 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, assinale a opção correta.
a) São princípios básicos do funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, de acordo com a
citada lei, a centralização na obtenção e produção de dados e informações e a gestão compartilhada do sistema
por todos os entes federativos (FALSO).
TJ/AC (2012):
O sistema de informações sobre recursos hídricos é um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos. São
princípios básicos do funcionamento desse sistema
a) a descentralização do processo de tomada de decisões, a integração institucional do processo de elaboração de
informações e o direito à informação.
b) a publicidade das informações, a coordenação unificada do sistema de coleta dos dados e a descentralização do
processo de tomada de decisões.
c) a descentralização da obtenção e produção de dados e informações, a coordenação unificada do sistema e a
garantia de acesso da sociedade aos dados e informações (VERDADEIRO).
d) a integração regional na coleta de informações, a centralização administrativa no processo de sistematização de
dados e a transparência do processo de tomada de decisões.
e) a centralização do processo de coleta de dados, a interdependência na gestão do conhecimento e a
democratização dos veículos de informação.
MPE/RN (2009):
A centralização da obtenção e produção de dados e informações é um dos princípios básicos para o funcionamento do Sistema
de Informações sobre Recursos Hídricos (FALSO).

Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos
no Brasil;
II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o território
nacional;
III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO V
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE INTERESSE COMUM OU COLETIVO

Art. 28. (VETADO)

CAPÍTULO VI
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO

Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo Federal:
I - tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de competência;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade responsável pela efetivação de outorgas de
direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.

Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos Estaduais e do Distrito
Federal, na sua esfera de competência:
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fiscalizar os seus usos;
II - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do Distrito Federal;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.

PGDF – Procurador do DF (2013) – CESPE:


Cabe aos Poderes Executivos estaduais e do DF, obedecidas suas respectivas competências, outorgar os direitos de uso de
recursos hídricos, sendo responsáveis por regulá-los e fiscalizá-los (VERDADEIRO).

Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos
municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio
ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.

PGDF – Procurador do DF (2013) – CESPE:


O Poder Executivo do DF tem a responsabilidade de promovera integração das políticas locais de saneamento básico, de uso,
ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com a PNRH (VERDADEIRO).

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO

Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos:
I - coordenar a gestão integrada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

TJ/CE (2012):
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos objetiva coordenar a gestão integrada das águas e implementar a
Política Nacional de Recursos Hídricos, cabendo diretamente aos entes federativos, por meio de suas agências de águas, arbitrar
os conflitos relacionados aos recursos hídricos (FALSO).

Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com
a gestão de recursos hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é integrado, exclusivamente, pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e
pelas Agências de Água (FALSO).
MPE/RR (2012):
No que diz respeito à proteção dos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos representantes de ministérios e de
secretarias vinculadas à Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
representantes indicados pelos conselhos estaduais de recursos hídricos; e representantes dos usuários dos
recursos hídricos e das organizações civis de recursos hídricos (FALSO).

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:


I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de
recursos hídricos;
II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do total dos
membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:


I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e dos
setores usuários;
II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados
em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos
Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;
VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, aplicação de seus
instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração de
seus regimentos;
VIII - (VETADO)
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao
cumprimento de suas metas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.
XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB); (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)
XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB); (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)
XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para melhoria da segurança das
obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)

TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:


Os comitês de bacias hidrográficas são
a) competentes para implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens. (FALSO)

Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:


I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.
CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA

Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:


I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ou
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada por ato do
Presidente da República.

Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes;
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos;
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de
suas metas;
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e
lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de
acordo com os domínios destes;
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados;
VII - (VETADO)
VIII - (VETADO)
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência.

TRF/5R – Juiz Federal (2017) – CESPE:


Os comitês de bacias hidrográficas são
b) competentes para outorgar o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, mediante
permissão. (FALSO)
c) incompetentes para aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia. (FALSO)
d) incompetentes para arbitrar administrativamente conflitos relacionados a recursos hídricos. (FALSO)
e) incompetentes para o exercício do poder de polícia. (VERDADEIRO)
TJ/PA (2012):
Compete ao Comitê de Bacia Hidrográfica aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia (VERDADEIRO).
PGE/SP (2009):
De acordo com a Lei Federal no 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, é correto afirmar que
a) compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação, estabelecer os mecanismos de
cobrança pelo uso de recursos hídricos (VERDADEIRO).

Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:


I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de
atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.

PGE/BA – Procurador do Estado (2014):


Os comitês de bacia hidrográfica são constituídos por usuários das águas e por entidades civis de recursos hídricos com atuação
comprovada na bacia, entre outros membros, conforme dispõe a Lei n.º 9.433/1997 (VERDADEIRO).
TJ/PA (2012):
Os comitês de bacia hidrográfica são compostos por representantes de usuários e poluidores das águas da área de drenagem de
um conjunto de rios (FALSO).

§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios para sua indicação, serão
estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios à metade do total de membros.
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a
representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos
representantes:
I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.

TJ/PA (2012):
Nos comitês de bacia hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes das
comunidades indígenas residentes nos estados-membros localizados na fronteira da bacia (FALSO).
TRF/1R (2011):
Assinale a opção correta com referência ao ordenamento jurídico brasileiro sobre a proteção dos recursos hídricos.
a) Quando se tratar de bacia hidrográfica situada em terras indígenas, a comunidade indígena deverá ser
representada por membros de entidades ambientais federais (FALSO).
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias de rios sob domínio
estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.

Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.

TJ/PA (2012):
Os comitês de bacia hidrográfica devem ser dirigidos por um conselho de diretores e um secretário, indicados pelo governador
do estado cujo território se situe na área de atuação do comitê (FALSO).

CAPÍTULO IV
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA

Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia
Hidrográfica.

MPE/PI (2012):
Discorrendo sobre a regulamentação do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o
direito à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a devida contraprestação”.
Acerca desse tema, assinale a opção correta.
b) Exercem o papel de secretarias executivas dos comitês de bacia hidrográfica as organizações civis de recursos
hídricos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (FALSO).
TJ/ES (2011):
O comitê de bacias, órgão consultivo e deliberativo do SNGRH, tem como centro administrativo a Secretaria Executiva do
Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade (FALSO).

Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.

TJ/PA (2012):
A criação de Agências de Água somente pode ser autorizada pelo IBAMA (FALSO).

Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:
I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.

Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:


I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação;
II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de
Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos;
V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua
área de atuação;
VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;
VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências;
VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia
Hidrográfica;
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes;
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

PGE/AC – Procurador do Estado (2014):


Aos Comitês de Bacia Hidrográfica, dentre outras atividades, compete elaborar o Plano de Recursos Hídricos da bacia e
promover a sua execução, bem como aprovar os mecanismos de cobrança pelo uso dos recursos hídricos a ele correspondente
(FALSO).

CAPÍTULO V
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante da estrutura do
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.

Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos:


I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
II – revogado;
III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;"
IV – revogado;" (
V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à aprovação do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO VI
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos:
I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos;
IV - organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade;
V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.

TRF/1R (2011):
Assinale a opção correta com referência ao ordenamento jurídico brasileiro sobre a proteção dos recursos hídricos.
a) As associações intermunicipais de bacias hidrográficas integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos como órgão colegiado (FALSO).

Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos hídricos devem ser
legalmente constituídas.

TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;
II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização de recursos hídricos,
superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos
órgãos ou entidades competentes;
III - (VETADO)
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as
condições estabelecidas na outorga;
V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos, compreendendo instruções
e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;
VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções.

PGE/AL (2006):
A perfuração de poços para extração de água subterrânea sem a devida autorização configura infração às normas de utilização
de recursos hídricos (VERDADEIRO).

Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de obras e serviços hidráulicos,
derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou pelo não atendimento das solicitações
feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem
de enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das
condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos
hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os recursos
hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de extração de água
subterrânea.
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida,
perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à
metade do valor máximo cominado em abstrato.
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas em que
incorrer a Administração para tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código
de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do
regulamento.
§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 51. Os consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas mencionados no art. 47 poderão receber
delegação do Conselho Nacional ou dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, por prazo determinado, para o exercício de
funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos.
Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos poderão delegar a
organizações sem fins lucrativos relacionadas no art. 47 desta Lei, por prazo determinado, o exercício de funções de competência
das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos. (Redação dada pela Lei nº 10.881, de 2004)
Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a utilização dos potenciais
hidráulicos para fins de geração de energia elétrica continuará subordinada à disciplina da legislação setorial específica.
Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao Congresso
Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação das Agências de Água.
Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º .............................................................................
........................................................................................
III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal;
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de Minas
e Energia;
V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
....................................................................................
§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal será empregada na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão de sua rede hidrometeorológica, no estudo dos recursos
hídricos e em serviços relacionados ao aproveitamento da energia hidráulica."
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo de cento e oitenta dias
contados a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias, contados da data de sua
publicação.
Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Gustavo Krause
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.1.1997

OBSERVAÇÕES:

1. Lembrar do art. 23, XI, da CF.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;

TJ/CE (2012):
Embora seja competência exclusiva da União registrar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é composto de órgãos federais, estaduais e do DF (FALSO).
TRF/5R (2009):
Cabe à União, em caráter privativo, legislar sobre mineração. Nesse sentido, são de sua competência o registro, o
acompanhamento e a fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos minerais, mesmo que
situadas no território dos estados, do DF e dos municípios (FALSO).

2. Lembrar do art. 21, §1º, da CF.

Art. 20. São bens da União:


IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo.
§1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta
da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território; plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

TRF/5R (2009):
Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são considerados bens da União. No entanto, os estados, o DF, os municípios e os
órgãos da administração direta da União participarão do resultado da exploração desses minérios localizados em seus
territórios, ou receberão compensação financeira por essa exploração (VERDADEIRO).

3.

TRF/2R (2013):
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção correta.
a) As águas subterrâneas e os rios que provenham de outros países ou banhem mais de um estado são bens da
União (FALSO).
TRF/1R (2011):
Assinale a opção correta com referência ao ordenamento jurídico brasileiro sobre a proteção dos recursos hídricos.
b) A CF divide o domínio das águas entre a União e os municípios conforme a localização dos corpos de água
(FALSO).
4.

MPE/RR (2012):
No que diz respeito à proteção dos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) A pena prevista para o crime de poluição é agravada caso dele decorra poluição hídrica que torne necessária a
interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade (FALSO).
b) A execução de todas as garantias exigidas pelo poder público resguarda da obrigação de indenizar danos
causados a terceiros o empreendedor beneficiado pela outorga de uso de água fluvial, remanescendo, contudo, a
responsabilidade pela reparação ao meio ambiente (FALSO).

5. É possível que o Estado-membro, por meio de decreto e portaria, determine que os usuários dos serviços de água
tenham em suas casas, obrigatoriamente, uma conexão com a rede pública de água. O decreto e a portaria estaduais
também poderão proibir o abastecimento de água para as casas por meio de poço artesiano, ressalvada a hipótese de
inexistência de rede pública de saneamento básico (INF 525 STJ).
LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005.

Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição


Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de
fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de
Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de
Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995,
e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts.
5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de
2003, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a
manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o
consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo
como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana,
animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
§ 1o Para os fins desta Lei, considera-se atividade de pesquisa a realizada em laboratório, regime de contenção ou campo, como
parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança de OGM e seus derivados, o que
engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.
§ 2o Para os fins desta Lei, considera-se atividade de uso comercial de OGM e seus derivados a que não se enquadra como
atividade de pesquisa, e que trata do cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização,
da importação, da exportação, do armazenamento, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins
comerciais.

MPE/MT – Promotor de Justiça (2019) – FCC


No art. 1°, caput da Lei n° 11.105/2005 está expresso o seguinte princípio de Direito Ambiental:
A Limite.
B Precaução. (VERDADEIRO)
C Impessoalidade.
D Legalidade.
E Equilíbrio.
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
D Dentre as diversas atividades relativas aos OGM, estão abrangidas pela lei a construção, o cultivo, a manipulação e a pesquisa,
estabelecendo-se normas de segurança e mecanismos de fiscalização. (VERDADEIRO)

Art. 2o As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino com manipulação de organismos
vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de
direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como
pelas eventuais conseqüências ou efeitos advindos de seu descumprimento.
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se atividades e projetos no âmbito de entidade os conduzidos em instalações próprias ou
sob a responsabilidade administrativa, técnica ou científica da entidade.
§ 2o As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e independente, ainda
que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.
§ 3o Os interessados em realizar atividade prevista nesta Lei deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança – CTNBio, que se manifestará no prazo fixado em regulamento.
§ 4o As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de atividades
ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a apresentação de Certificado de Qualidade em Biossegurança,
emitido pela CTNBio, sob pena de se tornarem co-responsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento desta Lei
ou de sua regulamentação.

TJ/CE – Juiz de Direito (2018) – CESPE


C Atividades que envolvam organismos geneticamente modificados e aquelas relacionadas à manipulação de organismos vivos
só podem ser desenvolvidas por entidades de direito público. (FALSO)
E É permitido a pessoas físicas desenvolver, de forma autônoma e independente, atividade relacionada ao cultivo e à produção
de organismo geneticamente modificado, desde que mantenham vínculo empregatício com pessoas jurídicas que manipulem
tais organismos. (FALSO)
TRF/3R – Juiz Federal (2018)
A As atividades e projetos que envolvam OGM (Organismos Geneticamente Modificados) e seus derivados, relacionados ao
ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico, nos termos do artigo 2º,
parágrafo 2º, podem ser realizados por pessoas físicas em atuação autônoma e independente, desde que mantenham vínculo
empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas. (FALSO)
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que
venham a ser conhecidas;
II – ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material genético que contém informações determinantes dos
caracteres hereditários transmissíveis à descendência;
III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a modificação de segmentos
de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes
dessa multiplicação; consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante;
V – organismo geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por
qualquer técnica de engenharia genética;
VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma
viável de OGM;
VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas presentes nas glândulas sexuais femininas e
masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia;
VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio genético, com ou
sem utilização de técnicas de engenharia genética;
IX – clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo;
X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica;
XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar em células de qualquer
tecido de um organismo.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


De acordo com a Lei nº 11.105/2005, que dispõe sobre as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que
envolvem Organismos Geneticamente Modificados (OGM), é
B considerado derivado de OGM todo produto obtido de OGM e que possua capacidade autônoma de replicação. (FALSO)

§ 1o Não se inclui na categoria de OGM o resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material
hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro,
conjugação, transdução, transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


B Para os efeitos desta lei está incluído na categoria de OGM aquele resultante de técnicas que impliquem a introdução direta
de material hereditário em um organismo, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução e transformação. (FALSO)

§ 2o Não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos
biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante.

Art. 4o Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes técnicas, desde que não impliquem
a utilização de OGM como receptor ou doador:
I – mutagênese;
II – formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de
cultivo;
IV – autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


C Aplicam-se os dispositivos desta lei quando a modificação genética for obtida por meio da mutagênese, fusão celular e
autoclonagem de organismos, ainda que implique a utilização de OGM como receptor ou doador. (FALSO)
MPE/SC – Promotor de Justiça (2016)
Estabelece a Lei n. 11.105/05 (Biossegurança), que ela não se aplica, mesmo quando impliquem a utilização de Organismos
Geneticamente Modificados (OGM) como receptor ou doador, quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes
técnicas: mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal e fusão celular, inclusive a de
protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo. (FALSO)

Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos
produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da
publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


Em relação à utilização de células-tronco embrionárias, para fins de pesquisa e terapia, obtidas de embriões humanos
produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, é correto afirmar:
B É permitida a utilização de células-tronco embrionárias, desde que sejam embriões inviáveis ou estejam congelados há mais
de 03 (três) anos. (VERDADEIRO)
E É apenas autorizado seu uso para fins de terapia. (FALSO)
PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC
De acordo com a Lei nº 11.105/2005, que dispõe sobre as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que
envolvem Organismos Geneticamente Modificados (OGM), é
C permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos viáveis,
produzidos por fertilização in vitro. (FALSO)

§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.


§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas
deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15
da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

PGM/Caruaru – Procurador do Município (2019) – FCC


Em relação à utilização de células-tronco embrionárias, para fins de pesquisa e terapia, obtidas de embriões humanos
produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, é correto afirmar:
A Quando utilizada para fins de terapia é dispensável a submissão de seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos
comitês de ética em pesquisa. (FALSO)
C É necessário o consentimento de ambos os genitores para a comercialização e pesquisa, bastando, contudo, consentimento
de apenas um deles para fins de terapia. (FALSO)
D A pesquisa pode ser autorizada pelos órgãos competentes, desde que passado o prazo de 03 (três) anos do congelamento e
tenha sido descartado no procedimento de fertilização in vitro, ainda que sem o consentimento dos genitores. (FALSO)

Art. 6o Fica proibido:


I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual;
II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo
com as normas previstas nesta Lei;
III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;
IV – clonagem humana;
V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio,
pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes desta Lei e de sua
regulamentação;
VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica favorável
da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou
entidade ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degradação
ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado, na
forma desta Lei e de sua regulamentação;
VII – a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se por tecnologias genéticas de restrição do uso qualquer processo de
intervenção humana para geração ou multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas
estéreis, bem como qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à
fertilidade das plantas por indutores químicos externos.

PGE/AP – Procurador do Estado (2018) – FCC


De acordo com a Lei nº 11.105/2005, que dispõe sobre as normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que
envolvem Organismos Geneticamente Modificados (OGM), é
A permitida engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano. (FALSO)
D permitida a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição
do uso. (FALSO)
E proibida a implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual.
(VERDADEIRO)

Art. 7o São obrigatórias:


I – a investigação de acidentes ocorridos no curso de pesquisas e projetos na área de engenharia genética e o envio de relatório
respectivo à autoridade competente no prazo máximo de 5 (cinco) dias a contar da data do evento;
II – a notificação imediata à CTNBio e às autoridades da saúde pública, da defesa agropecuária e do meio ambiente sobre acidente
que possa provocar a disseminação de OGM e seus derivados;
III – a adoção de meios necessários para plenamente informar à CTNBio, às autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da
defesa agropecuária, à coletividade e aos demais empregados da instituição ou empresa sobre os riscos a que possam estar
submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com OGM.

(...)
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei


no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I

DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO

Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem
como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou
indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos.
§ 2o Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica.

PGM/Registro – Procurador do Município (2016) – VUNESP


B A lei que institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos também se aplica aos rejeitos radioativos. (FALSO)
PGM/Registro – Procurador do Alumínio (2016) – VUNESP
A Disporá sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos e
radioativos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. (FALSO)
PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015)
A as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos
sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos, estão sujeitas à
observância da Lei nº 12.305/2010, também aplicável aos rejeitos radioativos. (FALSO)

Art. 2o Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de
junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e
do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

CAPÍTULO II

DEFINIÇÕES

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:


I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou
comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
II - área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou
resíduos;
III - área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis;

PGM/Registro – Procurador do Município (2016) – VUNESP


C Entende-se por área órfã contaminada o local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de
quaisquer substâncias ou resíduos. (FALSO)

IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e
insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;
V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição;
VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos
processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;

PGM/Registro – Procurador do Município (2016) – VUNESP


D Entende-se por controle social o conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e
participação nos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos.
(VERDADEIRO)

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a
recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do
Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio
de suas atividades, nelas incluído o consumo;
X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015)


B o gerenciamento de resíduos sólidos é conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento
de resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei n° 12.305/2010. (VERDADEIRO)

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a
considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável;
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;

MPE/RO – Promotor de Justiça (2017):


De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada, denomina-se
a) coleta seletiva.
b) reciclagem.
c) gestão integrada de resíduos sólidos.
d) logística reversa. (VERDADEIRO)
e) acordo setorial.

XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades
das atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das
necessidades das gerações futuras;
XIV - reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-
químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;
XV- rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada;

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


C Não há distinção entre resíduos sólidos e rejeitos, eis que ambos, na definição legal, são os materiais, objetos ou substâncias
resultantes de atividades humanas em sociedade a cuja destinação final se procede. (FALSO)

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como
gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir
os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química,
observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;
XIX - serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º da Lei nº
11.445, de 2007.

PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015)


C as atividades de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à
limpeza pública urbana são qualificadas como serviço público de limpeza urbana, porém não de manejo de resíduos sólidos.
(FALSO)

DECRETO Nº 7.404/2010:

Art. 19. Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores,
distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

Art. 20. O procedimento para implantação da logística reversa por meio de acordo setorial poderá ser iniciado pelo Poder Público
ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e embalagens referidos no art. 18.
§ 1o Os acordos setoriais iniciados pelo Poder Público serão precedidos de editais de chamamento, conforme procedimento
estabelecido nesta Subseção.
§ 2o Os acordos setoriais iniciados pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes serão precedidos da
apresentação de proposta formal pelos interessados ao Ministério de Meio Ambiente, contendo os requisitos referidos no art. 23.
§ 3o Poderão participar da elaboração dos acordos setoriais representantes do Poder Público, dos fabricantes, importadores,
comerciantes e distribuidores dos produtos e embalagens referidos no art. 33 da Lei nº 12.305, de 2010, das cooperativas ou
outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis, das indústrias e entidades dedicadas à
reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos, bem como das entidades de representação dos consumidores,
entre outros.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


( ) Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores,
distribuidores ou comerciantes, visando à implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de determinados
produtos, podendo participar de sua elaboração as cooperativas ou outras formas de associações de catadores de materiais
recicláveis ou reutilizáveis.(VERDADEIRO)

TÍTULO II

DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS
o
Art. 4 A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações
adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou
particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a
serem seguidos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de maneira independente e concorrente, nos termos do
artigo 4º da lei. (FALSO)

Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional
de Educação Ambiental, regulada pelaLei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada
pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:


I - a prevenção e a precaução;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica
e de saúde pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que
satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e
renda e promotor de cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


B O princípio do protetor-recebedor, também denominado princípio da visão sistêmica, implica a observância das variáveis
ambiental, social e cultural na gestão dos resíduos sólidos, além do respeito às diversidades locais e regionais. (FALSO)
PGM/Registro – Procurador do Alumínio (2016) – VUNESP
C O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico, histórico e de valor social, gerador de
trabalho e renda e promotor de cidadania, é um de seus princípios norteadores. (FALSO)
PGM/Goiânia – Procurador do Município (2015)
D o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e
renda e promotor de cidadania, é um dos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, enumerado no artigo 7º da Lei n°
12.305/2010. (FALSO)

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:


I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais
recicláveis e reciclados;
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e
financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos;
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços
prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos;
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos
produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


Dentre os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, está prevista a articulação entre as diferentes esferas do poder
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos
sólidos. (VERDADEIRO)
TRF/2R – Juiz Federal (2017)
Quanto à ordem de prioridade a ser observada nas políticas de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos:
a) A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos é o objetivo maior da Política Nacional de Resíduos Sólidos. (FALSO)
PGM/Registro – Procurador do Alumínio (2016) – VUNESP
B A prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis
com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis, é um de seus objetivos. (VERDADEIRO)

DECRETO Nº 7.404/2010:

Art. 44. As políticas públicas voltadas aos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis deverão observar:
I - a possibilidade de dispensa de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, para a
contratação de cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
II - o estímulo à capacitação, à incubação e ao fortalecimento institucional de cooperativas, bem como à pesquisa voltada para sua
integração nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; e
III - a melhoria das condições de trabalho dos catadores.
Parágrafo único. Para o atendimento do disposto nos incisos II e III do caput, poderão ser celebrados contratos, convênios ou
outros instrumentos de colaboração com pessoas jurídicas de direito público ou privado, que atuem na criação e no
desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis,
observada a legislação vigente.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


( ) Para que sejam cumpridos os objetivos previstos na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o Município deve integrar os
catadores efetivamente na gestão compartilhada, sendo dispensável licitação para a contratação de cooperativas ou associações
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, em todo o processo e etapas da gestão. (VERDADEIRO)

CAPÍTULO III

DOS INSTRUMENTOS

Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros:


I - os planos de resíduos sólidos;
II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis;
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos,
métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos;
VII - a pesquisa científica e tecnológica;
VIII - a educação ambiental;
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);
XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos;
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;
XVI - os acordos setoriais;
XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de qualidade ambiental;
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais;
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
d) a avaliação de impactos ambientais;
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta; XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras
formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos
envolvidos.

TRF/3R – Juiz Federal (2018)


D São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos a coleta seletiva, os inventários e o sistema declaratório anual de
resíduos sólidos, entre outros. (VERDADEIRO)
PGM/Registro – Procurador do Alumínio (2016) – VUNESP
D A existência de órgãos colegiados municipais e estaduais, destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos
urbanos, é um de seus instrumentos. (FALSO)

TÍTULO III

DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução,
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido
comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases
tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
§ 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei.

TRF/2R – Juiz Federal (2017)


Quanto à ordem de prioridade a ser observada nas políticas de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos:
b) A ordem de prioridade é reciclagem, não geração e, por fim, uso como fonte de energia. (FALSO)
c) A ordem de prioridade se inicia com a tentativa de não geração e segue com a redução, reutilização, reciclagem, tratamento
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. (VERDADEIRO)
d) A ordem de prioridade é reciclar, reutilizar e, se for possível, não gerar. (FALSO)
e) Segundo o princípio do poluidor pagador, a prioridade é a não geração, a taxação daqueles que geram mais e, quanto aos
resíduos gerados, a disposição final efetuada em consonância com a política de saneamento básico. (FALSO)
PGM/Registro – Procurador do Município (2016) – VUNESP
E Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: reciclagem, tratamento
de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, reutilização, redução e não geração. (FALSO)

Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios,
sem prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem
como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


Uma empresa privada, localizada no Estado de São Paulo, contratou outra empresa privada especializada para o transporte e a
destinação adequada de resíduos sólidos tóxicos, decorrentes de processos produtivos da atividade industrial da primeira, que
apresentavam significativo risco ao meio ambiente e assim foram qualificados em norma técnica. O transporte ocorreria dentro
do Estado de São Paulo. Tendo em vista essa situação, considere as seguintes afirmações, assinalando a correta.
B Compete ao Município de origem da carga exercer o controle ambiental do transporte deste material, estando dispensada tal
atividade de licenciamento ambiental. (FALSO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017)
a) Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem
prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
(SUASA), bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
(VERDADEIRO)

Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento, incumbe aos Estados:
I - promover a integração da organização, do planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum relacionadas
à gestão dos resíduos sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos da lei complementar
estadual prevista no § 3º do art. 25 da Constituição Federal;
II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão estadual do Sisnama.
Parágrafo único. A atuação do Estado na forma do caput deve apoiar e priorizar as iniciativas do Município de soluções
consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou mais Municípios.
Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de
Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.
Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fornecer ao órgão federal responsável pela
coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na
periodicidade estabelecidas em regulamento.

PGM/Curitiba – Procurador do Município (2015):


O Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), integrante da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, será organizado e mantido pela União (FALSO).

Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação:
I - quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza
urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas
alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos
os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos
utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como
não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder
público municipal.

PGM/Poá – Procurador do Município (2016) – VUNESP


Sobre a classificação de resíduos sólidos prevista na Lei nº 12.305/10, é correto afirmar que resíduos
A de limpeza urbana são os originários de atividades domésticas em residências urbanas.
B domiciliares são os originários de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços.
C dos serviços públicos de saneamento básico são os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana.
D da construção civil são os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os
resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. (VERDADEIRO)
E de serviços de saúde são os gerados nos processos produtivos e instalações industriais.

CAPÍTULO II

DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 14. São planos de resíduos sólidos:


I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
II - os planos estaduais de resíduos sólidos;
III - os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações
urbanas;
IV - os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
V - os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos;
VI - os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como controle social em sua
formulação, implementação e operacionalização, observado o disposto na Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei
nº 11.445, de 2007.

Seção II
Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com
vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos, tendo como conteúdo
mínimo:
I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;
II - proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas;
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis;
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos
administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e programas de interesse dos resíduos
sólidos;
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos;
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento
instituídas por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;
X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos;
XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização,
assegurado o controle social.
Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social,
incluindo a realização de audiências e consultas públicas.

DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:


Embora, como meta da Política Nacional de Resíduos Sólidos, seja um nítido avanço civilizatório, a eliminação dos lixões
representa sério risco de agravamento da precariedade da condição social dos catadores que neles laboram. (VERDADEIRO)
MPE/RS – Promotor de Justiça (2017)
e) A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA). (VERDADEIRO)

Seção III

Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos

Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados terem
acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos
sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal
finalidade. (Vigência)
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os Estados que instituírem microrregiões, consoante
o § 3o do art. 25 da Constituição Federal, para integrar a organização, o planejamento e a execução das ações a cargo de
Municípios limítrofes na gestão dos resíduos sólidos.
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos recursos da União na forma deste artigo.
§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, as microrregiões instituídas conforme previsto no §
1o abrangem atividades de coleta seletiva, recuperação e reciclagem, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, a
gestão de resíduos de construção civil, de serviços de transporte, de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou outros resíduos, de
acordo com as peculiaridades microrregionais.

MPE/RS – Promotor de Justiça (2017)


c) O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a
realização de audiências e consultas públicas. (VERDADEIRO)

Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo todo o território
do Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos, e tendo como conteúdo mínimo:
I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado e seus impactos socioeconômicos e ambientais;
II - proposição de cenários;
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis;
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de
recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos
resíduos sólidos;
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões;
X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas
em âmbito nacional;
XI - previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial, especialmente o zoneamento ecológico-
econômico e o zoneamento costeiro, de:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos;
b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recuperação
ambiental;
XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e operacionalização,
assegurado o controle social.

DPU – Defensor Público (2017) – CESPE:


Embora, como meta da Política Nacional de Resíduos Sólidos, seja um nítido avanço civilizatório, a eliminação dos lixões
representa sério risco de agravamento da precariedade da condição social dos catadores que neles laboram. (VERDADEIRO)

§ 1o Além do plano estadual de resíduos sólidos, os Estados poderão elaborar planos microrregionais de resíduos sólidos, bem
como planos específicos direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações urbanas.
§ 2o A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões
metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no § 1o, dar-se-ão obrigatoriamente com a participação
dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta
Lei.

MPE/RS – Promotor de Justiça (2017)


b) A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões
metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no parágrafo 1o do artigo 17 da Lei, poderá dar-se
com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municípios
previstas por esta Lei. (FALSO)

§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, o plano microrregional de resíduos sólidos deve atender
ao previsto para o plano estadual e estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o
tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de
resíduos.

Seção IV

Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição
para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos
e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou
financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência)
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os Municípios que:
I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação
de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos referidos no §
1o do art. 16;
II - implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda.
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos recursos da União na forma deste artigo.

Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização
dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas;
II - identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que
trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver;
III - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios,
considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos
ambientais;
IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a
sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
V - procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007;
VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos;
VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual;
VIII - definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder público;
IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização;
X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos
sólidos;
XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver;
XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos;
XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem
como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos
encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;
XV - descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o
disposto no art. 33, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos
de gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33;
XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento;
XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas
medidas saneadoras;
XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal.
§ 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto
no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o,
todos deste artigo.
§ 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá
conteúdo simplificado, na forma do regulamento.
§ 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municípios:
I - integrantes de áreas de especial interesse turístico;
II - inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou
nacional;
III - cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação.
§ 4o A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sisnama.

MPE/RS – Promotor de Justiça (2017)


d) A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados terem
acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos
sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal
finalidade. (VERDADEIRO)

§ 5o Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20
em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS.
§ 6o Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos
contemplará ações específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à utilização
racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos.
§ 7o O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será disponibilizado para o Sinir, na forma do
regulamento.
§ 8o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou
a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos órgãos competentes.
§ 9o Nos termos do regulamento, o Município que optar por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos
sólidos, assegurado que o plano intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode
ser dispensado da elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

Seção V

Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:


I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13;
II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) gerem resíduos perigosos;
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam
equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal;
III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;
IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” do inciso I do art. 13 e, nos termos do regulamento
ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;
V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV deste Título, serão estabelecidas por regulamento exigências específicas
relativas ao plano de gerenciamento de resíduos perigosos.

TJ/SP – Juiz de Direito (2015) – VUNESP


D não estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos os estabelecimentos comerciais cujos resíduos
gerados em suas atividades sejam caracterizados, por sua natureza, composição ou volume, como não perigosos. (FALSO)
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
I - descrição do empreendimento ou atividade;
II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos,
incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;
III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos:
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos;
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do
gerador;
IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;
V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;
VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas
pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;
VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;
VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;
IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos
do Sisnama.
§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto no plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos do respectivo Município, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa.
§ 2o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a implementação ou a
operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
§ 3o Serão estabelecidos em regulamento:
I - normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de cooperativas ou
de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
II - critérios e procedimentos simplificados para apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para
microempresas e empresas de pequeno porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3o da Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos perigosos.

Art. 22. Para a elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento
de resíduos sólidos, nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, será designado
responsável técnico devidamente habilitado.

Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal
competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a outras autoridades, informações completas sobre a implementação e a
operacionalização do plano sob sua responsabilidade.
§ 1o Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de outras exigências cabíveis por parte das autoridades, será
implementado sistema declaratório com periodicidade, no mínimo, anual, na forma do regulamento.
§ 2o As informações referidas no caput serão repassadas pelos órgãos públicos ao Sinir, na forma do regulamento.

Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do
empreendimento ou atividade pelo órgão competente do Sisnama.
§ 1o Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento ambiental, a aprovação do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos cabe à autoridade municipal competente.
§ 2o No processo de licenciamento ambiental referido no § 1o a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama, será assegurada
oitiva do órgão municipal competente, em especial quanto à disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.

CAPÍTULO III

DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar
a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu
regulamento.

Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela organização e
prestação direta ou indireta desses serviços, observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos,
a Lei nº 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu regulamento.

Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do
plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.
§ 1o A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos
sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por
danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
§ 2o Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo poder público serão
devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5o do art. 19.
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a disponibilização
adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos pelo art. 33, com a devolução.

Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de
evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações
empreendidas na forma do caput.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


Uma empresa privada, localizada no Estado de São Paulo, contratou outra empresa privada especializada para o transporte e a
destinação adequada de resíduos sólidos tóxicos, decorrentes de processos produtivos da atividade industrial da primeira, que
apresentavam significativo risco ao meio ambiente e assim foram qualificados em norma técnica. O transporte ocorreria dentro
do Estado de São Paulo. Tendo em vista essa situação, considere as seguintes afirmações, assinalando a correta.
C Mesmo não integrando diretamente a relação, em caso de dano, cabe ao Poder Público atuar para minimizá-lo ou cessá-lo,
solidariamente aos causadores, logo que tome conhecimento do evento. (FALSO)
MPE/ES – Promotor de Justiça (2018)
V. Caso o Poder Público venha a ter gastos com recolhimento de pneus em seu Município, para dar destinação final
ambientalmente correta, poderá ele pedir ressarcimento dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, uma vez
que esse produto está sujeito à logística reversa. (VERDADEIRO)

Seção II

Da Responsabilidade Compartilhada

Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma
individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos
previstos nesta Seção.
Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo:
I - compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os
de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis;
II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias
produtivas;
III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais;
IV - incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;
V - estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e
recicláveis;
VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade;
VII - incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer a
responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm
responsabilidade que abrange:
I - investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos:
a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação ambientalmente
adequada;
b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;
II - divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus respectivos
produtos;
III - recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final
ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do art. 33;
IV - compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o Município, participar das ações previstas no
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.

Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.
§ 1o Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens sejam:
I - restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do conteúdo e à comercialização do produto;
II - projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável e compatível com as exigências aplicáveis ao produto
que contêm;
III - recicladas, se a reutilização não for possível.
§ 2o O regulamento disporá sobre os casos em que, por razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável a aplicação do
disposto no caput.
§ 3o É responsável pelo atendimento do disposto neste artigo todo aquele que:
I - manufatura embalagens ou fornece materiais para a fabricação de embalagens;
II - coloca em circulação embalagens, materiais para a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em qualquer fase da
cadeia de comércio.

Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes de: (Regulamento)
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso,
observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

TJ/SP – Juiz de Direito (2015) – VUNESP


B a lei instituiu a obrigação de estruturar e implementar sistemas de logística reversa dividindo a responsabilidade entre os
fabricantes e os comerciantes de produtos como pilhas e baterias, agrotóxicos, pneus, equipamentos e componentes
eletrônicos e lâmpadas, entre outros. (FALSO)

§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o
setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas,
metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à
saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
§ 2o A definição dos produtos e embalagens a que se refere o § 1o considerará a viabilidade técnica e econômica da logística
reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
§ 3o Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do
SNVS, ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, cabe aos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e
embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o § 1o tomar todas as medidas necessárias para assegurar a
implementação e operacionalização do sistema de logística reversa sob seu encargo, consoante o estabelecido neste artigo,
podendo, entre outras medidas:
I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, nos
casos de que trata o § 1o.

PGM/João Pessoa – Procurador do Município (2018) – CESPE


Uma empresa estrangeira pretende instalar uma indústria que fabricará pilhas e baterias na região industrial de João Pessoa.
Considerando-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é correto afirmar que, na avaliação dos custos do empreendimento, a
obrigação de estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor,
A não se aplica ao segmento de operação dessa empresa estrangeira.
B aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira, mas os custos somente serão exigidos após dez anos do início
da atividade da indústria.
C aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira, mas os custos somente serão exigidos após serem firmados
acordos setoriais e termos de compromisso entre o poder público e o setor empresarial do ramo explorado.
D aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira e ensejará novos custos, como o dever de disponibilizar postos
de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis. (VERDADEIRO)
E não se aplica a essa empresa por ser ela estrangeira, sendo os novos custos suportados somente por empreendimentos
nacionais.

§ 4o Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das
embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa, na forma
do § 1o.
§ 5o Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e
embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos §§ 3o e 4o.
§ 6o Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou
devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão
competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
§ 7o Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de
compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do
poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.

TJ/SP – Juiz de Direito (2015) – VUNESP


A o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pode, mediante termo de compromisso
firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade destes nos sistemas de logística reversa,
vedada a cobrança por essas atividades. (FALSO)

§ 8o Com exceção dos consumidores, todos os participantes dos sistemas de logística reversa manterão atualizadas e disponíveis
ao órgão municipal competente e a outras autoridades informações completas sobre a realização das ações sob sua
responsabilidade.

Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no § 1o do art. 33 podem ter
abrangência nacional, regional, estadual ou municipal.
§ 1o Os acordos setoriais e termos de compromisso firmados em âmbito nacional têm prevalência sobre os firmados em âmbito
regional ou estadual, e estes sobre os firmados em âmbito municipal. (Vide Decreto nº 9.177, de 2017)
§ 2o Na aplicação de regras concorrentes consoante o § 1o, os acordos firmados com menor abrangência geográfica podem
ampliar, mas não abrandar, as medidas de proteção ambiental constantes nos acordos setoriais e termos de compromisso
firmados com maior abrangência geográfica. (Vide Decreto nº 9.177, de 2017)
Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e na
aplicação do art. 33, os consumidores são obrigados a:
I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados;
II - disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir incentivos econômicos aos consumidores que participam do sistema de
coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal.

Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos:
I - adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos;
II - estabelecer sistema de coleta seletiva;
III - articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos
reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
IV - realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do § 7 o do art. 33, mediante a devida
remuneração pelo setor empresarial;
V - implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de
utilização do composto produzido;
VI - dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos.
§ 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação.
§ 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho
de 1993.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, é facultado ao titular dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos estabelecer sistema de coleta seletiva, sendo obrigatória, no entanto, a
disposição final ambientalmente adequada dos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos. (FALSO)

CAPÍTULO IV

DOS RESÍDUOS PERIGOSOS

Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos somente
podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica
e econômica, além de condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos.

Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se
cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.
§ 1o O cadastro previsto no caput será coordenado pelo órgão federal competente do Sisnama e implantado de forma conjunta
pelas autoridades federais, estaduais e municipais.
§ 2o Para o cadastramento, as pessoas jurídicas referidas no caput necessitam contar com responsável técnico pelo
gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio quadro de funcionários ou contratado, devidamente habilitado, cujos dados
serão mantidos atualizados no cadastro.
§ 3o O cadastro a que se refere o caput é parte integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras
ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e do Sistema de Informações previsto no art. 12.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


Uma empresa privada, localizada no Estado de São Paulo, contratou outra empresa privada especializada para o transporte e a
destinação adequada de resíduos sólidos tóxicos, decorrentes de processos produtivos da atividade industrial da primeira, que
apresentavam significativo risco ao meio ambiente e assim foram qualificados em norma técnica. O transporte ocorreria dentro
do Estado de São Paulo. Tendo em vista essa situação, considere as seguintes afirmações, assinalando a correta.
D A inscrição do transportador do resíduo no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos é obrigatória, dispensada
a inscrição do gerador. (FALSO)
PGM/Registro – Procurador do Alumínio (2016) – VUNESP
E As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar
no Cadastro Municipal de Operadores de Resíduos Perigosos. (FALSO)

Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos perigosos e
submetê-lo ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, observado o conteúdo mínimo estabelecido no art. 21 e
demais exigências previstas em regulamento ou em normas técnicas.
§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos perigosos a que se refere o caput poderá estar inserido no plano de gerenciamento de
resíduos a que se refere o art. 20.
§ 2o Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38:
I - manter registro atualizado e facilmente acessível de todos os procedimentos relacionados à implementação e à
operacionalização do plano previsto no caput;
II - informar anualmente ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a destinação
temporária ou final dos resíduos sob sua responsabilidade;
III - adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a periculosidade dos resíduos sob sua responsabilidade, bem como a
aperfeiçoar seu gerenciamento;
IV - informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a ocorrência de acidentes ou outros sinistros relacionados aos
resíduos perigosos.
§ 3o Sempre que solicitado pelos órgãos competentes do Sisnama e do SNVS, será assegurado acesso para inspeção das
instalações e dos procedimentos relacionados à implementação e à operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos
perigosos.
§ 4o No caso de controle a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o conteúdo, a
implementação e a operacionalização do plano previsto no caput serão repassadas ao poder público municipal, na forma do
regulamento.

Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador
do Sisnama pode exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou à saúde
pública, observadas as regras sobre cobertura e os limites máximos de contratação fixados em regulamento.
Parágrafo único. O disposto no caput considerará o porte da empresa, conforme regulamento.

PGE/SP – Procurador do Estado (2018) – VUNESP


Uma empresa privada, localizada no Estado de São Paulo, contratou outra empresa privada especializada para o transporte e a
destinação adequada de resíduos sólidos tóxicos, decorrentes de processos produtivos da atividade industrial da primeira, que
apresentavam significativo risco ao meio ambiente e assim foram qualificados em norma técnica. O transporte ocorreria dentro
do Estado de São Paulo. Tendo em vista essa situação, considere as seguintes afirmações, assinalando a correta.
E Considerando a natureza do resíduo sólido, o órgão licenciador pode exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil
por danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública para as empresas que operem com estes resíduos, observadas as
regras sobre cobertura e os limites máximos de contratação fixados em regulamento. (VERDADEIRO)

Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas governamentais, o Governo Federal deve estruturar e manter instrumentos
e atividades voltados para promover a descontaminação de áreas órfãs.
Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio órfão realizada com recursos do Governo Federal ou de outro ente da
Federação, forem identificados os responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o valor empregado ao poder
público.

CAPÍTULO V

DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

Art. 42. O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, às
iniciativas de:
I - prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo;
II - desenvolvimento de produtos com menores impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo de vida;
III - implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;
IV - desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do inciso I do caput do
art. 11, regional;
V - estruturação de sistemas de coleta seletiva e de logística reversa;
VI - descontaminação de áreas contaminadas, incluindo as áreas órfãs;
VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos;
VIII - desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao
reaproveitamento dos resíduos.

MPE/BA – Promotor de Justiça (2018)


O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, as iniciativas de
implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas físicas de baixa renda. (VERDADEIRO)

Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos creditícios destinados a atender diretrizes desta Lei, as instituições oficiais de
crédito podem estabelecer critérios diferenciados de acesso dos beneficiários aos créditos do Sistema Financeiro Nacional para
investimentos produtivos.

Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas competências, poderão instituir normas com o
objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações da Lei Complementar no 101, de 4 de
maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:
I - indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território
nacional;
II - projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;
III - empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas.
Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização
e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo
Governo Federal.

Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítulo será efetivado em consonância com a Lei Complementar nº 101, de 2000 (Lei
de Responsabilidade Fiscal), bem como com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, as metas e as prioridades
fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e no limite das disponibilidades propiciadas pelas leis orçamentárias anuais.

CAPÍTULO VI

DAS PROIBIÇÕES

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade;
IV - outras formas vedadas pelo poder público.
§ 1o Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde que autorizada e
acompanhada pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.

TJ/SP – Juiz de Direito (2015) – VUNESP


C a Lei de Resíduos Sólidos permite a incineração de resíduos sólidos desde que realizada com emprego de equipamentos
devidamente licenciados pela autoridade ambiental competente. (VERDADEIRO)

§ 2o Assegurada a devida impermeabilização, as bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de mineração,


devidamente licenciadas pelo órgão competente do Sisnama, não são consideradas corpos hídricos para efeitos do disposto no
inciso I do caput.

Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades:
I - utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;
II - catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;
III - criação de animais domésticos;
IV - fixação de habitações temporárias ou permanentes;
V - outras atividades vedadas pelo poder público.

PGM/Registro – Procurador do Município (2016) – VUNESP


A É permitido, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, a criação de animais domésticos. (FALSO)

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características
causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso,
reutilização ou recuperação.

TÍTULO IV

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § 3o do art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta Lei, das cooperativas ou
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão
das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às
sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.

Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e no § 2o do art. 39 desta Lei é considerada obrigação de relevante
interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei nº 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas
esferas penal e administrativa.

Art. 53. O § 1o do art. 56 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 56. .................................................................................
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de
segurança;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma
diversa da estabelecida em lei ou regulamento.
.............................................................................................” (NR)

Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, observado o disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser implantada
em até 4 (quatro) anos após a data de publicação desta Lei.
MPE/ES – Promotor de Justiça (2018)
IV. Segundo a Lei Federal n. 12.305/2010, o prazo para fim dos lixões – assim entendidos aqueles locais de disposição
inadequada de resíduos sólidos urbanos, sem licença, tratamento e lançados in natura a céu aberto – era de quatro anos,
havendo sido vencido em 2014. (FALSO)

Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois) anos após a data de publicação desta Lei.

Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de que tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 será implementada
progressivamente segundo cronograma estabelecido em regulamento.

Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de agosto de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Rafael Thomaz Favetti
Guido Mantega
José Gomes Temporão
Miguel Jorge
Izabella Mônica Vieira Teixeira
João Reis Santana Filho
Marcio Fortes de Almeida
Alexandre Rocha Santos Padilha

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.8.2010

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