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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | PGE PERNAMBUCO

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DIREITO AMBIENTAL
Por Eduardo Leite

PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL

Princípios mais cobrados em provas1


É o modelo que procura coadunar os aspectos ambiental,
Princípio do desenvolvimento econômico e social, buscando um ponto de equilíbrio entre a
sustentável utilização dos recursos naturais, o crescimento econômico e a
equidade social.
Estabelece a proteção ao meio ambiente como Direito Humano
Princípio do Direito Humano
Fundamental indispensável à manutenção da dignidade
Fundamental
humana, vida, e progresso da sociedade.
Assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na
Princípio da Participação
elaboração das políticas públicas ambientais
É aplicado nos casos em que os impactos ambientais já são
Princípio da Prevenção
conhecidos. Trabalha com a certeza da ocorrência do dano.
Diz respeito à ausência de certezas científicas. É aplicado nos
casos em que o conhecimento científico não pode oferecer
respostas conclusivas sobre a inocuidade de determinados
procedimentos.
Princípio da Precaução Neste, há risco incerto ou duvidoso.
Segundo o STF é possível controlar políticas públicas com base
no princípio da precaução, mas como existe um quadro de
incerteza científica devem, em regra, serem privilegiadas as
escolhas discricionárias do Estado.
Deve o poluidor responder pelos custos sociais da poluição
causada por sua atividade impactante, devendo-se agregar
esse valor ao custo produtivo da sua atividade, para evitar que
se privatizem o lucro e se socializem os prejuízos.
Princípio do poluidor-pagador
Possui viés preventivo e repressivo, ao mesmo tempo em que
promove o ressarcimento do dano ambiental, também visa
evitá-lo.
É necessário que haja poluição para a sua incidência!

1
Lembre-se que como a disciplina é recente não existe consenso doutrinário sobre quais são os princípios.
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Obs.: não significa autorização para poluir, se pagar.


Estabelece que todos aqueles que se utilizarem de recursos
Princípio do usuário-pagador naturais devem pagar por sua utilização, mesmo que não haja
poluição ou qualquer ilicitude.
Assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na
elaboração das políticas públicas ambientais, de modo que
Princípio da participação ou
devem ser assegurados os mecanismos judiciais, legislativos e
da Gestão comunitária
administrativos que efetivam o princípio. Dessa forma, a
população deve ser inserida em questões ambientais.

Fundamentos possíveis para a proteção ambiental


Antropocentrismo Antropocentrismo protecionista ou Ecocentrismo
alargado
A natureza é A natureza é um bem coletivo que A natureza pertence a todos os
considerada apenas deve ser preservado, já que é seres vivos, merecendo proteção
como fonte de recursos necessário ao homem, existe um por si só.
naturais que serve ao equilíbrio entre a proteção e É o modelo adotado em países
homem atividades humanas. como o Equador, onde a natureza
Foi adotado no Art. 225 da é considerada sujeito de direitos.
Constituição.

Meio Ambiente na CF/88


Segundo o STF, o direito ao meio ambiente equilibrado é um direito fundamental de terceira
geração, com titularidade transindividual.
O meio ambiente é previsto como “bem de uso comum do povo”. Atenção, pois o conceito não se
confunde com o de bem público de uso comum do povo presente no CC.
O caput do Art. 225 implica na solidariedade intergeracional e intrageracional: o meio ambiente
pertence a todos (intrageracional) e deve ser preservado para as presentes e futuras gerações
(intergeracional).
Espaços territoriais especialmente protegidos podem ser instituídos inclusive por atos
administrativos, mas sua supressão ou modificação só pode ocorrer através de lei em sentido
formal.
Estudo prévio de impacto ambiental é obrigatório no caso de atividades consideradas efetiva ou
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente. É inconstitucional
norma que dispensa sua realização quando presente a hipótese (ADI 1.086).
São vedadas práticas que submetam animais à crueldade. O STF já entendeu inconstitucional a
realização de rinhas de galo e farra do boi. A EC 96/2017 previu que não se enquadram como
práticas cruéis as que utilizem animais como forma de manifestação cultural, devendo ser
regulamentadas por leis específicas que garantam o bem-estar dos animais.
A localização de usinas nucleares deve ser prevista em lei federal.
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São patrimônios nacionais a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal e Zona
Costeira. A CF/88 enfatizou a importância de tais biomas, não transformou tais áreas em bens
públicos (RE 134.297) e sua menção não significa atração da competência da Justiça Federal ou
interesse automático da União nas demandas (RE 300.244 e CC 99.294).
A CF/88 consagra a tríplice responsabilidade por danos ambientais, administrativa, cível e penal,
das pessoas físicas e jurídicas.
A teoria da dupla imputação que era aplicada pelo STJ, que entendia só ser possível a persecução
penal da pessoa jurídica quando uma pessoa física também fosse denunciada, foi superada pelo
STF. Não existe necessidade de persecução penal concomitante.
Mesmo sendo possível ação penal contra a pessoa jurídica, não se admite o uso de HC, já que o
remédio constitucional tutela a liberdade de locomoção.

Espécies de meio ambiente


Meio Ambiente Conceito clássico, que engloba ar, água, solo, etc. Previsto na PNMA como “o
Natural (Físico) conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. O
conceito legal é amplo, mas não o suficiente para o presente na CF/88.
Meio Ambiente Integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e
Cultural turístico.
Meio Ambiente Integrado pelas edificações e equipamentos públicos.
Artificial
Meio Ambiente Integra a proteção do homem em seu local de trabalho, com observância das
do Trabalho normas de segurança. Abrange saúde, prevenção de acidentes, dignidade, etc.

COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS NA CF/88

Competências Legislativas
Art. 22. Compete Art. 24. Compete à União, aos Estados e Art. 30. Compete aos
privativamente à União ao Distrito Federal legislar Municípios:
legislar sobre: concorrentemente sobre:
IV - águas, energia, VI - florestas, caça, pesca, fauna, I - legislar sobre assuntos
informática, conservação da natureza, defesa do solo e de interesse local;
telecomunicações e dos recursos naturais, proteção do meio II - suplementar a
radiodifusão; ambiente e controle da poluição; legislação federal e a
XII - jazidas, minas, outros VII - proteção ao patrimônio histórico, estadual no que couber;
recursos minerais e cultural, artístico, turístico e paisagístico;
metalurgia; VIII - responsabilidade por dano ao meio
XXVI - atividades nucleares ambiente, ao consumidor, a bens e
de qualquer natureza; direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
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Segundo o STF, os Estados e Municípios podem legislar sobre o meio ambiente, desde que
maneira harmônica com a norma federal sobre o tema.
No caso amianto (ADI 3937), onde havia conflito aparente entre a legislação federal que o
permitia e a estadual que o vedava, não houve alteração desse entendimento.
O conflito legislativo aparente não existia, já que a legislação federal foi considerada
inconstitucional, tornando-se inválida. Sendo a legislação federal sem validade, os Estados possuem
competência legislativa plena (Art. 24, §3º da CF/88), o que legitima a proibição.

#DEOLHONAJURIS: O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com
a União e o Estado-membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja
harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e
II, da CF/88). O STF julgou inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego
de fogo para fins de limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive para o preparo do
plantio e para a colheita de cana-de-açúcar e de outras culturas. (Info 776).
#DEOLHONAJURIS: É possível que o Estado-membro, por meio de decreto e portaria, determine que
os usuários dos serviços de água tenham em suas casas, obrigatoriamente, uma conexão com a rede
pública de água. O decreto e a portaria estaduais também poderão proibir o abastecimento de água
para as casas por meio de poço artesiano, ressalvada a hipótese de inexistência de rede pública de
saneamento básico. STJ (Info 524).
#DEOLHONAJURIS: Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de
resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela
ao meio ambiente, sendo essa matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII,
da CF/88. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).
#DEOLHONAJURIS: É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a
aplicação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de
padrões considerados aceitáveis. O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente
e controle da poluição, quando se tratar de interesse local. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig.
Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870).

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – GRUPOS E CATEGORIAS

Obedecem ao comando do art. 225, §1º, inciso III da CF:


Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de LEI,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção.

02 GRUPOS (Art. PROTEÇÃO INTEGRAL Preservar a natureza + Uso indireto


7º) USO SUSTENTÁVEL Conservação da natureza + Uso sustentável
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05 CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL (Art. 8º)


I – Estação Ecológica (EE)
II – Reserva Biológica (RB)
III – Parque Nacional (PARNA)
IV – Monumento Natural (MONA)
V – Refúgio da Vida Silvestre (RVS)
07 CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL (Art. 14)
I – Área de Proteção Ambiental (APA)
II – Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE)
III – Floresta Nacional (FLONA)
IV – Reserva Extrativista (RESEX)
V – Reserva de Fauna (REFAU)
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
VII – Reserva Particular do Patrimônio Sustentável (RPPN)

DOMÍNIO E POSSE
PRIVADO PÚBLICO OU PRIVADO PÚBLICO
Monumento Natural (MONA) Estação Ecológica (EE)
Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Reserva Biológica (RB)
Reserva Área de Proteção Ambiental (APA) Parque Nacional (PARNA)
Particular do
Floresta Nacional (FLONA)
Patrimônio
Reserva Extrativista (RESEX)
Sustentável Área de Relevante Interesse Ecológico
(RPPN) Reserva de Fauna (REFAU)
(ARIE)
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável (RDS)

#NÃOCONFUNDIR:
Todas as “reservas”, com exceção da RPPN, são de domínio público.
Todas as “áreas” podem ser de domínio público ou privado.

 Unidades de proteção integral: admite-se o uso indireto dos bens ambientais.


a) Estação ecológica – é a UC que se destina a preservação da natureza e a realização de pesquisas
científicas, sendo de propriedade pública, sendo proibida a visitação pública, exceto para fins
educativos.
b) Reserva biológica – é a UC que tem como objetivo a preservação integral da biota e demais
atributos naturais existentes, sem a interferência humana direta, sendo de propriedade pública,
proibida a visitação pública, exceto para fins educativos. Poderá haver pesquisa científica se
autorizada.
c) Parque nacional – é a UC de propriedade pública que tem o fito de preservar ecossistemas
naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, podendo haver pesquisas se autorizadas e
turismo ecológico.
d) Monumento natural – é a UC que busca preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande
beleza cênica, admitida a visitação pública, podendo a área ser pública ou particular, se compatível.
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e) Refúgio da vida silvestre – é a UC que tenta preservar ambientes naturais típicos de reprodução
de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória, podendo ser
constituído por áreas públicas ou particulares, admitida a visitação pública.

 Unidades de uso sustentável: admite-se o uso direto da natureza, desde que de forma
sustentável.
a) Área de proteção ambiental – é a UC que pode ser formada por áreas públicas ou particulares,
em geral extensas, com certo grau de ocupação humana, com atributos bióticos, abióticos ou
mesmo culturais, visando promover a diversidade e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos.
b) Área de relevante interesse ecológico – é a UC que pode ser formada por áreas públicas ou
particulares, em geral de pouca extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com
características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, visando
manter a manter ecossistemas naturais de importância regional ou local.
c) Floresta nacional – é a UC de propriedade pública, composta por uma área coberta de vegetação
predominantemente nativa, com o objetivo de manter o uso sustentável dos recursos e desenvolver
a pesquisa científica, sendo permitida a ocupação por populações tradicionais.
d) Reserva Extrativista – é a UC de propriedade pública utilizada pelas populações extrativistas
tradicionais como condição de sobrevivência, que têm o uso concedido pelo Poder Público, podendo
haver agricultura e criação de animais de pequeno porte, sendo permitida a visitação pública e a
pesquisa.
e) Reserva da fauna – é a UC de propriedade pública, composta por área natural com animais nativos,
adequada ao estudo científico, ligada ao manejo dos recursos faunísticos, permitida a visitação
pública e proibida a caça.
f) Reserva de desenvolvimento sustentável – é a UC de propriedade pública composta por área
natural e que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
exploração transmitidos por gerações, protegendo a natureza, permitida a visitação pública e a
pesquisa.
g) Reserva particular do patrimônio natural – é a UC de propriedade privada, gravada com
perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, apenas sendo permitida a
pesquisa e a visitação. Apesar de ser formalmente considerada como de USO SUSTENTÁVEL, na
prática, tem o regime jurídico de proteção integral, visto que o inciso III, do §2º, do artigo 21, que
previa o extrativismo na área foi vetado pelo Chefe do Executivo.

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
A compensação ambiental é instrumento previsto no art. 36 da Lei 9.985/00. Obriga o
empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de Unidades de Conservação do Grupo de
Proteção Integral nos casos de empreendimento que causem significativo impacto ambiental com
fundamento no EIA/RIMA.
#DEOLHONAJURIS: O STF na ADI 3.378-6 entendeu que a compensação ambiental é constitucional,
ela não ofende o princípio da legalidade e também não há violação ao princípio da separação dos
Poderes. Contudo, à luz do princípio da proporcionalidade, o STF entendeu inconstitucional a
fixação de percentual mínimo para reparação. O valor da compensação-compartilhamento é de ser
fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório
e a ampla defesa.
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POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (LEI 6.938/81) E ESTRUTURA DO SISNAMA

ESTRUTURA DO SISNAMA
Órgão Superior Conselho de Governo
Órgão Consultivo e CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
Deliberativo
Órgão Central MMA – Ministério do Meio Ambiente
Órgãos Executores IBAMA e ICMBio
Órgãos Seccionais Órgãos e entidades ESTADUAIS
Órgãos Locais Órgãos e entidades MUNICIPAIS

#ATENÇÃO: No texto da Lei 6.938/81 consta como órgão central a “Secretaria de Meio Ambiente”.
Contudo, em 1992, esta secretaria foi transformada em Ministério do Meio Ambiente.
Consequentemente, o presidente do CONAMA que era o Secretário passou a ser o Ministro.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

LICENCIAMENTO LICENÇA
Procedimento administrativo Ato administrativo

Apenas um ente político (U, E, DF ou M) expede a licença. Não há possibilidade de mais de um ente
expedir licença para o mesmo empreendimento.
- Concedida na fase preliminar;
LICENÇA PRÉVIA - Aprova a localização do empreendimento;
- Atesta a viabilidade ambiental.
LICENCIAMENTO
LICENÇA DE - Autoriza a instalação do empreendimento.
ORDINÁRIO
INSTALAÇÃO
- Autoriza a operação ou funcionamento do
LICENÇA DE OPERAÇÃO
empreendimento.

PRAZO MÍNIMO  aquele previsto no cronograma.


LICENÇA PRÉVIA
PRAZO MÁXIMO  05 anos
PRAZOS DE LICENÇA DE PRAZO MÍNIMO  aquele previsto no cronograma
VALIDADE INSTALAÇÃO PRAZO MÁXIMO  06 anos
PRAZO MÍNIMO  04 anos
LICENÇA DE OPERAÇÃO
PRAZO MÁXIMO  10 anos

RENOVAÇÃO DO O pedido de renovação deve ser feito com antecedência MÍNIMA de 120 dias.
LICENCIAMENTO
(LC 140/2011 e O prazo de validade ficará AUTOMATICAMENTE renovado até manifestação
Res. CONAMA definitiva do órgão ambiental competente.
237/97)
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Obs.: Licença Simplificada: existe também a possibilidade de, em situações específicas, ser
viabilizado procedimento de licenciamento ambiental simplificado, como no caso do licenciamento
de atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental (§1° do artigo 12
da Resolução CONAMA 237/97), desde que haja aprovação pelo respectivo Conselho de Meio
Ambiente.
Destaca-se também que as ações de licenciamento são de competência exclusiva dos órgãos
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Inclusive, a competência específica para o
licenciamento ambiental deve recair, no caso concreto, apenas a um ente federado competente,
tendo em vista não haver possibilidade de licenciamento ambiental simultâneo (#IMPORTANTE).

#FISCALIZAÇÃO
A LC 140 aponta que o poder de polícia administrativo deve ser exercido pelo órgão
responsável pelo licenciamento.
 Contudo, a norma prevista na Lei Complementar 140/2011 não impede o exercício da
fiscalização pelos demais entes federados, conforme previsão constitucional de
competência comum material para a proteção de meio ambiente.
 Todavia, no caso de atuação simultânea, prevalecerá o auto de infração ambiental lavrado
por aquele órgão que detenha a atribuição de licenciamento.

#ATUAÇÃO SUPLETIVA X SUBSIDIÁRIA


Destaca-se também que o decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença
ambiental, não implica emissão tácita. Nesses casos, instaura-se a competência supletiva dos
demais entes federados.
 Atuação supletiva: um ente se substitui ao ente federativo originariamente detentor das
atribuições, nas hipóteses definidas na Lei Complementar 140;
 Atuação subsidiária: um ente visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das
atribuições. (Dica para lembrar - Subsidiária  Solicitar).

Competência pra o licenciamento ambiental

UNIÃO (Art. 7º, XIV)

Empreendimentos ou atividades localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país


limítrofe
Localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica
exclusiva
Localizados ou desenvolvidos em terras indígenas
Localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados
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De caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder


Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto
na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;
Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e
aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
Que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade ou empreendimento;
Empreendimentos localizados dentro de UCs federais, salvo APAs.

ESTADO (Art. 8º, XIV e XV)

Empreendimentos não previstos na competência da União ou dos Municípios.


Empreendimentos localizados dentro de UCs estaduais, salvo APAs.

MUNICÍPIO (Art. 9º, XIV)

Empreendimentos com impacto local, conforme definido pelo Conselho Estadual do Meio
Ambiente.
Empreendimentos localizados dentro de UCs municipais, salvo APAs.

#TAXA DE LICENCIAMENTO X TCFA #IMPORTANTE


- A LC 140 denomina taxa de licenciamento o valor devido pelo empreendedor ao órgão ambiental
competente. Contudo, a taxa de licenciamento não se confunde com a Taxa de Controle e
Fiscalização Ambiental (TCFA).
 Ao passo em que os valores da taxa de licenciamento referem-se ao procedimento de
licenciamento ambiental, a TCFA é cobrada de empreendimentos já licenciados e em
atividade, tendo por fato gerador o exercício de poder de polícia, vislumbrado através
do controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de
recursos naturais.

Taxa de Refere-se ao procedimento licenciatório, que culmina na


licenciamento expedição da licença ambiental.
Tem como fato gerador o exercício do poder de polícia sobre os
TCFA
empreendimentos já licenciados e em atividade.
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CÓDIGO FLORESTAL – LEI 12.651/12 – ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVAS


LEGAIS

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) – LEI 9.985/00


ESPAÇOS TERRITORIAIS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) – CÓDIGO
ESPECIALMENTE PROTEGIDOS FLORESTAL
(ETEP) RESERVA LEGAL (RL) – CÓDIGO FLORESTAL
OUTROS: QUILOMBOS, TERRAS INDÍGENAS.

Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas;
Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos
termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover
a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa;

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE RESERVA LEGAL


ZONA RURAL
ZONA URBANA ZONA RURAL
PODE SER EM ÁREA PÚBLICA OU PRIVADA

Área de florestas 80% de RLF


AMAZÔNIA LEGAL Área de cerrado 35% de RLF
Campos gerais 20% de RLF

DEMAIS REGIÕES 20% de RLF

A obrigação de reparação a degradação ambiental é “propter rem”, isto é, adere ao título de domínio
ou posse independente do fato de ter sido ou não o proprietário o autor da degradação.
Art. 7º, §2º. A obrigação prevista no §1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

O STJ entende que a pretensão para a reparação ambiental é imprescritível (REsp 1.120.117).

#DEOLHONAJURIS: Para que a sentença declaratória de usucapião de imóvel rural sem matrícula
seja registrada no Cartório de Registro de Imóveis, é necessário o prévio registro da reserva legal no
Cadastro Ambiental Rural (CAR).. STJ (Info 561).
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- Intervenção ou supressão de vegetação nativa em área de preservação permanente:


A INTERVENÇÃO OU A SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA EM APP SOMENTE
OCORRERÁ NAS HIPÓTESES PREVISTAS NO CÓDIGO FLORESTAL DE:
UTILIDADE PÚBLICA
INTERESSE SOCIAL
BAIXO IMPACTO AMBIENTAL
#NÃOCONFUNDIR: Admite-se a exploração da reserva legal mediante manejo
sustentável.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Poluidor é pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
#DEOLHONAJURIS: O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu
aberto, em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a
presença de material orgânico, o acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro,
responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha
sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. STJ
(Info 544).

- Tríplice Responsabilização da Pessoa Física ou Jurídica:


a) Penal
b) Cível
c) Administrativa
Art. 225, § 3º da CF/88. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou JURÍDICAS, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados [cível].
#DEOLHONAJURIS: Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é
possível que a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de
recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação por
dano moral coletivo. STJ (Info 526).

#DEOLHONAJURIS: Determinada empresa de mineração deixou vazar resíduos de lama tóxica


(bauxita), deixando inúmeras famílias desabrigadas e sem seus bens móveis e imóveis. O STJ, ao
julgar a responsabilidade civil decorrente desses danos ambientais, fixou as seguintes teses em sede
de recurso repetitivo: a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do
risco integral b) em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e morais
causados e c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o arbitramento seja
feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico
do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina
e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade
da vida e às peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem
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causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais
experimentados por aquele que fora lesado. STJ. (Info 545).
- Responsabilidade Civil Objetiva:
#DEOLHONAJURIS: A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do
RISCO INTEGRAL. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito, a
força maior, fato de terceiro ou culpa exclusiva da vítima. O valor a ser arbitrado como dano moral
não deverá incluir um caráter punitivo. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos
ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e
administrativo. Assim, não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos
ambientais. STJ, julgado em 26/3/2014 (recurso repetitivo) (Info 538).
As empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicuña no momento de sua explosão, no
Porto de Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos danos alegadamente
suportados por pescadores da região atingida, haja vista a ausência de nexo causal a ligar tais
prejuízos (proibição temporária da pesca) à conduta por elas perpetrada (mera aquisição pretérita
do metanol transportado). Situação concreta: três indústrias químicas adquiriam uma grande
quantidade de “metanol”, substância utilizada como matéria-prima para a produção de alguns
medicamentos. Elas adquiriram o metanol da METHANEX CHILE LIMITED, empresa chilena que ficou
responsável tanto pela contratação quanto pelo pagamento do frete marítimo. O navio contratado
pela empresa chilena para o transporte foi o “BTG Vicuña”, de bandeira do Chile. Ocorre que quando
já estava atracado no porto de Paranaguá/PR, o navio explodiu. Isso provocou uma tragédia
ambiental porque houve o vazamento de milhões de litros de óleo e de metanol. Em razão do
derramamento, a pesca na região ficou temporariamente proibida. STJ. 2ª Seção. REsp 1602106-PR,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/10/2017 (Info 615).
João é pescador artesanal e vive da pesca que realiza no rio Paranapanema, que faz a divisa dos
Estados de São Paulo e Paraná. A empresa "XXX", após vencer a licitação, iniciou a construção de
uma usina hidrelétrica neste rio. Ocorre que, após a construção da usina, houve uma grande redução
na quantidade de alguns peixes existentes no rio, em especial "pintados", "jaú" e "dourados". Vale
ressaltar que estes peixes eram os mais procurados pela população e os que davam maior renda aos
pescadores do local. Diante deste fato, João ajuizou ação de indenização por danos morais e
materiais contra a empresa (concessionária de serviço público) sustentando que a construção da
usina lhe causou negativo impacto econômico e sofrimento moral, já que ele não mais poderia
exercer sua profissão de pescador. O pescador terá direito à indenização em decorrência deste fato?
Danos materiais: SIM. Danos morais: NÃO. STJ. 4ª Turma. REsp 1371834-PR, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 5/11/2015 (Info 574)
- Responsabilidade Administrativa:
#DEOLHONAJURIS: Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa
sem a necessidade de prévia imposição da pena de advertência (art. 72 da Lei 9.605/98). STJ. (Info
561).
A responsabilidade administrativa ambiental, como regra, apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo
ou culpa para sua configuração. STJ. 2ª Turma. REsp 1640243/SC, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 07/03/2017.

#DEOLHONAJURIS: Pode ser deferida usucapião especial urbana ainda que a área do imóvel seja
inferior ao módulo mínimo dos lotes urbanos previsto no plano diretor.
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | PGE PERNAMBUCO
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Determinada pessoa preencheu os requisitos para obter o direito à usucapião especial urbana,
prevista no art. 183 da CF/88. Ocorre que o juiz negou o pedido alegando que o plano diretor da
cidade proíbe a existência de imóveis urbanos registrados com metragem inferior a 100m2. Em
outras palavras, fixou que o módulo mínimo dos lotes urbanos naquele Município seria de 100m2 e,
como a área ocupada pela pessoa seria menor que isso, ela não poderia registrar o imóvel em seu
nome. A decisão do magistrado está correta? O fato de haver essa limitação na lei municipal impede
que a pessoa tenha direito à usucapião especial urbana?
NÃO. Se forem preenchidos os requisitos do art. 183 da CF/88, a pessoa terá direito à usucapião
especial urbana e o fato de o imóvel em questão não atender ao mínimo dos módulos urbanos
exigidos pela legislação local para a respectiva área (dimensão do lote) não é motivo suficiente para
se negar esse direito, que tem índole constitucional.
Para que seja deferido o direito à usucapião especial urbana basta o preenchimento dos requisitos
exigidos pelo texto constitucional, de modo que não se pode impor obstáculos, de índole
infraconstitucional, para impedir que se aperfeiçoe, em favor de parte interessada, o modo
originário de aquisição de propriedade. STF. Plenário. RE 422349/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 29/4/2015 (repercussão geral) (Info 783).
Fundamentos utilizados por FUX (voto vista);
- A usucapião é matéria de direito civil, de competência da União;
- Prevalece o direito à moradia; Função social da posse/propriedade; Segurança Jurídica.
- A lei municipal que fixa lote mínimo não é inconstitucional. Cumpre com o dever imposto aos
municípios em planejamento da ocupação do solo urbano e na sua fiscalização. Todavia, lei não tem
o condão de restringir o direito constitucional à usucapião especial urbana, permitindo a aquisição
da propriedade em área menor.

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

FUNDAMENTOS
Água é um bem de domínio público: reitera o domínio estatal das águas conforme o previsto na CF,
que reparte entre os Estados e a União. O STJ entende insuscetível de apropriação, podendo o
particular no máximo explorar com autorização (REsp 518.744).
A PNRH foi editada visando assegurar à atual e presentes gerações disponibilidade de água em
padrões adequados, utilização racional e integrada de tais recursos e prevenção e defesa contra
eventos hidrológicos críticos, seja de origem natural ou pelo uso inadequado dos recursos.
Água é um recurso natural limitado com valor econômico: a cobrança busca definir o valor do bem
tem como fundamento máximo racionalizar seu uso e evitar seu desperdício, dando noção ao
usuário do seu real valor, além de obter recursos para financiar os projetos e intervenções.
Consagra o princípio do usuário-pagador.
Os valores arrecadados devem ser utilizados prioritariamente na mesma bacia hidrográfica.
Em situações de escassez o uso prioritário é o consumo humano e dessedentação de animais, isso
pode inclusive motivar a suspensão da outorga do direito de uso.
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Gestão dos recursos deve proporcionar o uso múltiplo das águas: deve servir ao abastecimento
humano, irrigação, atividades industriais, respeitada a vocação da bacia hidrográfica, sendo
integrada com a gestão ambiental e realizada de maneira descentralizada, com a participação do
Estado, usuários e comunidade.
A bacia hidrográfica é considerada a unidade territorial.

OUTORGA DE RECURSOS HÍDRICOS


Não implica em alienação, apenas no direito de uso (Art. 18). No âmbito federal a entidade
competente é a ANA, por meio de autorização, devendo cada Estado fixar seu órgão para tal. Estão
sujeitos a outorga inclusive o lançamento de corpos nas águas.
O limite temporal para tal outorga é de 35 anos, renováveis (Art. 16).
Não depende de outorga o uso de recursos para satisfação de pequenos núcleos populacionais no
meio rural, derivação captação, lançamento e acumulações consideradas insignificantes. Em tal
caso não existe cobrança, só é realizada quando há outorga.
Existem hipóteses de suspensão total ou parcial, por prazo definitivo ou determinado:
a) não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
b) ausência de uso por três anos consecutivos;
c) necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as
decorrentes de condições climáticas adversas;
d) necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
e) necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se
disponha de fontes alternativas;
f) necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.

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