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Situação actual das zonas costeiras em dois contextos: Mundial e Nacional


1.1. Situação actual das zonas costeiras no mundo

Segundo Oliveira (1998, p. 13), estabelece que “A Zona Costeira (área de


interface entre o ar, a terra e o mar) é uma das áreas sob maior estresse ambiental a nível
mundial, estando submetida a forte pressão por intensas e diversificadas formas de uso
do solo”.

Região de contrastes constitui-se num desafio para o exercício de diferentes


estratégias de gestão ambiental. Estima-se que neste século, 80 % das atividades
humanas serão concentradas nesta zona.

Na perspectiva de Oliveira (1998, p. 16), afirma que “Submetida a forte pressão


por intensas e diversificadas formas de uso do solo, a nível mundial, a Zona Costeira
pode ser considerada uma região de contrastes, constituindo-se num campo privilegiado
e mesmo num desafio para o exercício de diferentes estratégias de gestão ambiental”.

“Nessa região, coincidem processos acelerados de intensa urbanização, atividade


portuária e industrial relevantes e exploração turística em larga escala.

Segundo Lemay (1998, p. 67), enfatiza que “Dados do Banco Interamericano de


Desenvolvimento - BID apontam que 60% dos 475 milhões habitantes da América
Latina, vivem em províncias ou estados costeiros, bem como 60 das 77 maiores cidades
são costeiras”.

Na perspectiva de Lemay (1998, p. 69), estabelece que “As riquezas das zonas
costeiras têm sido, desde há séculos, uma fonte fértil, mas sensível de desenvolvimento
econômico. A importância da Zona Costeira tende a aumentar. Estimativas para o séc.
XXI consideram que 80 % das atividades humanas serão concentradas nesta zona”.

“Como forma de assegurar um crescimento equilibrado das atividades


econômicas a comunidade internacional introduziu o conceito de ZEE - Zona
Econômica Exclusiva a partir da Convenção das Nações Unidas Sobre os Direitos do
Mar (UNCLOS III), que tem uma dupla função” (Lemay, 1998):

 Meio de efetuar um melhor aproveitamento do mar para fins de


desenvolvimento econômico;
 Fornecer garantias para a proteção do ambiente marinho; de acordo com
as declarações da ONU sobre proteção dos oceanos.
De acordo com Clark (1996, p. 122), estabelece que “os efeitos do
desenvolvimento descontrolado estão desestabilizando os ecossistemas, mudando a
configuração de uso da terra, tornando as comunidades vulneráveis a tempestades
oceânicas, e criando demandas nos recursos ecológicos mundiais não sustentáveis”.

O crescente impacto arrisca o futuro de ecossistemas marítimos, costeiros e


continentais, bem como, ameaça a sobrevivência das espécies. A faixa de transição
entre a terra e o mar contém alguns dos mais produtivos e valiosos habitats da biosfera.

Na perspectiva de Clark (1996, 125), afirma que “a zona costeira é um setor


estratégico e prioritário a uma diversidade atividades humanas, que vem suportando
grandes modificações e deteriorações através de aterros, dragagens, e da poluição,
causadas pelas indústrias, ocupação humana e agricultura”.

1.2. Situação actual das zonas costeiras nacional

Segundo Canaveira (2013, p. 92), estabelece que A zona costeira é uma área de
extrema importância que compreende as componentes terrestres e marinhas. A zona
costeira moçambicana é um dos bens naturais mais cruciais e valiosos do país”.

Podem ser encontrados nesta área grandes riquezas e diversidade de recursos que
contribuem para uma grande densidade populacional e ao aumento de actividades
económicas.

Canaveira (2013, p. 96), afirma que “Nos últimos tempos esta área tem sido
objecto de diversos projectos de exploração mineira devido a grandes descobertas de
recursos naturais, que podem contribuir para uma alteração do meio ambiente costeiro e
consequências bióticas irrevisíveis”.

“Em Moçambique, depois de um longo debate, a zona costeira acabou sendo


definida, pelo menos por agora, como estando entre o limite das águas territoriais, no
mar, e o limite dos Distritos costeiros, em terra” (Canaveira, 2013).

Esta definição, no que toca à fronteira terrestre, tem a vantagem de permitir que
se trabalhe essencialmente em planeamento costeiro a nível de uma das mais pequenas
unidades administrativas em Moçambique.
Segundo Canaveira (2013, p. 105), enfatiza que “Por outro lado, permite que não
se alarguem demasiado os limites de zona costeira, o que traria dificuldades para as
capacidades existentes nesta altura, o que aconteceria se se tivesse que trabalhar, por
exemplo, com os limites de ecossistemas”.

A zona costeira, em Moçambique tem duas características fundamentais:

 Possui dos ecossistemas mais frágeis sobre a terra;


 É uma zona de constante conflito no uso da terra e dos recursos.

Em Moçambique, como já atrás foi referido, cerca de 42% da população vive


nos Distritos costeiros. Considerando que o crescimento populacional em Moçambique
se dá a uma taxa de 2.3% ao ano, deve ser motivo de preocupação a forma como os
recursos costeiros estão e irão ser utilizados.

Em primeiro lugar, deve ter-se em conta que uma série de Instituições lidam
com diferentes aspectos da zona costeira: o sector do turismo, a administração marítima,
o sector das pescas, as autoridades dos portos e navegação marítima, a marinha de
guerra, o sector das florestas e fauna bravia, o sector das águas, e muitos outros.

Muitas das vezes as responsabilidades sobrepoêm-se: quando um porto tem de


ser construído numa zona de forte desenvolvimento do turismo, ou numa zona de
proteção de florestas. Por outro lado, as comunidades locais são aquelas que vivem na
zona há gerações, dependem dos seus recursos naturais, e perdem muitas vezes os seus
direitos de acesso aos recursos com o desenvolvimento da área.

2. Referência Bibliográfica
1. Caverna, P. e R. (2013). Zonas Costeiras In: “Relatório de Progresso da
Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas Relatório
Integrado. Portugal
2. Fernandes, V. D. (1998). Ecossistemas Costeiros. “Repensando o Mar
para o Século XXI”. Florianópolis.
3. Lemay, M. (1998). Coastal and Marine Management on the Caribbean
and South America Coastal Zone. Banco Inter-Americano de
Desenvolvimento BID. Washington.

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