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541-20
XXXIV
EXAME
DIREITO
AMBIENTAL
OABNAMEDIDA.COM.BR
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SUMÁRIO
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL
1.1. PREVENÇÃO
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1.2. PRECAUÇÃO
1.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.4. POLUIDOR – PAGADOR
1.5. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
1.6. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL
1.7. PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR
2. MEIO AMBIENTE
2.1. MEIO AMBIENTE NATURAL
2.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
2.3. MEIO AMBIENTE CULTURAL
2.4. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
9. MATA ATLÂNTICA
10. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
11. RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL
11.1. RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
11.2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
11.3. RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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Em termos gerais, pode-se afirmar que o direito ambiental objetiva traçar parâmetros de
preservação do meio ambiente em relação à conduta humana, estabelecendo normas para
harmonizar as relações econômicos e sociais com o meio ambiente, garantindo o bem-estar
da população.
Não se pode esperar a ocorrência de um dano ambiental para somente depois o Poder Público
atuar, mesmo porque esses danos são muitas vezes irreversíveis. As ações, portanto, devem ser
direcionadas para inibir a ocorrência do dano e não apenas para repará-lo, como no caso da
elaboração dos estudos ambientais, que o objetivam antecipar os riscos ambientais para preveni-
los TEMA COBRADO NOS EXAMES X e XXXIII DA OAB/FGV.
A aplicação do princípio da prevenção pode ocorrer pela via legislativa, administrativa ou judicial.
A diferença entre ambos, entretanto, é que, enquanto no princípio da prevenção os riscos nocivos já
são cientificamente conhecidos, no princípio da precaução não se há certeza sobre a ocorrência do dano,
mas há elementos científicos suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência.
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Além disso, o princípio da precaução está expressamente previsto na Declaração do Rio de 1992:
PRINCÍPIO 15: “Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça
de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada
como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação
ambiental”.
Nesse aspecto, a própria Constituição Federal de 1988 prevê que a ordem econômica, fundada
na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência
digna, conforme os ditames da justiça social, e deve observar a defesa do meio ambiente, inclusive
mediante tratamento diferenciado, conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação (art. 170, VI).
A lei n. 6.938/81, por sua vez, prevê que a Política Nacional do Meio Ambiente visará à
compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico;
o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que
desenvolverem atividades potencialmente nocivas são obrigados a arcar com o custo necessário
para se evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo a utilização indevida dos recursos
naturais, o poluidor deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter reparatório).
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PRINCÍPIO 16: “As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos
custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo
a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao
interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais”.
O princípio do usuário-pagador, por sua vez, determina que aquele que utilizar recursos
naturais com fins econômicos deve pagar ao Estado pela sua utilização, tendo em vista que o
recurso natural não pertence ao particular e sim à coletividade.
O princípio do usuário-pagador possui previsão na parte final do inciso VII do art. 4° da Lei
n. 6.938/81, que dispõe: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
O princípio do usuário-pagador exige a contribuição financeira apenas pelo o uso dos recursos
naturais, enquanto que o princípio do poluidor-pagador preceitua a necessidade de investimento
pelo desenvolvimento de atividade potencialmente nociva ou pagamento de multa para recompor
o dano já concretizado. Ressalta-se ainda que a responsabilidade do poluidor pagador é objetiva,
isto é, independentemente da existência de culpa (§ 1º do art. 14 da Lei n. 6.938/81).
O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da solidariedade ao dispor que todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
De acordo com o princípio do protetor-recebedor, que possui previsão expressa no art. 6º, II, da
Lei n. 12.305/10, aquele que proteger o meio ambiente poderá receber uma vantagem econômica
em virtude de sua conduta, como forma inclusive de se estimular a preservação ambiental.
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2. MEIO AMBIENTE
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Conforme disposto no art. 3º da Lei n. 6.938/81, entende-se por meio ambiente “o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”
MEIO AMBIENTE
O meio ambiente natural, também conhecido como patrimônio físico, corresponde à natureza, o
que inclui a atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora.
O principal fundamento de proteção ao meio ambiente natural possui previsão no art. 225
da CF/88, que, em seu caput, dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”, cabendo ao Poder Público garantir a efetividade do meio ambiente equilibrado.
O art. 225 da CF/88 é de extrema importância para a prova da OAB/FGV e, portanto, de leitura
obrigatória, seguindo abaixo a sua literal transcrição.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
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A EC n. 96/2017 acrescentou o § 7º ao art. 225 da CF/88, passando a dispor que não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, como por exemplo a vaquejada, desde que
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
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regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Nesse aspecto, a Lei nº 13.364/2016, alterada recentemente pela Lei nº 13.873/2019,
reconhece o rodeio, a vaquejada e o laço como manifestações culturais nacionais, elevando
essas atividades à condição de bens de natureza imaterial integrantes do patrimônio cultural
brasileiro e estabelecendo condições para a proteção do bem-estar animal.
O meio ambiente artificial diz respeito ao espaço urbano construído, ou seja, o conjunto de
edificações fechadas (espaço urbano fechado) e abertas (espaço urbano aberto), como ruas,
praças, áreas verdes, etc.
O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de tutela do meio ambiente artificial, sendo
o responsável pela política de desenvolvimento urbano, conforme regulamentado pela Lei n.
10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade.
Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer ao estabelecido no plano diretor é que
estará cumprindo com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação
compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais (§ 4º do art. 182).
TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
Sobre a Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), destacamos os pontos que consideramos mais
importantes para a prova da OAB/FGV:
A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, destacando-se as seguintes diretrizes gerais: audiência do Poder
Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos
ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído;
o conforto ou a segurança da população (inciso XIII da CF/88); simplificação da legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos
custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais (inciso XV do art.2º); tratamento
prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunicações, abastecimento
de água e saneamento (inciso XVIII do art. 2º da CF/88).
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Compete à União: I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico; II - legislar sobre
normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação
à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional; III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais,
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de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais
espaços de uso público; IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos
locais de uso público (art. 3º).
Prevê a criação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que será executado de forma a
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida
da população residente na área e suas proximidades. O EIV será obrigatório nas atividades privadas ou
públicas definidas em Lei Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração e a aprovação do
estudo prévio de impacto ambiental (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar à disposição
no órgão competente municipal para a consulta de qualquer interessado (art. 35, 36 e 37).
O art. 216 da CF/88 dispõe que o patrimônio cultural brasileiro é constituído pelos bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos
quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações
científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
O § 1º do art. 216, por sua vez, estabelece que cabe ao Poder Público, com a colaboração
da comunidade, promover e proteger o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários,
registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento
e preservação. Além disso, ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos (§ 1º do art. 216).
Digno de nota, ainda, que o § 6º do art. 216 permite que os Estados e o Distrito Federal vinculem
ao fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
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bens móveis e imóveis sujeitos a um regime especial de proteção, a exemplo das obras, objetos,
documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais,
bem como os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico. Já o patrimônio imaterial é aquele que não é físico, não
possui forma, como as formas de expressão (dança, culinária, música, etc.) e os modos de criar,
fazer e viver.
Outro tema importante para a prova da OAB diz respeito aos instrumentos necessários para
a proteção do meio ambiente cultural, conforme previsto no § 1º do art. 216 da CF/88, a saber:
tombamento, registro, inventário, vigilância, desapropriação e outras formas de acautelamento e
preservação do patrimônio cultural.
TOMBAMENTO
O bem objeto do tombamento não poderá ser destruído, demolido ou deteriorado. Em caso de
necessidade de restauração ou pintura, o proprietário do bem deverá pedir autorização prévia ao
órgão ambiental cultural que tombou o bem.
Digno de nota, ainda, que a competência para instituição do tombamento é comum entre todos
os entes federativos, permitindo-se inclusive o tombamento do mesmo bem por mais de um ente
da Federação.
REGISTRO
bem registrado a documentação por todos os meios técnicos admitidos, cabendo ao IPHAN manter
banco de dados com o material produzido durante a instrução do processo, bem como a sua ampla
divulgação e promoção.
Caiçara, Samba de Roda do Recôncavo Baiano, Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira
e a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty.
INVENTÁRIO
VIGILÂNCIA
A vigilância se refere ao poder de polícia dado aos entes federativos para que possam exercer a
fiscalização permanente dos bens culturais sob sua tutela. O art. 20 do Decreto Lei n. 25/37 dispõe
sobre a vigilância dos bens tombados, estabelecendo que: “As coisas tombadas ficam sujeitas
à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá
inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou
responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dobro em
caso de reincidência”.
DESAPROPRIAÇÃO
O meio ambiente do trabalho é o local onde os trabalhadores prestam suas atividades, sendo
direito de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da CF/88.
O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere expressamente ao meio ambiente de trabalho
ao dispor que cabe ao sistema único de saúde, entre outras atribuições, colaborar na proteção do
meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
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1 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3ª ed. rev.atual. São Paulo: Malheiros,2000, p.20
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Destaca-se, ainda, que, em matéria ambiental, o art. 30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos
Municípios a competência para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, bem
como promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente;
III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional
e internacional;
VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre
Meio Ambiente (Sinima);
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econômica exclusiva;
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor
e natureza da atividade ou empreendimento;
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente;
VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema
Estadual de Informações sobre Meio Ambiente;
VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos Sistemas
Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente;
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º.
Quando se tratar de tema relacionado ao art. 22 da CF/88, cujos incisos trazem assuntos
concernentes ao interesse nacional e estratégico da União, a competência legislativa é privativa
da União (art. 22 da CF/88), ou seja, caberá apenas à União legislar sobre o tema, podendo,
entretanto, por lei complementar federal, delegar a competência aos Estados-membros para
tratarem de questões específicas.
A delegação da competência privativa poderá ser feita apenas aos Estados-Membros, ou seja,
não há delegação de competência privativa aos Municípios.
Por outro lado, quando se tratar de tema previsto no art. 24 da CF/88, a competência
legislativa será concorrente, isto é, competirá à União estabelecer normas gerais sobre o tema,
mas, inexistindo lei federal (norma geral), os Estados e o Distrito Federal poderão exercer a
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competência legislativa plena. Neste caso, se posteriormente a União resolver legislar sobre
norma geral, a norma geral que o Estado (ou DF) havia elaborado terá a sua eficácia suspensa no
que lhe for contrário.
apenas legislar quando houver interesse local (art. 30 da CF/88), ou para complementar normas
gerais, observadas as peculiaridades do Município (posicionamento majoritário no STF).
Os Estados, por sua vez, podem legislar sobre as matérias de competência privativa (art. 22
da CF/88), desde que haja delegação por meio de lei complementar, bem como sobre matérias de
competência concorrente, inclusive sobre normas gerais se a União não houver legislado, e sobre
as matérias que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.
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Além do art. 225 da CF/88 que, conforme mencionado anteriormente, é de leitura obrigatória
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INCENTIVOS FISCAIS
Os Estados Membros podem instituir incentivos fiscais aos municípios que atingirem as metas
ambientais estipuladas em lei estadual, por meio de distribuição de parte do ICMS arrecadado (1/4
do produto dos 25% da arrecadação), o denominado “ICMS verde” ou “ICMS ecológico”, conforme
art. 158, IV e parágrafo único, II, da CF/88 TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
TERRAS INDÍGENAS
Embora as terras indígenas sejam bens da União, a própria Constituição Federal de 1988
assegura às comunidades indígenas a posse permanente das terras que tradicionalmente ocupam,
além do usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes (§ 2º do art.
231 da CF/88).
Além disso, de acordo com o § 3º do art. 231 da CF/88, o aproveitamento dos recursos hídricos,
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas
só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. TEMA
COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV.
TERRAS INDÍGENAS
O Estatuto do Índio, por sua vez, garante aos índios a exploração exclusiva das riquezas do solo,
nas áreas indígenas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garimpagem, faiscação e cata
das áreas referidas (art. 44)
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A PNMA tem como objetivo geral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º).
Do conceito acima transcrito, é possível visualizar que objetivo do PNMA está relacionado
principalmente a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem intervenção humana),
melhorar (aprimorar as condições ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a qualidade
do meio ambiente.
Outro ponto importante da Lei n. 6.938/1981 diz respeito aos conceitos trazidos pelo art. 3º, que
tratam de temas essenciais para o Direito Ambiental.
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A lei n. 6.938/81 estabeleceu diversos instrumentos para a efetivação dos objetivos da Política
Nacional do Meio ambiente (art. 9º), dentre os quais destacamos os mais importantes para a prova
da OAB/FGV:
outros elementos, para a manutenção da qualidade do meio ambiente. Os padrões são estabelecidos
pelas Resoluções do CONAMA.
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A Lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,
que reúne os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo que qualquer interessado
poderá ter acesso a suas informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº 10.650/03
TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
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Já em relação aos órgãos executores do SISNAMA, temos o IBAMA e o Instituto Chico Mendes
(ICMBio).
Importante destacar que os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua
jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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A lista trazida pelo Anexo 1 da Resolução n. 237/97 não é exaustiva, podendo o órgão
licenciador exigir o licenciamento do empreendimento potencialmente poluidor ou capaz de
causar degradação ambiental.
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Ressalta-se que as licenças ambientais são temporárias e não geram direito adquirido.
Nesse sentido, o art. 19 da Resolução nº 237/97 do CONAMA dispõe que o órgão ambiental
competente, mediante decisão motivada, poderá modificar as condicionantes e as medidas de
controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: I - violação
ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; II - omissão ou falsa descrição de
OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL
Destaca-se, ainda, que, conforme mencionado no item sobre competência material ambiental,
todos os entes federativos possuem competência para proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI, da CF88).
Entretanto, para garantir segurança e evitar conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar
n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das esferas administrativas.
Conforme quadro acima, o Distrito Federal conjuga as competências dos estados membros e
dos municípios.
Meio Ambiente, o licenciamento será feito pelo Estado. Se o Estado, por sua vez, também não contar
com órgão ambiental capacitado ou Conselho de Meio Ambiente, o licenciamento será feito pela União.
administrativo ou funcional.
Importante destacar, ainda, que cabe ao órgão responsável pelo licenciamento a fiscalização da
atividade ou do empreendimento licenciado, conforme previsto no art. 17, caput, da LC n. 140/2011:
“Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo
para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade
licenciada ou autorizada”.
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6. ESTUDOS AMBIENTAIS
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Entre os estudos que integram a avaliação de impactos ambientais, o mais importante para a prova
da OAB/FGV é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que possui previsão expressa
no art. 225, § 1º, IV, da CF/88, e representa o documento de avaliação prévia de empreendimento,
obra ou atividade que tenha potencial de causar significativa degradação ambiental, devendo ser
elaborado por equipe técnica multidisciplinar escolhida pelo empreendedor e às suas expensas.
Ao EIA deverá ser dada publicidade TEMA COBRADO NOS EXAMES XVIII E XXXI DA OAB/FGV.
Sobre o Estudo Prévio de Impacto Ambiental é importante destacar as suas principais consequências:
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De acordo com o Estatuto da Cidade (art. 37), a elaboração do estudo de impacto de vizinhança
deverá conter a análise de algumas questões que são consideradas mínimas e essenciais para a
conclusão do estudo, a saber:
I – adensamento populacional;
IV – valorização imobiliária;
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VI – ventilação e iluminação;
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Além disso, conforme já mencionado anteriormente, será dada publicidade aos documentos
integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público
municipal, por qualquer interessado.
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A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, §1º, III, destaca os espaços especialmente
protegidos, dentre os quais se destacam as unidades de conservação, regulamentadas pela Lei n.
9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
De acordo com o art. 2º, I, da Lei n. 9.985/2000, entende-se por unidade de conservação o
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas
de proteção.
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL: De acordo com o art. 36, da Lei 9.985/2000, nos casos de
licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto
ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação
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A Lei nº 13.668/2018 acrescentou o § 4º ao art. 36 Lei 9.985/2000, que passou a dispor que a
obrigação de compensação ambiental poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida
em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável,
especialmente as localizadas na Amazônia Legal.
São espécies de Unidades de Uso Sustentável: 1) Área de proteção ambiental (APA), 2) Área de
Relevante Interessante ecológico, 3) Floresta Nacional, 4) Reserva Extrativista, 5) Reserva de
Fauna, 6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável e 7) Reserva Particular do Patrimônio Natural.
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As Unidades de Conservação podem ser criadas pelo Poder público Federal, Estadual ou
Municipal, por lei ou por decreto, mas dependem da realização prévia de estudos técnicos e de
consulta pública, com exceção da Estação Ecológica e da Reserva Biológica, cuja criação não exige
consulta pública. Decreto ou lei poderão ainda ampliar os limites da Unidade de Conservação ou
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alterá-la para categoria mais restritiva, isto é, modificar uma unidade de uso sustentável para
unidade de proteção integral. Entretanto, para revogar, reduzir os limites territoriais ou alterar
a unidade de conservação para uma categoria mais branda, ou seja, transformar unidade de
proteção integral em unidade de uso sustentável, exige-se obrigatoriamente lei (não se admite
decreto), conforme art. 22 da Lei n. 9.985/2000. TEMA COBRADO NOS EXAMES VI, VII E
XVII DA OAB/FGV.
UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
Área de Reserva de
RESERVA PARQUE
APA Relevante Desenvolvimento
BIOLÓGICA NACIONAL
Interessante Sustentável
ecológico
Reserva Particular
MONUMENTO REFÚGIO DA Floresta do Patrimônio
NATURAL VIDA SILVESTRE Nacional Reserva Natural.
Extrativista
A Lei n. 9.985/2000 exige, ainda, que toda unidade de conservação disponha de um plano de
manejo (art. 27) e de zoneamento (art. 2º, XVI).
Plano de manejo : documento técnico que vai disciplinar a zona de conservação, as normas
sobre uso e o manejo dos recursos naturais, os limites territoriais, a zona de amortecimento
(área do entorno da unidade de conservação, onde se pode instituir limitações administrativas,
estabelecendo restrições para a utilização humana), corredores ecológicos, e todas as demais
questões sobre a unidade de conservação, inclusive sobre o plantio de organismos geneticamente
modificados. O Plano de manejo deve ser elaborado no prazo de até 5 anos após a criação da
unidade de conservação.
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Conforme estudado acima, muitas vezes as áreas particulares que abrangem unidades
de conservação devem ser desapropriadas. No entanto, caso haja restrição do direito de
propriedade do imóvel pela Administração Pública sem a formalização da desapropriação, diz-
se que ocorreu a denominada “desapropriação indireta”, cabendo ao proprietário o ajuizamento
de ação para efetivação da medida com o pagamento da respectiva indenização.
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O Novo Código Florestal, instituído pela lei n. 12.651/12, estabelece como seu objetivo principal
o desenvolvimento sustentável (art. 1º - A, parágrafo único), alterando significativamente o viés do
código anterior, que se preocupava eminentemente com a proteção da natureza.
Para a prova da OAB/FGV, os temas mais importantes dizem respeito às Áreas de Preservação
Permanente e à Reserva Legal.
De acordo com o art. 3º, II, da Lei n. 12.651/12, entende-se por Área de Preservação Permanente
(APP) a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas
ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
Já em relação à Reserva Legal (RL), o art. 3º, III, da Lei n. 12.651/12 estabelece que se trata de
área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12,
com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel
rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação
da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
O Novo Código Florestal, em seu art. 12, estabelece os índices (extensão) da reserva legal, que
variam de acordo com a localização do imóvel rural.
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Área de Floresta - 80% da área ocupada A reserva legal será de 20% da área total
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Registra-se que, com o Novo Código Florestal, todos os imóveis rurais do Brasil devem estar
inscritos no Cadastro Ambiental Rural - CAR, registro público eletrônico de âmbito nacional, com
a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo
base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento. A Área de Reserva Legal deve estar delimitada no Cadastro Ambiental Rural,
alterando o sistema anterior, em que a Área de Reserva Legal vinha delimitada e averbada à
margem da matrícula do imóvel.
O CAR é obrigatório para todos os imóveis rurais do Brasil, não sendo considerado título para
fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse (art. 29, caput e § 2º, da Lei nº
12.651/2012). TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
A definição da localização da reserva legal pelo órgão ambiental deve levar em consideração
os seguintes estudos e critérios: I - o plano de bacia hidrográfica; II - o Zoneamento Ecológico-
Econômico; III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de
Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e V - as áreas de maior
fragilidade ambiental.
Como regra geral, todas as propriedades rurais devem possuir reserva legal. Entretanto, a
própria Lei n. 12.651/12 estabelece algumas exceções, como no caso das áreas adquiridas ou
desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial
de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica,
subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, bem
como nas áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de
capacidade de rodovias e ferrovias e nos empreendimentos de abastecimento público de água e
tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.
Muito importante observar, ainda, que o Código Florestal trata da situação dos proprietários
e possuidores rurais que suprimiram a vegetação natural dos seus imóveis, desrespeitando o
percentual mínimo da reserva legal (passivo de reserva legal). Nesses casos, a lei determina
consequências diferentes de acordo com o tamanho da propriedade e data do passivo. Vejamos:
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A regularização da reserva legal é uma obrigação de natureza real (propter rem), podendo ser
imposta ao proprietário independentemente de quem tenha realizado o desmatamento, além
do que é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel.
Digno de nota também que as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente são
excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), conforme art.
41, II, c, da Lei 12.651/2012.
Cabe destacar, ainda, que o STJ (RESP 1.342.161) entende necessária a averbação
junto à matrícula do imóvel para a isenção tributária nas áreas de reserva legal, mas
a averbação não é necessária para a isenção nas áreas de preservação permanente
TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV.
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A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, § 4º, elencou 5 (cinco) biomas que constituem
patrimônio nacional, a saber: Floresta Amazônica brasileira, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal
Mato-Grossense e Zona Costeira.
É importante registrar que os imóveis localizados nos biomas do patrimônio nacional não são
necessariamente bens da União. A designação “patrimônio nacional” significa a necessidade de
proteção especial a determinados ecossistemas, mas não os qualifica como bens da União, sendo
comum inclusive que particulares sejam proprietários de trechos contidos nesses biomas.
A proteção do Bioma Mata Atlântica foi regulamentada pela Lei n. 11.428/2006 (LBMA), que
tem como objetivo geral garantir o desenvolvimento sustentável e como objetivos específicos
salvaguardar a biodiversidade, a saúde humana, os valores paisagísticos, estéticos e turísticos, o
regime hídrico e a estabilidade social.
A Lei n. 11.428/06 classifica a vegetação da Mata Atlântica em duas áreas principais: vegetação
primária e vegetação secundária.
A vegetação primária á aquela intocada, sem atividades humana, ao passo que a vegetação
secundária é aquela que já foi objeto da intervenção do homem, como no caso do desmatamento,
podendo ser dividida em 3 (três) estágios: a) estágio inicial de regeneração, b) estágio médio de
regeneração e c) estágio avançado de regeneração.
As regras para corte, supressão e exploração da vegetação do Bioma Mata Atlântica variam de
acordo com a área (rural ou urbana) e com estágio de proteção (vegetação primária e secundária),
conforme abaixo demonstrado.
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ÁREA RURAL
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VEGETAÇÃO
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA: SECUNDÁRIA
permite-se o corte/
supressão desde que
observadas as seguintes
regras: a) hipóteses
de utilidade pública
(atividades imprescindíveis
Estágio avançado Estágio médio: quando houver Estágio inicial de
para proteção sanitária
de regeneração: hipóteses de utilidade pública, regeneração: nos
ou segurança nacional,
mesmas regras interesse social (atividades Estados com menos
bem como para obras de
da vegetação imprescindíveis para a de 5% da área
infraestrutura de serviços
primária proteção da vegetação nativa, original de Mata
públicos essenciais de
como prevenção do fogo, Atlântica aplicam-se
transporte, saneamento
erosão, proteção espécies as mesmas regras da
e energia), b) práticas
invasoras, etc., e manejo vegetação secundária
preservacionistas e c)
florestal sustentável, desde de estágio médio de
pesquisas científicas.
que não prejudique a função regeneração. Já nos
ambiental da área), práticas Estados com mais
preservacionistas, pesquisa de 5% área original
cientifica e autorização para o de Mata Atlântica, o
pequeno proprietário, posseiro corte, a supressão
ou populações tradicionais, e a exploração
exceto no caso se áreas de dependerão de
proteção permanente. licenciamento/
autorização do órgão
estadual de proteção.
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ÁREA URBANA
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VEGETAÇÃO
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA:
SECUNDÁRIA
NÃO SE PERMITE O
CORTE, SUPRESSÃO OU A
EXPLORAÇÃO DO BIOMA MATA
ATLÂNTICA NA VEGETAÇÃO
Estágio avançado de Estágio médio de Estágio inicial
PRIMÁRIA LOCALIZADA NA
regeneração: se o perímetro regeneração: se o de regeneração:
ÁREA URBANA
urbano foi aprovado antes da perímetro urbano foi possui uma
vigência da Lei (22/12/2006), aprovado antes da liberdade maior
permite-se o corte, vigência da Lei , permite- de acordo com
supressão e exploração, se a supressão, o corte o decidido pelo
desde que preservado 50% ou a exploração desde órgão ambiental
do Bioma Mata Atlântica. que mantido 30% do competente.
Se o perímetro urbano foi Bioma Mata Atlântica. Se
aprovado depois da vigência o perímetro for aprovado
da Lei, é vedado o corte, posteriormente à vigência
supressão ou exploração do da Lei, permite-se a
Bioma Mata Atlântica. supressão, o corte ou a
exploração desde que
mantido 30% do Bioma
Mata Atlântica.
Com relação à atividade minerária, o art. 33 da lei n. 11.428/2006 permite sua utilização
apenas em vegetação secundária em estágio avançado ou médio de regeneração, observando-se
ainda os seguintes requisitos: I - licenciamento ambiental, condicionado à apresentação de Estudo
Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, pelo empreendedor,
e desde que demonstrada a inexistência de alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto; II - adoção de medida compensatória que inclua a recuperação de área equivalente à
área do empreendimento, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica
e sempre que possível na mesma microbacia.
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As florestas públicas podem estar localizadas em qualquer bioma, inclusive naqueles previstos
no § 4º do art. 225, a saber: Floresta Amazônica brasileira, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal
Mato-Grossense e Zona Costeira.
Gestão direta (art. 5º) – a própria Administração Pública faz a gestão da floresta pública,
sendo-lhe facultado, para execução de atividades subsidiárias, firmar convênios, termos de parceria,
contratos ou instrumentos similares com terceiros, observados os procedimentos licitatórios
e demais exigências legais pertinentes. A duração dos contratos e instrumentos similares fica
limitada a 120 (cento e vinte) meses e, nas licitações para as contratações, além do preço, poderá
ser considerado o critério da melhor técnica previsto no inciso II do caput do art. 26 desta Lei.
O Poder Público pode criar uma floresta nacional, que é considerada uma unidade de
conservação, sendo que, se a própria Administração Pública tiver a gestão da floresta, haverá a
gestão direta. Nesse caso, o Poder Público poderá firmar contratos com terceiros para auxiliar
nas atividades subsidiárias, mas esses contratos devem ter prazo máximo de 120 dias.
Concessão Florestal – trata-se de delegação onerosa, feita pelo Poder Público, do direito
de praticar manejo florestal sustentável em uma floresta pública, para exploração de produtos
(produtos madeireiros e/ou não madeireiros, como sementes, resinas, cascas e raízes) e serviços
florestais (atividades de ecoturismo, recreação em contato com a natureza, educação ambiental,
etc.), mediante licitação na modalidade concorrência, à pessoa jurídica, em consórcio ou não,
que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu
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desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (quando for produto florestal, o prazo
mínimo será um ciclo e o prazo máximo será 40 anos. Quando se tratar de serviço, o prazo mínimo
será de 5 anos e o prazo máximo 20 anos). TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL
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Meio Ambiente: conforme previsto no art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81, o conceito jurídico de meio
ambiente é conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Conforme já mencionado em capítulo
anterior, trata-se de conceito amplo referente ao meio ambiente natural, conjugando elementos
bióticos (elementos que possuem vida) e abióticos (não possuem vida, como o solo, as águas e as
condições atmosféricas), mas deixa de ser referir às demais espécies de meio ambiente (cultural,
artificial e do trabalho).
Poluição: de acordo com o art. art. 3º, III, da Lei n. 6.938/81, a poluição é a degradação da
qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde,
a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias
do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
O dano ambiental, embora não tenha definição legal, pode ser conceituado como “uma expressão
ambivalente, que designa, em certas vezes, alterações nocivas ao meio ambiente e outras, ainda,
os efeitos que tal alteração provoca na saúde das pessoas e em seus interesses”2.
2 LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do indivíduo ao coletivo extrapatrimonial. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003. P. 343.
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• Dano ambiental quanto aos sujeitos prejudicados: pode ser considerado em sentido
amplo, referente ao prejuízo ao meio ambiente como bem difuso, ou individual ou
reflexo (ou ainda por ricochete), concernente ao prejuízo específico de um indivíduo ou
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grupo de pessoas.
A reparação do dano ambiental deve ser integral, priorizando-se a reparação in natura, isto é, a
restauração natural e integral do ambiente degradado no local da degradação e, apenas em caráter
subsidiário ou complementar, a reparação pecuniária, por meio do pagamento de indenização pelo
dano causado.
Art 14, § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. TEMA COBRADO NO XXIX
EXAME DA OAB/FGV.
Na responsabilidade objetiva não se discute culpa ou dolo, já que, para a existência do dever
de reparar, basta a existência da conduta poluidora, do dano e do nexo de causalidade. Além
disso, é importante consignar que, no âmbito da responsabilidade civil ambiental, prevalece o
entendimento que se aplica a teoria do risco integral, ou seja, o causador do dano ambiental não
poderá alegar excludentes de responsabilidade, como caso fortuito ou força maior, para afastar o
dever de reparar o dano.
A responsabilidade pelo dano ambiental, como regra geral, é objetiva, ou seja, aquele que cria
um dano ambiental possui o dever de repará-lo mesmo que a sua atividade ou comportamento
(conduta) seja isenta de culpa. Além disso, prevalece o entendimento que o causador do dano
ambiental não poderá alegar excludentes de responsabilidade, como caso fortuito ou força
maior, para afastar o dever de reparar o dano.
A responsabilidade civil ambiental é ainda solidária (art. 942 do CC), de modo que todos que
participaram, direta ou indiretamente, para a ocorrência do dano serão solidariamente responsáveis
pela sua reparação. Além disso, a responsabilidade ambiental é de natureza real (propter rem),
transmitindo-se ao sucessor da propriedade mesmo que de boa-fé.
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente (art. 4º da Lei n. 9.605/98). Trata-se da adoção
da teoria menor, permitindo-se a desconsideração da personalidade jurídica mediante simples
demonstração da insolvência da pessoa jurídica TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
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O STJ possui entendimento no sentido de que o dano ambiental inclui-se entre os direitos
indisponíveis, de modo que a ação que visa repará-lo está acobertada pelo manto da
imprescritibilidade. Em outras palavras, a ação de reparação de danos ambientais é imprescritível.
A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada pela autoridade ambiental, após o
contraditório e ampla defesa, quando: I - verificada a construção de obra em área ambientalmente
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SE IMPROCEDENTE O
30 DIAS (CONTADOS DA
RECURSO ADMINISTRATIVO RECURSO, O RECORRENTE
LAVRATURA DO AIA) PARA
NO PRAZO DE 20 DIAS TERÁ O PRAZO DE 5 DIAS
A DECISÃO
PARA PAGAR A MULTA
De acordo com a Súmula n. 467 do STJ, prescreve em cinco anos, contados do término do
processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da
multa por infração ambiental.
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De acordo com o art. 2º da Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98), “quem, de qualquer
forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas,
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O artigo acima transcrito adota a teoria monista unitária do concurso de pessoas, de modo que
todos aqueles que concorreram como autores, coautores ou partícipes, responderão pelo mesmo
crime ambiental, mas a pena será dosada na medida da culpabilidade de cada um. Além disso,
a segunda parte do artigo 2º determina que o diretor, o administrador, o membro de conselho
e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica também
respondem por omissão, quando sabiam da existência do crime e, podendo evita-lo, não o fizeram.
A omissão dessas pessoas físicas é considerada crime desde que: a) as pessoas tenham ciência do
crime; b) não tomaram a conduta adequada para evitar o crime.
De acordo com a jurisprudência majoritária, a denúncia genérica em face das pessoas físicas
citadas no art. 2º da Lei n. 9.605/98 (diretor, mandatário, preposto, etc.), sem especificar a
relação entre essas pessoas e o crime, deve ser rejeitada.
O art. 3º da Lei dos Crimes Ambientais, por sua vez, dispõe que “as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou
benefício da sua entidade” TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV. Além disso, prevê
em seu parágrafo único que “a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato”.
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Tem-se, portanto, que a pessoa jurídica não pode ser mais vista como mera ficção (teoria da
ficção jurídica), devendo ser encarada como uma realidade no mundo jurídico e, como tal, poderá
responder pela prática de crime ambiental (teoria da realidade), quando presentes os requisitos
do art. 3º da Lei n. 9.605/98.
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Como a pena restritiva de liberdade não pode ser e aplicada à pessoa jurídica, as sanções
penais compatíveis são: multa, pena restritivas de direito e prestação de serviços à comunidade.
SERVIÇOS À
RESTRITIVAS DE
MULTA COMUNIDADE (art.
DIREITO (art. 22) 23)
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• No código penal, o juiz para aplicar a pena passa por três etapas: 1) fixa a quantidade
de pena com base no sistema trifásico disposto no art. 68 do CP (pena base com
fundamento no art. 59, agravantes e atenuantes genéricas e causas gerais de aumento
e diminuição de pena), 2) regime inicial de cumprimento de pena (aberto, semiaberto
ou fechado), 3) verifica se é possível substituir a pena de prisão por restritiva de
direito ou multa, ou ainda se é possível a suspensão da execução da pena (SURSIS).
Na lei ambiental, o condenado pode ser pessoa física ou jurídica. Caso se trate de
pessoa jurídica, a sistemática para a plicar a pena será diferente, já que o juiz vai
passar apenas pela primeira etapa citada anteriormente, ou seja, o magistrado fixará
somente a pena, já que a pessoa jurídica não pode ser presa. Além disso, na fixação da
pena, o juiz deve observar as circunstâncias judicias do art. 6º, bem com as agravantes
e atuantes previstas nos artigos 14 e 15, todos da Lei n. 9.605/98.
• Tratando-se de crime ambiental praticado por pessoa física, o juiz, para aplicar a
pena deve passar pelas três etapas previstas no código penal, mas ao fixar a pena
base, o juiz deve levar em conta as circunstâncias judicias do art. 6º da Lei n. 9.605/98
e, apenas supletivamente, as circunstancias judicias do art. 59 do CP. As agravantes
e atenuantes, por sua vez, estão previstas no art. 14 e 15 da Lei n. 9.605/98, sendo
que no caso da agravante de reincidência, essa apenas vai incidir se o condenado já
tiver sido condenado anteriormente em crime ambiental. Assim, se uma pessoa for
condenada por roubo e, posteriormente, por crime ambiental, não haverá a aplicação
da agravante de reincidência.
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outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no
caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos; 3) suspensão parcial
ou total de atividades - será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às
prescrições legais; 4) prestação pecuniária - consiste no pagamento em dinheiro à
vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo
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juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta
salários mínimos) TEMA COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV. O valor pago será
deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator; 5)
recolhimento domiciliar - baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do
condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade
autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em
qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença
condenatória.
As penas restritivas de direitos terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída,
salvo no caso da interdição temporária de direitos, que será de 5 anos no caso de crime doloso
e de 3 anos para crime culposo. É importante registrar que, na lei ambiental, para se permitir a
substituição da pena de prisão por pena restritiva de direito basta cumprir os requisitos do art.
7º da Lei n. 9.605/98: I - tratar-se de crime culposo ou, se doloso, for aplicada a pena privativa
de liberdade inferior a quatro anos; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Se não for possível substituir a prisão, o juiz verificará se é possível suspender a execução da
pena. No código penal, o sursis é cabível nas condenações até 2 anos, já para os crimes ambientais
o sursis será cabível para as condenações a pena privativa de liberdade não superior a 3 (três)
anos (art. 16 da Lei n. 9.605/98). O sursis especial previsto no art. 78, § 2º, do CP, também é
aplicado aos crimes ambientais, mas será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e
as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente
(art. 17 da Lei n. 9.605/98).
Não há norma específica estabelecendo qual a justiça competente para julgar crimes ambientais.
Sendo assim, prevalece o entendimento de que se o crime atingir interesse direto e específico da
União, ou de suas autarquias e empresas públicas, a competência é da Justiça federal, e nos
demais casos a competência será da Justiça Comum.
A contravenção penal ambiental será julgada pela justiça comum, ainda que ofenda interesse
direto e específico da União (art. 109, IV, da CF/88). A única exceção é se o contraventor tiver
foro por prerrogativa de função na Justiça Federal (exemplo: juiz federal denunciado por
contravenção ambiental será julgado pelo TRF respectivo).
Tratando-se de crime de menor potencial ofensivo (pena máxima em abstrato de até 2 anos) ou
de contravenção penal, é possível transação penal. Diferentemente da Lei n. 9099/95, em que não
se exige a composição civil para a transação penal, na lei ambiental a transação penal somente
é cabível se houver a prévia composição civil dos danos ambientais (art. 27 da Lei n. 9.605/98).
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Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a
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Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e
licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano,
e multa. TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos
ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal
vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput
deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.
(Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)
O § 1º-A foi acrescentado pela Lei nº 14.064/2020, passando a estipular uma qualificadora
quando o crime for praticado contra cães e gatos. Além disso, o crime será de reclusão, deixa
de ser de menor potencial ofensivo e haverá a perda da guarda do animal. Caso haja a morte
do animal incidirá também a causa de aumento de pena prevista no § 2º.
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por
órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores
aos permitidos;
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair,
coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos,
moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico,
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna
e da flora.
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III - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios
nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de
assentamento humano: Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão
e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor,
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar
o produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em
depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem
vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento,
outorgada pela autoridade competente.
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte
do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores,
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as
normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à
pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
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A Lei n. 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e
ao gerenciamento de resíduos sólidos.
A Lei n. 12.305/2010 não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação
específica (Lei n. 10.308/2001).
Conforme previsto no inciso XVI do art. 3º, considera-se resíduo sólido todo material, substância,
objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Os resíduos sólidos podem ser classificados, conforme art. 13 da Lei n. 12.305/2010, quanto
à origem (resíduos domiciliares, de estabelecimentos comerciais, de serviços públicos de
saneamento básico, de serviços de saúde, de construção civil, etc.) e quanto à periculosidade,
podendo ser perigosos (de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde
pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica) ou não
perigosos (que não possuem os riscos dos resíduos perigosos).
Resíduos sólidos não se confundem com rejeitos. De acordo com o inciso XV do art. art. 3º Lei n.
12.305/2010 os rejeitos são resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis,
não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
A concepção da Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos é que não haja a geração de
resíduos sólidos. Caso isso não seja possível, deve-se reduzir, reutilizar, reciclar ou tratar os
resíduos sólidos. Se essas medidas não forem possíveis, haverá ao menos a destinação final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
De acordo com o art. 6º da 12.305/2010, são princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
• A prevenção e a precaução;
• O poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
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• O desenvolvimento sustentável;
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• A razoabilidade e a proporcionalidade.
Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento, salvo se
o Municípios: I – for integrante de áreas de especial interesse turístico; II – for inserido na
área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional; III – tiver território que abranja, total ou parcialmente, Unidades
de Conservação.
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(...)
Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos princípios
fundamentais dispostos no art. 2º da Lei n. 11.455/2007, dos quais destacamos aqueles mais
importantes para a prova da OAB/FGV:
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A prestação dos serviços públicos de saneamento básico pode ser prestada diretamente pelo Poder
Público, ou por particulares, mediante delegação, por meio de contrato administrativo, precedido de
licitação.
Desse modo, se houver delegação de serviço público para particular, deverá haver a celebração
de contrato administrativo, precedido de licitação.
Nesse sentido, o art. 10 da Lei n. 11.445/2007, alterado pela Lei n. 14.026/20, dispõe que a
prestação dos serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integre a administração
do titular depende da celebração de contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos termos do
art. 175 da Constituição Federal, vedada a sua disciplina mediante contrato de programa, convênio,
termo de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.
Destaca-se, ainda, que, de acordo com o art. 29 da Lei n. 11.445/2007, alterado pela Lei n.
14.026/2020, os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-
financeira assegurada por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, da seguinte forma:
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma de taxas, tarifas e outros preços
públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos, conjuntamente;
II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na forma de taxas, tarifas e outros preços
públicos, conforme o regime de prestação do serviço ou das suas atividades; e; III - de drenagem e
manejo de águas pluviais urbanas, na forma de tributos, inclusive taxas, ou tarifas e outros preços
públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou das suas atividades.
Além disso, conforme § 1º do art. 29, a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os
serviços de saneamento básico observará as seguintes diretrizes: I - prioridade para atendimento
das funções essenciais relacionadas à saúde pública; II - ampliação do acesso dos cidadãos e
localidades de baixa renda aos serviços; III - geração dos recursos necessários para realização dos
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O art. 37 Lei n. 11.455/2007, por sua vez, estabelece que os reajustes de tarifas de serviços
públicos de saneamento básico serão realizados observando-se o intervalo mínimo de 12 (doze)
meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais.
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IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
A água é considerada um bem de domínio público (e não privado) dotado de valor econômico, sendo
que, em situações de escassez, o seu uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação de animais.
A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, como, por
exemplo, para navegação, para o consumo humano, para geração de energia, etc.
De acordo com a Lei n. 9.433/97, a bacia hidrográfica, área onde há o escoamento e a drenagem
de um rio principal e de seus afluentes, é considerada a unidade territorial para implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.
A gestão dos recursos hídricos deve ser, ainda, descentralizada, isto é, deve ter participação
do poder público, dos usuários e das comunidades (gestão tripartite).
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O inciso IV do art. 2º, acima transcrito, foi incluído pela Lei nº 13.501/2017. Por se tratar de
alteração recente, sua leitura é importante para a prova da OAB/FGV.
14.2. INSTRUMENTOS
A outorga pode ser concedida pelo poder Público Federal, Estadual ou Municipal, pelo prazo
máximo, renovável, de 35 anos, e possui como objetivo garantir o controle quantitativo e qualitativo
do uso da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
A outorga permite apenas o uso das águas, não implicando, portanto, sua alienação, nem parcial
nem total, uma vez que as águas são inalienáveis (art. 18).
Se a água for bem da União, a outorga caberá à Agência Nacional de Águas (ANA), podendo ser
delegada aos Estados ou Distrito Federal. No entanto, se a água for estadual ou municipal, caberá
a referidos entes a realização da outorga TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/
FGV.
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Registra-se, ainda, que o art. 15 da Lei n. 9.443/97 prevê algumas hipóteses em que a outorga
de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou
por prazo determinado, a saber:
É importante destacar que, de acordo com o art. 21 da Lei n. 9.433/97, para a fixação dos
valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados, dentre outros: I -
nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação; II - nos
lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de
variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
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De acordo com o art. 3º da Lei n. 12.187/2009, a PNMC e as ações dela decorrentes observarão
os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável
e o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último no âmbito internacional, e,
quanto às medidas a serem adotadas na sua execução, será considerado o seguinte:
I - todos têm o dever de atuar, em benefício das presentes e futuras gerações, para a
redução dos impactos decorrentes das interferências antrópicas sobre o sistema climático;
Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional sobre Mudança do Clima deverão estar
em consonância com o desenvolvimento sustentável a fim de buscar o crescimento
econômico, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais.
Com efeito, as atividades humanas emitem gazes de efeito estufa (GEE), como no caso do gás
carbono, o que acaba comprometendo a qualidade do meio ambiente. Com o objetivo de se evitar
o excesso de emissão desses gases, partiu-se do pressuposto que era necessário precificar a sua
emissão (atribuir valor para punir financeiramente quem polui), utilizando-se, para tanto, como
referência à precificação do carbono, que é o principal gás do efeito estufa.
Assim, com base na Lei n. 12.187/2009, será possível instituir no Brasil o denominado
mercado de carbono, comercializado na bolsa de valores e aberto para entidades privas TEMA
COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
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BIBLIOGRAFIA
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OAB NA MEDIDA | DIREITO AMBIENTAL
• FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2011.
• MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 24ª.ed. São Paulo:
Malheiros, 2016.
• MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. – 9ª. Ed. Rev., atual. E ampl. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2014
• RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de direito ambiental: Parte Geral. 2ª. Ed.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.
• RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 3ª. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2016.
• SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3ª ed. rev.atual. São Paulo:
Malheiros,2000
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