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para a presente e futuras gerações. ambiente natural possui previsão no art. 225 da CF/88,
cujo conhecimento é muito importante para a prova da
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: adoção de medidas OAB/FGV:
prévias para inibir a ocorrência de danos que
possivelmente possam ocorrer, embora ainda não haja
certeza cientifica. Na precaução, portanto, não há certeza Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
sobre a ocorrência do dano, mas há elementos científicos ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
o desenvolvimento econômico e social não pode ser visto
isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação § 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
do meio ambiente. incumbe ao Poder Público:
COMPETÊNCIA MATERIAL
deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas. As competências materiais subdividem-se em
exclusivas (art. 21 da CF/88) e comuns (art. 23 da
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII
CF/88), sendo que, enquanto as primeiras não podem ser
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
delegadas, porque se referem a assuntos de interesse
práticas desportivas que utilizem animais, desde que
exclusivo da União, como soberania e segurança do
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do
Estado, nas competências comuns a atuação de um ente
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
federado não exclui a atuação dos demais, incluindo os
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
Municípios, devendo lei complementar fixar normas para
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
a cooperação entre os entes, o que foi feito, em material
lei específica que assegure o bem-estar dos animais
ambiental, pela Lei Complementar n. 140/2011.
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
96, de 2017. Sintetizamos as competências constitucionais
materiais no quadro abaixo.
MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: representa o espaço
urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações (espaço
urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA
MATERIAL EXCLUSIVA MATERIAL COMUM
urbano aberto), como ruas, praças, áreas verdes, etc.
Instituir sistema nacional Proteger os documentos,
O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de
de gerenciamento de as obras e outros bens de
tutela do meio ambiente artificial, sendo o responsável
recursos hídricos e definir valor histórico, artístico e
pela política de desenvolvimento urbano, conforme
critérios de outorga de cultural, os monumentos,
regulamento pela Lei n. 10.257/2001, conhecida como
direitos de seu uso (art. as paisagens naturais
Estatuto da Cidade.
21, XIX); notáveis e os sítios
Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, arqueológicos (art. 23, III);
Explorar os serviços e
o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
instalações nucleares Impedir a evasão,
obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte
de qualquer natureza a destruição e a
mil) habitantes, é o instrumento básico da política de
e exercer monopólio descaracterização de
desenvolvimento e de expansão urbana.
estatal sobre a pesquisa, obras de arte e de outros
Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer a lavra, o enriquecimento bens de valor histórico,
ao estabelecido no plano diretor é que estará cumprindo e reprocessamento, artístico ou cultural (art.
com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o a industrialização e o 23, IV);
Poder Público municipal, mediante lei específica para comércio de minérios
nucleares e seus Proteger o meio ambiente
área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos
derivados, atendidos os e combater a poluição em
da lei federal, do proprietário do solo urbano não
seguintes princípios e qualquer de suas formas
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
condições (art. 21, XXIII); (art. 23, VI);
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente,
de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II Preservar as florestas, a
Estabelecer as áreas
- imposto sobre a propriedade predial e territorial fauna e a flora (art. 23, VII);
e as condições para o
urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com
exercício da atividade de
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão Registrar, acompanhar e
garimpagem, em forma
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo fiscalizar as concessões
associativa (art. 21, XXV).
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e de direitos de pesquisa e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os exploração de recursos
juros legais (§ 4º do art. 182. hídricos e minerais em
seus territórios art. 23, XI).
MEIO AMBIENTE CULTURAL: compreende o
patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico Destaca-se ainda que, em matéria ambiental, o art.
e turístico. Representa o espaço criado pelo homem 30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos Municípios a
com valor agregado especial, relacionado à identidade, competência para promover, no que couber, adequado
costumes, memórias e à cultura da sociedade. ordenamento territorial, mediante planejamento e
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: local onde os controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
trabalhadores prestam suas atividades, sendo direito urbano, bem como promover a proteção do patrimônio
de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene fiscalizadora federal e estadual
e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da
CF/88. O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere
expressamente ao meio ambiente de trabalho ao dispor
que cabe ao sistema único de saúde, entre outras
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conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das administrativo para a apuração de infrações à legislação
esferas administrativas. ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade
licenciada ou autorizada”.
LICENCIA- Contudo, levando-se em consideração que a
LICENCIAMEN- LICENCIA- MENTO
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FLORESTA para exploração sustentável exige consulta pública. Decreto ou lei poderão ainda
NACIONAL de florestas nativas. A lei n. ampliar os limites da Unidade de Conservação ou alterá-
11.284/2006 trata da exploração la para categoria mais restritiva, isto é, modificar uma
das Florestas Nacionais. unidade de uso sustentável para unidade de proteção
integral. Entretanto, para revogar, reduzir os limites
Posse e domínio público, sendo territoriais ou alterar a unidade de conservação para
que as áreas particulares serão uma categoria mais branda, ou seja, transformar unidade
desapropriadas. de proteção integral em uso sustentável, exige-se
obrigatoriamente lei (não se admite decreto), conforme
Área utilizada por populações art. 22 da Lei n. 9.985/200.
extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no Toda unidade de conservação deve dispor de um
extrativismo e, complementarmente, plano de manejo (art. 27) e de zoneamento (art. 2º, XVI).
na agricultura de subsistência e
na criação de animais de pequeno Plano de manejo: documento técnico que vai
porte, e tem como objetivos disciplinar a zona de conservação, as normas sobre uso
RESERVA básicos proteger os meios de vida e o manejo dos recursos naturais, os limites territoriais,
EXTRATIVISTA e a cultura dessas populações, e a zona de amortecimento (área do entorno da unidade
assegurar o uso sustentável dos de conservação, onde se pode instituir limitações
recursos naturais da unidade. administrativas, estabelecendo restrições para a
utilização humana), corredores ecológicos, e todas as
Domínio Público, com uso concedido demais questões sobre a unidade de conservação,
às populações extrativistas, sendo inclusive sobre o plantio de organismos geneticamente
que as áreas particulares serão modificados nas zonas de amortecimento ou na APA. O
desapropriadas. Plano de manejo deve ser elaborado no prazo de até 5
anos após a criação da unidade de conservação. Na Área
Área natural com populações
de Proteção Ambiental (APA) e na Reserva Particular do
animais de espécies nativas,
Patrimônio Natural não há obrigatoriedade de zona de
terrestres ou aquáticas, residentes
amortecimento.
ou migratórias, adequadas para
estudos técnico-científicos sobre o Zoneamento: definição de setores ou zonas em
RESERVA DE
FAUNA manejo econômico sustentável de uma unidade de conservação com objetivos de manejo
recursos faunísticos. e normas específicas, com o propósito de proporcionar
os meios e as condições para que todos os objetivos da
Posse e domínio público, sendo
unidade possam ser alcançados de forma harmônica
que as áreas particulares serão
e eficaz. O zoneamento deve levar em consideração a
desapropriadas.
vulnerabilidade das áreas ambientais, determinando mais
Área natural que abriga restrições à atividade humana nas áreas mais sensíveis.
populações tradicionais, cuja
existência baseia-se em sistemas Desapropriação: conforme mencionado acima,
sustentáveis de exploração dos muitas vezes as áreas particulares que abrangem
recursos naturais, desenvolvidos unidades de conservação devem ser desapropriadas. No
ao longo de gerações e adaptados entanto, caso haja restrição do direito de propriedade do
RESERVA DE às condições ecológicas locais imóvel pela Administração Pública sem a formalização
DESENVOLVI- da desapropriação, diz-se que ocorreu a denominada
MENTO e que desempenham um papel
SUSTENTÁVEL fundamental na proteção da “desapropriação indireta”, cabendo ao proprietário o
natureza e na manutenção da ajuizamento de ação para efetivação da medida com o
diversidade biológica. pagamento da respectiva indenização.
de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio 11. RESPONSABILIDADE PELO DANO
de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados:
I – Quando a vegetação: a) abrigar espécies da flora e da AMBIENTAL
fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território
nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas RESPONSABILIDADE CIVIL
pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade civil em
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o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos,
g) responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida por sua natureza, composição ou volume, não sejam
dos produtos; h) reconhecimento do resíduo sólido equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
reutilizável e reciclável como um bem econômico e de municipal; pelas empresas de construção civil, pelos
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de responsáveis pelos terminais e outras instalações que
cidadania; i) respeito às diversidades locais e regionais; j) geram resíduos de serviços de transportes, bem como
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direito da sociedade à informação e ao controle social e k) pelos responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se
razoabilidade e a proporcionalidade. exigido pelo órgão competente do SISNAMA, do SNVS ou
do SUASA.
Dentre os instrumentos da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, o mais importante para a prova da O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve
OAB é o plano de resíduo sólido, documento que deve ser integrar o licenciamento ambiental, ou seja, o órgão
elaborado pelas Pessoas jurídicas que geram resíduos responsável pelo licenciamento ambiental também será
sólidos, bem como pelo Poder Público, no âmbito da responsável pela aprovação do Plano de Gerenciamento.
União, dos Estados e dos Municípios. O plano de resíduo Se a obra ou atividade desenvolvida não exigir
sólido é classificado em: licenciamento ambiental, o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos será aprovado pelo Município.
Plano Nacional de Resíduos Sólidos – Elaborado
pela União com a colaboração do Ministério do Meio
Ambiente, tem como conteúdo o levantamento da Logística Reversa: A logística reversa é um outro
situação dos resíduos sólidos no país, com a estipulação instrumento importante da PNRS caracterizado
de metas e proposição de cenários (incluindo tendências por um conjunto de ações, procedimentos e meios
internacionais e macroeconômicas), especificando ainda destinados a viabilizar a coleta e a restituição
programas, projetos e ações para o atendimento das dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
metas previstas. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
anos, devendo ser atualizado a cada 4 (quatro) anos adequada (art. 3º, XII). Os produtos que estão
sujeitos à logística reversa são os resíduos e
Planos Estaduais de Resíduos Sólidos – Devem embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus,
abranger todo o território do Estado e sua elaboração óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
é condição para que os Estados tenham acesso a lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
recursos da União, ou por ela controlados, destinados mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos
a empreendimentos e serviços relacionados à gestão e seus componentes (art. 33). A inobservância da
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por logística reserva pode ensejar a responsabilidade do
incentivos ou financiamentos de entidades federais de fabricante, importador, distribuidor e do comerciante.
crédito ou fomento para tal finalidade. O plano estadual
de resíduos sólidos será elaborado para vigência por
prazo indeterminado, abrangendo todo o território do
Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e
13. SANEAMENTO BÁSICO
revisões a cada 4 (quatro) ano
Compreende um conjunto de procedimentos
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos adotados com o objetivo de garantir higiene e um
Sólidos - A elaboração de plano municipal de gestão ambiente saudável para os habitantes de determinada
integrada de resíduos sólidos é condição para o Distrito região, envolvendo: abastecimento de água potável,
Federal e os Municípios tenham acesso a recursos da União, coleta e tratamento de esgoto sanitário, limpeza urbana
ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e manejo de resíduos sólidos, bem como a drenagem e
e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo manejo das águas pluviais.
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por
Recursos Hídricos: como expressamente dispõe o
incentivos ou financiamentos de entidades federais de
art. 4º da Lei n. 11.455/2007, os recursos hídricos não
crédito ou fomento para tal finalidade (art. 18 da Lei nº
integram os serviços públicos de saneamento básico,
12.305/2010).
tendo regramento específico pela Lei n. 9.433/97.
Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil)
Princípios fundamentais dos serviços públicos de
habitantes, o plano municipal de gestão integrada de
saneamento básico: a) universalização do acesso, b)
resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma
integralidade, c) adoção de métodos, técnicas e processos
do regulamento, salvo se o Municípios: I – for integrante
que considerem as peculiaridades locais e regionais, d)
de áreas de especial interesse turístico; II – for inserido
articulação com as políticas de desenvolvimento urbano
na área de influência de empreendimentos ou atividades
e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua
com significativo impacto ambiental de âmbito regional
erradicação, de proteção ambiental, de promoção da
ou nacional; III – tiver território que abranja, total ou
saúde e outras de relevante interesse social voltadas
parcialmente, Unidades de Conservação.
para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – O saneamento básico seja fator determinante, e) eficiência
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser e sustentabilidade econômica.
elaborado pelos geradores de resíduos dos serviços
A prestação dos serviços públicos de saneamento
públicos de saneamento básico, de resíduos industriais,
básico pode prestada diretamente pelo Poder Público,
de resíduos de serviços de saúde, de resíduos de
ou por particulares, mediante delegação, por meio de
mineração, pelos estabelecimentos comerciais e de
contrato administrativo, precedido de licitação.
prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou
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O art. 10 da Lei n. 11.107/2005, alterado pela Lei n. que as águas são inalienáveis (art. 18).
14.026/20, dispõe que a prestação dos serviços públicos
de saneamento básico por entidade que não integre Dependem de Outorga (art. 12 da Lei n. 9.44/97):
a administração do titular depende da celebração de I - derivação ou captação de parcela da água existente
contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos em um corpo de água para consumo final, inclusive
termos do art. 175 da Constituição Federal, vedada a sua abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
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disciplina mediante contrato de programa, convênio, II - extração de água de aquífero subterrâneo para
termo de parceria ou outros instrumentos de natureza consumo final ou insumo de processo produtivo; III -
precária. lançamento em corpo de água de esgotos e demais
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o
Sustentabilidade econômico-financeira: deve ser fim de sua diluição, transporte ou disposição final; IV -
assegurada, sempre que possível, mediante remuneração aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; V - outros
pela cobrança dos seguintes serviços públicos: I - usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade
abastecimento de água e esgotamento sanitário, II - de da água existente em um corpo de água.
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos, e
III - de manejo de águas pluviais urbanas. Quem concede a outorga? Se a água for bem da
União, a outorga caberá à Agência Nacional de Águas
Subsídio: poderão ser adotados subsídios tarifários (ANA), podendo ser delegada aos Estados ou Distrito
e não tarifários para os usuários e localidades que não Federal. No entanto, se a água for estadual ou municipal,
tenham capacidade de pagamento ou escala econômica caberá a referidos entes a realização da outorga.
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços
(conforme § 2º do art. 29 da Lei n. 11.107/2005) Não dependem de outorga: I - o uso de recursos
hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; II -
14. POLÍTICA NACIONAL DOS as derivações, captações e lançamentos considerados
RECURSOS HÍDRICOS insignificantes; III - as acumulações de volumes de água
consideradas insignificantes.
FUNDAMENTOS (art. 1º da Lei n. 9.433/97: a) A
Cobrança: Em relação ao instrumento da cobrança
água é considerada um bem de domínio público (e não
dos recursos hídricos, parte-se do pressuposto de que
privado), sendo que, em situações de escassez, o seu
a água é bem escasso e dotado de valor econômico, de
uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação
modo que a sua cobrança objetiva, conforme 19 da Lei
de animais, b) a água é um recurso natural limitado,
n. 9.433/97, I - reconhecer a água como bem econômico
dotado de valor econômico, c) A gestão dos recursos
e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II -
hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
incentivar a racionalização do uso da água e III - obter
das águas, como, por exemplo, para navegação, para
recursos financeiros para o financiamento dos programas
o consumo humano, para geração de energia, etc., d)
e intervenções contemplados nos planos de recursos
De acordo com a Lei n. 9.4333/97, a bacia hidrografia,
hídricos.
área onde há o escoamento e a drenagem de um rio
principal e de seus afluentes, é considerada a unidade É importante destacar ainda que, de acordo com o
territorial para implementação da Política Nacional de art. 21 da Lei n. 9.433/97, para a fixação dos valores a
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser
Gerenciamento de Recursos Hídricos e e) Já a gestão dos observados, dentre outros: I - nas derivações, captações
recursos hídricos deve ser ainda descentralizada, isto é, e extrações de água, o volume retirado e seu regime
deve ter participação do poder público, dos usuários e de variação; II - nos lançamentos de esgotos e demais
das comunidades (gestão tripartite). resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu
regime de variação e as características físico-químicas,
OBJETIVOS (art. 2º da Lei n. 9.44/97): São objetivos
biológicas e de toxidade do afluente.
da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - assegurar à
atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade
de água, em padrões de qualidade adequados aos 15. POLÍTICA NACIONAL SOBRE
respectivos usos; II - a utilização racional e integrada dos
recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com MUDANÇAS DO CLIMA
vistas ao desenvolvimento sustentável; III - a prevenção
e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem A Lei n. 12.187/2009 criou a Política Nacional sobre
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos Mudança do Clima (PNMC), tendo como principal diretriz
naturais e IV - incentivar e promover a captação, a o protocolo de Quioto, para mitigação e adaptação à
preservação e o aproveitamento de águas pluviais. mudança do clima.
INSTRUMENTOS: para a concretização da PNRH, os dois Objetivos da PNMC (art. 4º da Lei n. 12.187/2009):
instrumentos mais importantes são a outorga e a cobrança. I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-
social com a proteção do sistema climático; II - à redução
Outorga: A outorga pode ser concedida pelo poder das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em
Público Federal, Estadual ou Municipal, pelo prazo relação às suas diferentes fontes; IV - ao fortalecimento
máximo, renovável, de 35 anos, e possui como objetivo das remoções antrópicas por sumidouros de gases de
garantir o controle quantitativo e qualitativo do uso da efeito estufa no território nacional; V - à implementação de
água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. A medidas para promover a adaptação à mudança do clima
outorga permite apenas o uso das águas, não implicando, pelas 3 (três) esferas da Federação, com a participação
portanto, sua alienação, nem parcial nem total, uma vez e a colaboração dos agentes econômicos e sociais
interessados ou beneficiários, em particular aqueles
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