IDADE MODERNA RACIONALISMO DE RENÉ DESCARTES a. Teses racionalistas de Descartes
• O conhecimento confiável é o do tipo
matemático e da possibilidade de dedução de um princípio epistemológico seguro. • A ideia fundamental da qual não podemos duvidar é da nossa existência: Cogito ergo sum. DESCARTES • 1. Regra da evidência: consiste em jamais admitir coisa alguma como verdadeira se não a reconhecer evidentemente como tal; a não ser que se imponha como evidente, de modo claro e distinto, não permitindo a possibilidade da dúvida; • 2. Regra da análise: consiste em dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis para se reduzir a complexidade do problema em seus componentes simplificados; • 3. Regra da síntese: consiste em concluir, por ordem, os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos para, aos poucos, chegar- se aos mais complexos. A partir da regra dois, ir resolvendo os problemas e remontando até se chegar à solução do problema complexo que foi decomposto; • 4. Regra do desmembramento: consiste em fazer enumerações as mais exatas possíveis a ponto de estar certo de nada ter omitido. 4. Empirismo • Para John Locke, as fontes do conhecimento são a experiência sensível e a reflexão. Os princípios de todo conhecimento são as ideias, e por elas, Locke entende como todo objeto do processo cognitivo. Portanto, a expressão “idéia” envolve imagens, lembranças, noções e conceitos abstratos. I – CONHECIMENTO: IDADE MODERNA FRANCIS BACON • Francis Bacon é um crítico da tradição e reivindica um novo método para a filosofia baseado na observação da natureza. • Seu intuito estava na busca de construir uma sociedade organizada sob os auspícios da Razão, fundamentalmente orientada pela ciência empírica. • Bacon propõe a superação de ídolos que atrasam o conhecimento. • Proposta do método indutivo para superar os ídolos:
1. A observação empírica da natureza;
2. O processamento racional dos dados obtidos; 3. A elaboração de hipóteses fundadas nesses dados; 4. A verificação das hipóteses mediante experimento replicável. EMPIRISMO DE JOHN LOCKE E DAVID HUME d. Teses empiristas de John Locke
• O conhecimento ocorre sem quaisquer
impressões inatas. • Se houvesse conhecimento inato, as crianças e algumas pessoas com deficiência (como a cegueira congênita) teriam conhecimentos específicos. • As ideias simples são formadas pela impressão dos sentidos. Essas ideias são todo o material do conhecimento e provêm da sensação e da reflexão. • O conhecimento ocorre sem quaisquer impressões inatas. • Se houvesse conhecimento inato, as crianças e algumas pessoas com deficiência (como a cegueira congênita) teriam conhecimentos específicos. • A mente pode repetir, comparar e unir as ideias formando novas ideias. Ela não é capaz de inventar uma ideia simples nova. JOHN LOCKE e. Princípios de John Locke
a) Tábula rasa: Não existem ideias inatas e
conteúdos mentais independentes da experiência. b) Sensibilidade: A experiência é critério de sentido e de verdade do conhecimento. c) Princípio de associação: Através de dados simples sensíveis combinados chega-se ao conhecimento complexo. d) Universais: Não existem e não são objetivos, cada coisa tem existência individual e são apenas nomes. e) A teologia e a metafísica não têm valor. f) Limites do saber: É ciente dos limites do saber, não é possível uma verdade absoluta e definitiva. g) Ética: Tende a individualizar o bem e associá-lo à utilidade social. Teses empiristas de David Hume
• O pensamento está condicionado à matéria
fornecida pelos sentidos. • Hume divide as percepções em impressões (fortes) e ideias (fracas). Elas distinguem entre si pela vivacidade. • As impressões são as causas das ideias. A associação de ideias gera outras ideias. • As questões de fato se fundamentam na relação de causa e efeito e vêm da experiência. Causalidade e hábito
• Todas as nossas ideias e fatos estão
interligados por conexões. Há três princípios básicos de conexão: semelhança, contiguidade e causa e efeito. • A relação de causa e efeito vem da experiência. Ela existe uma observação constante e regular dos fatos. A conclusão que retiramos da experiência de causa e efeito não tem fundamento no raciocínio, nem mesmo no processo do entendimento, mas sim no hábito, o que Hume chama de “costumeira sabedoria da natureza”. O hábito para Hume é uma capacidade que o ser humano desenvolveu, a partir da experiência de um fato vivido ou mesmo observado, de conseguir repeti-lo sem empregar o raciocínio como seu pilar, utilizando-se apenas da própria experiência. É notório o valor do hábito para a manutenção da vida, uma vez que auxilia nas escolhas, desde o que é ou não conveniente para nossa alimentação, até mesmo em assuntos de maior complexidade, como a moral, a economia e a política - tornando possível, assim, a sobrevivência e organização humanas. Ele torna a experiência capaz de fazer previsões e acumular conhecimento. Hume afirma que é pelo hábito que a experiência se torna útil, uma vez que o acúmulo de conhecimento se baseia em fatores instintivos e não tanto racionais, e é através da repetição que se forma esse saber primário, para que, a partir daí, ele possa se refinar e adequar com o passar do tempo. O hábito também é a fonte de conhecimento primário dos animais (ver instinto). A POSIÇÃO DE KANT 5. Criticismo ou transcendentalismo • Immanuel Kant admite que o conhecimento começa pela experiência, porém, existem algumas condições a priori para que as impressões sensíveis se tornem conhecimento. Ele se posiciona acolhe as teses do empirismo e do racionalismo. A dicotomia entre as duas teses é problemática. O filósofo argumenta que “pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas”. (KANT,, 1987, p. 75.) • Os objetos dos sentidos são regulados pela faculdade da intuição. A razão impõe alguns conceitos a priori aos objetos. • As observações da natureza sem um plano estabelecido previamente pela razão não formulariam juízos necessários. Os princípios racionais acompanham a experiência para que se possa produzir conhecimento. • Os juízos sintéticos a priori são aqueles conteúdos cognitivos que independem de qualquer experiência. Os conhecimentos a posteriori dependem da experiência ou resultam dela. CAMPO DAREFERÊNCIAS: TEORIA DO CONHECIMENTO AUDI, Robert. The Cambridge Dictionary of Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. DANCY, Jonathan; SOSA, Ernest; STEUP, Matthias. A Companion to Epistemology. Oxford: Blackwell Publishing, 2010, p. 476-479. LEMOS, Noah. An Introduction to the Theory of Knowledge. Cambridge: The Cambridge University Press, 2007. PEREIRA, Ana Margarida Mano Silva. Estudo sobre a relação entre os sistemas cognitivo e motor no Homem. Dissertação. Universidade do Porto, Faculdade de Engenharia, 2012. PLATÃO. “Teeteto”. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora UFPA, 2001.