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Bases Filosóficas da Psicologia:

Positivismo, Materialismo e
Empirismo
UNISAL
História da Psicologia
Profa. Dra. Jessica Particelli Gobbo
Positivismo
• Em meados do séc. XIX – fim do período da Psicologia pré-
científica.
• Influência de um novo pensamento filosófico europeu –
Positivismo.

POSITIVISMO
Doutrina que reconhece somente os
fenômenos naturais ou fatos que são
objetivamente observáveis.
Auguste Comte (1798-1857)
Positivismo
• Comte – pesquisa sistemática (definiu objeto, conceitos e
método) de todo o conhecimento humano;
• Limitou-se a fatos determinados exclusivamente por meio
de métodos científicos
• Sistema baseado em fatos observáveis objetivamente e
indiscutíveis, refutando forças não observáveis e crenças
religiosas para explicar fenômenos naturais.
• Explicações baseadas em leis e não mais na Teologia,
Filosofia e Senso Comum.
Positivismo
• Comte – pesquisa sistemática (definiu objeto, conceitos e
método) de todo o conhecimento humano;
• Limitou-se a fatos determinados exclusivamente por meio
Grande influência no
de métodos científicos
Zeitgeist europeu da época.
• Sistema baseado em fatos observáveis objetivamente e
Todos eram
indiscutíveis, refutando forçaspositivistas!
não observáveis e crenças
religiosas para explicar fenômenos naturais.
• Explicações baseadas em leis e não mais na Teologia,
Filosofia e Senso Comum.
Positivismo
• Defende a ideia de que o conhecimento científico é a
única forma de conhecimento verdadeiro.
• Somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se
ela foi comprovada por meio de métodos científicos
válidos.
• Não consideram os conhecimentos ligados as crenças,
superstição ou qualquer outro que não possa ser
comprovado cientificamente.

Positivismo
• O conhecimento positivo busca "ver para prever, a fim
de prover“. Conhecer a realidade para saber o que
acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser
humano possa melhorar sua realidade.
• A previsão científica caracteriza o pensamento positivo.
• É importante que a subjetividade seja sempre
confrontada com a realidade, ou seja, com a
objetividade.
Materialismo

• Doutrina que considerava os fatos do universo como


suficientemente descritos e explicados em termos físicos pela
existência e natureza da matéria.
• Até mesmo a consciência humana poderia ser compreendida
com base nos princípios da física e da química.
• Os processos mentais poderiam ser compreendidos por meio
de propriedades físicas – estruturas anatômicas e fisiológicas
do cérebro.
Empirismo
• Os filósofos empiristas estavam preocupados em descobrir como
a mente adquiria conhecimento.
• Dessa forma, o empirismo desempenhou o papel principal na
influência à nova psicologia.
• Todo conhecimento é resultante da experiência sensorial. A
mente evolui a partir do acúmulo de experiências sensoriais.
• Os principais empiristas britânicos foram: John Locke; George
Berkeley; David Hartley; James Mill e John Stuart Mill.
Empirismo
John Locke (1632-1704)
• Estudou em universidades em Oxford e Londres.
• Preocupava-se com a liberdade religiosa e o direito do povo em
ter um governo popular. Seus escritos trouxeram muita fama e
influência a ele, ficando conhecido por toda a europa como
defensor de um governo liberal.
• O trabalho mais importante de Locke para a psicologia foi
“Ensaio sobre o entendimento humano”.
Empirismo
• O interesse principal de Locke estava voltado ao funcionamento
cognitivo, ou seja, à forma como a mente adquire conhecimento.
• Locke rejeitou a proposta de Descartes sobre a existência das
ideias inatas, argumentando que o ser humano nascia sem
qualquer conhecimento prévio (assim como Aristóteles, com a
ideia da tábula rasa).
• Locke explicava a aparente natureza inata de algumas ideias
fundamentado no conceito da aprendizagem e do hábito.
• Para Locke, a mente adquire conhecimento por meio da
experiência.
Empirismo
Locke definiu dois tipos de experiências:

• Derivado da sensação - Experiência sensorial direta (frio,


calor)

• Derivado da reflexão - formação de ideias a partir da


experiência sensorial (bom, ruim)

Durante a reflexão, resgatamos as impressões


sensoriais passadas, combinando-as para formar
abstrações e outras ideias de nível superior.
Empirismo
• Ideias simples: são ideias elementares, que surgem da
sensação e da reflexão. Não podem ser analisadas e nem
reduzidas a concepções ainda mais simples.
• Ideias complexas: são as derivadas, compostas pelas
simples, que podem ser analisadas ou reduzidas a
componentes mais simples.
• Teoria da Associação: noção de que o conhecimento
resulta da associação entre ideias simples para formar
ideias complexas.
Empirismo
• Qualidades Primárias: Existem em um objeto, independente da percepção
(tamanho e a forma de um edifício, por ex.).
• Qualidades Secundárias: Existem não no objeto em si, mas na percepção
individual do objeto (cor, odor, som, sabor etc).
• A distinção entre as qualidades primária e secundária corresponde a posição
mecanicista, que afirma ser a matéria em movimento a única realidade objetiva.
Se a matéria consiste em toda existência objetiva, a percepção de todo o resto
deve ser subjetiva.
• Ao fazer a distinção entre as qualidades objetiva e subjetiva, Locke reconhecia a
subjetividade na maior parte da percepção humana, o que o intrigava e
estimulava seu desejo de investigar a mente e a experiência consciente.
George Berkeley
(1685-1753)

• Nasceu na Irlanda. Concordava com o conceito de Locke de que todo o


conhecimento do mundo exterior tem origem na experiência, mas
divergia na distinção entre as qualidades primárias e secundárias.

• Berkeley alegava não existirem as qualidade primárias, mas somente as


qualidades que Locke chamou de secundárias.

• Para ele, todo o conhecimento era uma função:


ou dependia da experiência
ou da percepção do indivíduo
George Berkeley
(1685-1753)

• Nasceu na Irlanda. Concordava com o conceito de Locke de que todo o


conhecimento do mundo exterior tem origem na experiência, mas
divergia na distinção entretarde,
Anos mais as qualidades primárias
essa teoria recebeue osecundárias.
nome de mentalismo, como expressão
• Berkeley alegava não existirem
da ênfaseasnoqualidade
fenômeno primárias, mas somente as
qualidades que Locke chamou de secundárias.
exclusivamente mental.
• Para ele, todo o conhecimento era uma função:
ou dependia da experiência
ou da percepção do indivíduo
George Berkeley
Afirmava ser a percepção a única realidade da qual se tem certeza.
• Tudo que sabemos é como percebemos ou sentimos esses objetos.
Então, sendo a percepção interna e subjetiva, não reflete o mundo
exterior.
• Sua teoria considerava que toda nossa experiência acumulada decorre da
nossa percepção e que nunca conhecemos precisamente a natureza física
do objeto.
• Ele reconhecia que havia estabilidade e consistência nos objetos do
mundo material e que eles existiam independentemente da percepção.
George Berkeley
Aplicou o princípio da associação para explicar como
passamos a conhecer os objetos do mundo real.
✓A construção ou a composição de ideias simples
(elementos mentais) unidas pelo fundamento da
associação.
✓As ideias complexas são formadas pela união das
simples recebidas por meio dos sentidos.
David Hartley
1705-1757
• Dedicou-se à Medicina e estudou Filosofia.
• Lei fundamental da associação é a contiguidade, que usou
como base para explicar os processos da memorização, do
raciocínio, da emoção e da ação voluntária e involuntária.
Ideias que ocorrem juntas, simultânea ou sucessivamente,
tornam-se associadas, de modo que a ocorrência de uma resulta
na ocorrência da outra.
• A repetição das sensações e das ideias é necessária para a
formação das associações.
David Hartley
1705-1757

✓Concordava com Locke que todas as ideias e o conhecimento


são resultantes das experiências que recebemos por meio dos
sentidos e que não existem associações inatas nem
conhecimento ao nascermos.
✓Essa vida mental de nível mais elevado, como o pensamento, o
julgamento e o raciocínio, pode ser analisada ou reduzida aos
elementos mentais ou às sensações simples a que deram origem.
✓Hartley foi o primeiro a aplicar a teoria da associação para
explicar todos os tipos de atividades mentais.
David Hartley
1705-1757

Enxergava o mundo mental com base no mecanicismo. Ele


ultrapassou os objetivos de outros empiristas e associacionistas
tentando explicar não apenas os processos psicológicos com base
nos princípios mecânicos, como também tentou explicar da
mesma forma os processos fisiológicos subjacentes.

Da mesma forma que Newton afirmava ser a vibração uma das


características do impulso no mundo físico, Hartley alegava que os
nervos consistiam em estruturas sólidas (e não em tubos ocos
como acreditava Descartes) e que as vibrações dos nervos
transmitiam impulsos de uma parte a outra do corpo.
JAMES MILL
(1773-1836)
• Nasceu na Escócia. Aplicou a doutrina do mecanicismo à mente
humana com rara objetividade e clareza.
• Seu objetivo era destruir a ilusão a respeito de toda a
subjetividade ou das atividades psíquicas e demonstrar que a
mente não passava de uma máquina. Mill não se convencia
com a argumentação dos empiristas de que a mente era
semelhante à máquina apenas em seu funcionamento. Ele
afirmava que a mente era uma máquina.
• A mente é uma entidade completamente passiva e acionada
totalmente por estímulos externos. A reação a esses estímulos
é automática; a atitude não é espontânea.
JAMES MILL
(1773-1836)
• Propunha o estudo da mente pelo método da análise, ou seja,
reduzindo a mente em componentes básicos.
• Sensações e ideias são as únicas espécies de elementos mentais
que existem.
• Não acreditava que a mente tivesse uma função criativa, já que a
associação consistia em um processo passivo e automático. As
sensações simultâneas que ocorrem em certa ordem são
reproduzidas mecanicamente em forma de ideias, as quais
ocorrem na mesma ordem das sensações a que correspondem.
JAMES MILL
(1773-1836)
• Propunha o estudo da mente pelo método da análise, ou seja,
reduzindo a mente em componentes básicos.
• Sensações• e A
ideias são as éúnicas
associação espécies
mecânica de elementos mentais
e as ideias
que existem.
resultantes são apenas o acúmulo ou a
• Não acreditava que
somaa dos
mente tivesse uma
elementos função criativa, já que a
mentais
associação consistia em individuais.
um processo passivo e automático. As
sensações simultâneas que ocorrem em certa ordem são
reproduzidas mecanicamente em forma de ideias, as quais
ocorrem na mesma ordem das sensações a que correspondem.
JOHN STUART MILL
(1806-1873)

• Filho de James Mill, John Stuart Mill foi criado num rigoroso
programa de aulas particulares, pois seu pai queria
estabelecer quais experiências preencheriam a mente do
seu filho.
• John Stuart Mill combatia a posição mecanicista de seu pai,
na visão da mente passiva que reage mediante o estímulo
externo.
• Para ele, a mente exercia um papel ativo na associação de
ideias.
JOHN STUART MILL
(1806-1873)

• Ideias complexas são mais que a simples soma das partes


individuais (as ideias simples) porque acabam adquirindo novas
qualidades antes não encontradas nos elementos simples.
• Mill chamou essa teoria da associação de ideias de “química
mental”.
• Mill também recomendou um novo campo de estudos que chamou
de “etologia”, dedicado aos fatores que influenciam o
desenvolvimento da personalidade humana.
Contribuições do Empirismo

• O papel principal do processo da sensação;


• A análise da experiência consciente nos elementos;
• A síntese dos elementos em experiências mentais
complexas mediante o processo da associação;
• O foco nos processos conscientes.
Referências

SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. Capítulo 2: As influências


filosóficas na psicologia. In: SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E.
História da psicologia moderna. 9. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.

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