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Bases Epistemológicas da

Psicologia
Segundo período: 26/11/2020

Professor: Antônio Reguedes

Capitulo 2:
Augusto Cotre: Criador do positivismo

Positivismo: Doutrina que reconhece somente fenômenos naturais ou fatos


que possam ser objetivamente observáveis. Surge 200 anos após a morte de
Descartes.

 A visão positivista referia-se a um sistema baseado exclusivamente nos


fatos observáveis objetivamente indiscutíveis.

 Qualquer objeto de estudo de natureza especulativa, dedutível ou


metafísica era considerado ilusório e, portanto, rejeitado.

Contre acreditava terem as ciências físicas o estágio positivista, não


dependendo mais das forças não observáveis e das crenças religiosas para
explicar os fenômenos naturais.

 Contre também apoiou causas feministas.

Materialismo: Doutrina que considera os fatos do universo como


suficientemente explicados em termos físicos pela existência e natureza da
matéria.

 Outras ideias filosóficas também sustentavam o positivismo


antimetafísico. A doutrina do materialismo assegurava a possibilidade de
descrição dos fatos do universo em termos físicos e da sua explicação
por meio das propriedades da matéria e da energia.

 A proposta dos materialistas afirmava ser possível compreender até


mesmo a consciência humana com base nos princípios da física e
química. O trabalho dos materialistas em relação aos processos mentais
concentrava-se nas propriedades físicas, mais especificamente nas
estruturas anatômicas e fisiológicas do cérebro.

 Um terceiro grupo de filósofos, os defensores do empirismo,


preocupava-se em descobrir como a mente adquiria conhecimento. Esse
grupo afirmava que todo conhecimento era resultante da experiência
sensorial.

O positivismo, o materialismo e o empirismo vieram a se tornar as


bases filosóficas da nova ciência da psicologia. Dentre essas três orientações
filosóficas, foi o empirismo que desempenhou o papel principal.

Empirismo: Está relacionado com o desenvolvimento da mente, ou seja, com


a forma como ela adquiria o conhecimento.

 De acordo com a visão empirista, a mente evolui com o acúmulo


progressivo das experiências sensoriais. Essa ideia contrasta com a
visão nativista, exemplificada por Descartes.

 Principais empiristas: Jonh Locke, George Berkeley, David Hartley,


James Mill e Jonh Stuart Mill.

Jonh Locke:

 Conhecido na Europa como defensor de um governo liberal.

 O interesse principal de Locke estava voltado ao funcionamento


cognitivo, isto é, à forma como a mente adquire conhecimento. Ao lidar
com essa questão, Locke rejeitou a proposta de Descartes sobre a
existência das ideias inatas, apresentando a ideia de que o ser humano
nascia sem qualquer conhecimento prévio.

 Fundamentado no conceito de aprendizagem e do hábito Locke


explicava a aparente natureza inata de algumas ideias.

 Para Locke assim como para Aristóteles, a mente adquiria conhecimento


por meio da experiência.

Locke admitia dois tipos de experiência um derivado da sensação e outro da


reflexão.

Sensação: Os nossos sentidos possuidores de relações íntimas com


determinados objetos sensoriais , transportam para a mente diversas
percepções distintas dos elementos de acordo com as várias maneiras pelas
quais são afetados pelos objetos. E, assim, concebemos as ideias de amarelo,
branco, quente, frio e de todas as demais qualidades denominadas sensoriais,
a qual, ao afirmar que são transportadas pelos sentidos para a mente, quer
dizer que a partir dos objetos externos são transferidas para a mente,
produzem as percepções. Essa imensa fonte de, praticamente, todas as ideias
que possuímos totalmente dependente dos nossos sentidos, e deles derivada
para o entretenimento. Isso chama-se sensação.

Reflexão: A outra fonte pela qual a experiência proporciona ideias para o


entendimento é percepção das operações da nossa mente interior, de como ela
emprega as ideias adquiridas: operações que, quando passam ser objeto de
reflexão e de análise da alma, produzem no entendimento outro conjunto de
ideias, que não seria possível conceber a partir dos elementos sem: a
percepção, pensamento, a dúvida, a crença, a razão, o conhecimento, a
vontade e todas as diferentes ações da nossa mente e da qual, se tivéssemos
consciência e as observássemos em nossas almas, obteríamos nossos
entendimentos como ideias distintas, assim como agimos com nossos corpos
que afetam nossos sentidos. Dessa fonte de ideias, todo homem em si é
integralmente dotado: e, embora não possa ser sentido como tendo qualquer
relação com os objetos externos, ainda assim, assemelha-se muito e pode ser
corretamente chamado sentido interno. No entanto, como chamo esse de
reflexão.

Para Locke os elementos que pelos quais surgem todas as nossas ideias são:
os objetos da sensação e e os objetos da reflexão.

Ideias simples e complexas:

Ideias simples são elementares, que surgem da sensação e da reflexão. São


recebidas passivamente pela mente.

Ideias complexas são as derivadas, compostas pelas simples, podendo ser


analisadas ou reduzidas a componentes mais simples.

Teoria da associação:

Associação: Noção de que o conhecimento resulta da ligação ou da associação


entre ideias simples para formação de ideias complexas.

 O conceito da combinação ou da composição de ideias e a noção


contrária de analise marcam o início da abordagem mental-química do
problema da associação.

 Associação é o que hoje chamamos de aprendizagem.

 A redução ou a análise da vida mental na forma de ideias ou de


elementos simples e a associação desses elementos para formar ideias
complexas tornam-se fundamentais para a nova psicologia científica.
 Locke tratou o funcionamento da mente conforme as leis do universo
natural.

 A teoria da associação foi um passo significativo para considerar a


mente, tal como o corpo, uma máquina.

Qualidades primárias e secundárias:

 Está de acordo com o mecanicismo


 O mecanicismo afirma ser matéria em movimento a única realidade
objetiva. Se a matéria consiste em toda existência objetiva, a percepção
de todo resto, como da cor, do odor e sabor, deve ser subjetiva.
Somente as qualidades primárias podem existir independentemente de
serem percebidas ou não.

Qualidades primárias são características como tamanho e forma de um objeto,


perceptíveis ou não. Exemplo: Tamanho de um edifício.

Qualidades secundárias são características como cor e cheiro que existem em


nossa percepção de um objeto. Exemplo: A dor de um corte, essa dor não se
encontra no objeto cortante mas na experiência individual.

George Berkeley:

Mentalismo: Doutrina que considera que todo conhecimento é função de um


fenômeno mental e dependente da pessoa que percebe ou vivencia.

 Berkeley discordava de Locke sobre as questões primárias e


secundárias. Mas concordava com o conceito de que todo conhecimento
do mundo exterior tem origem na experiência.

 Berkeley só acreditava nas qualidades secundárias.

 Berkeley afirmava ser a percepção a única realidade da qual se tem


certeza. Não se pode conhecer com precisão a natureza dos objetos
físicos no universo experimental (o universo derivado da própria
experiência ou tendo ela como base).

 Para Berkeley o universo das nossas experiências é o somatório das


sensações.

 Não há substância material da qual possamos ter certeza, porque se


excluirmos a percepção, a qualidade desaparecerá. Ou seja, não existe
cor sem a nossa percepção de cor.
 Sendo a percepção interna ou subjetiva, ela não reflete o mundo
exterior. O objeto físico nada mais é que o acúmulo das sensações
experimentadas simultaneamente, de forma que se associem à mente
pelo hábito.

 Sua teoria considerava que, como toda experiência está dentro de nós
mesmos, em relação a nossa própria percepção, nunca podemos saber
com precisão a natureza física dos objetos. Podemos confiar apenas em
nossa própria percepção única desses objetos.

A associação das sensações:

 Berkeley aplicou o princípio da associação para explicar como


passamos a conhecer os objetos do mundo real. Esse conhecimento é
basicamente a construção ou composição de ideias simples (elementos
mentais) unidas pelo fundamento de associação.

 As ideias complexas são formadas pela união das simples recebidas por
meio dos sentidos.

 Berkeley também usava a associação para explicar a percepção de


profundidade visual. Ele dizia que a percepção de profundidade é o
resultado da nossa experiência.

 Para ele a percepção de profundidade não é uma simples experiência


sensorial, mas uma associação de ideias a ser aprendidas.

James Mill:

 Não aceitava a ideia do empirismo.

 Aplicou a doutrina do mecanicismo.

 Para ele a mente não passava de uma máquina.

 Para ele a mente é uma entidade completamente passiva e acionada


totalmente por estímulos externos.

 Mill propunha o estudo da mente pelo método da análise, ou seja,


reduzindo a mente em componentes básicos.

 Para Mill sensações e ideias são únicas espécies de elementos mentais


que existem.
 Ele não acreditava que é mente tivesse função criativa.

 Para ele a associação era mecânica e as ideias resultantes eram


apenas o acúmulo ou a soma dos elementos mentais individuais.

Jonh Stuart Mill:

 Concordava com Locke a respeito da mente humana como uma folha


em branco para o registro das experiências.

 Tinha ideias feministas.

 Para Jonh a mente exercia um papel ativo na associação de ideias.

Síntese Criativa: Noção de que ideias complexas, formada de ideias simples,


adquirem novas qualidades; combinação dos elementos mentais cria um
elemento maior que a soma dos elementos originais ou diferente destes.

 Desse modo as ideias de Jonh foram influenciadas pela química.

 Mill chamou essa associação de ideias de química mental.

 Contribuiu para psicologia alegando ser possível a realização de um


estudo científico na mente.

Contribuições do empirismo para psicologia:

Princípios do empirismo:

 O papel principal do processo da sensação


 A análise da experiência consciente nos elementos
 A síntese dos elementos em experiências mentais complexas mediante
o processo de associação
 O foco dos processos conscientes

O papel principal do empirismo na formação da nova psicologia


científica tornara-se evidente e foi possível perceber que as preocupações dos
empiristas formavam o objeto de estudo básico da psicologia.

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