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DIÁRIO DE FILOSOFIA

- AULA: DIA 22 DE SETEMBRO DE 2023


Nesta aula analisámos um excerto de Dufrenne em que este se centrava na
necessidade que o homem sente em ter de colocar um sentido às coisas e o facto
desse sentido poder ser positivo ou negativo. Os argumentos utilizados pelo autor
incluem a interrogação de Spartacus sobre se trabalhar como trabalha faz sentido,
ou seja, se faz sentido o mesmo trabalhar e viver em condições desumanas só para
continuar vivo, o que na minha opinião não tem sentido. Se for para vivermos em
situações precárias e infelizes, ou sujeitarmo-nos a tais situações, acho que não vale
o esforço que o autor mete em causa. Acho melhor “nem vivermos”, afinal de contas
só temos uma vida, uma oportunidade, e temos de fazê-la a melhor que
conseguirmos, aproveitar ao máximo e não nos sujeitarmos a tais condições,
porque no meu ponto de vista isso nem é viver, é apenas existir, apenas habitar o
planeta Terra. O segundo argumento aborda a bomba atómica de Oppenheimer,
e Dufrenne põe em questão se faz sentido o mesmo ter trabalhado tanto numa
descoberta que provavelmente iria provocar tanta morte e destruição. E como já
tivemos casos reais deste acontecimento, nomeadamente nas cidades japonesas
de Nagasaki e Hiroshima, é de facto uma questão a colocar-se, apesar de ser uma
invenção revolucionária.
ELEMENTO CRIATIVO: DILEMA
“Busca pelo sentido”
Imagina que descobres que existe um objeto misterioso, conhecido como “O
Foco”, que supostamente confere um propósito transcendental à vida de quem o
possui. Dizem que aqueles que o encontram ganham uma clareza profunda sobre
o significado das suas vidas e uma sensação de cumprimento inigualável. No
entanto, há um preço a pagar. O Foco não é um objeto que pode ser mantido
indefinidamente. Ele requer um sacrifício significativo para ser possuído: deves
abdicar de uma das tuas maiores paixões na vida.
Dilema:
Tens de escolher entre manteres a tua paixão (seja pela tua carreira, um
relacionamento, um hobby ou qualquer outra coisa que valorizes profundamente)
ou procurar o sentido transcendental que o Foco promete. Se escolheres manter a
tua paixão, vais continuar a desfrutar plenamente dela, mas vais sempre ter a
sensação de que algo mais profundo e significativo pode estar a escapar. Se
escolheres procurar o sentido com o Foco, terás a oportunidade de experimentar
uma clareza e cumprimento que transcende qualquer coisa que tenhas conhecido
antes, mas terás de te despedir daquilo que mais amas. O que é que tu escolherias?
- AULA: DIA 29 DE SETEMBRO DE 2023
Nesta aula estudámos os 3 tipos de conhecimento. Este é construído a partir
da acumulação de informações, experiências, estudos e reflexões. O conhecimento
permite que as pessoas compreendam o mundo ao seu redor, desenvolvam
habilidades e resolvam problemas complexos. Para mim, a importância de cada
tipo de conhecimento depende do contexto e das circunstâncias. Por exemplo,
nalgumas situações, como num contexto académico, o “saber que” pode ser mais
crucial. Noutras, como num ambiente profissional, o “saber fazer” pode ser
prioritário. E em situações práticas do dia a dia, o “saber por contacto” pode ser
extremamente útil. Para se conhecer alguma coisa tem de haver uma relação
sujeito-objeto e para isto tem de haver uma intencionalidade. Depois disto
captamos a informação determinante, processamo-la através da consciência e por
fim consolidamo-la e integramo-la. Na minha opinião para isto acontecer temos de
querer obter o conhecimento por nós próprios, temos de ter a tal intenção em
aprender x conceito. Se aprendermos por nós próprios, o conhecimento é
absorvido e consolidado, mas se nos for dito da boca para fora sai de orelha a
orelha, não aprendemos nada e a informação não fica retida.
ELEMENTO CRIATIVO: SLOGAN
“Conhecimento que inspira, experiência que transforma.”

- AULA: DIA 6 DE OUTUBRO DE 2023


Esta foi a 4ª aula sobre a teoria do conhecimento, mais precisamente sobre a
crítica de Gettier à definição tradicional de conhecimento. Como sabemos antes
de Gettier, a definição comum de conhecimento era que, para alguém conhecer
algo, era necessário possuir uma crença verdadeira justificada. Gettier apresentou
situações hipotéticas em que alguém pode ter essa crença verdadeira justificada,
mas ainda assim não ter conhecimento verdadeiro. Nos seus exemplos, a
justificação pode ser acidental ou baseada em informações falsas, o que torna a
crença verdadeira puramente por coincidência. Esses caos de Gettier
demonstraram que a definição clássica de conhecimento não era suficiente para
captar a natureza complexa do conhecimento genuíno. Eu pessoalmente não
concordo com Gettier, pois estes casos são extremamente raros e pouco
representativos da maioria das situações em que afirmamos ter conhecimento.
ELEMENTO CRIATIVO: EXEMPLOS
1. Isaac Newton estava sentado num pomar quando uma maçã caiu de uma
árvore, o que o levou a pensar sobre a força atraía a maçã em direção à Terra.
Esse evento inspirou Newton a desenvolver a sua teoria da gravidade.
2. Supõe que alguém olha para um relógio que está parado e acredita
corretamente que é meio-dia, com base no posicionamento dos ponteiros.
No entanto, a pessoa não sabe que o relógio parou exatamente às 12h.
Embora a crença seja verdadeira e justificada pela posição dos ponteiros, não
constitui conhecimento, pois a pessoa não tem consciência do estado real do
relógio.

- AULA: DIA 11 DE OUTUBRO DE 2023


Na aula de hoje, discutimos o racionalismo de Descartes. O racionalismo de
René Descartes foi uma abordagem filosófica que enfatizou a primazia da razão
como fonte principal de conhecimento e a busca pela certeza e clareza nas ideias.
Entra neste tema a famosa frase "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo"), que é
uma expressão central do seu método de dúvida metódica. Vou dividir esta aula
em tópicos e subtópicos com pontos em que eu primeiro explico o conceito e
depois digo como me senti a aprender e a minha discordância perante os
conceitos dos pensamentos filosóficos de Descartes.
1. Dúvida Metódica: este filósofo acreditava que muitas das crenças e
conhecimentos adquiridos através dos sentidos eram incertos e podiam ser
ilusórios. Para superar esse problema, ele propôs um método de dúvida
radical, no qual ele duvidava de tudo o que não pudesse ser conhecido com
certeza.
1.1) A dúvida metódica pode não ser uma abordagem prática em
todos os contextos, por isso não concordo na totalidade com a
aplicação deste método. Pensei em 3 casos em que esta não deve
ser aplicada: se levarmos a dúvida metódica muito a sério,
podemos chegar a um ponto em que duvidamos de tudo,
inclusive da validade do próprio método. Isto pode levar à
incapacidade de tomar decisões práticas; em situações urgentes
ou de emergência, não podemos nos dar ao luxo de duvidar de
tudo antes de agir; se aplicada estritamente na pesquisa científica,
a dúvida metódica pode dificultar o avanço do conhecimento,
pois pode desencorajar a aceitação provisória de teorias que
ainda não foram totalmente verificadas.
2. Cogito, ergo sum: Ao duvidar de tudo, Descartes percebeu que havia uma
coisa que não podia ser duvidada: o facto de que ele estava a pensar.
Portanto, concluiu que, se está a pensar, necessariamente existe. Daí a famosa
afirmação "Penso, logo existo". Esta é a certeza básica e indubitável em que
Descartes construiu o seu sistema filosófico.
2.1) Esta é uma frase que me faz pensar profundamente. Quem é que
diz que nós somos reais e como Descartes diz “quem garante que toda
a vida não é um sonho”? Existem alguns filósofos que metem em causa
que é possível que a nossa própria mente esteja enganada sobre a sua
própria existência. Fico muito confusa com isto tudo, porque parando
para pensar, neste momento estou a escrever no computador e a ver
aparecer letra por letra no ecrã, mas se isto tudo não passar de apenas
uma ilusão significa que eu consigo imaginar todos estas letras e
características com um detalhe surreal. Indo mais além, chego até
mesmo a pensar se estes 15 anos da minha vida não foram uma mentira,
uma total ilusão em que eu vivi. Aliás, nem se coloca a questão de viver,
posso não passar apenas de um desenho animado a ser escrito por um
ser de outro universo. Isto tudo mexe com a minha mente e traz-me uma
sensação de que nada é real. Colocando a frase de outra forma: se
tivermos uma caneta à frente, conseguimos vê-la, senti-la e escrever
com ela, por isso ela existe, é um objeto físico e real, mas não pensa,
não tem uma consciência como nós seres humanos. Logo, ela não
pensa, mas existe, por isso quem nos diz que nós pensamos? Ou que
sequer existimos? Para haver um pensamento tem de haver um ser
pensante, um pensador, mas o que é que é um pensamento? Ou como
é que sabemos que existimos e estamos a pensar?
3. Método analítico e sintético: Descartes defendia um método de investigação
que envolvia a análise e a decomposição de problemas em partes mais
simples (método analítico) e a posterior síntese das partes para entender o
todo (método sintético). Isso refletia a sua procura pela clareza e certeza na
aquisição de conhecimento.
3.1) Estive a pensar algum tempo neste método e em grande parte eu
concordo e acho muito útil para utilizar em diversas áreas e contextos,
mas pode ser inadequado para lidar com experiências subjetivas ou
emocionais, que não podem ser facilmente decompostas em
elementos separados.
4. Deus como garantia da veracidade das ideias: Para Descartes, a existência de
Deus era crucial para garantir a veracidade das ideias. Ele argumentava que,
como Deus é um ser perfeito e benevolente, não permitiria que as nossas
mentes fossem enganadas quanto às verdades fundamentais.
4.1) A existência ou não-existência de Deus é um tópico muito
complexo pelo qual não vou entrar. Esta garantia de que Deus nos
garante a veracidade das ideias pode ser um engano, por diferentes
razões, por exemplo: diferentes tradições religiosas e filosóficas têm
interpretações distintas sobre a natureza e atributos de Deus. Portanto,
a definição de Deus que Descartes assume pode não ser aceita por
todos, o que levanta a questão de qual conceção de Deus deve ser
usada como base para garantir a veracidade das ideias; Mesmo que
aceitemos a existência de Deus, ainda enfrentamos o desafio de como
podemos ter a certeza de que realmente compreendemos os
pensamentos e desígnios de Deus. Podemos estar a interpretar
incorretamente as garantias que supostamente recebemos dele.
ELEMENTO CRIATIVO: POEMA
Descartes, com sua mente a raciocinar,
Na razão viu a luz a brilhar.
Dúvida usou, com cuidado e esmero,
Em busca da certeza, era o seu primeiro.

Mente e corpo, dualismo a expor,


Geometria e Deus, seu alicerce a criar.
Na razão achou um caminho a seguir,
Racionalismo, a busca do saber a florir.

- AULA: DIA 20 DE OUTUBRO DE 2023


Na aula de hoje abordámos a ideia do génio maligno. Começo já por dizer
que acho esta ideia hipotética criada por Descartes muito extrema. O génio
maligno é uma entidade imaginada e fictícia que representa a possibilidade de um
ser malicio, que esteja constantemente a enganar-nos e a distorcer a realidade.
Descartes usou o ceticismo do génio maligno como uma ferramenta para duvidar
de todas as suas crenças e perceções, até que ele pudesse encontrar uma base
sólida e indubitável para o conhecimento. Concordo com a ideia de que não
devemos dar nada por concreto e assertivo à primeira, mas esta ideia de ceticismo
é bastante extrema porque ao supor que o génio maligno nos está constantemente
a enganar não podemos dar como certos conhecimentos básicos e evidentes.
ELEMENTO CRIATIVO: EXPERIÊNCIA SENSORIAL PESSOAL
Às 10:30h do dia de ontem estava a ter aula de português, em que corrigimos
os exercícios da aula anterior e ficámos em grupos de quatro a conversar. Depois
tive aula de inglês e logo a seguir fui para o refeitório, onde almocei choco com
batata e ervilhas. De seguida desci a rua da escola com a Margarida para nos
encontrarmos com os nossos amigos e tornámos a subir para a escola. Quando
chegámos à escola, ficámos numa roda a conversar enquanto eu ouvia música. Às
14:30h começou a aula de biologia e às 16h terminámos as aulas do dia e saímos
da escola. Um pequeno grupo de pessoas ficou à espera do autocarro e por volta
das 17:15h regressei a casa. Durante o resto da tarde lanchei e fiquei a fazer
resumos de filosofia e a terminar o diário da aula anterior. Passaram-se algumas
horas e, entretanto, fui jantar. Coisa simples, não passou de um prato de sopa de
legumes, acompanhado de um copo de água e uma maçã de sobremesa. Voltei
para o meu quarto e das 21h às 23:30h fiquei sentada na minha secretária a ter
explicação de biologia. Quando terminou, comi um iogurte com aveia e fui me
deitar. Hoje de manhã acordei às 07:20h e fui para o hospital particular de Almada
para ter uma consulta de otorrinolaringologista. Quando acabou, o meu pai veio
me trazer à escola e entrei a 20 minutos da aula de FQ terminar. Quando acabou
fui ao bar da escola, encontrei-me com alguns amigos e voltei para o pavilhão E
para entrar na aula de filosofia.

- AULA: DIA 25 DE OUTUBRO DE 2023


A aula de hoje foi sobre a teoria empírica. Esta é uma corrente filosófica que
sustenta que o conhecimento deriva principalmente da experiência sensorial e da
observação do mundo exterior. Segundo os empiristas, as ideias e conceitos foram
formados a partir da experiência direta ou posterior, em contraposição à razão pura
ou a priori. Os empiristas acreditam que a mente humana é inicialmente uma "tabla
rasa" ou um "papel em branco" (tabula rasa), e que as ideias e o conhecimento são
adquiridos através da perceção sensorial, da introspeção e da reflexão sobre a
experiência. John Locke, George Berkeley e David Hume são filósofos destacados
associados ao empirismo.
Para mim, esta teoria filosófica faz muito sentido para mim e identifico-me
bastante com ela. Já passei por alguns eventos traumáticos e algumas experiências
de vida que me marcaram e aprendi muito com elas. Estas experiências sensoriais
fazem parte de mim todos os dias e experienciei coisas que, apesar de negativas,
mostraram-me maneiras de viver que provavelmente se não tivesse passado por
elas não as saberia.
ELEMENTO CRIATIVO: NARRATIVA COM EXPERIÊNCIA PESSOAL
O acontecimento que marcou a minha vida foi o falecimento da minha mãe.
Quando eu tinha apenas 6 anos a minha mãe deixou este mundo e foi para um
lugar melhor. Esta é a memória mais antiga que tenho, não existe mais nada na
minha consciência anterior ao dia 6 de janeiro de 2014.
Foi à 9 anos atrás que a minha vida mudou por completo. Desde que me
conheço por gente que a pessoa que me deu à luz sempre consumia quantidades
absurdas de tabacos, chegava aos quatro maços por dia. Até que um dia, o
organismo dela não aguentou mais e enquanto dormia, um ataque cardíaco fez
com que o coração dela parasse e se desse assim, o falecimento da minha mãe,
Nélia Medeiros. Como eu era muito nova, não percebi muito bem o que estava a
acontecer, foi tudo muito rápido e eu mal sabia o que era a morte. Lembro-me de
tentar acordar a minha mãe para o jantar, mas, obviamente isso não acontecer e os
minutos seguintes serem bastante confusos. Recordo-me do meu pai a ligar para o
112 e eu estar no quarto da minha irmã a saltar na cama dela em pânico, enquanto
ela estava a ligar para todos os familiares e amigos próximos para virem ajudar. Em
poucos instantes estava uma ambulância estacionada à porta de minha casa, a
minha mãe a ser transportada lá para dentro para ir o mais rápido possível para o
hospital e alguns familiares, amigos e vizinhos à volta.
Toda esta situação obviamente teve grandes implicações na minha vida.
Recordo-me de que a minha irmã aparentava ser a pessoa mais afetada. Passou por
um bocado bastante mau e eu via-a e ouvia-a bastantes vezes a chorar. Fomos até
postas num psicólogo, mas eu estava bastante estável então nem cheguei a ter
mais que uma consulta. Foram tempos difíceis, mas acho que como eu era tão nova
nem me cheguei a aperceber da gravidade da situação na altura, por isso acho que
atualmente, apesar de já se ter passado algum tempo, é que eu sofro mais com a
situação. Já tenho consciência do que se passou e das consequências.
Mais de metade da minha vida cresci sem figura materna e apesar de não me
poder queixar, faz diferença e sinto uma saudade inexplicável. Nunca falei sobre
nada disto com o meu pai, mas hoje em dia muitas vezes ainda me vou abaixo. Já
não visito a cova da minha mãe há algum tempo, mas gostava de ir visitá-la às vezes
e relembrá-la. Sinto que passado 2 anos foi tudo “abafado” e nunca mais se falou
disso nem nunca mais a fomos visitar, por isso acabámos por “esquecer” e passar
à frente, mas eu não quero simplesmente anular essa fase da minha vida,
simplesmente esquecer que alguma vez tive mãe. Apesar de não ter memórias
vivas com ela, muitas vezes pego-me a ver fotografias e vídeos da altura, e eu sei
que isso me marcou e vivi essas memórias em alguma parte da minha vida.
Acho que piorou no ano passado, precisamente há um ano, a minha avó
materna, mãe da minha mãe, faleceu. Toda a minha família por parte da mãe vive
nos Açores e esta minha avó sempre que falava connosco ao telefone estava
sempre muito preocupada comigo e a dizer para eu ter cuidado porque não queria
que eu acabasse como a minha mãe. Até que, foi ela que me abandonou, mais uma
vez, uma pessoa muito importante me deixou. Acho que me custa ainda mais
porque ela é mãe da minha mãe. Também sinto muitas saudades desta minha avó,
ela sempre me apoiou e queria ver a sua neta no seu melhor. Amo-as muito às duas.

- AULA: DIA 3 DE NOVEMBRO DE 2023


Esta aula teve como tema principal o criticismo de Immanuel Kant. Esta teoria
filosófica propõe uma síntese entre o empirismo e o racionalismo, distinguindo
entre juízos analíticos, sintéticos a posteriori e sintéticos a priori. Kant argumenta
que a nossa experiência é moldada por estruturas inatas da mente humana e que
existem limites para o que podemos conhecer. Para Kant, o conhecimento é
adquirido por meio da interação entre o objeto e o sujeito e tem como ponto de
partida o interesse do indivíduo em aprender sobre o objeto, ou seja, Kant coloca
o sujeito como peça principal numa relação cognitiva.

Kant critica o racionalismo e o empirismo, pois defende que ambas as doutrinas


não consideram o papel ativo da pessoa no processo de aquisição do
conhecimento. Dessa forma, Kant estabelece limites para o intelecto humano em
relação ao conhecimento. Diferente de uma perspetiva ceticista, Kant acredita na
possibilidade do conhecimento, mas defende que o indivíduo tem um conteúdo
sensível a partir do qual ele capta e interpreta informações. Isso significa que um
pensamento não pode ser explicado com elementos externos ao indivíduo, mas
deve ser relacionado com o próprio funcionamento da sua mente.

Ao contrário do empirismo e do racionalismo, que defendem que o conhecimento


é fruto exclusivamente da experiência e da razão, respectivamente, Kant propõe
que os indivíduos possuem conhecimentos "a priori" e a "posteriori".

"A priori" é o conhecimento anterior à experiência, são as noções puras de


entendimento, aquelas capacidades que o indivíduo tem desde que nasce. "A
posteriori", por sua vez, é o conhecimento que vem após a experiência. Pensei num
exemplo que para mim faz muito sentido e “sintetiza” esta ideia: a capacidade de
aprender um outro idioma é um conhecimento "a priori", já o aprendizado da
língua em si é um conhecimento "a posteriori".

Para mim esta teoria de Kant faz bastante sentido e estive a pensar: ideias como o
infinito ou a perfeição são ideias inatas, nós sabemos de nascença o que elas são,
ninguém nunca nos explicou, mas aprender a 3ª Lei da Inércia de Newton, foi
preciso um aprendizado na disciplina de física.

ELEMENTO CRIATIVO: DIÁLOGO ENTRE DAVID HUME (EMPIRISTA), RENÉ


DESCARTES (RACIONALISTA) E KANT (INTERMÉDIO ENTRE AS DUAS OUTRAS
TEORIAS FILOSÓFICAS)
Hume: Bom dia, senhores. É um prazer estar aqui para discutir as nossas visões
filosóficas. René, porque é que não começas por nos contar um pouco sobre a tua
abordagem racionalista?
Descartes: Bom dia, David. Certamente. Como racionalista, acredito que o
conhecimento verdadeiro pode ser adquirido por meio da razão pura,
independente da experiência sensorial. A mente humana é capaz de alcançar
verdades universais e necessárias por meio do pensamento lógico e dedutivo.
Hume: Entendo a tua posição, René. No entanto, como empirista, acredito que
todo conhecimento verdadeiro deriva da experiência sensorial. A mente é uma
tábula rasa, e todas as ideias têm origem na observação e na experiência direta.
Kant: Interessante ouvir ambas as perspetivas. Como um defensor da filosofia
transcendental, acredito que há uma interação crucial entre a razão e a experiência.
A mente humana possui estruturas a priori que moldam a forma como percebemos
e compreendemos o mundo. Essas estruturas são inatas, mas a experiência é
necessária para ativá-las.
Descartes: Entendo o teu ponto de vista, Kant. Mas como é que consegues
reconciliar as ideias opostas de racionalismo e empirismo?
Kant: Creio que a síntese entre razão e experiência é fundamental para o nosso
entendimento do mundo. A razão fornece os princípios universais que guiam a
nossa compreensão, enquanto a experiência concreta dá-nos os dados empíricos
necessários para aplicar esses princípios.
Hume: Parece que estás a propor uma abordagem intermediária entre as nossas
visões, Kant. Acredito que isso é um avanço significativo na busca pelo
entendimento do conhecimento humano.
Descartes: Concordo. É reconfortante saber que podemos encontrar um terreno
comum entre as nossas posições filosóficas.

- AULA: DIA 10 DE NOVEMBRO DE 2023


Nesta aula começou a ser mencionada a ciência. Para mim a ciência é um
sistema de conhecimento baseado em observações, experimentações, teorias e
métodos sistemáticos usados para compreender o mundo natural. Ela procura
explicar fenômenos, descobrir padrões, fazer previsões e ampliar o nosso
entendimento sobre o universo, sejam eles relacionados à natureza, ao cosmos,
aos seres vivos ou a fenômenos físicos e químicos. A ciência é caracterizada por
alguns princípios fundamentais:
1. Observação e experimentação: Os cientistas observam e realizam
experimentos para juntar dados e informações sobre o mundo natural.
Através dessas observações, são formuladas hipóteses e teorias.
2. Método científico: É um processo sistemático que envolve a formulação de
hipóteses, a junção de dados, a realização de experimentos, a análise dos
resultados e a formulação de conclusões. Esse método é utilizado para testar
e refinar ideias e teorias.
3. Reprodutibilidade: Os resultados obtidos por meio de experimentos devem
ser reproduzíveis. Isso significa que outros cientistas devem ser capazes de
replicar os experimentos e obter resultados semelhantes, fornecendo
confiabilidade e validade aos achados científicos.
4. Teorias e leis: As teorias científicas são explicações amplas e bem
fundamentadas que explicam uma grande variedade de fenômenos naturais.
Leis científicas são descrições concisas e quantitativas de como a natureza se
comporta em determinadas circunstâncias.
A ciência abrange diversas áreas, como a física, química, biologia, astronomia,
geologia, entre outras. Esta tem contribuído significativamente para o avanço da
humanidade, fornecendo conhecimentos e tecnologias que impactam a
sociedade, a medicina, a tecnologia e muitos outros campos. É importante ressaltar
que a ciência está em constante evolução, com novas descobertas, teorias
revisadas e métodos aprimorados à medida que expandimos nosso conhecimento
e compreensão do mundo ao nosso redor.
O que difere a ciência da filosofia é a experiência. A filosofia não é experimentável
enquanto a ciência necessita dela. Embora tenhamos a ideia de que a ciência é
produtora da verdade, esta não é uma afirmação válida. A ciência é uma fonte de
conhecimento rigoroso, não necessariamente verdadeiro, devido a uma análise
crítica contínua e repetida dos resultados obtidos regularmente, tendo os dados
que ser validade por toda uma comunidade de cientistas, distinguindo-se da
filosofia, na medida em que, nesta, cada um apoia o que acredita.
ELEMENTO CRIATIVO: POEMA
No reino da razão, onde a ciência floresce
Nenhuma fórmula sustenta a homofobia, perece
O coração da verdade bate na diversidade,
O amor não se limita, é a ciência da igualdade.

No laboratório da compreensão humana,


Genes não ditam quem a alma ama.
A beleza está na variedade do ser,
Homofobia não tem espaço, é preciso entender.

Na trama dos dias, onde a ciência desvenda,


A homofobia é uma sombra que desmanda.
Em cada estudo, em cada descoberta,
A ciência tece laços que a discriminação encerra.
- AULA: DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2023
Uma vez que escrevi o relatório desta aula, vou pôr aqui o texto sem partes
desnecessárias e com os meus pontos de vista.
Deu-se início à quarta aula sobre o conhecimento científico. O professor colocou
uma questão à qual desenvolvemos ao longo da aula, sendo a mesma: será que
existe algum critério para estabelecer uma linha entre o que é científico daquilo
que, não é?
Temos como ponto de partida para esta barreira o senso comum. O senso comum
ou muitas vezes chamado de conhecimento vulgar baseia-se na experiência de
vida e nas tradições e é um saber essencialmente prático que permite enfrentar os
problemas quotidianos. Pode variar de pessoa para pessoa e habitualmente é
utilizado sem uma preocupação sistemática de rigor e de justificação.
Colocar o problema da demarcação significa perguntar se é possível encontrar um
critério de cientificidade. Este permitirá dizer quais são as características que as
teorias devem ter para serem consideradas científicas. Ou, por outras palavras, o
critério para distinguir o que é ciência, ou seja, aquilo que representa um nível de
progresso, do que não é ciência, como a filosofia, a literatura ou as artes.
Para mim colocar o problema da demarcação é importante por várias razões
fundamentais:
1. Clareza na definição da ciência: Estabelecer critérios claros para distinguir o
que é considerado ciência do que não é, é crucial para delimitar os limites do
conhecimento científico. Isso ajuda a evitar a confusão entre áreas de estudo
científico legítimo e aquelas que podem carecer de fundamentos empíricos
ou lógicos.
2. Discernimento epistemológico: Ao questionar e debater sobre os critérios de
demarcação, os filósofos da ciência e os cientistas podem aprimorar a sua
compreensão sobre os princípios fundamentais que diferenciam uma teoria
científica válida de outras formas de conhecimento, como crenças pessoais,
pseudociência ou especulação não fundamentada.
3. Desenvolvimento e avaliação de teorias: Ter critérios claros para distinguir
entre teorias científicas e não científicas é crucial para o progresso da ciência.
Ajuda os cientistas a avaliarem teorias propostas, incentivando a formulação
de hipóteses e teorias que sejam testáveis, passíveis de refutação e, assim,
mais robustas e confiáveis.
De seguida analisámos que o empirismo lógico acredita que existe uma corrente
que nos diz que o conhecimento positivo científico é melhor que um do senso
comum, isto é óbvio uma vez que o conhecimento vulgar é um tipo de
conhecimento muitas vezes errado por ser vago, não rigoroso e assistemático.
Frequentemente são teorias e crenças em que a população acredita, mas que não
tem uma base sólida e fidedigna, com uma testagem e aprovação antecipada.
Temos de ter capacidade de verificar se um enunciado é verdadeiro ou falso e para
isto, muitos empiristas lógicos dizem que estes enunciados não podem ser muito
extensos, vagos ou imprecisos. Estes afirmam também que tudo o que for
experimentável e verificacionável é científico.
Nesta questão filosófica são confrontadas duas teorias: a dos positivistas, como
Ayer e Carnap, e a de Popper.
Começámos por ver o que significa positivismo. Este termo diz-nos que tudo o que
nos levar a um progresso é positivo. Foi dado o exemplo da aula passada, em que
na antiguidade acreditava-se que a Terra era sustentada por uma tartaruga e assim
sucessivamente, não havendo progresso nenhum nesta teoria.
De seguida o professor explicou a crítica de Popper ao verificacionismo. Para
explicar esta crítica foi dado um exemplo: as galinhas, os gansos, as cegonhas, as
andorinhas, as avestruzes e os pinguins têm todos asas e penas, mas nem todos
conseguem voar, mesmo tendo as características das aves. O que se quis dizer com
isto é que se concluirmos que lá por todas as aves terem asas e penas não significa
que todas voem, aliás é de conhecimento comum que as galinhas, as avestruzes e
os pinguins não voam por isso estas características não nos induzem à verdade,
mas sim ao erro. Por isso colocou-se questão: será que podemos verificar uma lei,
que supostamente não admite exceções e é absoluta, em todas as situações?
Deu-se início à leitura da página 98 e 99 do manual. Depois da leitura do primeiro
parágrafo sobre a verificação do positivismo lógico, o professor perguntou qual
era então a tese correspondente ao parágrafo, ao qual o Ricardo respondeu que
era e passo a citar: uma teoria só é científica se for constituída por afirmações
empiricamente verificáveis, ou seja, quando se pode conceber experiências que
estabeleçam conclusivamente a sua verdade ou falsidade. Depois passámos à
leitura de uma citação de Ayer em que a conclusão da mesma é: uma frase só tem
significado se nós conseguirmos fazer a sua verificação.
O professor então explicou-nos que Popper acha que os verificacionistas exageram
e muitas das afirmações filosóficas até não têm sentido, mas existe uma verificação.
Uma das mais básicas, o “Penso, logo existo” de Descartes, ou por exemplo,
afirmações religiosas, em que pode não ser possível fazer uma verificação
empírica, mas para quem acredita em Deus, tem sentido.
Continuando com as leituras, foram analisados 4 exemplos, no qual só vou citar
um, para o esclarecimento da aplicação do critério de verificabilidade como:
Júpiter tem satélites, em que esta é verificável, pois a sua verdade ou falsidade
pode ser estabelecida através da experiência.
Na página seguinte foi explicada a confirmação defendida por Rudolf Carnap, esta
é um princípio complementar e adjacente à verificação, esta diz-nos que não é
preciso verificar e abranger a totalidade dos casos, apenas os suficientes para obter
um conhecimento científico verdadeiro. A refutar e rejeitar a verificação e a
confirmação temos Popper como falsificacionista, que diz que estas duas
ferramentas não permitem distinguir a ciência da não ciência.
Em seguida. o professor explicou-nos o movimento do pêndulo de Galileu Galilei,
que deu um ponto de partida para o verificacionismo e para o confirmacionismo.
Diz a história da carochinha que Galileu teria visto um incensário na catedral de
Florença. Esse incensário era seguro por um cabo e uma roldana e ele ia
balançando de um lado para o outro. Galileu reparou que ao longo do tempo as
voltas iam ficando cada vez vais curtas, mas o tempo de cada volta era sempre o
mesmo. Isto foi útil para estabelecer um modelo com um pêndulo para realizar
cálculos de alta precisão matemática para chegar a uma lei. Depois disto criou a
isocronia, uma lei que nos diz que o tempo percorrido é o mesmo, mas a distância
diminui.
ELEMENTO CRIATIVO: PEQUENO CONJUNTO DE SLOGANS EM TORNO
DO MÉTODO INDUTIVO CIENTÍFICO
1. Do específico para o geral: o método indutivo revela o universo através de
observações detalhadas!
2. Construindo conhecimento peça por peça: o método indutivo, a base da
ciência moderna.
3. Observação constante, conclusões fundamentadas: o método indutivo é a
essência da descoberta científica.
4. Da experiência à teoria: o método indutivo, onde cada descoberta é um
degrau para a compreensão do todo.
5. Investigação meticulosa, verdades reveladas: o método indutivo,
desvendando os mistérios da natureza.
6. Aprendendo com a natureza: o método indutivo, permitindo que os dados
guiem o caminho para novos entendimentos."

- AULA: DIA 29 DE NOVEMBRO DE 2023


Nesta aula, número 5 sobre o conhecimento científico, abordámos o
problema da demarcação. Este problema é um conceito filosófico proposto pelo
filósofo da ciência Karl Popper, que questiona a distinção entre ciência e não-
ciência, ou entre o que é considerado científico e o que não é. O cerne desse
problema reside na busca por um critério preciso e universalmente aplicável para
distinguir teorias científicas válidas daquelas que não são científicas. Popper
argumentou que uma teoria científica deve ser falsificável, ou seja, deve ser
possível testar empiricamente para mostrar que está errada. De acordo com a sua
visão, uma teoria que não pode ser refutada por evidências observacionais não é
científica, mas sim metafísica ou pseudocientífica.
O dilema surge na dificuldade de estabelecer uma fronteira clara entre o que é
passível de falsificação e o que não é. Nem todas as áreas do conhecimento ou
todas as teorias se encaixam facilmente nesse critério. Por exemplo, algumas ideias
na física teórica ou na cosmologia podem ser desafiadoras de testar
empiricamente no momento de sua formulação devido às limitações tecnológicas
ou à falta de métodos experimentais adequados. Assim, o problema da
demarcação destaca a complexidade em definir critérios absolutos para distinguir
o que é científico do que não é, levando os filósofos da ciência a debater e refletir
sobre as fronteiras e os limites do conhecimento científico.
ELEMENTO CRIATIVO: DIÁLOGO ENTRE VERIFICACIONISTA E POPPE
Verificacionista: Olá, Popper! Acredito que as nossas visões sobre o critério da
demarcação das teorias científicas sejam bastante diferentes.
Popper: Sem dúvida! Você, verificacionista, defende que apenas afirmações que
possam ser verificadas empiricamente são consideradas científicas, não é?
Verificacionista: Exatamente. Para mim, uma proposição só tem significado se
puder ser empiricamente confirmada por meio da observação ou da experiência.
Isso limita o que é considerado como conhecimento válido, excluindo aquilo que
não pode ser verificado empiricamente.
Popper: Eu entendo a sua posição, mas vejo uma falha nessa abordagem. A
verificabilidade pode ser enganosa. Como você lida com o problema da indução?
Não é possível verificar todas as instâncias possíveis para confirmar uma teoria,
então como podemos ter a certeza de que uma teoria é verdadeira apenas porque
foi verificada até ao momento?
Verificacionista: O critério da verificabilidade oferece uma base sólida para o
conhecimento científico. Aceitamos as afirmações que podem ser testadas
empiricamente, e rejeitamos aquelas que não podem ser verificadas. Isso permite-
nos avançar no conhecimento de maneira confiável, baseando-nos em evidências
concretas.
Popper: Mas e se eu lhe disser que a minha abordagem é baseada na
falsificabilidade? Uma teoria que pode ser falseada por evidências observacionais
é mais valiosa, pois coloca à prova a sua validade. Isso significa que devemos
procurar refutar as nossas teorias em vez de confirmá-las constantemente.
Verificacionista: Eu vejo o seu ponto, Popper. Contudo, a falsificabilidade não pode
ser aplicada a todas as áreas do conhecimento. Certas teorias, como algumas na
física teórica ou na cosmologia, podem ser difíceis de falsear no momento da sua
formulação devido às limitações tecnológicas ou à falta de métodos experimentais
adequados.
Popper: Concordo que a aplicação da falsificabilidade pode ser desafiadora em
alguns casos. No entanto, é crucial reconhecer que o principal objetivo da ciência
é progredir através de tentativas de refutar teorias. É assim que o conhecimento
avança, ao aproximarmo-nos da verdade por meio da eliminação do falso.
Verificacionista: Ainda assim, acho que a verificabilidade continua sendo um
critério mais sólido para demarcar o que é científico do que não é. A busca por
evidências empíricas reforça a confiabilidade do conhecimento que construímos.
Popper: Parece que temos visões distintas, mas é sempre valioso discutir essas
questões para avançarmos na compreensão do que significa realmente distinguir
o que é científico do que não é.

DIÁRIO ELABORADO PELA ALUNA: MADALENA COSTA, Nº16, 11ºA

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