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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS (UFG)

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PPGCONT)


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Aula V - 10/05/2021

Disciplina: Metodologia de Pesquisa Aplicada à Contabilidade


Professora: Dra. Juliano Lima Soares
Acadêmico: Sheyla Veneziani

RESENHA- RACIONALISMO

1.
Caracterização da fonte de dados

Livro: Discurso do metodo – 3ª edição. Autor: René Descartes

2.
Informações do autor:

RENÉ DESCARTES: matemático, cientista e filósofo francês

 1956 - Nascimento.

 1607 – 1615 - Estudos no colégio jesuíta Royal Henry – Le Grand

 Cursou Direito na Universidade Poitiers, entretanto nunca chegou a exercer a profissão;

 1618 - iniciou os estudos da matemática com o cientista holandês Isaac Beeckman.

 1619 - propõe uma ciência unitária e universal, lançando as bases do método científico moderno.

 1629 a 1649 - viveu na Holanda, servindo ao exército em várias viagens.

 1649 foi para Estocolmo, Suécia, como professor a convite da rainha Cristina

 1650 René Descartes falece, acometido por uma pneumonia

3.
Estrutura da Obra

O Discurso do Método é composto por seis partes. Na primeira parte, aborda diversas análises sobre as ciências, onde menciona que o bom senso é a melhor coisa
do mundo o que motivou a criar um método que fosse capaz de ser seguido por qualquer pessoa; a segunda apresenta as principais regras do método, abordando
que para que se tenha conhecimento, é necessário primeiramente se despir de todo o conhecimento passado. Para Descartes deveria existir um método que fosse
capaz unir filosofia e a matemática; a terceira menciona as regras sobre moral provisória: 1) obedecer aos costumes e leis locais, (2) tomar decisões com base nas
melhores evidências e segui-las fosse verdadeira, (3) mudar os desejos, em vez do que o mundo, e (4) sempre buscar a verdade.; a quarta aborda a questão da
separação do corpo e da alma humana, pois o corpo não pode sozinho determina se alguma coisa é verdadeira; a quinta parte, muito ligado a questões da medicina,
o autor buscou por meio de explorar o corpo dos animais numa busca em diferenciar a alma humana dos animais, observa-se nessa parte questões relacionados a
explicação do movimento do coração; Na última parte, cita as coisas que julga ser necessária para a continuação dos estudos, bem como o porquê de escrever a
respeito.

7. Recensão crítica

O foco do livro O discurso do método se baseia em explicar na sua busca pela verdade de forma gradativa elevando pouco a pouco até o mais alto nível de

conhecimento. Ele menciona as quatro características do pensamento filosofia moderna, sendo elas: 1) autonomia da filosofia em relação a teologia, 2) a busca por

uma teoria do conhecimento, muito mais que por uma metafisica; 3) do método 4) opocentrismo, a necessidade renovar o estudo da Filosofia aplicando os

mesmos moldes de exatidão da matemática.

Observa-se que na sua obra critica severamente o estudo da filosofia, e tenta por meio da autobiografia (viagens, leituras dos livros) buscar um maior

entendimento sobre si mesmo. Para Descartes, o conhecimento precisa ter uma fonte racional, caso contrário poderia gerar duvidas e ser enganoso.

Na primeira parte do livro o autor, diz que os homens são iguais à medida que são capazes de diferenciar o que é verdade do que é falso. Embora a razão torne

todos iguais, os costumes, conhecimentos, a religião e opinião, influencia os indivíduos, tornando-os diferentes. Nesse sentido, o autor destaca que essa influência

tende a tornar impossível ter uma relação harmônica entre a ciência, filosofia e o homem.
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Assim, o seu método buscava uma forma de aceitação independente de religião e costume, no sentido de que qualquer pessoa pudesse seguir. Assim esses fatores

não seria empecilho para o uso da ração na busca da verdade. O autor, reconhece que os conhecimentos seguros acerca da natureza da realidade, é necessário em

duvidar de tudo, assim cita:

“Se quiser buscar realmente a verdade, é preciso que pelo menos um vez em sua vida você duvide, ao máximo que puder, de todas as coisas”

A segunda parte, Descartes menciona a ciência não é passível de demonstrações, para que se possa ter um conhecimento verdadeiro é necessário esquecer todo

conhecimento adquirido no passado, pois para ele esse conhecimento já estava influenciado pelos costumes da época. Assim, para que se pudesse criar o método

ele propõe nessa segunda parte quatro regras:

 Evidencia: só aceitar algo como verdadeiro se for evidente sua clareza e distinção.
 Analise: fracionar as dificuldades surgidas quantas vezes for necessário para resolve-las.
 Síntese: ordenar o raciocínio do mais simples ao complexos
 Enumeração: realizar verificais completas e que nenhum aspecto foi omitido.

Primeiramente, ele aplica esse método a matemática, só depois as outras ciências, por que para ele de acordo com a regra da síntese era necessário começar pelo

mais simples e só depois o complexo.

Entretanto, ele acaba entrando em um ponto crucial, pois se para obter o conhecimento era necessário se despir do conhecimento passado, qual seria a moral

utilizada ainda nesse processo de construção do conhecimento? Ele identificou que era necessário que houvesse uma moral provisória, estabelecendo então três

princípios que norteou a moral provisória:

(1) obedecer aos costumes e leis locais, embora a opinião pessoal tivesse que ser excluída, e no lugar, fosse aceito opiniões dos mais sensatos.

(2) ser firme nas decisões tendo como base as melhores evidências, não ser persuadido com coisas pequenas.

(3) Aceitar que algumas mudanças no exterior não são possíveis, sendo então necessário mudar os seus desejos ao invés de coisas exteriores.

Na quarta parte do livro, menciona as questões ligadas metafisica e a alma humana. Aqui traz suas duas certezas metafisicas: cogito e Deus. Descartes, parte da

dúvida, para ele é importante a duvidar das duas fontes do conhecimento: razão (pode pensar que é um pensamento, porem pode estar sendo enganado por um ser

maligno), e na experiência (como ter certeza se é sonho ou que realmente vivenciou).

Assim, para Descartes para duvidar, o indivíduo precisa pensar e para pensar precisa existir, dando origem a famosa frase: cogito, ergo sum (penso,

logo existo).

Na quinta parte, o autor faz considerações de seu método e como poderia ser aplicado na medicina, além fazer menção quanto a alma humana e dos

animais. O corpo é uma máquina e o que distingue do homem dos animais é a alma.

Na última parte, o autor procura explicar os objetivos de sua obra para o progresso da filosofia, a importância de prática filosófica que aborde uma

interpretação mais racional da natureza.

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