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UNIVERSIDADE TIRADENTES

DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E METODOLÓGICOS DA


PESQUISA
MESTRANDO/DOUTORANDO: ANA DÉBORA LIMA DE FRANÇA

BIBLIOGRAFIA:
DESCARTES, René. Discurso do Método. Trad. Maria Ermantina Galvão. São Paulo:
Martins Fontes. 1996.

O “Discurso do Método” é uma obra clássica, de René Descartes, publicada em


1937, cuja narrativa une a trajetória intelectual do autor, a partir de eventos os
quais vivenciou, e a sua própria teoria filosófica, cujo objeto era conduzir a razão
do indivíduo na busca da verdade “o método que cada qual deve seguir para bem
conduzir sua razão, mas apenas mostrar de que maneira me esforcei para
conduzir a minha” (p.7). Ainda hoje, a sua obra é considerada de grande
relevância para os estudos da ciência e do conhecimento, haja vista o autor ter
apontado caminhos ou mesmo a gênese do que vem a se tornar o método
científico. Na primeira parte do livro o autor narra a sua educação, o currículo do
colégio onde estudou, os livros que leu, aborda sobre a ciência... Com base
nesses elementos, promove críticas ao modelo o qual estava submetido a
educação e todo pensamento da sua época. Considerando as críticas, Descartes
apresenta argumentos para a constituição do que vem a ser o método proposto
por ele, cuja premissa era a de que haveria uma forma mais eficaz para gerir e
propagar o conhecimento. Dessa forma, apresenta na segunda parte as linhas e
as regras básicas do que vem a ser o método utilizado por ele. A primeira delas
está em não aceitar algo como verdadeiro ou qualquer argumento se ele não
passar pelo crivo da razão. Se tiver algum vestígio de dúvida deve-se colocar em
pauta e buscar as evidências sustentadas na verdade. A segunda regra orienta a
analisar e dividir o assunto em quantas vezes for necessário, a fim de promover
aprofundamento sobre o objeto e melhor solucioná-lo. A terceira regra apoia-se
na construção da síntese, conduzindo a ordem dos pensamentos a partir dos
mais simples aos mais complexos, seguindo para generalização. A quarta regra
orienta a necessidade de revisar as conclusões detalhadamente, enumerando-as,
a fim de que nada seja omitido e que haja coerência nos argumentos. Na terceira
parte da obra, Descartes apresenta as máximas as quais manifestam aspectos
éticos e da moral, são elas: 1. obedecer às leis e aos costumes de meu país; 2.
ser o mais firme e o mais resoluto possível em minhas ações; 3. procurar sempre
antes vencer a mim próprio do que à fortuna, e de antes modificar os meus
desejos do que a ordem do mundo; 4. passar em revista as diversas ocupações
que os homens exercem nesta vida, para procurar escolher a melhor. A quarta
parte faz elucubrações sobre o verdadeiro e falso, e imprime destaque acerca da
dúvida. Para Descartes é preciso duvidar de tudo e considerar tudo
provisoriamente falso até se chegar a um princípio sólido sobre o qual já não seja
possível a dúvida e que possa servir de fundamento a outros conhecimentos. Na
quinta parte do livro, Descartes diferencia o homem dos outros animais dando
ênfase na capacidade de pensar do primeiro. Afirma que o pensamento é a
substância da alma e é por meio do pensamento que ele afirma a sua própria
existência. Não é possível pensar e não existir. E por fim, o autor fecha a sexta
parte da sua obra promovendo uma síntese do que foi abordado e afirmando suas
ideias que vigoram até hoje, sobretudo no campo da epistemologia da ciência.

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