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DESCARTES

Linguagem - Em primeira pessoa, uso da narrativa (de acontecimentos reais e


subjetivos), linearidade do pensamento, a organização ou sistematização das ideias.
Humildade - Na busca por conhecimento, Descartes compreende que a primeira coisa
nesse caminho é duvidar. Isso implica reconhecer, como o fez Sócrates, que o
pesquisador/cientista só sabe que nada sabe. E isso não significa assumir uma posição
de passividade, mas no ato de duvidar daquilo que se sabe, busca-se perguntar, ampliar,
contestar, inovar, etc.
Tempo – A elaboração do método de Descartes acontece antes da construção do
conhecimento, daí a ideia de “preceito”. O método está, portanto, predeterminado.
Método – Descartes consegue sintetizar em apenas 4 parágrafos o seu método. Existe
um paralelo entre o modo de fazer pesquisa na academia e estes métodos.

O primeiro preceito (Duvidar) seria o movimento de situar uma determinada temática


de pesquisa em um campo do saber, ao contextualizar, elaborar, justificar,
problematizar, pensar, escrever, reescrever, relacionar com alguma corrente teórica de
pensamento e de pesquisa, etc. Afinal, para se fazer uma pesquisa é necessária uma
construção de conhecimento nova e que não foi feita anteriormente sob um novo ponto
de vista. Este parece ser um sentido da dúvida para a ciência. 1 + 1= 2. Será? Esta é a
dúvida metódica de Descartes.
O segundo (Dividir) diz respeito ao próprio pensar da metodologia, o como pesquisar?
O que pesquisar? A partir de que pesquisar? Onde pesquisar? Que métodos? Que
instrumentos? Assim como também pode se relacionar com o trabalho de análise de
todo o material de pesquisa, como elaborar as categorias analíticas e teóricas e dividi-
las?
O terceiro (Posicionar) parece realmente com o ato da pesquisa em si, com a
elaboração e pensamento de núcleos de sentido transpostos por meio de categorias e
subcategorias teórico-analíticas para se debruçar sobre um determinado conhecimento,
partindo daqueles mais gerais para os mais específicos, seguindo uma ordem pré-
estabelecida e assumindo uma posição de sujeito nessa pesquisa, a conduzindo para se
chegar em algum lugar, que é o lugar do saber.
O último (Revisar) pode estar relacionado as conclusões da pesquisa. Onde retoma-se
os objetivos gerais e específicos, os capítulos de todo o texto comentando e de certa
forma revisitando-os, para se chegar a uma ideia central, sintetizadora e ao mesmo
tempo apontar os seus limites e lacunas que não foram totalmente sanadas nesse
percurso.

É importante frisar que também se pode estabelecer relações entre estes 4 preceitos
com todas as etapas da escrita científica contemporânea, seja na construção de suas
caixinhas padronizadas ou até mesmo contestá-las nas suas formas e conteúdo, mas sem
perder de vista a rigorosidade que lhe é exigida na construção do saber.

COMENIUS

Sobre o texto – Se trata de uma espécie de manual, se preocupa sobre a Didática,


Comenius é considerado o pai da Didática Moderna. É um texto que não me chamou
muito a atenção e em alguns momentos eu tive que voltar e ler novamente para poder
entender melhor, realmente foi cansativo.

Em "Fundamentos para ensinar e aprender", Comenius destaca a importância do


método no ensino, defendendo que a educação deve ser prazerosa e baseada na
observação, experiência e compreensão. Ele propõe uma abordagem centrada no aluno,
com uma ênfase na aprendizagem através dos sentidos e da prática. Comenius
argumenta que a educação deve ser universal, acessível a todos.
Já em "Método para ensinar as ciências em geral", Comenius elabora sobre a
importância do método científico na educação. Ele defende que as ciências devem ser
ensinadas de forma sistemática e organizada, começando com conceitos simples e
avançando gradualmente para complexos, o contrário de Descartes. Comenius enfatiza a
necessidade de uma abordagem prática, onde os alunos possam fazer experimentos e
observações por si mesmos, em vez de apenas memorizar teorias. Ele destaca a
importância da curiosidade natural das crianças e propõe uma educação científica que
desperte e nutra essa curiosidade, levando a uma compreensão mais profunda do mundo
ao seu redor.

É interessante notar que ambos autores, de certa maneira, ainda estão ligados ao
pensamento teocrático e a religiosidade cristã, mas por outro lado ambos criticam a
escolástica, Descartes a partir da Filosofia e Comenius a partir da Pedagogia. (Cambi,
1999). Evidentemente, eles foram importantes na formação do pensamento moderno e
influenciaram a maneira como vemos a ciência, a filosofia e a educação até os dias de
hoje.

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