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24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare = CT Q ARTIGOS (HTTPS://J! uscomananril bbe TEXTO SELECIONADO PELOS EDITORES: Aspectos praticos da Lei n° 12.850, de 02 de agosto de 2013 Aspectos praticos da Lei n° 12.850, de 02 de agosto de 2013 {seven Maraves Ferra Fo (hss. com.b88858juvenal marques fens sInlpubicecoes) Publicado em 09/2013. Elaborado em 08/2013. ‘book.com/sharer php?u=https%3A%2F%2Fjus.com.br%2F artigos %2F25355%2F as pectos-praticos-daelsn-12-B50- je-20138t=Lei%20de% 200rganiza%C3%A7%C3%B5es % 20Criminosas% 20comentada) mishare?url=https%3A%2F%2Fjus.com-br%2Fartigos%2F25355% 2F as pectos-praticos-darlei-n-12-850-de-02-de- Ktext=Lei%20de% 200rganiza%C3%A7%C3%B5es % 20Criminosas%20comentada) a ganiza%C3%A7%C3%B5es% 20Criminosas %20comentada:%20https%3A% 2F%2F jus.com.br%2Fartigos %2F 25355) 7 ® + Direito Processual Penal (https://jus.com.br/artigos/direito-processual-penal) + Direito Internacional Publico (https://jus.com.br/artigos/direito-intemnacional-publico) + Direito da Seguranga Publica (https://jus.com.br/artigos/direito-da-seguranca-publica) + Investigagao criminal (https://jus.com.br/artigos/investigacao-criminal) «Pagina 1 de 2» ((artigos/25355/aspectos-praticos-da-lei-n-12-850-de-02-de-agosto-de-2013/2) Ainda se sobrepde 0 direito ao sigilo de dados do suspeito de envolvimento com o crime organizado sobre 0 interesse da sociedade na apuracao. A sango presidencial & Lei n® 12.850/13 trouxe um alento, ainda que tardio e timido, para os érgaos encarregados do combate as organizacées criminosas no Brasil. Tardio porque o projeto ficou sete anos no Congreso aguardando votagao @ porque varios paises j4 adotam alguns dos mecanismos preconizados pela novel legislacdo hd décadas. Timido porque ainda se sobrepée o direito ao sigilo de dads do cidadao suspeito de envolvimento com o crime organizado (https:/jus.com. br/tudo/crime-organizado) sobre o interesse da sociedade na apuragdo de crimes dessa natureza, conforme discutiremos adiante. Apesar dessa timidez, a norma em comento define as organizagées criminosas objetivamente e disciplina a forma de combate, em situagdes que anteriormente dependiam de interpretagdo subjetiva, tanto de érgaos administrativos em procedimentos préprios, da policia judiciaria na investigaco criminal, como dos juizes que tinham que decidir sobre os casos concretos submetidos a apreciagao do judiciario. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 ve 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare Importante avango para garantia da legalidade da investigago pela policia judicidria e a formago do conjunto probatério no processo ¢ a definico das autoridades encarregadas da negociagao com o delator, a saber: 0 Delegado de Policia e o Ministério Publico, Embora a melhor doutrina reconhega a designacao de Autoridade Palicial como fungo especifica do Delegado de Policia, interpretagées equivocadas e até disputas institucionais atribuiram a meros agentes da autoridade as prerrogativas do Delegado de Policia. Por ocasido da edigao da Lei dos Juizados Criminais nao faltaram aqueles, que em interpretagao canhestra, usurparam as fungdes da Autoridade Policial atribuindo-a aos integrantes da policia militar, cuja atribuigéo constitucional 6 a de policia administrativa, As varias demandas juridicas que surgiram em decorréncia dessa usurpagao, inclusive com atos editados por secretérios de seguranga, levaram a manifestagao do Supremo Tribunal Federal a fim de trazer a luz queles que pretendiam flexibilizar 0 conceito de Autoridade Policia. A definigao objetiva de organizagao criminosa, a forma de investigagao e de obtengao de prova, a delagao premiada, a infiltragdo de agentes, bem como 0 acesso aos dados cadastrais iréo proporcionar maior seguranga juridica e instrumentalizagao aos érgéos encarregados do combate ao crime organizado, embora algumas agdes previstas possam trazer prejuizo se nao forem melhores disciplinadas. A partir daf analisaremos item por item da lei, ndo somente sob 0 aspecto juridico, mas, sobretudo, sob o aspecto pratico na obten¢ao das provas, bem como na seguranga dos agentes encarregados da investigagdo propriamente dita CAPITULO | DA ORGANIZAGAO CRIMINOSA No Capitulo | ha a definigao do que é organizagao criminosa no Ambito da nova lei, sobre os meios de investigagao, abordando inclusive a territorialidade e a formalizagao de alguns atos. Assim sendo tipifica condutas e disciplina materialmente e formalmente procedimentos no combate ao crime organizado no pais. Art. 1° Esta Lei define organizagao criminosa e dispée sobre a investigagao criminal, 08 meios de obtengao da prova, infragdes penais correlatas e o procedimento criminal aser aplicado. § 1° Considera-se organizagao criminosa a associagao de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisdo de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a pratica de infragdes penais cujas penas (https://jus.com. br/tudo/penas) maximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de carter transnacional No houve derragacao do Artigo 288 do Cédigo Penal, que por si s6 denota a abrangéncia espectfica da nova lei, aplicavel a crimes de natureza grave, com participagao de 4 (quatro) ou mals pessoas, operados de forma organizada e integrada, com vinculo subjetivo para obtengdo do fim criminoso almejado, com divisdo de tarefas, ainda que informalmente e hierarquia de comando. Entendemos que o vinculo subjetivo nao é necessariamente em relagao a toda operagao criminosa em andamento, ou seja, seus participantes ndo necessitam ter o conhecimento de toda a cadeia criminosa engendrada para a pratica delituosa, basta se ter a consciéncia que participa de conduta criminosa integrada com outros membros, ainda que desconhecidos, para obtengdo do fim criminoso, Nesse aspecto é fato relevante que atualmente as organizagées criminosas terceirizam algumas tarefas, principalmente para dificultar a investigagao pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare @ a obtencao de provas. O exemplo tipico so os sequestros organizados de pessoas com alto poder aquisitivo, onde sao recrutadas quadrlhas para tarefas especificas, uma para o sequestro, outra para a guarda do sequestrado e outra para 0 recebimento do valor da extorsao, Requisito essencial que os crimes abrangidos pela novel lei devem ter penas superiores a 4 (quatro) anos, exceto se houver cardter transnacional na conduta criminosa, nesta ultima hipétese, a abrangéncia da lei ndo est adstrita ao quantum da pena, mas sim na circunstancia da transposigao de front § 2° Esta Lei se aplica também: |-s infragdes penais previstas em tratado ou convengdo internacional quando, iniciada a execugdo no Pais, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; Il - 8s organizacées terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faca parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatérios ou de execugdo de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em territério nacional. A legislaco especial também se aplica as organizagées criminosas transnacionais ou integradas com organizagées criminosas de outros pafses, ou ainda com organizagées terroristas reconhecidas intemacionalmente, em que o Brasil tenha se obrigado ao combate por tratado ou convengao. As condutas tipificadas se estendem desde os atos preparatérios e de suporte, inclusive o financeiro, como também atos de execugao iniciados ou consumados em territério brasileiro. Art, 2° Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organizagao criminosa: Pena - reclusdo, de 3 (trés) a 8 (cito) anos, e multa, sem prejuizo das penas correspondentes as demais infragdes penais praticadas. § 1° Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraca a investigagao de infracdo penal que envolva organizagao criminosa. ‘A criagao, o financiamento ou a participagao a qualquer titulo, ainda que por interposta pessoa, que se constitua em atividade que integre esquema de organizacdo criminosa esta sujeita as penas dessa lei especifica. 0 § 1° estende a incidéncia da lei a qualquer pessoa que atue de forma a embaracar ou dificultar a investigagdo de organizagées criminosas. A aplicagdo das penalidades previstas nas condutas tipificadas 6 na forma de concurso material de crimes, Portanto, sem prejuizo da aplicacao das demais penas pelas condutas criminosas praticadas, conforme se depreende do expresso no artigo 2° As qualificadoras para o aumento de pena estado previstas nos pardgrafos 2°, 3° e 4° do Artigo 2 pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 az 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre § 2° As penas aumentam-se até a metade se na atuagao da organizacao criminosa houver emprego de arma de fogo § 3° A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organizagao criminosa, ainda que nao pratique pessoalmente atos de execugao. § 4° A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois tergos): -se ha participagao de crianga ou adolescente; Il -se ha concurso de funciondrio ptiblico, valendo-se a organizago criminosa dessa condig&o para a pratica de infragao penal; III - se 0 produto ou proveito da infracao penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; IV - se a organizagao criminosa mantém conexdo com outras organizagées ctiminosas independentes; V - se as circunstancias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organizagao. A legislagao também penaliza de maneira especial a participacdo de funciondrio publico, mormente se policial, em esquema de organizagao criminosa, tendo a lei atrelada & apuracdo pela Corregedoria de Policia & participagao, para acompanhamento da apuracéio, de membro do Ministério Publico, acompanhamento este que nao se confunde com diregao a do procedimento instaurado: § 5° Se houver indicios suficientes de que o funciondrio ptiblico integra organizagao criminosa, podera o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou fungao, sem prejuizo da remuneragdo, quando a medida se fizer necessaria a investigagdo ou instrugdo processual. § 6° A condenacdo com transite em julgado acarretaré ao funciondrio puiblico a perda do cargo, fungdio, emprego ou mandate eletivo e a interdicdo para o exercicio de fungao ou cargo pliblico pelo prazo de 8 (cito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. § 7° Se houver indicios de participagao de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Policia instauraré inquérito policial (https://jus.com. br/tudo/inquerito- policial) e comunicard ao Ministério Puiblico, que designara membro para acompanhar 0 feito até a sua conclusao. CAPITULO I pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 428 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare DA INVESTIGAGAO E DOS MEIOS DE OBTENGAO DA PROVA Talvez 0 maior problema seja a disciplina da investigagao, pois quostées praticas terdo que ser normatizadas com muito cuidado e aperfeigoadas no decorrer dos anos, com as ligées advindas da efetiva aplicagao nos casos concretos. Em relagdo aos meios de obtengao de prova a lei avanga, na medida em que prevé, além dos meios usuais investigativos, a utiizagao das tecnologias, que surgiram nos tltimos anos, e a uniéo de forcas dos érgos & instituig6es das esferas federal, estadual e municipal, conforme disciplina 0 Artigo 3* Art. 3° Em qualquer fase da persecugdo penal serao permitides, sem prejuizo de outros ja previstos em lei, os seguintes meios de obten¢ao da prova | colaboragao premiada; Il— captaco ambiental de sinais eletromagnéticos, dpticos ou acusticos; Ill — ago controlada; IV — acesso a registros de ligagées telefénicas e telematicas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados ptiblicos ou privados e a informagées eleitorais ou comerciais; \V - interceptagao de comunicagées telefénicas e telematicas, nos termos da legislagao especfic VI- afastamento dos sigilos financeiro, bancério e fiscal, nos termos da legislagao especifica; VII — infiltragao por policiais, em atividade de investigacao, na forma do art. 11; VIll - cooperago entre instituigdes e érgos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informagées de interesse da investigagao ou da instrugao criminal Segao | Da Colaboragao Premiada ‘A delagdo premiada, disciplinada no Artigo 4°, embora de grande valia na obtengdo de provas, podera, se nao for aplicada com muito critério, incorrer em graves injustigas e até o livramento de criminosos astuciosos. Tendo em vista que a redaco do Artigo 4° diz que 0 Juiz poderd, a requerimento das partes, conceder os beneficios da delagao premiada (https://]us.com.br/tudo/delacao-premiada), a dedugdo légica que esses beneficios paderdo ser requeridos néo somente pelos interessados no desbaratamento da associaco criminosa, mas também, s.mJj., pelo Defensor do agente criminoso que se disponha a colaborar. No entanto, levando-se em consideragao o interesse da investigacao pela policia e das condigdes para a propositura da dentincia pelo representante do Ministério Publico, cabe a estes, a principio, a iniciativa da proposta. Os critérios objetivos para a concessdo dos beneficios da delacao premiada esto nos incisos do referido artigo, pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre Art. 4° O juiz poder, a requerimento das partes, conceder o perdao judicial, reduzir em até 2/3 (dois tergos) a pena privativa de liberdade ou substitui-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigagao e com 0 processo criminal, desde que dessa colaboragdo advenha um ou mais dos seguintes resultados: |—a identificagaio dos demais coautores e participes da organizagao criminosa e das infrages penais por eles praticadas; Ila revelagao da estrutura hierdrquica e da divisdo de tarefas da organizagao criminosa; Ill — a prevengao de infragdes penais decorrentes das atividades da organizagao criminosa; IV ~a recuperagdo total ou parcial do produto ou do proveito das infragdes penais praticadas pela organizagao criminosa; V — a localizagao de eventual vitima com a sua integridade fisica preservada. Nos paragrafos do Artigo 4° temos alguns critérios subjetivos para a concessdo dos beneficios da delagao premiada, onde, na pratica, poderao ocorrer problemas, conforme explanaremos na sequéncia § 1° Em qualquer caso, a concessao do beneficio levard em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstancias, a gravidade e a repercussdo social do fato criminoso e a eficdcia da colaboracao. © § 1° elenca para a concessao do beneficio a andlise da personalidade do delator, chamado de colaborador pelo legistador, além da natureza, as circunstancias, gravidade e repercussao social do crime, bem como a eficdcia da delagao. Andlises essas de cunho subjetivo e avaliadas pelo negociador, quer seja 0 Delegado de Policia, somente na fase inquisitorial, quer seja 0 representante do Ministério Publico, Em relagdo a essa composig¢ao sempre haverd 0 risco da preponderancia do interesse na solugao da investigacao, no caso do Delegado de Policia, ou do interesse do Promotor de Justiga da maior possibilidade de sucesso na condenagao dos demais acusados, em detrimento da realizagao plena da justiga. Nao esquegamos que na meritocracia administrativa se leva em conta apenas os resultados obtidos nas estatisticas, que pertence a ciéncia da mateméttca, e ndo traduz a distribuigdo de justica para as vitimas de crimes e em iitima estancia para a paz na sociedade. Indices de esclarecimentos de crimes ¢ de condenagdes so critérios adotados por érgdos e instituigdes, que nem sempre espelham o empenho de seus membros pela realizagao da justica na sua plenitude Infelizmente o legislador olvidou de condicionar no paragrafo analisado a valoragao do grau de participagao do delator no fato criminaso para concessdo do beneficio. Assim sendo, eventualmente um agente criminoso com alto comprometimento no resultado danoso do crime podera obter o beneficio pela delacdo, sem pagar seu débito para com a sociedade, nesse caso, rechagando o adagio que prega que “o crime nao compensa”. Ha décadas a justiga dos Estados Unidos emprega o sistema de negociago criminal (Crime Plea Bargain), tanto assim, que varias séries de TV e filmes americanos tém como enredo injustigas cometidas nessas negociagdes. A instituigdo desse tipo de acordo entre acusado e 0 representante do persecutor estatal pée de lado a protegao do Estado garantidor de direitos ¢, como nao poderia deixar de ser, prevalece o interesse na condenagao do maior pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 auos20%6 ut de Orgarzages Criminosas cemerasa- Jus Navgan nimero de envolvidos no crime. A titulo de exemplo, podemos citar o filme CODIGO DE CONDUTA, onde 0 promotor para atingir 0 indice de 97% de condenagao, propée acordo com o principal autor de estupro (https://jus.com.britudolestupro) seguide de duplo homicidio de mae e filha dentro de uma residéncia, quando este ‘se propée a depor contra seu comparsa que nao participou das mortes. Nessa ficgao 0 algoz que matou mae e filha, apds 0 acordo de delagao premiada, cumpre pena de dez anos, enquanto seu comparsa estuprador 6 executado por injegao letal. Ninguém se engane, pois nao é a vida que imita a arte, e sim, a arte que retrata 0 cotidiano da vida em sociedade. A vista de que o homem tem defeitos e virtudes semelhantes em qualquer lugar do planeta, 0 que ja se sucede nos varios paises que ha muito se utilizam dessa negociagao criminal, também ocorrera no Brasil. A avaliagao da personalidade do delinquente ja é dificil para o profissional da area médica, quanto mais para 0 operador do direito encaregado da negociagao. Ademais, infelizmente, as circunstancias, gravidade repercussao do delito, dependem da dimensao que a midia da ao caso. Chacinas nas periferias das cidades so crimes gravissimos, que quase ja nao despertam o interesse da midia, devido a trivialidade das ocorréncias nos bairros pobres, mas um atropelamento de uma pessoa com familiaridade com alguém da televisdo, pode causar comogo nacional, em face da exploracao do fato pela midia televisiva. Nao sejamos hipécritas em afirmar que todos os crimes praticados tém o mesmo empenho do poder publica no esclarecimento, julgamento e aplicagao efetiva da pena, Talvez assim seja na Suica § 2° Considerando a relevancia da colaboragao prestada, o Ministério Publico, a qualquer tempo, e 0 delegado de policia, nos autos do inquérito policial, com a manifestagao do Ministério Publico, poderdo requerer ou representar ao juiz pela concesso de perdao judicial ao colaborador, ainda que esse beneficio nao tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Codigo de Proceso (https://jus.com.britudo/processo) Penal. Quando a colaboragao for de extrema relevancia, o requerimento, do representante do Ministério PUiblico, ou a representagdo, do Delegado de Policia na fase inquisitorial, pela concessao de beneficio da delagao premiada podera ocorrer em qualquer tempo, Na eventual discordancia do Juiz da causa em relagao ao requerido pelo Promotor de Justiga, aplica-se no que couber o Artigo 28 do Cédigo de Processo Penal. § 3° O prazo para oferecimento de dentincia ou o proceso, relativos ao colaborador, poderd ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogaveis por igual periodo, até que sejam cumpridas as medidas de colaboragdo, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. © § 3° possibilita, em retagao ao delator, a suspensdo do prazo para oferecimento da dentincia pelo Promotor de Justiga, bem como a suspensdo do prazo prescricional da pena, até que haja a consolidacao da colaboragao requerida para o caso, ou seja, até que ocorra o efeito desejado na investigagao ou abtengao de prova, pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 12 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre § 4° Nas mesmas hipoteses do caput, o Ministério Publico podera deixar de oferecer denuncia se o colaborador: | ndo for o lider da organizago criminosa; Il—for o primeiro a prestar efetiva colaboracao nos termos deste artigo. Diz 0 § 4° que 0 Ministério Publico poderd deixar de oferecer a dentincia em relagao ao delator, desde que este do seja o lider da organizagao e seja 0 primeiro a prestar efetiva colaboragao. Novamente o legislador olvidou de condicionar a valoragao do grau de participacao nos crimes cometidos. Observe-se que nessa hipotese, 0 criminoso delator se quer serd processado. Portanto, o crime teré compensado. § 5° Se a colaboracdo for posterior 4 sentenga, a pena podera ser reduzida até a metade ou sera admitida a progressdo de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. (0 § 5° trata da redugdo da pena ou progressao de regime, quando a delaco por posterior & promulgagao da sentenga, inclusive a transitada em julgado, uma vez que a norma permite a progressdo de regime, que s6 ocorre ha execugdo da sentenca. Evidentemente nessa hipétese a colaboraco deve ser bastante relevante. § 6° O juiz nao participard das negociagGes realizadas entre as partes para a formalizagao do acordo de colaboragao, que ocorreré entre o delegado de policia, o investigado e 0 defensor, com a manifestagdo do Ministério Publico, ou, conforme o caso, entre 0 Ministério Publico e 0 investigado ou acusado e seu defensor. © § 6° estabolece a equidisténcia do Juiz em relagao ao acordo de colaboragao firmado em consonancia com a necessaria imparcialidade daquele que tem por oficio julgar a demanda das partes. No entanto, o paragrafo em questo nao disciplina como se dard essa formalizagao do acordo de colaboragao, Em qualquer negociagaio sempre haveré alguém que levara mais vantagem, embora teoricamente, 0 acordo de vontades estabeleca vantagens para ambas as partes. Entendemos ser necesséria a criagéo de normas, elaboradas em conjunto, entre a Policia Judicidria e o Ministério Publico, a fim de estabelecer a forma e os meios empreaados para a efetivacdio do acordo de colaboracao. A gravagao em audio e video nos parece essenciais, até para eventual avaliagdo posterior da espontaneidade da colaboragao por parte do delator, ou correigéio de eventual desvio de conduta por alguma das partes. § 7° Realizado 0 acordo na forma do § 6°, o respectivo termo, acompanhado das declaragées do colaborador e de cépia da investigagao, sera remetido ao juiz para homologagao, o qual devera verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presenga de seu defensor. Realizado 0 acordo, 0 § 7° estabelece a homologacao deste, devidamente acompanhado das pegas da investigagao, declaragées do colaborador e o respectivo termo de colaboragdo, Nessa fase o Juiz devera avaliar a espontaneidade do delator, bem como 0 cumprimento dos requisitos formais @ os legais, in casu os de ordem pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare objetiva, pelo menos um dos previstos nos incisos 1 a V do artigo em comento, § 8° O juiz poder recusar homologagao a proposta que nao atender aos requisitos legais, ou adequé-la ao caso concreto. 0 § 8° trata da recusa da homologagao da proposta que nao atenda aos requisitos legais, s.m.j., 08 de ordem objetiva. No entanto, apesar do magistrado nao participar da negociagao, a hipétese de adequacao da proposta de acordo ao caso concreto, infere que o Juiz pode avaliar os critérios subjetivos adotados pelos negociadores em relago ao beneficio acordado. § 9° Depois de homologado o acordo, o colaborador poder ser ouvido, sempre acompanhado pelo seu defensor, pelo membro do Ministério Puiblico ou pelo delegado de policia responsdvel pelas investigacées. Homologado 0 acordo a citiva do delator, quando necessaria para 0 deslinde da investigagao, deverd ser sempre nna presenga de seu defensor, conforme estabelece 0 § 9°. § 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas auto incriminatérias produzidas pelo colaborador nao poderao ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor. No § 10 ha a previsao da retratacao da proposta pelas partes, mas nesse caso as provas produzidas pelo delator no poderdo ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor, O tempo e os casos concretos demonstrardo se esse expediente da retratagdo nao favorecerd manobras da defesa do delator, a fim de alguma forma livré-lo de um processo mais robustecido com as provas excluidas. § 11. A sentenga apreciara os termos do acordo homologado e sua eficacia. © § 11 estabelece que os termos do acordo © de sua eficdcia devem constar da sentenca. A rigor a sentenca sempre deve ser fundamentada, evidentemente o acordo homologado e sua eficdcia nao poderiam deixar de ser apreciado. § 12. Ainda que beneficiado por perdao judicial ou no denunciado, o colaborador poderd ser ouvido em juizo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial © § 12 impée ao beneficiado pelo perdao judicial ou ndo denunciado, o dever de depor em julzo, se requeride pelas partes, MP e Defensor, ou ainda pelo Juiz. § 13. Sempre que possivel, 0 registro dos atos de colaboragao sera feito pelos meios ou recursos de gravagao magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informagdes pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare 0 § 13 estabelece a forma do registro dos atos de colaboragao. Embora a norma se refira forma condicional “sempre que possivel’, a grava¢do por meio audiovisual 6 a maneira que melhor provém a seguranga juridica para todas as partes envolvidas. § 14. Nos depoimentos que prestar, 0 colaborador renunciard na presenga de seu defensor, ao direito ao siléncio e estara sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. © § 14 nos parece inconstitucional, uma vez que ninguém é obrigado a produzir provas em seu desfavor e 0 siléncio do acusado é garantido no inciso LXIII do Art. 5° da C.F., com inspiragao no Tratado Intemacional denominado Pacto de Sao José da Costa Rica, também conhecido como Convengao Americana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatario, que diz em seu art. 8°, inciso 2, alinea'g: “Art. 8° - Garantias judiciais: 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocéncia, enquanto nao for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, as seguintes garantias minimas g) direito de nao ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada”’ Embora a lei preveja beneficios para o delator, eventualmente a revelago de determinada prova que possa condenar 0 delator e 0 deixe a mercé do alvedrio do negociador o alcance do beneficio a ser proposto, para a dofesa pode ser extromamente prejudicial. Ha de ser observar que os beneficios e sua abrangéncia sempre estarao sujeitos, em parte, a andlise subjetiva do negociador, que eventualmente pode decidir que as provas forecidas pelo delator “ndio compensam’ um alcance maior dos beneficios possiveis. Nessa hipétese o projuizo para a defesa do investigado ou do réu pode ser inestimavel com a obrigatoriedade da rentincia total do siléncio, ‘como prevé 0 paragrafo em comento, Nao se pode olvidar também que, eventuaimente, mesmo com a colaboracao do delator, as informagées nao conduzam as provas desejadas ao final da investigagao. § 15. Em todos os atos de negociago, confirmagao e execugao da colaboracao, o colaborador devera estar assistido por defensor. © § 15 apenas sacramenta o direito constitucional (https://jus.com.br/tudo/direito-constitucional) de defesa do investigado ou acusado § 16. Nenhuma sentenga condenatéria sera proferida com fundamento apenas nas declaragdes de agente colaborador. 0 § 16 estabelece que nenhuma sentenga sera proferida, tendo como fundamento apenas as declaragées do delator. Nao podemos esquecer que no periodo negro da inquisieo, a palavra de uma pessoa poderia condenar outra a tortura ou morte, estratagema muito utilizado para a defenestragao de inimigos pessoais ou mesmo do regime de govemo. Aliés, ha quem diga que o “testemunho pessoal’, puro e simples, desprovido de comprovagao 6 a prostituta das provas. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 020 awos018 Loi OrgrizapiesCriminotes cmernd- us Neva Art. 5° Sao direitos do colaborador: | — usufruir das medidas de protegdo previstas na legislacao espectfica; Il— ter nome, qualificagao, imagem e demais informagées pessoais preservadas; Ill — ser conduzido, em juizo, separadamente dos demais coautores e participes; IV - participar das audiéncias sem contato visual com os outros acusados; V — no ter sua identidade revelada pelos meios de comunicagao, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorizacdo por escrit VI —cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. © Artigo 5° em seus incisos estabelece alguns direitos do delator, que na verdade, em se tratando de delagao de organizago criminosa, s4o garantias essencials para dar o minimo de garantia de vida para o delator. O grande problema sera a implementagao operacional dos incisos | e II. Em paises onde se aplica a delagdo premiada ha décadas, 0 governo “eria” uma nova identidade, profissdo e sustenta por algum tempo o delator e sua familia, compreendida esposa e filhos, se houver, até que este se estabilize na nova vida. Ha inclusive agentes do governo com a fungo especifica de acompanhar e resguardar a vida do delator e de sua familia. No Brasil onde direitos constitucionais do cidadao, como satide e educagao (https://jus.com.britudoleducacao) de qualidade nao 80 cumpridos pelo governo em razo de falta de recursos, além ¢ claro da comupgao endémica que corroem 0 orgamento (hitps://jus.com.britudo/orcamento) publico, nos parece que sera mais uma regulamentagao aplicada precariamente, Art. 6° O termo de acordo da colaboragao premiada deverd ser feito por escrito conter: 1-0 relato da colaboragao e seus possiveis resultado: Il—as condigées da proposta do Ministério Puiblico ou do delegado de policia; Ill — a declarago de aceitagdo do colaborador e de seu defensor; IV — as assinaturas do representante do Ministério Pliblico ou do delegado de policia, do colaborador e de seu defensor; \V — a especificagao das medidas de protegao ao colaborador e a sua familia, quando necessério. 0 Artigo 6° disciplina a formalizagao escrita do acordo de delagéo, Em relaco ao inciso | ha de se observar que a redagao deverd ser, precisa e delimitada em seus efeitos, pois, os possivels resultados da delagao, se condicionais a sua ocorréncia, consubstanciara em norma penal aberta, uma vez que a inacorréncia do resultado desejado poderd acarretar prejuizo para o delator, ou, contrério senso, livrar o agente criminoso de uma punigao adequada a sua conduta, no fornecimento de informages de pouco ou nenhum valor para o desbaratamento da organizagao criminosa pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 wes 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre Art. 7° O pedido de homologagao do acordo serd sigilosamente distribuido, contendo apenas informagées que nao possam identificar 0 colaborador e o seu objeto. § 1° As informagdes pormenorizadas da colaborago serao dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuigdo, que decidird no prazo de 48 (quarenta e oito) horas § 2° O acesso aos autos serd restrito ao juiz, ao Ministério Publico e ao delegado de policia, como forma de garantir o éxito das investigagSes, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercicio do direito de defesa, devidamente precedido de autorizagao judicial, ressalvados os referentes as diligéncias em andamento. § 3° O acordo de colaboracao premiada deixa de ser sigiloso, assim que recebida a deniincia, observado o disposto no art. 5°, © Artigo 7° impée o sigilo sobre a identidade do delator e os termos do acordo, com a restri¢ao dos agentes Pliblicos que terdo acesso as informagdes. No entanto, na pratica os funciondrios cartordrios e colaboradores diretos das autoridades envolvidas no acordo com certeza terdo acesso as informagées, pelo que sera necessario um controle eficiente sobre esses funciondrios, a fim de se evitar 0 vazamento de informacées, com prejulzo as Investigagées e ao proceso, além de evidentemente colocar em risco a vida do delator. Segao Il Da Agao Controlada Art. 8° Consiste a ago controlada em retardar a intervengdo policial ou administrativa relativa a ago praticada por organizagao criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observacdo e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz a formagao de provas e obtengdo de informagées. § 1° O retardamento da intervengdo policial ou administrativa sera previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecera os seus limites e comunicara ao Ministério Publico. § 2° A comunicagao sera sigilosamente distribuida de forma a ndo conter informagdes que possam indicar a operagdo a ser efetuada § 3° Até o encerramento da diligéncia, o acesso aos autos serd restrito ao juiz, ao Ministério Puiblico e ao delegado de policia, como forma de garantir o éxito das investigagées. § 4° Ao término da diligéncia, elaborar-se-é auto circunstanciado acerca da ago controlada. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 ey 2062016 ke Organizagdes Criminosas comerada- Jus Novigand 0 Artigo 8° trata da aco controlada, que nada mais 6 do que o retardamento da aco da policia ou de érgaos administrativos na execucao de atos de oficio, tais como autuagées administrativas, instauragao de procedimentos ou mesmo da prisdo em flagrante, No caso da prisdo em flagrante 0 complicador 6 que nos termos do § 1° 0 Juiz competente para julgamento da causa deve ser previamente comunicado e, inclusive, poderd estabelecer limites bem como comunicaré ao Ministério Publico. Na pratica essa condigao ¢ inviavel, até porque a flagrancia de crime nao tem data nem hora marcada e as comarcas ndo dispdem de juizes de plantéo 24 horas por dia, Ha de se lembrar de que com a edigao da lei que instituiu os juizados especiais se esperava 0 pronto atendimento, como ocorre nos paises europeus, no entanto, em razdo das dificuldades do judiciario, embora com prazo menor, as audiéncias decorrentes de infragdes de menor potencial ofensivo demoram, em algumas comarcas, meses para ocorerem. Sera que nessas circunsténcias especificas os tribunais disponibilizardo juizes funcionérios em periodo integral para apreciagao do retardamento das ages policiais que envolvam priso em flagrante delito, Provavelmente o que ocorrerd na pratica é a autorizagdo judicial para o retardamento das agoes policiais, inclusive flagrante, em casos onde haja a investigagdo em curso. No entanto, poderdo ocorrer situages em que a policia, no decorrer de suas atribuicées cotidianas, se depare com ocorréncia de flagrante delito de crime operado por organizagao criminosa, onde ndo havia investigagao ou monitoragao anterior, mas que o retardamento do flagrante poderia propiciar a prisao de liderangas ou outros criminosos envolvidos que no estejam presentes. © amadurecimento na aplicagao da lei talvez traga solugao para essas questdes. Os demais paragrafos tratam do sigilo, acesso ¢ restrigdo das informagdes aos agentes puiblicos diretamente envolvidos na aco controlada, bem como da formalizagao das informagdes, mas como expusemos no Artigo 7°, na pratica funcionérios auxiliares também tero acesso, que exigird um controle rigido pelas autoridades do caso concreto, a fim de se evitar danos irepardveis a investigagao. Art. 9° Se a ago controlada envolver transposigao de fronteiras, o retardamento da intervengdo policial ou administrativa somente podera ocorrer com a cooperacao das autoridades dos paises que figurem como provavel itinerdrio ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime. © Artigo 9° trata da aco controlada que envolva a transposigdo de fronteiras, com a cooperagao das autoridades de outros paises. O artigo analisado trata de exigéncia para se evitar conflitos diplomaticos, pois que o direito intemacional nao autoriza um Estado a agir ou intervir no territério de outro, Nesses casos acreditamos que a operacionalizagao das agées de cunho policial deverao se dar com a Interpol, até porque em determinados Estados ou blocos de paises como a Unido Europeia, as policias possuem, em casos especificos, uma liberdade @ abrangéncia maior para atuagao no combate a crimes transnacionais operados por organizagdes criminosas. No Brasil a Policia Federal é 0 érgao integrado a Interpol, que, alias, nos termos do § 1° do Artigo 144 Constituigao Federal tem por atribuicdo 0 combate as infragdes com repercussao intemacional: Art. 144. § 1° A policia federal, instituida por lei como érgao permanente, organizado e mantido pela Unido e estruturado em carreira, destina-se a:" 1 servigos e interesses da Unido ou de suas entidades autarquicas e empresas publicas,assim como outras infragdes cuja pratica tenha repercussao interestadual ou internacional e exija repressao uniforme, segundo se dispuser em lei; (grifo nosso) apurar infragdes penais contra a ordem politica e social ou em detrimento de bens, pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 saa 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare Evidentemente que nada impede que a Policia Estadual aja em conjunto com a Policia Federal em se tratando de investigagao de organizacao criminosa de um Estado membro, cujas agées sejam desencadeadas ou tenham repercussdo interestadual ou intemacional. O tnico ébice so disputas entre érgéos ou instituigées envolvidas nas apuragées, dai porque acreditamos salutar a edig&o de norma para regular as atuagées conjuntas dos diversos 6rgaos e instituigées envolvidos no combate ao crime organizado. Segao Ill Da Infiltragdo de Agentes Art. 10. A infiltragdo de agentes de policia em tarefas de investigagao, representada pelo delegado de policia, ou requerida pelo Ministétio Publico, apés manifestagao técnica do delegado de policia quando solicitada no curso de inquérito policial, sera precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorizacao judicial, que estabelecera seus limites. A verdade é que a infiltragdo de agentes para o desbaratamento de quadrlhas sempre foi um recurso utiizado pelas policias de todo 0 mundo, no entanto, no Brasil ndo havia uma norma legal para disciplinar esse tipo de atividade investigativa. Em face dessa falta de normatizago, até marginals jé foram utlizados para “levantamento” de informacées. HA quem diga que no episédio conhecido como "Castelinho’, teria sido utilizado desse tipo de infiltragao. Verdade ou ndo, o fato 6 que a normatizagao da infltrago de agentes é primordial para a garantia da realizago da justica na forma da lei, pois em hipétese alguma “os fins justificam os meios”, como pregam alguns que se ullizam de artificios ilegais supostamente em prol da sociedade. Toda tirania comega com a desculpa que se faz necessério o afastamento das normas vigentes para se "defender" a sociedade de inimigos, cuja “legislagao fraca” nao permite uma ago dentro do ordenamento legal. A lei fraca ou ineficaz deve ser derrogada na forma prevista na constituigao, jamais com infragées dos agentes puiblicos ou leniéncia judicial a fim legitimar a conduta ilegal. © Artigo 10 disciplina que a infiltragao de agentes se dard a pedido do Delegado de Policia, através de representagdo, ou a requerimento do Ministério Publico, sendo que no caso de requerimento com o inquérito policial em curso, dever haver manifestagao técnica do Delegado de Policia, que s.m.j., devera explanar em relatério circunstanciado, se ha condigdes e recursos para a realizago da infiltragao, 0 nero de agentes necessarios, tanto para a infiltragéo, como 0 efetivo de apoio necessério, sempre se levando em consideragao a possibilidade da descoberta do agente infiltrado, as condigdes técnicas necessérias para a obtengao e formalizagao das provas, como gravagdes de conversas, interceptagdes telefénicas e teleméticas, etc. Enfim, a manifestagao do Delegado de Policia deve ser técnica e minuciosa dentro do que se espera do profissional com conhecimento especifico para esse tipo de investigagao e, eventualmente, apontar a falta de requisito legal para a realizagao da infitracdo requerida, Entendemos que a simples manifestagao lacénica no se aplica ao espirito da norma em comento, uma vez que esta servird de subsidio para a decisao do juiz, que deverd ser devidamente fundamentada e com o sigilo necessario ao éxito da investigagao e seguranga do agente infiltrado. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 wea 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre § 1° Na hipétese de representagao do delegado de policia, 0 juiz competente, antes de decidir, ouvira o Ministério Publico. 0 § 1° estabelece que no caso da representagao do Delegado de Policia, o Ministério Publico ser ouvido, antes da decisdio do Juiz competente, que deve decidir conforme seu livre convencimento. § 2° Sera admitida a infiltrago se houver indicios de infragdo penal de que trata o art. 1° e se a prova nao puder ser produzida por outros meios disponiveis. AA infltragao s6 é admissivel em caso de indicios de infragao cometida por organizagao criminosa, definida nos termos do Artigo 1° e, se no houver outros meios de produzir a prova requerida para 0 caso. A redagao do § 2° demonstra que ndo é admissivel a banalizagao desse recurso. § 3° A infiltragao sera autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuizo de eventuais renovagdes, desde que comprovada sua necessidade O § 3° estabelece que o prazo da autorizagao para a infiltragao 6 de até seis meses, no entanto permite a renovagao do prazo, desde que comprovada sua necessidade. Essa brecha para renovagées pode ser perigosa. Evidente o perigo de um agente permanecer por muito tempo infiltrado. O risco envolvido é muito grande para sua seguranga, como também para seu estado psicolégico. Estamos tratando com seres humanos e nao com maquinas. Ha um limite para tudo, e nesse caso especifico, 0 prazo pode se estender por anos. O caso classico sao os inquéritos policiais com prazo de apuragdo de trinta dias renovaveis com autorizagdo judicial, sempre ouvido o MP. Quantas dessas apuragées nao se estendem por anos para depois serem arquivadas. § 4° Findo o prazo previsto no § 3°, o relatério circunstanciado sera apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificaré 0 Ministério Publico ‘Apés 0 término do prazo judicial para a infiltrago, o Delegado de Policia deverd elaborar relatério circunstanciado dos fatos apurados enderecado ao Juiz competente, que daré ciéncia ao Ministério Publico. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 1628 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre § 5° No curso do inquérito policial, o delegado de policia podera determinar aos seus agentes, ¢ 0 Ministério Publico poder requisitar, a qualquer tempo, relatério da atividade de infiltragao. 0 § 5° estabelece o necessério controle no curso do IP, pelo Delegado, ou a qualquer tempo pelo MP, do necessdrio controle sobre a atividade de infiltracao. Art. 11. O requetimento do Ministério Publico ou a representago do delegado de policia para a infiltragao de agentes conterao a demonstragao da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possivel, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltragao. O Artigo 11 estabelece que o requerimento do MP, ou a representagao do Delegado de Policia deverd detalhar a necessidade da infiltragdo, o objetivo pretendido e as pessoas a serem investigadas. Art. 12. O pedido de infiltragao sera sigilosamente distribuido, de forma a nao conter informages que possam indicar a operagao a ser efetivada ou identificar o agente que sera infiltrado Artigo 12 trata do sigilo na distribuigéo do pedido de infiltragao, de forma a resguardar a operagao e o agente que sera infiltrado § 1° As informagées quanto 4 necessidade da operagao de infiltragao serdo dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidird no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, apés manifestagao do Ministério Publico na hipétese de representagao do delegado de policia, devendo-se adotar as medidas necessdrias para o éxito das investigagdes ea seguranga do agente infiltrado. 0 § 1° estabelece o prazo de 24 horas para apreciacdo do pedido e nao oferece dificuldade na sua interpretagao. No entanto, dificilmente esse prazo ser cumprido por razées jA expostas na andlise do Artigo 8°. § 2° Os autos contendo as informagées da operagdo de infiltragdo acompanhardo a dentincia do Ministério Public, quando sero disponibilizados a defesa, assegurando-se a preservagao da identidade do agente. 0 § 2° trata dos autos com as informacées da operagao de infiltracdo, que acompanharo a denuncio do MP, quando entao a defesa podera ter acesso, assegurada a preservagdo da identidade do agente. Provavelmente surgirdo questionamentos da defesa em relacao a identificagdo do agente infiltrado, como surgiram no passado em relagao a identidade da testemunha protegida. No entanto, a ipesus.com brit gs/2536S/aspectos-prticos---n-12-850-de-02-do-agesto-de-2013 1628 auos20%6 i de Orgrzages Criminosas cemerasa- Jus Navga preservagao da identidade do agente infiltrado é de rigor para a seguranga da vida deste e nao importa em qualquer prejuizo para a defesa, uma vez que seu papel é contestar a acusagao e as provas carreadas § 3° Havendo indicios seguros de que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operagao sera sustada mediante requisi¢éo do Ministério PUblico ou pelo delegado de policia, dando-se imediata ciéncia ao Ministério Puiblico e a autoridade judicial. © § 3° diz respeito a sustagao da operagdo, em caso de risco iminente ao agente infiltrado, quer seja por requisic&o do MP ou pelo Delegado de Policia, nesse ultimo caso com a devida ciéncia imediata ao MP e ao Juiz competente. Evidentemente, que nessa circunstancia o Delegado de Policia deve agir imediatamente para posteriormente cumprir as formalidades legais, uma vez que esté em risco a vida do agente infiltrado. Art. 13. O agente que nao guardar, na sua atuagdo, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigagao, respondera pelos excessos praticados. Pardgrafo Unico. Nao é punivel, no ambito da infiltragao, a pratica de crime pelo agente infiltrado no curso da investigagao, quando inexigivel conduta diversa. © Artigo 13 estabelece a proporcionalidade da atuagao do agente infitrado nas condutas que tenha que praticar durante 0 periodo de infiltrago na organizacao criminosa. O fato de estar infiltrado nao pode servir de carta branca para a pratica de conduta criminosa, no entanto, o fato 6 que, eventualmente teré que participar de infragées penais, quer seja para ganhar confianga dos investigados, quer para resguardar sua vida, uma vez que se descoberto 0 risco de morte serd iminente, Nao raras vezes os agentes que investigam o tréfico de entorpecente sao obrigados a participar do consumo de drogas para ganhar a confianga dos investigados. Razao pela qual entendemos que 0 periodo de infltragao nao deve se prolongar no tempo, até para a garantia da saiide fisica e psicolégica do agente. A pratica eventual de crime pelo agente infltrado, que este nao tenha como evitar para resguardar sua identidade e, em consequéncia, sua integridade fisica ndo sera punivel, desde quendo se possa exigir conduta diversa, conforme estabelece o paragrafo Unico. As excludentes poderdo ocorrer em varias situagées como a coagao moral iresistivel (excludente de culpabilidade), estado de necessidade (https://ius. com. britudo/estado-de-necessidade) para salvaguardar sua vida (excludente de ilicitude), ou seja, sempre que ndo se possa exigir conduta diversa nas condigdes em que se encontrava o agente na ocasiao da pratica da conduta criminal pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 wea 24082016 Le de Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navignre Art. 14. Sao direitos do agente: |—recusar ou fazer cessar a atuac@o infiltrada; Il ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art, 9° da Lei n® 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de protegao a testemunhas; Ill - ter seu nome, sua qualificagdo, sua imagem, sua voz e demais informagées pessoais preservadas durante a investigacdo e o processo criminal, salvo se houver decisao judicial em contratio; IV - nao ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicagao, sem sua prévia autorizagdo por escrito, © Artigo 14 prescreve os direitos do agente em relagao a infiltrago, como o de recusar ou cessar a aluagao, ter sua identidade preservada ¢ inclusive a alteracdo de seus dados e registro civil conforme dispde a Lei n° 9.807/99 que regula o programa de protegao a testemunha, Segao IV Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informagées Art. 15. © delegado de policia e 0 Ministério Publico terao acesso, independentemente de autorizacao judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificagdo pessoal, a filiagao (https://jus.com. britudoffiliacao) e 0 enderego mantidos pela Justica Eleitoral, empresas telefonicas, instituigées financeiras, provedores de internet e administradoras de cartao de crédito. Embora com redagao mais explicita do que a do § 2° do Artigo 2° da Lei n® 12.830/13, que trata da requisigao de informagGes e dados que digam respeito a investigagao conduzida pelo Delegado de Policia, 0 acesso aos dados cadastrais, independentemente de autorizagao judicial, previsto no Artigo 15 nos parece timido, até porque o banco de dados do SERASA ¢ acessado por qualquer associado, com CNPJ que pague a taxa de consulta Faltou uma previsdo importantissima qual seja 0 acesso, em tempo real, sobre a utiizagao de cartées de créditos movimentagao financeira. Nao estamos falando de acesso a valores movimentados, mas sobre as informagdes referentes localizagao e a forma da operagao financeira realizada. Esse tipo de dado nao somente seria de valor inestimavel na investigacao ¢ prisdo de integrantes de organizagées criminosas, quer na pratica de crimes como sequestro, como também no monitoramente da movimentagdo fisica de investigados, com antecipagao até de eventual fuga. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 saa awos018 Loi OrgrizapiesCriminotes cmernd- us Neva Art. 16. As empresas de transporte possibilitardo, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério PUblico ou do delegado de policia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens. Art. 17. As concessionarias de telefonia fixa ou mével mantero, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a disposi¢ao das autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificagao dos ntimeros dos terminais de origem e de destino das ligagdes telefénicas internacionais, interurbanas ¢ locais. Os Artigos 16 e 17 sao redundantes e tratam do acesso aos bancos de dados cadastrais das empresas de transportes, concessiondrias de telefonia, que devem ser disponibilizados pelo prazo de cinco anos. O acesso previsto independe de autorizagao judicial e deve ser de maneira direta e permanente. Portanto, se prev a cotaboragao direta dessas empresas com as autoridades integradas na investigagao Segdo V Dos Crimes Ocorridos na Investigagao e na Obtengao da Prova Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorizagao por escrito: Pena — reclusdo, de 1 (um) a 3 (trés) anos, e multa. Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboragao com a Justiga, a pratica de infragao penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informagées sobre a estrutura de organizago criminosa que sabe inveridicas: Pena —reclusdo, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 20, Descumprir determinago de sigilo das investigagdes que envolvam a ago controlada e a infiltragdo de agentes: Pena —reclusao, de 1 (um) a4 (quatro) anos, e multa. Art. 21, Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informagées requisitadas pelo juiz, Ministério Publico ou delegado de policia, no curso de investigagdo ou do processo: Pena — reclusao, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa Pardgrafo unico. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga, ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei Os Artigos 18, 19, 20 @ 21 tratam da tipificagao de condutas decorrentes revela¢ao indevida da identidade de colaborador, da desobediéncia ou obstrugéo da investigagao e obtengao da prova. pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 1920 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare 1H de se destacar o Artigo 18, néo somente pela falha grave em néo se penalizar a revelagao da identidade do agente infiltrado, mas to somente a do delator, como a pena pifia para uma conduta que na prética pode implicar na sentenga de morte para a pessoa exposta. As penas previstas so insignificantes, pois na verdade, em face do quantum previsto, ninguém seré preso pelas condutas tipificadas. «Pagina anterior «12 (Jartigos/25355/aspectos-praticos-da-lei-n-12-850-de-02-de-agosto-de-2013/2) Proxima pagina > (/artigos/25355/aspectos -praticos-da-lei-n-12-850-de-02-de-agosto-de-2013/2) 1s + B (https: //jus.com.brlimprimir!2535S/aspectos-praticos-da-lei-n-12-850-de-02-de-agosto-de-2013) +e Assuntos relacionados: Pacto de Sao José da Costa Rica (https://jus. com. briartigos/pacto-de-sao-jose-da- costa-rica) + Delegado de Policia Civil (https://jus.com.briartigos/delegado-de-policia-civil) Teoria geral da prova (https://jus. com. briartigos/teoria-geral-de-prova) + Normas intemacionais (https://jus.com.br/artigos/normas- intemacionais) + Policias em espécie (https://jus.com.br/artigos/policias-em-especie) - Ago controlada no crime organizado (https://jus. com. br/artigos/acao-controlada-no-crime-organizado) + Policia Civil (https://jus.com.briartigos/policia-civil) + Delagao premiada (https://jus.com. briartigos/delacao-premiada) + Investigagao criminal pelo Ministério Publico (https://jus.com br/artigos/investigacao-criminal-pelo-ministerio- publico) + Policia na investigacao criminal (https://jus.com.br/artigos/policiasna-investigacao-criminal) + Crime organizado (https:f/jus. com.br/artigos/crime-organizado) + Provas no processo penal (https:/fjus.com.brlartigos/provas-no-processo-penal) + Investigagao criminal (https:/fjus.com.brlartigos/investigacac-criminal) + Direito da Seguranga Publica (nttps://jus.com.br/artigos/direito- da-seguranca-publica) + Direito Internacional Puiblico (https:/jus.com brlartigos/direito-internacional-publico) * Direito Processual Penal (https://us. com.br/artigos/direito-processual-penal) Autor . ('39883-juvenal-marques terreira-filho/perfil) | Juvenal Marques Ferreira Filho (/39883-juvenal-marques- ferreira-filho/perfil) Bacharel em Direito pela Faculdade Catélica de Direito de Santos. Delegado de Policia (desde 1994). Ex soldado da Policia Militar de S40 Paulo (1980-1989), onde alcangou a graduacao de 2° Sargento. Ex- investigador de Policia (1989-1994), Textos publicados pelo autor (/39883juvenal-marques-ferreira-filho/publicacoes) pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 zs 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare Fale com o autor Site(s): © www.investigacaocriminalimparcial blogspot.com {(hitp://wwwinvestigacaocriminalimparcial. blogspot.com) © policiaeasociedade. blogspot.com. bri (http://policiaeasociedade. blogspot.com. bri) Informagées sobre o texto Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT) FERREIRA FILHO, Juvenal Marques. Lei de Organizages Criminosas comentada (https://ius. com. briartigos/25355/aspectos-praticos-da-lei-n-12-850-de-02-de-agosto-de-2013). Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2013), n. 3736 (https://ius. com. brirevista/edicoes/2013/9/23), 23 (https:/us. com. britevista/edicoes/2013/9/23) set. (https://us. com. brirevista/edicoes/2013/9) 2013 (https://jus.com.brirevistaledicoes/2013). Disponivel em: . Acesso em: 23 maio 2016. Publique no Jus Navigandi (/publique) Artigas, monografias, noticias, petigdes, pareceres, jurisprudéncia etc. (/publique) Comentarios 41 Coloque aqui seu comentario Regras de uso (1975565-danilo-caetano/perfil) Danilo Caetano (/975565-danilo-caetano/perfil) Excelente trabalho. LIVRARIA (HTTP://JUS.COM.BRILIVRARIA) ipesfus.com brit gs/2586S/aspectos-prtics-d--n-12-850-de-02-do-agesto-de-2013 22 24082016 Ll de Orgorizages Criminasas comer Jus Navigan Norma Penal em Branco e Outras Técnicas de Reenvio em Direito Penal Comprar Solugées Praticas do Dia a Dia do Advogado R$ 68,00 Comprar (htptivs.combetivarainoma-penatombrance-s-outraslecricasde- ‘eonvo-amdroto-enal R$ 249,00 (hitp.jus.combrtivaralsolucoes praicasdo-diaa-diado-advogado) Dug STL © Supremo por Seus Assessores Comprar R$ 109,00 (httotjus.com.bi/bvaralo-supreme-por-seus.assessores) fois ELE e Peticées Trabalhistas Anotadas Comprar R$ 279,00 (nttp:sjus.com briirariapeticoes-trabalhistas-anotadas) pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 es 24082016 ee Orgarizages Criminosas comentada- Jus Navigare Jus Navigandi (https://jus.com.br) Fale Conosco (/fale-conosco)_Pergunte (/duvidas/perguntar) _ Publique (/publique) Anuncie (/ajuda/4/como-anunciar-no-jus-navigandi) Ajuda (/ajuda) Privacidade (/ajuda/13/politica-de-privacidade) Quem Somos (/ajuda/‘1/informacoes-sobre-o-jus-navigandi) Jus Navigandi, Todos os direitos reservados, Proibida a reprodugdo total ou parcial sem autorizagao, Parceiro: fwd Brasil (http://noticias.r7.com/brasil) (htt psti(disttindt akc GigkeNemingdhi#9957 17382978061697) pes com brit gs/2586S/aspectos-prticos---n- 12-850-de-02-do-agesto-de-2013 aes

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