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eter Slterdife ‘Jo eu estabelecimento, a fim de os inctar a melhoraro de ‘A sii brilhante consultora discernira antes de muitos outros 08, {jie exige Funciondros flexiblizados,funcionando pela inte= nl capuazes de rabalhar-em equipa cestimulandosse a sipri- iizer-se:funciondrios mais protestantes™). is dats, estende-se um eontinvo que impregna toda a épock Tousea de caminhos que permitam transmitr ds praticas profa= ‘ouco na vetvidade comercial realista — o melhor exemplo é a Jhdisno zen «um elientela resolutamente no med nea ser de mais diz6-1, aguilo a que se chamou expansio ee Temas suas rzes casts na dei crit da miss antes se deu » a acgiio de risco colonial e mescantilsistematizada a gran: stra actividad de missionar, de transmitire de trzer €0- ie acividade aus6nor. Esta categoria agrapa a transterén- dv salvagio,« exportagto da cvilizagio aliamente avangad, ‘tos os provedimentos de transferéncia do éxito e da vantage, — pr ers asa moda conto seca ciéncia setae da miss, Os mssondsoseristos mals ip que teconhccerprematuramente a oportunidad historia que ballad para onasio ao zanpar ‘Gc miodeess, pertencem ao grupo dos portadores de vantagens 08 IMs, os descobridores, os investizadores, os padres, fliticos, os artistas os professres, os designers, os jomalistas = Upoinos pelos seus prprios conseeiros eforecedores de equpt> Ji wna ests Traces, sem excepyo,adoma us suas pitas com fanfaas 1 cumprir sto 6, missdes profane. Todas buseam omar as sts falls depessvase eiminar os suas iv nevigos de-motivadores papos. Estes devern mostrar-thes 0 : yea ut jito mesmo, ito € um agent com mot ) 1 ' {pn tn eso He Miwon, Iie « Mung. 1997 Notes 9 dp seth eh ‘Mie Sige a pune lea HereMag pe spear wate de "Vins de ado eo ope sgh 0 ange caicd do vents ‘anaes do Yee) Se Hera eed rete, ma no feta ei, sh Serctn u Der srr, D nifite hme co-dew tact 11 A Invengdo da Subjectividade A Desinibigdo Primétria e os Seus Conselheitos Ser-esujeiton significa tomar uma posigo a partir da qual um actor pode ssa da tera pita, De ondindro, essa rasigdo produz-se quando um {ctor enconton 0 motive que o itera da hestago eo desnibe, de modo a possbillarthe a acgao. Desde sempre, a coeredo imperativa surgi como 0 fgente mais poderoso a desnibigo — quer tal coergdo sea de naturezain- terior eafectva, quer sea exterior e social Mas como a cultura da atvida- dle que caracteiza a modemidade se constitu conta a heteronomra,procurs- fie encontraré.o procedimento que pemite coocar 6 que di a ordem no prio interior daquele que a escuta, deforma que este, quando cede, parece apenas a obedecer sua vor interior, Desse modo &convocado, criado e msurnado simutancaments esse estado de facto a qe se chama «subject lial. Desigi-se assim o facto deo individu ter um poder de co-decsio _niveiieagio da instancia que o pode comandar. Rega geral, esse organiza- {ilo da desinbigao torns-s invisfvel enquanto ta, na medida em que, no o- Inenio di passagem a0 acto, confere aos actos, em fae da obedinci, no hiKBes estes ecoergdes ineluiveis, mas boas razese interesses julie {os eoncebidos pelos prdpros. ‘subjective corectaente ententida implica pos sempre a capcida- Ah de apr, mas mio no sentido de win raptusitacional ou de uma exterior tagline ene plsionss no resovides ~ o que a psicandlse francesa de- Mpa pel veo psa man, Quem eta ei lela de um sgrande Outro, sea ele Deus oa pia, nao € também um ‘jello, como ctem os lacanianose os eriptocal Sco: parao se, hd que par- ‘is experléncas da modemmidade visando uma formatagem psiguica | as empresarais.Temos sempre de integrar esta taefa na teflento “jun itanos Uo setsujeito como de «uma ae por conta pri on w= ‘ho di pensamento automo, Um erpresiio vive sempre na transigo pa- 14 git «a partir de si proprio», pelo que a ponte para a aogao que constest ‘ait tat fit de inereses — entre os qua poet 66 Peter Sloterdijk dobedece a mais ninguém seniio 8 «vor da razdo». Por conseguinte, basta pro- ‘Tamar @razfo, no seu todo, como coisa propria, para libertar a acgdo da sus- pita de determinagao exterior. No entanto, saber se a voz da razao pode mes- ‘mo tomar-se integralmente propriedade intima de quem a escuta deve ter parecido problematico as Luzes avancadas, pois as exigéncias dessa vor le- ‘vam frequentemente a conflitos com outro intimissimusm do sujeito, os seus prprios sentimentos. Para sair desse dilema, o romantismo escolherd a solu- «¢40 que consiste em deixar a primazia ao sentimento, atribuindo-Ihe a men- G0 «mais racional do que a simples razo». ¥or a nu a figura da obediencia a si proprio no cerne da subjectividade da Epoca moderna & mostrar como os «Sujeitos» se armam par se tornarem. agentes capazes de agir aconselhando-se a si proprios, persuadindo-se prdprios, dando a si pr6prios o sinal da desinibigdo dos actos — ou entao ar- ranjando quem 0 faga por cles. Assim, a subjectivacio é inseparivel da ca- pacitagio e do treino que a acompanha. Ao sublinhar este ponto, rejeitamos © mal-entendido propagado pela teoria critica que consiste em interpretar a subjectividade moderna como uma agéiicit do controlo de si préprio — em. termos psicanaliticos: como uma agéncia da neurose obsessiva. O sentido real do advit-como-sujeito s6 pode ser compreendido a partir do armamento da autodesinibigdo do actor — isto €, de uma certa maneira, pela sua histe- rizagdo. Um actor modemo nao atinge a sua forma se ndo se apoiar num exercicio especifico de autoconsulta e de autopersuasdo, Quando recome @ este tipo de prestagdes, nfo se trata, regra geral, de conhecimento tedrico en- quanto tal, mas da utilizacao de conhecimentos em prol de objectivos pra 03. Do autoconselho e da autopersuastio hi-de acabar por resultar a autode- sinibigaes Passar da teoria & prética constitui pois a esséncia da subjectividade. Co- mo ¢ evidente, nunca se consegue prever com toda @ certeza 0 ponto a que cchegardo 0s actotes neste processo. Mas um agente que, levado por motivos internos; mais ou menos opacos aos observadores, possa passar a um acto, qualquer que seja, apresenta a mais forte caracterfstica do sujeito: a imprevi- sibilidade®2, A filosofia moral trata este estado de facto fazendo dele a liber- dade ou a indeterminagdo da acgdio. Quem, porém, pretender a capacitacio do sujeito com base na sua liberdade terd de observar como ele submete a um controlo efectivo esse ponto de controlo activado no mundo. E pois precisa- ‘mente a raz80 que deve, do interior, assegurar 0 controlo do poder. Mas, co- ‘mo fazer se no se estabelecer em que medida a razHo detém efectivamente © leme no interior dos pontos de poder libertados ou dos sujeitos? Quando mos perantasnijetos, pois ranveniente cansiderar estes eamo suspeitas por principio. Mais ainda: s6 quem é suspeito de ter segundos pensamentos pode efectivamente ser considerado sujeito, Com efeito, a subjectividade im ‘2 pata tea fxgosaminte a primar sobre o motive tans yore eitado da finite cons 40 pedo, SSS Palicio de Cristal oa plica uma ofensividade indeterminada; 6 se lhe pode prestar justiga man- tendo uma desconfianga a flutuar6, No cardcter fundamentalmente suspeito dessa entidade que leva 0 nome de sujeito, encontramos a possibilidade de dirimir se 0 suspeito pratica «de seu alvedrio» os seus actos potenciais ¢ reais ou entio se &, consoante 0 caso, um possesso ou tum autémato sujei to.a poténcias anénimas, sejam clas mecdnicatou demonfacas, O sujeito é lum complexo ndo trivial de ambicZ0 e de reflex, ou ainda de energia e de asticias, No sentido preciso do termo, os primeiros sujeitos da época moderna fo- rain, como indicaremos no que Se segue, os Jesuitas, que se implantaram no século XVI como forca especial de intervengao da Contra-Reforma — com 0 principio sem ambiguidade que consistia em recuperaro atraso do partido ca- t6lico relativamente aos protestantes, mais motivados. Enquanto tentativa ex- plicita de rearmamento psicotéenico e medistico, a subjectividade jesuitica «era animada pelo desejo de compreender os éxitos protestantes melhor do que estes se compreendiam a si préprios. Quando dessa manobra de ultrapass2- gem, identificou-se 0 valor excepcional que se prendia com a confissko rel ‘tiosa em matéria de desinibigdo: quem apresenta a sua profissao de f& sob a forma de actos fem indiscutivelmente a seu favor a forga de penetragao. A par tir dessa observagao se desenvolve, na era das guerras de reli da ao armamento psicossemantico, na sequéncia da qual se faz apelo & con- fissio no apenas como mobil, mas também como arma. Enguanto os protestantes se apresentavam como fundamentalistas primérios, a posicao je- stitica baseava-se na parédia do fundamentalismo do adversério. O teatro je- suitico, com o seu. grande reportério remonta, no fundo, & posigao jesuftica fenquanto tal — atribui aos actores tum papel no qual a ortodoxia se transfor- rma em performance, Do mesmo modo, @ obediencia, por essa via, s6 pod tornar-se um exercivio autoritirio. O segredo da ordem religiosa residiu no facto de saber criar um equivalente catélico & psicodinamica protestante: 0 {que Ihe importava era utilizar a nova imbricacao de um sistema de motivagio entusiasta com um sistema de implementagdo ascético e de a por ao servico «d6-€ampo catélico na guerra civil mundial da fé Estes activistas radicalmente disponiveis nao podiam pois cingir-se ao vo- to de humilitas-casttas-paupertas que havia regido a vida das ordens cristis, desde 0s tempos dos grandes redactores das Regras. Por meio do seu famoso quarto voto © de maneira que parece totalmente moderna, colocaram-se di- rectamente sob o alto comando do Papa. De certo modo, concebiam-se & si péprios como instrumentos de preciso dotados de tuma rara auséncia de von- 63 CF, Boris Groys, Umer Vrdacht. Bine Peinomenolagie der Medien, Munique, 2001. Na ter- ‘minologi mais doe, elo ponta de vsta metodoldgico, de Heine von Feerster,falar-se-ia da pro sys dias surrender palo Ost (prs rr. Para um resumo ds quevelaseuropeise francesa em toro do suit na perspetiva da. ans liso ca linguagern, vide Vineent Descombes, Le Complement dase. Enquét sur left agit de solide, Pari, Galimard, 2004, 68 Peter Sloterdijk tade e entregavam-se inteiramente nas maos do seu utiizador. Assim, para 0 Jangamento desse instrumento, invocou-se nem mais nem menos a mais ele- vada instancia de motivagao que existia do lado catético. Com uma ironia fa- nitica, os Jesuitas ofereceram-se como marionetas articuladas construfdas se- undo os prineipios mais modernos, cujos fios queriam ser puxados por um linico bonecreiro, 0 general romano da contramodernidade. (Note-se: quem quer 0 poder, tem de servir os poderosos até se tornar indispensavel.) Para se tomarem marionetas deste género, desenvolveram uma combinagao pesada de consequéncias de exercitium e de studium — o primeiro para crucificarem ‘sua propria vontade e se tornarem_utilizAveis como puro instrumento, 0 ou- {ro para se apresentarem no terreno do combate armados das mais recentes ar- mas. A metéfora jesuitica da «obediéncia de cadaver» designa a classica adap- tagdo da subjectividade como acoplamento entre a mais elevada motivagao € ‘a pura disponibilidade®, O exagero da obediéncia na via jesuitica para a sub- jectividade mostra que o motor da aceo continua a ser coisa tirada de uma instdncia externa, isto 6, de uma autoridade — o que, até ao século Xx, desa- Creditard este modelo aos olhos dos nio-catdlicos e dos antiautoritérios. Des- de o inicio, nenhuma divida era possivel sobre a eficécia da construgao. O de- sempenho do instrumento inteligente ia tio longe que teria forcosamente de se tornar suspeito a0 dono — suspeita que, apds longas disputas entre catéli- cos, haveria de levar & dissolugao da ordem em 1773. Para 0 sujeito catélico da era pés-trentina, a viragem inaciana une no seu desfgnio quatro motivos tradicionais das préticas da formagdo de si: 0 atletis- mo, 0 convento, 0 militarismo, a erudiga0®®. Todos esses motivos, no seu con- junto, constituem figuras culturais da capacidade de S6frimento e do cultivo do ponos (pena, esforgo), a respeito do qual os gregos da idade cléssica jé en- Javam que era imprescindivel & paideia, a toda e qualquer pritica de mo- delagdo do ser humano, isto €, & educag0. O medium em que foi posstvel re- produzir o agrupamento das antigas técnicas do esforgo foi, num primeito tempo, fornecido pela piedade da Paixio em finais da Idade Média, fenéme- ‘no cuja importancia para a formagao da cultura da subjectividade nunca seri de mais realgar. Além disso, a viragem controlada para o interior havia sido preparada pela obrigagao de confissdo anual, que se aplicava a todos os cris- aps 1215. Gragas a uma vasta moda religiosa favorecendo o despertar do prazer da paixio na burguesia urbana do inicio da época modema — fe- ‘némeno cuja palavra-chave era imizatio Christi e cuja caracteristica litirgica foi a criago da festa do Corpo de Deus no século xi —, instaurou-se essa tendéncia para a apropriagdo activa da prépria passividade sem a qual nao se- mottiz, of: Anson Rabinbach, The Human 1992, 65 Sobre a subjectividade como figura de magi Motor, Energy, Fatigue, and the Origins of Modernity, Retkeley e Los Ang teem ate Palécio de Cristal 6 ria pensdvel a estilizagio subjectivista da conditio humana na época moder- na. Quem pode viver uma sequéncia de contrariedades como uma paixao transforma o sofrimento em poténcia. S6 na sequéncia dessa transformagio 0 sujeito pode aparecer como vector de todas as «representaces». Vamos en- tao encontrar nessas representagdes todas as modificagdes da sensorialidade / passiva e todos os motivos que dispdem o sujeito a tornar-se activo, Por con- seguinte, s6 € sujeito quem pode formar-se para se tomar dono e senhor dos seus proprios sofrimentos. A subjectividade formaria assim um dispositivo compardivel a um automével. Nesse dispositivo, ha motivos da ordem da pai x40 (e, mais tarde, também da ordem dos interesses) que acoplam um sistema motor a um sistema de pilotagem composto por orientacdes de tipo racional. Se a subjectividade moderna se apresenta frequentemente como uma subjec- tividade apaixonada, tal deve-se a que as «paixdes> modemas querem ser a forma de capacidade de 0 sujeito se submeter ais poténcias provindas do seu proprio interior. Por natureza, as geragdes posteriores de sujeitos organizaram a sua desini- bigdo com meios mais modernos do que os Jesuitas. Em consonncia com o novo espitito do tempo, recorreram a instincias internas como a evidéncia, ‘o mandamento moral, 0 génio ou a decisfio, mas também as influéncias de en- tidades extemas aliadas que desempenhavam um stil papel de advogados, de seeretirios, de conselheiros e de terapeutas. No que diz respeito aos factores intemos que mais tarde vieram a ser reunidos Sob o termo de «fé», William James, no seu ensaio The Will to Believe (A Vontade de Crer), de 1896, ob- servou com ironia construtiva que até pessoas de espirito empirico se com- portam muitas vezes como «papas infalfveis» quando formulam hipoteses que ‘ao orientar a sua vida'7. Deste dito de espirito podemos tirar uma indicagao quanto ao facto de que, em geral, 0 individuo modemo consegue muito bem estabelecer uma «ciltima instincia» que, para ele, 6 vinculativa, O psicdlogo liberal americano compreendera que 0 , passou por uns tempos por ser a mais elevada mandante da acco, ‘6 apelo as suas misses comrespondia ao mais forte valor da desinibicao. Se- 1 inttl sublinhar que este tipo de historicismo era a forma do oportunismo vestido de lei. Com a obediéncia relativamente & «lei da historia» (e a sua Aplicago aos negécios), encontrara-se o método mais discreto para participar ‘em actos violentos pretensamente indispenséveis — embora a maior parte dos intelectuais se tenha abstido de participar pessoalmente nos crimes que acon- selhavam ov para os quais tinham compreensfio, Com a sta propenséo para fornecerem aos actores os slogans que desencadeavam a agressio, extremis- tas de direita e de esquerda revelaram-se como parentes préximos, por mais Ppenosa que tal proximidade possa ser para as duas partes. ‘Aconstelag2o mais penosa foi também a mais clara: as notas do joven Lu- fos sobre o dever meta-humanitério de exercer uma violencia criminosa que abe ao revolucionsrio (1922) reflectir-se-o no discurso proferido por Himmler em Posen, em Outubro de 1943, a propésito da necessidade de as tropas SS manterem a cortecgo durante o massacre que perpetram. Por mais importante que possa parecer a distincia entre 0s esbogos de um legitimador hegelianizante do exterminismo bolchevique e as ordens de assassfnio de um ‘agente Kantianizante da politica nacional-socialista de conquista e de elimi- hago, os dois autores proporcionam amostras estreitamente aparentadas do mesmo zelo em prol da grande histéria que transmite as suas wordens» pela boca de amoralistas clarividentes. Num caso como no outro, vé-se distinta- mente como a passagem ao acto pessoal, enquanto querer-dever em perfeito ‘eonhecimento de causa, s6 € possivel por meio de figuras de desinibigo ex- plicitas®. Uma vez que os activistas intelectuais descrevem o mundo como 0 Teatro de uma guerra entre partes inconcilidveis — entre o progresso e a reac- Glo, 6 trabalho e o capital, o sedentério eo némada —, 0 seu discutso assu- mais ou menos os tragos de uma ordem de missfo na guerra mundial ge~ neralizada; 0 tom corrente dos radicais no combate € pois exterminista”®, Os © Lukes resumi ingrectamenteo pinfpi da desnibicfo nas suas ntas sobre Dostoevsi ua fale de uma segunda ica: enquant a primeira probe o asso, a segura fa = le-um mandamento. Cf, Norbert Bole, Ausaug aes der enteauberten Welt Philasophischr Ex- terminisnus evischen den Welkriegen, Manign, 1989, p. 13-20, Himmler, no sea dscuso de Posen: 0 nosso tinico comissti deve ser a nos consignea.» sO comissio que nos or deni o alae deve sera nosse propria Tava slo aos cemissancs fa SBF 0 cenaio oral sudo gual os homens is SS julgam agit concurs de brualdade com ex acres ovistcos da elimina 7 Tyas Mann em 1918; «0 intelectual gue oui aconvieo de que hé que air ven iatmente pranteoassasfnvopoltico ~ ove xo la we er, slo menos a moalad cox eus actos & seme a que 0 assassin pollen asin rev do sew modo de vg.» Be trachwungen einen Unpolitiechen, Prankfurt, 2008/08/08 iq, Paldcio de Cristal B ‘moderados entre os que aconselham retiram-se para o terreno do cepticismo filoséfico ¢ cultivam a indecisiio como forma de vida da pequena liberdade, Quando o cepticismo se reforga, especializa-se numa auséncia de conselho generalizada, Os consultores, em contrapartida, cuja conjuntura favorével comegou quando das ideologias terminou, desinibem a sua clientela e desinibem-se a si proprios mim contexto menos marcial porque, na sua imagem do mundo, existem concorrentes, é certo, mas nao inimigos. Fazem-no em nome da li berdade do mercado ¢ do direito humano ao éxito — mas podemos ter a cer- teza de que, tambéin neste caso, nv ve Lata Ue neulunn piquenique. A sua profissio assenta na decisio de apresentar 0 Exito econémico e os seus facto- res (enesgia dirigente, intuicdo, carisma, etc.) como qualquer coisa que se po- de aprender segundo métodos mais ou menos seguros. Devern produzit a fic ‘glo segundo a qual se pode estabelecer um nexo controldvel entre 0 projecto ea felicidade”! A rendigao dos idedlogos pelos consultores deu-se essencialmente pds 1968, depois de o neomarxismo ainda ter assumido mais uma vez a grande pose, aparentemente rejuvenescido pelo freudismo e pouco afectado pela sus- peita segundo a qual sempre poderia ter mais algo em comum do que a si ples postura radical com aquilo que Thomas Mann havia chamado 0 «fascis- ‘mo intelectual numa famosa expresso dos anos 4072, Posteriormente, as vitimas da suposic4o tomaram-se sujeitos — isto é, autores dotados de de- masiado pouca evidéneia e subequipacios em slogans de desinibigdo numa ce- na inevitavelmente demasiado grande — submetidos a uma vaga deliberagao profissional que, na maioria dos casos, nfio quer € nfo pode dizer nada mais do que isto: a acgdo real contém sempre um resto de experimentagtio na obs- couridade, visto ser ut6pica a idela de um controlo completo sobre as condi- {g0es gerais da experimentacdo. A mais recente vaga de consultadotia parte da suposigio, em si correcta, de que os agentes que nio so capazes de fazer coi- sas de mais encontram o melhor apoio em consultores que sabem que no Sa- bbem de mais. Assim, Sécrates esté outra vez entre nés. Entretanto, hd proe- ‘minentes portadores de incompeténcia que por informagées desta qualidade pagam tudo o que for preciso: nao so $6 0s cabecilhas da indstria quem des- pende algum dinheiro para obter a absolvigio pela consulta, Nos anos mi recentes, houve numerosos ministérios federais alemies que compraramn bluff consultivo em grande escala, sob a rubrica de «comissao de inquérito» — gas- 7 as amigas indicagaes de tajcto rum a desinibigio e 9 diteceo da acgo, dremos apenas qu que renascimenin das ates eas autres antigo it pot implicar rétcas bandas co- rio kita dos ais (ef at, pp. 63-64) — com consequéncias qu se polongam até 36 inistriascontemporiness de oxéculo. Encontramsinformaes sobre a ulizago da astrok- tia inicio do proestantisnio em Claudia Brosseder, fe Baa der Sterne: Caspar Peuce,Phi yn Melachun nce tere Astoage, Bi, 2008 TP Dhos Mann: «i que arancar 0 mito Ho fascia inet peorientéto para o Hams Hd mito que no fo mais na» Cara Kal Kenny 7 do Setembro de 1941 es Peter Slorerdijk tandobilides, verbas que, no inicio de 2004, chegaram a incitaro Tribunal de Conta, apesar da sua notsra tolerncia para com o desperdicio, a pedir um inguérito. 0 iinico slogan forte de desinibigio que, apés 0 empalidecer das ideoto- sis, abre em todo o mundo a passagem para a prétca, leva,em resumo,0 no ime de inovacao, Raros sio os que t8m conscinia do facto de que aquilo que asin se apresenta € um vestigio das antigas wleis da histrian. Desde que 0 Homem Novo foi retirado do mercado numa operago de recolha de produtos defeituosos, as novidades tenicas, as novidades de procedimento e as novi- dades de design constituem as mais poderosas atracgOes para todos 0s que esto condenados a perguntar: que fazer para chegar ao cume? Aqucle que Inova pode estar cero: a qualquer momento, o lems da sua aegHo podord tomar-seo prinefpio de ums legislagao universal. Desde que odivertimento, como agente de desinibig0, comegou a yanhar terreno, a partir dos anos 80 do século passado, podemos até renunciar ao pre- texto di inovagdo. Os actores da eultura do divertimento, que se tomaram s0- beranistas do vulgar, espojam-se nas superficie do seu bem-estare conside- am que 0 deixarse ir de livre vontade consttui motivasio suficente Poderiam renunciae aos consultores porque se dirigem directamente aos seus secitores; quando muito, confiam no seu entertainer, no seu ireinador, no que The esreve os dis deep. Fsoberano agile qe desde em qu arma ha quer ear. 12 Energias Nao Reflexivas: a Ontologia do Salto em Frente Com a viragem para os oceanos, a actividade néutica de tiseo & téonicas da felicidade, os agentes da época modema levam ao bap! interesse pela subjectividade que se distingue radicalmente de todas ‘ages anteriores do estar-no-mundo e do deixar-se-conelzir human mano, que, no humanismo, se descreve como eriador e inventor de + c,no idealismo, se define como sujeito de todas as suas representagy ma medida que as épocas anteriores nfo conheceram, um actor de + 10s, a causa de novos efeitos, um portador de novas representagdes. nexo entre a subjectividade e a ofensividade permite discemir que 0 «std em jogo é a establizacéo interna de-uma cultura de actores. Co futuros aectores s4o cronicamente sobresolicitados pela sua prOpria dade e pela sua pr6pria originalidade, pois nunca conseguem dize ‘eentemente o que se passa com a sua actividade de actores © 0 seu Frente no deseonhecida. 0 notério balbucio sobre 0 gSnio e 0 esprit que desde finais do século xv paira sobre as empresas artisticas da tuma prova da incapacidade dos modemnos para sensatamente toma 0 sobre a sua propria forca de iniciativa, Se nos reportamos a um g radele derivarmos as obras e os actos, proclamamos implicitamente tor é um possesso, ainda que num sentido que impde o resp conseguinte, o acto é destocado do actor para uma instneia suprape dele se apodera e 0 mergulha num estado de inesponsabilidade ‘© mesmo fenémeno se produz. quando se reconhece aos actores, ert ‘uma inspiragio por génios pagaos da arte e da guerra, a colaboragi jectos divinos de salvagio: é também dessa mancira que se afasta ¢ ‘wceme do acto» e se faz. dele uma entidade meditinica,subimeme ponsavel, Se falamos directamente de espito de criagAo, retiramo-1 {autologia, na medida em que atribaimos 0 feito a um espiito de cr terin querido provoe‘lo porque podia provocé-lo. Em ambos os ogsos, 1 observaco edfieante impde-se contra a nclan dae nanas mbllandan wsinsancadaasiae a ban. doannvt

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