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Je Giddane, halon AS comngeitdar Aa rusdoencdudy | be oP Eki de Ue, £994 i Cat edie). te ‘ r Introdugao No que se segue devo desenvolver uma andlise institu: cional da modernidade com énfases:cultural ¢ epistemols- gica, Assim fazendo, diferencio-me substancialmente da. maioria das discussdes.em curso, nas quais estas énfases es- \odernidade?;Como.uma primeira 2:Como uma primer aproximas 3 snpeselt= 6 sequinles node \ , Risto" rele merce act soelarragus costume de vida ou orga r rOpa's para do séciil jérmente se fornarami mais ou mei éncia, Isto associa a phoderhidad ‘pO € @ uma localizacao geogrfica: enquanto deixa suas caracteristicas princip: seguranca*numa caixapreta. : Ro final do século XX, muita gente argumenta.que no limiar de as, cléncias.sox, (HGS Teyando parwalém da ie variedade de termos amente a emergencia de um novotipo desis- tema social (tal como a “‘sqciedade de informaciq”? ou’a “sociedade de consumo”), mas cuja mais qué tm estado de coisas precedente, encerramento (‘‘pos:t i I : “‘sociedade pés-industrial”, ¢ assim por dante). Algins dos cebaTee SOvTE Cstas qUESTBes Se concentram principalmente f grand narra R ANTHONY GIDDENS sobre transformag6es institucionais, particularmente as que Sugerem que estamos nos deslocando de um sistema ba- seado na manufatura de bens materiais para outro relacio- nado mais centralmente com informago. Mais freqiiente- mente, contudo,, estas controvérsias enfocam amplamente questdes de filosofia e epistemologia. Esta é.a perspect ica, por exemplo, do autor ‘ue foi em pi fl pela popularizagdo. da nocio de/ lade, Jean-Francois Lyotard.! Como elearre- was de fundamentar.a epistemologia, e dal No progresso planejado humanamente, A condicio da. /pds-modernidade ¢ caracterizada por uma evaporacdo da| = “‘enredo’’ dominante por meio do qual Jos.na historia como seres'tendo-um'passadatide- A perspectivarpés-moderia acdes | *de'eo nao tem um ligar privilegiadot 0 de idéias expressast por demonstrar que uma epistemologia‘coe- e que um conhecimento genetalizavel'sot, | bre a vida social e padrdes de desenvolvimento socialipo: dem ser alcangados.? Mas eu quero fazer umaabérdagem: diferente. A desorientacdo que se expressa naisénsactorde que ndo se pode obter conhecimento sistemdticoisobre'a of ganizacdo social, devo argumentar, resulta, em primeiro ‘Iu: gar, da sensacao de qe muitos de.nds temos sido:apanha- dos num universo de eventos que nao.compreendemos ple- namente, ¢ que parecem ém grande parte estar. fora demos. so controle. Para analisar como isto veio a acorrer; nao. basta’ wos. lermos, como, pds-modemidade isso, temos que olhar'novamenté:paca nature propria modernidade a qual, por certas ta- z6es bem especificas, tem sido insulicientemente abran da,.até agora, pelas ciéicias sociais. Em vezue estarmos a natureza (Minneapolis: University cami jade se refere a um_deslocamen- ye INTRODUGAO a entrando num periodo de pés-modernidade, estamos alcan- ‘ando um pe i izadas euniversalizadas do, de estdo'se tornando mais r que antes; Além da moders mos‘perceber os contorrlosde uma ordem‘nova'e que'é“pés-moderna’”’; mas isto é bem‘diferente'do:que é atualmente chamado por muitos de “*pés-modernidade’; ‘As concepgdes que devo desenvolver tém séu:ponto de origem no que chamei em outro lugar de uma interpreta- ‘Com isto quero dizer. que-as. 40, sob alguns aspectos,zimicas — diferentes em forma de .ados os tipas de_ordem tradicional. Capturar.a:natureza ias descontinuiidades em questo, devo dizer; minar necessdria para'a andlise do qued modernidade real wente €; bem como para o diagnéstico de suas conseqtlén: cias, para nés;'no presente: n inha abordagem requer também uma breve discussio critica de-alguns dos pontos de vista:dominantes ‘na socio~ logla, como a disciplina mais.integralmente envolvida com ‘uma'preli= cestudo da vida social moderna. ‘Dada suaiorientacao.cult tural e epistemol6gica; os debates sobre riodernidade eps modernidade em sua maior parte ndo ehfrentaram as defi cigneias das posicdes sociolégitas-estabelecidas. Uma inters retacdo preocupada’principalmerite coin-andl Eo conta, como_€ 6 caso-de minha’i fazé-lo. re a ‘Usando estas observagbes como-uin trampolim; na pat te principal-deste estudo devo tentar obter uma nova ca* racterizacdo tanto da natureza da modernidade'quanto'da orderh pés- moderna que deve emergir do outro lado da‘era atual.” As Descontinuidades da Modernidade .. A idéia de que a histéria humana é marcada por certas, ‘‘descontinuidades” e nao tem uma forma homogénea‘de desenvolvimento ¢ obviamente far do em que as cOnsequitncias da modernida- U~ | 4 ANTHONY GIDDENS tizada em muitas versdes do marxismo, do tem conexdo particular com o materi contudo, e ndo esta dirigido para a caracterizacio da’his- t6ria humana como um todo. Existem indiscutivelmente des- ciedades tribais ¢ a emergéncia de estados agrarios:'N&o ese tou preocupado com estas. O que quero sublinhar.éaquela descontinuidade especifica, ou conjunto de desc ram para estabelecer formas de brem o globo; em termos intensionais, rar algumas das mais intimas e pesso: ‘nossa existéncia cotidiana, Bxistem, obviamentecontinuie dades entre 0 tradicional e.0 moder is ‘o formam um todo & parte; é bem sabido 0 au co-Pode ser contrastar a ambos de maneira-grosseifa;Mas aS mudancas ocorridas durante os ultimos tr séeulos = ‘im diminuto periodo de ram téo draméticas ¢ téo abrangentes em seu impacto'que dispomos apenas de ajuda limitada de nosso.conhecimento de. periodos precedentes de transigdo na..tentativa: de interpreté-las. SUERTE influéncia a longo prazo do evoh das razes por que o caréter descontinuista da modernida- de tem com freqiténcia deixado de ser plenamente aprecia- do, Mesmo aquelas teorias que enfatizam a importancia de transigdes descontinuistas, como a de Marx, vézm a histé- ria humana como tendo.uma direcdo global, governada por ptincipios dinamicos gerais. Teorias evolucionarias repre- sentam de fato ‘grandes narrativas”, embora ndo sejam teleologicamente inspiradas. Segundo 0 evolucionismo, & vimenta através do desenvolvimento de comunidades agri- colas e pastoris e dai para’a formagao de estados agrarios, nando’na émergéncia de sociedades ‘modernas’no Ocidente. Deslocaria:narrativa evoluciondria, ow désconstiuir'seit ensedo, nao apenas ajuda a'slucidar a tarela eae) modernidade, como também muda o foco de parte dod Oui we. MD 9s precisos de transigao cujo cardter pode ser identificado e sobre ‘os quais podem’ ser-feitas generalizagées.¢ a Comio deveriamos identificar as descontinuidades que se- consideravelmente mais dinamhicas que outros sistemas pre! modernos, nasa rapidez da mudanca emcondigbesdemo-, demnidade é extrema. Se isto é talvez mais Sbvio no que to-\ a ca A feéiiologia, permeia também todas as outras esferas. » ‘Uma segunda descontinuidade é o escopo da riuudanea. Con-/ forme diferentes areas do globo so’ postas Se ’ on of Soe Cav 6 ANTHONY GIDDENS nexao, ondas de transformagéio social penetram através de virtualmente toda a superficie da Terray,Uma tercei racteristica diz. respeito.&, natureea intrinseca, das: institu £6es modernas. Algumas.formas sociais modernas sifip mente nd 3¢ encontram em periodos histori tes — tais como o sistema politico do:estadc pendéncia por atacaddda-producao de:fontes,deenerei inahliiisdas, ou & completa transtormacdo.eimcmereadoria de produtos e trabalho assalariado, Outtas tém apenas uma yw ontititidade especiosa com ordens sociais,pré-#xistentess/ 1 Um exemplo é a cidade. Os modernos assentamentos.urba Ros fregilentemente incorporam os-locais das cidades tray dicionais, e isto faz parecer que meramente, expanditam-se 4 partir delas. Na verdade, 0 urbanismo moderno,¢.o;de> nado segundo: principios completamente diferentésdos,que estabeleceram a cidade pré-moderna em.relagao-a0.campo em periodos anteriores.5 : 4 Seguranca e Perigo, Confianca e Risco-. ei Prosseguindo em minha indagacao sobre o caréter da mio, dernidade, quero conceatrar uma parte substancal dads, cussdo sobre os temas seguranca.versus:perigo e.confianca wersus risco. A modernidade, cocioranstgues ona que vive, no final do século XX pode.ver;-é um’ fenémenc ide-dois ! gumes, O desenvolvimento das instituiedes sociais: moder has € sua difuso em escala mundial-criaram oportunidas des bem maiores para os seres humanos,gozarem,de'uma existéncia segura ¢ gratificante que qualquer tipo, de siste- ma pré-moderno. Mas a médernidade tem-também.umila, a do sombrio, que se tornou muito aparenté no. sécula atual- No todo, ‘‘o lado da oportunidade’” da modernidade mais fortemente enfatizada pelos fundadores:clA INTRODUGAO, 7 possibilidades benéficas abertas pela era moderna supera- vam suas caracteristicas negativas. Marx.via a luta de clas- ses.como fonte de dissidéncias fundamentais na ordem ca- pitalista, mas vislumbrava ao mesmo tempo a emergéncia de um sistema social mais:humano. Durkheim acreditava que a expansdo ulterior do industrialismio estabelecia uma vida social harmoniosa e gratificante, integrada através de uma combinacdo da divisao do trabalho e do indivudualis- mo moral. Max, Weber era o mais pessimista entre os trés patriarcas fundadorés;Vendo o mundo modemo como um mundo paradoxal onde o progresso material era obtido ape~ nas 4 custa de uma expanso da burocracia que esmagava a criatividade ea autonomia individuais. Ainda assim, nem mesmo ele antecipou plenamente o quao extensivo viria a= ser o lado mais sombrio da modernidade, Vas tencial destrutivo de larga-escala em relaco ao meio:&m- Diente material. Preocupacées ecoldgicas nunca tiveram mui: to espago nas tradicdes de pensamento incorporadas:na so- (_-~~ ciologia, e nao é-surpreendente que os socidlogos hoje en- contrem dificuldade em desenvolver uma avaliacdo sistema- tica delas. Um segundo exemplo é o-uso consolidado do poder po- litico, particularmente como demonstrado em episddios de rismo. O_uso arbitrario do poder politico parecia aos jadores sociologicos pertencer primariamente ao pas- sadg (eiibora (endo &s vezes eco no presente, como é indi- cado na aiialige dé Marx sobre o governo de Luis Napolego), O'despotismio”” parecia, set principalmenite catacteristico ~ de estados pré-modernos. Na esteira da ascensdo do:fascis- mo, do Holocatisis, do-stalinismo @ de outfos episddios da historia do steulo XX, podemos ver Gue.a possibilidade de litarismos € contida dentro dos parémetros da moder- nidade ao invés de ser por eles exc Sick @ Ser por ¢ la. O totalitarismo'é diferente do despotismo tradicional, mas é muito mais ater- trada do que jamais foi possivel antes: da‘emergénci estados-nacZo modernos.6 : Q desenvolvimento do poder militar omoum fendi getal fornece ainda um outro exemplo. Tanto Durkheim: oo mo Weber viveram para testemunhar 0 ter Primeira Guerra Mundial, embora Durkhii quema intelectual que ele desenvolvera como a’base de.sua sociologia. Weber deu mais aten¢ao ao papel'do podermilis tar na historia passada do que Marx ow Durkheiny ram. Mas ele no elaborou uma avaliacao do ros tempos modernos, deslocando a carga de sua andlise para a racionalizagao e a burocratizacao, Nenhum dos fundado- iza¢ao da guerra’®.” " Pensadores sociais escrevendo no fim do eéculo XIX ¢ € inicio do século XX nao poderiam ter-previsto:a‘invencdo do armamento nuclear.* Mas-a conexfo:da organizacdi inovagao industriais com o poder militar é um processo-que remonta as origens da prépria industrializagGo moderna. Que isto tenha permanecido amplamente sem andlise em 30- ciologia é uma indicacéo da forca da concepedo;de que recém-emergente ordem da modernidade seria essencialmen: te pacifica, em contraste com o ie Tome e caos polticg vem a Jecida uma nova repiblica mundial, na qual & INTRODUCE » caracterizado as épocas precédentes, Nao-apenas'a amicac deeonfronto muses, masa Formamiuma parte bsicé do-"lado sombrio”’ da modetni: fade no'século atual:’ CE 6 sedilld Ua eulettay com imi niimerd de Conflitoxinilitares sérios envolvendio per” as substanias de vids, consderavelmente mais alto do ie em qualauer is séculos piecedentes. No pre! sent séeulo, ald agora: mais'e TOO Tlfibes de pessoas To- ram'mortis em guerras, uma proporedo mais’alta da po" pulago do’ mundo. do que io ‘séculd. XIX, riesmo: Se 0 crescimento eral da tar ainda que limitado eclodiss estarrecedora, € uin cobilito t téncias, pode erradicar completamente € petigoso, Isto tem servido para fazer mais si ‘que plesmente enfraquecef. ou nos forcar.a “volver uma andli da modernidade, Fazendo-o, devemos corroborar algumas das limitacdes das perspectivas sociolé tages que continuam a afetar o pensamento'soci dias de hoje. Sociologia e Modernidade A sociologia é um campo muito amplo e diverso, ¢ quais- quer generalizacdes sobre ela sao questionaveis. Mas pode- mos destacar trés concepedes amplamente defendidas, dé- rivadas em parte do prolongado impacto’da teoria social a cial Expenditures (Ws 0 ANTHONY GIDDENS classica na sociologia, que inibem uma anilise satisfatéria. das instituigSes modernas. A primeira di; eito,aodiags, ‘néstico institucional da modemnidade; a segunda. soma feed principal da andlise socio a terceira se relaciona As conexdes entre.coy Goldgico & as caracteristicas da moderni fere este conhecimento. “TAs tradig6es teéricas mais proeminentes seeisae incluindo as que derivam dos escritos de Marx, Durkheim e Weber, tém tidoa tendéncia de cuidar de uma tinica ex importante dindmica de transformac&o ao interpret tureza da modemnidade. Para autores infhienciados por 2 forga transformadora principal que modela 9 mun¢ dugdo agréria baseada no dominio feudal'| da pela producdo para mercados de escopo nacional, em termos dos quais néo apenas'uma vatiédad indefinida de bens materiais mas também a forga'de traba- Iho humano tornam-se mercadoria. A ordéin'soci gente da modernidade é capitalista tanto em seu sistem: némico como em suas outras instituigdes, O cardter'mdvel, inquieto da modernidade é explicado como um resultado do ciclo investimento-lucro-investimento que, combinado.éom a tendéncia geral da taxa de lucro a declinar, ocasiond disposigdo ‘constante para o sistema'se expandit Este ponto de vista foi criticado tanto por Durkhéim co mo por Weber, que ajudaram a iniciar as interpretacOes-ri- vais que influenciaram fortemente a andlise sociolégiéa ul= terior. Na tradi¢ao de Saint-Simon, :Durkheimtrastreoua natureza das instituicSes modernas primariamente até oim- pacto do industrialismo. Para Durkheim, a competicao ca- italista néo € 0 elemento central da Ordem industrial emer- gente, e algumas das caracteristicas sobre as quais Marx pu- sera grande énfase, ele via como marginais e transitérias. O.caréter de rapida transformacdo.da vida social moderna, féiva essencigimente do capitalismio, tas do impulso, woh de uma complexa divisao, de ‘traballio, aprovel- tando a producdo para as necessidades humanas através da_ exploragio industrial da natureza. Viverios nunia orden. que nao € Capitalista, mas industrial. © aNTRODUGAO a Weber falava de ‘‘capitalismo” ao invés da existéncia'de uma ordem industrial mas‘quanto a alguns pontos-chave, sua concepedo estd mais perto de Durkheim'do que de Man O “Capitalismo racional”’ como Weber o.caracteriza, com- preende os mecanismas econdmicos especficados por Mars, Incluindo a transformagdo'do salario em miercadoriaAin- ‘da‘‘assim;: ‘‘capitalismo””: neste. us6' significa. simplesmente algo diverso do mesmo.termo como ele spatece nos eseri- tos de Marx. A “racionalizago” , conforme expressa na tec- nologia’e.na organizagéio'das idades bumanas,, i for~ ma da burocracia, é.a tOnica. — - Vivemos numa ordem capitalista? 8-0 industrialismo'a forca dominante que modela as instituigdes.da'modernida> de? Deveriamos ao invés olhar para o controle racionaliza- do da informagdo como a principal.caracteristica subjacen- te? Devo argumentar.que estas.questes ndo.podemiser res- pondidas desta forma — quer dizer, ndo-devemosienvarar wets _ A sias caracterizagées como mutuamente exclusivas. at dernidade, sugiro, & multidimensional. no ambito.das insti- tuigdes, € cada um dos elementos.esps icados baa estas varias tradicdes representam algum: papel... ~~ a 2. O conceito de “‘sociedade’’ ocupa-uma, ‘posigig. focal i é obviamente uma nor ¢ado.ambigua, ferindo- se. tanto fassociacao social’ de um modo:genérico quanto a.um sistema especifico.de rela: ses sociais. Preocupo-me aqui apenas.com o segundo des; « tes usos, que certamente figura de uma;maneira bisicaem cada-uma das perspectivas sociolégicas dominantes. Em- bora os autores marxistas possam.as vezes favorecer.o ter: mo ‘“formago social””,em relacdo a “‘sociedade”, a.cono, tagdo de ‘‘sistema fechado’’ é andloga.. weg ‘Nas perspectivas ndo-marxistas, particularmente aquelas relacionadas & influéncia de Durkheim, 9,conceito de so-| ~ ciedade'é ligado & defini¢do.da prdpria sociologia. Ad nico convencional de.sociologia,com a qual virtualmente' todo maniual se inicia,— “‘sociologia é o,estudo das socie, dades humanas”’ ou ‘‘sociologia ¢ 0 estudo das socieda modernas” — expressa claramente esta concepcaa. Pouc se é que os hd, autores contempordneos seguem Durkheim: at 2 ANTHONY GIDDENS tratando a sociedade de uma maneira quase misticaycdmo uma espécie de “‘super-ser’” ao qual os membros.individiiais exibem bem apropriadamente uma ‘atitude de:teveréncia Mas a primazia da “sociedade”” como a nécaicentral'da sociologia é muito amplamente aceita~' Be Por que deveriamos ter reservas em relacdo &riogao‘de sociedad conforme ordinariamente utilizada no pensamento sociologico? Ha duas razbes. Mesmo onde nao o'dizem ek- plicitamente, os autores que véem a sociologia coitia'0:es- tudo das “‘sociedades”” tém em mente as sociedades.asso- ciadas 4 modernidade. Ao conceitué-las; eles pensain em sistemas muito claramente delimitados, com suas proprias unidades internas, Ora, entendidas desta maneit3s’ ciedades”” so simplesmente estados-naciio. Embot cidlogo, falando de uma sociedade especifica, pos8a cabulal- mente empregar 0 termo “naco” ou pais", 6 cardter do estado-nac&o € raras vezes diretamente teorizado; ‘Ao ex- plicar a natureza das sociedades modernas, tems que'cap- turar as caracteristicas especfficas do estado-nacdo!=# tim tipo de comunidade social que contrasta de‘maneira'rat cal com os estados pré-modernos. se A Uma segunda razéo diz respeito a certas'initerpretacdes teéricas que tém estado intimamente ligadas'® nocd de so ciedade. Uma das mais influentes € a dada-por' Talcott Parsons.? Segundo Parsons, 0 objetivo preeminenie da's0- ®. ciologia é resolver o “problema da ordem”’, O problema da ordem é central & interpretacdo da limitacab.dos’siste- mas sociais, porque é definido conto uma questi de ifite- grado — o que mantém o sistema integrado’ein-face das divisdes de interesses que disporiam “todos cont Nao acho que seja itil pensar os sistemas soe termos,!9 Deveriamos reformular a questo da ordem co- mo um problema de como se da nos sistemas soci gagdo”* tempo ¢ espaco. O problema da ordem é visto ai como um problema de distanciamento tempo-espato —"as condigdes nas quais 0 tempo € 0 espaco sao organizados de inTRODUGAO 23 Forma a vincular presenca e auséncia. Esta quest@o.tem:de sé concaitualmente distingiiidé daquelada “limitagio*-dos ‘SiSiemas sociais. As sociedades modernas (estados-nagao), ‘SOD ALLUEY ASpectos; de‘ytalquer maneira, tém umalimita- do claramente definida. Mas todas estas sociedades so tam-7 Tent elagadas con GonexGes que perpassam o sistema s0-(( ciopolitico do estado e a ordem cultural da ‘‘nagao’’. Ne- nhuma das sociedades pré-modernas, virtualmente, era tao claramente limitada como os estados-nagao modernos. As civilizacOes agrarias tinham “‘fronteiras’’, no sentido qué os gedgrafos atribuem ao termo, embora comunidades agrico- Jas menores e sociedades de cacadores e coletores normal- mente se diluissem em outros grupos em torno delas.¢ nao fossem+territoriais no mesmo sentido que as sociedades ba- seadas no estado, ‘Mas, ha mais do que‘ima'simples expansao ios sistemas sociais de abarcar tempo e espa- go. Devemos olhar com alguma profundidade como as ins; tituigdes modernas tornaram-se “situadas”” no tempo e no espaco para identificar alguns dos tracos distintivos da mo- dernidade como um todo. 3. Em varias formas de pensamento, sob outros aspectas divergentes, a sociologia tem sido compreendida como ge- ra de conhecimento sobre a vida social moderna, conhe- cimento este que pode ser usado no interesse da previsdo ¢ do controle, Duas verses deste tema séo proeminentes. Uma a COlicepGao de que a sociologia proporciona informagaio sobrea Vida social que pode nos dar uma espécie de controle sobre as instituigGes sociais semelhantes aquela proporcio- cimento sociolégico mantém uma relacdo instrumentalcom ~ © mundo social com o qual se relaciona; tal conhecimento pode ser aplicado de uma maneira tecnolégica para intervit na vida social. Outros autores, inclusive Marx (ou, ao me- nos, © Marx de certas interpretagdes) adotam um ponto de vista diferente. Para eles, a idéia de ‘usar a historia para fa- zer historia” & a chave: as descobertas da ciéncia social nao a a 2% ANTHONY GIDDENS podem apenas ser aplicadas a um objeto inette/ ima devel ser filtradas através do auto-~ jai: Esta ultima concepefo ¢ que as outras, mas ¢ ainda inadequada, ‘na medida'em-que’ * sua visko de reflexividade é demasiado simples.’ relacdio. entre a sociologia e seu objeto — as agdes\dos séres huma: nos em condigdes de modemnidade — deve, pelo-conttarig; ida em termos de “hermenéutica dupla" NO de- senvolvimento do conhecimento sociolégi s dos leigos agentes; por outro ladc das nas metalinguagens das ciéncias sociais rét neiramente ao universo das agSes cimento nao leva de maneira direta aummund patente. O conhecimento sociolc do universo da vida social, reconstituindo tanto este como a si mesmo como uma parte integral deste proceso. Este é um modelo de reflexividade, mas nfo tm 'model abs nhecimento sociolégico, por um lado, ¢ o'contiole fi imento’‘sociall, “por tro. A sociologia (¢ as outras ciéncias sociais qué seres humanos) nao desenvolve conh in icas ou reivindicagdes de conhécimento no min: do social nao ¢ um processo que posta ser imediatamente canalizado, nem por aqueles que os propdem, nem mesrio Por grupos poderosos ou agéncias governamentais. Ainda © 0s conceitos ¢ descobertas sociolégi: Cos estdo constitutivamente envolvidos no que a moderni- dade ¢. Devo desenvolver 0 significado desta caracteristica mais detalhadamente adiante, , Se formos compreender adequadamente a ‘natureda da modernidade, quero argumentar, temos que romper:com 1, Anthony Giddens, New Rules of Sociological 1974); Con Society (London: Hutchinson, espirala'denttoeiford INTRODUGAO 5 as perspectivas sociol6gicas existentes a respeito de cada um dos pontos mencioniados. Temos que dar conta do‘extre- mo dinamismo edo escopo globalizante das instituicies mo: deras‘e ‘explicar’a natureza de suaé descontinuidades’ em: relagdo as culturas tra is. Devo chegar a'uma carac- terizacao destas instituigdes colocando em primeiro Tuger a questo: quais saovas fontes:da natureza dinamica da mo- detnidade? Na formulaglo de-uma resposta devem-se tinguir varios conjuntos de elementos, cada um dos-quais niecimento‘afetando as'acoes de os. De vo analisar isto mais detalhadamente (inchlindo umn exame inicial da natureza da-confiana);-a' comegar-pela ordetia> cao do tempo e do espago: Modernidade, Tempo e Espaco_ Para compreender as {ntimas conexdes entre a moderni- dade e a transformagao do tempo e do espaco, temos que comegar tragando alguns contrastes com a relagdo tempo- espago no mundo pré-moderno. : ‘Todas as culturas pré-modernas possufam maneiras de © tempo. O calendario, por exemplo, foi uma ca- i iva dos estados agrétios quanto a in- vencdo da escrita. Mas 0 céleulo do tempo que constitini a base da vida cotidiana, certamente para a maioria da po- pulagdo, sempre vinculou tempo ¢ lugar — e era geralmen- te impreciso’e varidvel. Ninguém poderia dizer a hora do sem referéncia a outros marcadores 5 2% ANTHONY GIDDENS INTRODUGAO n de’’ ou identificado por ocorréncias naturais Tegulares: A inven¢&o do relégio mecAnico e sua difusdo entre virtual- mente todos os membros da populagdo (um fendmeno que data em seus primérdios do final do século. XVII) ‘foram de significacdo-chave na separacdo entre 0 tempo e o'rspia- go. O relégio expressava uma dimens&o uniforme-de.tem: po “‘vazio”” quantificado de uma maneira que permitisse a designaco precisa de-“‘zonas”” do dia (a ‘“jornada de tra- balho"’ por exemplo).!2 ! © tempo ainda estava conectado com 0 espaco (¢ o lu gar) até qu \iformidade de mensuragdoido.tempo pelo relégio mecnico correspondeu a unifo! de-na.organi- zagho social do tempo. Esta mudanga coincjdiu com,a:ex- pansdo da modernidade e nao foi completada até o.cotten- te século, Um de seus principais aspectos é.a padronizaca gm escala muiidial dos calend: jem atu: te O mest datacdo: a aproximacao.do ‘ano da atividade social como situado geograficamente.!4 Nas sociedades pré-modernas, espaco-e tempo coincidem ‘ar plamente, na medida em que as dimensdes espaciais da vi. | da social's&o, ‘para a maioria da populacdo, €para‘quase \~ todos os efeitos, dominadas pela “pre adas. O advento da modernidade arranca cres- fife 0 espaco do tempo fomentando relacées enir outros fausentes””, localmente distantes de qualquer situa] cio dada ou a condigdes dé'mo- dernidade,/olugar se toma cada vez mais fantasmagdrico: | isto €, 08 locais sio completamente penetrados e moldados [GHVTEHROS desnfludncias socials bem distantes deles. Oque. | estrutufa 6 local nao é simplesmente o que éstd presente na | be cena; a ‘‘forma visivel’’ do'local oculta‘as relagdes:distan- ciadas que determinam sua natureza. ‘ O deslocamento do-espaco do lugar ndo é, como no caso do tempo, intimamente relacionado'& emergéncia demo: dos uniformes de mensuracdo. Meios de subdividir o espa- co de modo fidedigno sempre foram mais prontamente dis- 7 erent Ei = poniveis do que meios de produzir mensuracGes uniformes Staae ataves de coieee ease ee eS pacranlzacgp ; do tempo. O desenvolvimento do “‘espaco vazio"” est li- areas diferentes dentro de um unico estado geralmene ¢ I gado acima de tudo a dois conjuntos de fatores: aqueles que nham “tempos” difer concedem’a representagéio do espago sem referéncia a-um do que forma um ponto’favordvel:especifi- que tornam possivel a substituicao de diferentes A “‘descoberta”’ de regides ‘‘remotas’ © mesmo sistema 000", por exemplo, é um evento global. Diferentes oie iamento de sempo é em grande parte a pré | Sondisko.para.o.“esvaziamento do espaco™” ¢ tém assim prio I do mundo por viajantes e exploraiiores ocidentais foi'a ba- tea sodtras seacedormomeeesmumemmria, | sec par am. mapa proprio de a €paG0. O desenvolvimento de*“espiye vaste” pode ser globo que levou A criagdo de mapas universais, nos quais CBitpfeendido em termos da separagao entre espapo e ie 4 perspeetiva desempenhava um pequeno papel na‘ fepre- gar. E importante enfatizar a distinedo entre est et EL sentacao da posigao e forma geograficas, estabelecew'o es+ 5 i paco como “‘independerte” de qualquer lugar ou regiéo sfo Freqientemente usadas mais ou menos particular. : i ey r i ‘A sepatagio entre o tempo e 0 espago no deve ser vista inelo da lia de localidade, que se refereao-cenéipfisleo como um desenvolvimento wnlinear, no qual mos rever- ee aaa sdes ou que é todo abrangente. Pelo contrario; comototias Chicego Press, 1981) an eal as tendéncias de desenvolvimento, ela tem tracos dialéticos 13, Stephen Kem, The Culture of Time and Space 1880-1918 (Loridon: Wei: feld, 1983), 14, Giddens, The Constitution of Society i i a 28 ANTHONY GIDDENS provocando caracteristicas opostas. Alé is nto entre tempo ¢ espaco fornece uma’base pai sua Eombinagao a elagdo 8 atividade social. Isto 8% a 110'do hore Ur Hi, tal como uma tabela que marca’as horas em que‘éors demonstrado tomando-se 0 veil os trens, podé pafécer W’piimieira vista meramente nin mapa temporal. Mas na verdade € um dispositivo dé orde- “nagdo teinpo- spaco, indicando quando e onde. chegam'os trens. Como tal, ele permite a complexa coordeniagao -de trens ¢ seus passageiros e cargas através de grandes ‘exten- Sdes de tempo-espaco. nah ' Por que @ separacio entre tempo:e espaco-é to. ci ara o extremo dinamismo da modernidade?: 1-1 Em primeiro lugar, ela é a condigao princiapal cesso de desencaixe que passo a analisat de maneira’ A Separacto entre tempo e espago e sua forinacao:éni' mensdes padronizadas, ‘‘vazias”, penetram as conexOes efi tre a atividade social e seus “encaixes” nas particularida- de dos contextos de presenca. As grenagem para aquele trago dena, organizacio racion sive 05 estados modernos) podem as vezes ter a qualidade im tanto estatica, inercial, que Weber associava & burotra, ia, mas mais comumente elas tém um dinamismo qué con. ‘asta agudamente com as ordens pré-modernas.: As orge izacdes modernas so capazes de conectar 0 local ¢.0: al de formas que seri ro lugar, a historicidade radi dernidade depende de modos espaco que nao eram disponiveis para as civilizagdes prece- dentes. A “thistéria””, como a apropriacdo sistemética do do miais.o-roms INTRODUGAO 2» passado para ajudar amodelar ofuturo, recebeu seu primeira stimu itiva emergncia dos,esta- dos agrarios;mas o desenvolvimento.das 5 1peto fundament agora universalmente reconhecido, 'a.uma apropriagao de um passado.unitério,. mas muito de tal “historia” pode estar sujeit erpretagdes contrastantes. Em acréscimo, dado o mapeamento geral do globo que é hoje tomado como certo, o pasado unitario é um passado mundial; tempo. espaco so recombinados pa- ra formar uma estrutura histérico-mundial genuina de agao ¢ experiéncia, Por desencaixe me ref fl to’? das relacdes sociais de contextos locais de. sta reestruturagao através de ext a transigaio sdecon- renciagéo” ou ‘“especializacdo funcion: ianga de sistemas de pequena escala para civilizag ias‘e, entdo, para sociedades modernas, ages ard: oa deacords cori | em sociologia e constitui obviamente uma preocupacad pet 30 ANTHONY GIDDENS da vinculacdo do tempo ¢ do espago pelos sistemas sbciais) A imagem evocada pelo desencaixe € mais apta‘a captiirar 08 alinhamentos em mudanga de tempo e espaco-quie' sad de importancia fundamental para a mudanca Social ein¥e? ral e para a natureza da modernidade ‘em’ pattiGular: Quero distinguir dois tipos de mecanismos de‘deserical’| insecamente enVOlvidos no desenvolvimento dasiitis | tituigoes Socials modernas: O primeiro deles denominordé crldgio de fichas simbdlicas; 0 segundo chaind de éstabeler cimento de sistemas peritos. a is quero significar meios dé Por fichas simbi bio que podem ser ° n ser “‘circulados”” sem ter em-visti‘as cafact teristicas especificas dos individuos ou grupos que lidam com: eles em qualquer conjuntura particular. Varios tiposide fi- chas simbdlicas podem ser distinguidos, tais:como osimeios de legitimaao politica; devo me concentrar aqui do dinkeiro. A natureza do dinheiro tem sido amplamejte diseilidd 1M mignente da economia, Em seus primeiros' escritos, falava do dinheiro como ‘‘a prostituta universal pul de troca que nega o conteido dos bens & servigos, subs- tituindo-os por um padrao impessoal. O dinkieiro permite a troca de qualquer coisa por qualquer coisa, a despeito dos’bens envolvidos partilharem quaisquer qualidades subs- tantivas em comum. Os comentarios criticos de Matx so- tre o dinheiro prenunciam sua distinco subseailenteen- tre valor de uso e valor de troca. O dinheiro: torna possi- vel a generalizac&o destes, devido a seu papel de: ‘pura. mereadoria”." A explicacao mais abrangente e sofisticada das conexdes entre dinheiro e modernidade, entretanto, & a:de Georg | Simmel.” Devo voltar a isto logo, na medide. em que vou utilizd-Ia em minha prépria discuss&o do dinheiro como. um. mecanismo de desencaixe. Entrementes, deve ser.observa+ do que uma preocupagao com o cardter social do dinheiro 1973), pp. 141, 145, 166.67, 973) INTRODUGAO a faz parte dos escritos de Talcott Parsons ¢ Niklas Luhmann em periodos mais recentes, Parsons ¢ aqui o autor domi- nante. Segundo ele, o dinheiro é um dos divérsos tipos de “meio de comunicacao circulante™ nas sociedades moder-: nas, além do poder, da linguagem ¢ outros. Embora as abor- dagens de Parsons e Luhmann'tenham afinidades com 6 qué devo colocar mais adiante, nao aceito a-estrutura priticipal fe ‘suas andlises, Nem:o:poder nem:a linguagem:estiio =| mesmo nivel do dinheiro ow:outros-mecanismos ide.désen- icaixe. © poder e 0 uso'da linguagem sao tracds intrinsecos {ida acdo social de modo iiuito.geral; endo: de formas s0- ciais esnecificas «Oigue é 0 dinheiro? Os economistas nunca conseguiram concordar-inutfia’resposta.a°esta’ questao.:Os ‘escritos de Keynes, no‘entanto; fornecem provavelmenteio melhor-pon to-de partida: Uma das principais énfasés de Keynes é:s0- bre o cardter distintivo do dinheiro; e sua-anilise rigorosa separa sua obra daquelas versdes do pensamento econdmi- co neoclAssico onde, segundo Leon Walras, “0 dinheiro nao existe”.!® Keynes distingue antes de tudo dinheiro de cré- dito ¢ dinheiro propriamente’dito.!9 Emi sua forma priini- tiva, 0 dinheiro é indentificado com débito. © “dinhelro mercadoria” assim designado é um primeiro paso no ca- minho da transformaco da permuta numa economia de di- nheiro. Uma transigao basica ¢ iniciada quando reconheci- mentos de débito podein ser substitufdos por mercadorias tais como no acordo das transagdes. Este “'reconhecimen- to espontneo de débito” pode ser emitido por qualquer ban- co € representa ‘‘dinheiro bancario”’. O dinheiro-bancério €o reconhecimento de um débito privado até que ele se torne ‘mais amplamente difundido. Este movimento para o dinkiei- ro propriamente dito envolve a intervengo do estado, que age como fiador do valor. Somente o estado (0 que signifi- ca aqui o estado-nacdo moderno) esté aptora transformar transagdes de débito privado em meios padronizados.de-pa> gamento — em outras palavras, a colocar débito e crédito i of Pure Economies (London: Al 19, JM, Keynes, A Treaise on Money (London: Macr and Unwin, 1965), 3. 1930), By ANTHONY GIDDENS em eqiiilfbrio no tocante a um mimero indefinido dé transagdes. essa EL | O dinheiro em sua forma desenvolvida ¢ definido acima Jde tudo em termos de crédito e débito, em que estés'd respeito a uma pluralidade de interc&mbios amplamet di | fundidos. E por esta razio que Keynes relaciona ifitimamente lo dinheiro ao tempo. O dinheiro’é um modo de adiameri= to, proporcionando os meios de conectar.crédito'e: divide em.circunsténcias em que @ troca imediata'de:produtos:é impossivel. Q dinheiro, pode-se dizer,.é.um meio;dé retar- teriormente introduzidos, o.dinheiro é um meio deidistan- dé transagdes entre agentes amplamente separados nio.ter po € no espago. As implicagdes espaciais do’dinheiro'sao bem caracterizadas por Simmel, que:salienta: © papel do dinheiro esté associado a distancia espacial entre o ividuo e sua posse... Apenas se.0 lucro.de um‘empreendi mento assumir uma forma que possa er faciimente transferida para outro lugar, ele garante a propriedade e ao propricta através de sua separacdo espacial, um alto grau de independén- cia ou, em outras palavras, automobilidade... O poder dg di- heiro de cobrir distancias possiblita ao proprietério € 8 sua posse existirem to afastados um do outro a ponto de cada tin ‘oder seguir sus proprios preceitos numa medida maior do.que ro perfodo em que o proprietério e suas posses ainda permané! ciam num relacionamento mituo direto, quando todo'engaj mento econémico era também um engajamento pessoi A condigdo de desencaixe propotcionada pelas economias monetarias modernas ¢ imensamente maior do que'em:qual- quer das civilizagdes pré-modernas em que existia:dinhel. ro, Mesmo nos mais desenvolvidos dos sistemas moneta: rios da era pré-moderna, como o Império Romano; nenhum avanco foi feito para além do que, nos termos de Keynes, ‘and Time (London: Pinter, 1988). 1 PB 332-33, INTRODUGAO 3 seria dinheiro mercadoria, na forma de cunhagem material. Hoje, o ‘‘dinheiro propriamente dito” ¢ independente dos ‘meios pelos quais ele & representado, assumindo a forma de ura informacdo armazenada como mimeros num disquete de computador, E errada a metdfora de ver.o.dinheiro, co- mo faz Parsons, em termos de meio de comunicago,cireu- lante. Como moedas ou notas, o dinheiro circula; mas nu- ma ordem econémica moderna o grosso das transagdes mo- netdrias ndo assume esta forma. Cencini salienta que as idéias convencionais de que o dinheiro “‘circula”, e pode ser pen- sado em termos de um ‘‘fluxo”, so essecialmente equivo- cas. Se o dinheiro fluisse — ‘digamos, como Agua — sua circulacao seria diretamente expressa em tetmos de tempo. Seguir-se-ia disto que quanto maior a-velocidade, mais es- tréita seria a corrente necessdria para uma mesma quatiti- dade fluir por unidade de tempo. No taso do dinheiro, isto significaria que a quantidade requerida para uma dada tran- sagdo seria proporcionalé velocidade'de sua circulatao. Mas € completamente sem sentido dizer que um pagamento de £100 poderia jgualmente ser feito com £50 ou £10. O dinheiro no se relaciona ao tempo (ou, mais precisamente, ao tempo- espago) como um fluxo, mas exatamente como um meio de vincular tempo-espaco associando instantaneidade ¢ adia- mento, presenca e auséncia. Nas palavras de R. S. Sayer, “"Nenhum componente do ativo est em acdo'como um meio de troca exceto no exato momento de ser transferido de uma propriedade para outra, em pagamento de alguma transacdo” 23 ' 20 O dinheiro é um exemplo dos mecanismos de desencaixe associados & modernidade; ndo procurarei detalhar a con- tribuigdo substantiva de uma economia monetaria desenvol- vida ao.cardter das instituigdes modernas. O ‘‘dinheiro pro- priamente dito", entretanto, ¢ obviamente uma parte ine- ente da vida social moderna bem como um tipo especifico de ficha simbdlica. Ele é fundamental para o desencaixe da atividade econdmica moderna. Uma das‘ formas mais 22. Cencini, Money, Income and Time. 23, RLS, Sayecs,"Monetars Thovgth and Monetary Policy in England”, Eao- ‘nomic Journal, Dee. 1960; ckado em Cencini, Money, Income and Time, p. 71 on caracteristioas de desencaixe na era moderna; ponéxeniplos € expanséo dos mercados capitalistas (iluiado os mies? cados monetérios), que ocorrem relativamente cedo escopo internacional. O “dinheiro propriamiente-dito sencial as transapGes distanciadas'que eles envolvens: também, como salienta Simmel, essential &natilreed da see alienabilidade da propriedade na atividade & moderna, penas,_ou.mesmo.primariain se confia, nfo aj i s confia, nfo.a tes nas pes soas com as quals as transapbes especificas sip, efetimdas. Devo considerar o cardter geral da., 19) adiant idade- piblica ‘no lade do dinhei fraco” envolvido em em que um campo produziria cereais'no anio § mo o fez no ano anterior, ele no semediria ho dinheiro envolve mais do que um céleul dade de provéveis eventos futuros. A cor indo “acreditamos”” la exprime a wa convicgdo € féncia na rendicao do Bgo @ esta concepedo, que pode repousar em razées especificas, INTRODUGAO 3s ‘mas.ndo.é-explicada por elas”’.2# A confianca,-em.stima uma forma de ‘fe? na qual a seguranca adquirida em 're- sultados provayels expressa mais um compré g0-do-que apenas uma compreensao cognitiva deredevo elaboraristo mais adiante, as modalidades de conifianga envolvidas nas instituigSes modernas, dependendo do .caso, permanecem como compreensbes vagas’e parciais \ afi sua fibase de conhecimento" . > "Vamos agora examinar-a natureza dos sistemas peritas®: 2 4 jas pessoas leigas consulta “pro- Hos boie,” A maiori 10s, médicos ete. -—-ape- fissionais” — advogados, arqui ‘quais esté integrado o:conhecimento: dos peritos influen= cia muitos aspectos do que fazemos'dé uma maneira cons ‘tinwa: Ao estar simplesmente em casa,-estou envolvido num’ is is ie de tais sistemas. pouco'0s cédigos de conhiecimento'usados: € pelo construtor no:projeto e coristiueio % ne far em sua competéncia, como na autenticidade do conhe- IS BOO; _cimento pertto*yae-rieC ASTM — algO GUE TED DOSS ‘emi geral, conferir ‘exaustivamente por mim mesmo" juand6 saio de minha casa e enfro num carro, penetro ‘qué eaté completamente permeado por conhé>. iigeiiig PETG eaVolvendo o projeto econsiruclode a semdforos ermuitos ou" ~ igir-um automo | 6 ANTHONY otppENS INTRODUGAO " temas peritos — organismos que licenciain méquinasy'man- {Emr Vigilancia sobre os padrdes dos fabricantes de:aerona- ves} e'assim por diante, Nada disto, entretanto, altera a'ob- ividade perigosa, acarretanto'o risco de:atidenit sair de carro, accito este:risco, maé confi cia acima mencionada para me garantinide quel minimizado possivel. Tenho muito: pouco:conh de como 0 automével funciona:e pod apenas equenos reparos se algo desse/erradouTeahioiumconhes cimento minimo das técnicas de modalidades'de/éohstriis gao de estradas, de manutengdo de ruas; ou doseompiite: dores que ajudam a controlar o:movimentos ndo estaciono 0 carro no aeroporto:e embara ingresso em outros sistemas peritos; dosiquais:met io comhecimento téenico:é, .no melhor: dos casos; jentar. : Sideraragora como podemos compreender m de eénfianca e como a confianga'se Felicion: neita'geral ao distanciamento tempo-espago, O termo “‘confianga’” aflora com muita freqiiéncia na lin~ boa saiide”” —embora, mesmo aqui Tonotacao Algo mais forte que “esper “Bspero nfo ter m atitude de crenga ou crédito que entra em confianga em a guns contextos mais signficativos jése econtra aqui, ma forma que uma fi-~ cha simbélica, fornecendo “‘garantias” de tivas'a yés de tempo-eSpaco distanciados, Este “alongamento”? de nigio-da natureza:impe S0al de testes aplicados para avaliar 0 i ion ea pilbliea (obre a qual-se baseia a.produgao. ‘do comfeciment ienico), usado para controlat sua forma: Para a pessoa leiga, repetindo, a confianca etitos nao depende nem de uma plena iniciacdo nest ‘qlese conta com X para produar 6 comportamento em ques- to, dadas as circunst&ncias apropriadas: Mas estes usos no interessam especialmente ao assunto em questao nessa dis- cussio, porque no se referem s relapdes sociais que incor- poram confianga. Eles no se celaciofiam aos sistemas per- petuadores de confia “Ge TE”, Esta proposicdo nao deve ser muito simplificaday Um clemento do “conhecimento indutivo fraco? de Sininiel } esté sem diivida, com mi Slanga que protagonistas leigos mantém em’ sistemas, peri: 5. Ha um. ico na “fé”, baseado na‘ex- cia de que tais sistemas geralmenté funcionam como So de que resultad Riseo" substitul em grande parte O que antes era pensado como fortuna (fortuna ow destino) iMologias, A confianea pressu- consciéncia das cireunstancias deriseo, o que na ocorré coma crenca. Tanto a confianca como crenca se referem @ expectativas que podem ser frustradas ou desencorajadas: A crenga, como Luhmann emprega, se refere a‘uma’al tude mais ou menos tida como certa de que as coisas fami * Sapontamento culpando outr: INTRODUGAO 3s fas sem ter nada com 0 que subst quitir uma dor-de cabera, Ele ou ela deposita cc ia pessoa do vendedor ou na reputacdo da firma para ten- flanea, Numa situacao de crenga, umaipessoa reage ao de-| sm circunsténcias de con* flanca ela ou ele deve assumir parcialmente a responsabili- dade e pode se arrepender de ter depositado confianga em alguém ou algo. A distincZo entre confianca e crenca de-_ pende da possibilidade de frustracdo ser influenciada pelo préprio comportamento prévio da pestor ama ou pela natureza, on abordagem de atengdo para varias discriminagées conceituais que devem ser feitas na compreensao da confianca. Ndo acho, conty= do, que podemos nos satisfazer com 0s detalhes dé sua con- tualizagao. Ele seguramente esté certo em distinguir en- treeonfianga ecrenga, ¢ entre risco e perigo, bemscomo em afirmar que todos estes esto de it mente ligados entre si. Mas ¢ int 28, Lobmana, “Fal ” ANTHONY GIDDENS Fianga a circuntancias especificas em que os individliog:con- templam conscientemente cursos alternativosrde agior a: ‘Onilaga € geralmente muito mai gue isto implica. Ela &, como devo sui | pOespecifico de crenga em vez de'algo servagdes andlogas s¢ apIa Goncordo com a afirmac se abstér 0 do que & risco — os riscos que-envolvem-atrayessar ‘TATENtIco num pequeno bote, por-exemplo, sa0:tonsides tavelmente maiores do que se a viagem for feita:num grande transatlantico devido a variarao,contida nol elemento.d Perigo. iat ! Sugiro conceituar diferentemente a confianca . ses concomitantes. Para facilitar a exposieda, devo,dispor 13 como uma série.de.dez pontos gue inclu uma definigdo de confianga, mas devolve também. uma gama de observacdes relacionadas. sia ab yi 1. A confianga esta relacionada & auséncia no tem 10 espag9, 5 procedimentos fossem inteira~ 1O5-€ compreendidas, DIZ im dispositive para se Tdar-com a lil 0 mas a condigao princi Trust. Ver tambo ine ial Ageney", no mesmo INTRODUGAO o ou amor. E por ! ologicamente conseqiiente para o individuo que) fortuna, ue fe na credibidade | 0 enquanto tal. priado do que & sua operagao enquanto ta s '5..Neste ponto chegamos a uma definigao de confiane: contexto Mana — incluindo nesta expressdo o impé gia sobre o mundo material — ¢ criada sox dada pela natureza das coi ‘to representa, pelo contrério, uma alteragao na percepsio o& confianca (assim, viajar pelo ar pod: % 2a pode parecer Vidade inerentement o que aeroplane trando es ANTHONY GIDDENS s,s causes naturals ae war das Cosmologiag Tel (Se acaso, em seus sent a ‘po que a de risco, 2 _7. Perigo netite relacionati Sdoalmesma coisa. A diferenca nao reside en ‘Guo pesa ou nao conscientemente as na linha de aco especifica i fica’ pode pOr em jo: §0. Mas é certamente posstvel assumir agbes owestat sje. ‘0 inerentemente-arriscadas sem'que os 'os envolvidos estejam conscientes do qu: se arriscando, Em reson akc dos perigos que co: Mm, 8. Risco.e confianca se entrela i : «fais ccoilscam,aconfanctnma fe extrutuasabrangentes deco esos 0 mead dese por ‘Aqui a destreza eo dest ah 140 sobre o fis oe ente sempre um equilibrio-e cileulo do risco neste sentido. O que geralmente ce : {hs pesionsenvotvidas com las lnhas areas respondem isto detnone, mente © gull balxos sto os rscos da vi, byTRODUGAO a gem'aéreas:conforme medidos pelo:niimero de mortes pot mil passageitos:| exp Lietos ‘ranides:m: ——-em:certas instancias, ~po- fencialmente todos-sobre.a face darTerra, como no caso, Tisc0-de desastre ecoldgico. om guerra nuclea defini “‘seguranca!™coma-uma situagdo-na qual im con: junto especifico: de perigos estd neutralizado ow ‘experiéncia de seguranca bascia-se geralmente num cequilforio de confianca-erisco aceitével: Tanto em seusen: tido. factual quanto em’seu sentido experimen fanca pode se referir a grandes agregagdes ou'col ides de pessoas — até incluir a seguranga global. — ou de} jindividuos. 10. As observagdes anteriores nada_ constifai © opsto da confianca —o qual néo &, devo at- gumentar adiante, sh 0 estes pontos oferecem muito no que ‘digdes Sob as quais a confianga é gerada ou dissolvida; de- Cutir isto mals detalhadamente adiante, A Reflexividade da Modernidade ‘Um contraste com atradi¢aio-¢ inetente a idéia de mo- foi observado, muitas combinagoes do jonal podem ser enicontradas nos cend- is-concretos. Na verdade, alguns autores tém-are gumentado que ambos.estdo to cerradamente entrelaca: dos. que’ qualquer comparacao generalizada ndo.é vélida. Mas certamente nlio é este o caso, como podemos-ver. a0. examinar a relago entre modernidade-e reflexividader=> ~ -H um sentido:fundamental dul aco”, usando a expressao no sentido de chamar a aten- | avotiides | | agdo humana ndo incorpora cadeias de interacbes e motivos | Rgiegados, aS Uma Consistente —e, principalmente;eomo | ‘nos mostrou Erving Goffman, ninca-passive-de-ser-elanada ~ monitoracéo do comportament ao €'0 sentido de reflexividade que & espetificamente modernidade, embora seja suaibase necesséria as culturas tra eae contém e perpetuatil aiexperiéi tradi¢éo € um modo de integrara mont toragdo da acio com a organizagao Tempo% oo: ira de lidar com'o'teimpo 66.05 ‘dade ow experiéncia,p inuidade do passado, presente'e: fut: es por stia vez estruturados por prati tecorrentes. A tradicio ndo ¢ inteiramente estatica,’porguie ela tem que ser reinventada a cada nova geracdo.conforme ranga cultural dos precedenites::A tradi: 40 ndo s6 resiste & mudanea como pertence-a' um no qual hé, separados, poucos marcadores tempérais'é es. baciais em cujos termos 2 mudanga’ pode ter alguma‘ Significativa, a5 88 mais tradicionais de todas Para compreender a tradicao, como distinta-de outros mo. dos de organizar a ago ¢ a experitncia; é preciso penetra Ro espago-tempo de manciras que s6 sio:possiveisicom a| A escrita exparide 0 nivel do distan- aco e cria uma perspectiva de passa Presente ¢ futuro onde a apropriagao reflexiva do conh ‘mento pode ser destacada da tradigdo designaday Nas lizagbes pré-modernas, contudo, a reflexividade esté ainda em grande parte limitada a reinterpretapdo eesclarecimen- to da tradigdo, de modo que nas balan do 1d muito mais abaixo, ©do “futuro”, Além disso, na medida de de ler e escrever ¢ monopélio.de poucos,:a rotinizasao | 31 Giddene, mvTRODUGAO 4s | aa vida cotidiana permanece presa & tradigo novanti | sentido. Com 0 advento da mo encen um papel. Mas este papel é geralmente muito tivo do que supdem os aitores que enfocam intemporaneo. Poi dade do moderno. : ‘Acrefléxividade da-vida social moderna consistene fata, de que as:préticas sociais sao constantemente examinadas rubivamente seu card: ‘emis que clucidar a nafureza deste fendmeno. Todas ! ‘as formas de vida social stio parcialmente const conhecimento que os atores tém delas::Sab adiante” no sentido de Wittgenstein é intrinse Ges que sdo tiradas da, e reproduzidas pela, novo, mas talvez isto ndo seja completamente pre que é caracteristico da modernidade nfo é uma adogao do que é caracteristico da modernidade nfo ¢ uma adogso do_ “ ANTHONY GIDDENS 2 suposi¢ao da reflexividade indiscri, ui a reflexao. a propria reflexao. S Provaveimente estamos, somente-agora, d XX, comerando a nos dar conta:de; ‘quao prtico do: jexemplo, ¢. base,pata.a coleta de estatisticas de. . ie INa-interpretaedo das causas/motivos dai morte, enttetan 0 siios eteoriag.aue | as yn to, 0s legistas sao_orienttados, por.c se propoem a elucidar a natureza do suicidio ad ‘Todo inuswal encontrar um legista que tivesst.lido Durkheim, “Tampouco fica a reflexividade das estatisticas ofiiaiscon- finada A esfera do estado, Qualquer pessoa num pais oci- . joje em dia, por exemplo, sabe 2 (¢ pode também, embora de ‘maneira imperfeita ou par bre demografia do casamento © da familia) Oc to da alta taxa de divércios pode afetar'a préy de se casar, bem como decis6es'sobre consideragdes relacio- nadas —.o regime das propriedades ete. Aconsciéncia dos: niveis de divércio, além disso, .¢ normalmente muito:mais do aule simplesmente'a conseitncia de um.fato brut6.-Ele . €teotizado pelo agente leigo de maneiras impregnadas pelo | ‘pensamento sociolégico: Desta forma, vi mente todos pee consideram o easamento tém alguma idéia de como 2s | instituigdes familiares vem mudando, mudangas na posi¢éo ee iueonoece doboneméaamolier cheers [nos costumes sexsi ete, tudo ito entando nosprees | |= de mudang forma, O ca- samento'¢ a fami iaquilo de que tratam. Ass reestruturam reflexiv seu obj aprendido a pensar sociologicament que ¢ prob como 0 fofnecedor de conheciment ele ou i 0 | ANTHONY GmDpENS ‘obre elas, se a:vida social foxs fe separada do conhecimento hutiaso ou ce ento pudesse ser filtrado continuamenteinie raz Seto social, produzindo asso,a passo auitientos n cionalidade” do c St des Ssoesincat”” 4° comportaménto em relagio ainecesidades Ambas as condicdes de fato se. tancias € Gontextos inc homoge mes eom fetaeg eae) onivel para aqueles em pos a daneas na pe to tem uma rele es de valores Q teresiro fator &0 impacto das conseatiéncias inegheras des, Neahuma quansdade deoaney : ede conhesimenta as 268 Vie social podera sbranger toes anh ea INTRODUGAO ui de sua implementaeéo, mesmo que tal conhecimento fosse inteiramente:distinto do-ambienteiao.qual ele & aplicado: ‘Se nosso conhecimento do mundo social simplesmente me- thorasse cadaivez'mais,o escopo.das conseqtiéncias radas podetia tomar-se cada vezsmais.confinado "nist, ela € ce Sao significativa a das otras Nab & uma questdo-de nao’ soclaT@stavélia Ser'conhecido,'mas dé-que'o:coihecimento deste mundo contribui paraiseu caréter instével ou mutével ‘Arreflexividade da modernidade, que est diretament volvida-com a contimia:geragao-de-autocorheciment temético’ ndotestabiliza e:relagdorentre'conhecimenit peri .das)'reiine-sevaisew" as “também: nor (a0 'ha'paralelorweste provesso nustientias ndo énada'semélnante adique'dcore'qnando;no campo'da microfisica! a intervencao de'um observa’ fo que esté sendo estudado. i 5 € arqui | reflexio estética sobre a hatureza da moderni ras vezes apenas um tant dernismo é ou foi u as reas ¢ pode-se tras correntes de uma variedade pés‘moderna: (Uns abd ANTHONY GIDDENS ica alguma coisa, ¢ mais'apropriadoipas § Ou movimentos no interior da literatu- Diz resp er que tem sido‘d separada poderia ser escrita sobre esta gi analisar aqui.) A pos-modernidade se refere a algo ‘como ext defino a nopdo. Se estamos nos encaminhy um fase de do desenvolvimento social est4 nos tirando das instituicdes| ; da modernidade r social. O pés-modernismo, se ele existe de formaryélid. « de exprimir uma consciéncia de tal transigdio:masint tra que ela existe, * Ao que se refere comumente a pés-modernidade? Afora o sentido geral de se estar vivendo.um perfodoidenitida: ide do passado, ‘ mais dos seguintes si pe lidades is em geral. Difi ificar a pés- socialismo. O desl centro do paleo, na verdade, & um, dos prine que estimularam as discussdes correntes sobre a 3 solugto da modernidade, dada a concensao total historia de Marx. Descartemos de ‘900s intelectuais a >reexistentes da epistemologia se:revelaram | sia e consegiientemente nenbuma versdo de “progresso’ Imente defendidas.e.queumanova agen- reocupapdes ecolégieas etalver.demovos movimentos so. lernidade com 0. que ela tao, amp odernidade; isto si ‘umo a um novo-e diferente tipo-de-ordam icados: descobrimos que nada:po; yuma certeza,lesde.que todas os | que a “histéria’” é destituida de teleol surgi com a erescente proeminéncia de | iclmente alguém hoje em dia pan locamento desta transigo io como digna,de sérias considera: de que nis é possivel nenhum co- a ByTRODUGAO. a iimenitosistemstico des:aedes ou inclinagbes humans aeimentsetin datas insinupbes hua cepeiio, para comeat dificilmente poderia es- cbc sin: Amen posbigade sere dade inlecwal mesmo a tle esconstrusao"” —em favor deyidigamos, exercicio f- o\de fundamentos na epistemnologia, nfo isto. Para 0 de partida mais plausivel,podemos nos voltar para 0-niilismo"® de Nietzsche e Heidegger. Malgrado as cife- Tencas entré 08°d0is fildsofos, fémia. concepeao sobre qual eles convergem.Ambos vinculath atodernidade diet esque a histie? podeser identified como umn pro prlaedo progressiva dos fundamentos racionais do conhe Eimento, Segundoreles| isto esta expresso na noglo des peragao”r @ formagao de novos entendinientos serye;pata | ica luminist.do dogma fertum que veja'nisto uma transigéo basica da mo- des difculdades, Uma das principais objegbes dbviae bem conhecida, Fler da pés-modernidade'como suplantando @ modernidade parece invocar aquilo'mesmo que'é:(agora) declarado impossivel: dar.alguma coerénciaa histéria.e tuar nosso lugar nela. vAlém disso, se.Nietasche foi o prin= cipal autor 2 desvincular a pés-mode 1m fendmeno que se supde es a (eSomo €pousvel ue ele tena visto isto he uase um sé culo atrés? Por que teria sido Nietzsche capaz:de'uma ta ruptura sem ter, como ele mesmo disse, postos.ocultos do pri ‘Aeonclusto de que an 5 tagto de fundamentos é uma linha-divs penenmento ore, tendo suc £0 fim do séeulo XIX! Mas certament como (a modernidade vindo a entender'se a'itesma'a0 de ser interpr videncial, ao divina) foi subs dos, da-observacao- empi substituida pelo progresso providenci providencial da razdo coincidiu:com vina providen ANTHONY GIDDENS superacdo da modernidadé engi ‘izava a teologia e a obtencao da gracaide Deus: ido por outro spr gle europeu sobre o resto do muhdoO creseimeito‘do'pe fe ae forneceu: ‘0 suporte:material: pata'w suiposicao ‘ova perspectiva sobreo mundd: ‘eralfundamerita: da sobre uma base sélida que tanto props porcionava'sefiratica logmatda:tradicgon o-estavs ista desde o inicio; Sé:a-esfe ‘ou até ueriorconside: n incidiriant nd dogmare se se- am da propria sera dando que dusinina quai, om primeiro lugar. Embora'a maiotia visse evi de nossos sentidos como a:informagdol ais segura péemoderis'comis ina te faz sentidolverssto emergiram de unrcontéxtorreligioso que ByTRODUGAO que podemos obter} mesmo os’primeiros pensadores nistas estavam bem ¢énscios de que tal “evidéncia’ ‘dadaia maior conscién: cia de que a observacdo sensorial & permeada'‘por catego- rias te6ricas, 0 pensamento filosésfico em suas correntes prin? cipais'afastou-se decididamente do empirismo. Além dis- 50, desde Nietzsche, estamos mais claramente cOnscios da circularidade da razao; bem como das relagdes problemé: ticas:entre conhecimento ¢ poder. ‘Ao invés destes desenvolvimentoé nos levarem para “‘lémh i éles nos proporcionam uma compreen- sao mais'plena da reflexividade inerente & prépria moder- nodernidade'ndo é perturbatiora apenas devido raz6, mas pordue a natureza desta smente intrigante. Como podemos j cer nome da razio? am os positivisas l6gicos que'trope: ‘garam mai boo resultado dé propria extenséo mia qual eles procuraram remover todos 08 residuos de tradigao ¢ dogma do’ pensainento racional.-A. modernidade revela-se enigmética'tm'seu cemne'e patece'n8O hhaver maneira deste enigma poder ser “'superado"” Foro’ deixados com perguntas que uina Vex paréceram sét réspos? tas; € devo argumentar ulteriorménte qué ndo s&d'aperidd 105 fildsofos quese d Uma constiéniia'geral deste feriémeno se filtra em ansiedades cuja pressfo todos sentem. a ‘0 pés-modernismo tem sido associado néo apenas com da aceitago de fundamentos mas com o "finda his- ‘Como ja me referi a isto antes, ndo é necessério aq ta nogdo detalhadament inseca nem teleologia tot ‘estas n&o podem ser aniéoradas por referénia a um de que a historia tem uma diregao evol ria ndo deve ser equacionada & “historicidade”, pois esta es da modernidade. tiltima esté claramente ligada as cernir adequadamente as qualidades eg specificas, da, ee See foi bem:coberto. ey rado debate entre Lévi-Strauss e Sartre,37. D {sri Para fazer histéria” é substan mite aE no da modernidade ¢ no um py : id ode ser apicado atodas as epocss ~ Camaro tate, lexividade da modernidade, Mesmo a histéria eottio data. so, o mapeamento das seqiléncias entredatas, éuina ait, noire especifica de codificar a temporalidades 2) 1 vemos ser cuidadosos com o modo deentendet a his: toricidade. Ela pode ser definida como o.tis0,d0. bassad le-te th io- generé para ajudar a moldar o presente, mas n&o.< td respeito pelo passado, Pelo contrario, oats fica © conhecimento sobre o passado como tit i Per com ele — ou, ap menos, mantsr apenas Ser justificado de uina mani es da modernidade tomam possvel ne " ces {urologia” — 0 mapeamento de futuros posevels/dea ves dspontet ~ Se toma ms importante qe © passado, Cada um dos tipos de me mo de desence mencionados acima pressupde uma ovlentagio fale de tera ‘A ruptura com meepcdes: idenclas Apr com as concepedes provident da isa, icdo da aceitacdo de fundamentos,,junto com: do pensamento contrafatual,orientado. para o ‘uturo ¢ 0 “esvaziamento” do progresso pela mudanca inua, so tao diferentes das perspectivas ce INTRODUGAO a minismo que chegam a justificar aconcepeo de que ocorre- ram transicdes de longo aleance, Referir-se a estasyno-entans to; como pés-modernidade, éum equivoco que. compreensdio mais precisa de sua naturezaee i disjungdes que tomaram lugar devem, ao.contrério, ser vis- tas como fesultantes da auto-elucidacdo do pensamento mo: derno; conforme os remanesceites da tradicao e das perspec: tivas provideticiais sAo descartados. Nés ndo nos deslocamos: para além da modernidade, porém estamos vivendo precisa mente através deuma fase de sua radicalizacdo. ( declinio gradual da hegemonia global européia € claro, tem sido.uma preocupacdo entre: guns-autores.desde:a tltima: parte do: século XIX..Conto empregada emal contextoya expressao serefere-geralmente 2 uma concepedo ciclica da mudanga histérica,-na qual ago modersia’¢ simplesmente vistacomo:uma civil: zagéo regionalmente localizaddentre outhas.que a prevedé- ram.em.outras areas do mundo./As civilizacSes tém:seus wentude, maturidadese-velhice, e:conforme. das por outras, a distribuicao regional de jidade ndo éapenas meiramente, mas, pelo contrario, o resul minago global: O poder econdmico, pc dew ao-Ocidente sua primazia, e que foi fundado:sobre a conjungao.das quatro dimensGes institucionais da:moder- nidade que‘discutirei adiante, nao diferencia mais tao dis: dentais dos outros em outras:par; tes. Podemos interpretar este processo-como um.processo de globalizagdo, um-termo que deve-ter uma posigad-chave no léxico das ciéncias sociais. E 0s outros conjuntos de mudancas freqiientemente ii gados, num sentido ou outro, & pés-modernidade: a ascen- = ANTHONY GIDDENS 880 de novos movimentos socidis'¢ @ criagio de novas agen- ea cri or novas agen: 5 sio de fato importantes, tomo tentarei mente, Temos;;contiidd} de escolher ros: 0 circunspectamente através as varias teoriasin interpretagbes que tém avancado com base neles. Devo ait lisar a pés-modernidade como uma sériede'ttansi nentes afastadas — ou “além” — dos diversosif tucionais da modernidade que serdo‘distinguidb: mente. Nao viveros’ ainda’ “nuim !miverso £5 moderno, mas podemos ver maisdo ques ces da emergéncia de modos de vida ¢ fornias'de drvianiza " 40 social que divergem daquelas-criadaspele modernas. a lente ou, rnis te, Nos setores industrializados-do‘itindo ==é algo cujas implicagdes so sentidas-em toda: parte: Sumdrio jodernidade, cada uma vinculada.as A separacio entre tempo e espaco. Esta &a condicdo do

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