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2 x» A FORCA POLICIAL 61ga0 de Informacao e doutrina da instituicao policial militar ANO 2007 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO- N° 56 Cel Zeferino Astolfo de Aradjo Filho «@ Selecéo do personagem: Ten Cel PM Luiz Eduardo Pesce de Arruda. Pesquisa e texto: Cel Res PM Carlos Augusto de Mello Aratijo. Foto: album de familia. Digitalizagao: Sd PM Carlos Eduardo Lopes, SGEOINFE - Setor de Geoprocessamento e de Infor- magées Espaciais. Nossa Capa _——_—_____ Nossa capa Cel Zeferino Astolfo de Araujo Filho Nascen em 14/12/1906. Ingressou na Forga Publica do Hstado de Sio Paulo em 09 de marco de 1927, sendo ineluido no Batalhao Hscola, passando a freqiientar a Instrugio de Recrutas. Concluido 0 Curso de Formagiio de Soldados, matticulou-se 1na Bscola de Cabos ¢, depois de formado, seguiu para a Escola de Sargentos, onde se gracuou 3° Sargento, Prestou entdo exames pata o Curso de Insttucio Militar (CLM) ‘no qual ingressou como Aluno Oficial. Em 1930, fol preso por sua patticipagio, compondo as forgas legalistas, no mo- vimento revolucionatio que depds 0 Presidente Washington Luiz, e enviado para o Presfdio Militar de ‘Taubaté, Anistiado, voltou a cursar 0 CLM. tendo, em 11 de ju- tho de 1932, como Aluno Oficial do 3° ano, seguido para as operacées de guetta em Avaré. Nessa cidade ‘organizou 0 Batalhao Patristico, sendo comissionado no posto de 2° Tenente ¢ apés formar os combatentes, seguiu para Ousinhos A testa de sua tropa, integrando-se aos combates. . Vale transcrever de sua Fé de Oficio, o Boletim n° 39, de 3 de agosto de 1932: “Foi clogiado pelo Cmt do Bul pela maneira brilhante com que se portou no Comando de um contingente que nesta data penetrou no Estado do Paran4, entran- do em confronto com o inimigo ¢ travando renhido combate, pondo-o em deban- cladas fez. quatso prisioneiros, aprendeu varios fuzis, grande quantidade de municio e fardamento. AS de agosto penettou no Estado do Parana comandando um contingente de reconhecimento, sendo fortemente atacado pelo inimigo, regressando as linhas de defesa do Paranapanema. Na mesma data, por tet sido feride 0 Comandante do Batalhiio em combate, assumix o Comando do “Bd Patriético de Avaré”, conforme fez pablico o Boletim Regimental n” 40. A 12 de agosto seguiu em diligéncia 20 Estado do Parané onde parlamentou com os Tenentes Pety Lafaiete Ramos ¢ José Vitor Bendaci, Oficiais das tropas ditatoriais, 20 de agosto passou o Comando, visto © Comandante ter se apresentado ¢ Revista A FORCA POLICIAL - Paulo - n® 56 - out/novidez 2007 3 passou a ser Subcomandante do Batalhio. A 25 de agosto, conforme fez publico o Boletim Regimental n° 46, foi ferido por bala de fuzil em ambos os bragos, quando destemida e corajosamente comandava o destacamento que operava nas imediag&es da ponte sobre o Rio Pardo em Salto Grande.” Serviu como Tenente no 3° Batalhio de Cacadores (atual 3° BPM/D, 2° B.C (atual 2° BPM/M). ¢ como Capitio, na 1* Companhia Independente, isto em 1947. No Comando dessa Subunidade, recebeu a missio de organizé-la em Agrupamento de ‘TeAnsito, Rédio Patrulha de Policiamento Auxiliar (Choque), que acabou evoluindo pata 2 formagio do “Batalhio Policial”, e para onde foi transferido jé como Major. Por sua atuacio e arrojo foi elogiado pelo Secretirio da Seguranga Piblica e pelo Comandante Geral. (Boletim Geral n? 180, de 12/8/48). B preciso recordar que todas as Unidades da Forga Piblica tinham a denomina- gio de “Batalhiio de Cacadores”. Essa nova Unidade, inovadora da missio, nos métodos e processos, recebeu a denominagio de “Batalhio Policial”. Nasceu assim, gracas 4 visio moderna e arrojada de Astolfo de Araijo, um reditecionamento da misstio da Forga Publica. Essa nova visio nao se construiu sem grandes sactificios. O biogtafado encontrou muita resisténcia na formagio do Batalhao Policial, pois que- brava um paradigma de meio século da Forga Piblica, que conferia & Forea um carter de “Exército Paulista”. A instituic&o, no perfodo de 1891 a 1932 podia ser considera- da uma forga armada regional, seguindo modelo oriundo da Reptiblica e reforcado. pela “Missfio Francesa’, que reorganizou a Milicia, destinando & Corpotacio mis. es tipicas de tropa de Infantaria, A prdpria denominagao de suas unidades (“Batalhoes de Cagadores”) acompanhava a das Unidades do Exército Nacional. Assim, o exerci- cio da moderna missio constitucional da Policia Militar nasceu desse pequeno nii- cleo, a Primeita Companhia Independente, sob o Comando do entio Capito Astolfo de Aratijo, pois concentrava todas as atividades de policiamento ostensivo fardado, de trinsito e de choque. ” A Companhia de Policiamento Auxiliar, a qual incumbiam ages de Choque, também foi a “‘célula mater” dos atuais Batalhdes de Choque ¢ estava situada no Largo General Osorio, 86 — Luz, prédio que também sediava o antigo DOPS. Foi, portanto, o Cel Astolfo de Araijo, o fundador do Choque e o primeito Comandante da 1* Companhia Auxiliar Boletim Geral n° 168, de 29/7/1948), hoje 1" Companhia do 3° Batalhiio de Policia de Choque. Promovido a Major, assumiu a fungio de Inspetor de Policiamento da Forca Publica, sitwagio que © alavancava ao comandamento direto de toda a nova area policial da Corporacio que se voltava ao planejamento ¢ execugio do policiamento ostensivo, cis que até entio era uma forca militar quase toda aquartelada. Foi nomeado, também, Diretor dos Curs Geral n° 44, de 25/2/1950. Nesta ocasiio, foi elogiado pelo Comandante-Geral da Forga Publica por tet conseguido com éxito formar com aproveitamento os primei- ros 68 Oficiais, sendo 4 da Forga Policial de Goids, 1 do Corpo de Carabineiros da s de Instrugao Policial pelo Boletim Revista A FORCA POLICIAL - Sio Paulo - n® 56 - out/nov/dez 2007 Bolivia, 12 cabos ¢ 172 Soldados. (Boletim Geral n° 79, de 11/4/1950), Promovido a’Tenente Coronel, assumiu o Comando do Batalhio Policial, tendo entio otimizado os servigos de policiamento ostensivo, com agdes do trinsito, po- liciamento urbano, a pé e com emprego de bicicletas e rédio patrulhamento, dando grande destaque ao emprego da Corporagio no policiamento da Capital. Nessa ocasifio, em 1953, ocorreram graves distérbios em Sao Paulo. Greves eclodiam e agitadores infiltrados no movimento operitio incitavam os trabalhado- res a agir com extrema violencia, obrigando a recém formada Tropa de Choque a intervir energicamente para manter a ordem pitblica, Nesta ocasifio foi demonstrada sob o Comando do Tenente Coronel Astolfo, cujo aquartelamento estava localizado 4 Rua Ribeiro de Lima, no antigo C.IM, Esse edificio foi posteriormente demolido para construgio do complexo onde hoje esté instalado o Comando do Policiamento da Capital e outras Unidades. Faziam parte do corpo de Oficiais desse Batalhio os entfo Tenentes Altino Magno Fernandes, Hélio Guaycuru de Carvalho, Nelson ‘Tranchesi, Pinko, Wilson e Nelson Fonseca, 0 qual deixou mais tarde a Corporacio para tornar-se Juiz. e Desembargador do Tribunal de Justica, entre outros valorosos Oficiais da Forca Péblica paulista, Face aos graves acontecimentos verificados durante a rebeliao da Ilha Anchieta, onde detentos assassinaram muitos integrantes da Guarnicio, o Tenente Coronel Astolfo foi transferido para o 5° BC, onde conseguiu normalizar a situagiio e iniciou um programa de inspecdes nos diversos destacamentos do Vale do Paraiba até a iportincia do recém criado Batalhao Policial, fronteira com Minas Gerais ¢ Rio de Janeiro, implementando o policiamento, euja eficiéncia se estendeu para toda a Forca Pablica. Chamado para nova missio de comandar e teorganizar o 4° BC em Bauru € prepari-lo convenientemente para agdes de policiamento, exerceu esse comando ¢ foi alvo de elogios do Comando Geral, sendo pramovido ao posto de Coronel. Devido a moléstia contrafda, transferiu-se para a inatividade em 1955, quando foi alvo de expressivo elogio do Comandante-Geral da Forca Pablica, Faleceu no Hospi- tal Militar em 1966. Deixou mais duas geragdes de Oficiais para servitem na Corporaciio de Tobias de Aguiar: seu filbo, o Coronel da Reserva Carlos Augusto de Mello Araiijo e seu neto, © Capitio Ricardo A. Nascimento de Mello Araiijo. Dados colhidos da Fé de Officio do Coronel Astolfo Aratijo ¢ organizados pelo Cel Res PM Carlos Augusto de Mello Araijo, a pedido deste Conselho, a quem agradecemos. Revista A FORCA POLICIAL - Sao Paulo - n° 56 - out/nov/dez 2007 5

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