DIREITO DA FAMLIA

2016/2017

Direito da Famlia 2016/2017, por Beatriz Ribeiro

INTRODUO

Noo e objecto do Direito da Famlia

Na noo tradicional, o Direito da Famlia identifica-se com o conjunto de normas
jurdicas que regulam a instituio famlia.
A famlia entendida como o grupo de pessoas unidas entre si por diversas relaes
jurdicas familiares que se extraem do art. 1576 CC: relao matrimonial, relao de
parentesco, relao de afinidade e relao de adopo. A doutrina entende que no h mais
relaes jurdicas familiares para alm aquelas que se extraem do artigo. Dentro destas
modalidades, as duas primeiras constituem as mais relevantes, constatvel atravs do nmero de
artigos existentes no Cdigo Civil acerca das mesmas.
O art. 1576 CC enumera aquilo que qualifica como fontes das relaes jurdicas
familiares. Deste modo, enquanto o parentesco tem como fonte a procriao ou gerao, j a
fonte da afinidade advm da conjugao do casamento-acto com a procriao.
A lei no confere ao grupo familiar personalidade jurdica: as frmulas legais bem da
famlia e interesses da famlia (arts. 1671/2 e 1677/1, respectivamente) designam os
interesses e bens da famlia como colectividade, e no os interesses individuais de cada
membro.
Para alm de regular a instituio familiar, o Direito da Famlia abarca agora realidades
semelhantes s anteriormente mencionadas relaes familiares relaes parafamiliares. Estas
caracterizam-se como relaes cuja eficcia jurdica seja, em larga medida, semelhante s
relaes familiares e que, nesta medida, exigem a verificao de uma vida em comum anloga
quelas entre sujeitos das relaes familiares. So assim parafamiliares a relao de tutela, a
unio de facto e a convivncia em economia comum. (Duarte Pinheiro)
Todavia, o objecto do Direito da Famlia engloba tambm o que designaremos por
proteco de crianas, jovens e idosos.

O parentesco
A lei define parentesco como o vnculo que une duas pessoas, em consequncia
de uma delas descender da outra ou de ambas procederem de um progenitor comum
artigo 1578 CC.
Quando uma das pessoas descende da outra, diz-se que so parentes na linha
recta; quando nenhuma das pessoas descende da outra, mas ambas procedem de um
progenitor comum, diz-se que so parentes na linha colateral.
O parentesco na linha recta pode ser descendente quando se parte do
ascendente para o que dele procede ou ascendente quando se parte do descendente
para o progenitor. (art. 1580/2).

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