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. _— == \ \N. GREGORY MANKIW ACROECONOMIA ¢§ N e So e ss, | e " ° e e ° e ° = ° sh = ° eh iz } ° e 3 A fp Macroeconomia eee Terceira Edigao N. Gregory Mankiw Harvard University Tradugao Maria José Cyhlar Monteiro Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal de Vigosa — MG Professora-Adjunta de Teoria Economica da Faculdade de Eco ‘Administrapao da UFRI Revisdo Técnica Roberto Luis Troster Doutor em Economia pela USP Professor da Faculdade de Beonomia da PUC — SP Marcos Eugénio da Silva Professor-Assistente Doutor do Dep: Faculdade de Economia, Administr nento de Economia da jo e Contabilidade da USP Luiz Alvares Rezende de Souza Pés-graduando IPE — USP Victor José Ligneul Schultz Mestre em Economia pela UFF Oc EDITORA Titulo do original em ingles Macroeconomics Copyright © 1997 by Worth Publishers, Inc, 33 Irving Place New York, NY 10003, USA Direitos exclusivos para a lingua portuguesa Copyright © 1998 by LTC — Livros Técnicos e Cientificos Editora 8. Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro, RI — CEP 2040-040 Reservados todos os direitos. E proibida a duplicacdo ou reprodugio deste volume, no ‘odo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletOnico, mecinico, _1avagio, fotocspia ou outros), sem permissio expressa da Editor Sobre o Autor N. Gregory Mankiw é professor de economia na Harvard University. Comegou seus estudos de economia na Princeton University, onde recebeu, em 1980, um, A.B. summa cum laude. Depois de concluir seu Ph.D. em economia no MIT comegou a lecionar em Harvard em 1985, e foi promovido a professor pleno em 1987. Hoje, ensina regularmente para cursos de graduagio € pds-graduagio em macroeconomia Escritor prolifico e articulista frequente de publicagdes académicas, suas pesquisas abrangem muitos campos da economia e incluem trabalhos sobre regulamentaco de precos, comportamento do consumidor, mercados financeiros, habitagAo, politicas monetdria e fiscal e crescimento econémico. Além de seu trabalho em Harvard, também atua como Diretor do Programa de Economia Monetaria do National Bureau of Economic Research, uma instituicao sem fins Iueratives em Cambridge, Massachusetts. E ainda consultor do Federal Reserve de Boston e do Departamento de Orgamento do Congresso. professor Mankiw mora em Wellesley, Massachusetts, com sua esposa Deborah e seus dois filhos, Catherine e Nicholas. Nas horas vagas, brinca com, Keynes, seu cozinho terrier. Para Deborah Os setores da politica, ou das leis da vida social, em que existe um conjunto de fatos suficientemente consolidados ¢ sistematizados para formar 0 inicio de uma ciéncia, devem ser ensinados ex professo. Entre 0s prineipais esti a Economia Politica, que trata das fontes e condigdes de riqueza e de prosperidade material para grupamentos de seres humanos As mesmas pessoas que lamentam o abandono da Légica em geral langam adverténcias contra a Eco- nomia Politica, Nao tem sentimentos, dizem, Limita-se a reconhecer fatos desagradaveis. Na minha opi- nido, nao hd nada mais insensfvel do que a lei da gravidade: quebra, sem escnipulos, o pescogo de uma pessoa, por melhor ou mais amavel que seja; basta que esta esqueca, por um tinico instante, de respeité-la. Os ventos e as ondas também siio muito insensfveis, Dever-se-ia aconselhar aqueles que vao para o mar a ignorar ou negar os ventos € as ondas, ou, a0 contrério, usi-los em seu favor, encontrando meios de se defender de seus perigos? Meu conselho ¢ estudar os grandes autores da Economia Politica e aferrar-se a0 que neles parece verdade; e pode estar certo de que se vocé ainda nao é egoista ou insensivel, nao serd a Economia Politica que 0 tornard assim. John Swart Mill 1867 Sumario Geral Preficio 27 Parte Um Introdugao 1 1 A Macroeconomia como Ciéncia 3 2 Os Dados da Macroeconomia 13 Parte Dois A Econo no Longo Prazo 33 3A Renda Nacional: Produ: 4 © Crescimento Econémico 61 5. Desemprego 94 6 Inflagdo 111 7 A Economia Aberta 138 Parte Trés A Economia no Curto Prazo 171 8 Introdugao as Flutuagdes Econémicas 173 9 Demanda Agregada I 190 10 Demanda Agregada II 209 11 A Economia Aberta no Curto Prazo 229 12. Oferta Agregada 255 13. Politica Econémica em Debate 278 14 Desenvolvimentos Recentes na Teoria das Flutuagdes Econdmicas 296 Parte Quatro Mais Acerca da Microeconomia que Esta por Tras da Macroeconomia 309 15. Consumo 311 16 Duas Concepgdes Acerca da Divida Piblica 333, 17 Investimento 347 18 Oferta de Moeda e Demanda de Moeda 364 Epflogo: O que Sabemos, o que Nao Sabemos 380 Glossatio 385 indice 392 Sumario Parte Um Introdugao, 1 Capitulo 1 A Macroeconomia como Ciéncia 3 1 1.2 13 Por que Estudar Macroeconomia? 3 Estudo de Caso 1.1 A Evolugdo Histérica da Economia Americana 4 Como os Economistas Pensam 4 Os Modelos Econdmicos 6 Eeletismo da Macroeconomia 9 PSI_O Uso de Funcdes para Expressar Relacdes entre Varidveis 9 Pregos Flexiveis e Pregos Rigidos 10 Papel da Microeconomia na Macroeconomia 10 A Organizacao do Livro 11 *Capitulo 2 Os Dados da Macroeconomi: 24 2.2 13 ‘A Medida do Valor da Atividade Econdmica: O Produto Interno Bruto 13 Renda, Despesa ¢ Fluxo Circular 14 Regras para o Caleulo do PIB 15 PSI Fstoques e Fluxos 15 A Definigdo dos Estoques 16 ‘Como Somar Mercadorias Diferentes 16 Bens Intermedidtios e Valor Adicionado 16 Servigos Habitacionais e Outros Valores Imputados 17 PIB Real e PIB Nominal 17 PSI_A Nova Metodologia de Célculo do PIB Real 18 0 Deflator do PIB 18, PSI Duas “Dicas” para Lidar com Variacdes Percentuais 19 Os Componentes da Despesa 19 PSI O que E Investimento? 21 Estudo de Caso 2.1 Os Componentes do PIB 21 PIB e 0 PNB 22 Outras Medidas de Renda 22 , Estudo de Caso 2.2 Ciclo Sazonal e Ajustamentos Sazonais 23 O indice de Precos ao Consumidor: Uma Medida do Custo de Vida 24 0 Preco de uma Cesta de Bens 24 xiv 2.3 24 Sumario O Indice de Pregos a0 Consumidor ¢ 0 Deflator do PIB 24 Estudo de Caso 2.3 Serd que 0 IPC Superestima a Inflacao? 26 A Taxa de Desemprego 27 Estudo de Caso 2.4 Desemprego, PIB e Lei de Okum 28 Conclusao: Das Estatisticas aos Modelos Econdmicos 29 Parte Dois ‘A Economia no Longo Prazo 33 » Capitulo 3 A Renda Nacional: Producao, Distribuicao e Alocagao 35 BA 3.2 33 34 35 ‘A Producao de Bens e Servicos 36 Os Fatores de Produga0 36 A Fungao de Produgio 37 A Oferta Fixa de Bens e Servigos 37 A Distribuicao da Renda Nacional para os Fatores de Produgao 37 Pregos dos Fatores 38 Problema da Empresa Competitiva 38 A Demanda dos Fatores 39 ‘A Produtividade Marginal do Trabalho 39 Produto Marginal do Trabalho e Demanda de Trabalho 40 Produtividade Marginal do Capital e Demanda de Capital 41 A Repartigao da Renda Nacional 41 Estudo de Caso 3.1 A Peste Negra e os Precos dos Fatores 42 A Demanda de Bens e Servicos 43 Consumo 43 Investimento 44 PSI As Diversas Taxas de Juros 45 Despesas do Governo 46 O Equilibrio e a Taxa de Juros 46 (0 Equilfotio do Mercado de Bens e Servigos: Oferta e Demanda da Produca0 Econdmica 47 0 Equilibrio dos Mercados Financeiros: Oferta e Demanda de Fundos para Empréstimos 47 Alteragdes da Taxa de Poupanga: Os Efeitos da Politica Fiscal 49 ‘© Aumento das Despesas Governamentais 49 Estudo de Caso 3.2 Efeito das Guerras nas Taxas de Juros na Grd-Bretanha, 1730-1920 49 A Redugao dos Impostos 51 Estudo de Caso 3.3 A Politica Fiscal nos Anos 80 51 ‘Mudangas na Demanda por Investimento 51 PSI O Problema da Identificagao 53 ‘Conclusao, 54 Apéndice: A Fungao de Producio Cobb-Douglas 58 Capitulo 4 O Crescimento Econémico 61 44 ‘A Acumulagao de Capital 62 Oferta e Demanda de Mercadorias 62 A Oferta de Bens e a Fungiio de Produgao 62 4.2 43 44 45 4.6 Sumério xv A Demanda de Mercadorias e a Fungio-consumo 63 Nivel de Capital em Estado Estaciondrio 64 A Tendéncia para o Estado Estacionério 65 A Tendéncia para o Estado Estaciondrio: Um Exemplo Numérico 66 Estudo de Caso 4.1 O Crescimento Econémico do Japao e da Alemanha no Pés-guerra 68 Alteragdes na Taxa de Poupanga 68 Estudo de Caso 4.2 A Poupanga nos Paises Ricos e nos Paises Pobres 69 O Nivel de Capital e a Regra de Ouro 70 ‘Comparando Estados Estaciondrios 70 ‘Comparando Estados Estaciondrios: Um Exemplo Numérico 72 AA Transicao para o Ponto Otimo do Estado Estacionsrio 74 ‘Comegando com um Nivel de Capital Superior ao Otimo 74 Quando a Economia Comeca com Menos Capital do que o Nivel Oimo 74 O Crescimento Demografico 75 Estado Estacionério com Crescimento Demografico 76 Os Efeitos do Crescimento Populacional 77 Estudo de Caso 4.3 O Crescimento Populacional nos Paises Ricos e nos Paises Pobres 78 0 Progresso Tecnolégico 79 A Bficiéncia da Mio-de-obra 79 O Estado Estacionério com Progresso Tecnol6gico 79 (0s Efeitos do Progresso Tecnol6gico 80 Estudo de Caso 4.4 O Crescimento nos EUA e o Estado Estacionério 81 Estudo de Caso 4.5 As Taxas de Crescimento Econémico dos Paises Ricos e Pobres Iréo Convergir? 81 Poupanca, Crescimento e Politica Econémica 82 Avaliando a Taxa de Poupanga 82 Alterando a Taxa de Poupanga 83 Alocando o Investimento na Economia 83 Encorajando o Progresso Tecnolégico 84 Estudo de Caso 4.6 A Reducao do Crescimento Econémico em Nivel Mundial 84 Conclusao: Para Além do Modelo de Solow 85 Apéndice: Considerando as Fontes do Crescimento Econémico 89 ‘Aumentos nos Fatores de Produgio 89 Mudangas no Capital 89 ‘Aumentos no Trabalho 89 ‘Aumentos no Capital e no Trabalho 90 Progresso Tecnolégico 91 ‘As Fontes do Crescimento nos EUA 91 Estudo de Caso 4.7 O Crescimento Econémico dos Tigres Asiaticos 92 Capitulo 5 Desemprego 94 5.1 Perda de Emprego, Obtencao de Emprego e Taxa Natural de Desemprego 94 5.2 Busca de Emprego e Desemprego Friccional 97 Politica Publica e Desemprego Friccional 97 Estudo de Caso 5.1 Seguro-desemprego e Taxa de Obtengao de Emprego 98 5.3. Rigidez do Salario Real e Desemprego de Espera 98. Legislagao de Salério Minimo 99 Estudo de Caso 5.2 Uma Visio Revisionista dos Efeitos do Salério Minimo 100 Sindicatos e Negociagdes Coletivas 101 34 5.5 Sumario Estudo de Caso 5.3 Sindicalizacao e Desemprego nos EUA e no Canadé 102 Salirios de Eficiéneia 102 Estudo de Caso 5.4 Henry Ford e Diaria de US$ 5 103 Padres de Desemprego 103 A Duragio do Desemprego 104 Variacao da Taxa de Desemprego entre Grupos Demogrificos 104 A Tendéncia Crescente do Desemprego 105 Entradas e Safdas da Forga de Trabalho 107 O Aumento do Desemprego Europeu 107 Conclusao Capitulo 6 Inflagao 111 64 6.2 6.3 64 65 6.6 67 ‘O que E a Moeda? 112 ‘As FungGes da Moeda 112 Tipos de Moeda 112 Estudo de Caso 6.1 A Moeda num Campo de Prisioneiros de Guerra 113 Como Evolui a Moeda Fiducidria 113 Estudo de Caso 6.2 A Moeda na Ilha Yap 114 Como E Controlada a Quantidade de Moeda 114 ‘Como Medir a Quantidade de Moeda 115 A Teoria Quantitativa da Moeda 116 Transagdes e a Equaco Quantitativa 116 Das Transagées & Renda 117 ‘A Fungo de Demanda da Moeds e a Equago Quantitativa 117 A Hipotese da Velocidade Constante 118 Moeda, Pregos e Inflagaio 118 Estudo de Caso 6.3 Um Século de Expansio Monetaria e Inflagao 119 Senhoriagem: A Receita da Emissao de Moeda 120 Estudo de Caso 6.4 Pagando a Revolucao Americana 121 Inflacao e Taxa de Juros 121 Duas Taxas de Juros: Real e Nominal 121 O Bfeito Fisher 121 Estudo de Caso 6.5 Taxa de Inflacao e Taxa de Juros Nominal 122 Duas Taxas de Juros: Ex-Ante e Ex-Post 12 Estudo de Caso 6.6 Taxas de Juros Nominais no Século XIX 124 ‘A Taxa de Juros Nominal e a Demanda por Moeda 124 O Custo de Reter Moeda 124 Moeda Futura e Precos Correntes 125 Os Custos Sociais da Inflagao 126 Inflago Esperada 126 Inflagdo Nao-esperada 127 Estudo de Caso 6.7 O Movimento da Prata Livre, a Eleicao de 1896 e O Magico de Oz 128 Hiperinflacao 129 ‘Os Custos da Hiperinflagdo 129 Estudo de Caso 6.8 A Vida Durante a Hiperinflacao Boliviana 129 As Causas da Hiperinflago 130 Sumirio xvii Estudo de Caso 6.9 Hiperintlacao na Alemanha entre Guerras 131 6.8 Conclusao: A Dicotomia Classica 132 Apéndice: © Impacto da Moeda Corrente e da Moeda Futura Sobre o Nivel de Precos 136 Capitulo 7 A Economia Aberta 138 7.1 Contabilidade Nacional numa Economia Aberta 139 © Papel das Exportagdes Liquidas 140 A Conta de Capital e a Conta-corrente 141 7.2. Poupanca e Investimento numa Pequena Economia Aberta 142 © Modelo 142 Como as Pol Politicas as Econdmicas Influenciam a Conta de Capital e a Conta-corrente 144 iscais Internas 144 Estudo de Caso 7.1 Os Déticits Gémeos nos Anos 80 145 Politica Fiscal no Resto do Mundo 146 Deslocamentos na Demanda por Investimento 147 Avaliando a Politica Econémica 147 7.3. Taxas de Cambio 148 ‘Taxa de Cambio Nominal e Taxa de Cambio Real 148, A Taxa Nominal de Cambio 148, A Taxa de Cambio Real 148 PSI Como os Jornais Apresentam a Taxa de Cambio 149 A Taxa de Cambio Real e as Exportagdes Liquidas 150 Estudo de Caso 7.2 Como as Empresas Reagem 4 Taxa de Cambio 151 Determinantes da Taxa de Cambio Real 152 Como as Politicas Publicas Influenciam a Taxa de Cambio Real 153 Politica Fiscal Interna 153 Politica Fiscal no Exterior 153 Mudangas na Demanda por Investimento 153 Efeitos das Politicas de Comércio Exterior 155 Determinantes da Taxa de Cambio Nominal 156 Estudo de Caso 7.3 Inilagdo e Taxas de Cambio Nominais 156 0 Caso Espe Paridade do Poder de Compra 157 Estudo de Caso 7.4 O Big Mac no Mundo 159 7.4 Concluso: Os EUA como uma Grande Economia Aberta 160 Apéndice: Um Modelo para uma Grande Economia Aberta 163 0 Fluxo de Capital Externo 163 Modelo 165 (0 Mercado de Fundos de Empréstimo 165 0 Mercado de Cambio 165 Os Efeitos das Politicas Econémicas 166 Efeitos de uma Politica Fiscal Expansionista 167 Deslocamentos da Curva de Demanda por Investimentos 168 Politicas Comerciais 168 Efeitos de uma Mudanga no Fluxo de Capitais para 0 Exterior 168 Conclusao 169 Parte Trés A Economia no Curto Prazo 171 Capitulo 8 Introdugao as Flutuacées Econémicas 173. 8.1 8.2 83 a4 85 Sumétio Diferencas entre 0 Curto eo Longo Prazos 173 Estudo de Caso 8.1 O Quebra-cabecas da Rigidez dos Precos de Revistas 175 Demanda Agregada 175 ‘A Equacdo Quantitativa como Demanda Agregada 176 Por que a Curva de Demanda Agregada se Inclina para Baixo 176 Deslocamentos na Curva de Demanda Agregada 177 A Oferta Agregada 177 Longo Prazo: A Curva Vertical de Oferta Agregada 178 Curto Prazo: A Curva Horizontal de Oferta Agregada 179 Do Curto ao Longo Prazos 180 PSI.O Curto Prazo, 0 Longo Prazo e 0 Longuissimo Prazo 181 Estudo de Caso 8.2 Ouro, Greenbacks ea Contracao de 1870 182 Politica de Estabilizacao 183 ‘Choques na Demanda Agregada 183, Estudo de Caso 8.3 Velocidade e a Recessao de 1982 184 ‘Choques na Oferta Agregada 185 Estudo de Caso 8.4 Como a OPEP Ajudou a Causar a Estagflagao dos Anos 70 € a Euforia dos Anos 80 186 Conclusdo 188 Capitulo 9 Demanda Agregada 1 190 94 9.2 9.3 O Mercado de Bens ¢ a Curva IS 191 A Cruz Keynesiana 191 Despesa Planejada 191 A Economia em Equilibrio 192 Politica Fiscal e 0 Multiplicador: Despesas do Governo 193 Politica Fiscal e 0 Multiplicador Tributario 195 Estudo de Caso 9.1 Kennedy, Keynes e 0 Corte de Impostos de 1964 196 A Taxa de Juros, Investimento e a Curva IS 197 Como a Curva IS E Deslocada pela Politica Fiscal 197 Uma Interpretagdio da Curva IS a Partir dos Fundos Emprestaveis 198 © Mercado de Moeda e a Curva LM 200 A Teoria da Preferéncia pela Liquidez 200 Estudo de Caso 9.2 Paul Volcker, Politica Monetéria Apertada e 0 Aumento da Taxa de Juros 203 Renda, Demanda por Moeda e Curva LM 203 Como a Politica Monetiria Desloca a Curva LM 204 Uma Interpretacdo da Curva LM através da Equagio Quantitativa 205 Conclusdo: O Equilibrio do Curto Prazo 205, Capitulo 10 Demanda Agregada II 209 10.1 Explicando as Flutuacdes através do Modelo 15-LM 209 Alteragdes na Politica Fiscal 209 Alteragdes na Politica Monetéria 211 AA Interagao entre as Politicas Monetiria e Fiscal 211 Estudo de Caso 10.1 Andlise da Politica Publica Através de Modelos Macroeconométricos 213 ‘Chogues no Modelo IS-LM 214 Sumario xix 10.2. IS-LM como uma Teoria da Demanda Agregada 214 Do Modelo /S-LM a Curva de Demanda Agregada 214 O Modelo IS-LM no Curto e no Longo Prazos 215 10.3. A Grande Depressio 218 A Hipotese dos Gastos: Choque na Curva IS 218 A Hipétese Monetiria: Um Choque na Curva LM 220 Mais uma Vez, a Hipstese Monetiria: Os Efeitos dos Pregos em Queda 220 ‘As Influéncias Estabilizadoras da Deflagio 220 Influéncias Desestabilizadoras da Deflagao 221 A Depressio Pode Ocorrer Novamente? 222 10.4 Conclusdo 222 Apéndice: Algebra Simples do Modelo IS-LM e da Curva de Demanda Agregada 225 ‘A Curva IS 225 ‘A Curva LM 226 A Curva da Demanda Agregada 227 Estudo de Caso 10.2 A Efetividade das Politicas Monetarias e Fiscais 227 Capitulo 11 A Economia Aberta no Curto Prazo 229 11.1 O Modelo Mundell-Fleming 229 ‘Componentes do Modelo 229 Representacdo Grafica do Modelo 230 11.2, A Pequena Econor Politica Fiscal 233 Politica Monetria 233 Estudo de Caso 11.1 A Elevacao do Délar, 1979-1982 234 Politica Comercial 234 11.3 A Pequena Economia Aberta sob Taxas de Cambio Fixas 236 Como Funciona um Sistema de Taxas de Cambio Fixas 237 Estudo de Caso 11.2 O Padrao-ouro Internacional 237 Politica Fiscal 238 Politica Monetaria 238 Aberta sob uma Taxa de Cam! Flutuante 232 Estudo de Caso 11.3 Desvalorizacao e Retomada do Crescimento na Grande Depressdo 239 Politica Comercial 240 Resumindo 0 Modelo Mundell-Fleming 241 11.4. Diferenciais de Taxas de Juros entre os Paises 241 Risco do Pais e Expectativas 241 Diferenciais de Taxas de Juros no Modelo Mundell-Fleming 242 Estudo de Caso 11.4 A Recente Crise Mexicana 243 11.5. As Taxas de Cambio Devem Ser Fixas ou Flutuantes? 244 Estudo de Caso 11.5 O Sistema Monetério Europeu 244 11.6 © Modelo Mundell-Fleming com Variacao do Nivel de Precos 245 11.7. Um Lembrete Final 247 Apéndice: Um Modelo de Grande Economia Aberta no Curto Prazo 250 Politica Fiscal 251 Politica Monetaria 252 Uma Regra Pritica Capitulo 12 Oferta Agregada 255 xx Sumario 12.1 Quatro Modelos de Oferta Agregada 255 0 Modelo dos Salirios Rigidos 256 0 Modelo da Percepgo Equivocada do Trabathador 258, Estudo de Caso 12.1 O Comportamento Ciclico do Salério Real 260 © Modelo da Informagao Imperteita 261 O Modelo dos Pregos Rigidos 262 Estudo de Caso 12.2 Diferencas Internacionais na Curva de Oferta Agregada 263 Resumo e Implicagoes 264 12.2. Inflacdo, Desemprego e a Curva de Phillips 266 Da Curva de Oferta Agregada & Curva de Phillips 266 PSI A Historia da Curva de Phillips 267 Expectativas e Inéreia Inflacionsria 267 ‘As Duas Causas da Subida e da Queda da Inflagao 268, Estudo de Caso 12.3 Inflacao e Desemprego nos EUA 268 ‘A Opeio Conflitiva entre Inflagio e Desemprego no Curto Prazo 269 Desinflagao e a Taxa de Sacrificio 271 Expectativas Racionais ¢ Desinflagdo sem Dor 271 Estudo de Caso 12.4 O Custo da Desinflac¢ao de Paul Volcker 272 Histereses ¢ 0 Desafio da Hipstese da Taxa Natural 273 Estudo de Caso 12.5 Desemprego no Reino Unido Durante a Década de 80 274 12.3 Conclusao 274 Capitulo 13 Politica Econdmica em Debate 278 13.1 A Politica Deve Ser Ativa ou Passiva? 278 Defasagens na Implementago e nos Efeitos das Po Estudo de Caso 13.1 A Recessao dos Anos 90 280 PSI Como E Calculado o Indice de Indicadores Antecedentes? 281 A Diffie Tarefa de Fazer Previsdes Econdmicas 281 Estudo de Caso 13.2 Dois Casos de Previsdo Econdmica 282 279 Ignordncia, Expectativas e a Ci Registro Historico 283 Estudo de Caso 13.3 A Estabilizacao da Economia Seré uma Ilusao dos Dados? 284 13.2 Conducao da Politica Econémica: Segundo Regras ou Desconfianga em Relagdio aos Formuladores da Politica e ao Processo Poli Estudo de Caso 13.4 A Economia sob Presidentes Republicanos e Democratas 285 Inconsisténcia Temporal das Politicas Discricionérias 286 Estudo de Caso 13.5 Alexander Hamilton e a Inconsisténcia Temporal 287 Regras para a Politica Monetria 288 Estudo de Caso 13.6 Independéncia do Banco Central 289 Regras de Politica Fiscal 290 Estudo de Caso 13.7 A Razao Divida-PIB ao Longo de 200 Anos 290 13.3. Conclusao: Fazendo Politica Econdmica em um Mundo Incerto 291 Apéndice: Inconsisténcia Temporal e a Opgao Cont fica de Lucas 283, iva entre Inflacao e Desemprego 294 Sumirio xi Capitulo 14 Desenvolvimentos Recentes na Teoria das Flutuagdes Econdmicas 296 14.1. A Teoria dos Ciclos Econémicos Reais 297 A Economia de Robinson Crusoe 297 A Interpretagao do Desemprego 298 Estudo de Caso 14.1 Buscando a Substitui¢ao Intertemporal 299 A Importancia dos Choques Teenolégicos 299 Estudo de Caso 14.2 O Residuo de Solow e os Ciclos Econémicos 300 A Neutralidade da Moeda 301 Estudo de Caso 14.3 Testando a Neutralidade da Moeda 301 A Flexibilidade de Sakirios e Pregos 302 PSI O que E a Economia Novo-classica? 302 14.2. A Economia Novo-keynesiana 303 Pequenos Custos de Menu e Externalidades da Demanda Agregada 303 A Defasagem de Pregos e Salirios 304 Recessdes como Falhas na Coordenagio 304 14.3 Conclusao 305 Parte Quatro Mais Acerca da Microeconomia que Esta por Tras da Macroeconomia 309 Capitulo 15 Consumo 311 15.1. John Maynard Keynes e a Fungio-consumo 311 Conjeturas keynesianas 311 s Primeiros Sucessos Empiricos 313, Estagnagdo Secular, Simon Kuznets e 0 Enigma do Consumo 313 15.2 Irving Fisher e a Escolha Intertemporal 314 A Restricdo Oreamentiria Intertemporal 314 Preferéncias do Consumidor 316 Otimizagao 317 Como as Variagdes na Renda Afetam o Consumo 317 Estudo de Caso 15.1 Consumo e Taxa de Juros Real 320 Restrigdes aos Empréstimos 321 Estudo de Caso 15.2 A Alta Taxa de Poupanga dos Japoneses 322 15.3. Franco Modigliani e a Hipétese do Ciclo de Vida 323 A Hipstese 323, Implicagoes 324 Estudo de Caso 15.3 O Consumo e a Poupanga dos Idosos 325 Estudo de Caso 15.4 Seguridade Social e Poupanga 326 15.4 Milton Friedman e a Hipétese da Renda Permanente 327 A Hipotese 327 Implicagoes 327 Estudo de Caso 15.5 O Corte dos Impostos de 1964 e a Sobrecarga Tributéria de 1968 328 Expectativas Racionais e Consumo 328 Estudo de Caso 15.6 Os Consumidores Antecipam a Renda Futura? 329 15.5 Conclusdo 330 xxii Sumario Capitulo 16 Duas Concepgées Acerca da Divida Pablica 333 16.1 A Concepcao Tradicional da Divida Piblica 335 16.2 A Concepcao Ricardiana da Divida Pablica 336 A Légica Basica da Equivaléneia Ricardiana 336 A Restrigo Orcamentiria do Governo 337 Consumidores ¢ Impostos Futuros 338 Imprevidéncia 338 Restrigdes de Crédito 339 Estudo de Caso 16.1 A Experiéncia de Mudanca na Legislacao sobre 0 Imposto de Renda no Governo de George Bush 340 As Geragdes Futuras 340 Estudo de Caso 16.2 Por que os Pais Deixam Herancas? 341 Fazendo uma Escotha 341 16.3. O Déficit Orcamentario do Governo £ Medido de Maneira Adequada? 342 Problema de Medigio N.” |: Inflagio 342 Problema de Medigao N.° 2: Ativos de Capital 343, Problema de Medico N.” 3: Obrigagdes Nao-contabilizadas 343 Problema de Medico N.” 4: Os Ciclos Econdmicos 344 Para Onde Vai o Déficit Publica? 344 Estudo de Caso 16.3 Modelos de Horizontes Infinitos 344 16.4 Conclusao 345 Capitulo 17 Investimento 347 17.1 Investimento em Capital Fixo Privado 348 © Prego de Arrendamento do Capital 348 O Custo do Capital 349 ‘Os Determinantes do Investimento 350 Impostos e Investimento 352 Estudo de Caso 17.1 O Sistema Sueco de Fundos de Investimento 353 (0 Mercado de Capitais e 0 q de Tobin 353 Estudo de Caso 17.2 Mercado Aciondrio como um Indicador da Atividade Econémica 354 Restrigdes Financeiras 355 17.2, Investimento Residencial 356 0 Estoque de Equiltbrio e o Fluxo de Oferta 356 Mudangas na Demanda por Moradias 357 Efeitos do Imposto de Renda de Pessoa Fisica sobre a Demanda por Moradias 357 PSI Que Prego Vocé Pode Pagar pela Casa Prépria? 358 17.3. Investimento em Estoques 359 Razes para a Manutengio de Estoques 359 Estudo de Caso 17.3 Flutuagdes Sazonais ¢ Nivelamento da Producao 359 © Modelo do Acelerador de Estoques 360 Estudo de Caso 17.4 A Fvidéncia do Modelo do Acelerador 360 Investimento ¢ a Taxa de Juros Real 361 17.4 Conclusio 361 Sumério ai Capitulo 18 Oferta de Moeda e Demanda de Moeda 364 18.1 Oferta de Moeda 364 Sistema Bancdrio com Cobertura Integral 365 Sistema Bancdrio com Reservas Fraciondrias 365 Um Modelo de Oferta de Moeda 367 Os Trés Instrumentos de Politica Monetiria 368 Estudo de Caso 18.1 Faléncias Bancérias e Oferta de Moeda nos Anos 30 369 18.2 Demanda por Moeda 370 ‘Teorias de Carteiras da Demanda por Moeda 370 Estudo de Caso 18.2 Moeda e a Economia Informal 371 ‘Teorias de Demanda por Moeda para Transagdes 372 © Modelo de Baumol-Tobin para a Administragao de Dinheiro 372 Estudo de Caso 18.3 Estudos Empiricos Sobre a Demanda por Moeda 374 18.3, Inovagao Financeira e a Expansio da Quase-moeda 375 Estudo de Caso 18.4 Regra Monetéria de John Taylor (e de Alan Greenspan?) 376 18.4 Conclusao 377 Epilogo O que Sabemos, 0 que Nao Sabemos 380 As Quatro Ligdes mais Importantes da Macroeconomia 380 Lig N." : No longo prazo, a capacidade de um pais produzir bens e servigos determina o nivel de vida de seus Ligio N.*2: No curto prazo, a demanda agregadainluencia a quantidade de bens e servigos produzidos port LLigio N.* 3: No longo prazo,a taxa de crescimento da moeda determina ataxade inflagdo, 20381 Liglo N." 4; No curtoprazo, os formuladores de politica econdmica que controlam as politica fiscal e monetiriaenfrentam uma opgao confitiva entre inflagao e desemprego 381 idadiios 380 pais 381 as nao afeta a taxa de desempre- As Quatro Questées Nao-resolvidas mais Importantes da Macroeconomia 382 (Questio N.1: De que maneira os formuladores de politica econdmica poderiam tentaraumentar a taxa natural de creseimen- to do produto? 382 {Questio N."2: Deveriam os formuladores de polticas econdmicas tentar estabilizar a economia? 382 ‘Questio N.* 3: Qual o custo da inflago e qual o custo de seu combatente? 383, Questiio N.” 4: Quais as conseqiiéncias do déficit orgamentario do governo? 384 Conclusao 384 Glossario 385 Indice 392 Lista de Estudos de Caso L.1 A Evolugdo Historica da Economia Americana 4 2.1 Os Componentes do PIB 21 2.2 Cielo Sazonal e Ajustamentos Sazonais 23 Serd que 0 IPC Superestima a Inflagao? 26 Desemprego, PIB ¢ Lei de Okum 28 3.1 A Peste Negra e os Precos dos Fatores 42 3.2 Efeito das Guerras nas Taxas de Juros na Gri-Bretanha, 1730-1920 49 3.3 A Politica Fiscal nos Anos 80 51 4.1 0 Crescimento Feonémico do Japao e da Alemanha no Pés-guerra 68 4.2 A Poupanga nos Paises Ricos ¢ nos Paises Pobres 69 4.3 O Crescimento Populacional nos Paises Ricos e nos Paises Pobres 78 4.4.0 Crescimento nos EUA € 0 E 4.5 As Taxas de Crescimento Econémico dos Paises Ricos e Pobres Indo Convergir? 81 4.6 A Redugio do Crescimento Econdmico em Nivel Mundial 84 4.7.0 Crescimento Econdmico dos Tigres Asiiticos 92 5.1 Seguro-desemprego e Taxa de Obtengio de Emprego 98 5.2 Uma Visio Revisionista dos Efeitos do Saldrio Minimo 100 5.3 Sindicalizacdo ¢ Desemprego nos EUA € no Canada 102 5.4 Henry Ford e Didria de USS 5 103 6.1 A Moeda num Campo de Prisioneiros de Guerra 113 6.2 A Moeda na Tha Yap 114 6.3 Um Século de Expansio Monetdria e Inflagio 119 64 Pagando a Revolugao Americana 121 6.5 Taxa de Inflagdo e Taxa de Juros Nominal 122 6.6 Taxas de Juros Nominais no Século XIX 124 6.7 0 Movimento da Prata Livre, a Bleigao de 1896 € 0 Magico de 6.8 A Vida Durante a Hiperinflagdo Boliviana 129) 6.9 Hiperinflagao na Alemanha entre Guerras 131 7.1 Os Déficits Gémeos nos Anos 80 145 7.2 Como as Empresas Reagem & Taxa de Cambio 151 7.3 Inflagao e Taxas de Cambio Nominais 156 7.40 Big Mac no Mundo 159 8.1 O Quebra-cabegas da Rigidez dos Pregos de Revistas 175 8.2 Ouro, Greenbacks e a Contragiio de 1870 182 8.3 Velocidade e a Recessdo de 1982 184 8.4. Como a OPEP Ajudou a Causar a Estagflagio dos Anos 70 e a Euforia dos Anos 80 186 9.1 Kennedy, Keynes e 0 Corte de Impostos de 1964 196 9.2 Paul Volcker, Politica Monetaria Apertada e 0 Aumento da Taxa de Juros 203 10.1 Andlise da Politica Publica Através de Modelos Macroeconométricos 213 10.2 A Bfetividade das Politicas Monetarias e Fiscais 227 11.1 A Elevagdo do Délar, 1979-1982 234 11.2 0 Padri0-ouro Internacional 237, 11.3 Desvalorizagao e Retomada do Crescimento na Grande Depressio 11.4 A Recente Crise Mexicana 243 11,5 0 Sistema Monetirio Europeu 244 12.1 0 Comportamento Ciclico do Salério Real 260 128 xxvi Lista de Estudos de Caso 12.2 Diferengas Internacionais na Curva de Oferta Agregada 263 12.3 Inflagao e Desemprego nos EUA 268 12.4 O Custo da Desinflagao de Paul Volcker 272 12.5 Desemprego no Reino Unido Durante a Década de 80 274 13.1 A Recessio dos Anos 90 280 13.2 Dois Casos de Previsdo Econémica 282 13.3 A Estabilizagao da Economia Serd uma Ilusdo dos Dados? 284 13.4 A Economia sob Presidentes Republicanos e Democratas 285 13.5 Alexander Hamilton e a Inconsisténcia Temporal 287 13.6 Independéncia do Banco Central 289 13.7 A Razio Divida-PIB ao Longo de 200 Anos 290 14.1 Buscando a Substituigao Intertemporal 299 14.2.0 Residuo de Solow e os Ciclos Econdmicos 300 14.3 Testando a Neutralidade da Moeda 301 15.1 Consumo e Taxa de Juros Real 320 15.2 A Alta Taxa de Poupanga dos Japoneses 322 15.3 O Consumo e a Poupanga dos Idosos 325 15.4 Seguridade Social e Poupanga 326 15.5 0 Corte dos Impostos de 1964 e a Sobrecarga Tributéria de 1968 328 15.6 Os Consumidores Antecipam a Renda Futura? 329 16.1 A Experiéncia de Mudanga na Legislacao sobre o Imposto de Renda no Governo de George Bush 340 16.2 Por que os Pais Deixam Herangas? 341 16.3 Modelos de Horizontes Infinitos 344 17.1 0 Sistema Sueco de Fundos de Investimento 353 17.2 Mercado Acionério como um Indicador da Atividade Econdmica 354 17.3 Flutuagdes Sazonais ¢ Nivelamento da Producdo 359 17.4 A Evidéncia do Modelo do Acelerador 360 18.1 Faléncias Bancérias e Oferta de Moeda nos Anos 30 369 18.2 Moeda e a Economia Informal 371 18.3 Estudos Empiricos sobre a Demanda por Moeda 374 18.4 Regra Monetiria de John Taylor (e de Alan Greenspan?) 376 Prefacio Embora os poetas sintam prazer pelo simples ato de escrever poesia, os autores de livros-texto precisam que sua obra seja lida, entendida ¢ bem aproveitada pelos estudantes. Por este motivo, senti-me estimula- do pela repercussdo das primeiras duas edigdes deste livro. Professores de centenas de escolas, em varios paises, escolheram usé-lo em seus cursos. A reagdo dos estudantes, como mostram as avaliagdes do curso © as cartas enviadas, foi melhor do que eu esperava, Na primeira edicdo, procurei ressaltar a diferenca entre este livro ¢ aqueles que usei no meu tempo de estudante, tanto na sua organizagio como na énfase aos temas tratados. Nas edigdes subseqiientes, reor- ganizei a estrutura do livro, preservando as caracteristicas que o distinguiam dos demais. Pemitam-me comegar esta terceira edigao recapitulando quatro dos meus objetivos com relagao a este livro. Em primeiro lugar, procuro balancear os aspectos macroecondmicos de curto ¢ longo prazos. Todo. curso de macroeconomia apresenta uma teoria das flutuagdes econdmicas de curto prazo, fundamental para a compreensao do debate acerca das politicas fiscal € monetaria. Contudo, para que os estudantes assimilem as implicagdes das politicas piblicas, ¢ preciso dar atencZo aos temas de longo prazo, inclusive ‘o crescimento econdmiico, a taxa natural de desemprego, a inflagao renitente e o endividamento do gover- no. E desnecessério lembrar que a década passada realgou a importancia de se compreender os efeitos da politica econémica em qualquer tempo: uma reflexio inteligente sobre a persisténcia dos déficits orga- mentérios exige a ponderacdo dos aspectos de curto e longo prazos. ‘Em segundo lugar, aproximo as perspectivas da economia clissica e do keynesianismo. A relevancia da abordagem keynesiana das flutuacdes econémicas, tanto neste quanto em outros manuais, é um testemunho da influéncia da General Theory de Keynes. Contudo, no saldo da revolugao keynesiana, muitos economis- tas esqueceram que a teoria classica fornece respostas corretas a questdes fundamentais, Neste livro, combi- no varias contribuigdes dos pensadores classicos anteriores a Keynes € dos novos economistas classicos das duas tiltimas décadas. Incluo, por exemplo, a andlise da teoria das taxas de juros dos fundos emprestaveis, da teoria quantitativa da moeda e da questio da inconsisténcia temporal, reconhecendo, ao mesmo tempo, que muitas idéias de Keynes e do novo keynesianismo sao indispensdveis para compreender as flutuagdes eco- nomicas. Desenvolvo também a exposicdo do modelo /S-LM da demanda agregada, da relacdo inversa de curto prazo entre inflacdo e desemprego e das modemnas teorias da rigidez de salérios e pregos. Terceiro, utilizo-me de diversos modelos simplificados para explicar a macroeconomia. Como nao pre- tendo que um tinico modelo seja suficientemente completo para dar conta de todas as facetas da econo- ‘mia, estimulo os estudantes ao aprendizado do uso de modelos e ao exercicio da comparagio. Essa abor- dagem tem a vantagem pedagégica de manter a relativa simplicidade dos modelos, possibilitando seu de~ senvolvimento a0 longo de um ou dois capitulos. A estratégia permite ainda estimular os estudantes a pensar como os economistas, que sempre evocam uma multiplicidade de modelos ao analisar fatos eco- némicos ou politicas piblicas. Quarto, insisto em que a macroeconomia é uma disciplina empirica, motivada e orientada por uma ampla variedade de experiéncias hist6ricas. O livro inclui muitos estudos de caso que utilizam a teoria macroeconémica para explicar dados ou acontecimentos da realidade. Optei pelos estudos de caso com 0 fim de salientar a extensdio das aplicagdes priticas da teoria basica. O leitor aprenderd a analisar as pol ticas de John Kennedy, Henry Ford e Alexander Hamilton e a aplicar os principios da economia aos pro- blemas da Europa do século XIV, da ilha de Yap e da terra de Oz. O que Ha de Novo Nesta Terceira Edicao? Aperfeigoei-a em varios aspectos. Obviamente, foram incorporados novos fatos, dados e idéias. Desde a publicagao da segunda edigdo, o Departamento de Comércio introduziu novos indices de medicdo da ati- vidade econémica, o Congresso levantou suspeitas sobre a realidade do indice de pregos a0 consumidor, xviii Preficio © governo do Presidente Clinton elevou o salirio minimo, a Europa anunciou sua moeda comum, ea fuga de capitais provocou 0 colapso do peso mexicano, Novas pesquisas contribuiram para melhorar nossa compreensio acerca do crescimento e flutuagdes da atividade econémica. Embora a teoria macroeconémica basicamente nio tenha se alterado nos titimos trés anos, certos detalhes e fatos sofreram mudangas tais, que justificam uma terceira edicao. ‘Além disso, a linha pedagégica do livro foi aperfeigoada. Ainda que o esquema geral permanega 0 mes- ‘mo, alguns t6picos foram remanejados e reescritos. Por exemplo, o modelo de Mundell-Fleming agora é aapresentado no Cap. 11, logo apés seu “primo”, o modelo /S-LM. O Cap. 14, agora intitulado “Desenvol- Vimentos Recentes na Teoria das FlutuacGes Econdmiicas”, apresenta uma descricao mais intuitiva da Teoria dos Ciclos Econémicos Reais, bem como uma discussio sobre a economia dos novos-keynesianos. O Cap. 6 apresenta uma discussao mais simples e completa sobre as causas e efeitos da hiperinflacao. Ao longo do livro, acrescentei novos estudos de casos, e alguns outros foram retirados ou revistos. Dezenas de no- vos problemas foram inseridos ao final dos capitulos. Juntamente com varios editores e estudantes, revi cada frase do livro vi ir maior clareza. € muitas outras que considerei, foram avaliadas tendo em vista as vantagens das explicagd as. Pela minha prOpria experigncia de estudante, sei que livros longos siio menos agradveis de se ler. Meu objetivo neste livro € oferecer o custo de macroeconomia mais atu- alizado, claro e acessivel, com o minimo possivel de palavras. ‘A Organizacao dos Tépicos Ao oferecer um curso como este, sempre adoto a estratégia de iniciar pela andlise do longo prazo, quando (05 pregos sao flexiveis, e em seguida passar ao exame dos precos de curto prazo, que sio rigidos. Ou seja, parto dos modelos clissicos da economia e explico todos os aspectos do equilfbrio de longo prazo antes, de discutir os desvios da situagdo de equilibrio. Hé diversas vantagens nessa estratégia, quais sejam: + Os estudantes aprendem primeiro os temas menos controvertidos da economia: + Comecar com modelos de ajustamento automatico (marker-clearing models) torna mais patentes as relagdes entre macro e microeconomia; * Quando abordo as flutuagdes de curto prazo, os estudantes podem compreender melhor o equilibrio de longo prazo em torno do qual a economia oscila; * Como a dicotomia classica permite a separagao entre questdes monetirias e qu mais facil compreender os aspectos de longo prazo. (Oes reais, torma-se Quando propus esta estratégia, ainda na primeira edigao, alguns professores foram céticos quanto a tantas mudangas nos seus cursos. Contudo, com o tempo e a experiencia esse ceticismo desapareceu. Muiitos, professores disseram que essa forma de organizacao simplificou bastante o ensino de macroeconomia. Passamos agora da estratégia a titica, e vejamos, a seguir, as linhas gerais de sua construcdo. Primeira Parte: Introducao As informagdes introdutérias so bastante concisas para que se possa passar rapidamente aos t6picos cen- trais. O Cap. I examina as questdes gerais tratadas pelos macroeconomistas € a construgao de modelos ‘como forma de explicar 0 mundo. O Cap. 2.6 uma introdugaio aos dados baisicos da andlise macroecondmi destacando 0 produto intemo bruto, o indice de pregos ao consumidor e a taxa de desemprego. Segunda Parte: A Economia no Longo Prazo A Segunda Parte examina o longo prazo durante 0 qual os pregos so flexiveis. © Cap. 3 expe 0 modelo chissico «da renda nacional, segundo o qual o nivel de renda ¢ determinado pelos fatores de producdo e pela tecnologia e diz que os produtos marginais dos fatores determinam sua distribuigdo entre as familias. Além disso, o modelo mostra a influéncia da politica fiscal sobre a alocagao dos recursos econdmicos entre consumo, investimento e compras do governo, e acentua © papel da taxa de juros no equilibrio da oferta e demanda de bens e servigos. (0 Cap. 4 desenvolve a classica andlise da dinémica econémica. © modelo de crescimento de Solow & utilizado para examinar a evolugdo da economia ao longo do tempo, ¢ fundamenta a investigagao das causas da grande variagdo dos padrdes de vida entre paises ¢ da influéncia das politicas piblicas sobre o nivel ¢ ‘o crescimento do padrao de vida. Preficio O Cap. 5 atenua a hipstese do pleno emprego, examinando a dindmica do mercado de trabalho e a taxa natural de desemprego. Percorre diversas causas do desemprego ¢ inclui a discussdo das estratégias de procura de trabalho, da legislagao do salirio minimo, do poder sindical e da recompensa salarial & efi éncia, Apresenta igualmente algumas informagoes importantes sobre padres de desemprego. ‘A moeda e o nivel de precos so introduzidos no Cap. 6, onde se faz uma exposigaio das principais idéias da teoria monetéria classica, admitindo-se a plena flexibilidade dos precos. Tratamos também de temas como as teorias quantitativas da moeda, a taxa de inflagdo, o efeito Fisher, as causas da hiperinflagao e os custos sociais do processo inflacionétio, O estudo das economias abertas inicia-se no Cap. 7. Mantendo a hipétese do pleno emprego, o capitulo formula modelos para explicar a conta-corrente, a conta de capital e as taxas de cimbio real e nominal. Sio abordadas diversas questdes de politica econémica: a relagao entre déficit orgamentario ¢ déficit em conta- corrente, o impacto macroecondmico de politicas protecionistas ¢ 0 efeito da politica monetaria sobre o valor da moeda no mercado cambial Terceira Parte: A Economia no Curto Prazo A Terceira Parte examina o curto prazo, quando os pregos sao rfgidos. O Cap. 8 introduz. 0 modelo da oferta e da demanda agregada bem como a discussio do papel da politica de estabilizagao, aprofundados nos capitulos que se seguem. ‘Os Caps. 9¢ 10 investigam mais detalhadamente a demanda agregada. O primeiro explica a cruz keynesiana e a teoria da preferéncia pela liquidez, utilizando-se esses dois modelos para estruturar a cons- truco do modelo /S-L.M. O capitulo seguinte usa este tltimo modelo para analisar as flutuagdes econdmi~ case a curva da demanda agregada. Na conclusdo faz-se um demorado estudo da Grande Depressao. CO estudo das economias abertas prossegue no Cap. 1, que discute as flutuagoes de curto prazo, Mostra mos 0 modelo de Mundell-Fleming € os efeitos das politicas fiscal e monetédria na economia em face de sistemas cambiais com taxas flutuantes ou fixas. Analisamos também 0 debate criado em tomo da opgaio entre as duas formas de taxa de cambio. No Cap. 12 aprofundamos o exame da oferta agregada. Apresentamos diferentes explicagdes da curva de curto prazo e discutimos a opgao conflitiva (tradeoff) entre inflagdo e desemprego. Feita essa exposigao minuciosa do modelo da oferta e da demanda agregada, o Cap. 13 € dedicado ao controvertido tema da aplicagdo do modelo a politica econdmica, Nesse sentido, duas amplas questies siio levantadas: as politicas monetiria e fiscal deveriam ser ativas ou passivas? Deveriam elas ser admi nistradas segundo regras predefinidas ou deixadas ao arbitrio das autoridades? Desenvolvemos os argu- ‘mentos formulados pelos dois campos do debate. (O Cap. 14 discute os avangos recentes na teoria das flutuagdes da atividade econdmica. Primeiro expde a teoria dos ciclos econdmicos como uma via alternativa de reflexdo sobre as flutuagdes da eco- rnomia, analisando-se os elementos basicos da abordagem clissica e os argumentos de seus criticos @ defensores. A seguir, aborda algumas inovagdes dos novos-keynesianos no que se refere & teoria da oferta agregada. Quarta Parte: Mais Acerca da Microeconomia que Esté por Trés da Macroeconomia Em seguida, 0 livro passa a tratar de diversos temas que aprofundam a compreensiio dos processos econd- micos pela investigacio mais detalhada dos fatores microecondmicos por trés da Macroeconomia.. O Cap. 15 explica as varias teorias do comportamento do consumidor, inclusive a funcdo consumo keynesiana, 0 modelo de escolha intertemporal de Fisher, a hipdtese do ciclo de vida de Modigliani e a hip6tese da re da permanente de Friedman. O Cap. 16 desenvolve o debate entre as perspectivas tradicional e ricardiana do endividamento do governo, ressaltando que, em tiltima andlise, trata-se de uma discussio sobre 0 com- portamento dos consumidores. O Cap. 17 demonstra a teoria que fundamenta a funcao-investimento, O Cap. 18 oferece novas informagies acerca do mercado financeiro, inclusive sobre o papel do sistema bbancério na determinagdo da oferta de moeda e sobre o modelo Baumol-Tobin da demanda de moeda, Epilogo O livro termina com um breve epflogo onde se passam em revista as principais liges sobre os pontos de concordancia entre a maioria dos economistas e oS temas mais importantes que permanecem sem solu- go. Este capitulo relembra aos estudantes como se relacionam os varios modelos e temas da rox Preficio ‘macroeconomia. Nas péginas finais repito uma afirmacdo que fiz. ao longo de todo o livro: apesar das ivergéncias entre os economistas, jf se sabe muita coisa sobre como uma economia funciona. Um Programa Alternativo de Curso Os professores de economia atribuem importincia diferente aos diversos temas ¢ tém sempre uma se- ‘quencia preferida de exposicio. Ao escrever este livro, procurei torné-lo bastante flexivel; assim, muitos capitulos podem ser trabalhados separadamente. Os professores podem mudar a énfase de seus cursos pela reorganizacdo dos capitulos ou mesmo pela eliminagao de alguns deles. Apresento, a seguir, um programa altemativo de curso como exemplo da flexibilidade do livro. Esse programa mantém a estratégia de, primeiramente, examinar a produgao e os pregos de longo prazo quan- do eles sao flexiveis, mas antecipa a introducdo da nogio de precos rigidos e de flutuacdes de curto prazo. Além disso, adia 0 exame das economias abertas para depois da andlise das flutuagées e joga para o fim do curso 0 estudo do crescimento econdmico e da taxa natural de desemprego. Introducao 1. A Macroeconomia como Ciéneia 2. Os Dados da Macroeconomia Renda e Pregos 3. A Renda Nacional: Producao, Distribuicdo e Alocagao 6. Moeda ¢ Inflagio 8. Introdugdo as Flutuagdes Econémicas 9. Demanda Agregada I 10. Demanda Agregada II 12. Oferta Agregada 13. Politica Econdmica em Debate 14. Recentes Avangos nas Teorias das Flutuagdes Econdmicas Aspectos Macroecondmicos das Economias Abertas 7. A Economia Aberta 13. A Economia Aberta no Curto Prazo Aspectos Microecondmicos da Macroeconomia 15. Consumo 16. Duas Concepedes Acerca da Divida Publica 17. Investimento 18. Oferta de Moeda e Demanda de Moeda 5. Desemprego 4. 0 Crescimento Econémico Instrumentos Didaticos Fiquei satisfeito que os estudantes tenham achado o livro acessfvel e fcil de consultar. Tentei tomar esta digo ainda melhor nesse sentido. Estudos de Caso A economia adquire vida quando é aplicada ao entendimento dos fatos da realidade. Os 77 estudos de 0 (Varios so novos ou foram revisados nesta edigdo) distribuidos pelos diferentes capitulos so os mais importantes instrumentos didaticos do livro. A regularidade de sua apresentagdo garante que 0 aluno nao vai ter de enfrentar uma dose excessiva de teoria antes de vé-la aplicada a fatos da realidade, Os alunos costumam dizer que 0s estudos de caso sio sua parte preferida do livro. PSI: Para Sua Informacao Utilizo notas suplementares para apresentar matéria informativa subsidiéria, por exemplo, para esclare- cer conceitos muito dificeis, fornecer informagdes adicionais acerca dos instrumentos de andlise em eco- Preficio nomia ou para mostra de que maneira a economia se relaciona com a vida cotidiana das pessoas, Vérias do inéditas ou foram revisadas nessa terceira edigao. Comentarios Nesta edigdo acrescentei varios comentarios as figuras. Tais comentirios trazem descrigoes sucintas e des- tacam aspectos importantes ilustrados pela figura. Além disso, podem ajudar os estudantes na aprendizagem ena revisdio da matéria. Notas Matematicas Fago uso ocasional de rodapés mateméticos para retirar do corpo do texto uma matéria mais dificil, As notas de rodapé trazem um comentério mais rigoroso ou demonstram um resultado matematico. Desti- rnam-se aos estudantes acostumados ao calculo basico e podem ser dispensados pelos demais. Resumos de Capitulos Cada capitulo termina com um resumo, redigido em a, das informagdes mais im- portantes. Podem ser usados para posicionar a matéria do capitulo na seqiiéncia geral do livro ou como recapitulago para a prova. Lista de Conceitos-chave A assimilagao da linguagem prépria de uma érea de conhecimento é um dos pontos mais importantes de qualquer curso. Assim, os capitulos incluem uma série de conceitos-chave, destacados graficamente sem- pre que mencionados pela primeira vez. No final do capitulo hé uma lista de conceitos-chave para revi- sio. Questées de Revisio No fim de cada capitulo os estudantes podem exercitar 0 que aprenderam respondendo as perguntas de revisio da matéria. Problemas e Aplicacdes Todos os capitulos contém uma série de problemas e aplicagdes que podem ser respondidos em casa. Al- guns sio aplicagdes numéricas da teoria, Outros estimulam o estudante a ampliar a matéria lecionada, abordando novas questdes relacionadas com o assunto do capitulo. Alguns leitores da segunda edicao pediram mais problemas, e nesta terceira edigao incluimos vatios. Apéndices Sete capitulos incluem apéndices que desenvolvem informagdes adicionais, contendo as vezes matéria de maior complexidade matemstica. Destinam-se a0 uso dos professores que desejarem aprofundar certos temas, Podem ser dispensados sem perda de continuidade da aprendizagem. Glossdrio Como toda disciplina, a Macroeconomia tem uma linguagem propria. Providenciamos um glossario de mais de 250 palayras, no final do livro, para ajudar os estudantes a se familiarizar com essa nova lingua- gem. Agradecimentos Na preparacdo deste livro, contei com o apoio de muitos redatores, colaboradores e colegas. Gostaria de agradecer particularmente aqueles que, nesta edigdo e nas anteriores, contribuiram para o aperfeigoamento dos aspectos te6ricos ¢ pedagdgicos deste texto: wx Francis Abking University of Connecticut Steven Allen North Carolina State University Laurence Ball Johns Hopkins University Robert Barry College of William and Mary Robert Barsky University of Michigan ‘Susanto Basu University of Michigan Charles Bischoff Binghamton University Dwight M. Blood Brigham Young University Ronald Bodkin University of Ouawa Kathleen Brook New Mexico State University John Campbell Harvard University Niko Canner McKinsey and Company Vanessa Craft Beniley College Charles DeLorme, Jr. University of Georgia Paula DeMasi International Monetary Fund William Dickens University of California at Berkeley John Driscoll Brown University Donald Dutkowsky Syracuse University Karen Dynan Federal Reserve Board Douglas Elmendorf Federal Reserve Board Gerald Epstein University of Massachusetts Antonio Fatas INSEAD John Fernald Federal Reserve Board Peter Frevert University of Kansas Michelle R. Garfinkel University of California at Irvine Edward Gramlich University of Michigan Chris Hanes University of Pennsylvania Daniel Himarios University of Texas at Arlington Steven Holland University of Kentucky Dennis Jansen Texas A&M University Nancy Jianakoplos Colorado State University Andrew John University of Virginia Klaus Dieter John Chemnitz University of Technology David Johnson Harvard University Roger Kaufman Smith College Manfried Keil Northeastern University David C. Klingaman Ohio University Kenneth Koelln University of North Texas John Laitner University of Michigan John Lapp North Carolina State University Emily C. Lawrance Denison University Daniel Levy Emory University Bill Maloney University of Mlinois at Urbana-Champaign Deborah Mankiw NBER W. Douglas MeMillin Louisiana State University ‘Starr MeMullen Oregon State University David Meinster Formerly Temple University Andrew Metrick Harvard University Jeffrey Miron Boston University Egon Neuberger State University of New York at Stony Brook Neil Niman University of New Hampshire Stefan Oppers International Monetary Fund David Parsley Vanderbilt University Thomas Pogue University of lowa Uri M. Posen Comell University Prefécio xxx Michael Rashes Harvard University David Rearden University of Kansas ‘Changyong Rhee Seoul National University Joseph Ritter St. Louis Federal Reserve David Romer University of California at Berkeley Bennett Rushkoff Federal Trade Commission Amy Salsbury Harvard University Laurence S. Seidman University of Delaware ‘Matthew Shapiro University of Michigan Boris Simkovich Harvard University David Spencer Brigham Young University David Tabak NERA Lowell Taylor Carnegie-Mellon University Anne Villamil University of Mlinois at Urbana-Champaign Ping Wang Pennsylvania State University David Weil Brown University Jeffrey Zax University of Colorado at Boulder waxiv— Preficio Gostaria de agradecer aos professores que me enviaram suas antigas provas, das quais titei dezenas de novos problemas que foram acrescentados a esta edi¢do: Laurence Ball (Johns Hopkins University), Susanto Basu (University of Michigan), John Driscoll (Brown University), Rachel Friedberg (Brown University), David Romer (University of California at Berkeley) e David Weil (Brown University) 5 funcionérios da Worth Publishers foram especialmente benevolentes e prestativos, assim como os redatores auténomos que prepararam os manuscritos. Agradego a Marjorie Anderson, Lou Capaldo, ‘mothy Prairie, Paul Shensa, George Touloumes e Demetrios Zangos. Agradeco a Alexandra Nickerson, mais uma vez, pela preparago do indice. ‘Agradego também a Yvonne Zinfon, minha secretéria em Harvard, pela confiabilidade do seu traba- Iho, sua paciéncia e bom humor. Finalmente, gostaria de agradecer minha filha de quatro anos, Catherine, e a0 meu fitho de um ano, Nicholas. Eles me ajudaram imensamente nesta revisdo, sobretudo por me fazerem lembrar que 0 livros sdo escritos para as proximas geragdes. Nl. Hoyo, Memb Cambridge, Massachusetts Maio de 1996 Macroeconomia Introducao A Primeira Parte introduz 0 leitor no estudo da macroeconomia. O Cap, | discute por que a ‘macroeconomia é um assunto excitante ¢ importante, explica 0s instrumentos que os economis- tas usam para analisar a economia, ¢ ressalta a forma como o livro esté estruturado. O Cap. 2 aborda os tipos de dados que os economistas e os formuladores de politica econémica usam para controlar a economia. Capitulo 1 A Macroeconomia como Ciéncia Toda a ciéncia nada mais é do que um refinamento do pensamento comum. Albert Einstein 1.1 Por que Estudar Macroeconomia? Por que raziio as rendas sio atualmente mais elevadas do que em 1950 e por que, em 1950, eram mais altas do que tinham sido em 1900? Por que raza alguns paises tém inflagao alta enquanto outros tém precos estaveis? Quais as causas da recessio ¢ da depressaio — fases periédicas em que as ren- das caem ¢ 0 desemprego aumenta — e como as politicas publicas podem evité-las? A Maeroeconomia — o estudo da economia como um todo — tenta responder a essas ¢ muitas outras perguntas semelhantes. Basta ler 0s jomais ou ouvir o noticidrio pela televisdo para se ter uma idéia da importancia da ma- croeconomia. Diariamente, os meios de comunicago de massa noticiam fatos mactoecondmicos. J4 se tornaram rotina manchetes do tipo “ TA QUATRO POR CENTO”, “BANCO CEN- ‘TRAL ADOTA MEDIDAS DE COMBATE A INFLACAO”, “BOLSAS CAEM ENTRE TEMORES DE RECESSAO”. (0s fatos macroecondmicos afetam a vida de todos nds. Os executivos que planejam a demanda por seus produtos devem fazer uma estimativa da rapidez com que a renda dos consumidores vai crescer. Os cidadios mais idosos que vivem com rendas fixas se perguntam com que velocidade os pregos so- bem, Os trabalhadores desempregados buscam emprego com a esperanga de que a economia ira me- Ihorar e que as firmas irdo contratar. Todos so afetados pelas condi¢des da economi Nao surpreende o fato de que a macroeconomia seja um tema central no debate politico. Na década de 70, os presidentes Richard Nixon, Gerald Ford e Jimmy Carter lutaram em vao contra uma taxa de inflagdo crescente; na década de 80, Ronald Reagan e George Bush tiveram de combater um grande déficit no orgamento federal. Em 1993, Presidente Bill Clinton instalou uma comissao especial para tratar da redugao do déficit e do aumento do crescimento econdmico.A popularidade de um presidente aumenta durante os periodos de prosperidade e diminui durante a recess, Os eleitores so extrema- mente sensfveis aos fatos que afetam a economia e os politicos tém igual percepgao da importincia da politica macroecondmica. A influéncia dos fatos econdmicos sobre a politica evidencia-se nas épocas de eleigdes president ais. A politica econémica fornece o tema principal do debate entre os candidatos, e a situaco da eco- nomia tem forte influéncia nos resultados das eleigdes, Durante a eleigao de 1992, 0 principal estrate- gista de Clinton queria manter a campanha focalizada na questaio-chave, Ele mantinha no seu escrit6- rio um cartaz onde se Ié: “A economia, idiota.” As questdes macroecondmicas também tém um papel importante nas relagdes internacionais. Nos Liltimos quinze anos, os EUA importaram mais do que exportaram. Essas importagdes foram fortemente financiadas por outros paises, sobretudo no Japao. Acontecimentos econdmicos internacionais desse tipo costumam ser fonte de tensdes entre os lideres mundiais. Mesmo sendo aliados politicos préxi- mos, EUA e Japio muitas vezes brigam por divergéncias na politica econdmi 4 Macroeconomia (Os macroeconomistas sio cientistas que procuram explicar 0 funcionamento da economia como um todo, Retinem dados sobre rendas, precos, desemprego e outras varidveis em diferentes épocas e diferen- tes paises. Procuram, entdo, claborar teorias gerais que ajudem a explicar esses dados. Assim como os astrénomos, que estudam 0 movimento das estrelas, ou os bidlogos, que estudam a evolugio das espécies, os economistas nao podem conduzir experimentos controlados — o custo seria excessivamente alto. Em vez disso, baseiam-se em experimentos naturais, observando a diferenga entre as economias e pesquisando por que razo elas mudam com o tempo. Essas observagdes incentivam a formulagio de teorias e fornecem os dados que testam a teoria ‘A macroeconomia é, sem divida, uma ciéncia jovem e imperteita. O economista tem tanta capacidade de prever os acontecimentos futuros quanto o meteorologista para prever o tempo no més que vem. Mas vocé vai ‘er que hoje j4 sabemos uma grande quantidade de coisas a respeito do funcionamento da economia. ‘Nao estudamos macroeconomia apenas para explicar 0s fatos econdmicos; também queremos aperfei- ‘soar a politica econémica. Os instrumentos fiscais e monetirios do governo podem exercer uma influen- cia poderosa — para o bem ou para o mal — sobre a economia. O conhecimento da macroeconomia ajuda as autoridades pablicas a avaliarem politicas alternativas. Os economistas so chamados a explicar o mundo econdmico como ele é e a refletir sobre como poderia vir a ser. Estudo de Caso 1.7 eee eoce, A Evolucao Historica da Economia Americana 0s economistas usam diferentes tipos de dados para medir a performance de uma economia. Trés varid- veis macroecondmicas sao especialmente importantes: 0 Produto Interno Bruto Real (PIB), a taxa de in- flacio e a taxa de desemprego. O PIB Real indica a totalidade da renda de todos os agentes econdmicos, ajustada pelo nivel de pregos. A taxa de inflagio mede a velocidade do aumento de pregos. A taxa de desemprego expressa a fragdo da forga de trabalho sem emprego. Os macroeconomistas estudam a deter- minagdo dessas varidveis, as razSes de sua mudanga no tempo, e como interagem entre A Fig. 1.1 mostra PIB real per capita dos EUA. Dois aspectos podem ser observados. Primeiro, 0 PIB real cresce ao longo do tempo. O nfvel do PIB real per capita hoje € cinco vezes maior que em 1900. Segundo, esse crescimento nao € estaciondrio. Hé perfodos em que o PIB real est caindo—a queda mais ramética foi no inicio da década de 30. Quando tais periodos sao mais brandos, chamamos de recesses; se mais acentuados, depressies. A Fig. 1.2 apresenta a evoluedo da taxa de inflagdo americana. Note que ela varia substancialmente. Na primeira metade do século XX, a taxa média de inflagao foi prOxima de zero, Periodos de queda dos pregos, denominados deflagao, foram quase to freqlentes quanto os de alta. A inflagao tem sido um fato normal na hist6ria mais recente, sendo mais problemético nos diltimos anos da década de 70, quando a taxa esteve persistentemente em torno de 10% ao ano. A taxa de desemprego esté retratada na Fig. 1.3. Observe que sempre hd algum nfvel de desemprego, € que seu nivel varia a cada ano, Ainda que ndo haja evidéncias de uma tendéncia de longo prazo, na média o desemprego tem sido maior desde 1970, se comparado aos anos 50 e 60. Recessdes e depresses esto associadas a um nivel de desemprego excepcionalmente alto. Os maiores indices de desemprego ocorreram durante a Grande Depressio dos anos 30. Essas trés figuras oferecem uma répida visdo da hist6ria da economia norte-americana. Nos capitulos subseqlientes, estudaremos primeiro como essas varidveis sao mensuradas e, a seguir, as teorias criadas pelos economistas para explicé-las. 1.2 Como os Economistas Pensam Os economistas tentam encaminhar suas questdes — mesmo aquelas que envolvem fatores politicos — ‘com a objetividade de um cientista. Como qualquer ciéncia, a economia possui instrumentos proprios de ‘A Macroeconomia como Ciéncia 30.000 Gvers—Guera_}* Choque do Pewsleo Guerra Grande Guerra ‘oo * Choque do Petleo Mundial Depressio Mundial Coréia Viena 20.000 10.000 5.000 3.000 1900 1910 1920 1930 1940 1980 1960 1970 1980 1990 2000 PIB Real per capita nos EUA PIB Real per capita mede a renda de won agente ‘PIB Real mede a totaidade da renda de todos 0s __econdmieo tpico. agentes econdmicos. Not: PB eal est graficament reprodzdo numa escalaogarimic, onde cada iervalo de io vertical equa gal ‘Setschro percetul. Asim iervalo ene $5,000 © $10,000 gal aa intra ere $1 0000 $20.00, Forte: Buren of the Cons Sie Etatiticas dr EUA: do periods colonial 31970 ¢ epatamenta de Correa os EUR, Choque do Petrleo 30 Guera Gera TOvera Grande Guerra da oe 2 Choque do Pewsteo Mundial Depressio Mundial Coréia Vietna 20 -10 20 19001910 19201930 194019501960 1970 19801990 2000 x ‘Taxa de Inflacio Americana ‘Um taxa negativa indica que os pros esto A taxa de inflagio mede a variagio percentual no queda. nivel médio de pregos em rlagSo a0 ano anterior. Nota: taxa de nag aca & comic pelo deflator do PH. Fore: US. Bureau ofthe Consus (Sétes Estas dos EU: do pavode colonia 1970)e Deparameno ds Comercio dos tA 5 6 — Macroeconomia J Choque do Pewsleo 30 Guerra Gera TGvera Grande 1t.Guerss da ‘o 2 Choque do Perleo Mundial Depressio Mundial Cora Views ° 1900 1910 1920 1930 19401950 198 19701980 19902000, Ao ‘Taxa de Desemprego dos EUA ‘Avtaxa de desemprego mede a frag da forga de ‘wabalho que estd desempregada, Forte. Burau he Census Série Exttiicas dex ELA do period colonial a 1970 e Departament de Comrie dos BUA. trabalho: terminologia, dados e um modo de raciocinar. A um iniciante tais ferramentas podem parecer estranhas e antiquadas. A prética é a melhor maneira de uma pessoa familiarizar-se com tais instrumen- tos; porisso, este livro vai lhe oferecer muitas oportunidades de exercitar-se. Mas, para que os instrumen- tos de andilise paregam menos complicados, é preciso, antes de tudo, compreendé-los bem, o que passare- mos a fazer na proxima seco. Os Modelos Econémicos Os economistas procuram compreender os fatos empregando teorias simplificadas chamadas modelos, que geralmente sintetizam em equagdes matemidticas relagdes entre varidveis econdmicas. Os modelos so titeis porque ajudam a por de lado detalhes irrelevantes e a focalizar com mais nitidez as conexdes importantes. ‘Os modelos contém dois tipos de varidveis: as varidveis exOgenas e as varidveis end6genas. Varis- veis exégenas so as que tém origem fora do modelo — sio insumas introduzidos no modelo. AAs vari veis endégenas vém de dentro do proprio modelo — sao o resultado deste. Em outras palavras, as vari veis exégenas sio fixadas no momento em que entram no modelo, enquanto as varidveis endégenas so determinadas dentro do modelo. Como ilustra a Fig. 1.4, a finalidade de um modelo € mostrar como as varidveis ex6genas influenciam as endégenas. Imaginemos, por exemplo, como um economista desenvolveria um modelo do mercado de pizza. Pri- meiro, ele supde que a quantidade de pizza que os consumidores demandam, Q#, depende do preco da pizza, P, e da renda agregada, Y. Essa relagiio 6 expressa na equagio como O' = DiP,, ¥). onde D() representa a fungdo de demanda. Do mesmo modo, economista supde que a quantidade de pizza ofertada pelas pizzarias, Q*, depende do prego do pizza, P, e do preco do queijo, P,, usado na pizza: O'= OP, P,) ‘A Macroeconomia como Ciéncia ‘Como Funcionam os Modelos. Modclos sio__variveis endégenas so aquelas que 0 modelo teorias simplificadas que demonstram relagSes __explica. O modelo demonstra como uma variével bsicas entre variveis econdmicas. Vatidveis ‘exGgena afeta todas as variéveis endégenas. ‘exGgenas so as que vém de fora do modelo; onde O( ) representa a fungao de oferta. Finalmente, o economista supde que o prego da pizza se ajusta para equilibrar oferta e demanda: @= a As trés equagdes compdem um modelo do mercado de pizza. Oeconomista ilustra 0 modelo com um diagrama de oferta e demanda igual ao que se vé na Fig. 1.5. A curva da demanda mostra a relagdo entre quantidade de pizza demandada e prego da pizza, permanecen- do constante a renda agregada. A curva inclina-se para baixo porque quanto mais elevado for o prego da pizza, maior serd o mimero de consumidores que vo procurar outros alimentos e passardo a comprar me- nos pizza. A curva da oferta mostra a relagio entre a quantidade de pizza ofertada e 0 prego da pizza, mantendo constante 0 prego do queijo. Essa curva se inclina para cima porque quanto maior for prego a pizza, mais unidades as pizzarias irdo fabricar. O ponto de equilfbrio do mercado & dado pelo prego e quantidade em que se cruzam as curvas de oferta e demanda. Ao preco de equilibrio, os consumidores decidem comprar exatamente a quantidade de pizzas que as pizzarias esto dispostas a produzir. Quaniade de pizza 2 ‘As Curvas de Oferta ¢ Demanda. 0 modelo _curvada oferta € ascendeate,relacionando 0 prego ‘econdimico mais conhecido é 0 da oferta e ‘da pizza quantidade ofertada pelas pizzarias. O ‘demanda de um bem ou servigo—no easoem —_ prego da pizza se ajusta até que a oferta iguale a ‘exame, da pizza. A curva da demanda € descen-_procura. O ponto onde as duas curvas se cortam ‘dente, relacionando o prego da pizza A quantidade marca o equilfbrio do mercado, que indica o prego de pizza que os consumidores demandam. A ‘de equilbrio e a quantidade de equilbrio da pizza. 7 8 Macroeconomia Efeitos de um Aumento da ‘Demanda. 0 crescimento da renda agregada aumenta sdemanda de pizza — isto & ppara um dado nivel de pregos, ‘0s consumidores querem ‘agora comprar mais pizza. Esse fato € representado por ‘um movimento para fora na curva da demanda. O prego da pizza cresce até que a oferta rovamente se iguale & ‘demand. Neste caso, tanto 0 prego de equilfbrio quanto a ‘quantidade de equilibrio da pizza sobem. Prego da pizza Quantidade de pizza modelo do mercado de pizza tem duas varidveis exdgenas duas varidveis endégenas. As primeiras sio a renda agregada e o prego do queijo. O modelo nao tenta explicd-las, mas toma-as como predetermi- nadas (talvez deixem para explicé-las com outro modelo). As varidveis endégenas so o prego da pizza e a quantidade de pizza vendida. Sio essas as varidveis que o modelo busca explicar. (O modelo revela que a mudanga em uma das varidveis exdgenas afeta as duas varidveis endégenas. Por exemplo, se a renda agregada aumenta, a procura de pizza também aumenta, como ilustra a Fig. 1.6. Pode-se ‘erificar também que tanto © prego de equilibrio quanto a quantidade de equilfbrio sobem. Do mesmo modo, se aumenta 0 prego do queijo, diminui a oferta de pizza, como se vé na Fig. 1.7. Neste caso, 0 prego de equi- brio da pizza sobe e a quantidade de equilibrio cai. Assim, o modelo demonstra claramente que mudangas na renda agregada ou no prego do queijo influenciam o mercado de pizza. O modelo de pizza, como todos os modelos, assume algumas hip6teses simplificadoras. Ele nao leva em consideracao, por exemplo, que as pizzarias se localizam em diferentes lugares. Por isso, uma pizza rias pode ser mais conveniente para um consumidor do que outras, significando que as pizzarias tém uma Fie 17 PTT TT Efeitos de uma Diminuicao da Oferta. Se o prego do queijo sobe, 2 oferta de pizza diminui = quer dizer, para um dado nivel de pregos, as pizzarias acharo menos lucrativo vender pizza: decidem redurit sua producio. Isso esta tepresentado num deslocamento para a esquerda da curva da oferta, O mercado move-se para a nova intersegdo entre oferta e pprocura. Aumenta o prego de equilibrio ¢ cai a quantidade de equilibrio. Progo da pizza (Quantidade da pizea ‘A Macroeconomia como Ciéncia certa capacidade para definir seus préprios precos. Embora modelo suponha que ha apenas um prego para a pizza, na realidade pode haver precos diferentes nas varias pizzarias Como devemos nos posicionar diante da falta de realismo do modelo? Seria melhor descarté-lo inteiramente? Ou deverfamos construir um modelo mais complexo que dé conta dos diferentes pre~ {¢0s da pizza? A resposta a essas perguntas depende de nossos objetivos. Se quisermos explicar como 0 prego do queijo afeta o prego médio da pizza ou a quantidade vendida, a diversidade de pregos da pizza, nesse caso, ndo tera importancia; modelo simplificado resolve bem a questo. Mas se qui- sermos explicar por que, nas cidades onde ha trés pizzarias, 0 prego da pizza é mais baixo que em cidades com apenas uma pizzaria, 0 modelo simples nao terd tanta utilidade. ‘A sutileza da andlise econdmica estd exatamente em saber avaliar se uma hipétese é esclarecedo- ra ou falsa. Um modelo construfdo com total realismo tornar-se-ia muito complicado e até mesmo incompreensivel. A simplificagao € um requisito necessério na construgao de modelos titeis. Entre~ tanto, eles podem induzir a conclusdes equivocadas quando ignoram aspectos cruciais da econo mia. A construgdo de modelos em economia exige, portanto, muito cuidado € muito bom-senso. O Ecletismo da Macroeconomia Os macroeconomistas tratam de muitas questdes diferentes. Por exemplo, eles examinam a influéncia da politica fiscal sobre a poupanca nacional, o impacto do seguro-desemprego sobre a taxa de desemprega- dos € 0 papel da politica monetéria na manutengdo de pregos estdveis. A macroeconomia € tao diversifi- cada quanto a propria economia. Como nao existe um tinico modelo capaz de responder a todas as perguntas, 0s macroeconomistas usam diferentes modelos conforme seus objetivos. Uma das tarefas mais importantes € mais dificeis para o es- MM, uncdes para Expressar Relacies entre Varidvei Jos econdmicos expressam relagdes entre variveis, frequentemente enunciadas como ima funcdo é um conceito matemético que demonstra a dependéncia de uma varivel ‘um conjunto de outras. Por exemplo, no modelo do mercado de pizza, dissemos que de pizza demandada depende do seu prego e da renda agregada. Para expressar essa lac, escrevemos O=DE,, ¥). wuacdo diz que a quantidade de pizza demandada, Q',é uma fungao do prego da pizza, P, ‘agregada, Y. Na notagao funcional, a varidvel que precede os parénteses denota a fun- , D (_) € uma fungdo que expressa como as varidveis entre paréntese determinam a quantidade de pizza demandada. Se soubéssemos mais coisas a respeito do mercado de pizza, poderfamos atribuir uma formula numérica para determinar a quantidade de pizza demandada, Poderfamos escrever Q'=60~ 10 P, +29. esse caso, a fungio de demanda é D(P, ¥) = 60 ~ 10, + 2¥. Qualquer que seja o prego da pizzae a demanda agregada, a fungao indica acorrespondente quan- tidade demandada de pizza. Por exemplo, se a demanda agregada for 10 e 0 prego da pizza 2. a ‘quantidade de pizza demandada seré 60; se o prego da pizza subir para 3, a quantidade de pizza demandada cairé para 50. A notacdo funcional permite-nos expressar uma relagio entre varidveis, ainda que a preciso numérica da relagdo seja desconhecida. Por exemplo, pode-se saber que a quantidade de pizza demandada diminui quando o preco sobe de 2 para 3, mas nfio se pode saber de quanto é essa ‘queda. Nessa situagdo, a notago funcional € util: enquanto soubermos que existe uma relacZio entre as varidveis, poderemos expressé-la através da notagdo funcional. 10 Macroeconomia tudante ¢ lembrar-se de que nao hé um tinico modelo “correto”. Ao contrétio, existem muitos modelos, € cada um deles ¢ stil para uma finalidade especifica. Este livro, portanto, apresenta virios modelos, que tratam de responder a diferentes perguntas, e que se baseiam em pressupostos distintos. Procure lembrar-se de que um modelo € to bom quanto suas hip6te- ses, € que uma hipotese pode ser boa para uma finalidade, mas falsa para outra. Ao usar um modelo para investigar uma pergunta, o economista deve estar consciente das hipdteses que estilo subjacentes e avali- ar se elas so aceitéveis para dar conta do problema, Precos Flexiveis e Precos Rigidos ‘Uma das hipteses centrais dos modelos macroecondmicos refere-se & velocidade com que os pregos & salérios se ajustam. Geralmente os economistas presumem que 0 preco de um bem ou servigo ajusta-se rapidamente para cequilibrar oferta e demanda. Em outras palavras, admite-se que, aos precos vigentes, os consumidores ‘comprario tudo 0 que desejarem e os fornecedores venderdo tudo o que quiserem. Essa hipstese chama- se equilibrio de mercado (market clearing) e € central no modelo do mercado de pizza que discutimos acima. Os economistas empregam modelos de equilfbrio de mercado para responder & maioria das questoes. Mas a hipétese de um continuo equilfbrio de mercado nao ¢ inteiramente realista. Para que os merca- dos sempre se ajustem, € preciso que 0s pregos se ajustem instantaneamente a mudaneas na oferta e na demanda. Na realidade, muitos saldrios e pregos s6 se ajustam lentamente. Contratos de trabalho muitas vezes definem saldrios para vigorar durante perfodos de até trés anos, € muitas empresas sustentam os precos de seus produtos por muito tempo — por exemplo, nos EUA as editoras de revistas 86 mudam os precos de banca a cada trés ou quatro anos. Embora os modelos de equilibrio de mercado suponham que todos os pregos ¢ saldrios so flexiveis, na realidade alguns deles sio rigidos. ‘A aparente rigidez de precos nao inviabiliza os modelos de equilfbrio de mercado, porque os pregos no se mantém rfgidos para sempre; em dado momento, eles Se ajustam a mudangas na oferta e demanda. Esses modelos nao explicam a economia em todos 0s momentos, mas descrevem uma situagdo de equili- brio para a qual a economia evolui lentamente. Por essa razdo, a maioria dos economistas acredita que a flexibilidade dos pregos € uma hipétese tio razodvel para o estudo das questdes de longo prazo quanto 0 cctescimento econémico que se pode observar ao longo de década Entretanto, a hipétese da flexibilidade dos pregos € menos plausivel para o estudo das questdes de cur- to prazo, como por exemplo as flutuagdes anuais, Em curtos perfodos de tempo, muitos pregos sao fixa- dos em niveis predeterminados, de modo que a maioria dos economistas acredita que a hipdtese da tigi dez.é melhor para analisar comportamento da economia no curto prazo. © Papel da Microeconomia na Macroeconomia ‘A microeconomia, literalmente 0 estudo da economia em pequena escala, investiga as atividades real zadas por unidades individuais; ou seja, como familias e empresas tomam decisdes e como se dio as i teragdes entre seus agentes no mercado. O principio bisico da microeconomia € que familias e empresas “otimizam” suas decises — fazem o melhor que podem dados os seus objetivos e restricdes. Nos mode- los microecondmicos, as famflias escolhem 0 que comprar visando maximizar seu nfvel de satisfa chamado pelos economistas de utilidade; ¢ as empresas, o que produzir visando maximizar lucros. ‘Como os fendmenos estudados pela macroeconomia so gerais e decorrem da interagdo entre muitas familias e empresas, macro e microeconomia sao estreitamente interligadas. Ao estudar a economia como um todo, devemos considerar as decisdes tomadas pelos atores econmicos individuais. Por exemplo, para compreender os determinantes do consumo agregado, devemos pensar numa familia que decide quanto vai gastar no presente e quanto quer poupar para o futuro. Para entender os determinantes do investimen- to agregado, devemos pensar numa empresa que decide construir uma nova fébrica. A macroeconomia fundamenta-se necessariamente na microeconomia, porque as variaveis agregadas so o simples somat6- rio das variaveis que descrevem intimeras decisdes individuais Embora as decisdes microeconémicas estejam sempre subjacentes aos modelos econémicos, em mi tos destes 0 comportamento otimizador das familias e empresas estd mais implicito do que explicito. Eo que acontece no modelo da pizza que acabamos de apresentar. As decisdes das familias sobre a quantida- de de pizza que desejam comprar esto subjacentes & demanda de pizza; e as decisdes das pizzarias sobre a quantidade de pizza que desejam produzir fundamentam a oferta de pizza. Presume-se que as decisdes das famflias tenham em vista maximizar a utilidade e as das pizzarias maximizar os Iucros. Contudo, 0 A Macroeconomia como Ci8acia modelo nao focalizou tais decisGes microecondmicas: deixou-as em segundo plano. Igualmente, em boa parte da macroeconomia, 0 comportamento otimizador das familias e empresas permanece implicito. 1.3 A Organizagao do Livro Este livro € constituido de quatro partes. Este capitulo eo seguinte formam a Introduca0. O Cap. 2 examina como 0s economistas medem algumas varidveis econdmicas, tais como renda agregada, taxa de inflagdo ¢ taxa de desemprego. ‘A Segunda Parte, intitulada “A Economia no Longo Prazo” apresenta 0 modelo clissico da economia, cuja principal caracteristica é supor, salvo raras excegdes, o ajuste dos precos para equilibrar os merca- dos; quer dizer, 0 modelo admite a hipétese de equilibrio de mercado, Pelas razdes jé enunciadas, este modelo tende a ser visto como uma descrigao mais adequada da economia no longo prazo. ‘A Terceira Parte, “A Economia no Curto Prazo”, estuda 0 horizonte de tempo em que os pregos sio rigidos. Af se descreve um modelo oposto ao de equilfbrio de mercado, e procura-se demonstrar como as conclusdes do modelo clissico tém de ser reformuladas quando se leva em consideragio a rigidez dos precos. O modelo de precos rigidos destina-se a analisar questdes de curto prazo, tais como as causas das flutuagdes econdmicas o papel das politicas fiscal e monetiria na estabilizacdo da economia. ‘A Quarta Parte, denominada “Mais Acerca da Microeconomia que esté por tris da Macroeconomia”, ex- plica alguns modelos microeconémicos de muita utilidade para a andlise das questdes macroeconémiicas. Por ‘exemplo, as decisdes de consumo e poupanga das familias e as decisdes de investimento das empresas. Essas decisdes individuais configuram 0 cenério macroeconémico geral. O estudo detalhado das decisdes microeco- ‘némicas visa aprofundar nosso entendimento com relagao aos agregados mactoecondmicos. Resumo 1. A macroeconomia € 0 estudo da economia como um todo — inclusive do crescimento das rendas, da estabilidade dos precos ¢ da taxa de desemprego, Os macroeconomistas buscam explicar os fatos econd- micos e formular politicas que corrijam 0 desempenho da economia, 2. Os economistas empregam modelos — teorias simplificadas que mostram como varidveis exégenas influenciam varidveis endégenas — para compreender a economia. A sutileza ¢ dificuldade da anélise econdmiica estd em saber avaliar se um modelo ¢ titil na descrigao das relagdes econdmicas mais impor- tantes. Como no existe um tinico modelo capaz de responder a todas as perguntas, os macroeconomistas ‘usam diferentes modelos conforme seus objetivos. 3. Definir se 0s pregos so flexiveis ou rigidos € um pressuposto essencial para um modelo macroecon6- mico. A maioria dos economistas acredita que os modelos de equilibrio de mercado descrevem a econo- mia no longo prazo mas que, no curto prazo, tém os pregos rigidos. 4. A microeconomia é o estudo de como as empresas ¢ os individuos tomam decisdes, e como eles inte- ragem. Como 0s fatos macroecondmicos nascem de muitas interagdes no plano microeconémico, a ma- croeconomia utiliza diversos instrumentos da microeconomia, CONCEITOS-CHAVE Macroeconomia Modelos PIB Real Varidveis exdgenas Inflacdo e deflagao Varidveis endégenas Desemprego Equilfbrio de mercado Recessio Pregos flexiveis e pregos rigidos Depressio Microeconomia W 12 Macroeconomia QUESTOES DE REVISAO 1. Explique a diferenga entre macroeconomia € microeconomia, Como se relacionam esses dois ‘campos? 2. Por que os economistas constroem modelos? PROBLEMAS E APLICAGOES 1. Que problemas macroeconémicos tém aparecido nos noticirios nos Gltimos dias? 2. Na sua opinido, quais as caracteristicas que defi- nem uma ciéncia? O estudo da economia tem essas, caracteristicas? Vocé acha que ¢ correto considerar ‘A macroeconomia como uma ciéncia? Por qué? 3. Use 0 modelo de oferta e demanda para explicar como uma queda do prego do iogurte afetaria o pre~ 3. O que € um modelo-de equilfbrio de mercado? Quando sua hip6tese subjacente é adequada ou no? ¢0 € a quantidade vendida de sorvete. Identifique as varidveis ex6genas e endégenas. 4, Com que frequéncia tem aumentado o prego que voeg paga para cortar 0 cabelo? Reflita sobre as im- plicagdes de sua resposta para a utilidade dos mo- delos de equilibrio de mercado na andlise do mer- cado de servigos de cabeleireiros, Capitulo 2 Os Dados da Macroeconomia E um erro erasso teorizar antes de ter os dados. Imperceptivelmente, comecamos a distorcer os fatos ‘para adapté-los a teoria, em vez de buscar teorias que se apliquem aos fatos. Sherlock Holmes Tal como os cientistas, os economistas se baseiam tanto na teoria como na observagao dos fatos reais. ‘Como nosso objetivo é entender o funcionamento da economia, a observacdo dos fatos serve de suporte para a construgao das nossas teorias. Uma vez que estas foram elaboradas, voltamos a observar a realida- de para testé-las. Neste capitulo, trataremos desses fatos observaveis na economia, ‘Uma fonte de informacdo sobre a economia é a observacio ocasional. Quando vocé vai as compras, nota a rapidez com que os precos aumentaram; quando procura emprego, percebe se as empresas esta0 ‘admitindo pessoal ou nao. Como participantes da economia, no decorrer da vida, todos nés sempre ac: mos tendo alguma nogiio das condigdes econdmicas. A estatistica econémica fornece uma base de informacdes mais sistemética e objetiva. O governo pes- quisa regularmente as empresas € 0s individuos para conhecer fatos de sua atividade econdmica — quan- to ganham, 0 que compram, quais os pregos que cobram e assim por diante. A partir dessas pesquisas, elaboram-se diversas estatisticas que sintetizam a situago da economia, Essas estatisticas fornecem os dados que os economistas usam no estudo da macroeconomia e, além disso, ajudam as autoridades a acom- panhar 0s acontecimentos e formular politicas adequadas. Neste capitulo, tratamos das tés estatfsticas mais utilizadas no estudo da economia e na avaliagao da polf- tica econémica, O Produto Interno Bruto, ou o PIB, informa sobre a renda total do pais e a totalidade das des- esas feitas na produgio de bens e servicos. O fndice de pregos 20 consumidor mede 0 nivel de pregos, en- quanto a taxa de desemprego informa sobre a parcela dos trabalhadores que se encontra desempregada. Veremos, agora, como essas estatisticas so calculadas ¢ 0 que elas nos dizem a respeito da economia. 2.1 A Medida do Valor da Atividade Econémica: o Produto Interno Bruto Geralmente se considera o PIB como a melhor medida do desempenko de uma economia. Essa esta- tistica, que nos EUA € calculada a cada trés meses pelo Departamento de Comércio, procura resu- mir em uma tinica cifta o valor em délar da atividade econémica. Em termos mais precisos, 0 PIB igual + renda total de todas as pessoas na economia e * despesa total da economia na producdo de bens ¢ servigos. Desse ponto de vista, tanto da renda como da despesa, fica claro por que o PIB é uma medida de desem- penho econdmico. O PIB mede algo que as pessoas desejam: suas rendas. Da mesma maneira, uma eco- ‘nomia que disponha de uma grande produgao de bens e servigos pode satisfazer melhor as demandas de individuos, empresas e governos. 14 Macroeconomia Como € que o PIB pode medir tanto a renda quanto a despesa envolvidas na produgao de bens e servi- ¢0s? A explicagdo é que, na verdade, ambas as quantidades expressam a mesma coisa. No plano da eco- nomia como um todo, a renda deve ser igual & despesa. Para entender isso precisamos analisar a contabi- lidade nacional, ou as contas nacionais, o sistema de célculo que mede o PIB e outras estatisticas afins. Renda, Despesa e Fluxo Circular Imaginemos uma economia que procuz um tinico bem, 0 pao, a partir de um tnico fator, o trabalho. A Fig. 2.1 itustra todas as transagdes econOmicas que ocorrem entre as familias e as empresas nessa economia O circuito interno dessa figura representa o fluxo de pao ¢ trabalho. As familias vendem os servicos da mio-de-obra as empresas; estas usam mao-de-obra para produzir o pao que, por sua vez, vendem as fami lias, Assim, o trabalho flui das familias para as empresas e o pao circula das empresas para as famflias. O circuito externo representa o fluxo de délares correspondente. As familias compram pao das emp sas; estas usam uma parte da renda proveniente das vendas para pagar 0s saldrios de seus trabalhadores; © restante é 0 lucro dos donos das empresas (os quais so, eles prdprios, integrantes do setor familia). Portanto, a despesa com pai flui das familias para as empresas, e a renda, na forma de sakirios e lucros, circula das empresas para as familias. OPIB mede o fluxo de délares nessa economia, Podemos calcular esse fluxo de duas maneiras. O PIB €0 total da renda proveniente da producio de pao, que é igual & soma de saldrios e lucro — a metade superior do fluxo circular de délares. O PIB também expressa o total de gastos com as compras de pio — a metade inferior do fluxo circular de délares. Desse modo, podemos observar que o fluxo de délares vai das empresas para as familias ou, inversamente, das famflias para as empresas. ‘A equivaléncia entre renda e despesa decorre de uma regra de contabilidade: todas as despesas efetu- adas na compra de produtos so necessariamente renda do ponto de vista dos produtores desses bens. De Lie 21 oT Renda (8) Mereadorias (po) © Fluxo Circular. A figura lust 0s fluxos entre 0 circuito extemo representa os fluxos comespon- ‘empresas e familias em uma economia que produz _dentes de délares: as familias pagam 2s empresas © uum bem, 0 plo, a partir de um fator,o trabalho. po eas empresas pagam saliios ¢luero as . a poupanga privada? a poupanga nacional? 4.0 investimento? 5. Suponha que um aumento de confianga eleva as expectativas de renda futura dos consumidores ¢ isso 05 leve a querer consumir mais agora. Isso pode ser interpretado como um movimento para cima na fun- ga0-consumo. Como esse movimento afeta o inves- timento e a taxa de juros? 6. Considere uma economia que se comporta de acordo com as seguintes equagdes: ‘A Renda Nacional: Produclo, Distribuigio e Alocagio 57 da por bens de capital? E em relacdo a curva de Y=C+I+G bens. Considere 0 efeito de tal medida, supondo que ¥ = 5.000 existam dois tipos de bens de investimento — de ca- G = 1.000 pital (empresas) e residéncias —e que o governo te- T = 1.000 nha instituido um incentivo fiscal somente para o pri- C= 250 +0,75(Y ~ 7) meiro tipo. 1 = 1.000 ~ 50r a, Comoessa politica influenciaa curva de deman- a Nessa economia, calcule a poupanga priva poupanga do setor publico ea poupanga nacional. b, Ache a taxa de juros de equilfbrio. ¢. Suponha agora que G aumente para 1.250. Calcule @ poupanga privada, a poupanga do setor piblico e a poupanga nacional 4. Encontre a nova taxa de juros de equilibrio. demanda por residéncias? b. Faga um grifico descrevendo as curvas de oferta e demanda por fundos de empréstimos. Como tal medida econémica pode afetar a oferta e demanda destes? O que acontece com a taxa de juros de equilibrio? c. Compare os dois pontos de equilibrio — 0 anterior ¢ 0 atual — e diga como tal medida afeta os montantes de investimento total, de bens de capital e de residéncias. 9, Se o consumo depende da taxa de juros, 0 que isso tem a ver com a conclusdo deste capitulo sobre os efeitos da politica fiscal? 7. Suponha que 0 governo aumenta impostos e des- esas em quantidades iguais. © que acontece com a taxa de juros o investimento? Sua resposta tem al- ‘guma relagio com a propensio marginal a consumir? 8. Quando o governo cria subsfdios ao investimento, zgeralmente eles se destinam somente a alguns tipos de Apéndice A Fungao de Producao Cobb-Douglas Que tipo de fungao de produgio descreve a forma como a economia real transforma os fatores capital e trabalho em produto (PIB)? A resposta nasceu de um episédio hist6rico resultante da colaboragio entre ‘um senador norte-americano e um matemético. Paul Douglas, senador do estado de Illinois entre 1949 e 1966, observou, em 1927, quando ainda era professor de economia, que a reparticao da renda nacional entre capital e trabalho vinha se mantendo ‘mais ou menos constante hé muito tempo. A medida que crescia a produgao global da economia, traba- Ihadores e proprietérios do capital compartithavam igualmente da prosperidade. A observagio levou Douglas a se perguntar sobre as circunstncias favordveis a uma participagdo constante dos fatores na renda. Douglas perguntou ao matemistico Charles Cobb se haveria por acaso alguma fungdo de produgo ca- paz de criar condigdes de participago constante dos fatores, ja que estes so sempre remunerados pelos seus produtos marginais. A funcdo de produgao deveria conter uma propriedade de - Renda do Capital = PMgK X K =a, Renda do Trabalho = PMgL x L= (1 ~ a) ¥, onde a é uma constante entre zero e um, medindo a parcela da renda que pertence ao capital, ou seja, « determina que parcelas da renda cabem ao capital ou ao trabalho, Cobb demonstrou que a fungao portado- ra dessa caracteristica € a seguinte: Y= F(K,L) =AK*L'-*, aqui, A € um pardmetro maior do que zero, medindo a produtividade da tecnologia disponivel. A relagio tornou-se conhecida como fungdo de produgao Cobb-Douglas. Muitos economistas acreditam que essa funcdo de produgdo descreve com bastante preciso 0 modo ‘como a economia transforma capital e trabalho em produto. Por isso convém examinar um pouco melhor suas propriedades. Primeiro, a fungao de produgio Cobb-Douglas contém a hiptese de retomnos constantes de escala. Ou seja, aumentando-se proporcionalmente capital e trabalho, haverd um acréscimo correspondente do produto.” Depois analisamos os produtos marginais da fungao de producao Cobb-Douglas. A produtividade marginal do trabalho é PMgL =(1 ~ @AK*L~* a produtividade marginal do capital € PMgk = oAK*~'L!~*. Resa Nate para vetlicar ea func3o Cobb-Douglas cont hits de retrnonconstanes de excl, examine 0 qe aconece quand se ‘mtipicecaptal etabalho pox um coeicente constants Epandinde 0 termes do segundo membre ters que: Selina para aponimar torn ethane, cer, sees Fok, 20)= 22 “ABU Porat a quntidade do produto ¥ aumenta pio mesma itor 2, incicand que 3 fungSo de prs o supe etomos constants de excal ‘Not Materia: ¢preeso um pouco de edule para dedua as Iomilas os reds marginals a pat da ungdo de produ. Para encontrar Pll lerencea dongle de pod com rlags0 2 pela mutplicago do especie 1a), subs 1 do ani expoetee cena © novo ‘Sip, —a:Faga mes para encoatar PUK: iorent ands Hin ce prcrso com relapse 2 ‘A Renda Nacional: Producao, Distribuiglo e Alocagio 89 Lembrando que 0 coeficiente a varia entre zero ¢ 1, podemos descobrir, a partir das equagdes, as causas a variagao dos produtos marginais dos dois fatores. Um aumento na quantidade de capital eleva a PMgL. e diminui a PMgX. Da mesma maneira, um aumento na quantidade de trabalho reduz a PMgL e eleva PMgK. Todo avango tecnol6gico que ample o parametro A eleva proporcionalmente a produtividade mar- ginal de ambos os fatores. Os produtos marginais da fungo de produgio Cobb-Douglas também podem ser escritos da seguinte maneira:* PMgL = (1 ~ @)¥/L PMgK = aYIK. A PMgL € proporcional ao produto por trabalhador e a PMgK ao produto por unidade de capital. Dé-se 0 nome de produtividade média do trabalho ’ relacio Y/L de produtividade média do capital & relagio ¥/ K. Na fungao de produgdo Cobb-Douglas, a produtividade marginal de um fator corresponde proporcio- nalmente & sua produtividade média. Sendo 05 fatores remunerados pelos seus produtos marginais, o parémetro a diz muita coisa a respeito das parcelas de renda que cabem ao capital e ao trabalho respectivamente. O custo salarial total, que afir- mamos acima ser igual a PMgl. X L & apenas equivalente a (1 — @)Y. Portanto, (1 — a) representa a parcela do produto que cabe ao trabalho. Da mesma maneira, a remuneragao total do capital. PMgK X K, €aY, e 0 coeticiente « corresponde 3 parcela do produto percebida pelo capital. A relagdo entre renda do trabalho e renda do capital é uma constante, (1 — a) /ez, como Douglas assinalou. A participagio de cada 10 Razio entre renda do trabalho e renda do capi ° 1995 195019851960 1965 1970 1975 1980 19851990 1995 ‘Ano ‘A Relagao Entre Renda do Trabalho e Renda das contas nacionais. A renda do trabalho Total. A renda do trabalho nos EUA tem-se ‘corresponde a remuneragio dos trabalhadores, A ‘mantido, por um longo perfodo de tempo, em tomo renda do capital € o resultado da soma dos lucros ‘de 0,7 em relacio A renda tol. Tal constincia na das empresas, juros liquidos, aluguéis e deprecia- participagdo dos fatores na enda nacional € uma __ go. Exelu-s¢ do edlculo a renda dos proprietiios, aie k i ie ace 1 4,000 2,000 1400 0,600" 0,200 2 4,200 2,049 143504615 0,195 3 4395 21096 1467 0,629 0,189 4 = 4584 2141 1499 0,642 0.458 0.184 5 4.768 2184 1329, 0,655 0am 0,178 10 5,602 2,367 1,657 0.710 0.560 0.150 2s 7321 2,706 18940812 0.732 0,080 400 8,962 2,994 2,096 0,898 0,896 0,002 o 9,000 3,000 2,100, 0,900 0,900, 0,000 67

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