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OUTROS LANCAMENTOS AS CONFISSOES INCONFESSAVEIS DE SALVADOR DALI ‘Texto apresentado por André Parinaud DRACULA: MITO OU REALIDADE? Raymond T. McNally © Radu Florescu MINHA VIDA NA MAFIA ‘Vincent Teresa A CASA DE PAPEL ‘Frangoise Mallet-Joris ASSIM FALOU SAKHAROV ‘A. D, Sakharov A MAIS FRIA DAS GUERRAS C. L, Sulzberger © PECADO DE NOSSA EPOCA ‘Karl Menninger HISTORIA DA MINHA VIDA ‘Charles Chaplin ‘OS SANTOS QUE ABALARAM © MUNDO René Fulop-Miller © DEPOIMENTO DO SS ALTMANN-BARBIE Evaldo Dantas Ferreira AANDIA QUE EU VI Vera Pacheco Jordio EM BERCO FSPLENDIDO (ENSAIO DE PSICOLOGIA COLETIVA BRASILEIRA) 1. O, de Meira Penna DOSTOTEVSKT ‘Hamilton Nogueira © LIVRO DE ANTONIO ‘Antonio Carlos Villaga 0S ARQUIVOS DE ANDERSON Jack Anderson © George Cilfford < S E a 2 = 2 & w B g < = & z & 5 plano das preocupagces de um niimero cada vez maior de espe- cialistas, Seu autor, o eminente psiquiatra norteamericano Dr. Bric Berne, encara-o sob 0 prisma da andlise transacional, dis- cutindo-o A luz de conceitos que_visam principalmente aprofundar o conhecimento dos fatores que compdem a trama dos elacionamentos interpessoais, nos quais 0 sexo obviamente desempenha importante papel. Em linguagem simples, acessivel, antes. coloquial que professoral, 0 que torna ainda mais assimilavel o teor infor- mative, pedagégico mesmo, destas paginas, Dr, Berae analisa toda a vasta e complena ‘gama de questdes relacionadas com o sexo, detendo-se especialmente mas téticas'e dis. Farces freqientemente grotescos de que 8s pessoas costumam langar mao quando Praticam seus “jogos” sexua‘s. Original, instrutivo, solidamente fun- dado em estudos e pesquisas, transbor- ‘dante de verve e sabedoria, Sexo © amor Ieltura indispensével a todos os que pre- tendam permanentemente bem ‘ fatualizados, * ‘Benne exerceu a psiquiatria em San Franchico © Carmel; na California. Inte- grante do corpo diretivo da Associagio Priquidtrica Americana © presidente “do conselho administrativo da Associagéo In- temacional de Anéliso Transacional, Dr. Berne jambém Iecionou terapia de grupo no Instituto Neuropsiquidtrico Langley Porter € foi consultor de terapia de grupo 120 Instituto Neuropsiquidtrico McAuley de San Francisco. Sexo e amor tevo origem numa série de confertncias sobre psicolo; sexual ‘que Dr. Berne proferiu na Uni sidade ‘da Califémia, Entre seus livras destacamse A Laymen’s Gi Psychiatry and Psychoanalysis, Tr tional Analysis ia Psychoterapy © People Piay. z x a ow SEXO E AMOR goto? ‘COMPRA VERDE, TROCA, tivROs, Discos Ecos 234-8142 Patan Peng (aes L “Ubsrtindis - MG wt por ERIC BERNE SEXO E AMOR Tradugio de Pepro LoureNco Gomes RIO, 1976 Livraria JOSE OLYMPIO EDITORA Denize da Silveira ‘Tivlo do original norte-smericano: ‘SEX IN HUMAN LOVING Copyright @ 1970 by City Notional Bank, Beverly Hills, Cal or) Direitos reservados para o Brasil LIVRARIA JOSE OLYMPIO EDITORA §. A. Rua Marqués de Olinda, 12, Rio de Janeiro, ‘Repiblica Federativa’do Brasil Printed in Brazil f Impresso no Brasil Cape Eugenio. FICHA, CATALOGAAFICA @reperada pelo Centro de Catalogapio-na-tonte do Sindieato Nasional dos Editores de Livros, RJ) Beme, Eric. BAe ""'Sexo.e amor; tradugdo de Pedro Lourengo Gomes. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1976, 7 2igp.” ust. lem. Do original em inglés: Sex in human loving 1, Sexo — Manuais, 1, Titulo, cpp — 301.4)80202 769320 ‘cD — 392.6(022) A todos aqueles que tm sido meus amigos ao longo de todos estes anos... com estinta, reconhecimento € ‘gratid@o Denize da Silveira SUMARIO” PREFACIO SEXO E AMOR Inmonugio: FALANDO DE SEXO A. O soxo é umido, 3; B, Algumas palavsas fries ¢ secas, 3; C. Algumas palavras mornas ¢ imidas, 5; D. Palavras obscenas, 6; EA netureza da obscenidade, 7; F. A lata de Tixo, 10; G. Pornégrafos © praguejadores, 1; H. Obs- cenidade “por diversio, 12; I. Obscenidade’e amor, 14; J. Educagao sexual infentil, 15; K. Educagio sexual inter- medidria, 16; L. Educagio sexual avangada, 18; M.A edu- eagio sexual de adultos nos Estados Unidos, 21; N. Um vocabulério sexual padrio, 22, Prreina Pakre 0 SEND F 05 ORGAOS SEXUAIS 1/ POR QUE O SEXO # NECESSARIO A. Introdugto, 27; B. Que € 0 sexo?, 28; C. Mas do que s¢ trata, afinal?, 30; D. A finalidade do sexo, 32; E. Sefo © cidncia, 35; F. Sexo c xeligiio, 36, 2/ © ATO SEXUAL A. Os Srgios sexuais masculinos e femininos, 38; B. Como se inicia, 39; C. O vigor masculino, 44; D. ‘© vigor femi- nino, 48; E. © orgasmo, 50; B. A psicologia do sexo, 51; G. A diologia do sexo, 53. vi ey 38 3/ A EXPLORACAO DOS ORGAOS SEXUAIS ‘A. Introdugéo, 58; B. A explotagdo do pénis, 58; C, A exploragio da vagine, 60; D. Os Grgios sexuais na estru- turagao do tempo, 62; E, A exploragao do orgasmo, 64; F. Desvios sexuais, 66. Sesuvon Parr © SEXO E AS PESSOAS 4/ FORMAS DE RELACIONAMENTO HUMANO A. A personalidade humana, 73; B, O diagrama do relacio- namento, 76; C. Conhecidos, 78; D. Colegas de trabalho, 79; F. Membror de camité, 80: F. Respeito, 4; G. Admiragio, 87; H. Afeigao, 89; I. A ligagio, 91; J. Devassiddo, 99; K. Companheiros, 101; L. Amigos, 101; M. Intimidade, 103; N. Amor, 106; O. Classificagio dos relacionamen- tos, 108; P, Casamento, 111; Q. Relagées legais, 112. 5} JOGOS SEXUAIS A. Introdugo: & um mundo louco, 115; B. Progcamasio dos pais, 118; C. Tipos de roteiros, 122; D, Truques da natureza, 129; B. O que & um jogo?, 134; F. Alguns jogos sexuais, 139; G. Por que as pessoas jogam, 146; H. A iusto de autonomia, 148. 6/ SEXO E BEM-ESTAR OU INTIMIDADE PREVEN- TIVA A. Introdugao, 153; B. Contato fisico ¢ saiide fisica, 154; C. As seis fomes, 158; D. Sexo e ética, 162; E. Sexo ¢ 164; F. Sexo © intimidade, 165; G. Sexo ¢ casa- mento,” 167; H. Sexo © pesquisa, 168; I. Sexo e bem estar, 169, ‘Tencems Pasre OSLUDIO 7) PERGUNTAS A, Perguntas © respostas, 181; B, Uma selecio de li- vvr0s, 189. 8/ UM HOMEM DO MUNDO A. Amor e casamento, 195; B. Ditos breves, 200; C. Os tristes, 204; D. Papo final, 205. 58 B us 153, 181 195 vit Avian: 4 CLASSIFICAGKO DAS RELAGOES HU- 206 PREFACIO A. Introdugio, 206; B. Tipos de relacionsmentos, 207; © Discussio, 213. Este ivgo se baseia nas conferéncias Jake Gimbel de Psicologia LISTA DAS FIGURAS Sexual que tive o privilégio de fazer na Universidade da Cali- fomia em abril © maio de 1966. O Dr. Salvatore P. Lucia, pro- fessor de Medicina ¢ de Medicina Preventiva no San Francisco Fiona 3 Medical Center, estava no comits de selegio, © acredito que foi rincipalmente ‘através de sun influéncia que fui escolbido para 1. A personalidade humana m esta honza. Sou grato a ele © aos outros membros do comité por 2. Diagrama do relacionamento n me concederem tal oporiunidade. Cerea de seisceatas pessoas com- 3° Colegas de trabalho a pareceram © encheram os cozredores e o fundo do auditério, cada 4. Membros de comissio 82 uma com uma formacao diferente © uma mantira diferente de 5. Comissdo de reclamagses 8 abordar © assunto. © programa original era 0 seguinte: 6: Admiracdo, afeigio € ligagdo 88 7 Compareiros 100 : Amigos 102 ‘métri CONFPRENGAS JAKE GIMBEL DE FSICOLOGA SEXUAL, DE i Range mimes BC na 1966, 508 05 AUSP{cIOs DO. COMITE. DE ARTES » CONE II, Relagéo simétrica CC io RENCAS DA UNIVERSIDADE DA CALIFORNIA, SAN FRANCISCO 12. Exploragio ‘ota 10 ‘MEDICAT. CENTER. 13. 0 triéngulo do drama i37 _ 14A_ A comutagio do esgens-gata 138 pean Ua 14B. A comutagae do babuino 138 de abril —Falando de Sexo MC. A comutagio do paciente 138 13 de abril Formas de Relacionamento Humano 15. 0 diagrama do relacionamento 207 20 de abril Sexo © Bem-estar 160). Ras PP 209 27 de abril ‘Jogos Sexuais 16). Esposos 4 an ‘As quatro conferéncias acima seréo pronunciades as eae aut * 8h30min da noite no Auditério de Ciéncias Médicas do ec A San Francisco Medical Center. 16(6). Professor A-C 210 23 do msio A Linguagem ¢ os Amantes 16(5).Colegas de trabalho A-A 210 Aco acim: vronunciada na Field House 16(5)- Companheiros de jogos C-C aia) de Catverldese de calisiae am Sina eae oO arc HH ‘ Todas us pessoas interessadas esto cordialmente 16(6). Conselheiro A.C 21 paras ete 16(7). Psiquiatra “Crianga” C-P aL parecer. ITA. Adulto programado pela Crianga 214 Apesar de “todas as pessoas interescadas” terem sido convi- 17B. Crianga programada pelo Adulto 214 dudes a comparecer, a platéia compunha-se _principalmente de T7C. Crianga programade pelo Pai 26 estudantes, professores, clinicos ¢ seus colaboradores, O Dr. Lucia foi_um presidente, amével ¢ diplomético, ¢ minha assistente, Srta. Pamela Blum, eficientemente tratou dos arranjos do paleo. ix iit Enquanto isso, a secretiria do Dr. Lucia, Marjorie Hunt, fez os ajustes pata preservar as conferéncias em fita, © a Srta. Olga Aiello datilogratou-as para mim. Sem esta ajuda, é claro, as con- feréneias estariam perdidas para sempre, j& que eu mio tinha nenhum texto e minhas aotas nfo iam além dos titulos dos 16picos. ‘Mas antes de tudo sou grato ao falecido Jake Gimbel por tornar possivél tal série de conferéncias. Quando ele morreu, em 1943, deixou uma soma substancial pare este fim, a sor usada alternadamente pela Universidade de Stanford ¢ a Universidade da California. Desde entéo, as Conferéncias tém estado a cargo de vérlad autoridades notéveis, Estas instituiram um padifio que representa um desafio téo dificil que me tomou quatro anos para ‘entar enfrenté-lo colocando meus pensamentos no papel perante © pliblico, © mesmo agora é com alguma hesitacdo que faco isso. Houve multe divulgagdo do conhecimento sexual desde que Foram feitas estes conferéucias, Em 1967 iniciou-se a publicagio do mensério Medical Aspects of Human Sexuality,’ 0 periodo mais razodvel, respeitivel ¢ digno de conflanca de sen géncro. ‘Tem muito menos da atitude um pouco sensacionalista e desapro- vadora de seu mais ilustre’ predecessor, 0 velho Zeitschrift fir Sexualwissenschaft, onde os pioneiros da_psicandlise publicaram alguns de seits primeiros escritos, ¢ que foi uma importante fonte para Havelock Bilis ¢.os estudiosos da “psicopatologia” do sexo maquela época. Durante esses mesmos quatro anos, 0 Conselho de Informagses ¢ Educagio Sexual? dos Estados Unidos ganhou proeminéncia sob a lideranga da Dra, Mary Calderone, de Nova Torque, As impeciveis qualificagées ¢ mancira da Dra. Calderone sem dGvida contribufram para a aceltago genoralizada de seu trabalho, particularmente 0 de promover a educagSo sexual nas escolas, ‘Uma terecira forga na propagacio do. conkecimento sexual € representada pélas colunas de antincios classificados do Berkeley Barb, do Tribe © de cutros jomais underground, que revelam a prevaténcia © variedade de desvios da posigo oficial ‘visd-vis no ato sexual muito mais diretamente do que Kinsey e seus associados fizeram, apesar de talvez menos romanticamente que os escritos de Havelock Ellis. Uma quatta influéneia que se fez sentir de mancira significativa durante os tltimos dois ou 3 Medical Aspects of Human Sexuality, ditigido por Theodore Bawer- M.D. ¢ David M. Reed, Ph.D., ¢ um conscino consulliva. Publicado. mens ‘salmente em 18, East 48 Streei, New York, N. Y., 1017 8 SIECUS (Sex Information and Bdueation Center of the United States), 3855, Brondway, New York, N. ¥., 10023, = lrés anos sio os abrandamentos legais: a accitagio de ligagdes homosseruais consentidas na Inglaterra, ¢ da pornografia na Di- namarea, por exemplo. O melhor de tudo & a recente conjuncao de sexo 'é humor saudivel (em oposi¢io a piadas mérbidas, sossas ou depreciativas), como no satirico Official Sex Manuals € as parédias de filmes’ eréticos na revista Evergreen. A posicdo avancada corrente € a de que o sexo é razoavelmente decento e chegou pare ficer; portanto € melhor que © encaremos, Isto se distingue da posigdo dircitista, segundo a qual 0 sexo & mais indecente do que tudo, ¢ da posigio radical que diz que nada é indecente, de modo que o sexo no sofreré se for jogado na mesma lata, junto com a violencia eo Lixo, Todas essas influéncias, incluindo os joraais underground (que tém de ser tepudiados por todo mundo por motivos de “respei- tabilidade"), em seu florescimento maximo nos escritos do Dr, Eugene Schoenfeld, que em linguagem direta esclarcce 0 pablico numa coluna semanal sob o nome de Dr. Hip Pocrates.* le agora est aposcntado dessa atividade.) ‘Mas a maior mudanga acontecida durante esse perfodo nio & educacional,“e sim prética. O grande impacto da “pilula” na vida americana esté marcado pelo aparecimento ou ressurgimento da “mulher emancipada”, com sua exigéncia de completa igual- dade sexual, Os originals deste livro foram esquadrinhados por muitas delas & procura de sinais de “‘chauvinismo mesculino”. Alguns dos exemplos que encontraram eram bastante enrolados, de modo que fiz mudangas apropriadas na versio finel. Em ovtros casos, onde achei que 0 “chauvinismo feminino” estava pondo a cabega de fora, mantive minha posigio e deixei que clas se expressassem em nolas 20 pé da pégina, onde esto representadas elas iniciais ME, com minhes réplicas ocasionais subscritas por EB. Para ser justo com ns ME devo dizer que nao inclu! seus indmeros comentérios aprovadores e entusidsticos. © que fiz neste livro foi contar a coisa como penso que €, © que implica © uso de cologuictismos, imagens e casus clinicos, ‘Todos tém a liberdade de manté-lo longe das mios de seus filhos menores de dezesseis anos, ou dezoito, ou vinte e um (ou qua- enta, se for o caso), se jilgam conveniente, Receberei com satis- Jagio a documentagdo de qualquer um que deseje corrigir qual. quer erro ue eu tenha cometido quanto aos fatos. Quanto a questies de opinido, no posso em si consciéncia dar primazia 5 The Officil Sex Manual, Gerald Sussman, GP. Puinam’s Sons, Nova orgue, 1965, 4 Dear Doctor Hip Pocrates, Eugene Schoenfeld, Grove Press, Nove Torque, 1969. a 1, a nfo ser que ele ou cla tenha escutado @ alguma outra pesso: convincentes do quo eu escutei durante mais hist6rias sexual ‘0s Uiltimos trinta anos. Imagino que alguns cafeties © prostitutes sabem mais sobre o sexo em geral, ¢ que alguns cientistas sabem mais sobre aspectos particulates do que um experimentado © interessado psiquiatra. No todo, acho que bé tanta ciéncia quanto ‘arte no que expus, ¢ qualquer discordéncia deve ser apoiada por i sua sproptiada colesto de evidéncias. Muito do que esté escrito aqui no foi dito mas conferéncias, ou foi dito de mancira diferente, Por um lado, aprendi muito desde 1966 ¢, por outro, fazer uma conferéncia é diferente de escrever, Assim, foi necessério editorer, mudar, cortar, rearrumar ‘as conferéncias, para colocé-las em dia © tom mais legiveis. A fim de fazer isso mais efetivamente adotei 0 artificio de escrever como se fosse pars uma platéia de uma pessoa, Em outros lugares me referi a um escritor chamado Cyprian St. Cyr, que € 0 provével autor de um trabalho inti. tulado Cartas a ‘Comareira de minha Espose, Estes cartas foram supostamente esoritas enquanto St. Cyr estava viajando com sua mulher pata lugares Jonginquos ¢ tém 0 propésito de preparer a jovem em questo para se aventurar sozinka no mundo quando deixar seu atual emprego. Este é um contexto aplicdvel a este trabalho. que entéo estd escrito no espirito das “Cartas” do St. Cyr, ainda que também procure manter 0 tom das conferéncias ofiginais. A par disso, = ordem anterior de programagao, dada acima, foi abandonada juntamente com 0 titulo original da série.* Por causa das muitas alteragées que foram feitas, ¢ uma questo de honestidade dizer que nem o Fundo Jake Gimbel nem a Universidade da California so responsdveis por qualquer das ‘opinides expressadas. Esta responsabilidade € minha somente. ‘Quero agradecer aos membros do San Francisco Transactional Analysis Seminar por passarem muuitas nites ouvindo enquanto au lia © manuscrito para cies, © pelas iniimeras sugestées valiosas fe construtivas, e eriticas destrutivas que fizeram, © também aqueles que leram o manuscrito inteiro em suas horas de folga, ¢ fizeram © mesmo, Entre eles figuram, emancipados ow quadmdos, Bertha Joung, Ale Pam Levin, Arden Rose, Valerie Venger, Nadia © ‘Valerio Giusi, ¢ Rick Berne, Carmel, Califérnia ‘Abril de 1970 =O titulo “oficial” deste livro, para squeles que preferem pensar cm Sexo de mancira mals neadémica, € “Correlates Cerebrais ¢ Comportamentais do ‘Aeatalamento em Comunidades de Primatas. Superiore” wai SEXO AMOR, INTRODUCAO: FALANDO DE SEXO a 0 SEXO # UMIDO © sexo who # assunTo facil de abordar, principalmente porque € limido. Na verdade 6 mais do que ‘imido, & escorregadio, Todos os que ignorarem {sso se sentir um pouca pegnjoses. a0 falar dele, Certa vez conteci uma poctisa que escrevia sobre gle lindamente, mas sem impacto, e eu disse a ela: “Acho que & um erro usar palavras secas para falar de sentimentos tmidos”. Entio cla comegou a usar palavras timidas, © eu disse: "Nem as palavras timidas so suficientemente boas. Vocé tem que usar alavras nas quais a mente das pessoas cscorregue”. Ela. gostou, € em (roca me contou que uma mulher grévida sentada a janela pensava numa cobra preta, Eu no entendi, nio sendo mulher, mas aauilo me soou bem. Soow melhor do que a mulher grivida que era muito pudica em sua Tinguagem que disse esperar ter boa quantidade de ieite para que pudesse crier um filho ama- mentado ao busto, Isso me lembra a piada sobre a dama de Boston que sempre se. desculpava quando falava de “quarto” de hora ou de artigos “peruanos”, © que um dia conto que uma amiga sua tinha cafdo num precipipi. Para comegar, acho que deveriamos recapitular nosso voca- bulério © decidir ‘que palavras diréo mais clara e comodamente aquilo de que estamos falando. : Tol ALGUMAS PALAVRAS FRIAS E SECAS As palavras que so usam om relego ao sexo. comegam por conjugacao, que & 0 que os organismos inferiores fazem, e cdpuda, que se aplica aos animais superiores. Congresso sexual & para 3 pessoas. Os cientistas chamam-no co i-tis, embora, se isso os deixa nervosos, as vezes 0 chamem codgh'sus, mas covi-tus C'coito”) 6 0 que € Unido sexuat & algo de que voc# pode falar diante de uma platéia, mas s6 aos domingos. Na verdade vocé pode falar de qualquer uma dessas coisas, exceto de congresso sexual. Nao se espera que voce fale disso; ao invés, vocé deve ‘comunicar. A comunicasio pode ser muito dificil, @ dé a algumas pessoas, a mim inclusive, dor de cabeca, de modo que 2 con- versa direta € melhor, se ‘voce pode Tevé-la adiante, Mesmo ouvir outras pessoas comunicar pode The dar dor de cabeca algumas vezes, especialmente st voc’ nfo sabe o que esto comunicando fo com quem estio se comunicando, Em suma, a comunicacio pode causar dificuldades, ¢ a maioria das pessoas quo a cla se entregam devem aprender a falar entre si mais cedo ou mais tarde se quiserem se relacionar. O pior tipo de comunicasdo se ‘chama um diflogo continuado, que pode causar nos partleipantes nilo apenas dor de cabega mas também perturbagio gistrica erénica. As veres, todavia, as pessoas engajadas num didlogo continuade comecam a falar umas com as outras, ¢ entéo tudo melhora. Um cético amigo meu, Dr. Horseley, recomenda aos ‘casais supereducados que no est8o se dando bem que parem > se comunicar ¢ comecem a conversar (© problema com todas as palavras acima & que parecem frias, secas ¢ estéreis mesmo que ngo o sejam. Conjugagad soa como fazer fogo esfregando dois ovos um no outro. Copulagzo soa ‘imida mas um pouco repulsiva, enquanto coito soa apenas pe- gajoso, como andar de téms numa poga de melado. Congreso semual € uma expresso boa para usar em piblico ou por escrito, apesar de parecer judiciosa demais para ser divertide. Para varia ato sexual um sindnimo conveniente. As palavras usadas pare os resultados de todas essas ativi- dades nfo sfo muito melhores. Satisfagdo sexual est4 no lugar de um bom bife para um homem ou de um suflé de queijo para uma mulher. Escoadoures sexusis slo como as torneiras de uma cafeteira de aluminio ov a rolha do fundo de um aquscedor do Sgua que voce pode tirar uma vez por més para que sai todo o sedimento. Climax comegou como uma palavra bastante decente, mas foi tio empregada nas bancas de jornais que agora soa como o instante em que dois torres de wiarshmallow final- mente sc grudam um no outro, Acho que orgasmo € a melhor palavra para usar num escrito, Os advogados tém palavras proprias, mas elas a0 ajudam ‘muito, Suas favoritas so coabitagdo, relagdes sexuais © adultério, todas as quais sio incriminagdes ou acusagbes. Os advogados no tém nenhum interesse em saber se 0 sexo 6 divertido. Estdo in- 4 teressades apenas em “demonstrar” ou “provar", de modo que alguém tenba que pagar por ele, Vocé paga a mesma coisa, quer nZo tcaha sido divertido, quer tenha sido a maior emogio da sua vida. No hd desconto pela felta de alegria nem brinde pelo éxtase. Os advogados também tém outras palavras que se chamam crimes contra a natureza, apesac da natureza nunca ter feito queixa nenhuma, Nao hé no vocabuldrio juridico uma expresso como nudea decente. Toda nudez € considerada indecente até prova em contratio. Isto parece ir contra a cléusula constitucional que diz que um homem € inocente até que se prove que stja. culpado, ou decente até que se prove que seja indecente, Algumas das maiores Iutas entre dois advogados tém como tema a palavra obscenidade, © falaremos disso mais tarde. © verdadciro problema de todas essas palavas ¢ frases est em que elas evitam o assunto, que € luxuria, prazer e éxtase, por isso soam frias, secas © estéreis. c ALGUMAS PALAVRAS MORNAS E UMIDAS Acasalamento soa tépido e fértil; tem um grande futuro pela frente, mas Ihe falta presenca, Talvez o mais humano © menos vulgar de todos os termos sexuais stja fazer emor. Tem uma ressondncia tépida, timida e fértil, e também traz unta promessa de algo mais duradouro do que 0 ato em si, Ninguém sabe o ‘que acontece apos 0 nascer do sol &s pessoas que copulam, pra- ticam 0 coito ou tém relagies sexuais, Mas as pessoas que fazem ‘amor provavelmente tomam café juntas, ¢ é por isso que a maioria das moses prefere esse termo a todos os outros. Infelizmente, talvez, parece ser um pouco menos popular entre os homens, mesmo entre os homens que esto dispostos a encarar suas mmu- Theres A mesa do café, To come [gozar] & outra palavra tépida ¢ imide. O que Ihe falta em dramaticidade € compensado pelo que Ihe sobra em aconchego. Algumas pessoss, estranhamente, dizem go em vez de come, PALAVRAS OBSCENAS & perfeitamente possivel, ¢ acho que desejével, falar de obs- cenidades sem ser absceno, Por exemplo, podomos escrever quatro das mais comuns obscenidades sextais de trds para a frente ou de través, como cuff [“dofa” ou “dofer"}, sverk [‘farutar"], Kirp ["repa”] © tune [“boteca”],* sem enganar nem ofender iguem. ‘Cuff & a nica palavrd da Vingua inglesa que exprime em toda a plenitude a sensagio, a excitagdo, o arama eo escorre- gadio do ato sexual, O lascivo som do “f" também concorre para Ihe dar certa forga tealista. Os sindnimos mencfonados na Segdo anterior evitam cuidadossmente a idéia de excitacto © de- seJo, ¢ ainda mais cuidadosamente evitem um dos mais primitives © poderosos elementos presentes no sexo, que & o cheiro. Cuff abarea tudo isso, justamente como faz um menino, porque co- mega por ser uria palavra de menino. Por estranho que parega, ndo é, como geralmente se supie, uma palavra anglo-saxdnia. Entrou 10 inglés, vinda da Escécia, na primeira década do século XVE ¢ muito provavelmente deriva de um velho vocdbulo holandés ou elemfo, ficken, que significa bater, muito semelhante ao Srabe dok, que significa socar como ‘um piléo num almofariz. Calcar ou socat é um dos elementos mais importantes no congtesso sexual, como veremos. Igualmente importante € © que os sexologistas drabes chamam hez, que significa um movimento ardente, lascivo, impetuoso da polve fe- minina, # precisamente por significar dok ¢ hez que cuff tem tal impulso © movimento, ‘Dofer € algo que duas pessoas fazem juntas, a0 passo que fa- rutar é uma palavra mais unilateral, Uma garota muito viva, cha- mada Amaryhlis, uma vez me disse: “Eu gosto de dofer, mas mio quero nada com um cara que s6 quer me farutar pela gléria do frogo.” Balling ** & algo que as pessoas fazcm juntas também. = Gu, em suas formas wuss, respestivamente fc; sere, prick © cunt W. do T). * ae , £07 Stone: “On the Principal Obscene Word of the Enel Lan- surge" Invernatonal Journal of Posehoonaipas 3833056, 1954. =" SME, Baling & wn fendmeno posterior ao adveato da pla. Nao seotimento de eploracior implica tutu coneentiento, un 210 realizado 6 No hé necessidade de discutir kirp © tune, © seus numerosos sindaimes, j6 que sio todos meras vulgeridades que pouco acres- centam a9 nosso entendimento. Pénis, para a maioria das pessoas, fevoca um quadro de algo membranoso ¢ io muito imponente, fou, para aqueles que tém garotinhos em case, engracadioho. Tss0 quanto ao 6rgio em seu estado flgeido, Quanto ao estado mais Tobre, de eregao, creio que falo csté mais perto da veréade, em- bora soe artificial ¢ carente de substancia, Vagina serviré pare ‘9 rgao da fémea. Tom o calor, ainda que no tenha todas as foutras qualidades, de rnc. A principal dificuldade € com 0s Grgios genitals externos da fémea, que os anatomistas chamam de yulva, Esta é uma palavra clinica demais para uso didrio, mas jndo bé realmente nenhum termo polido para eles, de modo que femos de nos arrumar: mesmo com’ o convencionel genitai "Ha uma poredo de outras palavras que se podem encontrar no Roget's Thesaurus, em diversos diciunétios de, giie” ¢ nos eédigos pennis de varias jurisdigies, mas a lista acima seré sufi- lente para os propésites da vida de todo dia. zoe ‘A NATUREZA DA OBSCENIDADE, ‘Agora explicarei por que prefiro evitar 0 uso da obscenidade. ‘A propria palavra obsceno significa um. tanto repulsivo. A obsce- midade 6 geralmente dividida em dois tipos: pornografia © escato- ogia. Pornografia significa escrever sobre prostitutes, ¢ ¢ ap: cada com propriedade as palavras usadas no quarto de dormir, enquanto escatologia aplica-se a vulgaridade de banbeito, Algu- mag pessoas acham tanto a pornografia vomo a escatologia ofen- sivas, enquanto outras acham que uma é obscena, mas a outra nao.” Isto tudo soa como sc a obscenidede fosse uma questio de regras artificinis, mas nfo € tanto assim, Ela tem um significado psleolégico muito mais profundo que esse. ‘Oualquer palavra digna de ser dita suscita uma imagem tanto no falante, como no ouvinte, Estas imagens nem sempre so apre- ‘em conjunto, néo feito a alguém mas com alguém. o equivalente, em par favra Gmida, de “fazer amor” usado com orguiho © alegtia. ‘2 “Por exemplo, 2. Partridge: A. Dictionary of the Underworld, Bonanza Books, Nova Torgue, 1961. sentam claramente, mas com algum cuidado podem ser peseadas ras profundezas da mente. As imagens aiecloadas Soma malo ria das palavras sfo.ténues, pobremente formadas ¢ obscuras, ¢ isssolver-se mum fundo desconhecido a menos que sejam muito familiares. Por isso é que raramente sao notadas quando as pessoas falam. Podem ser chamadas de imagens Adultas ou imagens- sombra, Outras palovras sio acompanhadss d¢ imagens mais vi- vidas © poderosas, Estas imagens séo reliquias de infancia, chamam-se imagens de Crianga ou imagens primais® Por setem tio delathadas e coloridas, as imagens primais suscitam respostas emocionais. Algumes sdo notavelmente belas, como as_imagens que 2s pessoas quase sempre véem quando fumam maconha ou tomam LSD. Outras sfo repulsivas, e sio estas que nos interessam aqui, i4 que nos dio uma maneira psicol6gica de definir a obsce- nidade. Uma pelavra sc torna obscene quando a imagem que = acompanha & primal e repulsiva, Assim € porque a imagem ¢ 2 realidade que ela tepresenta tormaram-se vividas ¢ repulsivas na inffineia, como € comumente o caso de excreySes de cheiro forte durante’ o treinamento para 0 uso do banheiro, ¢ a imagem mantém esse poder pela vida a fora.* Esta definigdo de obsceni- dade nfo esté bastada em regras artificisis feitas por autoridades ‘opressoras igndbeis para privar as pessoas da liberdade de pala ‘ra, mas surge da estruture do sistema nervoso humano € dé sua psicologia profunda. Se a obscenidade se baseia em profuados © universais fatores psicol6gicos que datam da infancia, entéo apenas as palavras in- Fantis teriam tal poténcia, Se uma lingua € aprendida mais tarde, digamos aos seis anos, pode no ter obsctnidades para 0 aprendiz porque ele nunca ouvia tais palavras nos anos primeicos de vida. ‘Assim, um inglés respeitdvel pode ser capaz de dizer ou ler pa- javras como merde, Scheiss, fourrer, voseln, cul, ou Schwan, sem embarago ou vergonha porque estas palavras, embora cle ‘sail muito bem o que significam, n@o evocam nenhuma imagem ‘mal, mas conservam na sua’ mente um teor mais abstrato. Se, porém, a nova lingua se toma profundamente entranhada, ¢ ele comega a pensar nela, certas palavras podem penetrar gradual- mente até chegar as camadas primais ¢ assim se tornarem obscenas, Tals observagies indicam que o teor de obscenidade esta sempre presente, mas que as palavras especificas que provocam TE, Bere: “Primal Images and Primal Tudgmenis’. Poehiaiic Quer erly, 29:634-658, 1955. * " a "Ct. §, Ferenczi: “On Obscene Words", Em Sex in Prychoonalsis Richard G, Badger, Boston, 1916. ve me ‘uma reagio obscena sfo uma questio de escola ou oportunidade, Basicamente isso tem a ver com cheiro e gosto, ¢ também com a sensagao de coisa escorregadia. Sdo obscenas as palavras que 3 figam a sensagdes escorregadias nas imagens primais. Em casos eapeciais, as palavras mais inofensivas podem virar as malores Olscenidades como resultado de cxperiéncias do periodo infantil fem que essas imagens se formam. Assim, uma nova geragio pode abandonar velhas obsceni- dades, mas seus filhos criario outras noves, talver transformando uma palavra comum numa palavra obscena (pig, “porco”) ow tra- ceber que as erlancas sejam criedas completamente livres de tea ges ce obscenidade, mas isso nao parece provavel por causa da Sraneira. como & estrutsrado o sistema nervoso humano. Acho ue seria muito dificil, mesmo a custa de muito treino, eliminar PEuwto quo u wnaioria das pessoas cente quando se ve do lado de fora da latrina da comunidade. ‘© valor de choquc das palavras obsconas, ou seu valor de alivio, se sao usadas com esse proptsito, ou seu valor er6tico, se S30 usadas como estimulantes, provém tanto de seu tcor aromé- tico quanto de sua indecéncia. As mais fortes obscenidades sko as de fragr&ncia mais forte: euff, tunc @ tish* (“medra”); enquanto gs mass fracas so’ as palavras cientificas ¢ Titerdrias que esto bem Tonge das imagens primais ¢ so completamente desodor- Zales, Para 0 neurologista e o psleélogo, este € um fendmeno fas- Ginante, relacionado com a estrutura globa do cérebro © da Snente:’ a relagao entre cheiro, imagens visuais, palavras, aio social € chogue, alivio ou estimulaglo emocional 1 Sor causa de tais verdades psicolbgicas, certo respeito pelo poder de obscenidads néo ¢ uma zeliquia exética de wma antique: Be maneira do pensar. # antes um dos aspectos de um modo de y -Wiver no qual a qualidade mais importante é 2 graga. Graga sig hifiea movimentos graciosos, ¢ momtentos de solidio ou comunhio Fuciosos. Esta qualidade. é bem entendida por dangarinos, ora- Hotes e estudantes do Zen ¢ de outras filosofias ortentais. Sig~ hiifica falar graciosamente e fazer de cada hora uma obra de arte. Requer uma experiéncia © ume coaduta que, tornam cada ano Mrelhor do que anterior. E, finalmente, significa que toda uma Vida de amizades ¢ inimizades, de intimidades © confrontos, co- «médias e tragédios, terd a0 menos a possibilidade de terminar mar fada por uma linha de plenitude © nobseza. Para mim, classe ¢ Sgual a graca, que é igual e reticéncia, a abstengao de grandilo- ela ¢ desarmonia, tanto na fala como na danga ¢ na pinture, Ou shit CN. do TD. 1, Depates com a feidra © olka no resto & eferente de ado ps Cada pessoa tem sia propria idéia de beleza, de mo é | mo ‘hd meio. de defini dizendo o que ele 6. wa oe ela pode ser fragmentada dizendo-se o que nfo é. Ha uma regra, acho que uma s6, universal em esiética, universal porque so tomou um trago biol6gico herdado na evolucio da espécie hu- mana. A. beleza pode existir apesar dos maus odores, mas néo em tazdo’deles. E todo mundo sabe o que € um mau cheiro. & ° aheiro da “med” de um estranho, sua intromissao indesejavel a cada sorve de ar que aspiramos. Com um amigo, dé-se 0 oposto. Como disse Amaryllis certa vez: “Um amigo é aquele cuja medra € cujos deipos no fedem, aquele cujo jimo soa como uma canséo 0s teus ouvides. Se um estranho quiser vir com esse tipo de sefenazom 2ro tou Indo, déhe um chute nos fies”. (Ama: wma, me aes a, meniaidade um poveo vulgar, como se. vb por Em vista de tudo isso, acho que a obsceni i Seas parte do sou plano de vida e aumenta suas alegrios. Para outr 2 liberdade de expressio termina nZo apenas no grito de “Fogo!” dentro de um teatro apinbado como também no proferic vulgari- dades diante de criangas. A poesia & sempre mais sedutora. A menstruacio no ¢ muito atraente como “regtas” mas se torma agradavel (pelo menos para os homens) como “sengue na face da lua” ou, na expressio francesa, “Eston com as minhas flores”. Soja o'que for que voc’ quiser dizer, deve dizé-lo, contanto que permaneca puro segundo seu proprio critério, $6 que a pu- teza & muito importante quando tantas coisas estio poluidas. A LATA DE LIXO ee Ca ae de coisas sobre ando-Ihes as Tatas de lixo. Um i filosé- fico pode desenvalver toda uma flosofia de vida a partir do que encoatra no lixo das pessoas: pode ver o que jogam fora, se sio econémicas ou perduldrias, e com que alimentam os filhos. E ha Tuitas pessoas no mundo que verao nele o fornecedor da ver- 10 dade fundamental. Olhe na lata do lixo ¢ voeé teré a ultima pa- Javra sobre a espécie humana, bicho! Mas néo é assim. Os ar- quedlogos quase sempre descobrem pouco mais do que restos de Cozinba, ea partir disso tentam reconstruir 0 que era uma so Ciedade’ Hé alguas autores que seguem o mesmo plano: tentam Teconstruir e julger nossa maneira de viver remexendo nosso ixo. ‘Mas os arqueélogos vio muito mais longe ao revelar uma cidade como Pompeia do que ao ostudar qualquer quantidade de restos de cozinha. Vendo a cidade inteira, podem julgar melhor © que facontecia entre scus habitantes, tanto nobres como plebeus. O esert6rio e a biblioteca, o quarto das criangas ¢ a sala do festas fe jogos contém mais verdade universal sobre as pessoas do que 4 cesta de lixo. O suor e a humanidade de um convento séo mais meritérios do que o suor e a humanidade de um bordel, jé que © convento invoce, por pouco que seja, as aspiragSes superiores Ja espécie humana, enquento que o bordel, pelo menos como é deserito por pornéfiles © meretrizes, & estitico, ou se se move Ge alguma maneira, € para o lado ou para baixo. E hé, de resto, mais humanidade mum bebé do que num tumor no ero, e um embriio tem mais verdade do que um fibroma. 5 Tado isso € para dizer que 0s livros obscenos no sfio mais esclarecedores nem mais corajosos que os decentes. Somente Tols- $61 poderia ver 0 que vin em Guerra e Paz, mas qualquer garoto taperto de ginésio que estivesse bastante zangado com sua mae poderia ter escrito a Filosofia da Alcova de Sade, inckuindo tanto as cenas de aleova como a filosofi £ PORNOGRAFOS E PRAGUEJADORES No caso extremo, a obscenidade se toma um modo de © pornégrafo, condenado & priséo perpétua uo quarto de dormir, © procurando eternamente a promessa de um otgesmo, nunca Yerd as florestas, 05 oceanos © o brilho do sol. O escatologista, traneado em seu cubfculo malcheiroso, tem de esgravatar todo facontecimento para encontrar a “medra” em que, segundo ele, tudo se transforma, Ambas séo ~perdedores, pois o pordgrafo nunca acharé a vagina mégica ¢ onissatisfat6ria que procura, nem © eseatologista, em meio as pilhas de fezes que acumulou labo- un tiosamente, jamais conseguird transmuti-las em ouro. O pornd- grafo tem mais sorte, pois pelo menos consegue alguas prazeres Passageiros, enquanto sé hé um prémio que pode vir de um ba- nheiro, ¢ tal prémio ¢ um pote de porcarias. & vordade que gritar obscent pessoas, mas i tém ums especial. ‘A teoria infantil de que se vocé disser bastantes palavrdes tudo terminaré bem nio funciona no curso de cinco ou dez anos, E desde o comeco a teoria de um perdedor. Depois que tal pessoa diz “medra” ou “pé-qué-pé” cem mil vezes no corer de ez anos (auma média modesta de trinta vezes por dia), quasc sempre (pela minha experiéncia clinica) descobre que as coisas ficaram piores em lugar de melhores; © entfo o cara grita: “Veja como dei dura! Por que 6 que isso sempre acontece comigo?” O que Prova apenas que dar duro ngo é a resposta, jf que as coisas do vao ficar melhores se ele proferir sua obscenidade favorita trezentas vezes por dia. Nao € a propria teotia que faz o perdedor, mas a maneira como é praticada. Um vencedor, operando com a mesma bipé- tese, tiraria dois dias de folga, passaria todo 0 programa, cingienta il imprecagdes por dia, ¢ veria se aleangava 0 resultado dese~ indo. Se nao aleangasse, descobritia uma nova. teoria para 0 su- cesso e a adotaria, economizando assim dez anos. Esta é 2 dife- renga entre um ganhador e um perdedor na vida. Ser um per- dedor ou um vencedor € a coisa mais importante para o curso da vida de uma pessoa assim como para seus resultados, jé que isso determina se as outras pessoas vao ou nfo confiar nela. i OBSCENIDADE POR DIVERSAO ‘HA outros que concordam que a obscenidade interapestiva é na maioria dos casos uma agressio ¢ portanto repreensivel.° Mes hhé duas situagdes onde ela pode ser efetiva justamente por causa de sua indecéncia: na sedugao e na diversio. Sigmund Freud: Wit and its Relacion to the Unconscious, Em The Basie Weiings of S. Freud, Modem Library, Nova Torque, 1938, dys. 692 0 696 BR Na sodugio, a obscenidade pode ser usada como papo de ‘vendedor, Assim, & corrupta da mesma maneira que os Escoteiros da América (supostamente baseados no ideelismo campestre de Sir Robert Baden-Powell) so corruptos por terem uma insignia do mérito de vendedor. B a arte de fazer dinheiro répido intro- metendo-se nas belezas da natuceza.* 'A obscenidade por diversio € uma sétira & cormupedo, & a sf tira € 0 riso cirdsgico que abre as supuragdes do organismo po- lilico ¢ do tecido das relagies humanas. Daf a obscenidade por diversio tornar a vida menos obscena. Rabelais € mais escatol6- ico do que muitos outros escritores porque pretendia desfrutar 20 méximo sua 6poca escatol6gica. A dedicatéria da minha edicio, favorita de suas obras (lradugtio de Sir Thomas Urquhart) diz: ‘One inch of joy surmounts of grief a span Because to laugh is proper to the man** Mas a sétira 6 diferente da obscenidade da revolta: “Vou dizer esses palavrées para poder observar a oxpressio da sua cara e ver se voce € um quadrado ou se pra de me amar por isso, seu porco”. Da mesma maneira, os poemas humoristicas dos libertinos da Restauragio sobre a gonorréia ¢ 0 mal-do-mundo, a sifilis, que cram virtualmente inevitéveis ¢ incuréveis para um Ubertigo da- queles dias, so diferentes da verborragia autopiedosa de alguns autores modemes que se ocupam do mesmo assunto. AS obsce- nidades so mais desagradaveis quando levadas a sério pela pessoa que as diz ou pela que as ouve. Se sto ditas por diversio, © néo jogadas na cara como se fossem velhas cascas de laranja, o leitor fou ouvinte pode juntar-se A diversio ou entio recuar'e dizer: “Nao acho graga” Jogos de palavras, piadas ¢ limertcks so as maneiras favo- ritas do se divertir com a obscenidade. Infelizmente 0 niiinero de Jogos de palavras possiveis que ‘podem ser feites com as seis prin- Cipsis palawas obstonas ¢ limitado, © todos foram feitos hd muito, muito tempo, O mimero de piades obscenas possiveis € maicr, ‘mas muitas delas também vém do s6to, jé que cem milhdes de universitérios passaram cem bilhdes de horas em cem mail taver- = Amarylis me conta de um hornem seu conhecide que use com suceso ‘a obscenidade como método de seduglo. Logo depo's de conhecer uma mulher [promisiora, elo Ihe faz uma propasia mais do que comumente indecente em Tinguagem explicit, Desa maneica ganha os favores de algumas mulheres © pede o respeito de muitas oUlras, demonstrando assim tanto positiva como Iegativamente ot poderes corrupiores pouco usuais das prlavras obscenas s+ Uma polegada de olegria super um patmo de tristeza / porque tir € proprio do homem. B mas nos diltimos cem anos. O principal campo ainda aberto a originelidade hoje em dia 6 0 dos limericks.. ‘Uma das maneiras mais divertidas de fazer pouco da obsce- nidade © de seus censores € usar palavras fabricadas de som pa- recido em lugar da coisa real, & maneita do Official Sex Ma- nual," que fala de zonas errdneas, da vesdvia, do pletéris, de “um Pequeno objeto em forma de bola de futebol que se localiza perto da frunelia, pouco acima dos tubos de pomander’. Durante 0 co- sinus, 6 claro, 0 vetor masculino tem que romper o hifen. Mas Billy and Betty, um tomance de Twiggs Jameson, tem um vora- bulétio fabricado que € ainda melhor porque suas palavras scam mais préximas do original ¢ so excelentes para os amantes reais usarem. Por exemplo, aqueles que nfo coaseguem arranjar par coiros para se acoplarem, podem se disturbar, ¢ Jameson ilustra por exemplo como se pode ic até o fim desse modo, tenha voc? uma gléndela cheia ou uma cubeta varie. OBSCENIDADE E AMOR Talvez um lugar’ adequado para a obscenidade seja a0 fazer amor.§ Este é 0 cendrio principal ¢ € por isso que as imagens primais, pelo menos do tipo sexval, podem ter valor aqui. Isso nko inclui sedugio nem exploragso. Significa 0 fazer-amor 20 qual as duas partes jd-deram seu consentimento ¢, mais do que isso, cada uma esté ativamente interessada em aumentar o prazer da outra. As imagens primais cvocadas nao procisam imais ser repudiadas, mas desahracham completamente para algnmas pes sons. Reforgam, sendo também por ela reforgadas, a multidéo de sensagées que as libertam: visio, som, tato, cheiro, gosto, ea quentura que as peles coradas irradiam uma para a outra. Isso € bem 0 oposto de usar a obscenidade como insulto ¢ blas- fémia, como se vé ne seguinte estrofe: © G. Legman: Rationale of the Dirty Joke, Grove Press, Nova Torque, 1968, 7G. Sussman: The Official Sex Monat, op. cit. © Simpésio: “What is the Significance of Crude Language During Sexual Relations?™, Humon Sexuality 3:6-14, agosto de 1969, c ‘The Difference ‘She said “Cuff you!” and then saw red When he went out and found instead A lady whom he he took to tea, Who later, said, “Oh, yes, cuff me!* I EDUCACAO SEXUAL INFANTIL © nosso propésito aqui ¢ sério: educagao, on mesmo inspl- ragdo sexual. Coneordamos acerca de um vocabulério preferido, incluindo alguns anagramas, ¢ concordamos em evitar a obs nidade sempre que passivel. Concordemos também que nao ha Fado pata evitar o divertimento, © podemos passar enti & con- sideragao de varias abordagens do assunto principal. ‘A pergunta mais chala sobre “educagdo sexual” 6: “Como voo# explica o sexo a seus filhos?” A razio da chatice esté em ser uma perguata um tanto imitil e nfo fazer mais sentido do que “Como vocé exptica Histérig (ou Geometria, ou Culinéria) 2 seus filhos?” Sko necessétlos vérios anos de ensinamentos ¢ de- veres de casa para “explicar” Histérla ou Geometria, e mesmo assim poueas criangas, © quanto a isso nem todos os professores, realmente as “entendem”, Muitos pais acabam dizendo para si mesmos (ou uns para os outros): “Ento voc® no sabe como explicar o sexo a seus filhos, seu bobalhio?” Ou coisa pior: “Ha! Eu sou um pai que sabe explicar o sexo a seus fillos!" O que std realmente errado nfo slo os pais, mas a idéia de que hé em verdade alguma coisa como “scxe” que pode ser “explicada”. Nao ha, assim como néo hé uma coisa chemada “culingtia” que possa ser “explicada”. (O Lerousse Gastronomique nem mesmo tenta; apenas fornece dados histéricos.) Seria util falar sobre 0 calor e 0 aroma da panela, mas nfo se faz um bom cozinheiro de- senhando 0 encanamento do gés ou advertindo contra cogumelos venenosos. Nao existe isso de chamar & parte seu filho ou sua fia ¢ dizer: “Agora vou lhe explicar 0 sexo. ABC + DEF = G. ‘A diferenga: Ela disse “dofase!™ © depo's Fen fuk / onendo ole saiu e encontrou em lugar dela / uma dama a quem levou para tomar ché / que mals tarde disse: “Ob, sim, dofame!™ is Alguma pergunta? Boa noite, entlo. & hora de ir pra cama.” A parte de qué? No caso de criangas mais novas, a primeira coisa que geral- mente perguntam € de onde vém os bebés. Jé que ninguém real- mente sabe que resposta der a isso, quase todos os pais se sentera compelidos a dar explicagdes sobre a dofa. Eles ou fogem de questio mandando entrar 0 bom vizinho ornitélogo ou enfrentam- na dizendo: “O homem enfia sua coisinha na coisinha da_moga. © planta uma semente, elc., € € assim que se fazem os bebés”. O pai, ou a mie, ne maior parte dos casos faz uma cara gozda ou fica impassivel ao dizer isso, em parte porguc sabe que ndo ¢ a resposta correta ¢ deseja que alguém Ihe diga qual é A crianga, em vez de ouvir a informacio, faz a si propria a pergunte verda- deiramente importente: Por que papai (4 com uma cara to go- zada om por que t to impassivel? Os garotos na rua so muito mais naturais a esse respeilo e realmente explicam tudo, Mesmo que expliquem errado, ou gue alguns de seus alunos sustentem que nada daquilo se passa entre seus pais, todos saem dali com a impressio de terem participado de um estimulante © instrutivo se- minario. Todos esto sérios, pensativos e inclinados a discwlir, © nenhum deles faz cara gozada ou permanece impassivel. Isso quanto A educago sexual infantil, dos trés aos onze anos. A educagéo sexual intermedidria, dos’ doze aos vinte anos, nao € muito melhor, x EDUCACAO SEXUAL INTERMEDIARIA A educagao sexual intermediéria é quase sempre oferecida na forma de livros ¢ conferéncies. Vocés sabem que eu peso em cada individuo como sendo trés pessoas diferentes; um Pai ou ‘Mae, que pode ser critico, sentimental ou alimentador; um Adul- to racional e com os pés na terra; ¢ uma Crianga submissa, re- belde ou espontinea.® Livros e conferéncias sobre sexo podem ‘ser classificados segundo procedam do Pai ou da Mie, do Adulto, ou da Crianga (¢ mesmo de que tipo de Crianga). Cada livro ou 2 E, Bee; Transactional Analysir in Psychotherapy. Grove Press. Nova lorque, 1961. 6 conferéncia tem sua atitude bésica para com 0 assunto, © estas em Sua maior parte pertencem a uma de cinco classes. 1. O sexo é uma lula gigante, Est certo om seu lugar, que na alcova matrimonial, onde ¢ mantido acorrentado debai- xo da cams, Mas se voc? topar com ele em qualquer outro Ingar, tenha cuidado, ou serd arrastado, Voce tem & que ter cuidado com 0 sexo oposto, que vai pegé-lo se voot Ihe der e menor chance, Esses perigos foram resumidos da melhor maneira no Timerick sobre a moga chamada Wilde, ¢ todo mundo que conhe- ce 05 versos sabe tudo o que é necessfrio saber sobre 0 monstro. There wos a young lady named Wilde Who kept herself quite undefiled By thinking of Jesus, Contagious diseases, And having an unwanted child.* A uta gigante foi inventada pelo Pai, como esté escrito, em- bora a Mae também a conhesa.i? 2. O sexo é um dom dos anjos. % uma coisa bela © sa- grada que nao deveria ser maculada por consideragées terrenas nem manchada por pensamentos de luxiiia. Os anjos foram in ventados pela Mae. O Pai os conhece também, mas é um pouco cético jf que nunca os eneontrou pessoalmente. 3. 0 sexo & um triunfo de engenharia mecénica, uma es- pécie de linha de montagem ne qual os produtos naturais entram numa cxtcemidade ¢ os bebés saem na outra. Ou pode ser mi- niatixrizado num Ait de montagem, como foi descrito na seo an- terior: “Inserir o dispositive A na roda B, apertar o pino C, © presto! surgirié. um bebé ma manhi de Natal”. Esta € uma abor- dagem racional que afirma certos fatos de mancira Adulta cor refa, mas nlio & muito inspiradora. Pode ser verdade tudo 0 que ‘firma, mas nfo € 0 fipo de verdade que toma a vida melhor. * “Havia uma moca chamada Wilde / que se conservou intocada / por pensar em Jesus [ doencas contagiosas / c ter um lho. indesejado. 3D A mais terrivel deseriedo do sexo como Lula Gigante ¢ 0 trabstho extsemamente erudiio e mérbido do Dr Julius Rosenbaum, Tlie Plogue of ‘Luge, Predetiek Pablications, Dallas, 1955. "a" ‘Um dos mamuais sexuais mais populares € também um dos mais sentimentai, ‘T. He Van de Velde: Ideal Marriage (edigdo revista), Random Howse, Nova Torque, 1965. 32 O mais novo suplemento ® essa ubordagem € 0 estudo clinico, série ¢ bem documenlado de W. H. Masters e V. E, Sohnson, Numan Sexual Rei porte, Title, Brown and Company, Boston, 1966. 7 rod 4, © sexo é rebelde. Esta & a abordagem adotada quando a Crianga insubmissa leva a melhor numa pessoa de qualquer dade (mais comumente na adolescéncia © depois dos quareata) e diz: “Vooé sabe, todas essas regras e proibigdes nfo significam nada pare mim. Estou botando tudo para fora, usando as pala~ ‘vras anglo-saxénias apropriadas, 0 que prova que sou livre". Hé trés coisas erradas nisso. (a) As palavras néo sio anglo-saxénias. {b) Isso nfo prova que a pessoa é livre. (c) Néo funcioga. Isto &, dez anos mais tarde essas pessoas nfo so mais felizes do que 2 maioria das pessoas A sua volta. O Margués de Sade é um bom exemplo.2* + 5, © sexo & divertido. As pessoas que acham divertido 0 sexo, em geral nio falam ‘muito sobre ele, Nao h4 muito que \aizce sobre a diversio, exceto “Isso foi divertida” on “ohal”. Esta ¥56 uma abocdagem infantil como a anterior, mas certamente uma ‘Crianga mais amével ¢ esponténea.™* L EDUCACAO SEXUAL AVANCADA A educagio sexual avamgada & empurrada principalmente para cima de insipides universitérios, nogociantes de espoxas, rajés marajés da india, e drabes donos de escravas, mas muilas pessoas comuns também podem tirer proveito dela, Depende de se voo8 gosta de pintar seus pr6prios quadros ou prefere © tipo ‘que tem socdes numeradas que lhe dizem onde colocar cada cor. © principal compéndio de educaglo sexual avangada ¢ 0 KamaSutra de Vatsayana, fundador da escola sexual hindu ou ox- tificiosa.* Data de 677 A.C. ou de 350 D.C. O livo que o acompanhe & 0 Ananga Ranga de Kalysnamalla, escrito por volta 13 © Marquis de Sade ainda ¢ 0 mestee insuperado de tal literatura. D. A. F. De Side, Selected Works, Grove Press, Nova Torque, 1966. 140 livro de Legman, jf referido, € 0 melhor exemplo. da abordagem tipo 0 Sexo € Divertido. B interessante ‘contrastar o uso que Legman faz. de teu grande e cuidadoso extudo com © mau uso que Rosenbaum faz do seu vaste. conhicimento dos léssicos, 18 Kamasutra of Vatsayana. Traduzido por S. K. Mulherji, K. C Acharsa Oriental Agency, Caleuts, 1945, B de 1500,! Ambos dio sutis rectitas de befjos, contatos, dota hébil, como deixar marcas de dentes © unhas no: lugares certos, passar a conversa na mulher do vizinho, ¢ acalmar a prépria cons- Cigncia. Séo indubitavelmente instrutivos, mas so também preda- {érios, e substituem a paindo ¢ a criatividade pelo virtuosismo técnico ¢ algumas vezes pela desonestidede, ‘Como diz meu amigo Dr. Horseley: “Pode haver emopio es pecial om aprender as melhores técnicas de morder, arranhar & freqitentar prostibulos mas & ainda mais divertido se ‘vocs as des- cobre sozintio em vez de as tirar de um livro, assim como é mais divertido encontrar sua prépria esposa do que chegar até cla atra- és de um computador. Por outro lado”, acrescenta ele meio irri tado, “se quiser conhecer of métodos ‘usados por prostitutas, © amantes para extrair dinheiro dos homens, voct lucrard muito mais se ler estes livros do que se tentar aprender com sua amigé- Vel prostituta ou amante da viziahanga, jé que os métodos em- pregados aqui e agora sio os mesmos que foram usados 14 ¢ na- quela época”, “No hé vantagem”, concorda Amaryilis, “em acabar como © marinheiro que usava dentes postigos ¢ que foi visitar uma das garotas ¢ os perdou. Esta é a origem da cancfo “A garota que ‘eu amava roubou o palato que cu amava’ “Mas esses livros (ém a virtude de secomendar paciéncia © ca imho, particularmente com noivas infantis, Préximo ao KamasSutra em antigiidade esté 0 Jardim Perfu- mado de Shaykh Nefzawi, porta-voz da escola érabe de comeco do século XV. Este & um manval prético, que dé muitos avisos contra as mentiras ¢ traigGes das mulheres, reccitas para varios mates sexuais inclusive algumas para toraar pequenos membros espléndidos), ¢ um conjunto de posigdes razodvcis para casais sau- daveis. Além disso, 0 xeque também descreve posigées especisis para casos especiais: casais gordos, homem pequeno ¢ mulher alta, © pessoas que sofrem de diversas deformidades. Masta a devida deferéacia para com 0 conhecimento superior © 3 capaci- dade acrobatica dos hindus, particularmente da mulher que pode equilibrar bem alto um lampiio na sola do pé ¢ mantélo accso durante toda a atividade, mas acha que multos de seus costumes actescentam mais dor do que prazer ao ato. (© ongo capitulo de Nefzawi sobre a pederastia ainda esta por traduzir, infelizmente, j6 que sem divida traria alguns escla~ 38 Anenga Ranga. of Kelvanomalla, Traduido pot T. Ray. Citadel Press, Nova Torque, 1964. it Perluned Garden of Shaykh Nefzawi. Tradunide por Richerd Buston. G. P. Puinans Sons, Nova Torque, 1964. 9 recimentos sobre o destino dos meninos © meninas escravos, entre quatro © dez anos de idade, que ainda sio importados em avides cheios do Sahara para a Penfnsula Arabe."* (Ex mesmo vi um menino de dois anos sendo treinado em artes servis mais mode- radas no Sabaca Espanhol.) Mais um livro merece ser _mencionado aqui, ¢ & 0 Golden Book of Love do Dr. Yosef Weekerle, que descreve 531 posighes — mais do que 0 Kama-Sutra, 0 Ananga Ranga ¢ 0 Jardim Perfu- mado juntos, e quanto a isso tornando obsoletos esses livros, € provavelmente também 0 Beharistan, o Gulistan © os sete manuals eréticos de Ton Kamal Pasha, Mas até Weckcrle € apenas um empivicista curopeu. Legman, usando modernos métodos ameri- canos de computagio, calcula que hd 3.780 posigées possiveis.™® Uma abordagem tio sofisticada quase faz Vatsayana parecer pri mitivo, uma espécie de grandma Moses da scxualidade, mas no 6 bem isso. Mas chega das cloacas sexuais da {ndia, Aribia e Viena. Antes de passarmos a considerar a educago sexual de saudéveis, adultos americans de sangue vermelho © pensamento limpo, uma palavea sobre “cducago sexual” na escola. Levard uns vinte anos iagdo de seus efeites, até que toda uma geracéo que tenha a ela tenba chance de crescer. O principal € que nao deveria ser ensinada ‘por pessoas frias, com alguns membros HS, O'Callaghan: The Slave Trade Today. Crown Publishers, Nova Yorgue, 1961. Incisi o debale sobre este auunto na” Ciara dos Lords GHansied), na quitters, 1 de julho de. 1960. Burlon tem wm longo ensaio sobre'a historia 0a pederasia nos palses Srabes em outrat xesices 4a que ele chama de zona pedorisicn ou sodstica (do Sodalas, pocia obseeno tmois melodiowo do antiga Grécla), R. F- Burton! Thousand Nights ado ‘Miplt, impressio parlculae do. Burton Ciub, som dala, Vol. 10" (provarel Mente 180). pags, 205 a 256, Havia mesmo’ a esperanga entre os elementos ie Ge Abi eae sev pid de Wrldar ol meniny ties fo Paraio se reasiem ‘com requlatigode, Em acral, pareco, 2. jugar pot Sia teria’ e seu eomefco, que on dabes considera Zeus parcefaa sexdas ‘mais como “suprimentas” do que como pessoas. Para alguns exemplos 1e- fenles mais sanprentos, veja Musk, flush and Blood, we Hector Trance ‘inpreso apenas para, subscrtores, Londres © Park, 1900). "0G. Legmian, Oragenifalim. Julien Pres, Nova lorave, 1969, # ditt acredter que slgucm pudesse esotever uma ronogratia de trezntas paginas sobre esse assunto. seo ser iriviah repstiiva’ ou. Lbcco, mas Legman eon equiv. Para es interesoades, casndoe @ mares de 21 anos, que vivern nur Esiado onde aio ¢ crime (@ 8m permissto excita dos pak? este & prove telmente 0 mieor Tivo. sabre © asunto, embora en deva diner que é 0 Unico que li (porque o editor me mondou ium exempt), de modo que pod ‘sian cometendo injustice com algum outro autor. ‘ings to v'o Tivo de Weekerle em ale, e sinds ao fi bende em ingles. 20 ressequidos da diretoria da escola olbando por cima do ombro como arenques defumades num vel6rio. Nesta situaglo 0 sexo ¢ como o humor. Cursos sobre humor, se chegarem a ser dados, Geverdo sé-lo apenas por pessoas que tenhem dado uma gerge- Thada pelo menos ume vez na vida — ea tenham apreciado. xu A JUCACAO_SEXUAL DE ADULTOS NOS ESTADOS UNIDOS Qs Estados Unidos levaram a sério a orden “Faga Amor o nfo Guerra” ¢ criacam mmuitas escolas locais de fazer amor, isso ‘por pura inventividade ianque, sem qualquer ajuda federal ou ¢s- tadual, seado um dos poucos campos nos quais a pesquisa con- tinuow independentemente de apoio do governo. ‘A primeira e mais rigorosa é a Escola Sociol6gica ou Crono- métrica, cujo slogan & “24-40 ou Luta”, isto 6 vinte ¢ quatro minutos ¢ quarenta segundos para o orgasmo (ou qualquer ntime- to que a tltima pesquisa de opiniéo tenha mostrado), o tempo médio determinado por sociGlogs citados nos jomais de do- mingo.2 Apesar de serem superficiais quanto as variagoes, al- guns diseipulos desta escola sugerem que qualquer um que varie muito é um fracasso, um tants ou um comunista,.. ou os trés juntos. : ‘A seguir vem a Escola das Marcas-Padrfio da Revista Femi- nina, que d4 a receita apropriada para a luxtrie decorosa da classe média, Tire o seu homem da geladsira e 0 derreta, acres- cente uma caricia, coloque-o numa cama quente, e deixe afer Ventar alé que os olhos dele fiquem um pouquisto vidrados, * Kinsey e seus companies sto o¢ fundodors da eral eronamé- trica (ACs Kingey W. Br Pomerey CE, Mart: Sexuel Behaviour ia the rfove Ateee i. B Snunters Conan, Philadephia, 1968, pag. 178 29). "tato fol refinndo por Masters Tormata com a introdugo de decimos Ge found” em slg de ne mesg Eo meee ic pa Sous pesoas prelstnalmente tetadas gue a0 podem aval Om PeO- Siesode ous por ot gt, ©. se pace cinigtas soeas nkometeon, Prctamie Tacsimens a equtiosos de Vnlerprctdo e aplcaso. S'Guase toda venta feminisa Uf recias de seco. quise no mimo tom em que dé vecsias de pueum de maps, exeto que senor explles Pe’ cicadas por uns aura de-slacio em ver de opt. 2 Feito isto, 0 resto € com voc8 que pode servilo ou no, como queira, As receitas nfo tratam dessa parte, Depois ha a Escola Psicanalitica ou Bureau de Padrées. Esta € organizugio oficialmente reconhecida, sendo guardié da Vida Sexual Padrio Internacional. Nao foi essa a mancira prevista por Freud,* mas acabou sendo. Esta escola € objeto de compe- tigo cerrada por parte do popular Movimento de Comunicacao, fundador da Escola de Orgasmos Comparados, cujos membros cumprimentam-se diariamente assim: “Como 6 que vocé est se saindo ultimemente em interagko interpessoal na Grea dos orgas- mos? Esta ¢ uma maneira educada de perguntar: “Ié conse- guiu algum que ultrapasse 0 Orgasmo Padriio que est4 na crista- Ieira_do Bureau Americano de Padres perto do Metro Padrio, do Quilograma Padrio © do agora obsoleto Movimento Peristél- tico Padrdo?” Para essas pessoas, 0 Oreasmo Padria substituin 0 Santogral, © muitos casais passim a vida perseguindo-o e gri- tando: “Caramba! Escapuliu-nos de novo, droga!” UM VOCABULARIO SEXUAL PADRAO Ideatmente, um vocabulétio sexual completo deveria consistir em quatro palavras. O aspecto parental, ou moral, da persona~ lidade, agindo como uma espécie de consultor, precisa de “Sim” € “Nao”. © 6rgdo Adulto, ou racional ¢ responsével, aquele que estabelece contratos © compromissos com outras pessoas, também precisa de “Sim” e “Nio". © aspecto da Crianga, ou instintual, a 3 Masters ¢ Johnson sfirmom, ¢ t8m fllmes que pretendem confirmélo, gue ndo hi separagio entre os orgasmes vegial ¢ elitoriano como of Pica” alist tem sustentado. Na verdade uc, dos, mais talentocos seguidores inicisls de Freud re- odie expressamente tais jutzos. (Kerl Abraham, Collected Papers, Hogarth Press, Londres, 1948, pig. 413.) 3 HE hoje neste pals um grande namero de organiza;ses que promo- vem “grupos de encontro® © “marntonas", onde ox orgssmos si0\liveemente iscutidos ¢ comperades no voeabulério peculiar a tals grupos, dos quais del tum exemplo cléssico no texto, Comparar com LL, Maizlsh, “The Orsssm Game", Transsetional Analysis Bullesin, 4:75, extubro de 1965. Também R, Hartogs e H. Funtel, FourLeiter Word Games: The Psychology of Ob ‘ity, M. Evans and Company, Nova lorque, 1967. Estes autores io mais bibllogratia sobre © assunto, 22 a viagem, precise apenas de uma parte que na verdade vai once en wvra para expressar sua opiniio (dele ou dela): “obs! Taos talons todnvi quando’. aspecto ‘Adulto ou Parental co- meteu um erro de julgamento, a parte da Crianga pode precisar de “uf!”. Qualquer coisa além dessas quatro, Sim, Nao, oba ¢ uf, significa que slguém esté em dificuldade. Exceto “Lindo”, que pode ficar na reserva, Hé gente que nio entende por que ¢ quando as pessoas dizem “obs!” ¢ “Lindo!, mas para aqueles que ‘conheoom 0 stgredo, nfo bé mada mais a dizer.* Portanto, hi alguns para quem a vida 6 Sim e oba, ¢ outros para quem € Nio € vi (ou wt). Tendo assim visto alguns problemas que surgem quando s¢ fala de sexo, ¢ quando se acham solugSes para alguns deles, con- tinuemos a conversa e vejamos se nos damos melhor do que rnossos predecessores. E lembrem-se de que ndo apenas muitas palavras verdadeiras sio faladas de brincadeira mas também que a verdade & simplesmente uma piada dita a sério. Embora :6 secentemente Wow! (Oba!) tenha entredo pera ose comim Jo inglés como expressdo de ealusiasmo, os franceses Yém usando feu equivalente hi multo, muito tempo na forma de Utoa. a PRIMEIRA PARTE O SEXO E OS ORGAOS SEXUAIS 1 POR QUE O SEXO & NECESSARIO a INTRODUGAO A Vina £ uma Unio de elementos qufmicos complexos reunidos ‘em linhas, anéis ¢ espirais. A primeira e mais importante tarefa do qualquer ser vivo € sobreviver — isto 6, evitar a intrasio da igho vinda de fora, ¢ manter as linhas, anéis © espirais tra- ‘bathando juntos. Infelizwente todas as coisas vivas esto expostas a perigos. Se conseguem sobreviver, 6 apenas para ficarem velhas mais cedo ou mais tarde. Entfo as linhas, anis © espirais perdem 6 impulso ¢ o orgenismo morre gradualmente. Assim, nenbums coisa viva pode viver individualmente para sempre, ¢ a fim de sobreviver tem que so reproduzir. Se néo fizer isso em mimero suficiente para atravessar todos 0s periges, sua espécie se ex- tinguiré um dia, como os dinossauros ¢ os dod6s. Assim, apés assegurar sua prépria sobrevivéncia, a coisa mais importante que um individu de qualquer espécie pode fazer € se xeproduzir. B bem sabido que o sexo é uma das maneiras favorites de se fazer iss0, dai que logo apts a sobrevivencia vem o sexo como & coisa mais importante na vida de qualquer orgauismo sexuado. Na verdade alguns animais, como as aranhas, esto até dispostos a sacrificer a vida por ele. ‘Alguns seres humanos também fazem isso, apesar de ser algo que a maioria das pessoas tenta evitar. Desso modo o sexo é um meio de sobrevivéacia, A protesdo & nocessiria para a sobrevi- véncia do corpo do individuo, ¢ 0 sexo para a sobrevivéncia de seus genes. O corpo € mortal, mas os genes podem viver para sempre se forem transferidos de um corpo para outro ma geragao seguinte, Os genes so como um basto que passa de uma pessoa para outta numa corrida biolégica de revezamento que parece Tue: Todo intividuo? Hoje em dia nio, nio acredito, EB: Mesmo quando @ indesejvel, inde astim € importante, a nunca ter fim, Mas algumas vezes termina com um gemido, como disse o pocta, © algumas vezes ameaga explodiz. QUE & O SEXO? _O sexo 6 0 resultado da evolugo ¢ da sobrevivencia dos mais eptos, ¢ os seres humanos estio no alto da pilha. As pessoas sio mais divertidas do que tudo mais, ¢ o sexo humano (ao menos para os humanos) ¢ o melhor, de modo que coo patidtivus membros da raga Lhumana deviamos todos nos orgulhar dele. Qualquer um que’ nfo se orgulhe deve voltar para o lugar de onde velo, isto é, para a 4gua-viva. Antes do sexo jé havia dois outros métodos de reproducio no seino animal, ou no que viria a ser o reino animal. Os orga- nismos inferiores (ou pelo menos pensamos que sfo iaferiores, ¢ até hoje eles nfo objetarem) se teproduzem por fisséo bindtia. Estes so os animélculos unicelulares que comem até ficarem grandes demais para suas peles. Ento explodem ¢ passa a haver dois deles onde antes s6 havia um. Isso parece uma chateacko: "La vamos nés do novo!” ou mesmo “Por que é que isso sempre acontece comigo?” mais do que “obal”. E certamente 6 moné- tono, porque as duas células filbas sao feitas dos mesmos anéis € espirais de sua me, dai nfo haver muita chance de originalidade. Pior ainda, j4 que todas as célules so iguais, qualquer mudanca global em suas cercanias que destrua uma delas provavelmente destruiré a todas. ‘A conjugacio € uma pequena melhora, Sto necessérios dois para a conjugagio, ¢ ambos devem ser organismos wnicelulares da mesma espécie. Eles se aconchegam um no outro ¢ trocam alguns anéis ¢ espirais anles de se separarem. O resultado & que. as filhas so misturas, cada uma um pouco diferente dos pais. Isso as ajuda a sobreviver, porque uma mudanga em seu ambiente pode mater algumas delas, mas as outras, sendo diferentes, podem continuar a viver. N&o hd machos ¢ fémeas entre esses organis- ‘mos, ou pelo menos ¢ diffcil distingui-los. ‘Mais propria dos humanos & a cépula, onde os animais en- volvides se dividem em dois sexos. O macho, de uma mancir oa do outre, em geral trata de colocar seu esperma dentro da 8 fémea e fertilizarlhe os 6vulos, J4 que o esperma contém muitos genes diferentes, acontecendo o mesmo com o évulo, o resultado 6 como uma danga folclérica, ¢ no ato de trocar os parceiros rmuitas combinagSes diferentes so posslveis. Assim, exceto m0 caso de gémeos idénticos, cada cria & diferente das cutras, 0 que aumenta a chance de slgumas delas sobreviverem 2 mudancas na misica da esfera terrestre, Ha alguns animais, como os peixes, ‘que se dividem em dois sexos mas nfo chegem @ copular, porque a fémea poe seus ovos na agua ¢ o macho descarrega seu esperma em cima deles em lugar de introduzi-lo nel. Os caractis. prova- velmente se divertem mais do que qualquer um, exceto os. seres humanos, porque sfo hermafroditas ¢ ambas as suas extremidades podem copular ao mesmo tempo. ‘Acasalamento € 0 mesmo que c6pula, mas soa mais romén- tico, Acasalamento € uma palavia usada por ormftélogos, mestres escolas ¢ criadores de animais domésticos. Significa que os mais que copulam devem ter escolhido seus companheiros muito cuidadosamente ¢ tém muito amor ¢ carinho por eles, mas isso nfo & necessariamente verdade. © acasalamento bumano chamado de unifo sexual, que, como j4 foi notado, 6 uma expresso usada principalmente por lérigos. Significa que 6, ou deveria haver, um elemento espi- ritual presente que o torna ainda mais bonito que o acasalamento animal; mas isso também nfo ¢ necessariamente verdade. Contudo, tais unides sio quase sempre qualificades de abengoadas, espe- cialmente se produzem filhos. Em todas as palavras acima citadas hé um sentimento de que © propésito de toda essa conduta € a reprodugio, mas isso nio 6 sompre ou mesmo habitualmente verdade no que toca aos seres bumanos. A humanidade deu um grande salto 20. separar 0s prazeres do sexo de seu propésito biolégico, ¢ o homem € a Gnica forma de vida conbecida que pode deliberadamente fazer larranjos para ter sexo sem repredusao ¢ reprodugdo sem sexo, ‘© que podemos entéo dizer nessa altura 6 que @ reproducio sexuada é uma melhoria quanto 2 fisséo binfria e a conjugagio. # um meio de misturar genes de modo a produzir uma variedade maior de filhos, proporcionando uma chance maior de sobre- viveneia sob as cambiantes condigdes do mundo exterior. Os or- ganismos a procura de parceiros semuais tendem a se aventurar mais Jonge © a enfrentar meis riscos do que aqueles que estZo contentes com og métodos menos glamurosos de reprodugdo. E quanto mais maguético for o sexo, mais longe iré 0 organismo A sua procura, e malores serio 05 riscos que enfrentard. Portanto, de um ponto’ de vista biol6gico, o sexo ¢ seus prazeres sfo um 2 meio excelente para a produgio de uma grande variedade de organismos vivendo numa grande variedade de circunstincias, © ‘para a évolugdo de formas de vida mais adaptéveis ¢ aventurosas. lal MAS DO QUE SE TRATA, AFINAL? As explicagées que dei até agora poderiam satisfazer a um catacol inguiridor, de modo que ele sairia se arrastando mais triste, embora mais sfhin, mas isco mio cnntribui mnito para o entendimento das vibragdes que se passam entre os homens ¢ as mulheres na vida diéria, Portanto aqui est uma lista de algumas dag cojsas com que se relaciona o sexo ne vida humana, o que pode ele ser as vezes pare quase todo mundo, e 0 que pode ser para qualquer um, Primeiro, com a fertilizagio: o txémulo mergulho do esperma na fecunda piscina do évulo, o que origina uma mova vida em ‘vibrante florescimento, Mas isso pode ser feito sem sexo através da inseminaglo artificial. (Voce sabia que hé toda uma profissio que passa o dia forsando perus a esguichar dessa mancira, de modo que essas aves infelizes so nfo apenas depenadas © co- midas, mas ainda por cima corneades, seringadas ¢ enganadas?) Segundo, com a fecundacio — que pode ou nfo ser sexvada, mas que satisfaz a vontade da mulher de estar prenhe de nova vida em crescimento, © e necessidade do homem de emprenhé-la ¢ mudarlhe 0 corpo ¢ a vide através do poder de seu instrumento, Terceito, pode relacionar-se com o dever, para as pessoas que falam dele desse modo, ¢ isto & 0 que elas dizem: o dever de uma mulher de dar filhos a0 marido, e o dever de um homem de dé-los & mulher; o dever da mulher de se submeter ‘aos desejos do marido, ¢ o dever do marido de oferecerlhe © que ela nao, poderia’ ter enquanto solteira; © hoje em dia, o sever de uma mulher de dare seu homem 0 orgasmo que ela pensa que ele procure, © o dever de um homem de dar a sue taulber o tipo de orgasmo que ela imagina existic. Quarto, pode relacionar-se com rituais: 0 ritual do sexo pela manhd, ou'o ritual do sexo & noite; ¢ 0 ritual do sexo em aniversérios, © 0 ritual do sexo no Natal. 30 Quinto, pode relacionar-se com alivio, que significa iberagio de tensées armazenadas que causam agilagdo, desconforta © até dor. Mesmo relutante em ter tal liberag#o e mesmo encarandoa como sensualidade, mais cedo ou mais tarde a pessoa se sento justificada em consegui-a, ou ent continua a Intar contra cla vom um sentimento de nobroza e retiddo. Para tais pessoas 0 alivio € obtido através de coisas chamadas escapes. Se o escape for encarado como uma pessoa, entdo o individuo se seme cul- pado por usar uma pessoa como escape; se néio for considerado pessoa, entio o individuo se sente envergonhado por ser despro~ vido de humanidade. Sc o alivio nfo requer outra pessoa — “Todo homem € sua prépria esposa, ou uma luade-mel pa palma da mio” como se diz — entdo 0 individuo sente um secreto triunfo de auto-suficitncia, juntamente com solidao, deceppao ¢ distan- ciamento da raga ‘humana, pojs esse 6 um dos pecados originais impingidos a mutlas pessoas pela personalidade e as circunstancias. Sexto, pode ser reajustamento fisiol6gico, um pacto celebrado para dar ‘um stntimento miituo de bem-estar. ‘Sétimo, pode ser um prazet a ser procurado assiduamente, & eterna perseguigfo & promessa de um orgasmo. Oitavo, pode ser um passatempo mituo, ume mancira de passar os dias enquanto se espera por Papai Nos! ou pela morte, 'Nono, pode ser uma brincadoira de sedugio ¢ recuo, de bbrigas e reconciliagSes, com a cama como campo de todos os jogos psicolégicos que so conhecidos ou que podem str inven- tados entre um homem ¢ uma mulher. Décimo, pode ser um meio de unio © compreensio, de selar ‘outros pactos, dé fazer novos pactos, de aproximagéo ainda maior entre duas almas, duss curyas que’ se esgueiram ao longo das barreiras cuidadosamente erigidas entre elas. Décimo primeiro, pode set intimidade © ligaglo, a soldagem de dois s6lides pelo calor da paixdo numa uniéo que pode durar para sempre, se nfo rachar sob as marteladas da vida nom se desgastar sob o gotejar monétono de cbsedantes ninharias. Décimo segundo, pode ser a expressio iltima ¢ sempre reno- vada de amor, culminando em sen produto natural, o 6vulo fer- tilizado, completando assim o cfrculo.* ‘Quase sempre a pergunta “Afinal, a que se refere 0 sexo?” € respondida com uma espécie de desespero. Entdo usualmente + ME: Para voct os seres humanos devem, precisam, tém necessidade absoluta de ter filhos; caso contcirio, estio negando seus desejos biol6gicos ‘ésicos. $6 podemos realmente inferit que & biol6gico,o desejo de. ter filhos. Na verdade, tudo 0 que podemos dizer € que o desejo ou necessidade & de cépula, EB: Ah, 6 assim! at significa duss coisas. Primeira: “Por que preciso tanto dele?” ‘A resposta € que somos feitos assim, Lembre-se, todos nés come- amos como égua-viva, ¢ foram necessérios milhSes de anos de Seleeo natural para que chegésseinos a ser pestoas. Os o1ga- nismos mais fortes e enérgicos que precisavam muito dele dei- xavam mais descendéncia, e assim sua espécie sobrevivia melhor do que aquelas que nfo’ precisavam tanto. Por isso c4 estamos tentanto consegut-lo a todo custo, s6 que nos confundimos a esse respeito, ¢ todo tipo de gente est contribuinde parm nos manter asin. (© que nos Ieva A segunda questo, que chateia muitas pessoas: "Quando terei um pouco dele?” A resposta & que voc€ conseguiré quando estiver pronto, Voce pode conseguir agora. mesmo s¢ estiver disposto a ir bastante Jonge © a fazer os necessirios sacri- Hrios, aceitando o que vier. Mas talvez voe# tenha de enfrentar algumas conseqiiéncias: posivelmente fisieas, mentais © moras, talvez a traigio de voc8 mesmo e de seus pais, de modo que pode ser melhor esperar pelo momento oportuno, De certa ma- nefra, esperar € um modo mesquiako de viver, ¢ val contra 2 natureza, mas — cada um pode completar seus préprios “mas”, ou aticéclos fora. Ig! A FINALIDADE DO SEXO © sexo cumpre melhor suas finalidades sendo um fim em si mesmo, Esses finalidades so de dois tipos: as desenvolvidas Gurants um bilhdo de anos pelo trabalko dz naturcza © as insti fuidas hé dez mil anos pelo trabalho da mente do homem. Do ponto de vista da natureza os nossos corpos so irrele- vantes, excoto quando so produtives. Vivemos num planeta muito pequeno — Jipiter é 1.300 vezes maior — e 0 que principalmente nos distingue dos outros corpos celestes & que somos habitados por individues que se movem, A fim de continuarmos habitados, devemes reproduzit-nos com a mesma tapidez, ou mais, com que morremos. Se hé alguma finalidade no sexo, portanto, a finalidade maior, ou césmica, € a sobrevivéncia de nossa espécie, ¢, além disso,” a sua_ continua evolucio através da variagéo — isto é, interéruzamento — e melhora através da selecSo natural, Quanto 32 a isso, portanto, nossos corpos existem somente para carregar o esperma ¢ os Svulos, e eles mesmos néo tém meior importinica. Nosso unico dever com o cosmos 6 sobreviver até a puberdade para que possumos reproduzir nossa espécie. Por outro lado, a tinica fungao do esperma e do 6vulo ¢ formar um vefculo ¢ um invéluero ‘para os genes neles contidos. Em outras palavras, ponto crucial que faz a terra diferente de qualquer outro pedago de rocha que flutua no espago € um punkado de genes humanos = © mio hé exagero 0 que digo, j4 que todos os genes de toda a raga humana poderiam caber oa palma da mio. Assim, o es- perma ¢ o 6vulo existem apenas por causa desses genes, € nossos Corpos existem por causa do esperma ¢ do évulo; esa é sua -misséo sagrada. No grande plano do universo, somos malas-postais de algum grande esquema de carlas em cadeia de nosso criador, eujo fim nunca seberemos, do mesmo modo que qualquer outra mala-postal nfo sabe que noticias © que proposiges carrega em seu bojo. © sexo ¢ 0 combustivel que impele esse grande projeto para a frente, © sem 0 sexo, o projeto acabaria parando © se Gesmoronando, deixando apenas osf0s secos para demonstrar que algum dia existiu. Toda « vida humana, portanto, pode ser vista como uma pr paragdo para a nossa parte nessa produgio, seguida pela nutri- $40 do que produzimos ¢, depois disso, pelo definhamento, quando Aransferimos tudo para a geragdo seguinte, Felizmente muitos ain- ‘da podem frair o sexo depois de terem desempenhado seu papel. ‘Aqueles que nfo se reproduzem, por planejamento ou incapaci- dade, podem ainda reunirse num graade éxtase que compensa parcialmente o que petderam. Para nos ajudar a levar avante esse plano excepcional, a Na- tureza nos oferece uma estranha ¢ maravilhosa paga. O orgasmo € a recompensa que nos dé por fazermos um novo bebé.* E ‘com tremenda generosidade, ela nos permite colher tantos quanto Gesejamos em sua grande cesta de prazeres, ¢ nem sequer os pede de volla se deixamos de produzir. Ela também nos dé uma pensio. liberal quando estamos muito velhos para produzir. ‘Cambém mo nos pune se tomamos providéncias para engand-la com a contracepcio. Para as pessoas Teligiosas, isso tudo deve ser um exemplo sem paralelo de caridade inesgotével de Deus. Mas hd, € verdade, uma exceso: doengas horriveis, que atacam apa~ rentemente 2 esmo. Por outro lado, todos os que recusam esses dons room-se de inveja © transformam-se em pedra: @ mesma coisa que Jhes torna frigide 0 sexo torne-lhes rigido © cérebro. © ME: Essa é uma idéia raaseu EB: Algumes mutheccs também a ttm. Correto? 33 ‘Uma derivagéo do sexo 0 impulso nidificador, que faz os homens construir casas € as mulheres decorf-tas, e assim dar as criangas um conforto sgradével enquanto esperam sua vez. E homens ¢ mulheres, felizmente, ligamse uns aos outros, de modo que podem manter esses estabelecimentos funcionando. Polo menos ¢ assim que deveria ser, ¢ os circuitos sexuais esto arru- mados a quimica do corpo ¢ na fiacdo do sistema nervoso de maneira 2 ser isso o que aconteca so nada interferir. Nao € preciso dizer mais sobre a Natureza © 0 que cla pro- duziu no curso da évolugdo desde os primitives genes que, se for- ‘maram no cecano até as familias humanas que se ajudam umas as outras a sobreviver mediante a formacdo de grandes sociedades. Mas 6s mesmos no estamos contentes de ser meros portadores de sementes, © convertemos 0 sexo ¢ suas possibilidades em algo mais complexo. ¢ refinado. Primero, do sexo vem nossa imortalidade, Nossos lares ¢ ne- gécios, fazendas ¢ fébricas, livros e pinturas, © todas as coisas que montamos © passames’ para nossos filhos com a marca de aossas mentes © mios, se extinguirio, nos dizem. Shelley nos contou como todos 05 monumentos de Osimandias desmoronaram até 0 p6; padres magrinhios ¢ rubicundos gritam isso do piipito todos 0s domingos, © vemos isso na frase tertivel de nossa época quando todas as coisas que t8m nossa marca pessoal sfo queima- das_ou arrebatadas: “Os tangues dos opressores esto chegando € vao destruir 0 que construimos ¢ 0 que nos & caro”. Mas nossa ‘iltima esperanga € que nosses Lilhos, Produtos de n0s50 Sexo, so- breviveri, © que nossos metos, produtos do sexo deles, teréo al- guma lembranga de nés, ¢ que nossos descendentes em futuro distante ouvirio falar de n6s como se féssemos lendas, o Fun- dador ¢ a Fundadota da tribo. “Em segundo lugar eslo os ganhos mais imediatos que jé no- tamos. Como gratificago pura, em todo pals ele € um esporte ainda. mais popular que o futebol, o boliche ou a televisio; 0 re- curse sempre dispuaivel dos pobies, © 0 prazer procurads pelos ticos. Tora prazerosas horas que de outra forma seriam chatas ou mesmo depressivas; alguns 0 cultivam como uma erva ow planta para espremer dele a ultima gota de estonteante deleite. 2 uma desculpa para formar ligagdes que desejamos de qualquer forma prolongar; lige-nos a pessoa que € a unica esperanca em nosso cere césmico de solidio; © para aqueles que encontram plenitude espiritual um no outro, € uma forma mistica de comu- ahio primordial, Resumindo entiio o que foi dito acima, o sexo & uma matriz do todos os tipos de transagdes mais vivas: abragos © discussdes, sedugées © recuos, construgdo e desgraca. Além disso, € uma 4 ajuda a [elicidade e ao trabalho, um substituto para todo tipo de drogas, ¢ um curativo de mmuitas espécies de doencas. E diversio, prazer e éxtase. Liga as pessoas com lagos de romance, gratidao © amor. E produz criangas, Para o viver humano ¢ o amor hu- mano, é com isso tudo que ele s¢ relaciona e tudo isso é a sua finalidade. E SEXO E CIBNCIA E que demos a cle om troca? A maior parte, até agora, foi medo, desdém, nojo ¢ repitdio, Houve muitos inquéritos para nos dizer ‘suas variagées, ¢ muitas viagens de antropélogos para es- tudar seus regulamentos, 0 que € quase sempre sua negasio. Ha pouca citncia, © ssa mesma foi recebida com gritos de raiva ou Presungi0, Muito do que eu disse vem de conjeturas, intuigho € comunicados sem rigida avaliacGo estatistica, O remédio est ao aleance da mao. Vejamos a afirmagio de que bom sexo significa melhor sauide. Isto seria fdcil de testar, © eu propotia a seguinte investigagao. B bem sabido que grande némero de universitérios usam o sexo regularmente, Outro grande mimero uss-o irtegularmente. ‘Uma tetceira parte apenas se masturba, € um mimero menor (provavelmente) se abstém. Haveria pouca dificuldade em reu- ‘ir quatro mil voluntérios, dois mil homens ¢ duas mil mulheres, quiahentos de cada uma des quatro categorias. (O tinico proble- ma seria acher mil que nfo o preticam.) Seria necessério apenas comparar os dados senuais © 05 de suide de ceda um desses ¢s- tudantes durante seus quatro anos de universidade para desco- brit se melhor sexo significa pior ou melhor sade, © bem que valerie a pena conhecer o resultado, tanto para os individuos ‘como pare a classe médica, Poderia ser um projeto barato, facil- ‘mente conduzido por um investigador disposto a trabalhar’ (que- renta entrevistas por dia durante cem dies, ¢ 0 resto do tempo para separar cartes ¢ fazer tabelas). Para um que trabalhasse preguigo- samente, poderia trensformar-se num projeto mais dispendioso ¢ impressionante com algumas secretdrias e um computador. De qualquer modo, € bastante til e praticével. Mas até hoje nin- guém o fez, pelo que pude descobrir, a5 Incidentalmente, s¢ 0 Sr. contribuinte pagasse cem mil déla- res de impostos por ano, sua contribuigao anual para tal estudo seria apenas uma pequens fraglo de um cent. Acho que ele n80 hesitaria em dar essa poquena contribuigtio para um importante projeto cientifico; por outro lado, acho que cle no deve tirar vantagem de sua contribuigo para interferir ma investigasio, F SEXO E RELIGIAO Nada toma as pessoas religiosas tio nervosas ou pelo menos 0 sexo desregrado. J& que cada rel proprios regulamentos, as pessoas que vio a diferentes igrejas fFicam nervosas com coisas diferentes. Mas sua atitude bésica a de que o sexo é assunto da religiéo, e deixam que os padres, ‘05 mais velbos ou os médicos decidam quando é sagrado © quan: do € profano. Jé que essas pessoas esido contidas pelas normas estabelecidas, as regras que fazem usualmente favorecem mais as pessoas mals velhas que as pessoas mais jovens, © aos oficiais mais que aos soldados. Religiosas ou nio, bé algumas pessoas que consideram todo sexo como sagrado de alguma forma, e todo homem deve ter algum lugar secreto para as coisas sagtadas; se no tem, sua mente p6 ¢ ele j4 esti a caminho da morte. Por outro lado ‘RA aqueles que yéem todo sexo como profano. Isso inclui fond- ticos © homens de principio, como os skoptzkies russos, que cos- tumam castrar-se como voto de boa-fé. Um pouco diferentes as pessoas que facem questo de profanar tudo 9 que o5 outros consideram sagrado. Fssas podem se organizar em caltos, como feiticeiras, ou simplesmente desfilar aos pares em lugares pu- blicos com suas camisetas Cuff You. De certo ponto de vista* o sexo & honesto ou desonesto. ‘Seja qual for, depends do “‘contreto” ou entendimento entre as duas partes. Se tém um bom entendimento ¢ 0 mantém, entio € honesto. Mas se houver corrupeio, explores, fraude ou intuito inconfessado, entio nessa mesma medida 6 desonesto, Assim, mesmo que paresa haver perfeito entendimento, tirar vantagem sso se refere & anslise transacional 56 do uma fraqueza € desonesto por causa de sua corrupgio. Por exemplo, conseguir relagies sexuais com uma crianga em troca Go um doce € corrupto, porque mesmo que ela concorde com sso, est sendo explorada; ndo sabe em que estd se metendo © ‘quais poderio ser as conseqiiéncias. Esse juizo segue a idéia legal de um contrato, onde o mero consentimento no & bastante; © covseatimento deve estar “bem informado”. ‘Os clérigos que praticam “andlise transacional” distinguem tanto entre sexo profano e sexo sagrado como entre honesto © do- sonesto. Ao tentar juntar os dois € provével que todo sexo de- Sonesto também seja chamado de profano. Por outro lado, nem todo sexo honesto seria considerado sagrado, e € af que diferem as duas abordageas. ‘HA uma forte tondéncia para se equiparar o sagrado a0, so lene; se for divertido, no pode ser sagrado, ou se alguém rir 0 este profanando, Mao acho nonhuma dessas afitudes correta. Se 0 sexo 6 sagrado, entio divertimento ¢ riso, sendo igualmente sentimentos felizes ¢ humanos, so também sagrados. TEm paises civilizados, como em outros lugares, o sexo & quase sempre mais sagrado que @ vide humana, Assim, no Texas Js pessoas podem ser mortas legalmente mesmo por transgressGes Sexuais nao-violentas. Numa escala maior, na guerra & permitide matar quantas pessoas for possivel se a pessoa certa dé 2 ordem, gas nao hé ninguém que possa dar a ordem oficial para uma explosio de slegria sexual, ‘Na vida civil o grito de guerra “Melhor a morte que 0 sexo” encontra sua aplicagao mais sinistra no sistema penitencifrio ame- Hoano. Ali duzeatos mil intemios de prisées estaduais ¢ federais sao totalmente privados de relagdes sexuais normais. Dai que fsses homens ¢ mulheres, em sua. maioria intensos © enérgicns, Fe~ fonram 20 homossexualismo € ao assassinato para se exprimirem emocionalmente. Mas ninguém até agora ousou dar a ordem nem Pata os casados relaxarem-se com suas esposas legals, oferecendo Risim wma chance para que prevaleca a decéncia. (ixistem agora algumas excegdes a isto.) . 7 2 © ATO SEXUAL ical OS ORGAOS SEXUAIS MASCULINOS E FEMININOS © apanetuo sexva do homem 6 menos complicado que o da mulher, 0 que & uma fonte de orgulho para a fémea biolégica com suas ancas © seus seios arredondados ¢ suas quatro covinhas nna parte inferior das costas que formam o rombéide de Michac- Tis iGo amado pelos escultores das formas femininas. Na verdade esse rombéide, quando beri delineado, £ uma das estruturas mais belas da matureza com sna promessa de tepidez e fecundidade totais que instiga a mais profunda natureza de homem biol6gico Protetor © proctiador. Se voc? ngo olhou ¢ admirou antes este mais lindo & promissor dos vales desta terra, eu recomendaria que The prestasse atengdo. Como objeto de puro prazer estético, livre des paixdes mais tirgidas despertadas pelos canyons encontrados ‘entre os seios, as nédegas © as coxas, ele & insuperivel. © equipamento sexual do macho consiste em dois mintisculos cadinhos, 05 testfculos; cada um com seu pr6prio alambique, 0 epididimo; ¢ seu préptio tangue, a vesicula seminal. Estes levam a uma bomba, a prostata, que libera o produto através de um carneiro hidréulico, o pénis. A fémea comesa com os ovéios, que deixam cair seus évulos amadurecidos como magis perto das aberturas das trompas de Falépio, cujas delicadas pétalas os fazem flutua: tGnet abuixo cm diregdo ao ventre ou utero. O iitero est4 construféo para hospedar 0 ombriio om crescimento © alimenté-lo até a maturidade. Na outra cxtremidade, a vagina esté provida de gldndulas que se Iubtificam para ajudar a vigo- tosa investida do. pénis enquanto este penetra nas vias pronto & semear a nova vida com seus torpedos seminais. A vagina também tem mésculos que apertam e pulsam, ¢ convencem o sémen a tomar seu destino no titero. Acima de sua entrada esté © clitéris, érgio especialmente desenhado e suprido de nerves es- peciais para a singular titila3o que leva ao éxtase final. Em ‘Soma, entio, o homem tem duas fSbricas de células peculiar. 3B mente miniaturizadas ¢ um agressivo sistema do enlrega. A mulher esté bem equipeda para encorajar ¢ lidar com essas en- ‘tregas, que ela acolhe na mais Tindamente construfda incubadora do univers, Também dispie de equipamento para ctiar sea agradive] produto. ‘Mas surgem complicagses psicol6gicas porque o homem pe- netra e a mulher € penetrada ou, como disse alguém, porque 0 homem tem encanamento extermo ¢ a mulher encanamento ine temo. Assim, o homem dispoe de antincio natural que ele pode acender de noite quando chega a ocasigo, enquanto 2 mulher 56 pode fazer trabalho promocional nos bastidores. & algo como 2 diferenga entre uma Ianchonete de beira de estrada com suas luzes de néon c uma elegante taverna com a mais disczeta fa- chada escondendo seu tinico salfo acolhedor. COMO SE INICIA Ha setenta anos Sigmund Freud disse que a maiorfa dos somhos dos adultos trata de material sexual ¢ expressa descjos erético.! Ele chegou a essa’ conclusio estudando a psicologia dos somhos, mas no tinka nenhuma evidéncia concrete. Muitas pes- soas, inclusive médicos, acham essa improvavel, desprazerosa © até repulsiva, mas Freud ficou firme. Agora a evidéncia concreta esté aqui, A moderna pesquisa do sono mostra que quase todos 05 sonbos, pelo menos no homem, so precedidos ou acompa~ mhados de uma eregdo.* O mesmo provavelmente 6 verdade para as mulheres, apesnr de mais dificil de ser astahelecida. Tsen signi- fica que ha muite atividade sexval ocorrendo em ambos of sexos enquanto dormem, ¢ as erogdes ocorrem a cada noventa minutos a0 longo da noite. Isso pode continuar anos a fio ou mesmo a ‘vida inteira sem a pessoa jamais saber. 3S. Freud, The Inerpretation of Dreams (J.¢ ed.) The Macmillan ‘Company, Nova Torque, 1915, pg. 240. 2G. Fisher, J. Gross € J. Zach: "A Cycle of Penis Erection Syn- chronous’ with Dreaming (REM) Sleep”. Archives of General Psychiatry, ne 12:2945, janeiro de 1965. Enconiraram eregees em 95 por conto. de 86 periados REM em 17 individvos. 39 aos} Na vigilia 0 ato sexual para 9 macho comesa com uma eregio Sem eregao nfo hd sexo. O pénis foi planejado por um engenheiro cuidadoso. Durante © ano todo o sangue entra © sai facilmente ¢ sem obstrug3o, a no ser que a entrada aumente ¢ a salda fique loqueada, Se isso acontece, o sangue se junta em pequenas ca- verias que servem a esse prop6sito. O érgio se empapa como uma esponja e comesa a ficar um pouco meior. A medida que o sangue continua a se amontoar, preenche todos os espacos até que eles comecam @ intumescer* Logo todo o pénis esté tirgido € esticado como a pele de um tambor. "H4 duas teorias quanto a0 que acontece 14 dentro para ceasionar a esegiio. © sangue € introduzido pelas artérias © sai pelas veins. Uma teoria diz que as artérias sp abrem mais do que as velas, de modo que o sangue entra mais depressa do que © podem tirar as veins, A outra diz que a vela maior se fecha assim que sai do penis para entrar no corpo, de modo que © sangue se acumula frente a ela. ‘Vamos considerar primeico a segunda teoria, j& que é mais clegante. Se a veia maior estiver bloquesda, 0 sangue néo pode sair até que a presséo esteja bastanto alla para vencer o bloqueio ‘ou forcar a passagem através das pequenas veias. Esta veia prin~ cipal tem a forma de um tubo flexivel de borracha com paredes inas, Perto de sua saida do pénis hé uma pequena faixa mus- cular que a alravessa de tal maneira que se 0 musculo se con- trai o tubo se fecha, Entéo o sangue néo pode sair como faz sempre. Acumula-se por trés dessa barragem, ¢ o pénis se dilate como um... como um... como um pénis, ¢ quanto mais se dilata_mais duro fice, Quanto mais excitado estiver 0 homem mais duro fica seu faio. Ele sc dilata tanto que se a ponta for flexivel ele pode dobrar-se um pouco. O bomem pode achar que vai explodir se nfo encontrar um lugar para colocé-lo, mas nao hé perigo. O sangue sempre pode forgat sua saida através Gas outras veias pequenas antes que se perca o controle das coisas, A natureza constraiu-o de tel maneira que, par mais enta que seja a batalha hidréulica, no ha chance de explosio. ‘O pequeno miisculo que comega tudo 6 conhecido dos ana- tomistas como compressor venae dorsalis penis, compressor da veia dorsal do pénis (nfo a veia que voce vé ld, apesar de que ‘ela também polse, mas uma outta que fica mais abaixo). ® chama- do, abreviadamente, de misculo de Houston, Se for verdade que as ereges dependem desse misculo, entéo em grande parte a pro- efiagio também depende. QO miisculo de Houston so contraira Sempre se 0 tipo certo de impulsos clétricos atingir os nervos certos, mas ficaré relaxado sempre que nfo atingir. Através da solegdo natural no curso da evolucdo, este miisculo e os mervos 0 que levam a ele se tornatam um dos gatilhos mais djgnos de Gonfianga de que se tem noticia. Pode funcionar perfeitamente durante ojlenta ¢ oie anos sem lubrificapio nem substituigso de pegas. mesmo sob as mais dificeis condigées de uso. ‘Quase todas as dificuldades de eresio se originam no ope- rador nfo no mecanismo — erro de piloto, como dizem nos Circulos aerondulticos. Os impulsos para o penis sio mandados Go cérebro, hé um homenzinho 14 em cima que tem de apertar © botdo quando for dado o sinal verde e todos os sistemas esti Yerem prontos. Mas se cle estiver cansado, assustado, distraido, ou cheteado, pode relaxara pressio ou soltar o botdo, mesmo Quando a luz verde estiver acesa. J4 que se trata de um botiio {prova de falhas ou acclerador de interrupgo automética, uma Ver destelta a pressio. 0 mecanismo se desliga ¢ volta & inati- Vidade, B claro auie 0 homenzinho é a crianga existente na pessoa, se ele se acovarda ndo hé efecto, apesar de toda a fiagdo estar em ordem e apesar de haver muito estimuto yindo do exterior. interessante noter que a existéncia do misculo de Houston 6 desconhecida de muita gente, inclusive médicos. Néo € nem mencionade com esse nome ma Anatomia de Gray, de modo, que 2 maioria dos estudantes de medicina passe pela escola médica Sem nem ouvir falar dele, Ainda assim, se esta descrigdo € correla, toda a existéncia humana ¢ seus momentos de maior Gxtase ‘dependem desse negligenciado naco de tecido, to admira- Selmente programado para transformar um pequeno 6rgio macio cnum 6rg80, longo e duro através das leis da fisica. Néo hé nenhum conjunto de experiéncias com seres fumanos oa animais para provar que esta teoria cléstica da eregio esté fnteiramente errada. mas hé algumes que mostram que nao esté Inteiramenle certa.? Na verdade qualquer macho pode fazer sua 36 isqtiocavemoss é também chamado Erector penis nos homens ‘Erector chyoridis nas mutnerce, Sua aco est8 sssim descrita na Anatom rey (ne eligho, Vea & Peblaer, Philadelphia, 1966): “0 Isquiocayers oe ote ive a ‘prolongemento porerior do corpo eivemose < relaida © rere no do singue através des vcias, servindo assim para manter. 9 Greio weer no macho. Na fémea se 44 a\ mesma agfo, colocando-se “elitéris’ no Freee” gerepeniz”, Apenas uma palavra inconsequcate foi mudada ef desde a cite Ci926, ¢ € 0 que os estadanies de medicina aprenderam sobre Be dicho ge creek nos ultimes quareala anes. O mistulo ée Houston eesantio uma pare especial do. isquiocaverncso, funcionando, como, com. Mio we Jorsal do. penis (ea do ltrs), Os principals oponentes eres aa teoria isquiocavemosa 3 ererfo sho Masters @ Johnson (Humon see Response, op. eit). A lelargia quento a essa questio presumiyelmente jemerlante etd mostcada, pelo fate. de que duxs citapbes pertientes, dads, por imperismreres datam de 1921 ¢ 1933. Bes dizem que “pouso apoio £ dado FBS Ngo coacelto squiocavernoso, mas D. W. Fawcett, por exemple. gue ceerstecsor de anatomin em Harvard, apbinae em seu artigo sobre o Sisters at propria experiéncis. Se a rego resulta simplesmente da com- ppresso_ das veias no pénis, de modo que o sangue pode entrar mas nfo pode soir seni’ sob grande. pressfo, entio qualguer coisa que comprima as velas sem fechar as urtérias devetia oca- sionar uma etesio, & fécil encontrar um eléstico comm que colocado firmemente em volta do pénis comptima presumivel- mente as veias, sem fechar inteiramente a citculagio, Mas mesmo que seja posto por cinco ou dez minutos, tempo suficiente para © sangue se acumular, no haverd nenhuma ereqao.* % uma pena, porque se funcionasse secia uma cura admiravelmente simples de impoténcia, e grande parte da frustragéo e da infelicidade humanas poderia ser eviteda, H& possiveis falhes nesse experimento tipo Reproditvo, aa Enciopéiin Briea (1967). Masters ¢ Tohasca eferecem Eterm de aoe te as de pnd oapuams abvaes She een ‘elie a ei do re. "Seder an tl sm ce simifica ecesaameate doe a contases do: kautcavemens no Jace Cesar Ge exits At valvubs, do Dr doh Hoses abalone mele Sem fo slo (edie de Howson, alae transrersals re’) eno fa tao fark pensar que sew mésculo no trabalharin igualmente bem nos tecidos eretos. Por outo lado, 4 reerécia de 1933 mencinata acim uma, Pepe excelate de pesquisa Tes por dls compeeats Tiss Tarnncctorsten da Universite ge Toronto" COn The Mechanim of Erections VE Hen. Serson eM. He Rosphe, merous Four! of Pysslgy. 06 21-2i8, 1833. Exes autor, Uabuiundo om cacy nos tempos, amigos da pee da Becikolne, concer que “as msoultaydo. que emul ch new ass. Gorse do penis se deve um mecnnigne hotmoasl local © que ® "erento ‘lo se deve Una compresio car veianefeentr pelt gio msl eu. iziea®, Cmbora as contasoer Squocaverons, muscu, gotam ier om Pequono papel “iA um styido mumento de presiars. one descorpor Exvemoto, gue Sem pode tomar nents “a sal vemos” May fee ‘hrereram Shabir avmentor conidersves wo volume do. pen... devils 2 sblce ‘contrapesexponineas don ‘scion nulocanemoson, ave por fnca ce son Tomesio sno cpinlada.”.podlam produ alguna presto she car dx stot subuente ¢ emt ent (etna no fuse om ganho ni duantdade de eetso™, Hay as ues bgustnde em sits dovobertay © nto esunto emrentee ae que huem descubta uma manci deliv de demonstar © mecanisme anal i © fle asf maa. “Ess spies mAtodo de vrileasto foi wgerdo pelo Dr. James Dal, de St, May's Hospital do San Prancseo, Fie pera algem imvaionor Coe: foso'a trea de veer o que aconece so un slstco Que stern Opes 1 pres cota for clocalo apie se exabeloer > grein, Mater tle a frestoindefngamente mestno que guts etimlos forem eviador? Ou $2 for eolacado apts a cncalaglo, mss com a creo ainda preente?” Os pas ‘ubsdores amadores sto avindos pera no manerem o stco durante, @ sani, je que iso forgave © sewen'a ltr pare & veul, Um proce Simeato favorito ceria epoca peas sbarias tubes © erenas, tay ta ecomendado porgue osteo daininer ato duvidens © potem ser danas a faga-vocé-mesmo, ¢ poderia nfo ser completamente convineente para um pesquisador experimentado, mas ele levanta sérias di- vyidas quanto & teoria do “eléstico” em sua forma mais simples. "A segunda teoria, de que as artérias se oxpandem ¢ intro- duzem tanto sangue que as veias simplesmente no podem evacuar, parece agora mais provavel. Mas néo ha maneira de expandit estas artérias arlificialmente, de modo que a poténcia deve ser deixada nas maos da natureza ¢ da psiquiatria, HA uma droga chamada yohimbine, que vem da Arvore yohimbine, da Africa Ocidental, que ceria vez foi promovida como verdadsira dilata- dora das’ artérias do pénis, mas poucas pessoas que a experi- mentaram acharam que ajudava de verdade, A cantérida, o mais popular afrodisiaco do folclore, atua causando uma inflamagfo ‘que pode ser perigosa ou mesmo fatal.* Nao temos que desistir inteiramente do misculo de Houston fe seu elegante mecanismo, porque 6 provavel que n0 homem as melhores eregdes resultem de uma combinagdo de ambos os efeitos. Ha uma crescente corrente de sangue devida 2 expansio das artérias, © também algum aperto nas veias, e entre os dois 0 falo alcanga seu maior grau de dureza. No mulher as coisas so mais complicadas. A cxcitagdo sexual ‘comega com a lubrificagéo da vagina, que pode acontecer alguns segundos depois que a mulher se decidir a continuar. Alguns minutos depois disso 0 clitéris s¢ distende. Ninguém sabe direito como isso acontece, mas no hé razio para supor que nao kaja uum miisculo de Houston na mulher como ha no homem, jf que 05 anstomistas concordam em que ha fibras musculares no clitoris similares a do pénis. Elas podem ajudar porque represam ‘© sangue a0 mesmo tempo que as excitadas artérias 0 intro duzem, tomando assim mais firme ¢ maior © clit6ris. Mas 0 clitéris também € puxado para cima e pode sumir da vi do acontece com o pénis. Numa mulher plena de desejo, tam- bém 0 colo do wtero se dilata ¢ pulsa, “mandando sinais urgentes vagina para que esta se encha”, como diz Amaryllis, © Dopa_(éihidroxifenilakmina), substincia hoje usada no tretamento do parkinsonisme ou. paral egitante, & considerada um verdageiro ofrod'- facoe eretor do pénis para as pessoas que sofrem daqucla docags, mas fachase que € mmulo podetass para o uso normal por causa de seus rhuites cteitos seeunddrics. passives. 43 1°} © VIGOR MASCULINO __© Vigor sexual masculino tem trés elementos: potéacia, forga © impulso. A poténcia € mostrada pela firmeza de sua ereedo, 8 forga pelo ardor de sua penetracio, © o impulso pela velocidade inicial de sua ejaculacio. Ha muitos graus de poténcia na eregao. No primeiro, o pénis esté ligeiramente aumentado pende um pouco afastado do corpo. ‘Numa situagio social o portador talvez. nem esteja cBnscio de ue esté nesse estado. Nao ficaré embaracado, j& que o sumento sido pode, quate compre, ser notado pelos que o cream. Esse estado pode ser chamado de “sensacSo social”, como no seguinte pardgrafo de jornal: “Amerylis causou sensagio entre os homens quando entrou na sala com sua minissaia erétil". Nesse ponto cabo mencfonar quc @ maioria das mulheres conhece a diferenca ‘entre “bem-vestida” ¢ “no bem-vestida”, mas s6 poucas conhecem a diférenga entre um “vestide bonito” ‘ou um “vestide curto” € am “vestido erétil". O mesmo se aplica a outros artigos do ves- twério. feminino. No segundo grau, 0 érgfo esté longo e duro, mas ainda se dobraré se The baterem com a m&o ou se encontrar alguma resis- tenoia. Sendo assim, a menos que a companhieira esteja aberia c bbem lubrificada, ele no serd capaz de penetrar, mas recuar’ 20 invés disso, Esta era a situagao do jover inglés no famoso limerick sobre esse|_mesmo assunto, There was a young man of Kent Whose kirp in the middle was bent. To save himself trouble He put it in double, And instead of coming, he went.* Em honra desse bretio, tal estado pode ser chamado de maldigao de Kent, apesar de dever ser chamado com mais pro- priedade de “calharo cauteloso”, j& que se deve quase sempre a presenga. de algumas dividas quanto a levar adiante 0 projeto. © homem pode ser seduzido pela mulher ou por seu proprio de- “Havia um jovem de Kent / cujo repu era curvado no meio. / Para vitae complicagto ele dobroue em do 7 ecm ver de vir ele ia, sejo de provar sua poténcia, mas “in peno** veritas”, como diz 0 Dr. Horseley, sew falo petmanece inconvencido, Pode tratar-se de fazer as pazes depois de uma briga, ou de conseqiiéncias ime- diatas do_ato, ou do que o futuro pode trazer, ou de alguma falta de firmeza em sua atitude quanto a0 sexo’ oposto. Em re- sumo, pode haver algum temor ou exitaco em se comprometer em tal momento, que ele (seu adulto) pode estar querendo ex. cluir, Mas seu pénis (sob 0 controle de sua crianga, mais sea- sivel) nfo € tio facilmente enganado como cle, © permanece eético apeser dessa permissdo. No terceiro grau o falo alcanga 0 tamanho completo mas nfo sua plena nobreza. Esté inchado, rigido, ¢ pronto para um tipo de agio, mas as vezes cede répido demais e ejacula antes que qualquer dos participantes tenha chance de se expressar comi- pletamente. Isso € coloquialmente conhecido como “répide no zatilho”. No quarto estégio, o homem € como um unicérnio ata cando, no s6 duro © pronto, mas tio tirgido e ansioso que sent que deve comegar sua penetragio ou estourar com o volume de sua poténcia. B nesse estado que as vores a glande se dobra para cima, como que pedindo nos céus satisfagho imediata, Esta ¢ a suprema cxcitagao, quando o homem avangaré praticamente 2 qualquer custo, ¢ ‘este € 0 eixo carnal em volta do qual todas as grandes lutas eréticas giram no romance literério. Em geral esto estado 6 chamado “em ponto de bala”. Os casos especiais nos quais a glande se dobra para cima (porque alguns pénis sio feitos assim) podem ser chamades de “orgulho de Peyronie”, em honra do médico que primeiro fez um estudo formal desse fe- ‘n6meno. & ‘Uma vez capturada a fortaleza, ma igreja ou no feno, 2 poderosa necessidade de penetragio so impde. O homem biolégico nio-corrompido sente um desojo insustentével de penetrar na va- Sel que “pena” néo a forma coreets, mas aaui fica melhor assim. 2 Frongois de la Peyronie. (Lo7#-1747). Ha ceria diseussfo quanto & supereregia com a glinde dobrad2 pars cima, Uma dama quo conhece estas olsas me diz que fa sua opinifo iso ¢ umu monifestapio normal de super- exeitapio, Por outro Jado, 0 mesmo fendmeno ocorre na doenga de Peyronie ento plfstico do. pénis), atribuido diversemente 2 trauma fsiga, ‘mudangas vasculares, abstinéncla. prolongada ou falta de satistapfo adequada, ‘Algumas.veees a curvatura é (20 acentuada que toma a penetragfo. dificil ‘ou impostvel. A doenga de Peyronie € usuatmente acompanhada de dor fa erosio, “As placas so palpdvels mas podem desaparecer espontaneamente Ghuman Sexuality, 2:3657, seteribro de 1968). Jé que uma curvatura similar ‘corre em muitar bales de brinquedo quande enchides até o limite maximo, pode ser'um fenémeno snal@mico-siologica ormal devido A elasticidade Giferencial das ligagdes dorsal e ventral da slande, Mas cf. J. F. Glenn: “Curvature of the Penis, Human Sexuality, 3:83, fevereiro,de 1968. 45 gisa o mais duramente que puder ¢ Id depositar seu sémen.* Ele enfiard uma vez © outra vez, procurando as maiores profun- dezas, @ agarrendo-se & companheira com toda sua focga como se nenhum poder terreno pudesse separé-los durante o tempo todo, embora sinte que o fim esté préximo. # mais provével que tal ardor ocorra se seu falo estiver no quarto © mais nobre estado de ereslo, o genuino instrumento procriativo da natureza humana, Mas se houver algum elemento espiirio por tras do sua forca, a ponetracdo animal perdord 0 vigor e deverd ser conscientemente seforcada. Isso acontece mais comumente se o homem esté mais interessado na gloria que no sexo, se esté temeroso por ter se metido naquilo, ou esté enganando a mulher para seu proprio prazer. Nestes casos ele pode tentar fazer durar tanto quanto pos- sivel para ouvi-la suspirar, ou to pouco quanto possivel para sait dali rapidamente, ou pode estar cSnscio do tempo mas apati- camente indiferente, Se um gozo répido demais machuca seu orgulo, a penetragio acarreta 0 medo de langar o elixir cedo demais; por conseguinte pode penetrar mas s6 um pouco, espe rando assim demorar pelo menos até que a compankeira’ esteja satisfeita, depois do que ele pode prosseguir de consciéncia limpa © dignidade intocada, em seu préprio ritmo. © penetrador biolégico desimpedido esté to voltado para © que esta fazendo, alifs automaticamente, que nfo se interessa pelo tempo nem dé muita atengdo A reagdo da companheira, em- bora alcance a mais profunda satisfacdo se ela reagir natural- mente naquele grande momento dindmico em que cle atinge sua meta e deposita sua semente no lugar onde esta fart o maior fem, Tal atitude intensa, quase insensivel, € a que mais prova- velmente conduziré a mulher a0 maior grau de excitagéo © pro- Guziré cla o mais satisfatbrio orgasmo. A forga de tais pene- tragdes nao & brotalidade, & biologi. Mes se a mulher, em vez de corresponder com sua mais profunda e genuina natureza, se tomar interessada na penetragio como fim em si mesma, pode considerd-la e solicitéla como brutalidade, e 0 mesmo acontece como homem, ‘Mas a descrigéo de atividade biclégica desimpedida & mi um ideal que uma realidade, No h4 uma coisa como sexo desi pedido na espécie humana.’ Todas as sociedades estdo organizadas fem volta de proibigdes sexuais, que vém 2 tona até nos momentos * Este & 0 movimento referido anteriormente, na Hinguagem do Jardim Perfumado, como dok, com a resposta feminina fcc. Em ingles vulgar, doit € bump (ambigada) © hee 6 grind (mexia). Cinematicamente, 2 ‘pelve ‘masctlina ondula em toro de Um elro transverso, enquanto a da mulher moves: em forno de um eixo vertical ou sagital 46 de maior excitagio ¢ corrompem a pureza dessas reagaes. Num extremo ha submissic © preocupacio demasiada, © no outro ha sebeliao, crueldade ¢ desonestidade. Num ponto intermedidrio esté a verdadeira intimidade, com o livre funcionamento da sexuali- dade, Em scus momentos de esplendor, 0 sexo pode ser um v60 2 dez mil metros de altitude, com uma’ descida incbriante o lenta. ‘Mas menos do que isso ainda pode ser mais do que suficiente, © mesmo um vo por sobre os telhados 6 mais revigorante do que ficar com os dois pés no chao. Ninguém pode com justiga exigir mais do que atravessar o telhado, e cada metro acima disso é um brinde, Estamos falando aqui do terceiro aspecto do vigor masculino. © impulso € a forga com que o sémen no momento da ejaculagio € langado ma vagina pelas contragdes tipo pistéo da préstata, E provavel (apesar de nfo ser certo) que a altura do orgasmo, isto é, a sentida altitude da viagem orgéstica em pés ou metros, dependa da forga do impulso, Assim, no lado tranqililo esté o homem de erecio incom- pleta, ponetracio limitada © impulso lento, ¢ no outro exiremo std 0 de falo ‘superttizgido, como um ariete, que penetra com po- deroso abandono ¢ injeta’'o sémen com grande forca no lugar que a natureza forneceu para isso. Mas mum ponto qualquer entre 95 dois extremes, 0 homem pode emprenhar a mulher, © se ela estiver adequadamente preparada, levéla também a ter um orgasmo. * ___Desses tsés elementos, 0 que esté sob maior controle cons. iente & a penetragio, A’ cregio pode ser encerrada por um alo de vontade, que simplesmente significa dizez pare! (ou, como se diz nos livros de piadas, deita, fido!) mas nio ha palavra magica que a faca voltar ou que o' endurega de novo, Levanta, ido: simplesmente nfo funciona sozinko, Tem que haver alguma isca, viva ou_artificial, para fazé-lo crescer. O mais automilico é a ejaculagdo, que no pode sor conscientemente apressada e pode ser atrasada apenas alguns seguudos uma vez engatilhada, O poder do impulso depende em sua maior parte de fatores fisicos, en- quanto a nobreza da erecdo e a forca da peneiragao dependem de fatores psicoligicos. © vigor sexual de um homem é principalmente influenciado Por duas mulheres: sua mée (ou talvez sua irma mais velha), que encorajou ou nfo sua masculinidade e sua sexualidade en’ quanto ele estava crescendo; © sua companheira, que tem o poder CMB: Bowe “ndequadamente preparada” € uma velhn idfla dos ma: mais, de exo, mas que dizer da preparapio. dela independeniemente da aluagso dele? a de clevéslo e estimulé-lo, ou de deprimi-lo ¢ inibido, pela ma- neira como se comporta. O homem mais velho ¢ particularmeate sensivel acerca de sua companbeira. Sc ela o evita muito fre- qiientemente, ele pode comecar a perder sua poténcia ¢ incorrer no desinimo da meis-idade, estado que pode piorar progressiva- mente, mas que quase sempre € reversivel sc posto as mios de uma praticante entusiasta Quasc sempre o vigor sexual de um homem se reflete em sva vida didria, como asseguram muitas esposas. Ele pode ser duro, agressivo e cheio de impulso; ou pode se dobrar facilmente frente & oposigéo, pode lhe faltar forga e garta, e se desviar no fim ou deixar de terminat © que comeca. tol © VIGOR FEMININO © macho © » fémea se complementam, ¢ 0 vigor dela tem trés clementos correspondentes: profuséo, forga e garra. A pro- fusio & representada pela lubrificagdo, a forga so manifesta na contrapenetrago ¢ a garta aparece nas contragGes musculares. ‘A lubrificacio da vagina tora naturalmente mais fécil para pénis a sua entrada, Se nfo hé nenhuma lubrificagio (analoi- ia), € provavel que alguém figue esfolado. Algumes mulheres ficam to ligadas que o 6leo feliz ou o alegre suco, como o chamam, transborda (hiperloifia), enquanto elas mergulham num orgasmo’ atrés do outro, Algumas vezes uma mulher pode se excitar 0 suficiente numa situagdo social para se lubriticar leve- mente ou mesmo profusamente, para seu orgulho ou embarago. Como ocorre como macho, tal acontecimento pode se chamar “excitagio social”. Mas a lubrificagdo nem sempre significa que 1a mulher vai corresponder; ela pode aceitar o pénis mas recusar-se a ser exeitada por ele.* Mas se tudo come bem, a Inbrificagio € seguida por um clitéris t6rgido. A lubrificagéo vaginal, junto com a dilatagzo do clitoris, corresponde a poténcia no “macho, de modo que quando for conveniente, a palavra poténcia poderd ser aplicada a ambos 03 sexos. ME: As mulheres que fazem isso podem ser ehamndss de compreen sivas. "HB: Por que alo desmancha-prazercs? 46 A. contrapenetrago pode ser biologicamente a resposta da mulher @ possibilidade de fecundagfo ou, psicologicamente, & sua Ansia de intimidade total. Pode degenerar em simples mecenismo de procura de prazer. A verdadeira contrapenetragio biolégica nio € caloulada nem autoconsciente; nio 6 uma questdo de tentar tirar a maior quantidade de prazer do ato; & algo que 2 mulher tem ‘que fazer porque quer muito que o penis catre tio profunda- saeate quanto possfvel dentro dela. Algumas mulheres comegam ‘a contrapenetragao A procura de prazer, mas sio dominadas por sua compulsio biolégicn ¢ passam a corresponder mais na- turalmente, ‘A garra & a contrapartida do impulso. No momento do or gasmo, que pode coincidir com a ejaculaggo do homem, a vagina ‘agarra’ 0 pénis repetidas vezes em ondas de contragio’ muscular, como se tentasse ordenhar o stmen. Isto envia onda de reagéo pelo corpo do cumpanheiry cv pule aumentac % fora propulsore do sua ejaculagio. Também pode haver movimentos mais lentos de aperto, que so igualmente satisfatérios. ‘A sexualidade da mulher se reflete em suas outras respostas caracteristicas a um fhomem. Ela se faz acessivel a ele © lubri- fica os movimentos de ambos. Quando ele vai a ela, ela avanca para encontré-lo no meio do caminho. Quando ‘cle se dirige a alguma meta, ela corresponde com singular ritmo emocional ¢ © ajuda a dar o melhor de si, oferecendo-the assim inspiragio. Se foi crisda pela mie ou pelo pai para ovitar ou desprezar tais Tespostas naturais, seré inexperiente ou desagradével, néo apenas fem seus relacionamentos sexuais como também em todas as suas outras relagées com os homens. Serd inacessivel ou intratével, indiferente, © competitiva ou mesquinhe, mais do que receptiva, sensivel ¢ ‘encorajedora. * ‘Numa extremidade do espectro feminigo esté a mulher que no se lubrifica ow nao se excita, fica deitada quicta © imével, fe recebe a cjaculagio passivamente. * Na outra esté a que st lubtifiea profusamente, aleanga elto nivel de excitagao, responde a toda penetracdo, dando tanto quanto recebe, © agarra o penis, firmemente como que para ajudar a extrair'a wltima gota da ‘ejaculagzo. ME: Por que voc no coloca uma lista similar de palavrss depre- iativas no final da seqlo sobre © vigor masculine? * ME: Por que culpé-la? Talver ele soja necréfilo. E na fuse se suinte voct espera que ela faca tudo. / EB: Estou pensando em selegio dades de selepio © ferlilizaglo, ussim como a eobrevivéncie do individuo ‘num mundo competitive, Talvez 9 resultado fosse outro se Darwin ttvesse sido mulher, / ME: Esté af um pensamento interessante. o © ORGASMO. © orgesmo humano é um dos acontecimentos intima ¢ admiravelmente planejados c sincronizados de toda a natuzezs. Tanto anatémica como fisiologicamente, mostra a espléndida se eso do curso da evolugio, A mulher tem exatamente o que o-homem precisa, © 0 homem tem cxatamente o que a mulher precisa. A temperatura, a pressio © a precipitagie de ambos se igualam da mancira cxata para formar uma nuvem at6mica numa descarga explosiva de energia criadora quo os envolve a ambos: fisica, quimica, muscular, elétrica ¢ fisiolégica. Se d4 certo, cada wu. emecgiré Com uma mente pura ¢ livre, © cérebro impo de problemas ¢ pronto para comecar vida nova. Ou, como disso alguém, a nice hora em que os seres humanos estio com o juizo na Inger 6 nos dez minutos que se seguem ao ato sexual. Ou, como disse outra pessoa, cada noite passada na solidfo € des perdigada. Cada sexo tem duas maneiras diferentes de fazer isso acon- tecer. No macho, a glande on cabea a parte mais sensivel do pénis, ¢ a estimulago daquela Area no momento certo pode provocar’ uma ejaculacdo répida © um tanto insalisfatérla, que justifica a recomendagio do Marques de Sado a sues compa- mheltas: “Nunca toquem a cabeca!” (Esta 6 uma das poucas coisas em sua obra que resultam acertadas.) A haste € menos sensivel fe produz uma satisfacdo mais vagarosa, A drea mais voluptuosa onde a haste ¢ a glande se encontram na coros, que € a area de disparo do orgasmo, Da mesma forma, na mulher o clit6ris € mais sensfvel que o revestimento da vagina, ¢ a estimulagio clitérica pode ocasionar um orgasmo que, de acoréo com muitas mulheres, deixa muito a desejar. De novo aqui o ponto mais sensivel pode ser onde a ponta do clitéris ¢ o revestimento vaginal se juntam, Ha uma espléndida sincronizagdo entre os orgasmos masculing @ fominino, Os lombos do homem se mover, sua préstata so contrai, ¢ 0 sémen é Jangado para a frente exatamente no mesmo ritmo das pulsagées da vagina e do clitéris da mulher. Isto se deve a uma reagdo automética de certos tipos de fibras mus- culares, Esta reagio mutua se repete varias voves até que os teflexos de um dos participantes se cansam. O outro pode con- tinuar a contrair-se € expandit-se por longo tempo depois disso, 50 em geral para espanto ¢ admitagio do parceiro satisfeito, Alguns parceicos preferem até ter seus orgasmos em momentos diferentes Para que possam dessa maneira conseguir um do oulro uma espécie de dupla satisfagio, mes outros preferem antes gozar juntos numa irresistivel onda de éxtasc, Este ritmo muscular de penetragio © precnsio alimenta e reforea 2 sincronizacio dos dois relégios envolvidos: um na pr6s- tata, aue determina o ritmo dos espasmos ejaculatérios, ¢ © outro no clitéris, que tem seu ritmo proprio © se regula ow coincide com o ritmo das contragées voginais. Uma das maravilhas da evo- Jugio € que esses dois rel6gios usualmente trabalham na mesma velocidade: quatro quintos de segundo por pulsaggo. Os balan- cviros destes relbgios alternades so os centros ejaculatérios da meduta espinhal, de maneira que um ritmo nervoso esté ao fundo- de tudo isso, assim como numa anémona, num caramujo ou num anjo tocando harpa. bat A PSICOLOGIA DO SEXO As respostas sexnais em ambos os sexos slo determinadas em parte por fatores embutides ou biolégicos, e em parte por fatores copillatérios mentais, ow psicol6gicos, Uma vez engatilhade 0 or- gasmo, 05 circuitos biolégicos cmbutidos assumem © comando, mas até esse momento as vores na cabega ¢ as vozts na cama influenciam fortemente © que acontece, como acontece, quando © quem acontece. Ainda mais importantes do que essas’ vozes, to- davia, dros ecultos no fundo da mente, as imagens” ‘Ptimais_dos_dois_companheiros, que Ihes determinam a poténcia © penetragio, sendo_o impulko. Os fatores psicolégicos em agéo no macho, com uma lista semelhante para a fémea, sfo os seguintes: L_ Se ele € temeroso ou entusiasta do sexo. O mais impor- tante fator isolado agui € a voz de sua mie dizendo “Cuidado! ou “V4 em frente!”. 2. Se ele ¢ honesto ou desonesto quanto a isso, 0 que quase sempre é decidido pela voz ou exemplo de seu pai dizendo “Agarre st a oportunidade!", “Preste atenc3o ao grito dela!” ou “Divirtam- se voces dois”. 3. Se a companheira € receptive, neutra ou desencorajado~ za, A voz dela the diz isso ao mostrar-se quente ¢ suave, indife- rente ou fria e ameagadore. Seus mésculos acompanham, sendo amorosos, mortos ou tensos, enquanto as sues glindulas’ podem tornar a coisa macia e umida, ou dspera © seca. 4._A situagdo externa, especialmente a possibilidade de in- terrupgio ou estimulagéo por outras pessoas, incluindo eriangas ou mosquitos ¢ sevs semelhantes. 5. A imagem primal. que ele faz dos 6rgics sexuais fe- mininos. Se consegue desencavar sua imagem primal, a coisa pode ser bastante diferente do que ele esperava. Assim um obstetra, cujo. Adulto estivesse completamente familiarizado com a apa- reneia real destes drgios em toda sorte de condigées, .ficaria surpreso a0 descobrir que sua Crianga ainda pinta a vagina como uma enorme ¢ escura caverna sem fundo, n qual o pénis ou ‘mesmo 0 corpo inteiro poderia se perder. Em outro exemplo, era uma estreita passegem cheia de farpas que deveriam ser evi- tadas por qualquer um que 14 entrasse, © poder dessas imagens de afelar a eregdo, a penetragdo e 0 impulso pode depender par- clalmente do estado fisico real da vagina tal como é vista ¢ sen- tida pelo falo. Se dé a impressio de frouxa, pode, transformar-st numa caverna assustadora para um homem ¢ aliviar o outto; se apertada, 0 homem da caverna pode se sentic mais seguro, mas ‘0 homem da armadilha pode ficar slarmade ¢ querer saiz dali bem depressa. Por incrivel que parega, &s vezes, 0 penis, ou mesmo os dedos, podem ver além de ‘sentir. Isto se chama sinestesia, O ‘Adulto de todo mundo sabe que a vagina é na realidade verme- Tha © continna vermelha, mas para o falo a sua cor pode mudar com o grau de lubrificagio. Seca, pode dar a sensagio de ser pirpura; algo dmida, pode parecer marrom; ¢ quando muito escorregedia, pode apresentar-se como azul brilhante. Estas sio impresses cinestésicas comuns, mas cada pénis pode ter seu proprio padrao de cores : ‘A mulher tem sua imagem primal do falo, que the afeta as reagées do moncira semelhante, Para sua Crianga, pode parecer uma massa dura ¢ proeminente que vai penetrar 'longe demais, Os comunicadas sobre a sinestesia sexual nio sio feels de coletar Eu gostaria. que ot inleressador me mandassem deialhes de sua experiencia Bese respelto. $2 uma faca que vai corté-a, ow um cartucho fino que € pequeno demais para ela aperiar ¢ controlar antes que escorregue ¢ saia. ‘Algumas mulheres podem também ter reagdes cromélites, depen- dendo do estado escorregadio do pénis, que na verdade € 0 re- sultado da prépria lubrificagéo feminina. ‘Ha também imagens primais mais favordveis. Para o homem, a vagina pode parecer um acolhedor lugar de descanso ou uma mao acariciadora, ou clit6ris um mamilo sodutor; enquanto para a mulher o pénis do homem pode parecer um pirulito, um brinquedo ou um cogumelo, Estas imagens néo so, como se pre- sume comumente, “inconscientes”. Podem ser facilmente, vistes pot qualquer um’ que esteja suficientemente elerta para deté-las quando passam. importante saber isso porque as imagens Beimais polem ter feta desitvo sobre o vigor ‘sexual miasculino Sr feminino, e néo € preciso perder muito tempo para descobri- las. Estio © tempo todo escondidas completamente nuss a0 fundo “Muitas afiemagdes sobre a psicologia do sexo se baseiam mais em preferéncias pessoais do que em estudo cuidadoso, Alguns psi- cblogos sexuais tém seu préprio tipo de moralidade estrita; por exemplo: “O macho se excita com o que faz a fémea, nfio com fo que a fémea faz a ele; enquanto que a fémea se excita com ‘© que 0 macho faz a ela, nfo com o que ela faz a ele." Como mestres-escolas puritanos, eles desaprovam mulheres enérgicas © homens amantes da Juxiria, Estabelecem um tipo padronizado de ser humano que pode ter todos os tipos diferentes de sexo. Isso pode funcionar téo mal como 2 polltica dos legisladores que ‘estabolecem um tipo padronizado de sexo para todos os tipos de seres humanos, E Amaryllis diz que a moda muda no sexo. “Mesmo o movimento de controle da natalidade mudow comple- tamente de opinido”, afirma ela com seu jeito enigmético, “Costu- ‘mava ser um gesto do brago para baixo com o diafragma, © ago- ra é um gesto para cima com a pflula.” c A BIOLOGIA DO SEXO No curso da evolugfo, a potéacia, a penetragko ¢ 0 impulso o macho, ¢ 2 profuséo, a contrapenetragsio ¢ a garra da fémea 7G. Legman: Orageniiatiom, op. cit. 58 ‘provavelmente contribuiram pare a propagagio eficiente da espé- Gie humana. Os animais criados de certa maneira, por exemplo. carecero destas qualidades c toro uma taxa de reproducio baiza.® Assim, por sele¢do fisiolégica, os individuos mais sen- suais teriam uma vantagem sobre os mezos sonsuais na reprodu- gio do sua espécie, de modo que podemos presumir que 0 Homo Sapiens vem se tomando cada vez mais sensual através dos sé- culos ¢ milénios, ¢ € muito mais vigoroso, Iibrico e lascivo do Que seus ancestrais que moravam nas cavernas, Ou mesmo mais do que aqueles que viverem nas florestas primevas dos maca- ‘cos antes de existir qualquer homem, j& que o homem é 0 ma mifero mais sensual que existe, quase sempre disposto em qual- quer dia da semana ou em qualquer fase da lua. © propésito biolégico do orgasmo masculino & langar sémen em seu alvo, que estranbamente nfo € a abertura do vitero, mas uma cavidade uo fundo da vagina. Isto coluce us esperuiatozdi- des em Orbita, apés 0 que cles ligam seus préprios motorezinhos para o segundo estésio, quando se dirigem para a Tua, que ¢ 0 pequeno 6vulo acima deles no tubo ovariano. Essa &'uma cor ida impiedosa, na qual o vencedor toma tudo e os perdedores morrem. O espermatoz6ide que primeiro alcangar o évulo captu- ta-0 pata sempre e exclui todos 0s ontros; mio hd vice-presidente nesta clcigo, nem segundo lugar. A distincia natatéria, em termos de tamanho humano, 6 de umas duas milhas, toda ela uma corrida de obstéculos através de curvas, barrels, corredeiras e bacragens, © a maior parte do tempo contra a corrente. E mais emocionante do que dez milhGes de corridas de cavalos, pols hé muitss cen- Yenas de milhies de espermatozbides em cada corrida. % certa mente espantoso verificar que isso € © que acontece dentro da mulher cada vez que o homem dé o sinal de largada. E cada homem aqui € um heréi. Se € alto ou baixo, feio ou bonito, forte ou fraco, jovem ou velho, nfo faz diferenga; enquanto puder ejetar esperma, pode por sua propria vontade comegar uma cor rida _qne. & eqnivalente & populagho total das Américas do Sul « do Norte numa prova em volta do Jago Erie. © intenso prazer que acompanha 0 orgasmo masculine serve provavelmente em sua maior parte para torné-lo atraente © pro- curado, ¢ isso também vale para o orgasmo feminine. Mas a fungio’ biolégiea do orgasmo feminino permanece desconhecida.* ‘Ver Capitulo 6, seco B. ..* Acredito que o propésito “real” do orgasmo seja a ressurreicfo psi Yesiea. “Atua como um tratamento de choques clétricos no cérebro, redis Duindo seus potenciais de modo e limpar a mente. Isto é semethante 2 fune0 ordenadara do sono REM nolada em Prsehiawic News, outubro do 1968, baseado uo trabalho de R. Greenberg ¢ EM. Deven. 5 A excitagio sexual, especialmente a lubrificagio, muda a quimica do sistema reprodutor da mulher de modo a torné-lo um local de ‘veraneio mais agradavel pare o esperma, mas o proprio orgasmo nao parece acrescentar muita coisa, De’ qualquer modo, as mu- Theres parecem engravidar com a mesma facilidade quer tenkam ‘ou nfo tenham orgasmo, de maneira que o orgasmo pode ajudar ¢ ser desejdvel, mas niio € necessario. Parece que 0 orgasmo masculino ¢ necessétio para a fecun- dago, mas no b4 certeza nem quanto a isso. Alguns homens segregam “Agua-do-amor” da préstata rauito antes de gozarem, © pode haver alguns espermatorbides vagando nese liquido. Esse fato pode ser importante por duas raz6es. Primeira: indica que mesmo que o homem nao reforce a aguado-amor com uma ejaculagdo, ou se retire e ejacule do lado de fora, ainda assim pode fecundar a muther. sso poderia acontecer’ se houvesse alguns espermas nadando em volta de seu sistema espermético apés uma ejacule¢go anterior recente, j& que isso aumentaria a possibilidade de alguns serem levados pela égua-do-amor. Segun- a; qualquer esperma que se esgueire pera dentro da vagina com a éguado-amor tem uma dianteira sobre os outros langados ali posteriormente, € portanto pode ter vantagem sobre eles na cor- rida ao 6vulo. Assim, pode ser que o esperma da égua-do-amor tenha mais probabitidade de fazer o beb& do que o esperma ejaculado, ¢ isto possivelmente tem seu papel em vérios proble- mas de fertilidade © desenvolvimento, Recapitulemos os acontecimentos biolégicos. A eregio mé- ima e a lubrificagio maxima asseguram penettagéo maxima, aju- dada pelo empuxo e pela contrapenetragio. No momento ctitico, © impulso méximo € reforgado pelo aperto méximo. Tudo isso faz com que a maxima quantidade de sémon percorra 0 maior trajeto possivel, ¢ esta é a melhor situagdo para assegurar a fecun- dagio. Como jé foi notado, 0 contraste seria uma pequena quan- tidade de sémen escorrende para fora de uma vagina stra, 0 que daria pouca chance 20 évulo de ser fertilizado; © hé uma grada- go intermedifria. Mas uma maneira € mais provavel funcionar que a outra, e na evolugfo um pequeno aumento da probabi- lidade pode ‘converterst em grande vantagem 20 longo de mui- tas geragses, exatamente como mil anos de juros compostos. ‘Algo para ser lembrado, todavia, € que mesmo sem a ere¢do, sem lubsificago, e sem penetragéo, a prababilidade de fecum- dagao € maior do que zero. & possivel a qualquer ejaculagéo na regiio dos érgios sezuais femininos produzir, mais ou menos ra~ ramente, um rebento perfeitamente saudavel, ou até gémeos. (i possivel ter gémeos, como aprendeu o bem‘intencionado clérigo, 55 ara sua_grande surpresa, mesmo que s6 se tenba side desobe- dient uma inica vez.) Um dos mais interessantes tragos biolégicos € a maneira como a mulher esté aparclhada para dat as boas vindas 20 homem, Enquanto cresce sua excitagfo, sua vagina gracfosamente se alarga © aumenta para acomodé-lo melhor, © como tltimo re- toque, 0 dtero polidamente se levanta, desobstruiado 0 caminho, para que o homem possa ter um cafal livre, $6 depois que o homem se retirou permanentemente & que o titero desce de novo para alimentat-se n0 lago de stmen com que 0 homem, corres- pondendo a franca generosidade da mulher, presenteou-a amorosa, cortés e firmemente, Por outro lado, de muitas maneiras 0 ato sexual é uma ba- talha entre os sexos. Quanto mais o homem empurra, para baixo, mais a mnther erapurra para cima; © quanto maior fica o penis, mais firmemente cla se agarra a ele; inversamente, quanto mais fla se agarra a ele, maior deve ficar o pénis. # como se ela sstivesse tentendo diminut-lo ¢ o homem aumentédlo, Mas é um tipo interessante de batalha, porque se a Ievam a uma conclusio bem sucedida, ambos vencem. Ele termina menor do que quando ‘comecou, ¢ ela fica cada vez maior. E em média hé nisso também lum certo tipo aritmético. O falo fica alguns gramas mais leve doz, vinte ou cem vezes para fazéla flcar uma vez alguns quilos mais pesada.* Na medida em que essa “batalha” & igual, como se supde que seja, na verdade um esforgo cooperative, mais do que uma com petigdo, Mas so for desigual, pode se transformar realmente num conflite, ou mesmo numa briga continua, pois entio o parceiro amiais forte se sontiré frustrado, desapontado © nio-apreciado, © 0 mais fraco ineficaz, culpado © zangado, ou ainda plor, exultante com um triunfo perverso e indecoroso, Estes seatimentos malsios podem transforir-se para a vida diéria’ do casal, incrustarse pro- fundamente em brincadciras desagradéveis que thes revolvem o esi6mago, retesam os misculos ¢ elevam a pressio arterial, fa. zendo-os viver anos @ fio em desconforto fisico e mental. ‘Nao apenas o homem e a mulher espalbam sua vinganga sobre os filhos © as pessoas que os rodeiam (algumes vezes com forca po- tice) como também seus corpos comecam a ceder A pressio até ‘que suas dificuldades se instalam num érgio ou sistema de menor Fesisténcia, dando in{cio as enfermidades “psicossomaticas”. ‘AS pessoas em tal situaglio esto em geral procurando mu- niggo pata usar contra seus ‘companhelros, e cu certamente no ME: Sem essa, cara! / EB: & um tanto rude, mas incitante para © pensamento. Os designios da vida so muito extranet. 56 desejaria quo qualquer_coise que tenha escrito aqui seja usada para fins tao infames. Enquanto na biologia ¢ na evolugto o sexo €o0 principal produto da vida (de modo que as primeires instru- ges de Deus a Adio © Eva, apbs dizer al0, foram: "Crescei e multiplicaivos, ¢ povoai a terra”), na. eseala dos valores huma- nos ele , ou deveria ser, apenas secundério. Por isso € que Deus disse “AIS!” (Ou ““Abencoados sejais!” vyorech asom, Genesis, I: 28) antes de Yhes dar quaisquer instrugées, porque “Al6" € a ‘nica coisa mais importante do que sexo nas relagées humanas Significa: “Estamos juntos nisso, entéo vamos jogar limpo”. A moral 6: nfo ponba de ledo seu'homem ou sua’ mulber por nfo sor 0 companheiro sexual ideal, Primeiro ouga-o dizer “AIO” — também ouge como vocé o diz, Um homem correto com um pénis trapaceito 6 melhor que um homem trapaceiro com wm pénis correto, ¢ a mulher certa com a vagina errada & melhor do que a mulher errada com a vagina ceria, ‘Isto nos conduz sos modos muito humanos, mas quase’sempre desviados, pelos quais os 6rgios seruais podem ser- usados para outros propésitos que no a fertilizacgo. ST 3 A EXPLORACAO DOS GRGAOS SEXUAIS A INTRODUGAO A micor 05 tinicos uses naturals para os érgéos stxuais so fazer amor de verdade ¢ Fazer bebés. Qualqutr outro propésilo é de alguma forma impréprio. O sexo por puro prazer com consen- timento métuo pode estar livre de contrafasio emocional, mas & uma traigéo biolégica se forem usados anticoncepcionais, como devem ser nesses casos. Além disso, a espécie humana teve tanto empo a sew dispor, ¢ to temerosa de uma intimidade aberta, que inventou muitas maneiras de usar os érgdos para propésitos escusos e para relagées frivolas ou falsas. Vamos agora conside- Zar eses sos mfo-propogadores, jf quc tim importante papel ma iia. tos | 4A EXPLORACAO DO PENIS Para que serve um pénis? Bem, 6 o melhor instrumento para emprenhar mulheres ¢ um dos. m ara o prazer sexual, Além disso, pode tangar um jato d'égua a uma distancia razosvel ME: LA vem vocd com propssaeio do novo. Que hi com oct? EB: Anles de lado, como om bidogo lietio, ated resimente no abe ssiou duende. ‘Em segundo Tugar, quando ent um iter, Ung. cosa ue me impreisioncy foram os bole Fosios daz mulheres da matemilade, As frvidees a serem interompisan slo. as nao desjadas Dio. as desea, 4s pessoas que enim o illo de er bees povoar o'mundo tém de ar Sctios iguasAquelg que nto. o exigem. Com fuga © preserag80, io Soi lve aetuo a (odor cx Silos Ue preveaqac. 58 © apagar incéndios, mas hé um ardil nisso. O Sr. ¢ 8 Sta. Murge- troyd certa vez, concordaram que quem pudesse urinar mais Jonge passaria a mander dentro de casa. Mungo, 6 claro, achou que acordo cra bom ¢ foi para a linha de tiro confiante em que dali por diante ele estava feito. Mas assim que comesou, Mysie gritou: “ah nao! Sem as maos!” Com wma regra assim, 0 cabisbaixo ‘Mungo sabia que estava perdido. ‘Mas além desses fungoes naturais, a engenhosidade do homem descobriu muitas maneiras de tormar dtit © pénis. Em so- litdria diverso, pode ser usado como brinquedo para pessar o tempo em terdes chuvoses ou em horas de tédio. Os meninos ‘que estiio cansados de ficar deitedos no bergo ou sentados numa sala de aula véem na acessibilidade do pénis uma grande tenta- so. ('Stus bragos sto feitos na medida cxata para alcangé-lo”, como disse reprovadoramente uma mae a seu clérigo.) Em estado excto, © pénis constitu um admirével simbolo de fertilidade, ¢ tem sido adorado como tal, privadamente, de tempos em tempos, ou mesmo publicamente em alegres cerimSnias, em outras 6pocas © ‘outros lugares. As vezes é usado em simples etiqueta social, em gests atistocriticos de polidez ou noblesse oblige, com base no Principio de que nenhum jovem bem-educado deixaria uma mulher com qualquer de seus desejos nfo satisfeitos; o desejo dela ¢ uma ordem, Por homens de mais baixa extracio, pode mesmo ser usado em idénticas situagées para ganhar dinheiro. Assim, torna- se uma ferramenta dé consolo, ritual, cortesia ou trabalho. Em sociedade mais informal, pode ser usado em passatempos ‘métuos, um instrumento pronto ‘para a troca de prazcres com 0 sexo mais belo, apesar de alguns homens dibios fazerem piades dGbias, dizendo preferir uma boa refeigéo ou um bom movimento peristéltico; tais homens deveriam ficar com os de sua lala, fa- vendo guisados na cozinha, ou no banheiro dos homens. ‘Mas para além de isis frivolidades, o penis ¢ um grande e versétil ins- trumenio para jogos mais sérios. Sua mera exibiglo félica pode aeduzir us gaxolas, amedronté-las, ou despertarthes veneragio © admiragdo, Como ‘atigador pode tiré-las da lassidao © da indife- renga. Os homens orgulhosos 0 véem como um troféu, que con- ferem as que o merecem como um presente ou um favor. O ger nancioso usa-o como um ferro de marcar, um sinal de que a mulher foi passuda por ele ¢ de alguma’ mancira 6 dele para sempre, particularmente se elo lhe tirou a virgindade. (0 bobo pode tratar sca falo como mera varinha de prazer, ow ladréo de prazer, entrando com falsos pretextos, conseguindo (© que deseja, ¢ depois se retirando silenciosamente. © homem mau ‘mostra seu rancor contra as mulheres, especialmente mulheres que esti acima dele, “cuspindo-Thes” no ventre, ou, se nfo podem 9 obter seus favores, penetrando & forga numa curra criminosa. O benevolente ofereceré seu falo 4 mulher aflita, como um con- forto ou mesmo como um instrumento medicinal que superard todos os medicamentos, demonstrando assim 2 ela e a ele préprio 08 poderes mégicos do’ pénis.* ‘Usado assim em jogos sexuais, o falo tem toda a autoridade de um batedor de basebol para decidir 0 placar, fazer uma jogada espetacular, ou dar uma corrida para longe da base, Como foi mencionado anteriormente, o pénis podo pavoncar.se para chamar a atengio, Freqlientemente uma preia ou um selio de denga ¢ como um supermercade para as mocinhas, com todas as guloscimas empacotadas cuidadosamente na vitrina aberta. Calgées de natagdo ou calgas apertadss podem atigar o pessoal mais mogo ou as famintas garotas freqiientadoras de bares, mas as mulheres mais confiantes podem reagir de mancira diferente ‘Uma delas perguntou secamente 2 um jovem que se sentou diante dela de pernas abertas: “bonito, mas o que é que ele faz?" Nos ctreulos homossexuais, onde o objetivo primordial talvez seja en- contrar alguém “bem fornido” ou que tenha uma “cesta grande”, com pouco interessc no dono ou no homem que carrega a cesta, tal propaganda pode ser mais aceltével e dar Iucros. Finalmente, como um instrumento de amor, 0 falo pode ser usado para der prazer & mulher, paca acariciar ¢ afagar sua parte mais secreta ¢ sensivel, manifestando © demonstrando assim aque- Je amor. E isto pode terminar, com intengio e consentimento rmituos, ‘na eriagdo de algo que seri metade dele © metade dela, sem aenhuma explorasio e nenkum jogo de sali, A EXPLORACAO DA VAGINA ‘Tombém a vagina pode ser usada por sua proprietéria para pasar o tempo, sendo uma receptiva autopacificadora ¢ consolt- dora. Como simbolo de fertilidade a ser adorado pelos outros (despreocupadamente ou em cerim6nias e rifuais), ela fornece ‘uma dramética promessa de produtividade ¢ protecdo. E é também a oferenda suprema da deusa da cortesia, seja por pura hospitali- + ME: Uma injepio de carne quente, 0 dade, seja com o fito de no desiludir alguém depois de 0 ter seduzido. Scu companheiro constante, o clit6ris, pode mostrar.se obsequioso © acrescemtar motho a todos esses jubifcus sensuais. Mas. @ vagina_tem uma vantagem tanto em relagao ao clitéris quanto. ‘em relagéo ao penis: come um gato de estimec#o, pode ser trei- nada para fazer todo tipo de truque curioso, tal’ como apanhar uma nota de délar (um velho truque nas boates de certo tipo) == proeza que nenhum pénis aprenden ainda a realizar, Esta & uma das maneiras peles quais 2 vagina pode ser alugeda para fazer dinheiro, e em geral, quanto mais truques tiver aprendido, melhor so dar& nos negécios. Na vida diétia de descontracdo e intercmbio social, pode ser usada para um scm-mimero de jogos provocativos de menor ow maior respeitabilidade, No meis cra deles, pode estar meio escon- por trés de camadas de hordadas disfanos on herrantes, ot: deixar-se entrever, seja em intervalos irregulares, seja ritmice~ mente, como um cogumelo estroboseépico que irradia sun fluores- céncia doentia através do movimento da dange.Ou pode estar ostensivamente escondida atrés de um cachesexe, como um enor- me zitcio, na esperanga de que os fregueses endinheirados pensem quo ¢ um diamante. Esse € 0 nivel de pé de cscada ou boteco: do charletanismo genital, posto em pritica em troca de dinheiro para_o amendoim ou a bebida, No andar de cima as paradas so mais altes. Pot ser usa- da como chamariz para armedilhas financeiras, conjugais ow outras, como espremedcira por mulheres que querem defraudar: um homem do seu sémen para gravidez desonesta ou desesperada, © como impotente serpente constritora por aguelas que querem privar um homem de seu érgéo viril pela violencia, em vez de bumilhélo por meio de caricias como o faria um honesto ledrdo dc troféus. Mulheres mais modestas ¢ sensiveis podem considerar a vagina como uma merecida recompensa por servigos prestados, um grato conforto em tempos de necessidade, um eretor magico: planejado para a poténcia combalida, ou a grande cura terrena para todas as fraquezas masculinas. 0 clitéris pode servir de animal de estimacio, de aquecedor, € demonstrar paixdo através de sua dilatagéo. Para aquelas que: se sentem arruinadas por no terem o grande prémio de um pénis, 0 clit6ris € melancolicamente entesourado como um simbolo do- que podetia ter sido. Um dos aspectos mais interessantes do cli- tris é seu valor “legal”. Uma menina a quem o pai ou mie tena proibido “tocarse” pode passar a engané-los por melo de um trugue mental legalista: evita tocar na vagina, como foi instrufda,, mas tira seu prazer do clit6ris, 0 que ela sabe ser uma desobe- dincia mas convence a si mestaa de que no & ilegal. or

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