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A VELHA ARTE DAS TOUPEIRAS

(MAURO IASI)
Uma vez e outra vez
o mundo rodou mudo
e nem perceberam os pssaros
os homens duros sem esperana
os cegos nas praas pressentiram
as rvores secas
as ruas solitrias
as pedras abandonadas

Uma vez e outra vez


a terra tremeu inerte
aprofundando rachaduras
abalando alicerces
corroendo estruturas
germinando cismas

Uma vez e outra vez


os mortos fazem as apostas
que os vivos ignoram.
Sob a terra, milhes de passos
exrcitos, hordas, maltas
corroem o cho
que sustenta, por ora,
os poderosos.

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