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Rstica

Jos Gomes Ferreira

I
Este sangue que trago nas mos
No de tirano,
No de tirano ou de ladro,
Morto punhalada.
Andei s amoras
Desde madrugada
Pelos campos fora,
E trago nas mos
O sangue da aurora.
II
Este sangue que trago nos dedos
No leva priso,
No leva priso nem ao degredo.
Nunca matei gente.
Andei pelos montes
Desde manh cedo
A rir de contente,
E molhei os dedos
No sangue do poente.

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