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LINGUAGEM & CULTURA Thos em cattoge Golria om Code, Jrusa Pees Fert Mercsm © Flats ds" Tinguogom, Misa Babin {ingae m; Progmaics« leolep Cates Vor rig" Fido om Sic Pao Produsco © Comune tmpisa, Teesnha bo Vampire ao Cale: Una Leura da Obra de Dation Trevis, Beta mae ” wi Past, Aeauinade: Une Letra da Obra Petia de Mio de Andrade Fata” Modenio, Maca Céba de Mores Leo Princ Joma Inpeinente « Obscene Paes Feria ¢ Lala Wa tha de Merapad: Marlo de Andrade 14 oF Hipanvdmercenoy, Rabi ideoorata em Videos, aio Plaza Podicar em Confronto: "Nove Nevers” ¢ @ Novo Romane, Saaiea Nica A CULTURA POPULAR NA IDADE MEDIA E NO RENASCIMENTO: (© CONTEXTO DE FRANCOIS RABELAIS DO MESMO AUTOR, NA EDITORA HUCITEC Marsismo ¢ Filosofia da Linguagem Quesbes de Lisrarua e Esttica (10 pelo) MIKHAIL BAKHTIN A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de Frangois Rabelais ‘Teadugto do Yara Frateschi Vieira EDITORA HUCITEC i: ered Bras So Paulo, 1987 ge te a SANZ er th fo i pe en Fes i cas ae Yang ey ee ee Be Base Girma, ae EEA Ss lee a 9) Brasil. Telefone: 11) 61-6519. Sot 2it Oia |ato ets (Copa: Lats Dias, EDITORA OhivERSIDADE DE BRASILIA 6 DE ‘Camus Universo — asa Nore ‘310 Bla, ise Feder Dados de Caalopasta na Publagto (Ctr) Tnermsonal ‘Ciara Brass do Lio, SP, acl) ee ire ee ander | ung tte Mina sbi, 1981978 [ees ae lt Hee, ey setae Fm Ranta and "Babues Wao ae Ya intact Vitra ~ Si ane | HUCHTEC ; eda ‘Editors da Universidade de Brasilia, 1987. a (Cneuagem © etn) |, Qilura — Hila — Sécula 16 2. Rabelais gots) "Catan eeepc 8. ‘Sita = ats Wo ser. Tito it Sére. Indices para extogo semi ultra Séeuo 16+ Ms 809 ge Mise 909 5 e Ismy 8527100193 Hciee Foto o dept eg SUMARIO. Introdupso APRESENTACAO DO PROBLEMA 1 Capito Primeiro RABELAIS E A HISTORIA DO RISO 31 Capito Segundo 0 VOCARULARIO DA PRAGA PUBLICA NA OBRA DE RABELAIS 1s Capitulo Tercera AS FORMAS E IMAGENS DA FESTA POPULAR NA OBRA. DE RABELAIS im Capitulo Quarto © BANQUETE EM RABELAIS 2 Capitulo Quinto A IMAGEM GROTESCA DO CORPO EM RABELAIS £ SUAS FONTES 268 Capitulo Sexto O“BAIXO” MATERIAL E CORPORAL EM RABELAIS . 323 Captito Seino AS IMAGENS DE RABELAIS E A, REALIDADE DO SEU "TEMPO 385 vin ine ace amen hr ae Tama i Insroducao APRESENTACAO DO PROBLEMA No nosso pais, Rabelais & 0 menos popular, © menos estudado, rnenos compresndido.e esimado dos grandes escuores da hteratura mundial NNo entanto, Rabelais oeups um dos primeios lusares entre os autores europeus, Beliaki" qualicouo de génio, de "Voltaie” do Sculo XVI, ba sua obra como uma das mlhores de todos os tempos. Os especalises europeus costumam colocar Rabelais — pela forca de st sia ede ua are, e por su importinca hisxica — edie tamente depois de Shakespeare, por vezes mesmo 30 seu lad. OS romantieos tranceses, peieipalmente Chateaubsiand Hugo, classi feuramno ene os mais eminentes génios da bumanidade de todos ‘0s tempos e de todos os povos. Ele foi considerado,e nda o &, nfo ‘penss como umn eseitor de primexo plano, no setide prdprio do termo, mas tembém como um sabi © um profes, Eis um julgamento ‘Spnifiativo de Michelet: "Rabelais ecoliea sabedoria na correne popular dos antigos dial ‘os, dos refroes, dos. grovérbios, das farsas dos estudantes, na boca dos simpler dos loueos "hanes aes lio spaccem com fod» grandee o ia do sézulo e sua forga proftea, Oude cle nbo chega a descobrir, cle entree, promete, diige. Na floresta dos sonhos, véemse sob cada fotka os trutos que cofheri 0 futuro. Este livio todo & 0 ramo de TEvidentemente, todos os julsamentos ¢ apreciagies desse tipo so ‘muito relatvos, No pretendemos decidir se & justo colocar Rabelais 30 Tado de Shakespeare, acima cu abaixo de Cervantes, ete. N3O sang Vion (IBUIBA Sera ron de Alte rosa de Mice: Mute ae Fron, Ed Flammarion,» 1X, 86, 0 rao de ‘ura praca ue » Sia cofau » Encas Nat chats, os hie 20 00 1 sta dvi de gue o ugar hisrio qu ele ocupa ene o evadores ova fteatraearopeie ets ndseueinens elds 8s Boe Hoccacio Shakespeare e Cervantes. Rabelas af poserourenne ao 6 aos destined Inert de lingua Hela Peek tamém ea liertura muna (provaveltete no meses pay ae Cervenes). E'tambenindubiivar que for @ mast dene srodernot meses da literatura, Para 0s, enicano, ns tocol uae de ear tgide mat profane extant! qt Sion as fonts populares, foteserpecion (a0 ge Mek, so com cetera hastante crate, ma exo long e sere ec ‘vas: ese Fontes determinant o vonunto Ue se titra 8s Uh 4s, asim como a coneepto arisicn Ee hse Jasin ese cater popular pulac ¢, poderiamos dizer, ‘ata, de todas as imagens de Raa que expeg que 8 os foes ia do Uo exespctnsinent rc, cots & abso seams ich E lamb es carter pope que eagea "9 spe eae Ineraa de Rebels, sto, sua reenis & sisarse toe chaoeee ¢ fart de ace Trae vigenes desde 0 seule XVI ae ats meee dias, ndependentemente das varaden que o sen cons ene sod Kabel reason exes modes mito mas categorcamene do gos Staeipeare ou Carve, os gust iam & chiar eo sseoee, ¢lisscos mae ou menos eset de sua epoca, AS imagens te Ree tates apres Sram ghee cs elect nae sees ical nett eM Smt, or ‘sane se Teele ta ae fe dere fet Pid panar aban ee Sees mn sie ea a en pe reat ined Rig ce Se ‘Target mamene eb oe bre sso Sp eon inn te total de sua obra. = | Gx ronlogeezeaeiam Rabis da pesos come arnt Seti Babs arte oem di fret, Ma Rael Ie itn eu a ome ge ‘in in ce aaa se gion ene noses Foe a ate a ee ae rec Ras so ee Sir gue Sc Sn Gm we rs dx 2 do ri aero sila Mera poplt, io pesamene tes qua tule de evelgio Iierra gue se fos apreenaar ia. Indes & nents de afniades,enquano que ar mayen de Rabelas tao perfeimente poionadas lor da evlupae milena da el ‘era popir Se Rabults € 0 msc dos autores clissics,€ porge eng, ya ser comprendido a teormilagao radical de foe at coneep- Ses atcat e ieolies, 8 capacicade de deface de ruts SXfetuas do gon rans proftadamente antiga, Tein Go ‘ne inidad® de noyoeec,sobretudo, una investigogfo profunda rns dicta Sn ropa ue om mo po © lo spericalmente explora 7 ‘iat, Rabelais & dill, Em compessagéo, «S00 be, st conver sientemone deciads, permite mina a calor chien poplar iris mignios, da gual Rabelais foo emioens pot-voz na Hert tun Astin, o fone de Rabel dove ara cave don eoplndios Sanfurioe da obra mica poplar, que permanceeram quase incom fresno © pouco explorade, Ass &e aborios, fundamental st eta cave : ‘A presente introducao propée-st colocar o problems da cultura amish popslr na Tdade Mia © no Reasciment, scr sue Sinesdeve in ravanent sine cacti ig ‘Como ji observazon © #80 populate Sua fois contiuen © camo mats exbdado da crisp populer. A coneepdo eset do Sarde popular ¢ do foldore,nisede na epoca prezomatie ¢ conchida tsencsimente por Herder e os romintis, exc quate totalmente cullra expctca da praga pablca também 0 humor Fe em toda» rigucta dab suns manifsagde. Nem mesmo pos Kelomente os especie do folltee da histria Iria consid ‘ara o hurr do povo na praga publica como um obj dign {Studo uo ponto de vse curl, worn, flee ou lero Entre as vumersas invesigagbes lees consaradhs 208s, Into ete obras poplars lines o cies, o tuo Seupa ape Um Tiga modesto. Mesto newas coded, a naurea expetica do £30 Youar aparece ealmente deforma, porque one spcade is ErnogSes qe Ines alean uma vee Ques formaram 1b o domino ext de wc utr tmpon mech 0 fee Permit alimar, sm exgery que a profende oiiealigne da ania fultre comics popular nso faint revelada No nant, sur ampliude e inportinca bi Tade Mésia © no Renascinent' ram conldeavee, © mundo ifn ds [ormas mmanfestagdes do so opunhase & cltra fil a0 tom serio, rl fos e feudal da Epo, Deira tna vraag, ett formas € taienagoes —~ ap fein pleas crnavalena, os ts € clon ‘icon tsps os bude tals, gates, andes € Ronson, 3 ‘pathagos de diversonestils ¢ categoria, a Teratura parédica, vasta mullforme, ete. — possuem uma unidade de estilo e constituem partes eparcelas da cultura cdmica popular, principalmente da eultra ‘amavalesca, una c indivsie. ‘As miltplas manifesagses dessa eultura podem sabdividiese em née grandes catogorias: 1s formar dorritose espetdculos (stejos carnavalescos, obcas micas Fepresentadas nas prages pleas, et); 2. Obrat cdmicas verbas (inclusive as parbdicas) de diversa natu se ols escitas, em lati ov em lingus vulgar; 3. Divers fornas e gerevos do vocabuldro Jamar e grosseiro Cinsutiog,jramentos,blasdes populares, et.) TBssas (és calegoras que, na sua Reterogenédade, refletem um mesmo aipecto cdmico do mundo, eka extltamente interzlacio- fnadas e combinam-se de diferentes maneiras. ‘Vamos defini previameate cada uma das its formas. 0s fevejor do cateaval, com todos of ator © tos chiens que ‘les igam,onapavam Un ugar muito importante ne vida do bomem Inedival Alem Jo camavals proptiamente dion gu era acomps- Ihados de atos« procistdescomplicadas que eacam as pragese Tuas dacane das ltrs, elebegvam-se tambem a "sta dos tlos" (Gestastutorum) ta. esa 00.2800" extn fambem Um "80 pascal” (ris paschlls) muito especa ive, consagrado pela trae Eo Atcn dco, quae todas a» fevas religions posta um axpecto ‘Sonco popular pblico,consaprado também pela wadigao. Era © ‘ai, por exemploy das “isk gmplo", habiualmente acompa- shades de fas com s0u ico -corijo de fetejos publics, Gurante ‘or quan se enbiam gigantes, andes, monsos, e animals “sibios") ‘A rspreventagio dos mitris esr dava-se um ambiente de cat= fatal 'O mesmo ocoria com as fexas agricola, como a vindina, ue Se celebravam igualmente nas cides. 180 acompanhava. asim [ccrimbnias eos tos civs da vgs cofane: astm, os bufles © os “Sobos" asisdam smpre fs fanger do cerimonial série, parodaedo seus sos (proctamagao dos nomes dot vencedores de tones, cer Ininiae de eatega do dteto. de varalagem, hniisglo Jos novos Caaleros, cic). Nenbuma fest se reaizave soma ttervensHo. dos tlemertos de uma organiagdo cdmica, com, poe exemple, eleigio Ge rains eres “pare rt” ara 0 perfoco da Testivicade ‘eso tees onto manta sie an sentavam ma diereng aotvel uma derenga Ge prieipio, poder tow cee, en regio" i foray docile © ts eetmonss fidae ‘cas da igeja ou do Estado feudal Oferecam tna visio do mundo, dio homem « da flocs homanas foaimente eiereme, deiverada” ‘ inene nG0-ofiial, exterior &uteja © 20 Estado: parecam ter cons truido a lado domundo ofl, um sepuido rand w ‘ida quas-OF Tomens-aa ade Meds parenam e tenor proporglo, eos qs eles vivian em ocaies determinadas iso eva uma spice de dualdade do mundo e cems qu, sem levila em considera, nip se pod comprecner nem s cons Ciénia ultra 62 Idade, Medi nem a civiiaglo rence Jgporar ou sbestimaro so populrnaTdade Mécia derma tame ‘uadrocveativo sic da cultura europa nos szuos segues. "A dualidade na percepeto do mundo eda vida humana je exisia 10 esis anteroe dx ilzagiopriniva, No folclore dos povos Primitives enconr-se,praelamente ao clos seas (por sua org Sizagto e seu tom, wcxiscacin de cull cbmicon, que convert as ‘Sivindades em objtos de bara blasfEmia (iso etal"), pall: spel aos mos séros mits cicoselajuoos;praelamente 003 hea, seus stsiaspaicos. Hi pouta tempo que os especial do fokorecomegram intrest pelos rts emits cdmicos? etn, ay caps riavvay, demo do um reine social qoe ado. conbecie sina nem classe em Estado, 08 aspeton séton € cos da dvindade, do nusdo ¢ do homem eram, segundo toss ‘@ inlcos,jgualmente sagrades e igualmente, poderiamos dizer, “oi. iss, Essa caraccrisoa persste as vezes em alguns rigs de Spocas posterior. Assim, por erp, no primi ixado romano, durante {Deniménis do tunfo,celebravisee escunetin-se 0. vencedor em {ial proporco: do mesmo modo dcante es Toneais choraa-e (ou felebravarse) eridiculrizavate 0 defnto, Mas quando se etabelece ‘regime de dasses o de Estado, tornace imposivel outrgar diets faa © ombor ov aipecoe, de modo que ne formas comics — ‘gues mai cedo oatas mais tae —adgizem um carder aio- ‘fil, su semido'mocifcars, els complicam-se e aprofindamse, para tansformarenvse finaimats nas formas fundamentas de expres: Ho a sesagto populat do mundo, da culls popula. £0 cso dot fess eamnsvaieces no mundo rligo.sobretedo as salusas roma as, sim como os carnavais ca Idade Meda que etd evidentenente Inula dsantes do rsa ival que a comumidade primis cone Ova sho as carat Seas dat formas dos Hose tseloeehmicos da ade Média e antes Ge mas nada, ql € 3 fue turers, if 6, qual €0 seu modo de exstenca? Nio se teas atwramente de itn regieos, no. gino, por sxemplo, a itugia city 8 qual les e elaciontn po lage sen * Veamt a ierentsins aie don win sos « a rete seen sca oben de Es Maen 4 orig da pop bare, SoBe nen) cl ios distantes. principio cOmico que preside tos tos do carnaval, livers toiaimeate de qualquer dogmatsmo religos ou ecliatcn, se metho she « ss he ai die snplcanete Se dos de carter migicd ou encanttrio (nao pedem new eigem dg), Ain os, cn orn carseat een ne SED Piao culo telioso, Todas owas formas s8¢ decdamente ‘trie. Iejae 2 relgo. Eas petencem hese pal da ida coudana, Por seu carter concreto «semivele gagas a um poderos elemento 4 jogo, clas estto mais relacionadas ds formes araicas¢ anima: or indgens, ou Sj, formas do. tetra. E 6 verdade que as Tormas do espeticul testa na dade Média so aproxinaners ts essinci dor camavais popuazes, dot goals eonsiuam ne ce Ponto ums pare. No entato, © cic dete cultura, to 6 0 cama Yl, nio € de maneia aluma a forme puramente esta do clo tet, deforma ger, no ete no dominio da ane Ei 6 sie ream tos Na ae ‘id apreseniada com os elementescaracteistics de tepesenagio, Ne verdad, o carnal ignora toda dotngfo entre stores « epee. tgdotes, Tembém ignora o plc, mesmo au sa forma esbronsda, Pos o paleo teria desta o carnaval (einversament, « ertlgso palo teria desta o espericlo testa). Os espectadones ho ite so car deo om ma tz Gi aa fl sn ature existe para todo povo. Enguanis dra'9 Cruaval ie ener ose yam oe gene a ee eta, pols 0 carnaval no tee neahima tronteira lps Dantas 2 realizado da festa 6 e pode verde condo coin soso Tes 4 leis da lberdade, O carnaval posal um carter univer, ane sstado peculiar do mundo: seu rnascimento ea sa forego, do sss pactcpa cada indvdoo, Essa € x propia esencia to cavawe € 0s que particpam dos fests sentem-0 intensancate, ‘A ita do carnaval fi percebia e masierouse de ance muito seosivel nas saturnais romanas, expementadas como um clone feivoc completo (embora provisrs) 20 pais da Idode Se Ouse Re trades das satarais permaneceram vivas no carcaval’ ca Tage Média, que repeseniou, com maior pleude e potsss do gue outs {ets mesma epoca, asin do renovagio tnivenal Os outros ed sea o carnal no ea una fxr si erat ra. mas yrs forma concreta (embora provlsria) da prope Wi que néo era simplesmenterepresentads no paleo, antes, pelo contri, ivida enquanto durava o carnaval Isso pode expressar'ce da teguig sandra: durante o carnaval é a pr eta (Sen cen sem pale, sem ators, smyespecesiors Gang, Emo» albus eye Ge indy epee eat forms live da sua vealiacio, sto ¢, 0 su proorw reason ‘enovagin sobre melhores prinipins. Agu a forme cena da vida & 406 mssng tempo sun formalde! reseed ( bulbes © bobos sto as personages carctrisicas de eutura ‘mia di Tdade Média, De certo moto, cy veiculos permanence compra do principio carnvaleco a vida cotiana (agela gus se desenoieva fora. do camera). Os bafes ¢ oben come See lo bobo Triboule, que atava na cre de Francico Ife gue também no romance de Rabelais), nio eram stores que dein. Fenkavam seu papel a0 palco (4 semelhanca dos comedantes que "as tate intepretariam ATlequim, Hats Wurst, et.) Plo contsso, eles contnuavazn sendo bufdes e bobos em todas as vteannéncu ¥ida, Como tas ecarnavam una fora expe da Wd, 4 meme tempo real e tea. Stuavam se na tronic ene 4 Mia © 3 ane {numa esferaintermesiéra , em personagens exctarces ov caps ‘dos nom ators eB [Em resamo, durante o carnaval é a propria vida que representa, € or um certo tempo o ogo se transorata em via ral Eos ¢ mas ‘xa espefica do carnaval, seu modo particlar de existe (© carnaval € a seyunda vida do povo, baeada Wo ncpio do ‘so. sua vido festva. A leia és propredade fontametal de ‘odds as foanas de rts esperzctas somes da Toaae Malia Todas esas formas apresenavam um clo eter com a iss sligioss. Mesmo o carnaval, que nio ennciia tom nentum flo de Inséra src, com nenhume festa J ant, redline to ites dias gue precediam a grande quaresma (Gai os nowes recess de Mardi gras ou Carémesprena 208 pass permincay Se Fast recht). lo genético que une esas formas aos exes papas spicols da Amighdade, © que incluem no sc rival @ eee simica, € mais esencil ind. As fesividades (quilguct que seja 0 seu tipo) so ums forma ronda areata eiviitagio mumaca, Neo ¢ prosen osc "as nem explic-as como um produto das conics e faded pitas Jo trabalho coletivo nem, interpreta aay Vulgar ina, as necesedade biolgia (voligica) de descano pein: As oa {eate tram er um cineoo enc ot set ed xprinware sempre ua concepgio do mundo. Os “exert” de ‘hulanenacio © speifiigoamento do proceso do tribalao anti © “Joo no trabatto”, 0! descanso ous trgu mo trabalho sanes "Facil ls Fal era oto ote de Frat XI He pants wpetanee en Ribas ca sae Je Tole AT aca 7 seam Saas fa regs Sah oa Teas ania nee ea Ne et Se Ae a ee Se a an ds el sk Sesion ‘Sctanadh np om ang mata es a htt set cc bee at sia ma er aii sea i a ee oa ern Ses Se aces oe tart ger ae Scan eo an ue de ae bere nln le et iodceie Rots patio nabs seat ca mrs ota pet fas Seca we an re Nestea eine conn ies cal Wo emt ieee ee wese ease eo cis Sts nS et ‘ee Sateen Re es Sen nce Seg i er a See ft cat Capp a i Oss taunts ans Dees hia eka de eee oe So Re a ee es Sauber diet eg sce» me Sines ape apa ein nn re ee sree tne eer ner eat ina nt le neti tty Se ie a ec at Serres Set tec go ay UN Sa ines hres‘ i a le Se Roce Sas we ath Se is en sa Se sre ket selina ia as we ight SREs Se lt see See tm ar sete SSE GoTiae ee nai LOD ear Teo, 8 ds sarodacia © enovagSes. Opusa-se a toda perpteaso, a ado Apelekaanen een, apne pam ada "A sboigio das relages ierrquicas posuia una. sipitcasso mmo ep Safe osa, cence tgs eng {5s destgcavamaelntencionslmene, cada petonsem spresetave se com sini dos seas ils, aus ¢ fungoes ceupuva Tuga ‘eservado para o seu nivel, Ess Gta aba por finaiade a cote. ‘rio da desipuidad, np conto do ermal, em que toda era, {Gumi onde feinava una forma especial de cottato wre ¢ fenilar enue indvidvos gormalmentesepaados na vida coda peas bar= fois inrayponivels sua soni, sua fotuna, Seu eaprege, Huds e nga fara Conirstando com a xeepclonal herarquzagdo do rege feudal cm sa extrema compartimentardo em estas «corpragies aa vida sind ccna os a de may Uo ao rhsvel(hegativo) tomme-se un Te 0 so popular ambivalenis expressa uma ‘pinigo sobre um mando em plena evelugéo no qual esto Inculdos (08 ue view. ‘Devemos assinalar especialmente o carter utépico © o valor de concepeio do mundo dese risa festivo, drigido conta toda superio- ridade, Ele mantém viva anda —- mas com uma mudangs sobstancial ‘como exiia not antigos is limitados desapare- ‘eta, © apenas subsistem os elementos humanos, uriveseis tépicos ‘Rabelais foi o grande pora-voe do riko camavalesco popultt 2a Iieratura: mundial Sua obra permite-ns penetrar na natureza com plexae profunda desse rs. (0 prableme do riso popular deve ser colocado de mantra conve- niente. Os estudos que Ibe foram incorrem 10 et de rmodersizi-lo grossavamente, inerpretando-o dentvo do espito da literatura cémica moderna, seja como um bmor sstirico negative (Gesjgnande dessa forma a Rabelais como auior exclusivameate sai ico), seja como. um nso alegre destiado unicamente a divetic, igavo e desprovido de profundidade e forca. Geralmente seu cardtet ambivalent pasta despercebio. ‘Passemos agora & segunda forma de cultura cémica popular: as obra verbais (em lingua iting e vulgar). Nao se trata de foclore (enor ‘igumas dees obrat ean lingua vulgar possam. ser consideradas asim). Esa leratara esté imbuida da concepcio earnavaleca do ‘mundo; uiizava amplamente a linguagem das formas caravalescss, eseavelviese a0 abrigo das ousadias logitimadas pelo carnaval e, 2a Imalocia dos casos, estava fundamestalmente ligada aos festejos de ipo camavalesco caja pare literéria costumava representars Nessa iteratura, o rso era ambivaletse fstivo. Por sua ver essa literatura ‘era uma literatura festivae tecreatva, pica da Téade Mi "HE dasemos que at celebragdescarnavaless ocupavam um impor- ‘ante lugar na vida das povoagses medievais, inclusive do ponte de visa da sum duraglo: nas grandes cidades chegavam a durar és ‘ses por and no total. A infuincia da concepeio.carmavaleca do 2 Una step aeslogs se oberava ma Roma ani, de 5 uses at surat vane & Heras comic, 4" mundo sobre a visio ¢ 0 pensamento dos homens era radical: obrige- varos a renezar de certo modo a sua condigéo social (como moage, clérigo ou erudito) © a contemplar o mundo de uma. perspective ‘sémice ¢ carmavalesca. NEo apenas os escolaes e os clrigos, mas iim os cession de aa hari ¢ os dus tlogns perm mse clegresdistragdes durante as quaisrepousavam da sua pi Bravidede, como no caso dos “jogos monactis” (Joca monaconem), Htulo de uma das obras mus apreciadas da Idade Média, Nas suas clas do sibs escreviam tratados mais ou menos parédicce ¢ obras Sémicas em lati. ‘A literatura cdmica medieval desenvolveuse durante todo um milénio e mais ainda, se coosiderarmes que seus comeyos remontam Antigiidad> erst. Durante esse longo period, esa Beratra sfreu, brvidentemente, udanges muito. sbbstancias (Imenos sensei, con- tudo, na literatura em lingua Tata), Surgiram géoeror diversos & varagbes estisticas. Apesar de todas as distingbes de época © de nero, esa Hteratura permanece — em maior ou menor medida — 4 expressio da concepcio do mundo popular e carmavalesca, € emprega, portant, a linguagem das suas formas e simbolos. ‘A literatura Taina parddica ov semiparidica estava extremamente funda, Possuimos uma quantidade consideravel d= manuseitoy ‘os quais toda a ideologia oficial da ipreis, todos os seus sites s80 Aesertos do ponio ée visa cOmico. Orso atinge as camadss maq alts do pensamento e do culo eligiow, ‘Uma das obcas mais antiga e otlebres desta literatura, A cea de Ciprido (Coena Cyprian), wavestia sum eeprito carmavalesco toda 4 Sagrada Escritura (Biblia e Evangelhos), Essa parédiaestava auto- Tieada pela tradigto do “riso paseal” risus paschalls) livre; nea encoo- ‘ramos cos longinguos das satumais romanas. Outrs obra. muito antiga do mesmo genero, Verglus Maro grammaticus, 6 um erudilo tratado semiparédico sobre a gramdtica latin, 20 mesmo tempo que uma parédia da sabedora escolistica © dos métodos cicntfices dos ‘comegos da Idade Média. Estas duas obras, que se stuam na con- ‘éncia da Antighidade e da Tdade Média, inauguram a literatura ‘mien medieval em latim e exercem uma inludrcia preponderante ‘sobre suas tradigSes. Sua populridade persist quase até a época do Renascinento, Posteriormente, sargem duplices parédicos de todos os elementos ‘do eulto © do dogma religiow. 6 que se chama 2 parodia sacra, lum dos fenémenos mais originals ¢ ainda menos conipreendidos da terature medieval. Saberos que existem numeroses liturgias paré- dias (Lturgia dos beberrdes, Litrpia dos jogidores,et.), paras ‘das letares evanglicas, das oragbes, inclusive as mas sogradas (como ‘© paienosso, a aye-maria, ete.) dat litanias, dos hinoseeligosos, dos ‘salmos, assim como de difereaes sentengas do Evangelso, ete, Esre- 2 came tamenotpadios("Testamento do port", “Teste todo tore") etn pari, Ses perc dar con weg ces See nd cme ea Elsen em este wen gee IgGs Use ae en ‘Sexisa sob a egid do ro putcal” ou Jo “nso de Nata gutta {rps orgs peeion)eava em gto dees som ¢ Sa Sor Ge” oe muapremia none seal “lcm dso, event one vedas da leratra Sica nn, como, por excpio, as dapat © dogs parlion, ties fubdise, ae Seu are dotam postr fogranese um eee iat co frglo cm ain tine tuto eede Bras os St ain os catovab pea qe eprclo dott ds ue So este, varies e clon ‘hierar conta Ind Tdade Média chao & sn porense ast Ss Resin cm, Pl da te rm (una aus eoghes ul eateries & st careers ak Theaura mundial) & com ir Citar de komen obewror CEniile oberon var), Altera cimica em lingua wigar era inualnente si. mis sversfeada sings. Nela eacontramos cectios andiogos & parodia fuer press pric, honiat pares. (camadse em Praga Sermons oyeut),cangtes de Natal, lendss sgradas. parses, €. No eotano, 0 gue dominava eram sobreudo parSdas e tavests Incos que ecamecam do reine feudal c sua epopiaherdca Eo as dis cpopan paris da [date Mein ue poem em” cena ‘nimais, bile, malandros e tlot; elementos a. epopta berbica [ardcia nos cantor, aparecmento ce dplices cOmtcts dos hedis Epcos (Rolando eben), Compsen-se romances de exralaia Parécicos, tain como a mula sem rio, Aucastn et Nicole, O8 ‘Sferentes ginerot da rtiric cOmica destnvolvemeses “debates” car= rier, pi dog ogo cn (0 Sri) ‘e. O vis do carsval resto noe febliuy © nas pogte potas pelos “vagantes™ Cestidnts ambulance). oe carnaval da praga ‘pablica ¢ vtilizam, mais amplam -em.latim, as fermulns eos mboios-d6-earavel Mas €-a dransiugia eosin medial gue Gil mals eaelamerts Ugada 40 camaval A prea Dela cooea — que coservanios — de Adan el Hal, Le fu de la Feuille, € oma excelente smote da visio eda compreensi da vida £40 mundo puramente earnavalescos cnién em feme nurerosot ‘lementos do future mundo abelian. Or milagre: e mocaldades So “carmavazadoe” em maior ou menor pau. O10 se irodur tambérm_nos_mistérios, 2s diabrurgs-mistérios estio_impregnedas de “carnaval dp. At ses enfin 30 ‘xtemarente camavalizado oo fm 6a Téede ESA 8 ‘Tratamos apenas supeticinlmente nestas pipinas de algumss das ‘obras mais conhecdas da heratura cbmica, que podem ser mencio- fnedas sem revorrer a comentarios especial. & suficiente pare sim- plesmente coloear © problems. Em seguda, porém, & medidn que Enalisarmos a obra de Rabelais, deternos-emos de forma mais deta Thada nesses generote obras, © em outros menos conhecidos. ‘Vamos tratar agora da terceica forma de expresso da cultura cbmica popular, isto 6 de certos fendmenos e géneros do vocabuliio familiar publco da Idade Média e do Renascimento. 14 disemos que durante o ama ns procs pias aol rvs das eae barreras hierirquicas entre 25 pessoas ¢ a climinagéo de certs ‘ogra ¢tabus vigentes na vica eotidiana criavam um tipo especial de ‘Comunicagéo ao mesmo tempo ideale real entre as pessoas, impossvel ‘de estabelecer na vide ordinvia, Fra um conteto familia © sem enigbes, etre individuos que nenbuma distincia separa mats “Como resultado, @ nova forma de comunicegio produziu novas formas linghsticas: gineros inédites, mudangas de sentido ou elimi- ago de certs formas desusodas, ec. E muito comheci # existéncia de fendmenos similares na epoca atual. Por exemplo, quando dus ‘pessoas critm vinculos de amizede, a dstincia que as separa diminut {estho em "pé de iguaMlade") e as formas de. comunicagdo, verbal ‘mudam complelamente: tratain CClassicismo). Vamos dar a essa concopeio o nome convandional reali, grotesc. Noel no (onsen images de altura -cbimsa populas), © principe ‘sempacsspareve soba forma ‘niversa, festival ‘ami. » sal £0 compl 70 ligados indissoluvelmente numa totaidode viva ¢ indvishel. Eun oajuni alegre «-benazeo. ‘No realsmo grotesco,ocmento material e corporal é um principio profunsamentépostve, que nem aparece sob uma forma epota, ‘ew teparado' doe deme aspoaes da wdn. O principio mati ¢ ‘corporal pereebido como universe popular.© como tal opto ‘toda separapdo das rizes materials « corporis do mundo, a todo iolamento econfinamer. em si mesmo, 4 to cater eal abso, a toda pretensio desis cugdo devtacada e independente da terra ¢ ‘emtdo res fesido_ompletamente singularizados nem separados do resto do rina aits-ror do pencpio matcsial ¢ corporal nd € aqui nem o ser vio USS fn Cepia nde tga, at poey a pove. die na aun svolueio-cresce «renova coestantemente, Por Seo.6 lemenio corporal € tio magrific, exageado Snliito. Esse fxages tem, un eater poo e afmatin, © centro capital de ‘odes imagens da vida corporal e material sio a fetlldade, 0 crecineio¢snapeabuncincl. As maf via patel alo S40 atebuias «um sex iokgio ilado ot UM kao. “economieo", partgisr-e egnsta, mas a wma espécie de cleo. © geevan (eclarecremes mais trde 0 se0- ido desis aitmagées), A sbundincia ea universalidade determina por sua vez 0 carter wiegre e festive (nfo cotidano) das imagens ‘eféfentes& vida matesiae corpora. © principio mats ¢ corporal EDprincipo de fests, do banquet, da sles, da “Testanca". Esse aspeco subsiste conideravelmente na Ieratura ena arte do Renasc- mento, e sobretudo em Rabelais. ‘ trago marcante do teal sotesco ¢ 0 rehaiament, ie. Sener ee aeanne sits tnobsolivel unkiade, de tudo que < elevade, espstual, Weal ¢ © iso, por exemple, da Coena Cyprian (A Cela de Ciprsy que je menconamon ede vias ous paris ‘ainas 42 Tdade Média cuos autores em grande pate extraram da Bila, 7 doe Brangthos © de outros txos sagraos todos os deales mate- Tae conporas degratantse errata, Em cots dialog comi- or mato popuarcs 1 tends Media come, or empleo us tmantém Sulomio © Marc, hé tm conapouto ene a maxis Stlomdaicas, expresas em tom gre ¢ evade, 38 mune jocoss epedestes do butte Maral queso steems oes premedie. dine at mando mara ed, omit wal) Precuo scarce, tambéch ue tn dos prosedingate tos £ omicidade medieval consna em transfert cecmsti Hen tlevado a plano materia corporal asi faam or bute Guanie ‘os tomeio, 2 cedndnias de nicagio dos eatlchor'e en outa Sea es, Names dies do do on nvlecenco que aparecom 0 Dom Qultor, so. sptaday pelt traded do rains groeso. To 'A:Brundica josh ava muito em voga no ambiente escolar & cath Tdade Mia Essa tradelo, que remonta 0 Pergl:ream ‘mats, jt menconado, exendee a long> da Wade Média do Renascinento «subi anda bojeortmente as eect sclegin © seminiios religoses dx Europe Octleatal. Nes pramfica lege, todas as calegoriasgramatcay cass, fms Yel ley 880 tts fetidas an plano uteri ¢ corporal, obretudo etic, ‘Nao Sio apenas at pardlae no snigo estilo do term, mas tandem todas a eutas formas do renisme gotsco que résiam brorimam da teva e corporis Esa € ¢ qualidade eencal dese realm, que © separa dos demels formes “sobre” e Hteraurae tee eT Ge gna au az oe eas ee iso. grotesco, fo szmpreligado 20 balzo mate © corporal ‘io degrada e mata, Queer nen fot, an deradaes pics do ei smo grooves? Pra ee pegunta datos tgre apes oma scopes prelimina, uma ver que o ests ds obra de Rabcios nos permis, fox présine cpt, prec, amples ¢aprotandars none eo Cepgho dest formas, No realismo grou, a degradaglo do slime no tem um carter formal ou estiva ©. “alec 6 “bal” posse al vay Seals rola e rigootamentetopogéico, O"alo™ € 0 eb: 6 "bala™ ¢ a tra; a ura £ aging de absorg (0 tml, 0 ene), to Ines tempo, de ateinenio e resuregto (o se matrne). Este fo valor tpoprtica do aloe do bai no seu aspect cosmic. No Seu aspecto corpora, que nfo ests mea separade com sigur do tee aipecte comizn, 0 alto tepesentado pelo Tono (a ce), 60 4. dllogs de Silo « Mara, dgratanes ¢pedete, sho muito se ncn ar ogee gue wt B. Gants Sane a. 8 baixo pelos degios penta, 0 seni ep asin. © reaismo grotexo ‘2a pada medieval basclan-se ness signicagdesabsoluss. Ke- falar coosiie em apyouimar da tena, anlar em comunhlo com 2 tera cmb coo um pnp de sbordo & ao memo ier. Se nascmerto: quando se degrada, amaralhacse semeisesiul- tapramenis, mate se © dese a vida cm squida, mas c melhorl Depradar significa entrar em comunhio com a vida de parte inferor de corps a co veil & dds Orgion Bema, © poraao com atos ciid'9 oid, a concepe, a gravides, 0 pao. a absorcio de slimen- tore a saagio dat necceiades natura A depadasje para © ‘Gj cecpora pare dar gpa ¢ tn novo nascioone Tacs temsomente um valor dsstatvo, negative, mas também um posi, fegazeradge'€ amblaleni,so-besmp tpo iezsia 2 trans. eee eeepc @ su 3 er ‘So ton pe uae roduivo, no gels rete 2 mepeio eens, © onde fl fees oft © tian puso al on ob, ano an Senet Sos erent a to fsompee acne Pr sn parietal spre cm nd om pa veda pune otal ta ose eos 1 nae mr tam eae es om um cae exh vice sep cae anole, enero puro, coho pny © as agdaes em eel io psa coe Sreoa spe mndsna vienemene tn iment Sicgso ora "As dlpradagtes (paréices © de outos tips) sto também carse- teen da eas Go Remsen, ue ppt deta forma tctores ties cola tes pula: (oe node pare Sent compl profund car Rabo), Mes enclose 9 (Minne patch Sry aca de sna mb ela as Beto seu urine ese cae fest stenense No can, Sepsis Ee apna conegando nt, como o denon Slate v exempt D: Ouro "A Tak pened ap doiadapbesparicascondur em Cais an eapoicays dates on conuno coma farsa rods ion rerterador da eae do cmp. pongacto daha ‘pascr iss, a0 exo Temp, pepo aera © corporal SXtepsbrces¢ se dis uh paca Ea nur ex Ge cla sivas eat nes da mal © See ‘etayer sgn im i pi 1 and ee do Sinn Pay seu apt cu sde so snda aap © potandannte ewatvlecon cn aaa pa 3 ‘htc «neh em ch caters po, Sin propento pasta aondinea pr Senco € a dscdete dito don stig domévioe purged da fsonddade qh podesot 19 1% por expo, nos debs vases corns. Nas imagens da bein comin esto ainda vs a8 as do bangute © ds fsa 0 ‘merino de Sancho, vou ven, tu peti sus abundastes Pela tur nn “fi cbs” dy ea {Goteo, alegre timolo corporal (a baniga © vente ¢ Sea) ero pas acter a ieatsne de Don Ovi, a elie Foe lado, nbtsto ec iscsive; alo “cavavo da tise figura” pace eer mores pra renscer nov, mtr © nai Saeko €or tivo natura, compra ener daspeensbes dts ban ¢ pls an dio, Sanco sgpsena ben © Serv popular da graviade eaters! eis pretenses epi (G'baixo sotto sem cemar, norte rae que See ila) O pape! de Soneno Pangs em ago.» D. Ounote pode st Soniprado ao das paréias mesons Gnte das ase clos sl ina eto essa eon eo Cha fm relcte 4 Quaresm, ces © siete pozipo gencador ese fad, eiore numa forme stemaad, nes images erv-atta dos Snow de vento (ignites) lbergcs (cals). ebanos de Sot dos oven (ston de cra), sje (cae) prosaas (aas ds nobreza), ce urn pon ars eee, {ee convene ocombatem cor ¢ banquet amas cateadass Sv tense de conse vss de bafvesr, 0 ange em Yabo (Grist do combate coor os ods Ge whe) Ge Est senio primordial ecaravalesco da vida due aparece nas images trins ¢ corporis romance de Cerentes © precer, renfe ese sentido que eevao eto do se resume, seu unone smo ese profenc> wopamo popular, or oro lado, encanto, 0 cores e objeos coms a ada, x Cervarts, un carier povado‘epesoa, por cama to st Spequenam e's domestcam sin dipatadcs so'niel Go asses itd iy co nada 0 de brn tee edo oe egos. 14 nto o lnferior psi, capa de eager ida ETrenorr as um obsicl.estupio © moribundo ques evana Senta as ampieges do tel Na vida coven dos vidos bala, dons mans co “ine” coral conservam apent se alr etn. cen gue anc fr fost ten 2 tera €o gounos rmpore eso mages do “neon” espera tenn rds as inagnn atures do roti Val No eta, ese proceso ex apts cmopando em Cavan. Esse segndo aapecto da via dis imagens mattis e corporis combina com 0 primcito aura wnidae complena¢ Contant, 1 Peiodo em que ex perme comer cane, 2 6 a vide dupla, intense contracitria dessa imagens que conti sua lores € 0 Sigil do principio material e corporal na ‘nto: o eat es CGY Slo steal Unidad da tere geradora € separados do corpe universal, que cree ¢ se fenova som cesar, Soe quis estavaneunidos na culture popular / Nea consi are ESTE do Rensscimento, ess coptara ‘lo seconsumare ainda por completo; 9 "baxo” matetale corporal do reaisno grotsco cumpte ainda sus fungoes unificadocss, deere- dant, destronadoras, mas 20 mesmo teinpo regentradaras_Ndo im porta “guao. disperse, desu ualzados etessen. 0s sl prec au fr si a cn eek aetna vidualismo; o particular ¢ 0 universal esto ainda ee oa alee coma oan Se eee * Smits io nna 90 Resse a ft sna suficlentemente esclarecida. Séo duas as concepgSes do mundo que ‘eatrecruzam no realismo rénascentista: a primeira deriva da cultura ee ae mee. pees a ta i Gea aha eaanine hs shcacs dene dos eerie omen, sent Se Tcl ene gaia cent nel seen cea ht aout sao no ee ene en a SEy gamed ts ds ae des, iE opeeel ease alma gr pare cnprecdet ee eo Sarr ace Sareea Se satan Pern Senne O tapos ent ra ee Se ee gta AG go ants a wa pcr isos oe ep do So a deans ae ae ate ee cee ae Be dines on nce Epa eens eet os ome mrs em eve, pm rt comp ‘kts ‘ou dessas formas mais ov menos vivas. nem noscrcevcta un fenme eet vane ee oe, Sa cionae Beene’ deers. 8. cts on eee SGonsS Tica tap sins (ices) ne a pensivl do imagem grtesca. Seu segundo tago inispensivel, que ‘ecare do primera, € sux ambivalénci af dots poor da madara antigo e o.nove, 0 que morre eo gue nas, © prnapioe © ft fern scent ee) tno Ja attude em relagdo 20 tempo que esti na base desses formas, si erecta toada de consitcn, duane wu deservlvnents no urna dos mlens,tofrem, como € satura ua evteyaoe tansto. imaydes subaancals, Now prods ial Ou arcalcos Wo ots, © “emmpo apace como uma simples jutepsiio (pretcameate sina. tinea) das dss fases do deenvovimento: co e fim: Inverno- Deimavera, morte asceato. Ess imagens ands piitvas move {to ical boodamico do cio Vial proutor da matte do homem. A ices das ennges, a semeadure, «concep, a mote € 0 crecineno so os componcais dena vida produor. A noglo ‘note do ego conga nesss antiguas agers € nog do {empo cicleo da vida aatzal etolégca, | Mis, evdentememe, as imagens gotecas néo permanecem nese estiio primi, O seatimento do trpo e Ur steed ds eaghes gueihe nc, amps sof ¢ tara os fees soci ¢ histnos; seu carter Clon superado'e loves 4 some peo histcca do tempor4 ero ae imagens protean, com set Stade fundameotal dart de sucesso das ete, coms 20. ‘alinca, convetemse no frincpal mob. de expresto.ariicy ¢ \deolgica do poderso Sentmeno da bila © da aleranea is ‘Grice surge com exepcona! gor no Renasimento, Xo ena, mesmo nese esi, © sobretudo om Rabel, as Imagens poeics conserva una ratureea, original ferencarse slarameate ca ge dk vida clang, peciabelesiess pecan, Sto imagens ambivaests © coeraarias que parecem afore, ‘monsrioss ¢ horendss, se consideraéas Ho. ponto de. vita dt ssid “lisa” to da exten Ga vide coin preevobteide Ecanpleie. A nova perceppio tnca due s trespase, contests tm Sno aie ens casera sco ata teniconal: 0 coil, a graven, 0 puto, © cescinento corporal a velic, x desgrepagio eo dspecaramento corpora es om da & {us mer met, cobnam yenoc leer andamen is do sstena de imagens otescas Sap imagens que Se optem is Imagens clésieas do corpo humane sealade® pero © car lens maturidade, depurid dt ec do nacineno o'dsea¥ol Ent as oflebres figuras de trracota de Kectch, que se conservars ‘no Museu IErmitage de Leningrado, desacantse Velhas grévidas cua velhice ¢ gravidec sio grotescamente sublnhadas. Lembremos ainda 2 ce, so to, es wos vis rim’ Tatas um po temas coscteaice & eyes om, pote anos Elite premio; a more uc da 8h: Nao nada pret, ada sire oa sna corpo sae vets Comba a 9 cope Scconpase eons da velice€ 9 cone tn ost 6a SaeMEe's din ream seu poco toate nerarmone ‘Stato. ao bs nade proto nem compo. 2

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