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DESCOBRINDO AEXISTENCIA COM HUSSERL EHEIDEGGER EMMANUEL LEVINAS A FILOSOFIA EA IDEIA DE INFINITO'* 1- AUTONOMIA E HETERONOMIA “Toda a filosofa procrs a verdad. Tamhémn a eigncas podem Aefnir-se por essa procura, pois herdam do ers filoséfico, nels vivente ou adormecido, sua nobre pusio, Mas se a definigio parece demasiado geralealgo vazia, ela permite dstinguir dus vias fem que oespittoloséico se comprometee que eslarecem 2 soa fisionomia. Ess vis erzam-sena propria ieia de verdade 1 Verdade implica experénca.O pensador mantém na verdade ‘uma relagio com ma realdade linea dele uma relldae ou “Absolutamente outta», segundo a expressio retomada por Jankeleitch, Com efito, a experigncias6 merece esse nome se ot itansporar part lf daqullo que permanece na nose natrezs, [A verdadeia experitncia deve até conduzir-nos para da Natarera {que nos rode, 2 qul ado tem cies dos maravilhosoesegredos (que guard, e verges, de conivénca com os homens, dese rade invengies. Também nela os homens se sentem em casa Aver dade inicaia asim 3 chegad de um movimento que parte de am ‘mundo timo e familiar ~ mesmo que ainda noo tenkamosexplo~ ado intsiramente ~ em direes30 20 estranho, 2 um além, como bv dito Platio. A verdade implicaria, mais do que uma exterio- 16 Pablo em Red Map de Meal Calin, 1957, 23, wr Fidade, a transeendéncia, A flosofia ocupar-s-ia do absoltamente Aierent, seria 2 propria heteronomis, Avancemos nda mais alguns passos. 56 3 dneincia nao basta para distinguirtranscen ‘éncia¢exteroridade.Flha da experienc, a verdad aspira muito alto. E éassim que losfia signifiea meafisese que a metaisics se interroga sobre odivino. 2° Mas verdade signifi também lore adesto 3 uma proposio, Aesfecho de uma investigugo lie. Aliberdae do investiga, do pensador, sobre qual no impende qualquer restrigio, exprime-s¢ ra verdade. O que € essa liberdade,senio uma recs part 0 se pensante de se aliesr na adesio, enfo o facto de continuat © ‘Mesmo apesar dis werras deconhecidas aque o pensimento parece levar? Vista por este prisms, losin empenhar-s-ia em reduzit 20 Mesmo uidoaquilo que se opie sca como ons Ela marchatia para uma eutmomia, pars um eso onde nada de iedutvel vitia limitar © peasamento e onde, por conseguinte, no limitado, 0 pensamnent seria live. A floss equivalern asim & conguista do Ser plo homem através da hiss A congusta do ser pelo homem através da histria — ei a férmula a que se resume 4 ierdae, a astonomia, a redo do Outro as Meme. Esta no representa wm qualquer esquema sbstracto, mas o Eu humano. A existéncia de um Es desenrola-se ome idenuieaso do divers. Lantoraconterimentos Ine sobre ‘vm, tanto anos oenvelhecem eo Ex contin o Mesto! O Eu, a Ipseidae, como se diz nos nosso dias, ndo permaneceinvarvel ‘Ro meio da mudanea, como um rochede stcado plas maré, O Ea continua o Mesmo fazendo dos acontecimentosdspares edversos uma histria, isto 6, ua historia € ee o facto orignal da den tifleagio do Mesmo, anterior 4 identidade do rochedo condigio essa identidade, ‘Autonomia ov heteronomia? A escolha da flosofia ocdental ppendew 4 maior prte das vezes pars o lado da iberdade © do ‘Mesmo. Nio nasceu 2 fllosofa em terra grega para destromar ¢ ‘opinizo onde todas as tranias ameacam e espreitam? Atavés da ‘pinizo, fra na alms o veneno mais sul e mae pérdo que 0 alters as suas partes mais secrets, que fiz dele outro. A alma ssconsumida pelos outom, como diria M. Teste, ndo sente a propria alteragzo expoe-se desde logo a todas a violin. Mas fsa penetragdoe esse prestgio da opinto presupéem um estdio| ‘nico do seem que as sas participa ums das outas no sentido de Léxy-Bruhl. Contra esta parsiipagio perirbane e confies que a opingo pressupse, a flosofa quis as almae sparsda c, em cero ‘sentido, impenctsveis. A ieia do Meso adel de iberdade, pare ‘lam oferecer a garania mais segra de uma tl separagi. “Também 0 pensamento ocidental parecev excuit fequen- temente 0 transcendent englobar todo 0 Outro no Mesmo € proclamar odieito de primogenitur ilosfica da autonomia, IL-0 PRIMADO DO MESMO OU 0 VARCISISMO Aautonomia ~a filosofia que tendeaasseguraraliberdade ou a identidade dos seres ~ presspde que a prépria iberdade ext segura do seu direito, justifia-se sem recorrer a mais mada, omprazse, como Narciso, consigo mesma. Quando na vida losin que realizes iberdade snge um term extranho aes vida, um outro termo~ terra que nos apoiae que engana os nossos ‘exforgos,o ofa que nos eleva e nos gnors as orgs da natureza que nos mat © juan a eis que um arate vu Yue Ho ‘servem, os homens que no amam enos subjugim ele incomod= -ns.E preciso ultrapass-i eintegr-lo nessa vida, Ora a verdade @ precsamente essa it6ria e essa integragio, A. violencia do ‘encontro com o nio-eu ¢amortecid pela evidénca. De forma que as relagdes com a verdade exterior, tal como se processam no ‘onhecimento verdadeiro, nfo se opdem 4 liberdade, mas «oincidem com ela. A procura da verdade tora-se assim a propria respiagio de um ser livre, exposto as realdades exteroges Que bngam, mas que também ameagam, essa liberdade. Gragas 4 verdade, esas realidad de que me ariso a sero joguets, S10 por ‘mim compreendidas. (0 eu pensom, o pensamento na primeira pen, 4 alma que conversa consigo mesma ou que encontra como reminiseéncia os ‘nsinamentos que recebe, promove stim a liberdade, Esta teiun- fark quando 0 mondlogo da alma ver chegado 3 wniveraidade, tiver englobado a totandade do scr até o indvidwo animal que slojava ese pensamento, Toda 1 experigncia do mundo ~ os ele- ‘mentos eos objectos~ se press 3 ea dalétca da alma que dit- Joga consgo mesma, entra e participa em si propia As costs serio ideas, e 20 longo da hstriaeconémica © politica em que esse pensamento se teri desenrolado, elas serio conquistadas, domi- ‘adas, possidas. FE. por isso, sem dvida, que Descartes dirt que 2 alma poderia se 4 origem das dels eelatvs is costs exteriones dar conta do real. ‘A essencia da verdad nfo estar, pois, na relago heterogénes ‘om um Deus desconhecido, mas no} conhecido, quer se rate de Aescobre ou de inventar lvremente ems, eonde todo 0 desconhe- «ido se fande, Ela opde-se fandamentalmente a um Deus revelador. A filosofia€ateismo ou antes irrligio, negacdo de um Deus que se revel, que pe verdades dentro de nds. lig de Socrates, ge apenas deita 30 meste 0 exercicio da maiéutia: todo 0 ensina- ‘mento introdiuzido na alma j aise encontava A identificgio do Eu ~a marmvilhosa auarcia do eu €a prova natural dessa ans- 30 do Outro em Mesmo, Toda a flosofia € uma egologi, pars empregse am neologimo Iunerlisno. E quando Descarter Aisinguir + aquiewncia da vontade na verdade mais raion, io txplicad apenas « porsbilidade do cero, mas estabslecers a azio ‘como tim eo, a verdade como dependendo de um movimento lee, dss forma, soberanoe usineado Esta identifieasio exge a mediacio. Daf um segundo tago da filosofia do Mesmo:o seu recurso aos Neutros. Para compreendet fo nfo-e,é preciso encontrar um aceso através de uma entidade, saravés de uma essincia abstract que é © no & Ase dissolve «| ‘sleridade do ouzo. O set estanho, em ver de mantet na ines ppognével fortaleza da sua singulaidade, em ver de fazer face — fomna-se tema e object. Colocs-s job um conceto on dsslve- = em rlagdes. Ca na rede de ideas prion, que eu emprego para © capur. Conhecer & surpreender no individuo que re enfrent, nessa pedra que fere, ness pinhero que aremete, neste ldo que ge a8 rans plas quai cle no € et individu, exe exeano, teat raves que, mesmo tindose, expe roma Te que Pulita com todas cetera, spreendese © eoneebe-se entra om fenctto. O conhecneno conse em aprender india gue ist sovnho, io nu sua single, ue no cont as Nes frnerlidade, 3 nice em que hi cc ai comers tooo poder A reno discos exeriores 2 lterdade humana aves dasa genera no spun apenas, Jnpcentemente a compen, ae amb an proprio, sur domescgo, as posse Soni pose oe conc a entiga de dinero. Pasir €mantr 3 reside dese owro ue se os ims suspendendo precsamente sso independence, Numa ci 2ao elect pel Hosta do Mex, ieee cpr scom eae. A rio que redo oxo € ma spropmrie «um poder Mas ea ens no rete as extataemey do pesumena

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