sob(re) os ossos

a fronteira aquilo que d forma a uma nao

literalmente
ossos do forma aos corpos
tutanos so macios e saborosos
colgeno e cartilagem
a estrutura organiza algo
camada a camada
sobreposies de
suposies
a intensidade de uma fratura
exposta
como um sentimento
quebrado
como um pensamento
exposto
a intensidade de um sonho
inquietaes
acrescentamentos de
lmina a lmina
a trama organiza algo
plasma e hemcias
sangue tem gosto acre
corpos tem ossos dentro
literalmente
uma nao formada por fronteiras

sob(re)

marcos rogrio ferraz

sob(re) o corpo
es
ti
lha
os
de palavras
varam laceram
meu corpoema
flio encadernado em lgimas e sangue
um objeto direto perfurocortante
lasca pgina a pgina
folha a folha
pele a pele
esvai-se entre
essa tintassangue no cho
mancha ndoa ressecada
a marcar um momento de passagem
corpo cado
letra morta
meu corprosa delirante de mundos paralelos
tenta levantar-se da rs do cho
fluxolavadepalavrasriocorrente dragam e arrastam
qual rioderesduossufocandoporondepassa
o que resta manchamarca
a presena do seu calor
sinto essa ausncia

o sono como uma morte prematura

ainda no escureceu, mas a noite comea a cair
apalpar cicatrizes no escuro

sob(re) a saliva
ela contm
sangue
tem sabor
umidade
ela lubrifica
palavras
tem cor
plasticidade
ela exala
cheiro
tem marca
deidade
ela lavou
algo
ela levou
saciedade