Você está na página 1de 24
ROBERTO DAMATTA RELATIVIZANDO UMA INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA SOCIAL afoud wns9zf out and ‘sour snow so nung ——— yoezs-nad) soe-aa3, 990-08 jw100s eSojodone ¥ ov5npo2 uip ofr 1 “oft Te}D08 eHBojodonay" o-rsto-see-s8 Nast 1361 ‘oupuer =p ong ~ SuEWVEG Ou=q0y reot exfojadone e opSepout surg ou ossanc q'wor.oa90rmna wwor-sese ra aepue 5 12 "UosEA, wUAPIFALG EPTUDNY ‘yal 09008 VuoLIaa apepintnpoxs dios sopENese: ‘esonSyzod enSuy x esed steipunws sou need uso 49 g Bute PRIMEIRA PARTE: A ANTROPOLOGIA NO QUADRO DAS CIENCIAS 1. Ciéneias Naturais e Ciéneias Sociais Nenhum fildsofo ou tedrico da ciéneia deixou de se pr com as semelhancas e diferencas entre as chamadas «ci da natureza> o2 . Como tais diferencas so legiio, ndo caberia aqui arrolé-las ou indicd-las de um ponto de vista histérico, Isso seria uma tarefa para um historiador da ciéneia e nio para um antropélogo, Apenas desejaria ressaltar, jA que o ponto me parece bésico quando se busca situar a Antropologia Social (ou Cultural) no corpo das outras ciéncias, que elas em gersl tocam em dois problemas fundamentais e de perto relacionados. Um deles diz respeito ao fato de que as cha- madas «ciéncias naturaiss estudam fatos simples, eventos que presumivelmente tém causas simples e so facilmente isolaveis. Tais fendmenos seriam, por isso mesmo, recorren- tes, e sinerdnicos, isto é, eles estariam ocorrendo agora mes- mo, enquanto eu escrevo estas linhas e vocé, A materia-prima da éciéncia natural», portanto, 6’ todo o conjuato de fatos que se repetemse tém uma constincia ver- dadeiramente sistémica, 4 que podem ser vistos, isolados'e, assim, reproduzidos dentro de condigées de controle razod num ladoratério, Por isso se diz repetidamente que o pri blema da ciéncia em geral néo é 0 de desenvolver teorias, mas 0 de testd-las. Eo teste que melhor se pode imaginar Ww 6r opuenb ‘sjoz3u0> 1 P op o Sexs[duroa ows. sreloos 1s © anquaoe as anb vyseq ‘wAOZY “UIN{OA asp o1L09 OA SBIOUINUT af TeTe\oa na a (eESoOID0g Up 2) 18 0 BUD (S¥peypay sTeIo0s sogisev0 se sepa} 2) cit 2-0 forroyeioqe, umu: odioonuY Gt w opureex oper aquaulaquazeziq “oujedsa winu no eyez vunu epeyel Seay 2 owod “esaoSeururayaparqos ap-reureyo sowsp © oosoad ‘jo axqos opureas. ‘2 viop vjov9p opou J ap anb [efsos ogisea0 wad opel oyunfuos o “unsUg 9 0 woods vp wraysoune e :esfoo eumNspe Tezip souiepod wisse epure ‘opessed op o11 @ sajsoa ‘seprumos ‘seoqsnur ‘suafeuosiad souisour so sowessod anb owsayy Zorfeuwp 9p ory ou yy6T wa anb [eaeusey op [2 2S op ojyeioarue sop e Xianpoxdax sou sowaxapod our0o ‘o7es aq “sepeioay sagSpudo wa sopympordes zs wapod ogy anb-no soit opuarrovo syeur ogysa oyu anb soyey OBS ap sour p anb oSje 9 ogsrayar wuIN ap [PUI Ou opHLOD o[0q seqokteysod @ sezopayuT sotene Sp tlspyo vUINU opbisod woo “epure ‘e ojaWou opep witie saquozstxe sogdyar ye 0 woo opzooe ap oproysiuais nas aepnur ap apep 8 Issod B ‘ossip esnes id ‘opus; /sopeiouoxeyip soquarqure 13 4211030 itspod anb @ sepeorduios saodeuiuuezap Woo $0} W243 o¥s ‘UHSSE ‘«sfeto0s seIOUTOs sup LUNLE-wIOEUE Y ‘ealsnppxs opSeayoum vun no volun wsnvs vu oYsfoad Woo IeUTULZa;ap F vyuaA-aNb eII08, euin zeajoauasep. iP opuas ‘aoryzadns vu vorpurigosd e389 tpo} utvoojoo [eIe# wa svysodsar sv anb 403191 0 POA &{ojoq tn auido as enb sod» : eutxoad vossed vum 9 xryUNBIod 2 oysaxy asso Ja] ap reied wyseq ‘soodeoydwos sujsep ezEI9 vaord vam vydo} a8 onb vied ‘Soqun{ soarjou sesso sopoy tod ‘epuye ‘2 apnypye eyreo wun aeorsrysnf ered ‘sojoq wesequOD as anb aworpur exed ‘epurjox “ Zod oy197 of0q 0 enb op oyjour 2 seuME sod Vos [oq O ond awfasax wxed *(orsysseAUE tun 211000 ow0D) wep vy490 vuIN seIOMBUIOD Raed ‘odnas no vossad wun ¥ apepalieprios avzysuomap vied : sepeureyo se ‘oss uo aysezgu0) wal oyex opep win ap ogiisoduios e aasinb oyuenb o 7 ‘epuye ‘epod 9 sojer wo sodzoaqu op oyun{uoo opyp um 3p soyaye $0 xepmsa apod ‘(orryez0qe] nas ou oxenS yuo; wn 48) apod anb yf) seBiuz0s ap oySnposder ap sopour so av1D ~uasaid apod jeanyeU MSHUAI WIN ‘WSsY “ sfeoo| wo sopungis “saquareyp seropvarasqo sfop dod ¥yey-aas od tl40ay epep. wun ap a}893 0 No waosd v anb ap oF wily ‘syusurEr oye, Saxopeaiasqo sop svfougaio 9 ‘aquowepruljepur opyiadaz fas pod end oy paramos com os laboratérios onde os bidlogos, qui fsicos realizam suas experiéncias que entre as Ciéncias Sociaié e as Ciéncias Naturais_temes uma relagéo invertida, a saber: se nas «ciéneias naturaiss os fendmenos podem ser percebidos, divididos, © explicados dentro de condigbes de relativo controle e em condigées de laboratério, objetivamente,, existem problemas formidaveis no que diz respeito & aplicagfo.e até mesmo na divulgacdo destes estudos..Na maioria dos casos, o cientista natural resolve um problema simplesmente para eriar teeno- logias indesejaveis e, a longo prazo, mortiferas e daninhas 20 préprio ser humano, Isso para néo falarmos em desco- podem trazer ameacas diretas a prépria vida © le do inescrupuloso na area lamen:o us e nada mais lamento permitindo a re: e de contaminacio. No caso do |, as condices de. percepedo, classizicagao e interpretacdo sio complexos, mas os resulta. os em geral no t8m conseqiténcias na" mesma proporgio Ga «ciéneia natural», SAo poucas as teorias sociais que aca- baram tornando-se"eredos ideologicds; como o racismo e a ta de classes, adotados por nagdes e transformados em va- alizagSes ou perspectivas mais acuradas para lemas que percebemos, ainda que tais probemas nfo sejam realmente 10q “pared ossod onb oB[y “wlur ap ayuoreyip eusueorper oF[e apniso ‘stio[eq opmse ne opuend ‘o[duiexe umn Soweto, josst vogrumys anb O, “auaur ~jeaBoyur wsousyied sou and soyege‘souumy soyuane tUpmase Souiapusyozd siod ‘sou sp Ojied Wag’ oyjse anb”-soustigues tuo soureyjeqesy sceioos suiougra sou soyumses & 9 jeueutep Ning sqeur ogapisuco anb t seSuosexIp Se559 Seo] OP SUIT yepnag vduszeG PUD Z ‘wawoy op S819 -uajo sepwureyo seu oyuo| sfour oynus seul ‘oyuouToaKto3 Jour $0 Sopa, W2 o7Ua| OZ[e ? od1z;GUArD oss2o0ad o worHET anb ogseinuinoe ap ossaoord Q “oquysoduy ureaesint end of Siabe Wicd opiose ap {segsvalyout @ sassazeitt snes so opunges ceroatp opour op wivvsysiSo4 $0 2 Soyey urbiensosqo soston “ip suauoy ap sossr[p ‘wissy “[RIoos epougT BUN MAST asd Taxes urou seu ‘epepung 10 ae) urtad & anb apsap Foproayuoo soyUs O"s SEIS SUID reyo Sep vjaoaed 3 diied afoy ops anb souswugues 50 S0PO, yAd9SQO. OUD. 9P o ojaweoueysans sou ‘ouoWoUas 0 svatosgo 2 zmpord Sur aquawios ap 0 9 opU eUIa{gord Q *soya0u00aId 9 SOs -soraqit (08 idoiq wuoIST soydisod wiadosd wssOU G FWjuaisua-ap sowiay. Soquoas sie) Iyznpordas Japed oge ep tse “seus tsoqssour @ sagSnjosas ‘sogSunFessod ‘SeIsex2y (93705 ‘ap oonod umn: woo ‘8 yp sogbeurejao.d ‘sie{ogeuoD Se90z3 ‘opbejarut ap stenyls ‘solagsieazue ‘sfeouns xeasosqo SowaP coq ‘sopnarosgo es wiessod vioquie ‘sopienpoadex we18s 9p Gidisssodunr oyuoujer0R “soxojduioo souourouas ‘stod ‘oes essaoord wine op wepany enusyioo OyuaUUToDyuD ossoM ‘IMbe Oussatk “suus ‘Se veioy weso uopog -oyseout op VSojouosy wun terO# ap sor Tpdwo ops oyu ‘oysedU! op ‘souredyp ‘seizoa} sussou onb ossiP ae soa g “soysia oyu UpuTE sOpep SoAoU TeaIOHTOS NO SI9ATH mos que os homens nao se separam por meio de espé mas pela organizagéo de suas experiéncias, por sua hist e pelo modo com que classifieam suas realidades internas e externas. Por causa disso ninguém pode virar baleia, rato ou leGo, mas todos podemos nos tranformar em membros de outras sociedades, adotando seus costumes, categorias de e classificagio social, casando com suas mulhe- izando seus filhos, Rezando aos seus espiritos e deuses, aplacando a ira e agradecendo as béngios dos seus ancestrais, obedecendo ou modificando suas leis, falando bem ou mal sua Iingua. Apesar das diferengas e por causa delas, nés sempre nos reconhecemos nos outros e eu estou incli- nado a acreditar que a distancia é o elemento fandamental na -percepedioda~igualdade,.entre..os..homens. Deste modo, quando vejo tm esstume diferente ¢ que'acabo, reconhecendo, pelo. contraste,. meu préprio costume. Quando estudei os nomes pessoais entre os Apinayé do Norte do Estado de Goids e vi que, entre eles, os nomes eram mecanismos para estabelecer. relagies sociais, “foi que pude reconhecer imediatamente o papel dos nomes entre nés. Aqui, percebi, os nomes servem para individualizar, para de origem tupi e significava originalmente «meu nomes, Bla tem assim ‘a virtude de relacionar dois individuos cujos nomes so comuns, indicando, junto com a boa surpresa, algo que talvez nfo devesse ocorrer, pois 0 nome tem um carater, exclusive na nossa sociedade, Entre 0s Apinayé e ira em geral, porém, os nomes nao individi mas, ‘muito ‘ao contrério, estabelecem relagées muito impor- tantes entre um tio materno e o. sobrinho, ja que ali os nomes sio sistematicamente transmitidos dentro de certas linhas de parentesco, Os genitores jamais devem dar os nomes aos seus filhos que ‘sempre os devem receber de parentes situados em certas posigdes genealégicas, entre as quais se destaca a do tignthaterno. De acordo ainda com essa ldgica, os nomes sempre devem passar de homem para homem e de mulher para mulher, algo bem diferente do que ocorre em nosso 24 meio, onde eles sdo transmitidos obedecendo a uma al e fundada numa ie, ¢ nome préprio ou primeiro nome é algo que pode variar muito quando é escolhido e dado. De fato, falamos em «dar um nome a eriangas; quando na sociedade Timbira é muito mais apropriado falar-se em transmisséo de nomes, ato que revaia melkor o sistema de nominagio vigente naquela so- ciedade. Mas, além disso, os nomes Timbira dao direitos a pertencer a certos grupos cerimoniais muito importantes, pois sio grupos que atuam durante os rituais e também nas corridas carregando toras, esporte nacional destas tribos. Assim, papéis. sociais sio transmitidos com os nomes pré- prios € gFUpos"de pessoas com os mesmos nomes desempe- m 03 mesmos papéis. ‘Um sistema de nomes préprios, tio coletivo como esse dos Timbira, nos faz pensar de imediato nas possibilidades de um sistema oposto, isto 6 num sistema de nominagio em que 0s nomes fossem absolutamente privados e individuali- zados de cal modo luo no $6 correspon- dess2_um 86 nome, jome fosse mesmo como que a expressio de Pois bem, tal sistema parece existir entre os Sanum4 do Norte da Ama- zénia (cf. Ramos, 1977) onde os nomes préprios sio se- gredo, Temos, pois, neste exem! racteristico de prcceder a comparagio em Antropolog’ e, por meio dela, descobrir, relativizar e pr em relacio 0 nosso sistema (ou parte dele), pelo estudo e contato com um sistema di- ferente, ‘Pois se 0s nomes dos Timbira sio coletivos e os dos Sanumé absolutamente individu : te de tornarem-se si numa-posigfo interm ma fiea como que to que, ao mes- za, também permite a apropriagao © a expressio do coletivo. Mas é preciso observar que 0 nosso sistema — como o dos Sanuma — parece contrastar violentamente com o Timbira, na medida em que o seu eixo esta em acentuar individuos e grupos exclusives. Sem o con- traste ¢ a distancia que o sistema de nominacdo dos Tim- nosso_ sistema, apropriadamen- ‘4s, como veremos nui primeito passo, para poder ré te. A histéria da Antropologia Soci ue tidojodoxjuy up segSujax se ravenbso ou ostoard 9 iojodoruy e vind «reBnp> um zquWJep opueanoorg BBojodoruy 9 seIBojodonuy “¢ ‘ayalger as wiougstxo ersdgad wssou v apuo tun 9 eprosyuos eueumy apeparoos peo anb ossed PEBsoauy o woo syueurMyarp Ivey apod oU wzaIM; b ap oyey ou ‘osuezxod ‘epezyteoo] voz estero0s sero ® «seanqeu Svyougfo> 0479 seSteleyIp Sup zie -¥ \dxo -sepesoqule sium sussow se euaquarenb ap 2v00[09 jaduioo wapod ‘oywowour ianbyend w ‘enb: saoSujeadiaqut SU 0 TSIA ap oyuod nas-o ‘omUaD nos 0 WIgqUID] Wa} S| anb spew oxtnu 9 09{q0 0 «sreIos seroUsTo> sup aquu[ey 2 aquerdsues; 9 ayo ‘oxynow fopnur a ovedo @qUL 2 opnyss sp oy9fqo 0 ‘ost WMN “opepargos wa So axqos opmnyrsuod ‘[esog wIBoJodoxuy ep 0 ottIOD in @ (eezaanyeu> vp OpUNUT op sojafqo $0) [e303 apep Jo ean e sepyeugns wares ap seajssed no sepeuitt, sv vaed opvijon xaqes win axque warps wSuaraytp reyodse ap (xopeuryrBa] oorsoysiy oduioy ojad opep) es’ ojfeatp 0 wey ‘oss opny tod ‘onb o 9 opeyuBipe sivui jwiod SIU O OUD 0 axdulas opuLD ossoisoad 9 oseqt ap Sneifop we syefoos svurOzs|s ‘$0 anb ‘slays sujsiuotonjoas seuionbsa saanbe Jean Puylodwazuos [eso wiFoodoUY v apaduy waquiey and 3 “soujno> 0 Ivzy[exoulsep wa supessazoqu! susonjeou0o SeiougiuaAuos sep ouvjd o avssedesyn axustad anb (34 HtoJul) oagyeU o wos xeZo(eip ap apeprqissod wsso g ‘ostyaredwioa wuranbs> td nas ou qepojoo as oun ules opyuas zep opny @P youdvo B wpinqiye opuss ela w ‘ooquIs9D sopeynduiod ap [59 BUEN OULOD “ELOY Op aylauresraqur vol xopearasqo OP fasuoo B apuo ‘epeyoduios waq ovbeseduico vp ayteze} wjeorper 9 anb 0 ‘va1Zojojs0s eayIs9 eu a apeplivina ‘apeplatxoyox vu opepuny varjeredwos owed win 703 od eqeae tong[eIP esse Gq “(Aemdy samou sop 59054 92 vexdaayuy sequitur se) owrayxe 038} o woo “(sowow sorzdord snes so eivd 9Xvurdy SsoSeperdiojur wey 0 aqua vougteIp tum tod opeuuog ajanby + wn Jaoseu opuazes wipquiey own ‘sdaiSojouiaysids SCPRTUTE SHUT sop OPEZEMTUPA wun wxed opurzge our nossa os ov no nowt’Ov vii09, eyuIu oyuaso.ide opuenb andiog ‘sod “wiey ‘sommyin sop [equsuepuny syeur o oulo oyndes na anb JOpezAHe [aX OJUEUITAOU WN OPO} ap oD1ZojoUiaisIda oxuaD ou [e190 kiFoJodonuY ¥ aen3is wxed — ox, as0p tazz009p ou sowieisa ouoo — oprazes wo} onb 9 ‘worwepeoe visaze%) euepepiea burn errerepisuos zezeIy ods) op oueoIS wsIL ~ofsnfors ‘win ayueurez1a9 onb ‘opmqiye wsq “oatwwy o1dort 0 woo “epepnyse apepafoos vp jaar ou mgquimy o vangino » apep “800s ¥SSON UP Ou EsteAIE Stop sassou sooduyasdIaIuT sessoU” 48389} opeind0ad Soule} steIoOs soFojodoHUL sou ond. ofa “98 aysap o}sJuy op IHIed B oyuaMIOS 107 stod ‘o}syLOL>KIoaad 2 [eyWurepuny opep um 2 essql igdeudy. sofidord so woo se109} @ sasayodiy seu opurnostp “eliony equiuE zejUDs cide opueinooad 9 opurtz9 ajuaurequapiaa noysa wond vaed ‘seisiqualo ap apeprunuioo wyuru ep wee a1 ossog “péeurdy wuIESIs 0 woo wEquiey 2 LULBIs{s nal O wD aPEpIAIKaL, “81 ap opdear eum onua na ‘gkeuidy ovdeupuou ap vue} “S18 0 oyasdiozu! na opuvnb ‘sviavjed sexyno wg ‘sojep o a haut o tsajuadezip suuiaysis stop wo renje apod via anbiod vxsjduios vary wun of39 ua “(enquiy, no) 9femdy apep “eos ep vuiazsisqns essa vied oydeyasdiajut vu onzysu0D opuend ‘9 ost ‘e4eurdy soulow so arqos oz1z09} na opuend rayuyniias op as-vywa], “Ksivanyeu sefougto> see estefo0s suougI> se aqua svbuatezip stysou voR|I orysanb ex] eum sysrxa ‘9914 ap No wpeaianDier “eotSojoIoos ogSdaozad wu a oySereduloD B ayjunied anb oyuouroojsep ‘(seurazsisqns no) svulaysis sop oquaureso[sep ojad vpeooon vonyuelqosd ep une sepy “exopezanejos ® [euorsejex :eanyero 9 voyyuraysIs opdesedwos vied [wera ~tun 0 woo avinayzed 0 aun op opmuas ou ajuejsoduit 0} como um tipo acabado esté totalmente superada, de modo que é um absurdo pretender tirar do conceito qualquer implicagio de cardter sécio-cultural como se , Hoje, o especialista em Antro~ pologia Bi se das diferenciages hu- Manas utilizando esquemas estatisticos,. dando muito mais atengio ao estudo das sociedades de primatas -super‘ores (como os babyinos¥ougorilas), &.especulagio sobre~w evo- olégica do homem em geral — apreciando, por exem- evolugio do eérebro ou do aparato nervoso @ dsseo ‘ado e mobilizado para andar; ou est dedicado ac enten- nto dos mecanismos e combinacoés genétieas fundamen- ‘permitam explicar diferenciagdes de populagdes © que a Antropologia Biolégica langa mio de fs comuns aos~outros ramos da Biologia, da Genética e da Zoologia, além da Paleontologia, de :nodo que o cientista a ela dedicado deve ter familiaridade com todas essas outras disciplinas, sendo um biélogo especi do no estudo do homem. Na ja da Antropologia, grande arte da popularidade da diseiplina decorre de achados cien- fificos vindos desta esfera de estudo, / ‘A segunda esfera de trabalho da Antropologia Geral diz respeito ao estudo do homem no tempo, através dos monu- fmentos, restos de moradas, documentos, armas, obras de arte ges téenicas que foi deixando no seu caminho civilizagées davam lugar a outras no curso da feria, Essa esfera de trabalho antropolégico ¢ conhecida como ‘Arqueologia e, como tal, é uma subdisciplina da Antropologia Geral e, mais especificamente, da Antropologia Cultural (ou 28 Social), j& que seu objetivo é chegar ao estudo das socie- dades do passado. De fato, o logo esté interessado tm pedagos de ceramica, cemitérios mnilenares, eacos de pedra restos de animais, enquanto tais re mitem deduzir modes coneretos de relagies sociais @ tes, A “Arqueo~ assim, é uma Antropologia Social, s6 que esta d ‘ma do estudo de um sistema de acao soci Gesaparecido. Para chegar até ele, a disciplina desenvol dma série de métodos e ténicas destinadas ao estudo pre- Go dos restos de uma sociedade ou cultura: {stalizado -e-perpetuado pelos seus membros, vam certos padrées de comportamento espe- humano precisa ie instrumentos ¢ artefatos mal ade,.-artefatos, instrumentos @ ents definidores do homem, a condi¢io e sociedade huma ‘Mas esses _instrumentos, eles definem ‘a pré- oposigio a sociedades a tendo o objetivo de pen forga e do poderio do homem tarefa especial, esto determinados pelos _m quais 0 grupo se at ade. , embora a agricultura mum @ ‘3 sociedades, nem todas a pri modo, utilizando os mesmos instrumentos, dentro do mesmo ritmo, ow plantando os mesmos produtos. Mesmo em areas geogrificas comuns, como o Brasil Ce: lingua Tupi, , por exemplo, como os Tenetehara, a mandioca e baseada téenieas avangadas; a0 passo que as populagées de fala J2, na mesma regido, 0 nda operam) técnicas agri- tolas diferentes, com o seu produto cultivado principal sendo grande variedade de inhames. O arquedlogo estuda esses vesiduos deixados’ por uma sociedade, depois que seus mem: bros pereceram, E sua tarela é a de reconstruir 0 sistema agora qu : meio de algumas de suas ristalizagoes. . ‘Quando pensamos em ‘Arqueotogiz, pensamos freqliente mente nos especialistas dedicados das chi ages (Egito, india, Mesopotamia, Grécia ¢ tem como material de estudos, no 29 1e So ,wops00 Aap aptepone pape 8 on ne Fespante Sapabad op aphas ty apes p sie} wossajasoa woo ‘ossy anb spur ‘a Stestanjun soryasep ered wera and soquewizta ‘opyorquy 9 opmsjsuoa ‘opr ‘oputdoo ‘operoqeja vray anb soystgo op ojttafuoa um ap sexy noxyop nb sey “[eueuepuny vod vu oyuoumwiago eia aique ‘9p 0 [enb op ‘oayedepe operede nas dopo} afe uloa neveaudtsop oxqus-sp-saquep ap ay 0 opuend ‘so1 ® so}iss opundes oquourearjajoo 2 [enpratpuy sepia seng do wrerapod w opowr ap waox3su0 @ urefdoo ‘ueuaaut oY SO amb seuLioy sep asyeue @ epvorpep vutjdiosip 9p sopnyse ap odureo o squidxe vied — soanatord op ula ehh — sopezyewaysis sieoos soustueoau ap elepl & anb sowaan yf ‘eofoanbiy wo soweyey opueng “TeaTssod 9 odeBojoonbIe oywausoyuos op vz “2459 @ nb unsse oys stauioy so anbrod x “sodusay sop 0340} pepiscxeus# no elzopaqes ‘wiougues woo nomosojue o pe ‘noyoZau ‘nosn anb. ojmbeu sazo[va 9 spefv0s sagSefer P O(BASOA uNaye sides wxtep vUBLENY, apeperg0Ss Epo} jaywUK wzHeIIU0D anb Oo opNy We (SEFo[oop: 9 s eyeford) wyofo1d as ayuoureanaza aja srod “anor pepioedes voyszjuez essa wey onb ouue ooqun o 9 ‘sfeapoered-owa spepioqem we opeeyse Tedeo yoy onb ofed aysixa ajuawos onb ovsemndod W482 99 onb Os “(jvanyIno no) pes eBojadoxyte no oo }9 [sd opeatver ejanbep own:x owsou 0 ‘oye ‘ondas oyjequr nag “[efoos epeppxapduioo ap UI afanbe woo sapepaioos ap oauyzoduazuos oyuowstooyu pro oywauxfosyU0D 0 wos opessed op sopmydE sios feonvureIs!s opurzileq ‘eanvavduioo aseq wun ‘S905 ® sogdyjnoadse ep orm sod wyleqesy oFojgenbre O iQuOsa NO sPONlod ‘susoIgyjex sagSusouareyp 2 svinb woo apepaysos Tun ep ieyjedsns 2oy anb 0 ‘oryIu oyeande ap tzonbi vymur woo 9 s9s supesioyus stossod JWR} Twa;uOUE wIe{-¥-Lepod saqtazua sojduays utoo soper @ SoMOW ap ope] OF slod ‘eapfe vu ap varyIod @ USO | Upls B exqos zm eIeSueL OMBroUNy O;eIEde 9 5ay12]U9 99 tod @ oyun{uod we soprareyua’ sojafanbsq *(saitiez3;1D $2 ap opnyse ojad) ogseasiu @ ojuawesvo ap segmped og qroildxe “eSusop ‘op seutiGy's aysou-ap-sodiy a1qos sopep 299 rsurOy ‘opbemndod vysap jenxos ovdinquaysip ‘0 20S oyIMUE awaIPUT apod opesoqur ogtawE, Soaisyq ops sopezojdxe ap nadeys a thy eSojganbae op avindod waseun ep ayrvd warez and sorasiun (20 “SRP o1su sod epeinajes omsaun 97 308 viepod wepie BP oysuindod © @ sopep sojsap zn] sta opsepod eitiutey eb SodkL esvutayxe 9 seuioqu! saosiarp sens op noysar and o Woo so,2" IU suse ap soUBId arsgoosap a aagos oynur aznpep oojpanbix o apod ue ap sonpisaz 82359 ope] oy ioUODs UIA URS vU ops Weta wamylnayse v2 wyeJ09 v ‘evo v anb osad ou 9 wiapIe up FeWEUIE kerp ep ofqumbs ou eayLO Jas vropod oBseuL ~foguE B89 ‘opel auNO Jog “soz10W WEI] steuNINE so culo Spout o 2 ovdtyuawTe up apepyuend w olusam a a seplur cMsuoo syeur saiagdsa se a1aqoDsap @P sojojenbss reaiylusis wepod soquowile op soysey ~ -09 sasazuye snas sou ej» Jod opesn stew vio onb ap odio ows waq * Hiaqoosep vayuzed osst a" oxi ap umuo> apod weple & epo3 ‘ossrp waly “apeparsos | XP oo1seq oyadsu wngle aout epod ojnoajo ws oBSisodsip ® owiod vjssax 9 oo1s7q vuraNbsD uN wuesaidoI OBSTAID IPE, Topad ov supenyis sesva se a o43uad ot onyyd umm wiod ‘sepuOp 284 SvIapIE weodysuod anb ‘(g16r ‘CHEW va !eL6T “3) [euag [sg op ep enau 10 sapuesd sas wopod susvo sv stod ‘oqueuveple ap jejadse ody wn vjouap anb apepriqeaiqey ap oviped ui sasauzog apod ‘sarzgduroquy Seiad 9 odurey ojad sepruinsuos umwsoy yf seseo Seino ‘es “HUE Bep[e vuN ‘UNssy “eoZojo—anbse voluD9} vjad so! Sasso «xv[ey rezey> opod as ouiod raqus auRzIodw 2 o: 2 @ ‘erie; vu wiowoy op aed voiseg oquaMENs! seu yfoIgIp sreuE oy 9 vYeAI0D OFS chajsuover U{no ‘oorgRasoss oquaiquy Wns}e wa voreUL eas wueaexiep waquie; end svossed ap sodnaz souanbed ep opnysa 08 opejoaep oBo[9anbie o Ievanbse opu os}ead 2 sey “sO; ~ed so a soyuaumnuow so owos sv} Agora que desejo definir a terceira esfera do conheci- mento Antropolégico, preciso conceituar melhor esses meca- nismos projetivos que permitem atualizar valoy ‘Tradicionalmente eles tém sido chamados de~ deles que precisamos falar quando pretendem campo da Antropologia Social, Cultural ou Etnol fato, os nomes (que estdo relacionados as tra dos de certos paises) ndo nos devem ofuscar, pois todos de- notam a mesma coisa: o .estudo do Homem’ enquanto produ- tor e transformador da natureza, E muito mais que isso: a visio do Homem enquanto membro de uma sociedade e de um dado sistema de valores. A perspectiva da sociedade humana enquanto um conjunto de agdes ordenadas de acordo com um plano e regras que ela propria inventou e que é capaz de reproduzir e projetar em tudo aquilo que fabrics. A esfera da Antropologia Cultural (ou Social} é, assim, 0 plano complexo segundo o qual a cultura>(e 0 seu irmio gémeo a sociedade) na6“€ Somente uma. resposta .espec aveertos-desafios;* resposta que si de articular. Nao. Essa visio instrumentalista da cultura como um tipo de reagio de um certo animal a um dado ambiente fisico deve ser substituida por uma nogio muito mais complexa e generosa, por uma visio realmente muito que a visio socioldgica nela contida deve rs homem muito mais do que um animal que inventa obje- tos, chamando atencao para o fato critieo de que ele 6 um animal capaz de pensar 0 seu proprio pensamen‘o, Em outras palavras, somente o homem é capaz de criar uma lingvagem da linguagem, uma regra-de-regras,"Um plano de tal ordem reflexive que elé pode ver-se a si proprio neste plano, Se alguns. animais podem inventar objetos, o homem 6 0 tinico que inventa as regras de inventar os objetos, E fa zendo pode definir-se enquanto um ser que usa a linguagem, mas que também tem consciéncia da linguagem, Seja porque a lingua articulada permite uma multipl tos priticos, seja porque sabe que sua por causa disso permite uma indi outras sociedades. 0 ponto essencial 6 que 0 homem nao inven- ta uma canoa s6 porque deseja cruzar 0 rio ou vencer o mar, mas inventando a canoa ele toma consciéneia do mar, do 32 rio, da canoa e de si mesmo. Se o homem faz-se a si pré- pric, é preciso também nao esquecer que ele assim procede porque pode ver-se a si mesmo em todos os desafios que enfrente e em todos os instrumentos que fabrica. A Antropologia Social (ou Cultural), ou Etnologia, per- mite descobrir a dimensdo da cultura e da sociedade, des- tacando os seguintes planos: a) Um plano ‘instrumental, dado na medida em que um sujeito responde a um.desafio de um ambiente ou de um outro grupo, Se a temperatura da terra mudou, varios ani- mais apenas desenvolveram defesas para esse novo fato. Mas os animais apenas désenvolvem respostas internas, parte e parezla do seu proprio organismo, como peles, garras e den- iréta, no permitindo to- mar conhecimento’ reflexivo da resposta mesma, Numa pala- vra, a resposta nfo se destaca do animal, fazendo parte do seu préprio corpo e a ele estando intimamente ligada sem reflexio ao estimulo, © plano instrumental é um plano das coisas feitas ou dadas e a sua concepcio e importancia esta muito ligada & perspectiva segundo a qual o homem foi feito aos poucos: : (ou cultural). song que imitavam a natureza, depois a da, Hoje sabemos que’ tal ao que Geertz (1978) chamou de cestratificada> nao 6 mais vilida, Muito mais importante é temar consciéneia de um plano francamente cultural, inguagem articula- ento, 0 mundo humano forma-se dentro de um ritmo dialético com a natureza, Foi respondendo a natureza que o homem modificou-se e assim inventou um plano onde pode simultaneamente reformular-se,-reformulando a prépria na- tureza, Neste nivel, estamos na regiio das regras culturais (ou sociais, a distingdo sera estabelecida mais tarde), quando nés temos uma resposta e também um reflexo desta resposta no sujeito, Assim, se a temperatura da terra mudou, os ho- mens inventaram cobertas.e abrigos, Mas é fundamental con- siderar de uma vez por todas que isso ndo é tudo. Porque tais cobertas e abrigos variam, Nao porque existisse alguma 33, se aod opuvpeade ‘souvmny oxqarga @ ods0 op stoas seSuepnir argos soureinsadse ‘waIooIg eISojodonuy ed zeg enb efougfosuoo ep oueid oN ‘sopeoreur woq ap oquaunans 0 oysiverd wuindie woo atNOSIp jeAIs aquameoyyerd 9 epuo ‘souy op sagujtur ep eles wunu 2 o1zmjeued aquauratepepion daqyaed ap (eioduioy ue someyfeqeay ‘ourtd ayseN “eyeuE|d ot BIA Up SOWS|UBDaEE SOE @ [EUINWE -opunus oe sopeB| souie;se opurjaer “woUgIsIKa. EssOU sp soDIBo[O1g soryeureIed wa1.-vig “wadiof{ op opnysa ou voIsIy wlauayostoD Buin sanb v RyS woOIOL wolodonuy ep opnyse oO. Esoyuod sayuingos ap stood yies waSenBuN & squeUEyeLIpUE SOUNN|oUT sou 8 soumorysap anb sourid s943 sop oxquep Sep “supvuapio seiz0%3} nuanbse umn ap ofeut sod jaayindiueut 8, opioayuoo of” ‘opunur 0 zepuaaide Jeaissodui tizes vpylnonze wetens wes anb VE “IRSIXe utBpZapod OBL s0IyNO $0 sOPoy as clu no OUAUIa[g ‘BaNy|ND a oyLawID—4LOD © OpOs vednpord 2 ovuaaur ‘opssrusuesy vu oaIsyq ayuauesN| rougiostoo ap vss vp opnysa op ‘eansit3 owed o8 xjroyor aus oxen “[eoIIadus oF} eI Woo ryuso ossou 2 opezt{eloadsa og} asso] OU ale OseD ap [eusupuny sieux o ‘ould oyrenb wn opduysiaes oudepitnfouy “Bougysuoa ap sould sax souaut ojad v{30l uy Wo sowey and anges ‘vue opwoojoa nosy anb od vosojodoxjuy vYoUgPSUO) EP SoUrId 50 *F vagait ox 9 uoWoY o ‘opRuas ayseu ‘oes acl “visodsax BOBS! woo aeawuxe}ep apod og Suu ‘oySveT vUNB[E op OUT ‘seuade via onb yf ‘opepiliqertva ens 1xq0059P sed -y “epep wysodsoreisdord a wzmguu vp ‘(iapuodser ep sepeprtiqrssod ‘wi09) sued wp wIoUgLEstOD reuIOy veuLLed ‘zea Ung tod “nb vjsodsa vam vavzpuasio veomnje Ep owes 0 spuo "Tare “o|je2 ‘ouisaut osst tod “2. wxa[dwoo voRgTeIP Bun ep NEST aprepeyoos w owen aeysom ap w top “eBojodosyue wpe eP OF ‘ap sougd so opuvjenar sues enb wo oussout epIpe 4} o-onb 021 ve eu ‘epejuasorde ibe oysta y ‘dns © stodep ‘onparpur 0 oujountid, tejey ve sfodep ‘oya8 0 ox 003 0 stodap ‘oo{sig 0 oxteuitad :sudeye wie vp: TOF [wID0s wroussIKa bv opundes ‘vioprorsndus oyrnur ‘vys{uoronjoaa vA ~sadsaad & ‘Souita owos “euopuge vja ‘opel oayno 20g “sts -ol| Sop @ Sapeparsos sep oitiepour oquamfooyuos ov epenbepe sqeur ‘oss anb soyjout ‘2 wxaqduioa stem ogsia vy D “wHojodosyuy ep oyofqo 0 coos we zwod[00. ap wnwOD ojnur opour win 9 jeanzeu o1yesop oF wysodsax YpesoqEle ap a10 -pdsa eu opus outod (epepsrsos v a) BuN4[Nd v Avo], ~vuio} 2 vatqves’ ps opeprueump, vpeureyo v anb we o4 oajaga oue[d ‘seéduaz03:p sep opnyss o axdwas yios vio0g ws -ojodoryay Ep opnyse o anb 9 ossy aog “stuss ¥ oolpjoedse opow op umepuodsas anbiod suswoy es-wes ~Bur0} © ‘stauoy as-wEreUIO} enbIod urerelouarasIp es suauE -0y 50 ‘oonj1 9, ojU0d e859 Gf “opeprssagou, wp-oursour esneD sod “opSerousrazip wun ap oyUaUNDoequisa o WigqUIE) @ apepIs ~ssoau ep ogSeiedns v ayunad eg “[ejuaumnsu) vp eyUaI0} “IP oyNUE 9 [wINyINO vySodsax v en ‘opour asap ‘9S-gA aquarque ou ‘esureaBaqur vosng epeparoos tun opuenb ‘xopuzrennou ose umn ap osn o Semjanyeu e xejoxzu0D @ Jeuywop vosnq anb etSojouna Eun op osn ojed ‘equsiqure op sanb is wepod seodvidupe ‘sopepaisos sep ose ON seule sop Osea o 9 owos ‘euainywU E WOO OHAYE 9p OUT (ur win ap ovsarIp vu seuade opur ‘volun oyu ap oyNuED un voipul gu ve enbiod ‘epwoljdwoa oynu 9 ovse}depe ap. ovsou e.‘Inby ‘sajuarapIp ojinut ogs seston se waWOY © woo sew :sea1Zol01q svoHssroquIvD sejte9 aajoauasap 9 [emqwu auaiqure o}i09 wn v wdepe as anb wo eprpeu vu ‘18 S{eur Zaa wpLD opuvxy yys2 2481} uM on sazIp owissUT as-opod ‘oyuampeoy “sunuos sojnuyse @ sesnes ¥ opurdepe as #380 opuenb oulsour zefouerosip as ap zedvo 9 onb o oxoyar oudoad nas oylgor anb ‘eysodsaz wydoid uns v epuodser anb ‘quauvsuad nes o sued onb ‘vey ens op ves anb peunue corn 0 9 ‘usse ‘wauoy O “wsodser wssa YES OUIOD ayuaUT 43 Tasoid sowiapod opu seur “Jepuodsex pzosap woWoy sourpod seuady ‘[e} ou10a opiqaoiad 9 OUIayX 032 ouios ‘seaBax ap soulie; ula epestiad 10g vjsodsez w and sod seur “(vorB9[01q no vongues vzamyeu ep) vusayUT oEze ragdo com os animais as conquistas realizadas por esse pri- mata superior que acabou to diferenciado, O fato de o homem ter descido de uma drvore, de ter desenvolvido o bipedalismo pode ser o ponto de partida para uima série de transformagées correlatas, todas ocorridas num espaco de tempo inteiramente inconcebivel para a nossa consciéncia freqlientemente confinada a uma experiéneia verdadeiramen- te diminuta da duracio temporal. Assim, o bipedalismo esté associado a uma diferenciagio entre os pés e as méos, espe- cializagio verdadeiramente tinica, j que os primatas supe- riores nio deram um passo tio decisivo nesta diregdo, sendo suas mos e pés érgios com uma mesma estrutura anatd- mica, Tal diferenciagio entre a parte de cima do corpo e sua parte de baixo (uma oposigio clara no homem entre alto € baixo) levou a mudancas na estrutura do rosto (com 0s olhos vindo um pouco mais & frente e o cranio tomando uma parte bem maior da-cabeea), com as modificagies # cas nas curvaturas da coluna vertebral (sio trés no homem) @ posigéo do foramen magnum (o na parte inferior da cabeca, na sta articulagio com a espinha dors: articulagoes da bacia e do fémur, com as suas im bisieas para todo o conjunto funcional e anatémico relacio- nado ao andar bipedal, Tais transformagées na estrutura anatémica sho acom- panhadas de mudangas na estrutura do cérebro, visa, olfato e audig&o, mudancas que, sabemos hoje, estio intimamente ligadas 20 uso de instrumentos e do fogo,-mesmo quando se tratava de um pré-homem (um hominidio), vivendo na Africa do Sul hé cerca de trés milhées de anos athis. £, pois, impor tante discutir tais modificacdes em suas’ associagées. diretas com alguma forma de cultura ou projec no meio. ambiente, atividade que esta acompanhada de uma complexa dialética ‘Mas é importante notar que aqui estamos cbservando-e conhecendo residuos de homens aticestrais, ‘pedagos de estru- turas que estavam a meio caminho entre uma forma animal, situada dentro das determinagées naturais e geograficas, ¢ formas mais desenvolvidas, com uma capacidade nica” de , inventando suas pro- prias determinagées sociais e histéricas, pelo uso e abuso dos strumentos. Estamos, portanto, situados num teino conge- lado — ou como colocou Lévi-Strauss (1970) no reinado de 36 “sistemas produtivos e 1 uma chistéria frias, onde os acontecimentos sé aparecem em espagos de tempo extraordinariamente longos, Entre a «des- coverta» do bipedalismo ou, digamos, a perspectiva desta pos- sibilidade e a descoberta da primeira arma ow instrumento, quantos milhdes de anos nfo se teriam passado? E entre a domesticacio do fogo e dos animais,-quantos outros milha- res de anos ndo teriam decorrido? Ou sera que tudo foi viskimbrado num 6 moment ie de «queda do Paraiso biolégicos, quando o animal ai ja a ser 0 homem jégicas e ambientais, construindo um primeiro ato pro- jetivo: uma arma, uma alavanca, um instrumento capaz de prolongar 0 braco, ou de multiplicar a forga? Sabemos que tais problemas nos colocam, por sua propria dificuldade até mesmo de verbalizaggo adequada, no li e 0 religioso (ou 0 filoséfico), naquela fronteira onde 0 tempo — por ter que ser contado na scala de anos — deixa de operar como uma categoria significa- tiva, perdendo todo o sentido classificatério, A Antropoloi a, assim, nos coloca diante dos espagos primordiai des gestos decisivos, do tempo que corre numa escala fria, lenta, infinita, Ela nos permite especular sobre aquele mo- mento mi quando 0 milagre do significado deve ter se realizado e todas as coisas se juntaram num primeiro ema de classificagao, 0 estudo da Antropologia Cultural e/ou Social (ou Etno- abre as portas de redlidades diversas. A Arqueologia de anos, mas onde os acontecimentos passam a ser decisivos no mais em escala da espécie humana como uma totalidade, mas como elementos que permitem ccloca diante de uma espécie de arrancada posterio: : depois de uma diferenciagdo a0 1 universal (e portanto da espé- taneamente as sas variadas difereneiagdes internas, inventando formas sociais diferentes. © movimento é simultaneo, parece-me, embora seja difi colocé-lo assim, sobretudo utilizando um meio como a escrita que 6, acima de tudo, linear. De qualquer modo, a «conscién- cia arqueoldgica» é aquela que nos toca com temporalidades infinitas e com uma histéria igualmente fria, onde os espagos 37 6g vo od opuazyos’ “ayuysz0.wanynayse._.euN sogSeuizoysuery ta resin nas way ‘oRyUA ‘: 10 138 Op nzeunyoutms. ap ‘0391909 [RU “no wzaanjeu. ep apred. wavy ‘7 oyst ‘coasuty 2.anb. opny- onb sowta ‘se1ojroque seujSyd sey [sug ou viBojodonuy Junpusyta oF Epejonep ‘oquIMBas O¥ssNosIp ¥ ZBOTTLIE|D iad [eaNy[No/TeII0S 0 2 oDIAOIOTg 0 emus saQStsodo sup uno} wrfeUTId esa, ‘Opel OXNO Jog “opeLdordeuy osn jod opseatzted wp 9 ojuaurerzease op oasit 0 arduras oper 1008 oyaUTIaYLOI Op voRo[OIIS wAN ouod Welss <[eanyyna> 0 8 «[eI90S» 0 3 anbsod ‘ousiyedax vp oos{-0 Y1z09 ¥ eyues and wigojodoajuy Up opnyss ep oye{qo 0 soujaur oonod TCU ap OYNGUL OU “sTE1D0S ‘Sow oYStEodo WIO, so>1Bo] saxojep Sopwureys"sop~sa;uais09 sapep; vied opSuaye qeuvyo svaady ofosap ‘aquaury[a|ziud ‘8 ojatsd9 ‘Opljuas nas ou «Es Sp ovdurapiuoayvp vouyyodut v svporde ¥: spoodszad ‘souotguey so seuopzo 9[ou a opunul o 10939 p Sopoul Sossou So axqos zn| vduy] eyuaue}I00 ‘o-opuE} voyul 2 eyts giso sesexdoyur [passood 9. supe “opypsld oyedsax B sagssnasip sey wie Te, owod oprqaaia. epur opis eye) opt afou ae 9 ofpsey oF opoUt 2B 1uii03 opts TyuE] joo0s 0 anb ‘oras{ a38ap 101409P ‘we s0wi94aa 0WI09 ‘osoLIND ‘sesfoo Sezyno se anb 2pup (out WD} OLIOqwOLFISSEIO VE_EIE osEOU ou anb soqtOUT ‘vsaur my2a_no want © ‘o[duloxd Jod “ou1og “30110%x9 iu op ex;n0 zenbjend owos (oxHap We 10] ap) wUXa}xX@ oFS1000 Jaoraxa ap zedeo oyws WN ‘2 O{S! un ou0o “(a68r WO) ondria1es oposyHt oF so40eeL « jo Nas OW Watp{ENq Nodojod yf ouIoD @ ‘seiALie euin eagos avjnoadse ep apy; seq109 ouNsou 9qu a Hageored oss0d ‘soue ISI UE odwey ow aquaurepyyu no v8 apep bre odway ou onan -2d 2 oox89]01q odwioy 0 ox1ap and we “steroos S90: ‘sreunue ap ovbeonsowiop v owos seperoquia steur seaquay, 99 cyusuivosjajiode 0 9 oyuoutjoseu o oqgosed “souy op salve atu Op feast ou ‘sepgoFoy 0 owios ‘srwouesse soquawn.yst Sun[e ep oywaungins os conuoyere wanjnays9 ep joatu on seduepnus ofea stuady ‘some ap oyyprur win ap vjeose ums ‘suzarjed sexyno wy od BIIO;SIY opeuorsejex aquaureses; 8 SeQSINATSUE sep Squawjajoauesep @ oyuousjoseu 0 o1qos’ opSyynoadse sanbjenb anb op vanuorrusis seu 9 ‘zea ens tod ‘and svatusg, sep BrIOISTY Y TEN] Jape nb wo} eyeasorq v opuo ‘sexeuc oduray op sevose ofs wosSojig wFofodoUy ¥ e wiBojoanbiy ® wojouier sou nb septose se anb soweces ‘opou sonbjeub 2d “sajueyjoutos sepeparsos sesso’ sepoy xeui0} ‘soorypIp soyisod “oid vied ‘essod as eioquia ‘srepoos sormmUOp s -oproreuiep syueuresjepepsoa sapepi sued ef stejoos sogdeuii0} siey, “es B ivlel ep seoiar seur 19 SOWCYUH ‘OISIID ap soquL 0008 owe oN “seduareyIp se Iezneoo] waed aquaroNs 9 ou 9s 18 xod odwoy o anb pf ‘renuisur as e eSeuroa oSvdes ep ogSou & jube sey ‘soutioua xs sojuawtsoruos® go axque mesmo uma lenta modifieagdo, em escalas de tempo verda- deiramente césmicas, Fatores ‘biolégicos e fatores naturais sko utilizados muitas vezes como sinénimos, designando o cmundo naturals como uma realidade separada ¢, as vezes, em oposico A chamada erealidade humanas ou «socials, Em muitas formulagées, essa enaturezay € a os 2 eangino Vp DisuDjayyN BSA WU (SOUTa SOUIMUT WEE ojez0 a) Viasad WaWOH] Op WeFLIQ EP 01480} OSSON -sap ¥ 8 oyuos o ‘2320 v *e soquens SQ “-zassvosa vp tet vied soyuouNe sop soja op 2 oyfequay op vyzaqoosop ¥ znpuoD ouOS ¥ !oosequaK sed op @ oquoumuses op ‘oysaour op ‘wyuer ep ovduaaut B woonord jenxas ayyede otoyfoHp o Toned. w. ‘ste su wupuedue apepratssacSe v ‘opour oysoq “sagbinjnsur sv outoo ‘seystqenpray oaquep opuaqueu seur ‘apepa ‘apeporoos v rourxoy @ as-avdnide vue apjoaq “omy -o$ 9 09817 oulos Jeosyu0D 93 8 Ussed WOUICY o 'sreuNyUE 50510} Sep OATsHAySEp Tpod oe apnyiuseur v opuavayuo 9 Sexoangeu vu 4id.toi@ 2p pou WN opLegosseg :0fY 90ND ° steyuaurepuny om; 9 onpiarpur o yen ou jefoos oszeatun uma ‘ope ve wwlfotayd as-epod ‘es-wjunSred ‘oulog “soxopeed soyuwyioduit sreur sossou sop wn 2 ‘epianp wes ‘aise & Tojuouvstied 0 onb op ogSvipeus ouioo ayuvzsoduy syeur 9 ove & ‘orSoloapr wuioysIs ossou ou ‘and J jsoqMeUNTe ap ody 0 opoy xexquoaua waved sopypltious woo @ osoarp wep yernjeu opunus uM opuestA ‘00 2 oatyelduey “uoa aywauyeywouepanz ae wn oWOD BIDuEID EP OEY ossou 0 aeupSeurt feajseod vyoe ovE onb oq iprexeHy ap no auuoqiog ep oJosory win zy onb opom ouseur op ‘eudord {s exqos @ opunu o auqos ixjnoadso 9 avid Tueyuoo ‘Iequsaut ap apepiordea v opua; eueuny fo Cadse ev qoupSeurt ap apepiliqissod e exedns vja opuenb volwejod opesnes Tyo; ssnUAyS-9T ap wsojodonUY @ anb oseoe ov ‘siod ‘9 OpN imsodser wumn aap (zezIp Jouju pes ‘vouvue) vooaord ond osst 9 Gq “sma oudgrd 0 no qoquarqure vouvpnur e ‘opeved 0 oUto “sort “oqxe aj & wOI0F BUN ep os~NduUxt o Was TejWeAut eLLep Tod oy wiowoy 0: refas ng ‘siwerque op vos} ead 3ey joosep ¥ opeSios vfas ‘souRLOWTA seWaNbsE uaauy @ 9 sop 2 =yid wowoy 0 anb vpure | ‘osoatpyp % oumfus squsUIerTey so mesmo pritaitivos e nao podem experimentar com suas formas sociais, Eles também nao tém a capacidade de re- formar suas igdes politicas ¢ religiosas, realizando revolugses e movacdes. Apenas se constata, no caso das so- ciedades tribais, a capacidade duvidesa e nada imaginativa de responder a problemas colocados pela natureza, O que tal perspectiva jamais se coloca é a possibilidade de respostas diversas para os mesmos desafios. Se realmente existe uma dicotomia tio definitiva entre mente e matéria, real e ideal, e natureza e cultura, por que entéo existem respostas dife- rentes para problemas considerados como semelhantes? Por- que o que é real aqui, é ideal 14, naquela outra sociedade; e o que é considerado civilizado entre nés & tido como sel- vagem entre 0s selvagens.*Caso. 0: mundo social fosse real- mente regido por leis utilitarias; ou melhor, por forgas cuja légica fosse realmente ‘perspectiva instrumentalizante — redutivel a uma racionalidade, por que haverfamos de ter diferengas? E mais, respostas realmente antieconémicas. Nés voltaremos a tais problemas criticos das diversas possibilidades de interpreta. gio sociolégica, Per enquanto, porém, basta acentuar mais uma vez que o problema sociolégico nunca’ seré resolvido adequadamente pela visio utilitarista da cultura, mas de uma posigdo onde a consciéneia teré que ser discutida e levada em consideracdo, inalmente, como quarto ponto, temos que a social ancorada no biologismo ou no naturalismo (e mate- rialismo vulgar), e atualizada na Antropologia moderia sob a forma de Antropologia Ecolégica ou visio instrumenta- lista, utilitarista ou evolucionista da cultura e sociedade, re~ duz as diferencas sociais a respostas culturais, deixando de inguirir sobre a diversidade humana, ponto fundamental. de perspectiva antropologica, E agui voltamos & questo inicial. O biolégico néo per- mite explicar ou interpretar diferengas porque o homem é uma_s6 espécie no planeta. Assim, tomar instituigées cul- turais e sociais © traté-las como um bidlogo, em termos de conceitos, como adaptabilidade, estimulo etc, a mudangas su- postamente ocorridas no meio exterivr, 6 evitar: penetrar na raaio critica das diferencas entre as sociedades e penetrar nesta drea é estar comecando a ficar preparado para diseutir 44 | | o mundo social e cultural — 0 mundo da diversidade, da historia ¢ da especificidade, Podemos, entio, dizer que o biolégico diz respeito ao interno, ao intrinseco, ao que nio é controlado pela conscién- regras inventadas ou descobertas pela sociedade. entretanto, ¢ © oposto. Como colocou M. Levy Jr., go amerieano, aeagio..social.é, toda & agio que ndo,pode ser adequadamente explicada em termos de: a) fatores de _hereditariedade © b) 2 humano (¢f. Lévy Jr., “dizer “€ "que _a acho. tada e eventuilinente explicada “poF \setis.-prdprios..termos. Bla néo pode ser redtizida, como pretendem os antropdlogos favordveis a uma visio utilitarista da cultura, nem a fato- res genéticos (ou a nossa natureza interior) ‘nem a fatores externos, como a idéia de natureza concebida como mundo real, exterior com suas forgas e ameacas. Como jé havia demonstrade Durkheim, 0 social é algo que est ligado a ae a consciéneia € uma sobredeterminada. Por uma instituigio humana, uma gio de um pedago do mundo, implica em determi- nagées miltiplas, sobre outras instituigdes, fatos e sobre 0 proprio mundo, De fato, eu-ndo posso ter uma classificagao ‘por exemplo, pela metade; ou melhor, abrindo mao de certes animais e apenas classificando um tergo da minha-fauna.,Se eu classifieo dois mamfferos, j4 classifiquei residualmente’ todos os outros, embora néo tenha realizado ito. Trata-se, neste caso, da classificacdo vazio que os estudiosos de semantica amor re mais elogiente que os gritos de jéncio» é bem m quem discursa. ‘Como ponto basico, podemos dizer, numa formulagio que imos capitulos, que o social, (e cul- 6 tudo aguilo que independe da natureza interna (ge- nética ou quadro genético) ou externa (fatores ambientais, Ou seja, todos agueles fatos que nao podem ser razoavelmente resolvidos por estes fatores, sendo mais ade- quadamente tratados quando sao estudados uns em relagdo tal Renee, decal? Tole © Ques ili fee le porbionk uy logfun @ erouyysuoa essq “seByULIOY ap efogdso warsour ) aqea} as osvo ‘solu surcoyeM! seuIsaUT sep osn @ opour oliisaur op axduias opeartpou 9° s7udK ‘vivid wun ‘soseo soynm wie ‘ops sea enb souaq ‘sftSTqure“o,.anbispous seaiuop=sep OSE" B Eroqato vd sexjno wax “Sootyioadse soxansyunoy aryue seduax (wu anb yaw ap seaqo wssznpord oeU 9 UIvES faLio} Sep “oWrourRUO!oUNZ wa Susu ap opup oA ossod toBtp anb o osv[9 steur yrouro, sold jduioxe wp “sogSviouarapip svysep odou wu “enueAUT 79 vorojodoxjue womyid ep oulseur ougd ou ‘aysrxo 3 oyasouoo oyey Q “svula[qord sossou sajosex opT vfatt foo ‘aquesifexed ousf|vepl uu souLterz09ut ap vued jejuauepung 9 sopeArysaaut op opdisod ¥ end oxo wSyssaut op Ovdisod ep seuade essapuadep opny os 2 ‘ovSenBuv ap [aati B optiart00 swSuazayip sens woo ‘i 2p joo VUISIUX LUN ap ayred’ ops soUOUIOLOE 0 [enh v opurges voygloa oNsIA w OpuEusep vunjm2 joos axqua seSuerayIp sup OBS[A essoU soMaIoUy ~epunsay ap vueuny [eos apeprivar v argos syalsex ussod nb. sojad ‘S0911993 9 soanyId ‘sieroued out jpatssod 9 amb oysta op So asap ov ‘oss{ “seysi{eivadsa soxyno ap wsuypioostp ayuanbos ) 8 9 [eroued O"SIA Up oasis o OB[suos anfaxres wer) v vioqwe ‘seSuaresIp sens Jeotput ivosng ap odwe; g “euvuInY uo ep aqUBYjaUIS vaored eu wNEjoAar ond sv}103aqv0 Ternyjna @ @ [Rs 0 OpuLIapIsuOD ears wIOsE 2V Twining o 2 [ePos O '9 “sopupinaique » sagSeujunryp seidgipur sens ap sowie; sou sepuecid uon @ Teyasduaquy zopeatasqo o vred osofeyuea 9 anb [eo adso oustureurp win opumnssod ‘osst opty tod ‘a sesfoa seid pid sens opus, Jordoid ts @ os-reunzof op zedvo ourjd wn Tefoos op ovsta wyurur wys wULIOsUT AUBAL ap [eIues se aysap [eyuoWEpUNT oytod ‘piiemsp OWIOD [e{D0s apeP! p OgstA 4S “sores urearyuayuy amb ojtnep oszeaut 0°33 imeisard OnUEZITEaL ‘SOpBOOL} ‘S9zA SeyINUL “OPS Saz0[LA > ov suawoy @ wapunjuoo os ayueseid.o.a-opessed o and wa ‘svar -pureap ayuaurey[e SeOSerjIs Seur ‘so17Zva soquawow oyuoUTEZN| -csqe ops ogu — Jeaissod eras vyosIp @ EpeoTFTUL|d ‘epeuTzs} -ap ogSe e anb wo sojusulour so ‘nas no — ovsnjoaer Bo oydeajdsuoa & onb vjosor ojtoursafduns xze}q ‘TeI008 wpIA ep wsoraes @ vepOo]o10e aquoW[Rar oYs|A BUN JOd WessereqU! 3s sojuend sopoy sod opt 1s etranap anb ‘opnyss aSoN “(bee FRLOL ‘x18 0) cade ap Wy ¥ ‘SuaZednor se 0 viLeNs ap soys8 so ‘sawoU So opeyserdwa soyl-opuvmo; ‘opessed op sopzydse so onpene nas Wo aqloumesdjsie uren{uoy suswoy sO ‘eizguoron(oser * asx ap soporied sajsbu equourmsperd ‘nystxe steuref nb ose ep wo ‘sesjoo se 9 Is & as-IeUOIONJoAaT Wa sopRyU dwe uisvared opuenb — voisyq weSessed wayne wuMU xIepy ‘zauryuca — azueurasnf @ “SATA sop oxqai92 0 ojapused” wn owod emitido svjiow segitie# se sepoy ap ovsipes; V ‘op -vssed ojed suprruisuer; @ sepeBal oytourjastp ‘weyuoazep es ‘anb woo svjanby qos ums a vyjoose ens ap svyoupysunozya qos wezey v ova Sworenb ouroo Warez v Ogu suUK ‘EUOISTY yudgad ens wore suamoy sQ> iaquvoreM 9 [eos opunuT op efryyt{e}03 oysIA wun opuLNb ‘sezazI80 ep wosnq wsoINbes ap Seip sejsou uppanbse ayueurequanbexs xivjy ep ovder0q spja wun requis} “eprAnp TUmyusH ULes ‘vprepod Inbe Foy aijuoa 9 anboyp ep sodudse 2 oxucsue ap seuoz @ segieatp Seyrmui wooofdure oyuyues wn sour oy 9 “BaTjoadsad ‘eysaut “[efoos Q “seLI09} sessoN seu 2 oBEDIZISSEIO @p seUay ass sou ‘ebaqvo VssoK LU Oyeoxe ‘sopeoIEUap aq SopUsUOD 2 svpvSen weq sozixyemp wiod ‘oun opm ap mpeayse euIn 2 O¥e OF “TENpLAIPUT vlougsixa vuuN ule SuauIoy so and Sp eotseq ovStpuos y oydvar wun ap wou ‘(ojoWeala; uM oios) ouzayxXe o[nuysa wn e vysodsex wu ap ULOLT “pBa18 oyutsuy> opeureys o OUD) TeAnyeU -osinduy wn-ep axsooap Ogu [eI90s Q “SOULIE SOISOLE [-¥PNISa @ o[-gqaosed ‘ap redvo wraSepioge wuin ep ‘wyeis09 oystaasduoa wns vied aquapuadep 2 ofdyinur ‘eyuvzeqo(s ‘oatyajoo ouauquay wn e je1oos opunuz o end e woo Opsose Op “OIy]I9 Jax naw B eA Sppedsiad & sywourmsyp agdxo wigquiey vig. “reputisep-oate ossou 0 9 anb 9 o9189[0;00s ouroD opuBUIO, SoUNISa aN apepTt Svar e589 WoD IwyfeqEyy souapod pend op oazuep (oy@fqo wn no) oduivo wm ‘wrung ap vxleieu @ ‘aeMys ep Wiese Wea auLious v Way soUoUr oped rurajqoxd soqrnur 0439q2 diante do tempo permite que se explicite um primeiro postula- do importante: entre as formigas (¢ outros animais sociaia) EEE. Pode haver uma divecdo coletiva e uma orientagdo especial em caso de acidentes e perigos — tudo isso que sa- bemos ser essencial nas definigées de sociedae, Mas nao hé cultura porque-.ndio_existe uma. st, conscien- temente elaborada que~passe de ger: -getagio, que permita individualizar ou tornar singular e Gnica uma dada comunidade relativamente &s outras (constitufdas de pessoas da mesma espécte) Sem uma tradigéo, uma-coletividade pode viver ordena- damente, mas no tem conseiéncia do seu estilo de vida, E ter conseiéncia € poder ser socializado, isto é, é se situar ica de inclusdes necessarias e exclusies num exaustive e muitas vezes dramético did- 08 outros sio e, logicamiente, nés nfo devemos ser. A cons ia de regras e normas 6 pois, uma forma de presenca , sempre dada num dialogar com posigdes bem mar- cadas pelo grupo, Quando eu tenho consciéncia de que devo eserever ou dar minha opinido-sobre um determinado assun- to, estou sempre realizando a’ agdo. depois de um didlogo com minha consciéncia, E,'minha consciéncia é um «arma zéms de" paradigmas e-regras de acho, todas colocadas i pelo meu grupo e minha biografia neste grupo. Nao é pois, Por acaso, ql” eonseitneiaé-sem como “uma: Zona -d digladiam ‘tm Anjo Bom @ um’ Deméni Como conseqiiéncia disto, a tr social subtendem responsai tica excluir possibilidades e isso diz respeito a formas de escolhas entre muitos modos de pensar, perceber, classificar, ordenar e praticar uma agio sobre o real, Uma tradigao viva é, pois, um conjunto de escolhas que nevessariamente excluem formas de realizar tarefas e de classificar 0 mundo. Dangamos desté“modoé nio daquele; tomamos a colheita Go milho ¢ nao o final do:inverno como ponto eritico para demarcar 0 tempo; assumiimos 0 incesto como © pecado mais 48 infernel que alguém possa cometer, deixando de lado o adul- tério; tomamos a mulher como elemento de mediagio entre homens e deuses enquanto que nossos vizinhos escolheram a crianga para a mesma fungio; ndo-comemos animais de sangue quente na sexta-feira,mas‘comemos porco em todos os outros dias nfo santificados — e a lista de exclusées (e inclusées) seria verdadeiramente infinita... Ter tradigéo significa, por tudo isso, mais do que viver adamente certas regras plenamente estabelecidas, Sig- i vivenciar as regras de modo consciente (€ colocando-as dentro de uma forma qualquer de temporalidade. Quando nds vivemos regras sobre as quais sentimos que nao temos nenhum controle, pois so normas inflexiveis, classificamos a situagio de modo especial: ou estamos jogando ou estamos vivendo um contexto dramético, como 6 aprisionamento numa cela, Realmente, nestas con= digdes, so as regras que nos viv elas passamos, sem nenhuma condigio de modificd-las bom jogador é aquele.que. é capaz de atualizar com prec as regras do jogo que joga, E um prisioneiro passa io sem poder devolver ao sistema suas vivéneias m: basicas, pois a punigho numa sociedade historica 6 precisa- mente colocar alguém diante do inferno de uma situagdo cujas normas nfo esto no tempo, sendo imutaveis, ‘Mas no caso das tradigdes culturais auténticas, 0 pro- cesso 6 dialético e existe uma interacio complexa, reciproe: entre regras e 0 grupo que as realiza na sua pratica social. Pois se as regras vivem 0 grupo, o grupo também vive as regras. % precisamente esse duplo vivenciar e conceber que permite a singularizacio, valorizagio e preenchimento do tempo, tornando-o visivel, significative e, muitas veces, pre- cioso, Ocasides socialmente valorizadas pelo grupo fazem com que sua duragio (seu tempo) se torne rara, «passe depressa |. demais>, transforme-se em ouro puro quando um artista o preenche com seu virtuosismo e 0 arranca das periodizacdes Gidrias, Situagées socialmente negativas inventam duracses temporais ambfguas, onde o tempo fica paralisado e horas parecem dias, A tradigio, assim, tora as regras passiveis de serem vivenciadas, abrigadas e possuldas pelo grapo que as. inven- tou e adotou, de tal modo que, numa, sociedade humana, seus 01 49 1s 1 eatdsur ‘uueyy seuroys, 2p sou ow ‘nb ozt0ur “yadoas ‘epesaiias ‘eyiproyuy ways? eu. oyuauL 17 9 (@[@ woo wangsiur as ‘seuazsis opm wa ‘ond op Q “seQde sesso se peor [erraqeur ops jax edwod wns ap a [euojdaoxe Jo[vA nas op soareorput 11 sojatqo ap opeozao [oy opm wou e ‘oino ep no owas 107 oY oF UY OW opNy weu anbaod “stepsos ‘ap sodvpad & sazojes amnqiiye 8 zINsuUysIp sorquiaw soduit wyzas ‘(wangno ens ap i497 eva) OFsg Seugojoapt @ sexo[ea sop vyexe oyInposdar vu od BIT0a} @ (BIAoyeTTURZIO BI ) ayuaysixe obedse ojsva ot oprpuoasa pf ‘eqrour vd @ opsisuen up ‘eSuepnut ep atid 0 anb ep oxdeo y feyuoureAot “Jeg. "wx B spusuu[Daday pode 10 ep oujadsa 0 9 vuIn ‘eNO BL (as ug, *(eatgitio 8) yeipos speprved vp wyuod wA3nO \G wazey ans: SeiSojoapy: a-sau0jea..opuessardxs opuns ‘evpeqjuorped sagdu ap soqunfuoa opwearput oxyeuiLsd © ny apepttear Zp sequpiodur soyuawusas stop owen van} fnne) opuporoos oxiue opSust ¥ woquiey TEC “sopwaTETUCD fens; ops Sazojea so sopo; wed anb opom owe op fo wa optanpoidas [v{oos ovSe ap BuTEzSTs. o pod 40} duxy 9 ond sowaqes ‘S{eptezeuL sustoo Wa opuorstes JA fasap odngS 0 no opeoisier Jes opod opdypesy wun v eau0, ogbipesy no“ yea “sagSe quae ap hureysts 9989p cyazp oxerjer win oye} oBs anb segbe; Sfqo togde op euIazsis aysap (sogbezTetrayuME no) sagde7tIt svyiea ote; souedy-ovbrpea; epep eum op soarssexdxe va ap ojunfuos oy%90 WIN WereayENe e O8Uy OTE e umsazig arb sonptarpur @ SojueurT}S9 trofoyo ‘sodna8 axe ode ap wuloysts WM Ip optoat ‘ou wproiyjer sos apod’ wanyjno’ v anb ep oy 0 opep + og ‘sqvaz soqaxoap ‘oan ap sodurwo ‘senzyyse ‘sooruoisyInbse Soy -usumuoUl 9p 50988 Op PULIOF VU OBHUY oVq op apepsroos Toy anb opnbep sonpssox Jay ossod ‘seaavjed seagno wo opopn sti eeinne ssoe SBR -3q opuynysod aquindos 0 Jeg ‘odudsa ou vyaford as a odusey ow wyuasse as anb yeunyind ovdypesy eum apuodsa.zo9 apepar “os upes ¥ ‘WoWOY op osv ON “(etoupERtoD ‘eprAnp was ‘ossoudxa eum) cup osvo ou wWaedayuooe seuade wznyno wes sepeparoos “anb samp unsse sowpog ‘sodyy sonbsyenb ap oadsa sodudse res#estion weysepod anb sagdeaou, opunrunied steuret ‘oursou osst sod ‘e e[ap opuwor seep 9s gd ‘loadsa viadgid wu sopyUOD ‘vopsUAs kanynTse ‘eum sopep sowusyuvoout ep oqunfuod wn 9 apuparoas eng "wSD -oredesap opuenb ovSipryy vam ¢ [aapredwoo wpeu wexiap oyu smuNue sQyodnz8 we sopeyueserder oys vounu onb Somessowyp so owoo ‘aquouijenprarpar opmyuasordez jouue (0 opuvory — janissodur 9 ovSnxysuoses wns ‘oduioy ou vbas Cedesep' spepsloos ¥ "Ose “ojuaurysodulos nos op volugrOUIS cesuearde vuin v soyolus o¥jsa stelons steuNuE soz seSjunioy ‘sexavied sexjno wig “sodni# snes sop 2 sonpyarptt snae ap ojuouTrprodulos 0 itnzsttooer jeasssoduyy 9 ‘svagos seysap “SeR{ [RANGEL oyUaIqUIE opep umn oxqos vy ogde uns seuade viqos ‘wWesasedesep opuent “2 se onb urexip vpeu seyjoqe seu; ep sept) ‘sogsuie8 sep 2 odwe: op weivssed © sjeayoutiodun “yon seuiiou 9 s(o| v sepyPUnS ures op wIgTe sen "eIM no wos soatye[od seuioysis ogs o¥Siper} ures sapeperoos ‘aquasazd ojuewou ou ‘yenye obedse ou sour :wszyp wssy “ete “rod sau] anb wstoo wun oWOd ‘sep vxed ayuoupersedse ope} “usauy oB[e owiod opbipesy ns reqzozed sod wrequoe sosquieut saghvpouasayp wed e nos faz andar na ponta dos pés, Aqui nestas regides, as ages sociais concretas e que devem obedecer as constricées da forca da gravidade, da Igica da comunicagio, das restri- goes especiais e dos mecanismos grupais, sao cercadas de uma paraferndlia material que Ihes transforma e empresta poder. £ precisamente essa moldura materialao redor. de conjuntos de agées humanas que as distingue de outros con- juntos. O que resta de uma sociedade 6, pois, em geral, aquilo ivo, transformador, precioso. Mas, além disso, é preciso indiear que a realidade cultural remete a um plano especulativo, ideal e idealizado, sempre resistente a uma atualizagio perfeita e integral em termos de agdes humanas e de personagens humanos. Eu me pergunto secretamente quantos sacerdotes egipeics nfo teriam ficado decepcionados com o porte de seu Farad, dis- tante das suas representagées ideais do que deveria ser 0 deus-homem, A cultura, portanto, trabalha sempre com for- mas puras, perfeitas, que se ajustam ou ndo A sua reprod gdo conereta no mundo da sociedade, o mundo expressi das realizagdes e realidades coneretas. Devo observar, entre- tanto, que isso ndo significa de modo algum que estou endos- sando uma visio conhecida entre nés, segundo a qual o ideal 6 melhor do que o real. Nao! O que cada sociedade faz desta distinggo 6 um problema social significativo, Eu apenas afir- mo que a distingio deve ser universal e importante, Mas néio sei como cada grupo humano situa o real eo ideal em seus esquemas conceituais, ,Temos sociedades, como a nossa, onde o ideal € basico, tomado como ‘o miais importante. As vezes como a verdadeira realidade, Temos sociedades como 2 Apinayé (cf. Da Matta, 1976), onde 0 real é considerado como muito mais «fortey e methor do que o idesl, E temos também grupos onde real e ideal formam uma s6 «realida- inguir a prdtica da teoria, Isso, géncia fundamental em muitos pode ser colocada sob foco analitico e relativizada. Desta posigdo vemos que ndo ha possibilidade de uma reprodugo de cum-para-um» entre o-dominio da, cultura.c..0 dominio da ‘sociedade, Eles buscam sé Yeproduzir, é certo, mas de um modo complexo, imperfeito, sobrando sempre 52. muitas esferas sem encaixe perfeito e muitos residuos que Gevem depois ser aproveitados pela totalidade, Essa distan- Gia _- que, na nossa sociedadé, 6, de fato, a distancia entre @ céu ea terra — 6 um foco poderoso de mudanga social @ de transformagao. Por causa disso, é sempre bom usar © “quando buscamos essa distingso — a comparagdo com 0 jeatro para expressar claramente a diferenciagio entre so- ciedade e cultura. Realmente, no teatro temos sempre um problema funda- mental de ajustamenté interpretativo entre wm texto, diga- mos, Romeu e Julieta de Shakespeare, e um sistema de agdes coneretamente dados num dado local (o paleo ¢ ‘0 teatro). Ou seja, estio aqui colocados os ingredientes basicos do fe- némieno social: temos valores e idéias que devem ser vistos @ otvidos -(¢ ndo lidos) e 0 problema de como atualizé-los em wm conjunto de agées dramaticas, priticas. Sabemos que yaras veses poderemos atualizar perfeitamente um texto to rico e complexo como o de Romeu e Julieta de modo per- feito. A busca dos atores j4 é algo dificil. Sua interpre- taco é outro problema, A discusséo de suas roupas, ambien tagdo histétiea e a propria consideragio de tudo isso, cons- tituem nova dificuldade, Por que nao realizar um Romen e Julieta moderno? Mas, além de todas essas questdes, temos uma dicoto- mia fundamental entre um texto escrito numa outra era (mas que faz parte de nossa tradigio cultural) e um sis- tema de ages concretiis, visiveis, que se deseja montary Creio que o texto serve bem’ como uma metéfora da cultura, tal como estou apresentando aqui; ao passo que a sociedade € 0 plano representado pelo espetéculo teatral na sua pratica dramética e eénica, Um ndo vive sem 0 outro, embora 0 texto posta sobreviver As varias interpretagées do “drama, Mas 0 texto por si s6 & como a cultura do Egito Antigo. Transforma-sé” em mero objeto deslocado,virando peca de museus e coleges, £ uma espécie de fantasma, entidade sem corpo, em buisca ide um grupo de pessoas imperfeitas, mas reais e capazes de lhe restituir a vida, Texto e dramatizacdo tem sua realidade e oferecem seus problemas. Um. deles..g que a dramatizagio do sw&"eoreretbs. B preciso um local, um cen: de trabalho por tarefas, por sexos, por ida to pode pr uma @ivisio E necessirio 58. 8p sesreatp seuroy ‘esaxopeyadse @ sofanqeuresp v umnurgo WadensuyT eum “(soxiy -sfepdos sipded-o ) ex} win ‘(oorzexZ0a3 oyuarqure in). oDfed uM sanb ip PIOS OBL ‘SeOSejar a 2} Ste} UrerOZIT oMOD ‘souIUs Yepepeloos wun es-aeuosuEN vA seAfoatasep aquaurepesseou oaep vueuINY opepraryafoo wun and ur no soSvay sop i¥fes no ‘euBuINY apeparoos ep young soystnbai» sop ovduinosdse v tavd unqUeLo os equa} So ‘sayuepunge ‘sfod ‘ogg “Is aque soyuoUZas [oyu Ieosnq was ‘oyuoureuojounz ouad in -TepNjso jaatssodut oyueueny n 8 anb vf “oy stetos sigded ‘seossad ‘sojuauitas ‘sod H azyue ovdepar-zayur ap seuejqord ayueurereja aod [9 ‘ouwwiny opunur op vormesout ovSqaozed euin e stew saad soared (1e1908 ep 3) apeparvos ap oyfeau09 O 02 owisau aja owoa ‘esoueyer ap eY[oa> wun oWOD np opaues ep stenprarpur susioo ap osnguoa oyunfu0o (a1 op ULES! WIN oWLOd TeIO0s 0 Jaqaosed ayu2 PUL ‘sope[os] soot ad ésouimisoo» 2 «eoyafqo» ‘esoxajduioa> ‘esuasi> ‘«sod ‘aed EpeyloA O¥sIA TUI ap oxyuE seUE ‘wBojedoUy ep [eqweurepuny oyfeoucs win cwoo “pulse ({igt ap) JOIAy, ap oedqugep vu ‘wissy. “wulaysts um sep jxequt ‘swore sesi 18. arya. Sepefost ‘SeOt) “gjso supvurmo. op. vyfoy ouoa wuvUNy apupstver B soqsored suns svsoquja nysejedd ‘o[duiexe 10d ‘Io[KJ, oWI0D |yued ‘vl Zojodoszuy EP soxoqUsaut so ‘oped euroId vu IeBLA 0s wfonse> URS o WNOYPfNG “warjafoo wpa up vo|UIM pv |mgSUOD enb oxajduioo o#ot uu sopo} woo segdvier Sopo} ‘Sopeuorovjer oquoweisessovou sodni# 2 seys0F 2]89 ap OpImyNsuo U9 ouEUINY OBTAIN op eapoadss0d a}, 99} 9 OFU sfod ‘E10 wFojodorUE vp 2 srEID0s 9 sep odueo ou 1:Bans, ¥ own 0 -apeperoos sp 03199 rs suo © op{s 19} ‘equaute}s99 ‘Jeq “soulo sossou sop ouerp ‘ex082 2 {ube oo0ju09e anb o3]e cwoo vurUMY epla BP OFstA wun © mpuoo enb ood vig] “euMbyur wun no owstuesz0 um outos soxsta sozaa seyTMUT oys arb syeioos sagse 3 -ed ‘sodnaa ‘seossed ap vjaxouod 9 vorugisis ‘vpeaBayur -Qu0UIs opSeyuaTIO TUN E aytowaxEytA@ur aqawar epepaloos ap ogdou ep anied w vueuny epepiiear vp eatjoadsuad ¥ ‘vsigded snos so xeyuaduiasap wepod ogu no wixoub ova — vpla Ep vue ou ‘and sonms\s0s0 80, 9 83]tRTASOp ‘so “Tenys Sprovsemesdon wiMlsyS tapodeouey Foajuos. sib S¥Ossod sep vAngir vu “se}si9N09 sepeparsos seu at2000 oss! gf ‘opSequasaidar wns wIBtA anb seu ‘edad ep e1oy ouseur 2 ofuo] of epenys yreo1y nb sua8 ‘jap vios s905is -od soweit9 osioord 9 opwquotioidust wuioysrs wn souLtay eed S{od ‘oxopesed win vyuosolde oss] “moys 0 ewias1Bi21 supeSaureous svossed se sepo} 2 suadeuosied 2 sazoye axjua ‘epure ‘@ fsoxno so uloo sun seossad owoo saxoqe $0 x3U9 feed up 04x93 op oxju: snes 9 sezoye axque sagdvier ap svulioy sesso aexjep apod oyu ovSeyuasaider uns tv ‘vboed up ‘oBuo| of SopvULioy sivuoTDoWA sosse.0Id ‘8 2 syeossad soje ivzous! apod oyay o oquenbUg ‘opel e opel swossad 220[09 9 qeoruOD “IeBeUIse ‘IezLqow uIe voxduN oss] opny @ sojuaumzysut @ sodedse aquauvriessasau wezanbar sa05e “opt| oxjt0 Jog ‘013N0 ¥ wii] as svossad ap odnsz wn 9 vxjno © ajawar [enpratput ovse eum sod ‘apepreyoy % ‘oyunt wos ov aquauresjuesau! anb asenb znpuod wigs -woo wap1o ap seuleiqoud aus ‘oyUryrod ‘epypa “spisouls steur no zIjaj sieus toy anb vy ap oysequesoadax v enb soup — vonpureysis ovsesvduics vlad — wisquin ayunied © ojnoyjadso 0 9 oss? opny op asaquis ¥ ‘opu seajno ‘opsesedns ap Slanjssed ous seunsyy ‘01x03 oe saghiuysar-zey ‘oduiay ousour oz “9 oyadsaz 1p aut and 0} -aousa op vo18o] eu ap oxuep ‘serzdoad sopeprssessu sens BUD vad w ‘[eI90S ouyd oO aLt090 OULD [Uy “DI EEIOYSTY ‘wumrit aquauayuazeoo pny vztieluarsts 2. veyarajoa anb o}x9} © sfonptarpur sagie aqua ojuod ep ears sozeap 0 stod ‘eorypao 2 ap @ So3I[ZuoD |p Jopeuapio uN op vduEs -ad Y ‘sexoqe Sop ¥OISIZ opeptivar ¥ 9 07x0) op seroUeRIXe se arjua sepougisip se qeisvysip v apafe anb aopelmnbou wn trabalho e as tarefas requeridas pela pega que deseja ence- nar, dominios que assegurem sua reprodugdo e sua produgio, estruturas de dominacko que assegurem o controle das dispu- tas e as zonas de ambigiidade que o drama por ele encar- nado possa engendrar; além de especi escrever @ reescrever suas pegas. A perspectiva da pega, com seus requisitos e mecanismos institucionais, no é todo o drama, pois esse mesmo conjunto pode exprimir dramas di- versos e nds sabemos como um mesmo texto tem interpre tagées distintas. Assim, na discussdo da realidade humana, © conceito de sociedade deve ser sempre complementado pela sua outra face, a nogdo de cultura que remete ao texto e aos valores que dao sentido ao sistema conereto de aces sociais visiveis e percebidos pelo pesquisador. A nogio de cultura permite descobrir uma série de dimensdes internas igadas ao modo como cada papel é vivenciado, além de indi- car.as cescolhasy que revelam como este grupo difere da- quele na sua atuglizagdo como uma coletividade viva, Em outras palavras, ‘hao bisia sé dizer que toda a sociedade ‘tem uma infra-estrittira que diz respeito as relagées dos homens com a natureza e instrumentos destinados a exploré~ la e modificd-la (os meios de produedo) ; e uma superestru- tura que engloba as relagdes dos homens com os homens © dos homens com as idéias, espiritos e deuses. Pretender descrever uma coletividade humana utilizando desta visio é © mesmo que objetivar estudar uma pega de teatro, dizendo que o teatro tem que necessariamente ter uma platéia co- nivente e passiva, que assiste e um grupo de atores num paleo, ativos e atuantes. A colocagio nada tem de errada, J que ela jamais..podera exprimir los so bem sucedidos ¢ outros no, Do mesmo modo que ela néo podera penetrar na razdo do teatro como algo dina de o que existe de de. terminativo so relagées, eos, agées. Como ja foi dito anteriormente, 0 problema néo é s6 explicar um conjunto no seu plano formal, mas também dar. conta -de como estas instituig6es so vividas e concebidas pelas. pessoas que as inyentaram, que as sustentam sfesspataxgniadaaam, Nao hi sociedade humana sem tma nocao de paternidade e de ma- ternidade, sem idéias a respeito da-filiagio e do comporta- mento ideal das suas criancas, Esse é 0 fator formal, dado 56 na visio xsociolégicas do mundo, Mas essa visio nfo con- segue explicar 0 contetdo destes papéis sociais que variam enormemente de grupo para grupo, de sociedade para so- ciedade. Esse contaido que é dado pelas ideologias e valores contidos nas relag3es sociais observaveis de um dado grupo e so eles que irdo nos ajudar a compor aquilo que é co- perto pela nogio de cultura, Nao existe, pois, coletividade humana que ndo se utilize substantivamente de uma nogio de scciedade ou de cultura” para “exp! partes de. sua realidadesocialy Assim, muitag vezes um costume é just eado dentro de uma moldura social: efazemos isso porque € mais econémicds, «temos aquilo porque existe uma ligacéo entre X, Y e Zs, ; coa#au op. wffoouyjeu ‘corpus op eSinBard> ep eo jo opseuLI;UOD EEN B oyodser WoZIp onb seyimBred ‘olyue) ossou ou WID{sIsIed oyuoUTESoLLesTUE ond seuE ad vjoosa ep oduiey 0 apsep suproeyuos Bf sagd_seput be S¥poy WOD ‘<[Iseig op seIOpeUNZOJ sebEI> se 91905 suyundied ap oyunfuos ou ay8ins aquowpenss apod oquanb ‘iy opSeSepur eayNQ ‘slassoy sojajenbse @ sojnuiny ‘Soweto ‘woo oyjeqvsz ossou ov vpISysp auduios 9 wjunBiod eA wld © — esoLaystur apeprarye eum opuodns “eproaytossep sep visoreur vu ‘9 anb oysod ‘eimuisog eum assoz Bis a8 vaavied v opusounuord oss} wiozp ‘oarasqo ‘soBpure so 9 soRojgdoxue» sowtos anb exqoosap uign3[e op eiojodoxuy ep [wuoissis do avd exonbi2109 [eID0s woUeETadxe wUIN opuBioUIeLte auioo ap vLse;S03 ‘oss! opny Jog opuvauied ‘sepeures st sepa, zod sepeuruassip ogise anbsod op osvo o optesoade ‘sod “oEssaIap eIsON pada 091103 “si 9 [e[oos ojeF wn oywenbue aprpllvas vssou ap weosaUed @ wuaqe opssnosip zB opuwsnoex ‘odatuod wm v soweuso.e ‘opyues opso9 win ‘souuiny sofasep 2 apyjuos vid suprioss woour ‘sei9js s¥ijno wie ulezynu os anb sesioua 9 sedzoy wo seu ‘sooMgISIy seUaSe sop woUgIOsuoD a apryuoa vp © 9 oyu anb odie; umu [esos epra v9 opunur 0 avzl[ezor ap apepyyqissod aa vxjno sowioy ‘eseannnposd svbz0s> Sep 9 op ayueBuraqe ovSjursap vu opepuny Se ajuaureaol ‘syod os BPA ep oyu p sessou od sopederqe steioos sojuewtaour soyrnur ered sesisyq sefioay ‘ajul0) ojsnBny ap svystalisod suiioay sejad opep owsiurunajap 0 soweSviqy coustour op siodap 080] sfod ‘ossju wjoHsa os ovU sousu;Wa;ap vied Lopued ossou 0 supy “zujndod oduies ou ojuenb ‘(seorzquara sett -08} sepeueyo sep) oypnia odwies ou oyun; nadsezoyy ‘seIp Sossou so 948 opusged ojnoys op yuu op ‘anb LU OPI;UD OUS|ORI OSsOU O awOwSep a[wa ‘SeIEIG ‘ayuery ¥ urewlo} syl axdures onb seysyumuusyep seutzynop punces “ouvjd win = upeseax ayueur r S OPIS toy Us ‘oWLF oq ‘odttayiseaq [eIos oyH -99 ou svIougysisai payuosUe vaxojo!0s varpadsiod ¥ owOD Oyo OF Lv[aaad vAVG OSSoAR{p VUUN WOO a4ivd vy oUTULIOS, eIg ¥ OWS! op EwWEIG0Ig 0 No ‘suey S24, Sep BINqeA V tousseasiq “L -opeproyroodse ens xaqgoied ¥ urepnfe sou 9 seuwuny sepeprarye[oa’ sep yuauepuny soyadse wowidxe ‘eorpuy opty X jop sop vpouyyodut w ‘opdos souryyse owoo ‘yeq ‘apeptanjaioo oyuenbua semjadied os epod aja fend ojed ISI odnsB o onb speyraywur sojelqo 50 ® wopuay ‘odwioy op oporied 0709 umnu ods

Você também pode gostar