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Sere ee ee nT) Ensinando adolescentes a ensinar filosofia: apontamentos reflexivos? Daniel Soczek* Resumo 0 objetivo deste artigo & apresentar algumas reflexdes sobre o ensino de filosofia a partir de um minicurso ofertado a 20 estudantes de ensino médio, adolescentes, matriculadas no curso de formago de docentes de uma escola piblica do Estado do Parand, Este minicurso foi proposto e desenvolvido como uma das atividades integrantes do programa de formagdo continuada dos professores do Estado do Parand (PDE) compreendendo o biénio 2012-2013. 0 texto traz uma discussio sobre o ensino de filosofia a partir das atividades desenvolvidas neste minicurso. Destaca aspectos que podem contribuir para a melhoria da_prixis profissional docente do professor de filosofia com reflexos positives nas priticas de ensino- aprendizagem. Conclui pela defesa da centralidade da pesquisa como elemento fundante ¢ principal da prévis profissional educativa e aponta alguns de seus desafios contempordneos. Palavras-chave: Metodologia do Ensino de Filosofia, PDE, Pesquisa, Introdugio Resultado de um intenso proceso hist6rico de lutas, a conquista recente da obrigatoriedade da presenga da disciplina de Filosofia no curriculo do ensino médio por forga de lei (HORN, 2013) demanda andlises ¢ posicionamentos sobre o seu ensino que envolve enfoques diversos e complementares. E possivel destacar, por exemplo, a importincia e significado da formagio dos estudantes (SEVERINO, 2010), aspectos metodolégicos voltados & praxis docente (TESSER, HORN e JUNKES, 2012; KOHAN, 2012) ow ainda os fundamentos normativos e seus desdobramentos para 0 ensino de filosofia (RODRIGUES, 2012) dentre muitos outros olhares possivei Neste artigo, o ensino de filosofia & tomado sob duas perspectivas pensadas de forma conjunta, integradas e interdependentes. A primeira, voltada para o professor que ministra a disciplina de Filosofia na especificidade de um curso de formago de docentes em nivel médio ¢ a segunda voltada para 0 estudante do curso de formagio de docentes que iré trabalhar (ou jé trabalha como estagidrio) na educagdo infantil, Nesse sentido, o desafio desta reflexdo abrange uma dupla dimensGo do ensino de filosofia a partir do tratamento dialético da relagdo professor-estudante. A primeira dimensdo esté no incentivo ¢ construgdo do Este texto € uma versio com poucas modificagdes de um trabalho apresentado para conclusio das atividades desenvolvidas no ambito do PDE — Programa de Desenvolvimento Educacional do Estedo do Parané, concluido em 2013, *Professor da Rede Estadual de Educagdo do Parana e do Grupo UNINTER. E-mail: danielsoczek@terra.com.br pas .33-46, Set. 2014 hn ne losofia: ap pensamento filoséfico com os estudantes. A segunda dimensdo est no incentive aos estudantes para construirem um pensamento filoséfico em sua préxis profissional, no contexto da educago infantil, considerando ser possivel o despertar do pensamento filoséfico em criangas, como apontam os estudos teéricos de Lipman (TELLES, 1999) ou Benjamin (SCHLESENER, 2011), dentre outros. ‘Um dos elementos que une estas duas dimensdes da prdxis docente esta na centralidade da pesquisa nos processos pedagégicos (DEMO, 1991). Ainda que as condigdes materiais e ideolégicas nfo sejam favoriveis a0 incentive e manutengdo das pesquisas no Brasil, pereebem-se avangos nas politicas piblicas nesse sentido como, por exemplo, 0 Decreto n. 6.755/2009 que: [..] institui_ a Politica Nacional de Formagao de Profissionais do Magistério da Educago Basica, disciplina a atuagdo da Coordenagdo de Aperfeigoamento de Pessoal de Nivel Superior — CAPES no fomento a programas de formagao inicial e continuada, dé outras providéncias Tais politicas sdo imprescindiveis, visto que, o distanciamento entre formagdo e atuagdo profissional (TREVISAN, 2011) precisa ser superado ¢ a pesquisa, como fundamento da condigdo de ser professor, é uma instigante hipétese de resposta a esta demanda Frente a este quadro, a realizagio de uma formagio continuada, sistemitica ¢ de qualidade, pautada pela pesquisa, ¢ condi¢ao necesséria urgente, F preciso, constantemente, retomar a discussio sobre 0 ensino para que o professor no se transforme em simples “tarefeiro” (TARDIF, 2012). E preciso que, no cotidiano do exercicio de suas atividades, 0 professor ndo se deixe aquebrantar pela reduedo fenomenologica e epistémica de suas agdes pedagégicas com reflexos por dbvio negativos quanto ao seu alcance ¢ significado em toda sua prxis educacional. Assim, considerando a importincia das discussdes sobre 0 ensino de Filosofia com vistas 4 (re)construgdo de referencias tedricos que reforcem sua consisténcia e profundidade © de metodologias que melhorem a praxis docente, programas de formagdo docente continuados so sempre bem-vindos porque so necessérios € quase sempre urgentes, No Parand, dentre os varios programas de formago continuada para professores, cabe destaque para o Programa de Desenvolvimento Educacional ~ PDE no qual foi gestada e implementada a experiéncia pedagdgica neste texto analisada. A atividade foi desenvolvida, dentro da disciplina de Filosofia, na linha de estudo “o ensino de filosofia: concepgdes, metodologias e © uso de textos classicos”, A proposta de intervengao pedagégica na escola se deu em forma de um minicurso de metodologia do ensino de Filosofia para os estudantes do curso de formagio de professores de uma escola da rede piiblica de ensino e a implementagdo desta atividade foi precedida de reflexes desenvolvidas a0 longo do primeiro ano do afastamento das atividades de sala de aula como preconizado por este programa, Esta reflexio foi adensada pela participagdo viabilizada pelo programa, em eventos cientificos ¢ oficinas ofertadas pela Universidade Federal do Parané e outras IES (Instituigdes de Ensino Superior) pas eae eee eee Ty Eo en no nr) €, posteriormente, discutida com 15 professores da rede piblica que ministram aulas de filosofia a partir do Grupo de Trabalho em Rede ~ GTR®. Estes professores, participantes do GTR, Ieram 0 texto que expie as bases tedricas e¢ as explicagdes referentes ao desenvolvimento da implementago do minicurso proposto, construido sob 0 nome de Produgdo Diditico Pedagégica. Em seguida, opinaram sobre 0 mesmo em termos de fundamentagdo teérica, desenvolvimento ¢ avaliagio. Alguns deles aproveitaram para aplicar parte da atividade proposta no minicurso de forma adaptada em suas aulas de filosofia, comentando os resultados que obtiveram e contribuindo para a melhoria do desenvolvimento da proposta de trabalho. © objetivo deste texto, portanto, ¢ relatar de forma breve a experiéncia do desenvolvimento e aplicagdo deste minicurso na escola, apontando elementos reflexivos sob 0s fundamentos epistemol6gicos que orientaram a formulagdo ¢ implementagdo desta pritica educativa. Assim, em um primeiro momento serdo apresentadas algumas reflexdes sobre a relagdo entre professor os estudantes nos processos de ensino e aprendizagem. No segundo momento, seré feita a apresentagio da experiéneia pedagdgica realizada seguida de uma reflexdo critica sobre a atividade desenvolvida. Espera-se, com os apontamentos deste artigo, compreender os reflexos, limites e possibilidades do minicurso oferecido no sentido de divulgar a experiéncia realizada, Seu intuito é contribuir para a discussdo do ensino de filosofia além reafirmar a importancia da oferta de formago continuada para os professores. Pressupostos do minicurso De acordo com 0 site institucional do governo do Estado do Parané, © PDE é uma politica piblica de Estado regulamentado pela Lei Complementar n* 130, de 14 de julho de 2010 que estabelece o didlogo entre os professores do ensino superior e 0s da educagdo basica, através de atividades tebrico-priticas orientadas, tendo como resultado a produgdo de conhecimento © mudangas qualitativas na pritica escolar da escola piblica paranaense (PARANA, SEED, 2013). Fruto da luta pela melhoria na qualidade da educagao ofertada no Parand este Programa, inédito no Brasil em termos de proposta teérica oferta de condigdes para sua realizagao (GABARDO; HAGEMEYER 2010), & disponibilizado a todos os anos aos professores concursados da rede piiblica de ensino com a oferta de 2,000 bolsas/ano, cuja selegdo é feita por edital especifico. As atividades deste programa desdobram-se por dois anos sendo que, no "De acordo com o site da SEED/PR, os Grupos de Trabalho em Rede ~ GTR se caracterizam pela interagdo virtual entre os Professores PDE e demais professores da Rede Publica Estadual, Tal atividade tem como objetivos: “..] possbilitar novas altemativas de formago continuada para os professores da Rede Piblica Estadual; viabilizar mais um espago de estudo © discussio sobre as especificidades da realidade escolar; incentivar 0 aprofundamento tebrico-metodoldgico nas areas de conhecimento, através da troca de ideias € experigncias sobre as éreas curriculares; socializar 0 Projeto de Intervensio Pedagégica na Escola elaborado pelo professor PDE com os demais professores da Rede” (SEED, 2013). pas eae eee eee Ty EG errr famentos reflexivos losofia: ape terceiro semestre de atividades, ¢ exigido ao professor que desenvolva uma “intervengao pedagégica” na escola. A opgdo de intervengdo em andlise neste texto & a proposi¢ao de um minicurso sobre o ensino de filosofia direcionado aos estudantes do curso de formagio de docentes. A proposigio de um minicurso dessa natureza requer, para sua justificativa ¢ fundamentagdo tedrica, a meméria de algumas reflexdes sobre o ensino de filosofia © a centralidade da pesquisa na préxis educacional. As questdes atinentes ao que ensinar, como, quando e porque, cuja natureza filos6fica, Ihes é inerente, possuem uma trajetdria histérica critico-discursiva que remonta ha milénios. Proposigdes que, por exemplo, remontam a Grécia Classica, como a de Sécrates, Plato ou Aristételes registradas em textos como A Reptiblica (PLATAQ, 1973) ou Politica (ARISTOTELES, 1997) j4 apontavam elementos/alternativas para pensar os significados do proceso educacional. Em cada pais © momento histérico subsequentes, que apresentam demandas especificas, propostas diversas foram sendo construidas e sustentadas por um caleidoscépio de ideologias ndo necessariamente convergentes. Hoje temos 0 desafio de pensar, no contexto de uma realidade hegemonicamente neoliberal, pautada pelas consequéncias do desdobramento daquilo que Adorno e Horkheimer (1985) denominaram de indGstria cultural, os significados do ensino em uma sociedade que, tudo naturalizando, analiza ¢ destréi as relagdes humanas em dimensdes diversas (BAUMAN, 2007). O desafio platdnico-aristotélico de sair da caverna e construir uma sociedade melhor nunca foi tio premente e, uma reflexdo sobre 0 ensino que aponte altemativas a este momento ¢ movimento histérico, nunca se fez tio necessério. Considerando 0 contexto histérico contemporaneo e as demandas a ele associadas, um dos pressupostos elementares das atividades desenvolvidas esté em destacar a importéncia da pesquisa enquanto uma ago que viabiliza a emancipagio dos sujeitos frente aos desafios do contexto contempordneo. Parte-se do pressuposto de que, se a pesquisa no é incentivada, desenvolvida € construida como fundamento e objetivo do processo educacional, entdo este se torna indesejavel ja que se limitaria ao que Paulo Freire (1994) designou como “educagao bancéria”. A importincia da associagdo entre pesquisa ¢ reflexdo permite 0 acesso a varias alternativas ¢ possibilidades de visio de mundo e, consequente, a solugdo de problemas desenvolvendo um perfil cada vez menos dogmético ¢ mais criativo pelo exame, comparagao © questionamento (FREIRE, 1996). Esse movimento coloca a verdade na perspectiva da relagdo entre os sujeitos ¢ o mundo ¢ permite, por isso, aquilo que Deleuze e Guatarri (2000) consideram como fundamento da filosofia: a criagdo de conceitos. ‘Nao podemos escapar ao fato de que, em principio, se 0 professor e o estudante nao se instituem/constituem como pesquisadores, adotando uma postura critica reflexiva, a escola torna-se mera reprodugdo, podendo ser tomado este conceito em diversas perspectivas, como em Bourdieu (2004) ou Mézsaros (2008). E preciso que a pesquisa deixe de ser, seja no Ensino Superior e principalmente na Educagdo Basica, um apéndice metodolégico ¢ seja construida como fundamento de uma educagdo de qualidade. Considerando as perspectivas pas .33-46, Set. 2014 7 acima que apontam alguns elementos que ajudam a pensar a realidade dos alunos ¢ professores, a proposigdo de um minicurso que abordasse 0 ensino de filosofia, ainda que voltado aos estudantes secundaristas, requereu aos professores participes do GTR seu envolvimento com esta problemética de pesquisa. E preciso considerar os mais diversos entraves ao processo formativo que compreende ‘um arco que se estende dos limites burocriticos da légica de organizagdo das escolas até a auséncia de condigio financeira necesséria para o desenvolvimento da formagdo continuada e da pritica da pesquisa. A construgo deste minicurso ¢ sua implementagdo supde a possibilidade de ajudar a pensar esta problemética no intuito de colaborar para o desenvolvimento de um processo pedagégico centrado na pesquisa ¢ na reflexdo critica, considerando © uso das tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem e outras metodologias sem olvidar questées relativas a inclusio social. Esta reflexdo, foco deste minicurso, permeada pelo destaque de experiéncias nos processos de docéneia, toma possivel a anélise de elementos que contribuam para a compreensio das tensdes do cotidiano profissional ¢ apontem para possiveis altemativas a médio e longo prazo para algumas das muitas dificuldades destes processos. A filosofia, a0 admitir a incompletude da condi¢do humana bem como a mutabilidade dos valores sociais (MACINTYRE, 2001), propicia reflexdes ¢ aponta para a construgdo coletiva de altemativas aos dilemas da condigao do professor baseada na indagagao filos6fica. Se admitida como correta esta tese da multiplicidade de valores ¢ da incompletude da condigéo humana, a necessidade de uma formagdo continuada ¢ uma demanda ébvia ¢ “urgente, Se o fundamento ¢ a necessidade de uma formagao continuada nos parecem claros, os critérios de sua realizagio merecem questionamento constante visto que & necessério considerar os fundamentos materiais e simbélicos nos quais os humanos se inserem ¢ reproduzem sua condigdo de existéncia em sociedade. Nunca podemos nos esquecer, nos passos de Gadotti (2005), que a formagdo continuada do professor deve ser concebida como reflexdo, pesquisa ¢ agio, E fundamental, portanto, incentivar a descoberta, organizagao, fundamentagao, revisio e construgao de conhecimentos, lembrando sempre das necessérias condigdes prévias ¢ consequéncias de uma atividade desta natureza. Nesse sentido, fazemos coro com algumas ideias de Espinosa, apresentadas por Chaui, quando afirma que esse filésofo, L..] dizia que a razdo sé inicia o trabalho do pensamento quando sentimos que pensar € um bem ou uma alegria, € ignorar, um mal ou uma tristeza. Somente quando o desejo de pensar é vivido ¢ sentido como um afeto que aumento nosso ser «nosso agir € que podemos avaliar todo mal que nos ver de no saber. Pensa ait, ser livre e feliz constituem uma forma unitiria de viver, individual e politicamente. Ignorar, padecer, ser escravo e infeliz também constituem um modo unitirio de existir. Por isso, escrevia Espinosa, nao ha instrumento mais poderoso para manter a pas Coenen) Ln ne losofia: ap dominagio sobre os homens do que manté-los no medo e para conservé-los no medo, nada melhor do que conservé-los na ignordncia, Inspirar terror, alimentar o medo, cultivar esperangas ilus6rias de salvagio € conservar @ ignorfncia slo as armas privilegiadas dos governos violentos (CHAUI, 1983, p. 57). Assim sendo, nfo é aceitavel reduzir os processos de ensino e aprendizagem a um conjunto de técnicas ou mera atualizagdo de receitas pedagégicas resultantes de inovagdes tecnolégicas. Os processos de ensino ¢ aprendizagem se inscrevem num processo critico- dialético, onde a mediagdo & central no proceso (VIGOTSKY, 1989) ¢ o despertar para atividade da pesquisa pode trazer um impacto profundo nas rotinas escolares como um todo, {4 que supera a divisio cartesiana dos conteidos por disciplinas. Nesse sentido, a intengao desta proposta de intervengao pedagégica foi a busca de uma pritica docente que inspire e aspire & autonomia dos sujeitos, ou seja, oportunize condigdes para uma melhoria do ensino convidando aluno ¢ professor para a pritica da pesquisa como fundamento de uma préxis pedagégica que responda coerentemente as demandas do mundo atual, Descrevendo a experiéneia Como dito anteriormente, uma das exigéncias aos participes do PDE é a apresentagao de uma proposta de intervengao pedagégica a ser desenvolvida na escola onde o professor concursado esté lotado, O desenvolvimento desta atividade requer conhecimentos proprios da especificidade da disciplina na qual o professor atua e a compreensdo de elementos de ordem metodolégica para o bom desenvolvimento das atividades. A experiéneia aqui descrita teve como foco estudantes do curso de formagio de docentes, adolescentes, no intuito de despertar neles o interesse pelo estudo da filosofia ¢ a preocupagao com o seu ensino com criangas em escolas de educagao infantil, A proposigio do minicurso partiu de duas constatagdes bésicas: Primeiro, a necessidade de promover no estudante secundarista e nos professores que participaram da discussio pelo GTR a condigdo de pesquisador no sé de contetidos mas, também, de sua pritica educacional. Segundo, necessidade de suprir a auséncia, efetiva, de uma disciplina de metodologia do ensino de filosofia para os estudantes do curso de formagdo docente. Nesse sentido, foi proposta a oferta de uma oficina de ensino de filosofia conjugando uma reflexdo sobre a importincia da pesquisa e discussio de possibilidades de como trabalhar filosofia no ensino médio com vistas a discussio de metodologias a serem desenvolvidas na educagdo infantil a partir da linguagem do cinema e da misica, sem esquecer que s6 & possivel ensinar filosofia filosofando, Este trabalho foi realizado em conjunto com outra professora participante do PDE, da mesma escola, que trabalhou com priticas de incluso social ¢ tecnologias assistivas, 0 que intensificou substancialmente o carter interdisciplinar da proposta. pas eae eee eee Ty ee) Este minicurso recebeu o titulo de Metodologia do Ensino de Filosofia e Tecnologias Assistivas: a prixis do professor pesquisador, sendo realizado em quatro tardes, no contratumno, para 20 alunos do curso de formago docentes em nivel médio, escolhidos por sorteio, Seu objetivo central foi a discussdo metodoldgica do ensino de filosofia e praticas de incluso social. No intuito de ajudar a pensar a construgo de metodologias que colaborem para o desenvolvimento de um processo reflexivo centrado na pesquisa e reflexao criticas foram promovidas discussdes ¢ atividades considerando o uso de tecnologias assistivas ¢ as questdes relativas & incluso social, com vistas 4 melhoria dos processos de ensino aprendizagem para estudantes da educagao basica. Seus objetivos especificos abordaram trés perspectivas: I. Incentivar a condigao de pesquisador do professor e do estudante; TI. Apresentar aos estudantes do curso de formagdo docente alguns materiais didaticos/recursos tecnolégicos que podem facilitar 0 proceso ensino aprendizagem na perspectiva do ensino da filosofia; II. _Discutir e avaliar priticas pedagdgicas com uso de tecnologias assistivas. Este minicurso procurou, ao longo de seu desenvolvimento, contemplar itens como a sensibilizagdo para a importincia da ago docente tendo como pressuposto a pesquisa apresentar consideragdes gerais sobre a importincia e necessidade do ensino de filosofia para criangas. Além disso, trabalhou algumas possibilidades metodolégicas para viabilizar tal procedimento associado ao uso de tecnologias assistivas. © desenvolvimento das atividades partin do contetido estruturante de Filosofia intitulado de Teoria do Conhecimento como apresentado nas Diretrizes Curriculares da Educago Bisica do Parand (SEED, 2008). A ideia foi, a partir desse contetido estruturante, pensar priticas reflexivas pautadas pela incluso bem como despertar 0 interesse pela filosofia e seu ensino, Assim foram organizados quatro encontros: o primeiro teve como ementa a discussdo sobre formagdo para a pesquisa além de ser apresentada uma reflexdo de ordem histérico-legal sobre 0 atendimento aos individuos com necessidades educacionais especiais ¢ educagdo inclusiva. No segundo encontro, foram discutidos alguns desafios a0 professor contempordineo no que tange as suas priticas educacionais focando algumas caracteristicas (¢ como trabalhar) com criangas adolescentes considerando 0 ensino de filosofia. No terceiro encontro, foram tratadas teméticas relativas ao uso das tecnologias assistivas na educagio na perspectiva de pensar a incluso digital pelo exercicio da capacidade discursiva, Nesta ocasidio, também foi apresentado aos alunos o filme Black, discutido na sequéncia sob virios prismas, No quarto ¢ iiltimo encontro, foram discutidos novamente 0 uso das tecnologias na educagao eo uso da misica como recurso metodolégico das préticas educativas sob uma perspectiva filoséfica. Em todos os encontros, ponderagdes diversas sobre a filosofia e seu ensino foram discutidas e refletidas. Os contetidos trabalhados foram disponibilizados aos estudantes em forma de apostila. Os encontros contaram, ainda, pas Coenen) Te ne losofia: ap com o depoimento de alguns alunos surdos-mudos, cujas experiéneias ajudaram a aprofundar algumas discussdes das teméticas levantadas. Em todos os encontros sempre ocorreu a proposigao de alguma atividade a partir das ages realizadas, sempre no intuito de transformar em pritica as reflexdes que ali se fizeram presentes. Nao obstante a alguns pequenos contratempos, esta experiéncia pedagdgica resultou num saldo positivo na medida em que seus objetivos foram alcangados, como podemos constatar nas reflexdes que se seguem, Refletindo a experiéncia A discussio sobre a volta ou inicio do ensino de filosofia na educagao basica (GALLO; GRISOTO, 2013) nos remetem a anilises ¢ ponderagdes voltadas & formagdo do professor considerando questdes, como por exemplo, sobre quem ¢ 0 professor que atua em sala, que formagao Ihe compete ou qual metodologia utiliza. Parte-se da ideia de que estas discussdes, se iniciam a partir de um problema principal que se formula no seguinte enunciado: Como 0 ensino de filosofia pode ser tomado como um problema filoséfico para além de uma abordagem pedagégica ou instrumental? E importante lembrar, como nos ensina Olbiosque (2002, p. 117): [..] © enfoque pritico e # concepso que faz do professor nfo um simples insrutor, ‘mas um pesquisador ou um produtor em sua discipline [..] € compativel com as melhores tradigdes da educagao filoséfica, aquclas que ndo separam 0 professor do filésofo, ainda que se pretenda que cada professor seja um Aristételes. Um apontamento desta natureza desencadeia um rol de reflexdes sobre 0 que ¢ ser professor de filosofia, sua identidade, seu contexto material de existéncia, entre outros. Nesse sentido, este minicurso foi importante para os professores da rede estadual de ensino por ajudar a refletir sobre perspectivas metodoligicas diversas para o ensino da filosofia que podem ser apropriadas em diferentes séries. Para os estudantes, a reflexdo sobre as possibilidades de trazer o debate filos6fico para criangas pelo uso de algumas metodologias permitiu pensar ¢ projetar priticas de ensino mais eficientes ¢ eficazes. Convém lembrar a0 atento leitor que um minicurso sobre o ensino de filosofia, de 20 horas, nao tem a pretensio de esgotar uma discuss4o sobre 0 ensino de filosofia, Mas © apontamento com algum destaque de elementos que compdem este cendrio maior das discussdes sobre a filosofia ¢ seu ensino ajuda a repensar a préxis pedagégica como foi observado em nossas interagdes tanto com os professores como com os estudantes secundaristas. Durante 0 desenvolvimento das atividades, varios eventos merecem destaque. No primeiro encontro, por exemplo, quando se discutia a centralidade da pesquisa, algumas ponderagées despertaram algum grau de curiosidade como por exemplo, a discussiio do conceito de “comunidade de pritica” (Prensky, 2010) e a concepgao de pesquisa como prazer. pas eae eee eee Ty enc) Nesse primeiro encontro, além de outras discusses, foi apresentada uma fala sobre alguns passos elementares para o bom desenvolvimento de uma pesquisa como por exemplo como delimitar seu objeto da pesquisa € como se constréi um objeto de aprendizagem. Uma sistematizagdo desta natureza mostrou-se muito interessante na medida em que muitas questdes sobre as priticas educativas vieram a tona, Nao podemos deixar de registrar a importincia da filosofia nestas discusses lembrando, por exemplo, a afirmagio de Aristételes (1991) de que a virtude intelectual & gerada e cresce gragas ao ensino. J4 no segundo encontro, foram feitos comentirios sobre a condigdo dos jovens hoje, num mundo globalizado e marcado pelo frenesi de imagens ¢ as dificuldades e possibilidades de pensar ensino de filosofia neste contexto, No terceiro ¢ quarto encontro 0 foco esteve no uso de filmes e misicas como recursos metodolégicos. Existem propostas interessantes tanto em termos de relatos de experiéneia com em termos de politicas piblicas quanto a esta possibilidade metodolégica. Esta tramitando hoje_no Congresso Nacional, por exemplo, o Projeto de Lei n° 185/08, de autoria de Cristovam Buarque, que estabelece a exibigdo de filmes brasileiros como componente dos curriculos escolares, sendo sua exibi¢o obrigatéria por no minimo duas horas semanais. A proposta ¢ interessante, mas como fazer isso de forma a produzir algum bomiefetivo resultado? A ideia de usar filmes e misica para 0 ensino nfo é nova, mas é pouco usada se considerados os necessarios encaminhamentos metodolégicos de uma atividade desta natureza, O que ocorre, em muitas circunstincias, 6 0 uso incorreto deste recurso que faz perdurar a imagem de que sua utilizagdo é apenas uma forma de “ocupar o tempo quando no se tem nada a dizer”, como afirmaram alguns estudantes. Assim, é desejével criar uma cultura adequada de utilizagdo destes recursos dado a pecha histérica negativa que tal atitude carrega, Como possibilidade de repensar a utilizagdo de filmes, foi solicitado aos estudantes que fizessem uma atividade filos6fica a partir da animagdo Barbie em Vida de Sereia, ja que filmes desta natureza so constantemente usados nas pré-escolas quase sempre sem discussdes com as criangas. A proposta de elaborar uma atividade a partir deste filme levando em conta questdes como incluso social e a discussio filosdfica dos conceitos de permanéneia e mudanga (Hericlito e Parménides) resultou em algumas propostas de trabalho que, além de factiveis, apresentaram boa qualidade no sentido de estimular © pensamento filoséfico enquanto uma reflexdo critica da realidade. Atividades realizadas nesta mesma perspeetiva com miisicas da Musica Popular Brasileira ~ MPB como, por exemplo, Como uma onda, de Lulu Santos, ¢ infantis (Tomatinko Vermetho, por exemplo) se demostraram atividades interessantes e que também atingiram seus objetivos. Dos relatos espontaneamente gerados pelos estudantes secundaristas durante o minicurso sobressai a percepgao de que, quando o estudante comega a pensar filosoficamente, ha uma grande tendéncia em projetar estas posturas em suas experiéneias priticas, tomando suas priticas de ensino mais eficazes e eficientes, Quando solicitado aos estudantes que apontassem alternativas de atividades considerando os pressupostos das discussdes sobre pas Coenen) ie ne losofia: ap filosofia ¢ seu ensino, as possibilidades de atividades apresentadas demonstraram a riqueza da criatividade que pode e deve ser explorada, Se as discussdes derivadas da atividade com os estudantes foi muito interessante ¢ produtiva, 0 mesmo ocorreu em relago aos professores participantes do GTR. Toda proposigdo de uma experiéncia de pesquisa pressupdem objetivos claros para sua implementagao ¢ avaliagdo. Além do olhar de quem realiza a atividade, ¢ importante também © olhar externo, Nesse sentido, algumas consideragdes deste texto so frutos de comentiirios informalmente realizados no decorrer do GTR. As reflexdes ali realizadas apontaram justamente para a problemética de incentivar os estudantes ao pensamento filoséfico. Entretanto, ha que se considerarem as dificuldades do dia-a-dia gestadas nos conflitos derivados da liberdade em termos de atuagiio em sala de aula: com a liberdade vem a responsabilidade, a anguistia, o desamparo ¢ 0 desespero, como nos ensina Sartre (1978). Entio, & preciso buscar alternativas ainda nfo exploradas, reconstruindo-nos continuamente na condigdo fenomenoldgica de nossa existéncia. o caso, por exemplo, de desenvolver ¢ utilizar espagos de colaboragdo em rede que poderiam auxiliar numa superagio das dificuldades cotidianas do professor, O desafio esté em transformar este dilogo em algo sistemético © permanente tanto em termos disciplinares (entre os professores de filosofia) como também na perspectiva interdisciplinar como os demais professores das outras disciplinas. Das atividades © interagdes realizadas ao longo deste minicurso alguns elementos merecem, em trabalhos posteriores, uma reflexdo mais adensada que convirjam para a melhoria constante das priticas de ensino de filosofia. E importante, por exemplo, uma utilizagdo mais efetiva dos espagos disponibilizados pela SEED, como no caso do GTR. Estes foruns de discuss4o poderiam ser permanentes € abertos a todos os interessados, a partir das atividades j disponibilizadas. Cabe lembrar que 0 ensino na modalidade em EAD se constitui, hoje, no grande desafio e promessa de uma formagio continuada nos anos vindouros. Além disso, uma pesquisa de qualidade depende de uma discussio com os pares. Ages desta natureza contribuem para superagdo da reprodugdo de alunos copistas, sem autonomia, para uma condigdo de ensino mais qualificado, que permite um leque maior de possibilidades de escolhas a partir de uma visio mais ampla, profunda e diversificada de mundo. Consideragies finais Pensar © ensino da filosofia como um problema filoséfico significa abandonar uma discussio instrumental do uso de recursos metodolégicos adotados como receitas desprovidas de sentido baseados numa concepgio do “fazer pelo fazer” — 0 mero produtivismo ~ que preenche © tempo mas no emancipa os sujeitos sociais. Requer, por isso, 0 comprometimento social com a educagdo. Significa compreender a pritica da pesquisa nao pas eae eee eee Ty Eo en ne eee) como um adendo ao processo educacional, mas como um direito de cidadania, ou seja, como direito de produgdo de cultura, de produgdo de um discurso préprio ¢ auténomo sobre si mesmo ¢ a realidade, A atitude de pesquisador & um direito existencial. Além disso, nfo possivel esquecer a dimensio piiblica desse direito. & muito importante a existéncia e 0 exercicio efetivo de politicas piblicas que oferegam as condigdes necessirias para uma formagiio continuada ¢ de qualidade incentivando e permitindo 0 exercicio da pesquisa. E 0 caso, por exemplo, da participagao dos professores no PDE. Um programa como este, a0 possibilitar um tempo de reflexdo ¢ um incentivo construgo ¢ uso de metodologias que melhorem a ago dos professores na escola, melhora o sistema de ensino como um todo, Esta avaliago positiva do programa decorre, dentre outros, de resultados como os apresentados neste texto. ‘A proposta de um minicurso de ensino de filosofia demonstrou-se uma experiéneia exitosa e necesséria tanto como uma forma do professor revisar sua pritica pedagogica — 0 que foi atestado pelas discussdes realizadas no ambito do GTR — como também para os estudantes secundaristas que tiveram a possibilidade de experimentar ¢ desenvolver uma proposta pedagdgica de cunho filoséfico como algo possivel de ser trabalhado no ambito da educagdo infantil. O aprofundamento das discussdes de ordem epistemoldgica, conceitual ¢ metodolégica s6 ocorre mediante a pesquisa, que & movida pelo comprometimento pessoal ¢ amparada por politicas piiblicas. Das interagdes realizadas e com base na bibliografia estudada nestes quase 2 anos, sintetizamos um conjunto de trés grandes desafios que, se superados ainda que parcialmente, podem contribuir de forma mais qualificada e pontual com as demandas da Filosofia e seu ensino. So eles: a) O desafio (com desdobramentos diversos nas esferas ideologicas € materiais) de transformar professores em pesquisadores ¢ incentivar os estudantes a também serem pesquisadores; b) O desafio de pensar a condigao da infancia ¢ da adoleseéneia neste inicio de século XXI, no contexto da globalizago neoliberal associado ao uso cada vez maior de tecnologias, na perspectiva da emancipagao pelo fomento de um raciocinio filoséfico; ©) O desafio de enfrentar as questdes atinentes a incluso social nos processos educacionais como um compromisso ético A realidade exige, hoje, uma forma refletida de produgdo do conhecimento e uma redefinigo dos sujeitos participantes dos processos pedagégicos na perspectiva de suas atividades colaborativas sem perder de vista as questoes de inclusdo social. A superagdo dos desafios acima é condigo necessiria ¢ urgente para pensar o ensino de filosofia que contemple, de forma adequada, as demandas do mundo contemporineo na perspectiva da formagio omnilateral do ser humano, pas eae eee eee Ty ‘Submetido em novembro de 2013. Aprovado para publicago em marco de 2014. REFERENCIAS ADORNO, T W; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Tradugao de Guido Antonio de Almeida, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed, 1985. ARISTOTELES. Politica, Tradugiio de Maria da Gama Kury. 3. ed. Brasilia: Editora ‘UnB, 1997, ARISTOTELES. Etica a Nicémaco, Colegio: Os pensadores. Sio Paulo: Nova Cultural, 1991. BAUMAN, Z. Vida liquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2007. BRASIL, Deereto n, 6.755, de 29 de janeiro de 2009. Disponivel em: - Acesso: OL nov.2013. BOURDIEU, P. O poder simbélico. Tradugio Fernando Tomaz, 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. CHAU, Marilena, © que é ser educador hoje? Da arte 4 ciéncia: a morte do educador. 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